Relatório de estágio Ensino Fundamental

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UNIVERSIDADE ESTACIO DE SÁ
Prática de Ensino e Estágio Supervisionado em Docência dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental
 DÉBORA BATISTA CHAGAS DA SILVA
MACUCO
2017
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Prática de Ensino e Estágio Supervisionado em Docência dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental
Relatório exigido como parte dos requisitos para conclusão da disciplina de Prática de Estágio Supervisionado em Docência dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, sob a orientação da Professora Joana Darc Venancio.
 
 Curso: Pedagogia
MACUCO
2017
 SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.............................................................................................................,,,,,,,,,,,,,.......04 CAPÍTULO I - CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA E DO COTIDIANO...,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,….05
CAPÍTULO II - DESENVOLVIMENTO E ANÁLISE DAS ATIVIDADES OBSERVADAS E REALIZADAS.................................................................................................................................07
2.1 – CARACTERIZAÇÃO DA TURMA E DAS ATIVIDADES OBSERVADAS.......................07
2.2 – ATIVIDADES REALIZADAS PELO ESTAGIÁRIO............................................................09
CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................................................10
REFERÊNCIAS...............................................................................................................................11
ANEXOS..........................................................................................................................................12
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INTRODUÇÃO
O presente relatório tem como objetivo a descrição de uma experiência de estágio supervisionado, que foi realizado na Escola Municipal Professor David Coelho dos Santos, com o intuito de complementar a carga horária da disciplina Prática de Ensino e Estágio Supervisionado em Docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental e proporcionar confronto entre teoria e prática. 
No capítulo um serão mencionadas as características da escola (breve histórico da unidade escolar e suas características físicas) e sua rotina cotidiana.
O capítulo segundo aborda as características da turma em observação no momento da realização do estágio e análises das atividades que foram realizadas e observadas e como se deu o desenvolvimento destas.
Após o segundo capítulo encontram-se as considerações finais, que relatam as conclusões do trabalho.
Em seguida, serão descritas as referências das quais ajudaram a fundamentar os argumentos expostos neste relatório.
Por fim, os anexos, onde se encontra as atividades desenvolvidas e realizadas em sala.
A expectativa ao iniciar o estágio, no âmbito geral, foi de adquirir competência e habilidades para atuar como professora de educação infantil; no âmbito específico, foi de garantir a compreensão teórica a partir da prática, familiarizar-se com o futuro ambiente de trabalho e aperfeiçoar os conteúdos já inerentes na estrutura intelectual.
 
CAPÍTULO I - CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA E DO COTIDIANO
A Escola Municipal David Coelho dos Santos, fundada em 24 de abril de 1984, situa-se na Rua Sebastião Ireno Temperini, s/n°, Bairro: Barreira, na cidade de Macuco, Estado do Rio de Janeiro e atende a alunos de vários bairros da cidade.
A escola contém cerca de quatrocentos alunos matriculados e 125 funcionários, sendo eles professores, serventes, funcionários de limpeza, porteiro e equipe pedagógica.
A Unidade escolar possui luz elétrica, água encanada, sistema de coleta de lixo e esgoto. O lixo é separado regularmente, e designado às lixeiras específicas para que possa ser reciclado.
A unidade escolar possui dois andares. No andar inferior está o refeitório; a sala de direção; banheiros masculino, feminino e um a parte, que é adaptado para portadores de necessidades especiais; e cinco salas de aula. No andar superior existe a biblioteca da escola, cinco salas de aula, a sala de informática, banheiros masculino, feminino e para funcionários, brinquedoteca e sala dos professores. Neste andar, as cinco salas são para as turmas de educação infantil e do primeiro ano do ensino fundamental. Nesse espaço pode-se observar que o mobiliário é adequado para as crianças menores. Nos banheiros destinados aos alunos, por exemplo, as toalhas ficam ao alcance dos alunos e as pias são mais baixas; os bebedouros deste espaço são baixos; nas salas de educação infantil as cadeiras são pequenas e as mesas estão ao alcance das crianças.
Na área externa fica a quadra da escola, que ainda não está coberta, mas existe interesse e já se está trabalhando para que a cobertura da quadra seja construída ainda neste ano.
Há três turnos nesta escola: matutino, vespertino e noturno, sendo que o noturno é destinado a Educação de Jovens e Adultos (EJA). As turmas encontram-se organizadas em Educação infantil, Ensino fundamental I e Educação de Jovens e Adultos (EJA).
A escola ainda conta com, além dos funcionários habituais de uma unidade escolar, uma nutricionista e uma orientadora pedagógica.
O Projeto Político Pedagógico (PPP)
O Projeto Político Pedagógico menciona como objetivo geral oferecer condições ao aluno de uma aprendizagem ligada às necessidades sócio -históricas e culturais, conduzindo-o à visão mais crítica para que possam exercer a cidadania dentro da escola e fora dela; engloba tanto os funcionários da escola quanto os pais e a comunidade; reuniões onde são discutidos os avanços e retrocessos nos objetivos. Mas na prática, segundo a própria diretora da escola ainda existe desinteresse dos pais e responsáveis em acompanhar o PPP e a própria vida escolar dos seus filhos, mas os professores juntamente com toda a equipe da escola trabalham para que o interesse seja estabelecido. As formas de estimular o interesse dos pais pelos seus alunos são as reuniões escolares, as chamadas individuais dos pais de alguns alunos em dificuldade ou dos responsáveis que demonstram indiferença e desinteresse. 
A Avaliação
A avaliação das turmas do ensino fundamental I é realizada através de provas com questões objetivas e discursivas, além da observação dos alunos nas atividades em andamento e anotação em um caderno onde estão fichas com os nomes dos alunos. Nessa ficha anota-se o progresso dos alunos, se alcançaram o objetivo por completo ou se precisam de mais atenção em determinada área.
CAPÍTULO II - DESENVOLVIMENTO E ANÁLISE DAS ATIVIDADES OBSERVADAS E REALIZADAS
2.1 – CARACTERIZAÇÃO DA TURMA E DAS ATIVIDADES OBSERVADAS
O estágio aconteceu numa turma do quarto ano do Ensino Fundamental I, que possui vinte e seis crianças com idades entre nove e onze anos. Todos os alunos são moradores da cidade onde encontra-se a Unidade escolar e o perfil socioeconômico é de classe média.
As crianças observadas são bem agitadas, e em algumas atividades, ficam dispersos e aparentam uma certa falta de interesse, mas em outras, a professora consegue chamar a atenção deles para o conteúdo.
Para o Escritor e Educador Paulo Freire, o professor deve levar em consideração o conhecimento de mundo do educando para que possa ser relacionado ao que é ensinado em sala de aula, para assim fazer sentido para o aluno. Uma situação que representa essa ação que o professor deve ter e que foi observada durante a realização do estágio foi: Numa aula de Ciências, o tema reciclagem foi abordado. 
Após a leitura de um pequeno texto sobre o assunto, a professora perguntou aos alunos se eles já haviam visto as lixeiras coloridas de separação do lixo. Todos estavam quietos, mas aparentemente curiosos, olhando uns para os outros na intenção de perceber qual colega já havia visto as lixeiras.
Uma aluna disse que, no próprio pátio daescola, já teria visto essas lixeiras coloridas, mas não sabia a real função delas. Abriu-se então a discussão sobre a função destas lixeiras, por quê cada uma recebe uma cor, a importância da separação do lixo...
Pode-se observar aqui que, ao fazer perguntas para os alunos, a professora os fez pensar e relembrar do seu conhecimento de mundo, do seu cotidiano; os fez “pesquisar” em suas mentes, alguns possíveis locais de onde poderiam ter encontrado essas lixeiras.
Diante disso, podemos constatar que esta professora seguiu mais uma vez a linha de raciocínio de Freire. Para ele, o educador não pode limitar-se apenas ao ensinar os conteúdos, (neste caso, ensinar apenas o que é a reciclagem e como ela se dá, de forma mecânica e tomando o que é dito como a única verdade sobre o tema), mas deve ensinar os educandos a pensar, porque “pensar é não estarmos demasiado certos de nossas certezas.” (FREIRE, 1996, p. 28). Quando se pensa é possível nos colocarmos como sujeitos históricos, de maneira que podemos nos conhecer e conhecer o mundo ao redor, ou seja, podemos aprender a partir dos conhecimentos que já estão em mente e daqueles que serão inculcados depois.
As crianças recebem atividades de memorização e cópia, mas também existem momentos de atividades englobando o cotidiano delas.
Primeiro Exemplo (atividades de cunho tradicional): Nas aulas de matemática, a tabuada é constantemente cobrada. Em alguns momentos, a professora pediu para que os alunos escrevessem a tabuada de dois a nove numa folha e lessem silenciosamente por alguns minutos, garantindo a memorização. Outras vezes, uma por uma, as criança caminhavam até a mesa da professora para recitar a tabuada, que está decorada e fixada em sua mente.
Nesta atividade, pôde-se notar o modelo tradicional de ensino, onde há atividades de cópia e memorização, não levando em conta se o aluno sabe o motivo de estar aprendendo aquilo tudo. O sujeito que aprende precisa perceber a relevância do conhecimento, caso contrário, aquilo não fará sentido algum para ele, fazendo com que o conhecimento, que poderia até ser relevante, seja assimilado só naquele momento, ou seja, o aluno pensa “devo fazer porque a professora mandou” ou “por causa da prova”, e logo esquecerá.
Segundo Exemplo (atividades de cunho progressista): Numa aula de Artes, a professora levou o filme “Zarafa” para as crianças assistirem. Esse filme conta uma história de amizade entre um garoto de dez anos e uma girafa órfã. 
Na semana seguinte aconteceu o teste globalizado. Ele consiste em um teste, com questões objetivas e discursivas, abordando todas as matérias, tendo sempre o cuidado para manter o assunto geral em todas as questões. 
Na parte de português do teste, um texto informativo sobre as girafas foi utilizado. Discorrendo os parágrafos do texto, o assunto era o seguinte: A girafa, nativa da África era considerada um dos maiores animais. Sua gestação era de quatrocentos e cinquenta dias, além de outras curiosidades sobre esse mamífero herbívoro. Esse texto foi abordado tanto nas questões de português quanto nos problemas de matemática. Um exemplo de problema: Uma girafa teve quatro filhotes. Isso quer dizer que ela teve girafinhas quatro vezes. Sabendo que uma gestação dura quatrocentos e cinquenta dias, quantos dias no total essa girafa adulta permaneceu em gestação? 
Nesta atividade é notória a presença da interdisciplinaridade entre os conteúdos, O uso da interdisciplinaridade como meio de desenvolver uma junção dos conteúdos de uma disciplina com outras campos de conhecimento é uma das propostas contida nos PCN`s, que  colabora para o aprendizado do educando.
 Esta atividade também considerou o conhecimento de mundo dos alunos, pois na semana anterior, os educandos assitiram à um filme que estava relacionado ao animal. Isso fez com que eles estabelecessem relação dos conteúdos da prova com o momento de lazer que obtiveram assistindo ao longa-metragem, tornando a atividade significativa
2.2 – ATIVIDADES REALIZADAS PELO ESTAGIÁRIO
O tema do projeto proposto e realizado em sala de aula foi “Caça ao tesouro”.
Foram distribuídas folhas com as instruções de onde estava o tesouro. Nessas instruções estavam escritas as quantidades de passos e a direção em que deveriam seguir. EX: cinco passos ao norte. 
Foi pedido aos educandos que elaborassem um mapa em uma folha em branco, de acordo com uma escala específica: cada centímetro da linha traçada no mapa equivale a cinco passos. Alguns tiveram um pouco de dificuldade na confecção dos mapas, no manuseio da régua e também na identificação de esquerda e direita, onde era leste, onde era oeste. Mas o fato de a confecção do mapa ser feita coletivamente, os alunos tiveram chance de consertar as partes em desacordo e entender melhor o motivo do erro. Quando terminaram, deu-se início à caça ao tesouro.
Os alunos levaram consigo a folha de instruções e o mapa feito anteriormente. O ponto de saída era a porta da sala de aula. Cada criança teve a oportunidade de ler uma instrução e todos andavam juntos, contando os passos em voz alta.
Eles estavam muito empolgados, já que não sabiam do que se tratava o tesouro. Isso mostra a curiosidade natural da criança e o entusiasmo pelo novo.
Ao final da atividade, o tesouro (uma sacola de doces) foi distribuído à todos.
As crianças conseguiram assimilar bem o que foi explicado pelo fato do lúdico estar presente, deixando a aula mais prazerosa e repleta de sentido. 
CAPITULO III- CONSIDERAÇÕES FINAIS
As atividades propostas no estágio foram realizadas e o objetivo da realização do estágio foi cumprido.
Ao iniciar o estágio, a ansiedade e a insegurança foram as primeiras a aparecer. Mas com o auxílio da professora que ficou responsável pelo estágio, da diretora e das aulas estudadas na disciplina de estágio, esses sentimentos logo desapareceram, e deram lugar ao sentimento de alegria e prazer ao poder ter contato com o que se almeja alcançar em breve: a profissão de educadora. 
No âmbito profissional, a prática do estágio pôde contribuir para a familiarização com o futuro ambiente de trabalho, entender o funcionamento de turmas dos anos iniciais do ensino fundamental, como é a rotina de uma escola que atende a esse segmento de ensino, conhecer a realidade de trabalho dos professores e como lidam com dificuldades (no quesito falta de material, como agir em caso a aula não saia como no planejamento, etc) no ambiente escolar, e levar tudo o que foi observado para atuação na profissão, futuramente.
No âmbito pessoal, foi aprendido como lidar com a insegurança com um lugar novo; ser pontual (já que como a escola é longe precisaria utilizar o transporte escolar); vencer a timidez e praticar a fala em público.
As expectativas iniciais foram superadas; as experiência serão levadas na estrutura cognitiva/intelectual e vão ser tomadas em prática quando o momento de exercer a profissão chegar. 
REFERÊNCIAS 
BROTTO, F. O. Jogos cooperativos: se o importante é competir, o fundamental é cooperar. Santos-SP: Re-Novada, 1999.
FREIRE, Paulo. Educação e mudança. Tradução de Moacir Gadotti. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa/ São Paulo: Paz e Terra, 1996 (coleção leitura).
MEC. Parâmetros Curriculares Nacionais: introdução aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília, 1997.
ANEXOS
Projeto Pedagógico do Estagiário
Título: Caça ao tesouro
Justificativa: 
A escolha da brincadeira deve-se ao fato de que as crianças aprendem com maior facilidade quando sentem prazer e se divertem ao aprender algo. Segundo Brotto:
Por meio dos jogos, a criança aprende [...] a orientar-se no espaço e no tempo, [...] a desempenhar os papéis necessários para as futuras etapas da sua vida, a elaborar as suas fantasias e seus temores, a sentir as suas tensões, a saber, perder e ganhar, em suma ela pode desenvolver as suas múltiplasinteligências. (BROTTO,1999, p. 132)
Pode-se compreender, então, que essa atividade lúdica no ensino de Geografia proporciona o prazer e divertimento durante as aulas, ajuda a desenvolver habilidades de atenção e percepção, conhecimento quanto à posição do corpo, capacidade de reflexão, direção a seguir, e outras, que são importantes para o desenvolvimento humano.
Objetivos:
-Proporcionar momentos de lazer;
-Interação social aluno-aluno e professor-aluno.
-Noções de direita e esquerda;
-Compreensão dos pontos cardeais (Norte, Sul, Leste e Oeste);
-Construção e leitura de mapas.
Desenvolvimento:
-Etapa 1: O professor deve mapear o local do tesouro seguindo a lógica simples de quantidades de passos e direções (baseadas nos pontos cardeais). 
-Etapa 2: Distribuir uma folha com as instruções do local mapeado e pedir aos alunos que, com o auxílio de uma régua, construam um mapa obedecendo a seguinte escala: A cada um centímetro, cinco passos serão dados. A elaboração do mapa deve ser feita por partes e coletivamente.
-Etapa 3: Tomando como ponto de saída a porta da sala de aula, levar as alunos para a caça ao tesouro. Os alunos devem levar consigo a folha de instruções e o mapa feito no item anterior.
Conclusão
O material utilizado para a realização desta atividade foi:
-Folhas A4;
-Réguas;
-Caixa de papelão customizada como o “baú do tesouro”;
-Sacola de doces.
 A avaliação se deu na observação e análise das atitudes dos alunos. A avaliação não deve ser eliminatória ou classificatória. Ela deve servir de instrumento de análise das necessidades e dificuldades dos alunos, para que se necessário, uma mudança na prática educativa aconteça, de modo que os objetivos sejam alcançados.
Tudo correu bem e as crianças puderam alcançar os objetivos. O resultado foi extremamente satisfatório. 
Ao ver um projeto próprio concretizar-se, o estagiário tem a sensação de “dever cumprido”, o que o motiva a seguir em frente e dedicar-se ainda mais.