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Letícia Coutinho Lopes Moura 
 
1 
 
Alterações do Crescimento Celular 
 
Sumário 
I. Introdução 
II. Adaptações celulares 
1. Hipertrofia e Hiperplasia 
2. Atrofia / Hipotrofia e Hipoplasia 
3. Metaplasia 
4. Displasias 
5. Leucoplasias 
III. Conclusão 
 
I. Introdução 
As células são participantes ativas em seu ambiente, ajustando constantemente sua 
estrutura e sua função para se adaptarem às demandas de alterações e de estresse.Dessa 
forma, as células precisam manter o seu meio intracelular dentro de uma faixa estreita de 
parâmetros fisiológicos, chamados de homeostasia. 
No entanto, para manter a homeostasia e sobreviver a condições adversas as células 
apresentam alterações reversíveis,como: tamanho; número; fenótipo; atividades metabólicas 
e função celular.Algumas dessas adaptações celulares estão descritas abaixo. 
 
II Adaptações celulares 
1. Hipertrofia e Hiperplasia 
Apesar das duasalterações serem distintas, o resultado final é o aumento do tecido ou 
do órgão.A hipertrofia corresponde apenas ao aumento do volume ou do tamanho das 
células, enquanto a hiperplasia significa uma maior quantidade ou número de células. 
Em geral, as células hipertrofiadas apresentam uma quantidade maior de proteínas 
estruturais e de organelas; essas células aumentam o seu tamanho por que são incapazes 
de se dividirem, ao contrário do que ocorre na hiperplasia. 
Ambas as adaptações celulares podem ser fisiológicas ou patológicas, em 
decorrência de estímulos externos, como hormônios ou fatores de crescimento. 
As células estriadas da musculatura esquelética e do coração, no adulto, possuem 
capacidade limitada de divisão e, por isso, essas células sofrem somente uma hipertrofia. 
Nesse caso, independente dos mecanismos responsáveis pela hipertrofia, existe um 
limite e, após este, a massa muscular aumentada não consegue mais compensar a 
sobrecarga. Como resultado, podem ocorrer alterações “degenerativas” nas fibras 
miocárdicas, e consequentemente há uma hipertrofia patológica. O aumento cardíaco leva a 
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uma hipertensão ou doença aórtica. Esse fato mostra como uma adaptação ao estresse 
pode progredir para uma lesão significativa do ponto de vista funcional, caso o estresse não 
seja atenuado. 
A hipertrofia também pode ser fisiológica, como acontece em atletas que apresentam 
um aumento do tamanho da musculatura esquelética induzido pelo aumento da carga de 
trabalho. 
Dessa forma a hipertrofia pode ser estimulada por ações conjuntas de sensores 
mecânicos (carga de trabalho), fatores de crescimento (TGF-β) e agentes vasoativos (α- 
adrenérgicos). 
A hiperplasia fisiológica pode ocorrer devido a estímulos hormonais, com aumento da 
capacidade funcional, quando necessário. Ou essa hiperplasia fisiológica pode ser 
compensatória, caso em que há aumento da massa de um órgão decorrente de uma 
ressecção parcial, por exemplo, o fígado. Quando o fígado é parcialmente removido, as 
células hepáticas que restaram secretam fatores de crescimento que estimulam atividades 
mitóticas das mesmas células e, portanto, a hiperplasia. Após a restauração do fígado, 
inibidores do crescimento “desativam” a proliferação celular, cessando a hiperplasia. 
A hiperplasia hormonal, normalmente, ocorre em células epiteliais glandulares, por 
exemplo, a mama feminina durante a puberdade ou na gravidez. 
A maioria das formas de hiperplasia patológicas é causada pelo excesso de estímulos 
hormonais e por fatores de crescimento,como após o período menstrual, por exemplo, onde 
estímulos hormonais hipofisários(como o estrogênio ovariano, com inibição de progesterona) 
induzem aumento da proliferação do epitélio uterino. A hiperplasia patológica também pode 
ser uma resposta importante das células do tecido conjuntivo na cicatrização de feridas. 
Nesse caso, leucócitos e células da matriz extracelular, em resposta à lesão, estimulam a 
proliferação de fibroblastos e células sanguíneas que auxiliam o reparo tecidual. 
Existem ainda os casos de hiperplasias patológicas associadas a certas infecções 
virais, como as papilomaviroses, que causam verrugas na pele e lesões mucosas, 
compostas de massas de epitélio hiperplásico. 
É importante ressaltar que em todos esses casos de hiperplasias o crescimento 
celular permanece controlado; então, se a estimulação hormonal ou por fatores de 
crescimento cessar, a hiperplasia desaparece. Porém, quando esses mecanismos de 
controle da proliferação celular tornam-se desregulados ou ineficazes, isso propicia o 
aparecimento da hiperplasia patológica benigna do câncer (neoplasia). Portanto, pacientes 
com hiperplasia do endométrio têm maior risco de desenvolverem câncer endometrial. 
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Em alguns casos a hipertrofia e a hiperplasia estão associadas. Por exemplo, durante 
a gravidez a musculatura lisa torna-se hipertrófica, hipertrofiada e hiperplásica, em 
decorrência do estímulo hormonal, estrogênio; assim, há um aumento fisiológico maciço do 
útero. 
 
1. Atrofia/Hipotrofia e Hipoplasia 
Essas alterações estão comumente associadas à diminuição do volume ou tamanho 
das células ou do número (quantidade) de células, consequentemente com redução do 
tecido ou do órgão. 
Atrofia significa diminuição do tamanho das células e das organelas intracelulares, em 
decorrência da menor necessidade metabólica e da diminuição da síntese de proteínas 
devido à degradação proteica. 
Apesar de inicialmente as células terem sua função reduzida, elas não estão mortas. 
No entanto, a atrofia, causada por redução do suprimento sanguíneo, pode progredir até o 
ponto no qual as células são lesadas de maneira irreversível, e, por isso, morrem, 
geralmente por apoptose. 
Na hipoplasia há um desenvolvimento incompleto ou o subdesenvolvimento de todo 
um órgão ou parte dele. Então, a hipoplasia é a diminuição da atividade formadora dos 
tecidos; é o hipodesenvolvimento de um órgão ou tecido pela redução do número de células 
que o compõem. 
Tanto a atrofia quanto a hipoplasia podem ser fisiológicas e 
patológicas.Fisiologicamente, a atrofia acontece na embriogênese, com a formação da 
notocorda e, logo após o parto, quando o útero diminui de tamanho. A atrofia patológica 
pode ser localizada ou generalizada, e as seguintes causas estão relacionadas: 1) redução 
da carga de trabalho; 2) perda de inervação; 3) diminuição do suprimento sanguíneo; 4) 
nutrição inadequada; 5) perda de estímulos endócrinos e 6) pressão. 
Existem várias causas para a hipoplasia, desde a má-formação e o desenvolvimento 
do embrião no útero até ações fisiológicas e patológicas. Na embriogênese, por exemplo, a 
hipoplasia desencadeia um defeito na formação de um órgão ou parte dele, como a 
hipoplasia pulmonar. Após o nascimento, essaalteração celular é o resultado da diminuição 
no ritmo da renovação celular, do aumento da taxa de distribuição celular ou da ocorrência 
dos dois ao mesmo tempo. 
Outra hipoplasia fisiológica pode ser citada: a involução do timo a partir da puberdade 
e das gônadas no climatério. Um exemplo de hipoplasia patológica ocorre na medula óssea, 
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provocada por agentes tóxicos ou por infecção. As hipoplasias patológicas podem ser 
reversíveis, exceto as que são decorrentes de anomalias congênitas. 
A hipoplasia adquirida, em geral, é consequência normal do envelhecimento, porém 
existem alguns casos que podem ser manifestados em pessoas jovens devido à má 
nutrição,à irradiação e após o uso de medicamentos citotóxicos ou glicocorticoides. 
 
3.Metaplasia 
É uma alteração reversível na qual um tipo celular (epitelial ou mesenquimal) é 
substituído por outro tipo celular. Ou seja, a metaplasia representa uma substituição 
adaptativa de células sensíveis ao estresse por tipos celularesque são capazes de suportar 
ambientes hostis. 
A metaplasia é resultado de uma reprogramação de células-tronco que existem em 
tecido normal ou de células mesenquimais indiferenciadas presentes no tecido conjuntivo. 
Geralmente, a metaplasia é encontrada em associação com os processos de dano, 
regeneração e reparo tecidual. 
Uma das metaplasias mais comum é a colunar para a escamosa. Nesse caso ocorre 
substituição de células do trato respiratório em resposta à irritação crônica, por exemplo, em 
fumantes de cigarro habituais. Em geral, as células epiteliais normais colunares e ciliadas da 
traquéia e dos brônquios são, frequentemente, substituídas por células epiteliais escamosas 
estratificadas. Isso ocorre porque o epitélio escamoso estratificado é mais resistente, sendo 
capaz de sobreviver sob circunstâncias nas quais o epitélio colunar especializado é mais 
frágil e, por isso, teria sucumbido. No entanto, essa substituição pode ser prejudicial, porque 
importantes mecanismos de proteção do epitélio- secreção do muco e ação dos cílios do 
epitélio colunar - são perdidos. Além disso, as influências que predispõem àmetaplasia, se 
persistirem, podem iniciar a transformação maligna no epitélio metaplásico, possibilitando a 
formação do tumor. 
Outro tipo de metaplasia epitelial é a escamosa para colunar no esôfago de Barret. 
Com o refluxo do ácido gástrico as células colunares, semelhantes às intestinais, substituem 
o epitélio escamoso do esôfago, possibilitando o aparecimento do tumor. 
 
2. Displasias 
As displasias podem ser definidas como uma organização anormal das células, 
decorrente de uma proliferação exacerbada dessas células. 
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As displasias podem ser encontradas principalmente no epitélio, e são caracterizadas 
por apresentar uma diversidade de alterações morfológicas, como: 1) perda da polaridade; 
3) perda da uniformidade; 3) pleomorfismo considerável e 4) núcleos grandes e 
hipercromáticos. 
Geralmente, as displasias ocorrem em um epitélio metaplásico, mas nem todo epitélio 
metaplásico é displásico. 
Em alguns casos as mitoses celulares ocorrem em localizações anormais do epitélio e 
podem envolver todas ascamadas epiteliais. Mas se as displasias permanecerem confinadas 
à membrana basalé uma neoplasia pré-invasiva, denominada carcinoma in situ. No entanto, 
essas alterações celulares podem migrar e romper a membrana basal e se expandir para 
regiões adjacentes, se tornando um carcinoma invasivo; isso ocorre principalmente em 
fumantes de cigarro de longo prazo. É importante mencionar que ao contrário do câncer, as 
células displásicas não são completamente autônomas – respondem aos estímulos 
inibitórios do crescimento celular -, e, por isso, o aspecto histológico do tecido pode reverter 
para o normal. 
 
5.Leucoplasias 
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define aleucoplasia como uma “placa 
esbranquiçada” que não pode ser raspada e caracterizada de forma clínica ou patológica, 
como qualquer outra doença. Geralmente, esse termo clínico é reservado para lesões que 
estejam presentes na cavidade oral sem razão específica. 
Normalmente, todas as leucoplasias devem ser consideradas como pré-cancerígenas. 
Essas lesões são multifatoriais, mas o cigarro é o principal causador da leucoplasia. 
As leucoplasias podem aparecer em qualquer local da cavidade oral como uma “placa 
esbranquiçada” solitária ou múltipla, muitas vezes com bordas demarcadas de forma 
precisa. Morfologicamente, as lesões podem ser levemente espessas e lisas ou enrugadas e 
fissuradas. 
Do ponto de vista histopatológico, as leucoplasias apresentam uma variedade de 
alterações epiteliais,desde hiperqueratose sobrejacente ao epitélio espessado em camadas 
ordenadas até lesões com muitas características displásicas (caracterizadas, geralmente, 
como um carcinoma in situ). 
 
III. Conclusão 
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Diante de todas essas alterações do crescimento celular, descritas no texto, é 
fundamental conhecer melhor os aspectos que envolvem essas adaptações, como etiologia, 
mecanismos do seu desenvolvimento, alterações bioquímicas, moleculares e morfológicas e 
consequências funcionais dessas alterações (manifestações clínicas). 
Christensen e Martins (2011)sugeriram que a ecocardiografiadesempenha um papel 
importante na avaliação de rotina e de diagnóstico dos ventrículos hipertróficos. A 
miocardiopatia hipertrófica é uma doença do músculo cardíaco, de herança autossômica 
dominante. Ela é a causa mais comum de morte súbita de origem cardiovascular em adultos 
jovens e atletas, apresentando uma grande relevância clínica. Geralmente, para diagnóstico 
dessa doença o exame mais utilizado é o ecocardiograma, pois permite fazer um 
acompanhamento clínico e avaliação do efeito do tratamento nos pacientes. Esses 
pesquisadores mostraram que os pacientes com miocardiopatia hipertrófica não 
apresentaram alteração ou comprometimento da função sistólica, até as fases tardias da 
doença. Mas, as análises ecocardiográficas desses pacientes, no estágio inicial da doença, 
demonstraram que o miocárdio foi afetado de forma difusa, com o diâmetro do ventrículo 
esquerdo e a espessura septal maiores, sugerindo uma miocardiopatia hipertrófica. Diante 
dessas observações, foi proposto que as avaliações ecocardiográficas podem auxiliar o 
diagnóstico preventivo em pacientes com miocardiopatia hipertrófica.

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