Buscar

Noções de Epidemiologia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 59 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 59 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 59 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

0 
 
 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
1. NOÇÕES DE EPIDEMIOLOGIA 
 A epidemiologia é uma disciplina básica da saúde pública voltada para a 
compreensão do processo saúde-doença no âmbito de populações, aspecto que a 
diferencia da clínica, que tem por objetivo o estudo desse mesmo processo, mas em 
termos individuais. 
 Como ciência, a epidemiologia fundamenta-se no raciocínio causal; já como 
disciplina da saúde pública, preocupa-se com o desenvolvimento de estratégias para 
as ações voltadas para a proteção e promoção da saúde da comunidade. 
 A epidemiologia constitui também instrumento para o desenvolvimento de 
políticas no setor da saúde. Sua aplicação neste caso deve levar em conta o 
conhecimento disponível, adequando-o às realidades locais. 
 Se quisermos delimitar conceitualmente a epidemiologia, encontraremos várias 
definições; uma delas, bem ampla e que nos dá uma boa ideia de sua abrangência e 
aplicação em saúde pública, é a seguinte: 
 
 . 
"Epidemiologia é o estudo da frequência, da distribuição e dos determinantes dos estados ou 
eventos relacionados à saúde em específicas populações e a aplicação desses estudos no 
controle dos problemas de saúde." (J. Last, 1995). 
 
 Essa definição de epidemiologia inclui uma série de termos que refletem 
alguns princípios da disciplina que merecem ser destacados (CDC, Principles, 1992): 
 
 
ATENÇÃO! 
 
 Estudo: a epidemiologia como disciplina básica da saúde pública tem 
seus fundamentos no método científico. 
 Frequência e distribuição: a epidemiologia preocupa-se com a 
frequência e o padrão dos eventos relacionados com o processo 
saúde-doença na população. A frequência inclui não só o número 
desses eventos, mas também as taxas ou riscos de doença nessa 
população. O conhecimento das taxas constitui ponto de fundamental 
 
3 
 
importância para o epidemiologista, uma vez que permite 
comparações válidas entre diferentes populações. O padrão de 
ocorrência dos eventos relacionados ao processo saúde-doença diz 
respeito à distribuição desses eventos segundo características: do 
tempo (tendência num período, variação sazonal, etc.), do lugar 
(distribuição geográfica, distribuição urbano-rural, etc.) e da pessoa 
(sexo, idade, profissão, etnia, etc.). 
 Determinantes: uma das questões centrais da epidemiologia é a 
busca da causa e dos fatores que influenciam a ocorrência dos 
eventos relacionados ao processo saúde-doença. Com esse objetivo, 
a epidemiologia descreve a frequência e distribuição desses eventos 
e compara sua ocorrência em diferentes grupos populacionais com 
distintas características demográficas, genéticas, imunológicas, 
comportamentais, de exposição ao ambiente e outros fatores, assim 
chamados fatores de risco. Em condições ideais, os achados 
epidemiológicos oferecem evidências suficientes para a 
implementação de medidas de prevenção e controle. 
 Estados ou eventos relacionados à saúde: originalmente, a 
epidemiologia preocupava-se com epidemias de doenças infecciosas. 
No entanto, sua abrangência ampliou-se e, atualmente, sua área de 
atuação estende-se a todos os agravos à saúde. 
 Específicas populações: como já foi salientado, a epidemiologia 
preocupa-se com a saúde coletiva de grupos de indivíduos que vivem 
numa comunidade ou área. 
 Aplicação: a epidemiologia, como disciplina da saúde pública, é mais 
que o estudo a respeito de um assunto, uma vez que ela oferece 
subsídios para a implementação de ações dirigidas à prevenção e ao 
controle. Portanto, ela não é somente uma ciência, mas também um 
instrumento. 
 
 
 Boa parte do desenvolvimento da epidemiologia como ciência teve por objetivo 
final a melhoria das condições de saúde da população humana, o que demonstra o 
vínculo indissociável da pesquisa epidemiológica com o aprimoramento da 
assistência integral à saúde. 
 
 
 
4 
 
 
 
 
(2016/INSTITUTO AOCP/CASAN) A disciplina que corresponde ao estudo da 
frequência, da distribuição e dos determinantes dos estados ou eventos relacionados 
à saúde em específicas populações e a aplicação desses estudos no controle dos 
problemas de saúde é: 
 
a) toxicologia 
b) biologia. 
c) epidemiologia. 
d) antropologia. 
e) bioestatística. 
 
Resposta Correta: 
c) epidemiologia. 
 
Comentário: 
Epidemiologia é o estudo da frequência, da distribuição e dos determinantes dos estados ou 
eventos relacionados à saúde em específicas populações e a aplicação desses estudos no 
controle dos problemas de saúde." (J. Last, 1995). 
 
 
 
 
(2010/IDECAN/Prefeitura de Ipatinga – MG) Uma das questões centrais da 
epidemiologia é a busca da causa e dos fatores que influenciam a ocorrência dos 
eventos relacionados ao processo saúde-doença. Com este objetivo, a epidemiologia 
descreve e compara: 
 
a) A frequência e a distribuição destes eventos, comparando sua ocorrência em diferentes 
grupos populacionais. 
b) Estados ou eventos expostos e sem características comparativas. 
c) A distribuição geográfica que se torna única num estudo comparativo. 
d) Condições ideais comparadas com medidas de controle reais. 
e) Características genéticas, comportamentais e imunológicas de controle reais. 
 
Resposta Correta: 
a) A frequência e a distribuição destes eventos, comparando sua ocorrência em 
diferentes grupos populacionais. 
 
5 
 
 
Comentário: 
 A epidemiologia preocupa-se com a frequência e o padrão dos eventos relacionados com o 
processo saúde-doença na população. A frequência inclui não só o número desses eventos, 
mas também as taxas ou riscos de doença nessa população. O padrão de ocorrência dos 
eventos relacionados ao processo saúde-doença diz respeito à distribuição desses eventos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
2. EPIDEMIOLOGIA 
 Para a Associação Internacional de Epidemiologia, criada em 1954, a 
Epidemiologia tem como objeto o ―estudo de fatores que determinam a frequência e a 
distribuição das doenças nas coletividades humanas‖ (ALMEIDA FILHO e 
ROUQUAYROL, 1992). 
 Com a ampliação de sua abrangência e complexidade, a Epidemiologia, 
segundo Almeida Filho e Rouquayrol (1992), não é fácil de ser definida. Ainda assim, 
esses autores ampliam as definições já colocadas, na medida em que a conceituam 
como a ciência que estuda o processo saúde-doença na sociedade, analisando a 
distribuição populacional e os fatores determinantes das enfermidades, danos à 
saúde e eventos associados à saúde coletiva, propondo medidas específicas de 
prevenção, controle ou erradicação de doenças e fornecendo indicadores que 
sirvam de suporte ao planejamento, administração e avaliação das ações de 
saúde. 
 A Epidemiologia se preocupa com o processo de ocorrência de doenças, 
mortes, quaisquer outros agravos ou situações de risco à saúde na comunidade, ou 
em grupos dessa comunidade, com o objetivo de propor estratégias que melhorem 
o nível de saúde das pessoas que compõem essa comunidade. 
 Um dos meios para se conhecer como se dá o processo saúde doença na 
comunidade é elaborando um diagnóstico comunitário de saúde. O diagnóstico 
comunitário, evidentemente, difere do diagnóstico clínico em termos de objetivos, 
informação necessária, plano de ação e estratégia de avaliação. 
 O termo distribuição pode ser observado em qualquer definição de 
Epidemiologia. Distribuição, nestesentido, é entendida como ―o estudo da 
variabilidade da frequência das doenças de ocorrência em massa, em função de 
variáveis ambientais e populacionais ligadas ao tempo e ao espaço‖ (ALMEIDA 
FILHO e ROUQUAYROL, 1992). 
 Dessa forma, um primeiro passo em um estudo epidemiológico é analisar o 
padrão de ocorrência de doenças segundo três vertentes: pessoas, tempo e 
 
7 
 
espaço, método este também conhecido como “epidemiologia descritiva” e que 
responde às perguntas quem? Quando? Onde? 
 
Vertentes do estudo epidemiológico 
 
 
 
 
 
EPIDEMIOLOGIA ANALÍTICA 
 
EPIDEMIOLOGIA DESCRITIVA 
 
Exame da distribuição de uma doença na 
população e observação dos conceitos básicos 
de sua distribuição em termos de tempo, lugar e 
pessoa. 
 
Provar hipótese específica acerca da relação 
de uma doença a uma causa, conduzindo 
estudos epidemiológicos que se relacionem 
à exposição de interesse com a doença. 
 
Tipos de estudo: Estudo comunitário. 
(Sinônimo de estudo transversal e descritivo). 
 
Tipos de estudo: coorte e caso controle. 
 
 
O padrão de ocorrência das doenças também pode se alterar ao longo do 
tempo, resultando na chamada estrutura epidemiológica, que nada mais é do que 
o padrão de ocorrência da doença na população, resultante da interação de fatores 
do meio ambiente, hospedeiro e do agente causador da doença. Essa estrutura 
Estudo 
Epidemiológico 
pessoas quem? 
tempo quando? 
espaço onde? 
 
8 
 
epidemiológica se apresenta de forma dinâmica, modificando-se continuamente no 
tempo e no espaço e definindo o que pode ser considerado ocorrência ―normal‖ ou 
―anormal‖ da doença em uma determinada população, em determinado tempo e 
espaço (BRASIL, 1998). 
 É importante ressaltar que a utilização do estudo epidemiológico voltado para 
essas três vertentes: pessoas, tempo e espaço, já existe há muito tempo, até meados 
do século XX o foco desses estudos era as doenças infecciosas que eram a maior 
causa de morbidade mortalidade da população. 
 A partir de meados do século XX, com a mudança do perfil epidemiológico de 
grande parte das populações, os estudos epidemiológicos passaram também a 
enfocar outros tipos de doenças, agravos e eventos, como as doenças não 
infecciosas (câncer, doenças do aparelho circulatório, doenças do aparelho 
respiratório, por exemplo), os agravos e lesões resultantes de causas externas 
(acidentes de trânsito, doenças e acidentes de trabalho, homicídios, 
envenenamentos, etc.), os desvios nutricionais (desnutrição, anemia, obesidade, 
etc.) e os fatores de risco para ocorrência de doenças ou mortes (tabagismo, 
hipercolesterolemia, baixo peso ao nascer, etc.). 
 Aliados ao desenvolvimento de pacotes computacionais, ganharam um 
espaço muito grande os métodos da chamada “epidemiologia analítica” 
(principalmente os estudos de coorte e caso-controle), na busca de explicações 
(causas) para a ocorrência dessas doenças e agravos, com desvalorização indevida, 
devido à sua importância para o diagnóstico de saúde da população, da 
―epidemiologia descritiva‖ (BARATA, 1997). 
 Têm sido destacados os quatro grandes campos de possibilidade de 
utilização da epidemiologia nos serviços de saúde (CASTELLANOS, 1994): 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
Campos de utilização da Epidemiologia 
 
 
 
 Tanto para estudos da situação de saúde, como para o estabelecimento de 
ações de vigilância epidemiológica é importante considerar a necessidade de dados 
(que vão gerar as informações) fidedignos e completos. Esses dados podem ser 
registrados de forma contínua (como no caso de óbitos, nascimentos, doenças de 
notificação obrigatória), de forma periódica (recenseamento da população e 
levantamento do índice CPO – dentes cariados, perdidos e obturados – da área de 
Odontologia – são alguns exemplos) ou podem, ainda, ser levantados de forma 
ocasional (pesquisas realizadas com fins específicos, como, por exemplo, para 
conhecer a prevalência da hipertensão arterial ou diabetes em uma comunidade, em 
determinado momento) (LAURENTI et al., 1987). 
• (Causas ou fatores de risco) para a ocorrência de 
doenças, com utilização predominante dos métodos da 
epidemiologia analítica; 
Busca de explicações 
 
•Que doenças ocorrem mais na comunidade? 
•Há grupos mais suscetíveis? 
•Há relação com 
•o nível social dessas pessoas? 
•A doença ou agravo ocorre mais 
•em determinado período do dia, ano? 
 
Estudos da situação de 
saúde 
•houve redução dos casos de doença ou agravo após 
introdução de um programa? 
•A estratégia de determinado serviço é mais eficaz do 
que a de outro? 
•A tecnologia ―A‖ fornece mais benefícios do que a 
tecnologia ―B‖? 
Avaliação de tecnologias, 
programas ou serviços 
•Que informação devemos coletar, observar? 
•Que atitudes tomar para prevenir, controlar ou erradicar 
a doença? 
Vigilância epidemiológica 
 
10 
 
3. MEDIDAS DE SAÚDE COLETIVA: FREQUÊNCIA, 
PREVALÊNCIA, INCIDÊNCIA E INDICADORES DE SAÚDE. 
 
3.1 INTRODUÇÃO 
 
 A saúde e a doença, variam na História e nas Culturas, compondo um 
processo dinâmico e de relações recíprocas entre uma e a outra, a partir de uma rede 
causal múltipla e complexa. 
Desta rede causal, como nos aponta a Constituição federal de 1988, fazem parte: 
Art. 3° - (...), a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio 
ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer, o acesso aos bens e 
serviços essenciais. 
 Estes fatores determinantes descritos na Constituição - provenientes do meio 
ambiente -, em um jogo de forças com as condições próprias do hospedeiro (raça, 
sexo, idade, etc.) e com aquelas relativas ao agente etiológico (morfologia, 
Infectividade, patogenicidade, etc.) resultam no estado de saúde e/ ou de doença dos 
indivíduos e das populações. 
 A Epidemiologia surge como o instrumental científico capaz de analisar os 
diversos componentes desta rede causal para - conhecendo a "cadeia 
epidemiológica" geradora do processo saúde/doença nas populações - "propor 
medidas específicas de prevenção, controle, ou erradicação de doenças", bem como 
contribuir para o "planejamento, administração e avaliação das ações de saúde". 
 Para alcançar estes objetivos a Epidemiologia necessita principalmente de: 
 
  Conhecer como a saúde e a doença se comportam nos 
indivíduos (a Clínica); 
 Conhecer o modo pelo qual a saúde e a doença dos indivíduos 
se relacionam com o meio social (a Medicina Social); 
 Contar estes fatores para observá-los no coletivo (a 
Estatística); conhecida a Clínica e a relação da saúde e da 
doença com o meio social, o passo seguinte é "contar",' 
'enumerar" estes fatos, "medir" a Saúde Coletiva, através 
principalmente das Estatísticas de Saúde e dos Indicadores de 
Saúde. 
 
 
11 
 
3. 2. MEDIDAS DE SAÚDE COLETIVA E INDICADORES DE SAÚDE 
 
 As estatísticas de saúde surgiram primeiramente como uma forma de registrar 
e identificar os problemas de saúde das comunidades, visando controlar as doenças 
e os doentes, controle que melhoraria a organização das cidades, a produção 
económica e o resguardo das classes sociais mais abastadas. As estatísticas 
apontavam grupos e áreas de risco, levando à exclusão social aqueles que se 
encontrassem doentes (Foucault, 1979), o que se justificava na medida que se 
entendia a saúde como ausência de doença. 
 No decorrer dos anos, as estatísticas de saúde passaram a contribuir para a 
definição de parâmetrosnuméricos sobre a saúde de uma população, permitindo a 
comparação entre realidades de saúde. As comparações numéricas possibilitaram a 
definição de políticas que melhor atendessem às dificuldades de cada comunidade, 
relacionando o aparecimento de doenças com o tempo, o lugar e as pessoas (a 
frequência e a distribuição das doenças). 
 Com a evolução do conceito de saúde e a compreensão de promoção da 
saúde, as estatísticas de saúde passaram a estar lado a lado com a discussão social 
e clínica. Tornou-se claro que os números não valeriam de nada sem a compreensão 
de que a saúde depende de condições sociais. Da mesma forma, ficou claro que os 
números não ajudariam em nada se a concepção clínica sobre o processo saúde-
doença ainda fosse reduzida a realidades pontuais, se o indivíduo fosse destacado 
de seu ambiente e tratado como uma máquina em mau funcionamento. 
Ou seja, medir saúde ganhou também um sentido abrangente, com a bioestatística 
ajudando a compreender a realidade, a clínica olhando o indivíduo numa coletividade 
e a medicina social discutindo as singularidades de cada caso num contexto de 
abrangência social. 
 Tendo em vista estes pressupostos, os indicadores de saúde se tornam 
construções estatísticas que permitem: 
 
 
 
 
12 
 
 
 Avaliar o estado de saúde das populações; 
 Propor ações destinadas a melhorá-la, mantê-la e/ou 
prevenir as doenças e suas complicações; 
 Planejar, administrar e avaliar as ações de saúde; 
 
 Em termos gerais, os indicadores são medidas-síntese que contêm 
informação relevante sobre determinados atributos e dimensões do estado de saúde, 
bem como do desempenho do sistema de saúde. 
 
 
Vistos em conjunto, devem refletir a situação sanitária de uma 
população e servir para a vigilância das condições de saúde. A 
construção de um indicador é um processo cuja complexidade pode 
variar desde a simples contagem direta de casos de determinada 
doença, até o cálculo de proporções, razões, taxas ou índices mais 
sofisticados, como a esperança de vida ao nascer. 
 
 A qualidade de um indicador depende das propriedades dos componentes 
utilizados em sua formulação (frequência de casos, tamanho da população em risco 
etc.) e da precisão dos sistemas de informação empregados (registro, coleta, 
transmissão dos dados etc.). 
 O grau de excelência de um indicador deve ser definido por sua validade 
(capacidade de medir o que se pretende) e confiabilidade (reproduzir os mesmos 
resultados quando aplicado em condições similares). Em geral, a validade de um 
indicador é determinada pelas características de sensibilidade (medir as 
alterações desse fenómeno) e especificidade (medir somente o fenómeno 
analisado). 
 Outros atributos de qualidade de um indicador são sua mensurabilidade 
(basear-se em dados disponíveis ou fáceis de conseguir), relevância (responder a 
prioridades de saúde) e custo-efetividade (os resultados justificam o investimento de 
tempo e recursos). 
 
13 
 
 É desejável que os indicadores possam ser analisados e interpretados com 
facilidade, e que sejam compreensíveis pelos usuários da informação, especialmente 
gerentes, gestores e os que atuam no controle social do sistema de saúde. 
 
Grau de Excelência – Indicador 
 
 
 
 
 
 
 Para um conjunto de indicadores, são atributos de qualidade importantes a 
integridade (dados completos) e a consistência interna (valores coerentes e não 
contraditórios). 
 A qualidade e a comparabilidade dos indicadores de saúde podem ser 
asseguradas pela aplicação sistemática de definições operacionais e de 
procedimentos padronizados de medição e cálculo. A seleção do conjunto básico de 
O grau de excelência de 
um indicador deve ser 
definido 
Pela capacidade de 
medir o que se pretende 
Confiabilidade 
Reproduzir os mesmos 
resultados quando 
aplicado em condições 
similares) 
Validade de um 
indicador 
Determinada por: 
Sensibilidade 
 
Especificidade 
 
Mensurabilidade 
 
Custo-efetividade 
 
14 
 
indicadores — e de seus níveis de desagregação - pode variar em função da 
disponibilidade de sistemas de informação, fontes de dados, recursos, prioridades e 
necessidades específicas em cada região ou país. 
 
 
 
 
(2013/INSTITUTO AOCP/IBC) Em termos gerais, os indicadores são medidas-síntese 
que contêm informação relevante sobre determinados atributos e dimensões do 
estado de saúde, bem como do desempenho do sistema de Saúde. Sobre os 
indicadores de saúde, assinale a alternativa INCORRETA. 
 
a) A qualidade de um indicador depende das propriedades dos componentes utilizados em 
sua formulação (frequência de casos, tamanho da população em risco) e da precisão dos 
sistemas de informação empregados (registro, coleta, transmissão dos dados). 
b) O grau de excelência de um indicador deve ser definido por sua validade (capacidade de 
medir o que se pretende) e confiabilidade (reproduzir os mesmos resultados quando 
aplicado em condições similares). 
c) Em geral, a validade de um indicador é determinada por sua sensibilidade (capacidade de 
detectar somente o fenômeno analisado) e especificidade (capacidade de detectar o 
fenômeno analisado). 
d) A construção de um indicador é um processo cuja complexidade pode variar desde a 
simples contagem direta de casos de determinada doença, até o cálculo de proporções, 
razões, taxas ou índices mais sofisticados, como a esperança de vida ao nascer. 
e) A disponibilidade de um conjunto básico de indicadores tende a facilitar o monitoramento 
de objetivos e metas em saúde, estimular o fortalecimento da capacidade analítica das 
equipes e promover o desenvolvimento de sistemas de informação intercomunicados. 
 
Resposta Correta: 
c) Em geral, a validade de um indicador é determinada por sua sensibilidade 
(capacidade de detectar somente o fenômeno analisado) e especificidade (capacidade 
de detectar o fenômeno analisado). 
Comentário: 
ASSERTIVA A. CORRETA. A qualidade de um indicador depende das propriedades dos 
componentes utilizados em sua formulação (frequência de casos, tamanho da população 
em risco etc.) e da precisão dos sistemas de informação empregados (registro, coleta, 
transmissão dos dados etc). 
ASSERTIVA B. CORRETA. O grau de excelência de um indicador deve ser definido por sua 
validade (capacidade de medir o que se pretende) e confiabilidade (reproduzir os mesmos 
 
15 
 
resultados quando aplicado em condições similares). 
ASSERTIVA C. INCORRETA. Em geral, a validade de um indicador é determinada pelas 
características de sensibilidade (medir as alterações desse fenómeno) e especificidade 
(medir somente o fenómeno analisado). 
ASSERTIVA D. CORRETA. A construção de um indicador é um processo cuja 
complexidade pode variar desde a simples contagem direta de casos de determinada 
doença, até o cálculo de proporções, razões, taxas ou índices mais sofisticados, como a 
esperança de vida ao nascer. 
ASSERTIVA E. CORRETA. Além de prover matéria prima essencial para a análise de 
saúde, a disponibilidade de um conjunto básico de indicadores tende a facilitar o 
monitoramento de objetivos e metas em saúde, estimular o fortalecimento da capacidade 
analítica das equipes de saúde e promover o desenvolvimento de sistemas de informação 
de saúde intercomunicados. 
 
 
 
 
 
(2016/VUNESP/MPE-SP) Um dos atributos que definem o grau de excelência dos 
indicadores de saúde é a validade que: 
 
a) reflete a capacidade do indicador para reproduzir os mesmos resultados quando aplicado 
em condiçõessimilares. 
b) é a qualidade essencial do indicador utilizada para justificar o investimento de tempo e 
recursos. 
c) é um componente exclusivo dos indicadores qualitativos. 
d) corresponde à capacidade do indicador para medir o que se pretende. 
e) é o atributo que define o uso exclusivo do indicador para a comparação temporal de 
dados. 
 
Resposta Correta: 
d) corresponde à capacidade do indicador para medir o que se pretende. 
Comentário: 
O grau de excelência de um indicador deve ser definido por sua validade (capacidade de 
medir o que se pretende) e confiabilidade (reproduzir os mesmos resultados quando 
aplicado em condições similares). 
 
 Depende também da simplicidade dos instrumentos e métodos utilizados, de 
modo a facilitar a operação regular dos sistemas de informação. Também é 
 
16 
 
necessário monitorar a qualidade dos indicadores, para manter a confiança dos 
usuários na informação produzida. O mesmo com relação à política de disseminação 
da informação, para assegurar a oportunidade e frequência da compilação dos 
dados. 
 Se forem gerados de forma regular e manejados em um sistema dinâmico, os 
indicadores de saúde constituem ferramenta fundamental para a gestão e avaliação 
da situação de saúde, em todos os níveis. 
 Um conjunto de indicadores de saúde tem como propósito produzir evidência 
sobre a situação sanitária e suas tendências, inclusive documentando as 
desigualdades em saúde. Essa evidência deve servir de base empírica para 
determinar grupos humanos com maiores necessidades de saúde, estratificar o risco 
epidemiológico e identificar áreas críticas. Constitui, assim, insumo para o 
estabelecimento de políticas e prioridades melhor ajustadas às necessidades de 
saúde da população. 
 Além de prover matéria prima essencial para a análise de saúde, a 
disponibilidade de um conjunto básico de indicadores tende a facilitar o 
monitoramento de objetivos e metas em saúde, estimular o fortalecimento da 
capacidade analítica das equipes de saúde e promover o desenvolvimento de 
sistemas de informação de saúde intercomunicados. 
 
 
 
 
(2012/ESAF/MPOG) Dada à complexidade do conceito de saúde, a tarefa de mensurá-
lo é também complexa, o que torna de suma importância a existência de indicadores 
confiáveis. Sobre os indicadores em saúde é correto afirmar: 
 
a) os indicadores de saúde constituem ferramenta fundamental para a gestão e avaliação da 
situação de saúde, em todos os níveis. 
b) são um recurso para a obtenção de informações sobre situações de saúde nas quais não 
é possível a quantificação. 
c) a confiabilidade de um indicador em saúde é decorrente de sua não vinculação ao 
problema, evento ou tema a ser observado ou medido. 
d) os indicadores de processo são aqueles nos quais os gestores buscam saber os 
benefícios reais que uma dada ação de saúde provocou na população. 
 
 
17 
 
 
Resposta Correta: 
a) os indicadores de saúde constituem ferramenta fundamental para a gestão e 
avaliação da situação de saúde, em todos os níveis. 
Comentário: 
Se forem gerados de forma regular e manejados em um sistema dinâmico, os indicadores 
de saúde constituem ferramenta fundamental para a gestão e avaliação da situação de 
saúde, em todos os níveis. 
 
3.2.1 OS INDICADORES DE SAÚDE 
 
 Parâmetros utilizados com o objetivo de avaliar, sob o ponto de vista sanitário, 
a higidez de agregados humanos, bem como fornecer subsídios aos planejamentos 
de saúde, permitindo o acompanhamento das flutuações e tendências históricas do 
padrão sanitário de diferentes coletividades consideradas à mesma época ou da 
mesma coletividade em diversos períodos de tempo. 
 
 Definição de Indicador 
 
 Instrumento de mensuração para o gerenciamento, avaliação e planejamento 
das ações em saúde, possibilitando mudanças efetivas nos processos e nos 
resultados, através do estabelecimento de metas e ações prioritárias que garantam a 
melhoria contínua e gradativa de uma situação ou agravo. 
 
 
A utilização de indicadores de saúde permite o estabelecimento de 
padrões, bem como o acompanhamento de sua evolução ao longo dos 
anos. Embora o uso de um único indicador isoladamente não possibilite 
o conhecimento da complexidade da realidade social, a associação de 
vários deles e, ainda, a comparação entre diferentes indicadores de 
distintas localidades facilita sua compreensão. 
 
 
18 
 
 Para a Organização Mundial da Saúde, esses indicadores gerais podem 
subdividir-se em três grupos: 
 
 
 
 Indicadores podem e devem ser utilizados como ferramentas para auxiliar o 
gerenciamento da qualidade. Indicadores de saúde da população associados a 
indicadores econômicos, financeiros, de produção, de recursos humanos, de 
qualidade da assistência propriamente dita, isto é, relacionados a determinadas 
doenças, auxiliam na avaliação de programas e de serviços. 
 Indicadores devem evidenciar padrões relacionados à estrutura, processo e 
resultado desejáveis de um sistema. Indicadores fornecem uma base quantitativa 
para médicos, instituições prestadoras de serviços, fontes pagadoras e planejadores, 
como o objetivo de atingir melhoria da assistência e dos processos relacionados à 
assistência. (Internacional Society for Quality in Healthcare, 1999). 
 Os indicadores avaliam estrutura, processo e resultado da assistência médica. 
Relembrando as definições de Donabedian, estrutura refere-se a planta física, 
recursos humanos e materiais disponíveis e características organizacionais da 
instituição; processos dizem respeito às atividades desenvolvidas na assistência 
médica propriamente dita; resultado significa o produto final da assistência, isto é, 
Indicadores - Subdivisão 
Aqueles que tentam traduzir a 
saúde ou sua falta em um grupo 
populacional. Exemplos: razão 
de mortalidade proporcional, 
coeficiente geral de 
mortalidade, esperança de vida 
ao nascer, coeficiente de 
mortalidade infantil, coeficiente 
de mortalidade por doenças 
transmissíveis. 
Aqueles que se referem às 
condições do meio e que têm 
influência sobre a saúde. 
Exemplo: saneamento básico. 
Aqueles que procuram medir os 
recursos materiais e humanos 
relacionados às atividades de 
saúde. Exemplos: número de 
unidades básicas de saúde, 
número de profissionais de 
saúde, número de leitos 
hospitalares e número de 
consultas em relação a 
determinada população 
(Laurenti e cols., 1987). 
 
19 
 
envolve, além da satisfação do paciente, o impacto do tratamento sobre o estado de 
saúde do paciente. 
 Para Laurenti e colaboradores, há pré-requisitos a observar quando da 
construção e seleção de indicadores: 
 
 
 
 Para cada realidade, é preciso examinar os indicadores mais apropriados para 
atender às necessidades daquele serviço. A sua escolha deve basear-se ainda na 
aprovação do grupo que deverá utilizá-los, isto é, em se tratando de um indicador 
clínico, deverá atender às expectativas dos médicos da especialidade; caso se refira 
à assistência à saúde, deverá ser escolhido e aprovado pelo grupo de sanitaristas 
envolvidos. 
 
 
P
R
É-
R
EQ
U
IS
IT
O
S 
O existência e disponibilidade de dados; 
Definições e procedimentos empregados para 
construir esses indicadores devem ser 
conhecidos, de modo a possibilitar comparação 
entre localidades ou organizações diferentes, ou 
na mesma, em períodos distintos; 
Construção fácil, interpretação simples; 
Reflexo do maior número possível de fatores que 
reconhecidamente influem no estado de saúde; 
Poderdiscriminatório, possibilitando 
comparações. 
 
20 
 
 
ATENÇÃO! 
 
Resumidamente, pode-se falar em características desejáveis de um 
indicador (Mainz): 
 
 Especificidade - associação clara a um determinado evento. 
 Validade - baseado em definições condensadas, sendo submetido a 
validação para a realidade em questão. 
 Poder discriminatório - associação clara entre o que se está 
medindo e o que se quer medir. 
 Ajuste de risco - permitindo, assim, comparações. 
 Comparabilidade. 
 Evolução ao longo do uso - possibilidade de aprimoramento do 
indicador. 
 Significância ou mesmo relevância para o que se quer medir. 
 Aceitação - por parte dos vários envolvidos em sua análise e uso. 
 Facilidade na coleta dos dados - factibilidade. 
 Adequação para realidade social, econômica e cultural. 
 Respeito à confidencialidade das informações do paciente. 
 Custo-efetividade. 
 Disponibilização para o público - desde que seja minuciosamente 
testado e validado. 
 
 
 Os indicadores que permitem a análise de situação de saúde e a avaliação de 
tendências devem ser produzidos com periodicidade definida e baseados em critérios 
constantes e padronizados (para permitir a comparação). São requisitos para a 
formulação de indicadores: 
 
 
 
 
PODER DISCRIMINATÓRIO 
SINTETICIDADE 
UNIFORMIDADE 
SIMPLICIDADE TÉCNICA 
DISPONIBILIDADE DE DADOS 
 
21 
 
 Os indicadores de saúde são medidas diretas que devem refletir o estado de 
saúde da população de um território. A OMS divide os indicadores de saúde em cinco 
grandes grupos: 
 
 
 
Grupos de Indicadores RIPSA 
 
 
 
 Em geral, a mensuração do estado de saúde de uma população se faz 
negativamente, por meio da frequência de eventos que expressam a „não-
saúde‟: morte (mortalidade) e doença (morbidade). Assim, a quantidade de 
pessoas que morrem e a quantidade de pessoas que adoecem em uma determinada 
população, durante um determinado período, são usadas como medida da saúde 
daquela população naquele período. 
INDICADORES BÁSICOS DE SAÚDE 
INDICADORES DE PROVISÃO/COBERTURA DE SERVIÇOS DE ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE 
INDICADORES DE PROVISÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE 
INDICADORES SOCIOECONÔMICOS 
INDICADORES DE POLÍTICA DE SAÚDE 
COBERTURA 
RECURSOS 
MORBIDADE E FATORES DE RISCO 
MORTALIDADE 
SOCIOECONÔMICOS 
DEMOGRÁFICOS 
 
22 
 
 O número absoluto de pessoas que morrem e adoecem, são medidas cujo 
significado está limitado ao tempo e à população considerada. A comparação de 
medidas de mortalidade ou de morbidade de diferentes populações (ou da mesma 
população em diferentes momentos) requer sua transformação em valores relativos 
(sua ponderação). Os indicadores de saúde são medidas relativas de mortalidade e 
de morbidade, estão sempre referidos a uma população específica e a um intervalo 
de tempo determinado; correspondem a quocientes (frações) que assumem dois 
formatos genéricos, os coeficientes e proporções. 
 
 
Coeficientes são quocientes em que o número absoluto de eventos 
ocorridos em uma população específica durante um período 
determinado, o numerador, é ponderado pelo total de eventos da mesma 
espécie teoricamente possíveis, o denominador. 
Proporções são quocientes que expressam a parcela dos eventos que 
possui um certo atributo ou característica específica, o numerador, em 
relação ao total de eventos da mesma natureza ocorridos na população 
e no período considerados, o denominador. 
 
3.2.1.1 COEFICIENTES MAIS UTILIZADOS NA ÁREA DA SAÚDE 
 
Indicadores demográficos 
 
 Indicadores derivados do volume, sexo e estrutura etária da população 
(População Total, Razão de Sexos, Taxa de Crescimento da população, Proporção 
de menores de cinco anos, Proporção de idosos, Índice de envelhecimento e Razão 
de Dependência): 
 
 População total 
 Razão de sexo 
 Taxa de crescimento médio anual da população 
 Proporção da população urbana 
 Proporção de menores de 5 anos de idade na população 
 
23 
 
 Proporção de idosos na população 
 Razão idoso/criança (Índice de envelhecimento) 
 Razão de dependência 
 Cobertura de informação de nascidos vivos 
 Taxa bruta de natalidade 
 Taxa padronizada de natalidade 
 Taxa específica de fecundidade 
 Taxa de fecundidade total 
 Cobertura de informação de óbitos 
 Distribuição da mortalidade por idade 
 Distribuição dos componentes da mortalidade em menores de 1 ano 
 Taxa bruta de mortalidade 
 Taxa padronizada de mortalidade 
 Esperança de vida ao nascer (Número médio de anos de vida esperados para 
um recém-nascido, mantido o padrão de mortalidade existente na população 
residente, em determinado espaço geográfico, no ano considerado) 
 Esperança de vida aos 60 anos de idade 
 
Indicadores socioeconômicos 
 
 Proporção de analfabetos (Taxa de analfabetismo) 
 Distribuição da escolaridade da população de 15 anos ou mais 
 Número médio de anos de estudo na população de 25 anos ou mais de idade 
 Produto Interno Bruto (PIB) per capita 
 Renda média domiciliar per capita 
 Índice de Gini da renda domiciliar per capita 
 Razão de renda 
 Proporção de pessoas com baixa renda Proporção de crianças em situação 
domiciliar de baixa renda 
 Proporção de população desocupada (Taxa de desocupação, Taxa de 
desemprego) 
 Proporção da população de 10 a 15 anos ocupada (Taxa de trabalho infantil) 
 
24 
 
 Proporção de idosos residentes em domicílios na condição de outro parente 
 
Indicadores de morbidade 
 
 Incidência de doenças transmissíveis 
 Sarampo 
 Difteria 
 Coqueluche 
 Tétano neonatal 
 Tétano acidental 
 Febre amarela 
 Raiva humana 
 Hepatite B 
 Hepatite 
 Cólera 
 Febre hemorrágica da dengue 
 Sífilis congênita 
 Rubéola 
 Síndrome da rubéola congênita 
 Doença meningocócica 
 Meningite 
 Leptospirose 
 Taxa de incidência de doenças transmissíveis 
 Aids 
 Tuberculose 
 Dengue 
 Leishmaniose tegumentar americana 
 Leishmaniose visceral 
 Hanseníase 
 Malária 
 Taxa de incidência de neoplasias malignas 
 
25 
 
 Taxa de incidência de acidentes e doenças do trabalho em segurados da 
Previdência Social 
 Prevalência de hanseníase 
 Proporção de casos de aids por categoria de exposição 
 Taxa de internação hospitalar (SUS) por doenças crônicas não transmissíveis 
 Taxa de internação hospitalar (SUS) por condições sensíveis à atenção 
primária 
 Taxa de internação hospitalar (SUS) por causas externas 
 Proporção de internações hospitalares (SUS) por afecções originadas no 
período perinatal 
 Prevalência de pacientes em diálise (SUS) 
 
Indicadores de fatores de risco e de proteção 
 
 Prevalência de diabete Melittus 
 Prevalência de hipertensão arterial 
 Prevalência de fumantes atuais 
 Prevalência de ex-fumantes 
 Prevalência de consumo abusivo de bebidas alcoólicas 
 Prevalência de indivíduos dirigindo veículos motorizados após consumir bebida 
alcoólica 
 Prevalência de excesso de peso em adultos 
 Prevalência de excesso de peso para idade segundo IMC em crianças 
menores de 5 anos 
 Prevalência de déficit ponderal para a idade em crianças menores de 5 anos 
de idade 
 Prevalência de déficit estatural para a idade em crianças menores de cinco 
anos de idade 
 Proporção diária per capita das calorias de frutas, verduras e legumes no total 
de calorias da dieta 
 Prevalência de aleitamentomaterno 
 Prevalência de aleitamento materno exclusivo em menores de 6 meses 
 
26 
 
 Proporção de nascidos vivos de mães adolescentes 
 Proporção de nascidos vivos de mães de 35 anos e mais 
 Proporção de nascidos vivos de baixo peso ao nascer 
 Índice CPO-D 
 Proporção de crianças de 5-6 anos de idade com índice ceo-d igual a 0 
 
Indicadores de cobertura 
 
 Número de consultas médicas (SUS) por habitante 
 Proporção da população que realizou consulta médica 
 Proporção da população que realizou consulta odontológica 
 Proporção da população que nunca realizou consulta odontológica 
 Número de procedimentos diagnósticos por consulta médica (SUS) 
 Proporção de mulheres que realizaram exame preventivo do câncer de colo do 
útero 
 O Proporção de mulheres que nunca realizaram exame preventivo do câncer 
de colo do útero 
 Proporção de mulheres que realizaram mamografia 
 Proporção de mulheres que nunca realizaram mamografia 
 Número de internações hospitalares (SUS) por habitante 
 Proporção da população que esteve internada em estabelecimento de saúde 
 Cobertura de consultas de pré-natal 
 Proporção de partos hospitalares 
 Proporção de partos cesáreos 
 Proporção de crianças vacinadas na faixa etária recomendada 
 Proporção da população feminina em uso de métodos anticonceptivos 
 Proporção da população coberta por planos de saúde - IBGE 
 Proporção da população coberta por planos privados de saúde - ANS 
 Proporção da população provida de rede de abastecimento de água 
 Proporção da população provida de esgotamento sanitário 
 Proporção da população provida de coleta de lixo 
 
 
27 
 
Indicadores de mortalidade 
 
 Taxa de mortalidade infantil 
 Taxa de mortalidade neonatal precoce 
 Taxa de mortalidade neonatal tardia 
 Taxa de mortalidade neonatal 
 Taxa de mortalidade pós-neonatal 
 Taxa de mortalidade perinatal 
 Taxa de mortalidade na infância 
 Razão de mortalidade materna 
 Mortalidade materna segundo tipo de causa 
 Mortalidade proporcional por grupos de causas 
 Proporção de óbitos por causas mal definidas 
 Proporção de óbitos por doença diarreica aguda em menores de 5 anos de 
idade 
 Proporção de óbitos por infecção respiratória aguda em menores de 5 anos de 
idade 
 Taxa de mortalidade específica por doenças do aparelho circulatório 
 Taxa de mortalidade específica por causas externas 
 Taxa de mortalidade específica por neoplasias malignas 
 Taxa de mortalidade específica por acidentes de trabalho em Segurados da 
Previdência Social 
 Taxa de mortalidade específica por Diabetes Melittus 
 Taxa de mortalidade específica por aids 
 Taxa de mortalidade específica por afecções originadas no período perinatal 
 Taxa de mortalidade específica por doenças transmissíveis 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
3.2.1.2 COEFICIENTES MAIS IMPORTANTES 
 
MORBIDADE 
 
 INCIDÊNCIA: A incidência de uma doença, em um determinado local e período, 
é o número de casos novos da doença que iniciaram no mesmo local e período. Traz 
a ideia de intensidade com que acontece uma doença numa população, mede a 
frequência ou probabilidade de ocorrência de casos novos de doença na população. 
Alta incidência significa alto risco coletivo de adoecer. 
 Coeficiente de incidência da doença: representa o risco de ocorrência (casos 
novos) de uma doença na população. 
Coeficiente de incidência = nº de casos novos de determinada doença em um dado 
local e período multiplicado por 10 e dividido pela população do mesmo local e 
período. 
 Coeficiente de prevalência da doença: representa o número de casos 
presentes (novos + antigos) em uma determinada comunidade num período de tempo 
especificado,. 
 
 OBS.: O coeficiente de prevalência é igual ao resultado do coeficiente de 
incidência multiplicado pela duração média da doença (LILIENFELD e LILIENFELD, 
1980). Fica evidente que a prevalência, além dos casos novos que acontecem 
(incidência), é afetada também pela duração da doença, a qual pode diferir entre 
comunidades, devido a causas ligadas à qualidade da assistência à saúde, acesso 
aos serviços de saúde, condições nutricionais da população, etc. Assim, quanto maior 
a duração média da doença, maior será a diferença entre a prevalência e a 
incidência. 
 A prevalência é ainda afetada por casos que imigram (entram) na 
comunidade e por casos que saem (emigram), por curas e por óbitos. 
 Dessa maneira, temos como ―entrada‖ na prevalência os casos novos 
(incidentes) e os imigrados e como ―saída‖ os casos que curam, que morrem e os que 
emigram 
 
29 
 
 A prevalência não é uma medida de risco de ocorrência da doença na 
população, mas pode ser útil para os administradores da área de saúde para o 
planejamento de recursos necessários (leitos hospitalares, medicamentos, etc.) para 
o adequado tratamento da doença. 
 Dois tipos de coeficientes de prevalência podem ser utilizados: o coeficiente de 
prevalência instantânea ou pontual ou momentânea (em um tempo especificado) e o 
coeficiente de prevalência por período ou lápsica (abrange um período maior de 
tempo, por exemplo um ano) (KERR-PONTES e ROUQUAYROL, 1999). 
 
Fatores que influenciam o aumento e a diminuição da prevalência das doenças 
 
 
Introdução de fatores que 
prolongam a vida dos 
pacientes sem curá-los. Ex.: 
introdução de terapêutica 
hipoglicemiantes 
 Aumento da incidência 
Aprimoramento das técnicas de 
diagnostico 
Correntes migratórias 
originárias de áreas que 
apresentam níveis endêmicos 
mais elevados 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução de fatores que 
diminuem a vida dos pacientes 
Taxa elevada de letalidade da 
doença 
Diminuição da incidência 
Introdução de fatores que 
permitam o aumento da 
proporção de cura de uma nova 
doença. Ex.: introdução de nova 
terapêutica que permita a cura 
do paciente 
Correntes migratórias 
originárias de áreas que 
apresentam níveis endêmicos 
mais baixos 
 
A
U
M
E
N
T
A
M
 
 
 
 
D
IM
IN
U
E
M
 
 
30 
 
 
 
 
(2015/BIO-RIO/IF-RJ) Um dos objetivos da Epidemiologia é medir a frequência com 
que problemas de saúde ocorrem na população humana. No que se refere aos 
conceitos aplicados em epidemiologia e bioestatística, muito empregados nos 
estudos de saúde do trabalhador, é correto afirmar que: 
 
a) a taxa de incidência de uma doença é a expressão da frequência com que surgem novos 
casos, por unidade de tempo, sem necessariamente haver relação com o tamanho de uma 
determinada população. 
b) sobrevida é uma estimativa da probabilidade de um indivíduo morrer com uma 
determinada doença, ao longo de um intervalo de tempo. 
c) no cálculo da prevalência de uma doença, incluem-se os casos antigos e os novos a 
partir do período da observação e os falecimentos ocorridos antes do período de início da 
observação. 
d) prevalência expressa o número de casos existente de uma doença, em uma determinada 
população em um dado momento. 
e) ao se considerar a prevalência de uma doença, leva-se em conta sua incidência e 
duração, descartando-se como fator determinante os movimentos migratórios. 
 
 
Resposta Correta: 
d) prevalência expressa o número de casos existente de uma doença, em uma 
determinada população em um dado momento. 
 
Comentário: 
Coeficiente de prevalência da doença: representa o número de casos presentes (novos + 
antigos) em uma determinada comunidade num período de tempo especificado.31 
 
 
 
 
(2015/CESPE/FUB) A epidemiologia é uma área importante e amplamente utilizada na 
saúde pública e na análise de doenças e acidentes relacionados ao trabalho. Com 
relação a esse assunto, julgue os itens a seguir. 
 
A prevalência de uma doença representa o número de casos dessa enfermidade em um 
determinado momento de uma pesquisa. 
 
A. Certo 
B. Errado 
 
Resposta Correta: 
A. Certo 
Comentário: 
Coeficiente de prevalência da doença: representa o número de casos presentes (novos + 
antigos) em uma determinada comunidade num período de tempo especificado. 
 
 
 
 
(2011-FUNCAB- Pref. Serra/ES) O número de casos existentes de uma determinada 
doença, em uma determinada população e em um dado momento, denomina-se: 
 
A) endemia. 
B) prevalência. 
C) epidemia. 
D) incidência. 
E) letalidade. 
 
Resposta Correta: 
B) prevalência. 
 
Comentário: 
Vamos conhecer alguns conceitos importantes: 
ENDEMIA - É a ocorrência de determinada doença que acomete sistematicamente 
populações em espaços característicos e determinados, no decorrer de um longo período, 
(temporalmente ilimitada), e que mantém uma de incidência relativamente constante, 
permitindo variações cíclicas e sazonais. 
EPIDEMIA – É a ocorrência em uma comunidade ou região de casos de natureza 
semelhante, claramente excessiva em relação ao esperado. O conceito operativo usado na 
epidemiologia é: uma alteração, espacial e cronologicamente delimitada, do estado de 
saúde-doença de uma população, caracterizada por uma elevação inesperada e 
descontrolada dos coeficientes de incidência de determinada doença, ultrapassando valores 
 
32 
 
do limiar epidêmico preestabelecido para aquela circunstância e doença. Devemos tomar 
cuidado com o uso do conceito de epidemia lato-sensu que seria a ocorrência de doença 
em grande número de pessoas ao mesmo tempo. 
PREVALÊNCIA: prevalecer significa ser mais, preponderar, predominar. A prevalência 
indica qualidade do que prevalece, prevalência implica em acontecer e permanecer 
existindo num momento considerado. Portanto, a prevalência é o número total de casos de 
uma doença, existentes num determinado local e período. 
INCIDÊNCIA: A incidência de uma doença, em um determinado local e período, é o número 
de casos novos da doença que iniciaram no mesmo local e período. Traz a ideia de 
intensidade com que acontece uma doença numa população, mede a frequência ou 
probabilidade de ocorrência de casos novos de doença na população. Alta incidência 
significa alto risco coletivo de adoecer. 
LETALIDADE ou fatalidade ou ainda, taxa de letalidade relaciona o número de óbitos por 
determinada causa e o número de pessoas que foram acometidas por tal doença. Esta 
relação nos dá ideia da gravidade do agravo, pois indica o percentual de pessoas que 
morreram, 
 
 
 
 
 
(2009/FCC/TRT - 3ª Região (MG) Define-se como incidência de um transtorno, em 
epidemiologia, 
 
 a) o número total de casos de um transtorno na população em determinado período. 
 b) o número de casos por área assistida. 
 c) o número de casos novos de um transtorno em determinada população. 
 d) a relação entre os óbitos provocados por um transtorno e a renda média da população. 
 e) a relação entre o número de casos novos e o número total de casos de uma doença. 
 
Resposta Correta: 
c) o número de casos novos de um transtorno em determinada população. 
Comentário: 
A incidência sempre estará relacionada ao critério de risco. E, ao se falar em risco temos 
como resultado, casos novos de determinada doença/patologia. 
 
Coeficiente de letalidade: representa a proporção de óbitos entre os casos da 
doença, sendo um indicativo da gravidade da doença ou agravo na população. Isso 
pode ser uma característica da própria doença (por exemplo, a raiva humana é uma 
doença que apresenta 100% de letalidade, pois todos os casos morrem) ou de 
 
33 
 
fatores que aumentam ou diminuem a letalidade da doença na população (condições 
socioeconômicas, estado nutricional, acesso a medicamentos, por exemplo). 
 A Letalidade representa o risco que as pessoas com a doença têm de morrer 
por essa mesma doença. 
 
COEFICIÊNTES DE MORTALIDADE 
 
 Coeficiente geral de mortalidade (CGM): representa o risco de óbito na 
comunidade. É expresso por uma razão, e pode ser calculado, como todos os demais 
coeficientes, também através de regra de três simples (se numa população de 70.000 
habitantes tenho 420 óbitos, em 1000 habitantes terei ―x‖, sendo 1000 o parâmetro 
que permitirá comparar com outros locais ou outros tempos. 
 Mortalidade proporcional por grupos de causas: distribuição percentual de 
óbitos por grupos de causas definidas, na população residente em determinado 
espaço geográfico, no ano considerado. 
 Mortalidade proporcional por causas mal definidas: percentual de óbitos 
por causas mal definidas na população residente em determinado espaço geográfico, 
no ano considerado. 
 Mortalidade proporcional por doença diarreica aguda em menores de 5 
anos de idade: Percentual dos óbitos por doença diarreica aguda em relação ao total 
de óbitos de menores de cinco anos de idade, na população residente em 
determinado espaço geográfico, no ano considerado. 
 Mortalidade proporcional por infecção respiratória aguda em menores de 
5 anos de idade: percentual dos óbitos por infecção respiratória aguda (IRA) em 
relação ao total de óbitos de menores de cinco anos de idade, na população 
residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado. 
 Taxa de mortalidade específica por doenças do aparelho circulatório 
(Coeficiente de mortalidade específica por doenças do aparelho circulatório): 
número de óbitos por doenças do aparelho circulatório, por 100 mil habitantes, na 
população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado. 
 
34 
 
 Coeficiente de mortalidade específica por causas externas: número de 
óbitos por causas externas (acidentes e violência), por 100 mil habitantes, na 
população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado. 
 Coeficiente de mortalidade específica por neoplasias malignas: número de 
óbitos por neoplasias malignas, por 100 mil habitantes, na população residente em 
determinado espaço geográfico, no ano considerado. 
 Coeficiente de mortalidade específica por acidentes do trabalho: número 
de óbitos devidos a acidentes do trabalho, por 100 mil trabalhadores segurados, em 
determinado espaço geográfico, no ano considerado. 
 Coeficiente de mortalidade específica por diabete: número de óbitos por 
diabetes melitus, por 100 mil habitantes, na população residente em determinado 
espaço geográfico, no ano considerado. 
 Coeficiente de mortalidade específica por aids): número de óbitos pela 
síndrome da imunodeficiência adquirida (aids), por 100 mil habitantes, na população 
residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado. 
 Coeficiente de mortalidade específica por afecções originadas no período 
perinatal: número de óbitos de menores de um ano de idade causados por afecções 
originadas no período perinatal, por mil nascidos vivos, na população residente em 
determinado espaço geográfico, no ano considerado. 
 Taxa de mortalidade específica por doenças transmissíveis: número de 
óbitos por doenças transmissíveis, por 100 mil habitantes, na população residente em 
determinado espaço geográfico, no ano considerado. 
 Coeficiente de mortalidade infantil (CMI): é uma estimativa do risco que ascrianças nascidas vivas têm de morrer antes de completar um ano de idade. É 
considerado um indicador sensível das condições de vida e saúde de uma 
comunidade. Pode ser calculado por regra de três. 
 Cuidado especial deve ser tomado quando se vai calcular o coeficiente de 
mortalidade infantil de uma localidade, pois tanto o seu numerador (óbitos de 
menores de 1 ano), como seu denominador (nascidos vivos) podem apresentar 
problemas de classificação. Para evitar esses problemas, o primeiro passo é verificar 
se as definições, citadas pela Organização Mundial de Saúde (1994), estão sendo 
 
35 
 
corretamente seguidas por quem preencheu a declaração de óbito da criança. Estas 
definições são as seguintes: 
 
 Nascido vivo: é a expulsão ou extração completa do corpo da mãe, 
independentemente da duração da gravidez, de um produto de concepção 
que, depois da separação, respire ou apresente qualquer outro sinal de vida, 
tal como batimentos do coração, pulsações do cordão umbilical ou movimentos 
efetivos dos músculos de contração voluntária, estando ou não cortado o 
cordão umbilical e estando ou não desprendida a placenta. 
 Óbito fetal: é a morte do produto de concepção, antes da expulsão ou da 
extração completa do corpo da mãe, independentemente da duração da 
gravidez. Indica o óbito se o feto, depois da separação, não respirar nem 
apresentar nenhum outro sinal de vida, como batimentos do coração, 
pulsações do cordão umbilical ou movimentos efetivos dos músculos de 
contração voluntária. 
 Óbito infantil: é a criança que, nascida viva, morreu em qualquer momento 
antes de completar um ano de idade. 
 
 O coeficiente de mortalidade infantil pode ainda ser dividido em: 
 
 Coeficiente de mortalidade neonatal (óbitos de 0 a 27 dias inclusive) em 
relação ao total de nascidos vivos (por 1000); 
 Coeficiente de mortalidade pós-neonatal ou infantil tardia (óbitos de 28 dias 
a 364 dias inclusive) em relação ao total de nascidos vivos (por 1000). O 
coeficiente de mortalidade neonatal pode ainda ser subdividido em 
coeficiente de mortalidade neonatal precoce (0 a 6 dias inclusive) e 
coeficiente de mortalidade neonatal tardia (7 a 27 dias). 
 Coeficiente de mortalidade perinatal: segundo a Classificação Internacional 
de Doenças em vigor (a CID-10), o período perinatal vai da 22ª semana de 
gestação até a primeira semana de vida da criança, diferenciando da definição 
anterior (da CID-9) que considerava a partir da 28ª semana de gestação. 
 
36 
 
 Coeficiente de mortalidade materna: representa o risco de óbitos por causas 
ligadas à gestação, ao parto ou ao puerpério, sendo um indicador da qualidade 
de assistência à gestação e ao parto numa comunidade. 
 Coeficiente de mortalidade por doenças transmissíveis: é uma estimativa 
do risco da população morrer por doenças infecciosas e parasitárias 
(tuberculose, tétano, diarreia infecciosa, aids, etc.). 
 
 
 
 
(FUNCAB - Pref. Vila Velha/ES-2012) A distribuição percentual dos óbitos por faixa 
etária, na população residente em um determinado espaço geográfico em um ano 
definido, diz respeito ao indicador de mortalidade: 
 
A) proporcional por idade. 
B) proporcional por grupo de causas. 
C) proporcional por causa mal definida. 
D) inespecífica por idade. 
E) por idade específica. 
 
Resposta Correta: 
A) proporcional por idade. 
 
Comentário: 
Mortalidade Proporcional por Idade- Distribuição percentual dos óbitos informados por idade 
ou faixa etária, em determinado espaço geográfico, no ano considerado. 
Mortalidade proporcional por grupos de causas- O indicador corresponde à distribuição 
percentual de óbitos por grupos de causas definidas, na população residente em 
determinado espaço geográfico, no ano considerado. 
Mortalidade proporcional por causas mal definidas: o indicador corresponde ao percentual 
de óbitos por causas mal definidas na população residente em determinado espaço 
geográfico, no ano considerado. 
 
COEFICIENTES DE NATALIDADE 
 
Os principais coeficientes que medem a natalidade (nascimentos) de uma 
população são o coeficiente de natalidade e o de fecundidade. Enquanto o 
coeficiente de natalidade está relacionado com o tamanho da população, o de 
fecundidade está relacionado com o número de mulheres em idade fértil. 
 
 
37 
 
4. Estudos Epidemiológicos 
 
 Nas últimas décadas, a epidemiologia tem aperfeiçoado de forma significativa 
seu arsenal metodológico. Tal fato deve-se, de um lado, à melhor compreensão do 
processo saúde-doença, que nos permitiu uma visão mais clara dos múltiplos fatores 
que interagem na sua determinação e, de outro, ao desenvolvimento de novas 
técnicas estatísticas aplicadas à epidemiologia e também à utilização, cada vez mais 
ampla, dos computadores pessoais e à criação de novos programas (softwares), 
tornando acessíveis a um número cada vez maior de pesquisadores a aplicação de 
análises estatísticas de dados obtidos em investigações epidemiológicas. 
 
 
 
A epidemiologia pode ser compreendida como um processo contínuo 
de acúmulo de conhecimentos com o objetivo de prover um 
acervo de evidências indiretas, cada vez mais consistentes, de 
associação entre saúde e fatores protetores ou doença e fatores 
de risco. 
 
 
 Com essa finalidade, existe um arsenal de delineamentos específicos para 
diferentes estudos epidemiológicos, que varia conforme os objetivos estabelecidos, 
que pode ser tanto a identificação de uma possível associação do tipo exposição–
efeito como a avaliação da efetividade de uma intervenção com o objetivo de prevenir 
um determinado efeito. 
 De uma maneira geral, podemos identificar três delineamentos na aplicação do 
método epidemiológico: 
 
 Epidemiologia descritiva; 
 Epidemiologia analítica; 
 Epidemiologia experimental 
 
 
38 
 
 
4. 1. EPIDEMIOLOGIA DESCRITIVA 
 
 A epidemiologia descritiva constitui a primeira etapa da aplicação do método 
epidemiológico com o objetivo de compreender o comportamento de um agravo à 
saúde numa população. Nessa fase é possível responder a questões: 
 
-Quem? 
-Quando? 
-Onde? 
 
 Em outros termos, descrever os caracteres epidemiológicos das doenças 
relativos à: 
 
 
Os caracteres epidemiológicos relativos às pessoas se referem 
especialmente ao gênero, idade, escolaridade, nível socioeconômico, etnia, 
ocupação, situação conjugal. Outros agrupamentos podem ser criados segundo 
características como usuário e não-usuário de serviços de saúde, pessoas que vivem 
em domicílios com ou sem acesso a serviços de abastecimento de água, etc. 
Qualquer variável relevante pode ser usada, observados os critérios que delimitam 
perfeitamente uma categoria da outra 
 Ao descrevermos os caracteres epidemiológicos relativos ao tempo, 
focalizamos o padrão do comportamento das doenças, em amplos períodos, pelo 
Caracteres 
epidemiológicos das 
doenças relativos à: 
Pessoa Tempo Lugar 
 
39 
 
levantamento de séries históricas com o objetivo de caracterizar tendências, 
variações regulares, como, por exemplo, as variações cíclicas e sazonais e as 
variações irregulares, que caracterizam as epidemias. 
 Por sua vez, a descrição dos caracteres epidemiológicos relativos ao lugar 
preocupa-se com aspectos da distribuição urbano-rural, diferenças do 
comportamento das doenças em distintas regiões do globo ou mesmo diferenciais 
existentes no interior de uma mesma comunidade. 
 Nos estudos descritivos, os dados são reunidos, organizados e 
apresentados naforma de gráficos, tabelas com taxas, médias e distribuição 
segundo atributos da pessoa, do tempo e do espaço, sem o objetivo de se 
estabelecer associações ou inferências causais. 
 
 
Esse tipo de estudo geralmente visa descrever populações alvo 
que apresentem certos atributos de interesse. Frequentemente, 
pela impossibilidade de se estudar o universo, adota-se como 
opção o estudo de uma amostra estimada da população alvo. 
 
 
 
Delineamentos de estudos descritivos 
 
Os delineamentos dos estudos epidemiológicos descritivos abrangem: 
 
 Estudos ecológicos ou de correlação; 
 Relatos de casos ou de série de casos; 
 Estudos seccionais ou de corte transversal. 
 
 
 
 
 
 
40 
 
 
 
 
 
 Estudos ecológicos ou de correlação 
 
 Os estudos ecológicos analisam dados globais de populações inteiras, 
comparando a frequência de doença entre diferentes grupos populacionais 
durante o mesmo período ou a mesma população em diferentes momentos. 
 Esses estudos são desenvolvidos com o objetivo de elaborar hipóteses, mas o 
teste de hipóteses com o emprego desse delineamento apresenta inúmeras 
dificuldades. Entre elas, a mais frequentemente citada é o que se denomina falácia 
ecológica, que consiste em efetuar inferência causal para um fenômeno individual, 
com fundamento em associações entre exposição e efeito verificadas em estudos 
que utilizam dados globais de uma população. 
 Um exemplo de estudo ecológico é a verificação de taxas mais baixas de 
cárie dentária em população servida por água de abastecimento com níveis mais 
elevados de concentração de flúor, permitindo a elaboração de hipótese de que o 
flúor diminuiria o risco da cárie dentária. Nesse caso, dispomos de dados relativos a 
um fator de 
exposição – a concentração de flúor na água de abastecimento – e a um efeito – a 
taxa de cárie dentária –, ambos referentes a toda a população; desconhecemos, 
porém, a frequência individual de exposição e do efeito. 
 
 
 
Delineamentos de 
estudos descritivos 
Estudos ecológicos 
ou de correlação 
Relatos de casos ou 
de série de casos 
 
Estudos seccionais ou 
de corte transversal 
 
 
41 
 
 Estudos de caso ou de série de casos 
 
 Os estudos de caso consistem em relatos detalhados de um caso ou de um 
grupo de casos elaborados por um ou mais investigadores, focalizando 
características pouco frequentes de uma doença já conhecida ou buscando descrever 
uma moléstia possivelmente desconhecida. 
 Frequentemente, esses estudos visam chamar a atenção de outros 
pesquisadores que tenham efetuado observações semelhantes, criando 
condições para formulações de hipóteses. 
 Um exemplo de estudos de série de casos é a análise rotineira de dados 
obtidos a partir de sistemas de vigilância. Muitas vezes é utilizada a descrição de uma 
série de casos para caracterizar a emergência de uma nova doença. 
 
 Estudos seccionais ou de corte transversal 
 
 Nos estudos seccionais ou de corte transversal, a situação de um indivíduo 
em relação à determinada exposição e efeito são medidos em um único ponto 
no tempo ou no decorrer de um curto intervalo de tempo. 
 Esses estudos, quando efetuados em população bem definida, permitem a 
obtenção de medidas de prevalência; por isso são também conhecidos por estudos 
de prevalência. 
 Uma das desvantagens apresentadas por esse tipo de estudo está relacionada 
ao fato de que a exposição e o efeito são mensurados em um mesmo ponto no 
tempo, o que torna difícil a identificação do momento da exposição, ou seja, se esta 
precede o aparecimento da doença ou se a presença da doença altera o grau de 
exposição a determinado fator. No entanto, para fatores que permanecem inalterados 
no tempo, como sexo, raça e grupo sanguíneo, os estudos seccionais podem 
oferecer evidência válida de uma associação estatística. 
 
 
42 
 
 
Quando o objetivo da pesquisa é a identificação de aspectos 
relativos à etiologia da doença, os estudos seccionais são 
particularmente indicados para investigar fatores de risco de 
doenças de início lento e de evolução longa, nos quais o diagnóstico 
geralmente é feito num estágio mais avançado da doença. 
 
 Entre as vantagens dos estudos de corte transversal, temos: 
 
• São frequentemente desenvolvidos com base em amostras representativas da 
população e não abrangem apenas pacientes que buscam atendimento em serviços 
de assistência médica, permitindo inferências causais mais fortes. 
• Seu custo é geralmente mais baixo se comparado a outros tipos de estudo, em 
virtude de seu desenvolvimento em curto espaço de tempo. 
 
 Quanto às limitações dos estudos seccionais, temos: 
 
• A dificuldade, já citada, de separarmos a causa do efeito. 
• A maior dificuldade de identificação de doenças de curta duração se comparadas 
àquelas de longa duração. 
 
 
Os instrumentos de medida de exposição nos estudos seccionais 
podem ser entre outros, registros, preenchimento de 
questionários, exames físico e clínico, testes de laboratório. 
 
 
43 
 
 
 
 
(2015/CESPE/FUB) Acerca dos princípios de epidemiologia, julgue o item 
subsecutivo. 
 
Em um estudo epidemiológico transversal, o número de casos de uma doença 
existente em determinada população indica a medida de incidência dessa doença. 
 
A- Certo 
B- Errado 
 
Resposta Correta: 
B- Errado 
 
Comentário: Nos estudos seccionais ou de corte transversal, a situação de um indivíduo 
em relação a determinada exposição e efeito são medidos em um único ponto no tempo ou 
no decorrer de um curto intervalo de tempo. Esses estudos, quando efetuados em 
população bem definida, permitem a obtenção de medidas de prevalência; por isso são 
também conhecidos por estudos de prevalência. 
 
 
 
 
 
(2014/CESPE/FUB) Julgue o item subsecutivo, relativo a conhecimentos básicos de 
bioestatística e epidemiologia. 
 
Estudos transversais são aqueles nos quais cada indivíduo é observado em mais de 
uma ocasião ao longo do tempo. 
 
A - Certo 
B - Errado 
 
Resposta Correta: 
Errado 
 
Comentário: Nos estudos seccionais ou de corte transversal, a situação de um indivíduo 
em relação a determinada exposição e efeito são medidos em um único ponto no tempo ou 
no decorrer de um curto intervalo de tempo. 
 
 
 
 
 
44 
 
4. 2. EPIDEMIOLOGIA ANALÍTICA 
 
 Os estudos analíticos constituem alternativas do método epidemiológico para 
testar hipóteses elaboradas geralmente durante estudos descritivos. Temos 
fundamentalmente dois tipos de estudos analíticos: 
 
 • coortes; 
• caso-controle 
 
 
 
 Em síntese, esses delineamentos têm por objetivo verificar se o risco de 
desenvolver um evento adverso à saúde é maior entre os expostos do que entre os 
não-expostos ao fator supostamente associado ao desenvolvimento do agravo em 
estudo. 
 Os estudos analíticos visam, na maioria das vezes, estabelecer inferências a 
respeito de associações entre duas ou mais variáveis, especialmente associações 
de exposição e efeito, portanto associações causais. 
 Esses estudos são também denominados estudos observacionais, uma vez 
que o pesquisador não intervém – apenas analisa com fundamento no método 
epidemiológico um experimento natural. 
 As características básicas dos dois tipos de estudos observacionais são os 
seguintes: 
 
Tipos de estudos 
analíticos 
 Coortes Caso-controle 
 
45•. Os estudos de coortes: analisam as associações de exposição e efeito por 
meio da comparação da ocorrência de doenças entre expostos e não - expostos ao 
fator de risco. 
 •. Nos estudos tipo caso-controle, as exposições passadas são comparadas 
entre pessoas atingidas e não atingidas pela doença objeto do estudo. 
 
 
(2012/ESPP/PARÁ). É um tipo de estudo no qual se acompanha um grupo de 
trabalhadores, em um período de tempo, realizando anotações e análise do que ocorre 
com os indivíduos desse grupo e com o grupo como um todo. Trata-se de: 
 
 a) Estudo de coorte 
 b) Estudo transversal. 
 c) Estudo de casos e controles. 
 d) Estudo de epidemiologia descritiva. 
 e) Estudo de correlação. 
 
Resposta Correta: 
a) Estudo de coorte 
 
Comentário: São estudos observacionais onde os indivíduos são classificados (ou selecionados) 
segundo o status de exposição, sendo seguidos para avaliar a incidência de doença. 
 
 
Definição dos grupos expostos e não-expostos 
 
 Tendo em vista que o objetivo dos estudos observacionais é a quantificação das 
associações de exposição e efeito, torna-se indispensável definir de forma bem 
precisa o que se entende por exposição (provável fator de risco) e por efeito 
(doença). 
 A definição de exposição deve ser elaborada levando em conta a dose ou 
duração da exposição ao fator de risco ou diferentes maneiras de associação dessas 
duas variáveis. Pode também ser entendida por características do hospedeiro, como, 
por exemplo, sexo, idade, tipo sanguíneo, etc. 
 Por sua vez, a definição do efeito, ou seja, a definição de caso, é igualmente 
indispensável e pode ser entendida como um conjunto de critérios padronizados que 
 
46 
 
nos permitem estabelecer quem apresenta as condições de interesse para a 
investigação. A definição de caso inclui critérios clínicos, laboratoriais e 
epidemiológicos, podendo delimitar também características epidemiológicas relativas 
ao tempo, espaço e pessoa. 
 
 
4.3. EPIDEMIOLOGIA EXPERIMENTAL 
 
 A epidemiologia experimental abrange os chamados estudos de 
intervenção, que apresentam como característica principal o fato de o 
pesquisador controlar as condições do experimento. 
 O estudo de intervenção é um estudo prospectivo que objetiva avaliar a 
eficácia de um instrumento de intervenção e, para tanto, seleciona dois grupos: um 
deles é submetido à intervenção objeto do estudo e o outro, não; em seguida, 
compara-se a ocorrência do evento de interesse nos dois grupos. 
 Nesse delineamento, os grupos devem ser homogêneos sob aspectos como 
sexo, idade, nível socioeconômico. 
 
 
Se a escolha do fator que se supõe protetor não apresentar 
vieses e se o grupo de indivíduos estudados for suficientemente 
grande para permitir a identificação de diferenças na ocorrência 
da doença no grupo exposto e não exposto, teremos uma relação 
de causa–efeito consistente. 
 
 Aceita-se que os estudos de intervenção sejam, geralmente, 
considerados como aqueles que permitem evidências mais confiáveis em 
estudos epidemiológicos. Essa característica deve-se ao fato de os participantes 
serem selecionados aleatoriamente para serem expostos a determinado fator 
considerado protetor. 
 
47 
 
 Essa técnica de seleção controlaria inclusive fatores não conhecidos que 
podem afetar o risco de apresentarem a doença, controle que não é possível ser 
aplicado nos estudos observacionais. 
 Essa característica dos estudos de intervenção é mais importante quando 
estudamos efeitos de pequena e média intensidade. Esse delineamento, 
evidentemente, deve pressupor uma análise prévia dos aspectos éticos envolvidos no 
projeto de pesquisa, devendo ser aplicado somente quando exista para o fator em 
estudo forte evidência de um efeito protetor. 
 
 
 
 
(2014/CESPE/TJ-SE) No que se refere aos conceitos básicos relacionados à 
epidemiologia em medicina do trabalho, julgue os itens subsecutivos. 
 
O estudo de Coorte deve ser, necessariamente, realizado de forma prospectiva. 
 
A – Certo 
B- Errado 
 
Resposta Correta: 
A - Certo 
 
Comentário: Nos estudos seccionais ou de corte transversal são prospectivos. 
 
 
 
 
 
(2010/FGV/FIOCRUZ) Os estudos observacionais comparativos são métodos 
clássicos na epidemiologia e representam um componente-chave na avaliação de 
uma suspeita de reação adversa. O estudo de uma população sob o risco de uma 
doença ou de uma reação adversa acompanhada ao longo do tempo, buscando 
identificar a doença ou a reação é chamado de: 
 
 a) estudo de coorte. 
 b) estudo transversal. 
 c) investigação clínica-alvo. 
 d) estudo descritivo. 
 e) estudo caso-controle. 
 
 
 
48 
 
Resposta Correta: 
a) estudo de coorte. 
Comentário: Nos estudos seccionais ou de corte transversal são retrospectivos e o ponto 
de partida para o futuro é a exposição ao fator em estudo. 
 
 
 
 
 
(2015/CESPE/FUB) A epidemiologia é uma área importante e amplamente utilizada na 
saúde pública e na análise de doenças e acidentes relacionados ao trabalho. Com 
relação a esse assunto, julgue os itens a seguir. 
 
O foco de um estudo epidemiológico é o indivíduo. 
A - Certo 
B- Errado 
 
Resposta Correta: 
B – Errado 
 
Comentário: 
A epidemiologia e os estudos epidemiológicos estão associados à grupos populacionais. 
 
UM BREVE RESUMO 
 
 
Tipo de estudo 
 
Retrospectivo 
 
Prospectivo 
 
Transversal 
 
Nome 
alternativo 
 
Caso-controle 
 
Coorte (exposto e não 
expostos) 
 
Estudos de 
prevalência 
 
 
 
Características 
 
 Estuda no 
tempo para 
trás; 
 Investiga-se no 
tempo para 
 
 Estuda no tempo 
para frente; 
 O ponto de partida 
para o futuro é a 
exposição ao fator 
 
 Estuda a 
situação de 
exposição e 
efeito de uma 
população em 
 
49 
 
 
 
 
 
 
trás a presença 
ou ausência de 
fator suspeito; 
 Frequentement
e utilizados. 
em estudo. 
 
um ÚNICO 
momento. 
 
 
 
 
Vantagens 
 Simples; 
 Fáceis; 
 Baratos; 
 Geram novas 
hipóteses 
 
 Informam a 
incidência; 
 Permitem calcular 
o risco relativo; 
 Os indivíduos são 
observados com 
critérios 
diagnósticos 
uniformes; 
 
 Simples; 
 Rápidos; 
 Econômicos; 
 
 
 
 
 
 
Desvantagens 
 Determinação 
do risco 
relativo é só 
aproximada; 
 Não se pode 
determinar a 
incidência; 
 Baseia-se na 
memória do 
caso e do 
controle. 
 Resultado a longo 
prazo; 
 Alto custo 
 Desenvolvimento 
complexo. 
 Não 
quantificam o 
risco de 
desenvolver 
uma doença; 
 
 
50 
 
QUESTÕES 
 
1. (2016/INSTITUTO AOCP/CASAN) A disciplina que corresponde ao estudo da frequência, da 
distribuição e dos determinantes dos estados ou eventos relacionados à saúde em específicas 
populações e a aplicação desses estudos no controle dos problemas de saúde é: 
 
a) toxicologia 
b) biologia. 
c) epidemiologia. 
d) antropologia. 
e) bioestatística. 
 
2. (2010/IDECAN/Prefeitura de Ipatinga – MG) Uma das questões centrais da epidemiologia é a 
busca da causa e dos fatores que influenciam a ocorrência dos eventos relacionados ao 
processo saúde-doença. Com este objetivo, a epidemiologia descreve e compara: 
 
a) A frequência e a distribuição destes eventos, comparando sua ocorrência em diferentes

Outros materiais