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Empresarial II Direito Societario Aula 10

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Direito Empresarial II – Direito Societário: AULA 10
Espécies de sociedades (...)
SOCIEDADES POR AÇÕES (ANÔNIMAS OU COMPANHIAS)
Conceito
“Sociedade empresária com capital social dividido em ações, espécie de valor mobiliário no qual os sócios, chamados acionistas, respondem pelas obrigações sociais até o limite do preço de emissão das ações que possuem” (Fábio Ulhoa Coelho, 2016, v. 2, p. 87 apud ROCHA 89)
Sociedade de Capital: interessa o capital aportado e não a pessoa que o trouxe. Dada sua natureza, suas ações são livremente circuláveis, não havendo proibição, como regra, salvo se o estatuto dispuser (art. 36, da Lei nº 6.404, de 1976).
Modalidades (ou Espécies)
Abertas, pois o capital social, portanto, é captado junto ao público em geral, na medida em que são habilitadas a negociar seus valores mobiliários no mercado de capitais, pela Bolsa de Valores ou Mercado de Balcão.
Portanto, aberta é a companhia que tiver valores mobiliários (ex.: ações) negociados no mercado de valores mobiliários, desde que registrada na Comissão de Valores Mobiliários – CVM (art. 4º, § 1º).
Fechadas, pois são formadas por capital obtido pela reunião de sócios, não sendo suas ações ofertadas ao público. Não negociam suas ações nos mercados de capitais.
Seus interesses são regulados no âmbito interno de sua organização e seu funcionamento é menos complexo em relação às abertas. 
São dispensadas várias exigências reservadas às sociedades anônimas abertas, porque o mercado acionário para captação de investidores exige mais segurança.
Constituição
Providências preliminares
A constituição da companhia, em qualquer de suas modalidades, depende do cumprimento dos seguintes requisitos (art. 80):
• subscrição, pelo menos por duas pessoas, de todas as ações em que se divide o capital social fixado no estatuto;
• realização, como entrada, de 10%, no mínimo, do preço de emissão das ações subscritas em dinheiro, mas que a lei pode exigir realização inicial maior do capital social (ex.: bancos, superior a 50%);
• depósito, no Banco do Brasil S/A, ou em outro estabelecimento bancário autorizado pela CVM, da parte do capital realizado em dinheiro.
Subscrição (constituição propriamente dita)
Subscrição pública: o procedimento depende do prévio registro da emissão na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), e somente poderá ser efetuada com a intermediação de instituição financeira (art. 83).
Subscrição particular: a subscrição particular, por não ser feita mediante apelo ao público, é simplificada e dispensa exigências feitas no caso de subscrição pública, como, por exemplo, pedido de emissão e registro na CVM. Tampouco é necessária instituição financeira intermediária para a negociação das ações.
Providências complementares
Comuns à constituição por subscrição pública e particular: arquivamento e a publicação de seus atos constitutivos (art. 94); e a publicação, bem como a certidão do arquivamento, nos trinta dias subsequentes, em órgão oficial do local da sede.
O estatuto social é a “lei orgânica” que rege a sociedade anônima e definirá o seu objeto de modo preciso e completo (art. 2º, § 2º), bem como fixará o valor do capital social (art. 5º c/c o art. 11), a forma de alteração do capital social (art. 6º), dentre outros elementos comuns a outros contratos de constituição societária. (ROCHA, Marcelo da. 91)
Valores mobiliários
“São títulos de investimento que a sociedade anônima emite para obtenção dos recursos de que necessita” (COELHO, 2008, p. 191).
A sociedade anônima pode emitir todos os títulos de investimento previstos na lei (Lei 6.385/1976 – LCVM, art. 2º): ações, partes beneficiárias, debêntures, bônus de subscrição, bem como commercial papers dentre outros.
Ações
São valores mobiliários que correspondem a parcelas do capital social da S/A, conferindo ao seu titular a categoria de “acionista”.
São de três tipos, ou espécies (art. 15, LSA):
• Ordinárias – conferem não só direito a voto (art. 16), como também garante os direitos sociais comuns do art. 109.
• Preferenciais – conferem privilégios e vantagens, como a distribuição de lucro (art. 17), além dos direitos do art. 109, muito embora possa o estatuto deixar de conferir alguns direitos reconhecidos às ações ordinárias, como direito ao voto (art. 111).
• Fruição (ou de gozo) – resultam da amortização (operação que objetiva recompensar a demora na restituição do capital aos acionistas) integral das ações ordinárias e preferenciais. Servem para substituí-las, como um adiantamento na distribuição de lucros (art. 44, §§ 2º e 5º).
Debêntures são títulos representativos de direito de crédito emitidos pela companhia com o intuito de captar recursos de pessoas que queiram investir sem que se tornem necessariamente acionistas. 
Bônus de subscrição conferem aos seus titulares o direito de subscreverem ações da companhia emissora, quando houver aumento do capital social. Não asseguram aos seus titulares direito de crédito, mas apenas direito de se tornarem acionistas da companhia em futuro aumento de capital (art. 75 da LSA), mediante o pagamento do preço de emissão das ações.
Partes beneficiárias são títulos negociáveis, sem valor nominal, e estranhos ao capital social, que conferem aos seus titulares direito de crédito eventual contra a companhia, consistente na participação nos lucros anuais (art. 46 da LSA).
Commercial papers (ou Notas Promissórias) “são promessas de pagamento vencíveis no prazo de 30 a 360, emitidas com exclusividade pelas sociedades por ações” (Ricardo Negrão, 2010, v. 1, p. 478).
Têm a mesma função das debêntures. Difere tão somente das debêntures quanto ao prazo de vencimento. Pois nelas o prazo é sempre longo e nestes, por se destinar à captação de dinheiro rápido, tem vencimento máximo de 360 dias (Instrução CVM nº 566).
Órgãos societários
Assembleia geral
É órgão colegiado que tem poderes para decidir todos os negócios relativos ao objeto da companhia tomando resoluções que julgar convenientes. É um órgão presentativo da vontade dos acionistas, cujas decisões vinculam todos os sócios, desde que observados os procedimentos legais de convocação e votação. (VENOSA, 191)
Administração
Nas companhias abertas a administração obrigatoriamente está a cargo de um conselho de administração e de uma diretoria, sendo lícito ao estatuto, nos demais casos, optar por atribuir a administração apenas a uma diretoria, definindo livremente sua composição e modo de atuação e funcionamento, desde que respeitadas as balizas definidas pelo legislador, como a vedação de que sejam outorgados a outro órgão, criado por lei ou pelo estatuto, as atribuições e os poderes conferidos por lei aos órgãos de administração. (MAMEDE 156)
Conselho de administração
O conselho de administração é órgão de deliberação colegiada, sendo composto por pessoas naturais (físicas), em número mínimo de três, eleitas pela assembleia geral, podendo ser por ela destituídos a qualquer tempo. (MAMEDE 157)
Diretoria
A Diretoria é o órgão de representação e gestão da companhia, sendo composta de pelo menos dois diretores, eleitos e destituíveis a qualquer tempo pelo Conselho de Administração ou, se inexistente, pela Assembleia Geral. (Salvo 192)
Conselho fiscal
É o órgão de controle das atividades da companhia composto de no mínimo três e no máximo cinco membros e suplentes em igual número, acionistas ou não, eleitos pela Assembleia Geral.

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