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Revisão sistemática ISSN 1413-3555 Rev Bras Fisioter, São Carlos, v. 13, n. 5, p. 365-75, set./out. 2009 ©Revista Brasileira de Fisioterapia Atuação da fisioterapia na síndrome de fragilidade: revisão sistemática Physical therapy treatment on frailty syndrome: systematic review Paula M. M. Arantes1, Mariana A. Alencar1, Rosângela C. Dias2, João Marcos D. Dias2, Leani S. M. Pereira2 Resumo Objetivo: Revisar sistematicamente a literatura sobre intervenções fisioterapêuticas e seus efeitos em idosos frágeis da comunidade. Métodos: Revisão sistemática de estudos publicados até junho de 2008 nas bases de dados Medline, Embase, PEDro, SciELO, LILACS e Biblioteca Cochrane. Foram excluídos os artigos cuja amostra era constituída de idosos não frágeis, institucionalizados e hospitalizados; aqueles cujas intervenções propostas não foram a fragilidade e não eram específicos de fisioterapia. Resultados: De acordo com os critérios de exclusão, dos 152 artigos encontrados no Medline, apenas 15 foram incluídos para análise; dos 71 artigos encontrados na base de dados PEDro, apenas um, uma vez que os outros 10 artigos encontrados já haviam sido selecionados pelo MEDLINE, e dos 461 artigos encontrados na base de dados Embase, apenas dois que não haviam sido selecionados nas outras bases de dados foram incluídos neste estudo. Foi verificado um total de sete diferentes tipos de intervenções: 1) fortalecimento muscular; 2) exercícios de fortalecimento muscular, equilíbrio, coordenação, flexibilidade, tempo de reação e treinamento aeróbico; 3) treino funcional; 4) fisioterapia; 5) fisioterapia realizada no domicílio; 6) adaptação ambiental e prescrição de dispositivo e 7) exercício na água. Os resultados de alguns estudos foram contraditórios mesmo com intervenções semelhantes. Os estudos analisados utilizaram formas distintas para definir fragilidade, o que dificultou as comparações dos resultados. Conclusão: Existem poucas evidências dos efeitos da intervenção fisioterapêutica em idosos frágeis comunitários, dificultando estabelecer consenso ou conclusões sobre a eficácia das propostas terapêuticas nessa complexa síndrome. Palavras-chave: idoso; fragilidade; fisioterapia; reabilitação. Abstract Objective: To carry out a systematic review of the literature on physical therapy interventions and their effect on frail community-dwelling elders. Methods: Systematic review of studies published until June 2008 in the databases Medline, Embase, PEDro, SciELO, LILACS and Cochrane Library. We excluded studies with samples composed of institutionalized, hospitalized and non-frail participants, studies not aimed at treating frailty, and studies that were not specifically related to physical therapy. Results: In accordance with the exclusion criteria, out of the 152 Medline articles, only 15 were considered for analysis, out of the 71 PEDro articles only one was considered as the other ten had already been selected in Medline, and out of the 461 Embase articles only two that had not been selected in others databases were included in this study. A total of seven different types of interventions were verified: 1) muscle strengthening; 2) exercises for muscle strengthening, balance, coordination, flexibility, reaction time and aerobic training; 3) functional training; 4) physical therapy; 5) at-home physical therapy; 6) environment adaptation and prescription of assistive device; 7) water exercise. The results of some studies were contradictory even with similar interventions. The analyzed studies had different definitions for fragility, which made it difficult to compare the results. Conclusion: There is little evidence of the effect of physical therapy intervention on frail community-dwelling elders; thus, it is not possible to reach a consensus or conclusion on the effectiveness of the therapeutic regimens proposed for this complex syndrome. Key words: elderly; frail; physical therapy; rehabilitation. Recebido: 17/11/2008 – Revisado: 30/04/2009 – Aceito: 06/08/2009 1 Programa de Pós-graduação em Ciências da Reabilitação, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte (MG), Brasil 2 Departamento de Fisioterapia, UFMG, Belo Horizonte (MG), Brasil Correspondência para: Paula Maria Machado Arantes, Rua Muzambinho, 159 - apto 401, Anchieta, CEP 30310-280, Belo Horizonte (MG), Brasil, e-mail: paulamma@gmail.com 365 Rev Bras Fisioter. 2009;13(5):365-75. 365 Introdução Estudos com a população considerada frágil ainda são es- cassos no mundo e no Brasil. Entretanto, o aumento de idosos considerados frágeis, associado ao impacto social e econômico gerado por essa população, fez com que crescesse o interesse pelo tema e a necessidade de se estudar melhor essa população1. Uma das principais dificuldades ao estudar essa população está relacionada à definição de fragilidade. Apesar de ainda não haver um consenso sobre a definição de fragilidade, tem sido amplamente aceito que ela é uma síndrome clínica, de natureza multifatorial, caracterizada por um estado de vulnerabilidade fisiológica resultante da diminuição das reservas de energia e da habilidade de manter ou recuperar a homeostase após um evento desestabilizante2,3. A síndrome de fragilidade é complexa e envolve declínios em múltiplos domínios fisiológicos, incluindo força e massa muscular, flexibilidade, equilíbrio, coordenação e função cardiovascular4,5, que geram risco elevado para quedas, declínio funcional, hospitalização e morte6. A fragilidade leva à deterioração da qualidade de vida, aumento da sobrecarga dos cuidadores e altos custos com cuidados à saúde7. Assim, inter- venções não farmacológicas que possam prevenir, retardar ou impedir a progressão da fragilidade são necessárias3,8,9. Dentre essas, programas de exercícios são apontados como o tipo de intervenção com maior potencial para melhora da função física3. Entretanto, apesar de haver evidências compro- vando os efeitos benéficos dos exercícios em idosos, estudos que avaliam os efeitos de programas de exercícios na fragilidade ainda são limitados. O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão sistematizada da literatura sobre os efeitos de inter- venções fisioterapêuticas em idosos frágeis da comunidade. Materiais e métodos Utilizando-se os descritores frail ou frailty, older adults ou elderly e rehabilitation ou intervention ou physical therapy ou exercise therapy e seus equivalentes em português e espanhol, foram rastreados artigos que tivessem as palavras-chave pes- quisadas no título ou resumo publicados até junho de 2008 nas bases de dados eletrônicas MEDLINE, Embase, PEDro, ScieLo, LILACS e Biblioteca Cochrane, nos idiomas inglês, português e espanhol. Também foi realizada uma busca manual de estudos nos bancos de dissertações e teses da Universidade Federal de Minas Gerais, Universidade de São Paulo, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universidade de Campinas e Universidade Federal de São Carlos que são os principais centros que pesquisam nesta área e per- mitem essa busca. Adicionalmente, foi realizada uma consulta aos especialistas na área para averiguar a possibilidade de haver outras referências que não faziam parte das bases de dados consultadas. Adotou-se, como critério de inclusão, o tipo de estudo ser ensaio clínico, ensaio clínico controlado ou aleatorizado. Os critérios para exclusão dos artigos foram: a amostra não ser exclusivamente de idosos frágeis; o objetivo da interven- ção não ser a fragilidade; a intervenção não ser específica de fisioterapia; haver múltiplas intervenções; apresentar apenas dados preliminares e o estudo ser conduzido com idosos insti- tucionalizados ou hospitalizados. A escolha dos artigos foi realizada por dois revisores inde- pendentes, obedecendoaos critérios de inclusão, pelo título e resumo dos artigos. Caso tivessem alguma discordância, os revisores liam o artigo na íntegra, discutiam e, ainda, passavam para um terceiro revisor. A metodologia dos estudos selecionados foi avaliada pela escala PEDro10,11, que é muito utilizada na área de reabilitação. A escala tem uma pontuação total de 10 pontos10,11 que avaliam a qualidade metodológica de estudos experimentais, sendo que escores ≥5 são considerados de alta qualidade12. Os estudos foram qualificados por dois revisores de forma independente. O Índice de Kappa foi utilizado para avaliar o nível de concordância entre os revisores em relação à pontua- ção dos artigos pela escala PEDro. Para a classificação final da qualidade dos artigos, os itens discrepantes foram revistos e discutidos até a obtenção de consenso sobre a pontuação11. Resultados Na busca realizada em junho de 2008, foram encontrados 152 estudos na base de dados MEDLINE, desses, apenas 15 al- cançaram todos os critérios de inclusão e exclusão; na base de dados PEDro, foram encontrados um total de 71 artigos, sendo que apenas 11 foram selecionados. Desses 11 artigos selecio- nados, 10 já haviam sido selecionados pela MEDLINE. Na base de dados Embase, foram encontrados 461 artigos. Em relação a esses, apenas dois artigos dos que não haviam sido seleciona- dos nas buscas realizadas nas outras bases de dados atendiam aos critérios de inclusão e exclusão e, assim, foram incluídos neste estudo. Não foi encontrado nenhum artigo nas demais bases de dados pesquisadas. As características dos artigos se- lecionados quanto à intervenção e aos desfechos e resultados são apresentados na Tabela 1. Houve uma grande variabilidade em relação ao tipo de intervenção utilizada e aos desfechos analisados, sendo verificado um total de sete diferentes tipos de intervenções. Além disso, os critérios utilizados para definir idoso frágil variaram muito entre os estudos (Tabela 2). A maioria dos artigos, 56%, apresentaram os escores ≥5 na escala PEDro (EP), sendo considerados, portanto, de alta Paula M. M. Arantes, Mariana A. Alencar, Rosângela C. Dias, João Marcos D. Dias, Leani S. M. Pereira 366 Rev Bras Fisioter. 2009;13(5):365-75. Au to r/ An o Pa rti ci pa nt es De sf ec ho s In te rv en çã o Ef ei to s en co nt ra do s (d e ac or do c om a n um er aç ão d os d es fe ch os ). Ot a e t a l.1 n= 46 (7 7± an os ) 1) F or ça d e m ão e do s m em br os in fer io re s i so m etr i- ca m en te. 2) M ob ili da de fu nc io na l ( TU G, m ar ch a d e 1 0 m etr os ). 3) E qu ilí br io (a lca nc e f un cio na l e te m po d e a po io un ip od al) . Du ra çã o: 1 2 se m an as , 2 x p or se m an a GI : P ow er R eh ab ili tat io n (e qu ip am en to ad ap tad o pa ra id os o, tr ein am en to em m áq ui na co m re sis tên cia le ve ). GC : O rie nt ad os a m an ter es til o de vi da h ab itu al. 1) N ão h ou ve d ife re nç a s ig ni fic ati va en tre o s g ru po s e m re laç ão à m ud an ça n a f or ça m us cu lar . 2) H ou ve d ife re nç a s ig ni fic ati va en tre o s g ru po s e m re laç ão à m ud an ça n o TU G (p =0 ,0 33 ) e m ar ch a ( p= 0, 00 7) . 3) H ou ve d ife re nç a s ig ni fic ati va ap en as p ar a o al ca nc e f un cio na l (p =0 ,0 36 ). Bi nd er et al .4 n= 11 5 (G I: 83 ±4 ,0 an os ; G C: 8 3± 4 an os ) C I: id ad e > 78 an os 1) M ob ili da de fu nc io na l ( “M od ifi ed P PT ”). 2) F or ça m us cu lar (i so cin éti co , e xte ns ão e fle xã o do jo elh o) . 3) F lex ib ili da de . 4) E qu ilí br io (A lca nc e f un cio na l, ap oi o un ip od áli co e B er g) . 5) C ap ac id ad e f un cio na l ( Qu es tio ná rio s d e A VD s) . 6) Q ua lid ad e d e v id a ( SF -3 6) . 7) D ep re ss ão (E sc ala d e d ep re ss ão g er iát ric a) . 8) C ap ac id ad e a er ób ica (V O2 p ico ). Du ra çã o: P ro gr am a d e 3 fa se s c om 3 6 se ss õe s r ea liz ad as 3 x p or se m an a e m ca da . GI : F as e 1 : E xe rc íci os p ar a fl ex ib ili da de , e qu ilí br io , c oo rd e- na çã o e t em po d e r ea çã o; F as e 2 : T re in o de fo rç a ( 65 % d a RM ev ol ui nd o pa ra 8 5 a 1 00 % d a R M ); Fa se 3 : T re in o de re sis tên cia (2 0 m in ut os es tei ra o u bi cic let a) . GC : P ro gr am a e m ca sa co m 9 ex er cíc io s p ar a fl ex ib ili da de . 1) G I: M elh or a s ig ni fic ati va em re laç ão ao G C (p =0 ,0 2) . 2 ) G I: Au m en to si gn ifi ca tiv o na fo rç a d os fl ex or es (p =0 ,0 2) e ex ten so re s ( p= 0 ,0 04 ) e m re laç ão ao G C. 3) G I e G C: E fei to N S. 4) M elh or a s ig ni fic ati va n o Be rg (p =0 ,0 6) e ap oi o un ip od áli co (p =0 ,0 5) em re laç ão ao G C (p =0 ,0 2) . ( Co ns id er ou si gn ifi ca tiv os va lo re s d e p in fer io re s a 0 ,1 ). 5) G I e G C: E fei to N S. 6) M elh or a n o SF -3 6 (p =0 ,0 1) . 7) G I e G C: E fei to N S. 8) M elh or a s ig ni fic ati va em re laç ão ao G C (p =0 ,0 01 ). La th am et al .5 n= 24 3 (7 9, 1± 6, 9 an os ). CI : i da de > 65 an os . 1) O co rrê nc ia de q ue da s. 2) M ed o de q ue da s ( es ca la m od ifi ca da d e a ut oe fic á- cia ). 3) A ut or re lat o de sa úd e ( co m po ne nt e d o SF -3 6) . 4) M ob ili da de fu nc io na l ( TU G, te m po g as to p ar a an da r 4 m ). 5) E qu ilí br io (e sc ala d e B er g) . 6) F or ça m us cu lar (e xte ns or es d o jo elh o- d i- na m ôm etr o m an ua l). Du ra çã o: 1 0 se m an as , 3 x s em an a. GI : E xe rc íci os d e r es ist ên cia p ar a o q ua dr íce ps co m ca ne lei ra (6 0- 80 % d e 1 RM ), 3 x 8 re pe tiçõe s. Al on ga m en - to s. Su pe rv isã o de u m fi sio ter ap eu ta qu e m on ito ra va se m a- na lm en te a p ro gr es sã o, al ter na nd o vis ita s c om li ga çõ es tel efô ni ca s. GC : R ec eb ia lig aç õe s e vi sit as d a fi sio ter ap eu ta (o rie n- taç õe s g er ais ). GI e GC : n ão h ou ve m ud an ça si gn ifi ca tiv a e m n en hu m d es fec ho av ali ad o. OB S: G I a pr es en to u m aio r r isc o de le sã o m us cu lo es qu elé tic a qu e G C. Gi ll et al. 7 n= 18 8 (G I: 82 ,8 ±5 ,0 an os ; G C: 8 3, 5± 5, 2 an os ). CI : i da de > 75 an os . 1) C ap ac id ad e f un cio na l. (Q ue sti on ár io so br e 8 AV Ds ). 2) In sti tu cio na liz aç ão . Du ra çã o: 1 6 vis ita s f eit as p elo fi sio ter ap eu ta em 6 m es es . GI : E xe rc íci os b as ea do s e m co m pe tên cia , r eti ra da d e r isc os do am bi en te e t re in o de d isp os iti vo d e a ux íli o qu an do ne ce ss ár io . GC : P ro to co lo d e e du ca çã o e v isi tas m en sa is (e fei to d a ate nç ão ). 1) R ed uç ão n o es co re d e i nc ap ac id ad e ( p= 0, 00 8 ao s 7 m es es e p= 0, 02 ao s 1 2 m es es ). 2) M en or n úm er o de in sti tu cio na liz aç õe s n o GI (N S) . Su lli va n et al. 13 n= 71 (7 8, 2± 6, 4 an os ). CI : i da de ≥ 65 an os . 1) C om po siç ão co rp or al (á re a m us cu lar li vr e d e g or - du ra e m as sa co rp or al m ag ra : T C e p let ism og ra fia ). 2) M ob ili da de fu nc io na l ( tar efa se nt ad o pa ra d e p é, tes te de ve lo cid ad e d a m ar ch a u su al e m áx im a e su bi da d e e sc ad a) . 3) F or ça m us cu lar (1 RM ). Du ra çã o: 1 2 se m an as , 3 x/ se m an a. GI : F or tal ec im en to m us cu lar co m re sis tên cia p ro gr es siv a. Fl ex or es e ex ten so re s d o qu ad ril e jo elh o co m L eg p re ss e m ús cu lo s d o pu nh o e o m br o co m ap ar elh o Ch es t p re ss . Pr og re ss ão at é 8 0% d a 1 RM . GC : T re in o de re sis tên cia co m ca rg a b aix a ( 10 % a 20 % d e 1 RM in ici al) . 1) N ão h ou ve ef eit o sig ni fic ati vo d o ex er cíc io n a á re a d e s ec çã o tra ns ve rs a, m as a ut ili za çã o de te sto ste ro na l ev ou a um au m en to sig ni fic ati vo ao se co m pa ra r c om o g ru po p lac eb o (p =0 ,0 05 ). 2) G I e G C: E fei to N S. 3) M elh or a s ig ni fic ati va d a f or ça m us cu lar n os 2 g ru po s (p <0 ,0 01 ), m as a m elh or a d o GI fo i s ig ni fic ati va m en te m aio r q ue no G C. Ta be la 1 . C ar ac ter íst ica s d os ar tig os se lec io na do s n es ta re vis ão si ste m áti ca . Reabilitação do idoso frágil 367 Rev Bras Fisioter. 2009;13(5):365-75. Au to r/ An o Pa rti ci pa nt es De sf ec ho s In te rv en çã o Ef ei to s en co nt ra do s (d e ac or do c om a n um er aç ão d os d es fe ch os ). Ch an dl er et al. 14 n= 10 0 (7 7, 6 an os ) CI : i da de > 6 4 an os ; es co re n o M EE M m en tal ≥ 1 8. 1) F or ça m us cu lar (C ib ex ). 2) E qu ilíb rio (a lca nc e f un cio na l e b ala nç o es po nt ân eo ). 3) M ar ch a ( tes te de 6 m in ut os e ve lo cid ad e d e m ar ch a d e 1 0 m etr os ). 4) M ob ili da de (“ M ob ili ty Sk ill s P ro to co l” e L ev an tar da ca de ira ). 5) A ut oe fic ác ia (F ES ). 6) In ca pa cid ad e ( M OS -3 6) . Du ra çã o: 1 0 se m an as , 3 x p or se m an a GI : E xe rc íci os su pe rv isi on ad os p or fi sio ter ap eu ta, em ca sa . E xe rc íci os re sis tid os p ar a m em br os in fer io re s c om th er ab an d e p ró pr io p es o co m o re sis tên cia (e xte ns ão e ab du çã o do q ua dr il, fl ex ão e ex ten sã o do jo elh o, d or si- fle xã o, le va nt ar o s c alc an ha re s, lev an tar d a c ad eir a e su bi r de gr au s) . 2 x 10 re pe tiç õe s. GC : O rie nt ad o a n ão en tra r a tiv id ad e f ísi ca . 1) G an ho d e f or ça si gn ifi ca tiv am en te m aio r n o GI q ue n o GC (p va rio u en tre 0 ,0 01 e 0, 06 p ar a o s d ife re nt es g ru po s m us cu lar es ). 2) G an ho d e f or ça n ão fo i r ela cio na do à m ud an ça n o eq ui líb rio . 3, 4 e 5) G an ho d e f or ça fo i a ss oc iad o à m ud an ça n a v elo cid ad e da m ar ch a ( β= 0, 8; p =0 ,0 2) , M ob ili da de (β =1 ,3 5; p =0 ,0 00 09 ) e na au to efi cá cia (β =1 0, 1; p =0 ,0 5) . 6) G an ho d e f or ça n ão fo i r ela cio na do à m ud an ça n a i nc ap ac i- da de . La St ay o et al. 15 n= 11 (8 0, 2 an os ). CI : a lto ri sc o de qu ed as . 1) Á re a t ra ns ve rs al (b ió ps ia) e fo rç a ( iso m étr ico – di na m ôm etr o m an ua l) do q ua dr íce ps . 2) E qu ilí br io (e sc ala d e B er g) . 3) H ab ili da de d e d es cid a d e e sc ad a ( tem po ). 4) R isc o de q ue da s ( TU G) . Du ra çã o: 1 1 sem an as , 3 x/ se m an a. GI : E xe rc íci os d e f or tal ec im en to ex cê nt ric o no ci clo er gô m etr o de M M II. GC : E xe rc íci os re sis tiv os tr ad ici on ais d e M M II. 1) A um en to si gn ifi ca tiv o na ár ea n o GI e GC e na fo rç a s ó no G I. 2) M elh or a s ig ni fic ati va n o GI . 3) M elh or a s ig ni fic ati va n o GI . 4) M elh or a s ig ni fic ati va n o GI e GC , m as m aio r n o GI . Eh sa ni et al .16 n= 46 (G I: 83 ±3 ,6 an os e GC : 8 4± 4, 2 an os ) 1) F re qu ên cia ca rd íac a e p re ss ão ar ter ial d ur an te o re po us o. 2) V O2 p ico - Es tei ra er go m étr ica . 3) A da pt aç õe s c ar di ov as cu lar es d ur an te tes te (d éb ito ca rd íac o, fr eq uê nc ia ca rd íac a, pr es sã o ar ter ial e fo rç a de ej eç ão ). 4) C om po siç ão co rp or al: m as sa co rp or al m ag ra e pe so . Du ra çã o: 9 m es es e 3x / s em an a. Ca da fa se d ur av a 3 m es es . GI : 1 ª F as e: Fi sio ter ap ia; 2 ª: Fi sio ter ap ia + tre in am en to de fo rç a; 3ª : P ro gr am a d e e xe rc íci o de co nd ici on am en to (e ste ira , b ici cle ta e r em o, d ep en de nd o do q ue er a t ol er ad o po r c ad a p ar tic ip an te) . GC : E xe rc íci os em ca sa (a lo ng am en to , r ela xa m en to , y og a) e u m a v ez p or m ês fa zia m ex er cíc io su pe rv isi on ad o. 1) F re qu ên cia ca rd íac a e p re ss ão ar ter ial d ur an te re po us o nã o alt er ar am n o GI e GC (N S) . 2) P ico d e c on su m o de O 2 au m en to u sig ni fic ati va m en te no g ru po de in ter ve nç ão e nã o alt er ou n o gr up o co nt ro le (p <0 ,0 00 1) . 3) D éb ito ca rd íac o au m en to u sig ni fic ati va m en te no G I ( p= 0, 02 7) . Fo rç a d e e jeç ão , f re qu ên cia ca rd íac a e p re ss ão si stó lic a a um en ta- ra m si gn ifi ca tiv am en te no G I ( p= 0, 03 7, p =0 ,0 09 e p= 0, 00 3) . 4) G I e G C: ef eit o NS W or m et al .17 n= 46 (G I: 80 ,5 ±4 ,9 an os e GC : 81 ,9 ±3 ,6 an os ) CI : i da de > 7 4 an os Fu nç ão fí sic a ( Be rg e pe lo au to rre lat o qu es tio ná rio SF -3 6) . Te ste d e m ar ch a ( 10 m etr os ). Fo rç a m us cu lar (c on tra çã o vo lu nt ár ia m áx im a d e ab du çã o do o m br o atr av és d o Iso be x) . Ca pa cid ad e a er ób ica (V O2 m áx im a) . Du ra çã o: 1 2 se m an as , 2 x p or se m an a, 60 m in ut os (s ob su pe rv isã o) al ém d e u m p ro gr am a d iár io p ar a c as a d e 8 -1 0 m in ut os GI : E xe rc íci os : fl ex ib ili da de , a er ób ico , r itm o, eq ui líb rio , re aç ão e tre in am en to m us cu lar (f or ça e re sis tên cia ) GC : N ão re ce be u ne nh um ti po d e i nt er ve nç ão 1) M elh or a s ig ni fic ati va n o GI n a E sc ala d e B er g (p <0 ,0 01 ) e n o au to rre lat o de h ab ili da de fu nc io na l ( p= 0, 02 ) 2) M elh or a s ig ni fic ati va n o GI n a m ar ch a: au m en to d a v elo cid ad e (p =0 ,0 3) e re du çã o do n úm er o de p as so s ( p= 0, 01 ) 3) M elh or a s ig ni fic ati va n o GI n a f or ça m us cu lar (p ≤0 ,0 2) 4) N ão fo i r ea liz ad a a ná lis e e sta tís tic a p ar a a ca pa cid ad e a er ób ica Ch in et al .18 n= 21 7 (7 8, 5± 5, 7 an os ) CI : i da de > 7 0 an os 1) B em -e sta r s ub jet ivo (D ut ch sc ale o f s ub jec tiv e we llb ein g fo r o ld er p er so ns ). 2) A ut or re lat o de sa úd e. 3) C on tat o so cia l. Du ra çã o: 1 7 se m an as , 2 x/ se m an a GI : T re in am en to d e h ab ili da de s f un cio na is e u til iza çã o de las no co nt ex to . GC : O rie nt ad o a n ão en tra r e m n en hu m a a tiv id ad e f ísi ca e pa rti cip av a d e p ro gr am as so cia is de 2 em 2 se m an as . 1) N ão h ou ve m ud an ça si gn ifi ca tiv a n o es co re d o qu es tio ná rio d e be m -e sta r e m n en hu m g ru po . 2 e 3 ) N ão h ou ve d ife re nç a s ig ni fic ati va n o au to rre lat o de sa úd e e no co nt ato so cia l e m n en hu m g ru po . Ch in et al .19 n= 15 7 (7 8, 7± 5, 6 an os ) CI : i da de ≥ 7 8 an os 1) C ap ac id ad e f un cio na l ( ha bi lid ad e d e e qu ili br ar po r 1 0 se gu nd os em ta nd em ; v elo cid ad e d a m ar ch a e c om pr im en to d o pa ss o; te m po re qu er id o pa ra lev an tar d a c ad eir a 5 ve ze s, to ca r o p é e sq ue rd o co m a m ão d ire ita e co lo ca r u m ca sa co ). 2) F itn es s f ísi co (G ro ni ng en Te st) . 3) In ca pa cid ad e a ut or re lat ad a. Du ra çã o: 1 7 se m an as , 2 x p or se m an a, 45 m in ut os GI : E xe rc íci os : a qu ec im en to , t re in am en to d e h ab ili da de s (a lca nc e, lev an tar d a c ad eir a, ar re m es sa r e tc) , u til iza çã o de ss as h ab ili da de s n o co nt ex to . GC : O rie nt ad o a n ão en trar e m n en hu m a a tiv id ad e f ísi ca e pa rti cip av a d e p ro gr am as so cia is de 2 em 2 se m an as . 1) G I: ap re se nt ou m elh or a s ig ni fic ati va n a c ap ac id ad e f un cio na l (te m po p ar a l ev an tar d a c ad eir a e al ca nç ar o s d ed os e ve lo cid ad e da m ar ch a) (p <0 ,0 01 ). 2) N ão h ou ve ef eit o sig ni fic ati vo n o es co re to tal d o fit ne ss . 3) G I e G C: N ão h ou ve ef eit o sig ni fic ati vo n a i nc ap ac id ad e. Ta be la 1 . C on tin ua çã o. Paula M. M. Arantes, Mariana A. Alencar, Rosângela C. Dias, João Marcos D. Dias, Leani S. M. Pereira 368 Rev Bras Fisioter. 2009;13(5):365-75. Au to r/ An o Pa rti ci pa nt es De sf ec ho s In te rv en çã o Ef ei to s en co nt ra do s (d e ac or do c om a n um er aç ão d os d es fe ch os ). Jo ng et al. 20 n= 21 7 (m éd ia: 7 9 an os ) CI : i da de > 7 0 an os 1) C on su m o ali m en tar 2) A pe tit e 3) P er ce pç ão d e s ab or e ch eir o 4) P es o co rp or al e m as sa co rp or al m ag ra (e xa m e de im ag em ). Du ra çã o: 1 7 se m an as , 2 x p or se m an a. GI : E xe rc íci os em g ru po . T re in am en to d e h ab ili da de s fu nc io na is, u til iza çã o de ss as h ab ili da de s n o co nt ex to e re sfr iam en to . GC : O rie nt ad o a n ão en tra r e m n en hu m a a tiv id ad e f ísi ca e pa rti cip av a d e p ro gr am as so cia is de 2 em 2 se m an as . 1) G I: Le ve ef eit o po sit ivo n o co ns um o ali m en tar (p =0 ,0 5) . 2 e 3 ) S em ef eit o sig ni fic ati vo em n en hu m g ru po . 3) S em ef eit o sig ni fic ati vo em n en hu m g ru po . 4) A um en to n o pe so co rp or al to tal n o gr up o ex er cíc io s e m re laç ão ao co nt ro le (p =0 ,0 41 ). Re du çã o na m as sa m ag ra fo i sig ni fic ati va m en te m en or (p =0 ,0 14 ) n o gr up o qu e p ar tic ip ou do p ro gr am a d e e xe rc íci os em re laç ão ao co nt ro le. Jo ng et al. 21 n= 21 7 (m éd ia: 7 9 an os ) CI : i da de > 7 0 an os 1) M ed id as an tro po m étr ica s ( m as sa co rp or al, alt ur a, IM C, re laç ão ci rc un fer ên cia q ua dr il- pu nh o) 2) C om po siç ão co rp or al (m as sa m ag ra e m as sa go rd a, m as sa ó ss ea , d en sid ad e m in er al ós se a e cá lci o) Du ra çã o: 1 7 se m an as , 2 x p or se m an a. GI : E xe rc íci os em g ru po . T re in am en to d e h ab ili da de s fu nc io na is, u til iza çã o de ss as h ab ili da de s n o co nt ex to e re sfr iam en to . GC : O rie nt ad o a n ão en tra r e m n en hu m a a tiv id ad e f ísi ca e pa rti cip av a d e p ro gr am as so cia is de 2 em 2 se m an as . 1) N ão h ou ve ef eit o da in ter ve nç ão n as va riá ve is an tro po m étr i- ca s. 2) G I: Di fer en ça si gn ifi ca nt e n a m as sa co rp or al m ag ra em co m pa ra çã o ao co nt ro le (p =0 ,0 2) . GI : N ão ap re se nt ou ef eit o no s p ar âm etr os ó ss eo s. He lb os tad et al. 22 N= 77 (8 1± 4, 5 an os ). CI : i da de ≥ 75 an os ; h ist ór ia de q ue da s; us ar au xíl io à lo co - m oç ão ; e sc or e n o M EE M ≥ 2 2 1) Q ua lid ad e d e v id a ( SF -3 6) 2) C ap ac id ad e d ea m bu lat ór ia (v elo cid ad e d e m ar ch a, du ra çã o e f re qu ên cia d e c am in ha da s) Du ra çã o: 1 2 se m an as GI : E xe rc íci os p ro gr es siv os d e f or ça e eq ui líb rio fu nc io na is co m fi sio ter ap eu ta (2 x/ se m an a) em g ru po + in ter ve nç ão d o GC GC : 4 ex er cíc io s f un cio na is nã o pr og re ss ivo s e m ca sa (2 x 1 0 ao d ia) 1) 3 m es es : Í nd ice d e s aú de m en tal (p =0 ,0 1) e as pe cto s em oc io na is (p =0 ,0 03 ) a um en tar am m ais n o GI q ue n o GC . 9 m es es : S em d ife re nç a e nt re g ru po s. M elh or a n os as pe c- to s e m oc io na is e í nd ice d e s aú de m en tal n o GI (p =0 ,0 1 e p= 0, 03 2) . 2) 3 m es es : N ão h ou ve d ife re nç a s ig ni fic ati va n a v elo cid ad e e d ur aç ão d as ca m in ha da s n o GI e GC . 9 m es es : a um en to n a ve lo cid ad e n o GI (p =0 ,0 22 ). Br ow n et al. 23 n= 8 7 (G I e G C: 83 ±4 an os ) CI : i da de ≥ 7 8 an os , s ed en tár io s 1) M ob ili da de fu nc io na l ( PP T M od ifi ca do ) 2) F or ça m us cu lar (j oe lh o, to rn oz elo , q ua dr il, om br o e p re en sã o) 3) F lex ib ili da de 4) E qu ilí br io (a lca nc e f un cio na l, ap oi o un ip od áli co , Ro m be rg e Be rg ) 5) S en sib ili da de 6) A ná lis e d a m ar ch a 7) C oo rd en aç ão e ve lo cid ad e Du ra çã o: 3 6 se ss õe s r ea liz ad as 3 x p or se m an a. GI : 2 2 ex er cíc io s f oc an do fl ex ib ili da de , f or ça , e qu ilí br io , co or de na çã o e t em po d e r ea çã o. GC : 9 ex er cíc io s p ar a fl ex ib ili da de re ali za do s e m ca sa . 1) Melh or a s ig ni fic ati va n o GI (p <0 ,0 5) 2) M elh or a s ig ni fic ati va n o GI n a f or ça d os ex ten so re s e fle xo re s d o jo elh o (p = 0, 02 e 0, 00 9) . 3) M elh or a s ig ni fic ati va n os d oi s g ru po s ( p= 0, 00 1 a p =0 ,0 5) . 4) M elh or a s ig ni fic ati va n o GI n o Ro m be rg , a po io u ni po dá lic o e B er g (p <0 ,0 5) . 5) N ão h ou ve al ter aç ão n a s en sib ili da de n os d oi s g ru po s. 6) M elh or a s ig ni fic ati va ap en as n a c ad ên cia (p <0 ,0 5) 7) N ão h ou ve al ter aç ão si gn ifi ca tiv a n es tes p ar âm etr os n os do is gr up os . Gi ll et al. 24 n= 18 8 (G I: 82 ,8 ±5 ,0 an os ; GC : 8 3, 5± 5, 2 an os ) CI : i da de > 7 5 an os 1) C ap ac id ad e f un cio na l ( qu es tio ná rio co m 8 AV Ds ) 2) F or ça m us cu lar (e xte ns or es d o jo elh o - d i- na m ôm etr o m an ua l) 3) M ob ili da de fu nc io na l ( PO M A e “ Ph ys ica l Pe rfo rm an ce Te st” ) Du ra çã o: 6 m es es , 3 X se m an a GI : F isi ot er ap ia em ca sa . E xe rc íci os p ar a g an ho d e A DM , eq ui líb rio e fo rç a m us cu lar (2 X1 0) . O rie nt aç õe s a m bi en - tai s e tr ein o de d isp os iti vo d e a ux íli o. GC : P ro to co lo d e e du ca çã o. 1, 2 e 3) N ão fo ra m d em on str ad as co m pa ra çõ es en tre o s g ru - po s o u en tre an tes e ap ós a in ter ve nç ão p ar a e ste s d es fec ho s. Ou tro s r es ul tad os : A pó s 4 m es es G I e sta va m en os p ro pe ns o a ca ir qu e G C (p =0 ,0 4) . 6 do s 7 id os os q ue so fre ra m fr atu ra p or q ue da es tav am n o GC . An gi na fo i m ais fr eq ue nt e n o GC (p =0 ,0 1) Ta be la 1 . C on tin ua çã o. Reabilitação do idoso frágil 369 Rev Bras Fisioter. 2009;13(5):365-75. Au to r/A no EP De fin iç ão d e fra gi lid ad e Ot a e t a l.1 4 Nã o ex pl ico u (p ar ec e q ue ad ot ou o cr ité rio d e q ue o id os o pr ec isa va d e c ui da do s d e s up or te po r u m lo ng o tem po ). Bi nd er et al .4 4 Fr ag ili da de le ve a m od er ad a: ter d oi s d os cr ité rio s: 1) es co re en tre 1 8- 32 n o tes te m od ifi ca do d e p er fo rm an ce fí sic a; 2) d ifi cu ld ad e o u ne ce ss id ad e d e a ss ist ên cia em 2 o u + AI VD e AB VD ; 3 ) P ico V O 2 en tre 1 0- 18 m L/ kg m in . La th am et al .5 8 Id os o frá gi l: aq ue le qu e t in ha u m o u m ais p ro bl em as d e s aú de o u lim ita çã o fu nc io na l d e u m a l ist a d e i nd ica çõ es q ue in clu em d ep en dê nc ia em A VD , a ca m ad o po r l on go p er ío do , lim ita çã o na m ob ili da de o u qu ed as re ce nt es . Gi ll et al. 7 6 Ga sta r m ais d e 1 0 se gu nd os p ar a r ea liz ar te ste rá pi do d a m ar ch a o u nã o co ns eg ui r l ev an tar d e u m a c ad eir a c om o s b ra ço s c ru za do s. Co ns id er ad os m od er ad am en te frá ge is id os os co m u m d es se s c rit ér io s e g ra ve m en te frá ge is co m d oi s. Su lli va n et al. 13 7 Nã o ex pl ico u (p ar ec e q ue ad ot ou o cr ité rio d e q ue se ria i do so o q ue ap re se nt as se u m d ec lín io fu nc io na l r ec en te) . Ch an dl er et al .14 6 In ca pa cid ad e d e d es ce r e sc ad a ( de gr au /d eg ra u, se m ap oi ar ). La St ay o et al. 15 3 Nã o es tab ele ce cr ité rio d e f ra gi lid ad e, m as afi rm a q ue to do s o s p ar tic ip an tes ap re se nt av am sa rc op en ia e a pr es en tav am al to ri sc o de q ue da s ( av ali ad o co m es co re m aio r q ue 1 4 no T UG ). Eh sa ni et al .16 5 Fr ag ili da de le ve a m od er ad a: ter d oi s d os cr ité rio s: 1) es co re en tre 1 8- 32 n o tes te m od ifi ca do d e p er fo rm an ce fí sic a; 2) d ifi cu ld ad e o u ne ce ss id ad e d e a ss ist ên cia em 2 o u + AI VD e AB VD ; 3 ) P ico V O 2 en tre 1 0- 18 m L/ kg m in . W or m et al .17 5 Nã o ex pl ico u (p ar ec e q ue ad ot ou o cr ité rio d e q ue se ria o id os o ac im a d e 7 4 an os e qu e n ão er a c ap az d e s air d e c as a s em au xíl io o u se m d isp os iti vo d e a ux íli o à l oc om oç ão ). Ch in et al .18 ,1 9 5 In ati vid ad e ( nã o pa rti cip ar d e a tiv id ad e f ísi ca d e i nt en sid ad e m od er ad a o u alt a) e ter p er da in vo lu nt ár ia de p es o. Jo ng et al .20 ,2 1 4 Re qu er er cu id ad o à s aú de (≥ 7 0 an os , i na tiv id ad e, IM C < 25 o u pe rd a i nv ol un tár ia de p es o) . He lb os tad et al .22 8 Ap re se nt ar p elo m en os u m d os cr ité rio s: 1) h ist ór ia de q ue da n o úl tim o an o; 2 ) u sa r a ux íli o à m ar ch a. Br ow n et al. 23 4 Es co re < 3 2 e > 1 7 no q ue sti on ár io P hy sic al Pe rfo rm an ce Te st. Gi ll et al. 24 2 Ga sta r m ais d e 1 0 se gu nd os p ar a r ea liz ar o te ste d e m ar ch a o u se r i nc apaz d e s e l ev an tar co m o s b ra ço s c ru za do s. M an n et al. 25 5 Nã o de fin iu fr ag ili da de (i nc lu iu id os os q ue es tav am n ec es sit an do d e a lg um ti po d e a ju da em ca sa ). Sa to et al .26 6 Id os os q ue p re cis av am d e c ui da do s e m p elo u m a d e c in co A VD s . Ta be la 2 . E stu do s i nc lu íd os n a a ná lis e: de fin içõ es d e f ra gi lid ad e e q ua lid ad e m eto do ló gi ca p ela E sc ala P ED ro (E P) . AV Ds =a tiv id ad es d e v id a d iár ia; A IV Ds =a tiv id ad es in str um en tai s d e v id a d iár ia; A BV D= ati vid ad es b ás ica s d e v id a d iár ia; T UG =T im ed “U p an d Go ”; IM C= ín di ce d e m as sa co rp or al. NS =n ão si gn ifi ca tiv o; G I= Gr up o in ter ve nç ão ; G C= Gr up o co nt ro le; IM C= Ín di ce d e m as sa co rp or al; P PT =“ Ph ys ica l P er fo rm an ce Te st” ; A VD s: ati vid ad es d e v id a d iár ia Au to r/ An o Pa rti ci pa nt es De sf ec ho s In te rv en çã o Ef ei to s en co nt ra do s (d e ac or do c om a n um er aç ão d os d es fe ch os ). M an n et al. 25 n= 1 04 (m éd ia: 7 3 an os ) CI : e sc or e n o M EE M su pe rio r a 2 3 1) C ap ac id ad e f un cti on al (In de pe nd ên cia - FI M , CH AR T e O ld er A m er ica n Re se ar ch an d Se rv ice s Ce nt er In str um en t) 2) D or (F un cti on al St atu s I nd ex ) 3) C us to d o cu id ad o à s aú de Du ra çã o: V isi tas d om ici lia re s a ca da 6 m es es Pr og ra m a: M od ifi ca çã o do s r isc os d o am bi en te. P re sc riç ão e t re in am en to d e u til iza çã o de in str um en to d e a ux íli o Ac om pa nh am en to GC : R ec eb eu se rv iço s d e c ui da do u su ais 1) G C e G I: de clí ni o na ca pa cid ad e f un cio na l ap ós 1 8 m es es . GC : m aio r d ec lín io n o Fi m (p =0 ,0 4) e do r ( p= 0, 01 ) q ue G I. 2) G C: A um en to d a d or ap ós 1 8 m es es (p =0 ,0 5) . 3) G I: M aio r g as to co m m od ifi ca çõ es em ca sa e co m pr a d e in str um en to s d e a ux íli o à l oc om oç ão (p <0 ,0 01 ). GC : M aio r g as to co m in sti tu cio na liz aç ão (p <0 ,0 1) e vis ita s m éd ica s ( p< 0, 01 ). Se m di fer en ça s s ig ni fic ati va s n o ga sto to tal . Sa to et al .26 n= 30 (G I-1 : 79 ,2 ±5 ,1 an os ; GI -2 : 7 5, 3± 6 an os e GC : 7 7, 6± 6, 8 an os ) CI : i da de ≥ 6 5 an os 1) Q ua lid ad e d e v id a r ela cio na da à sa úd e ( SF -3 6) 2) In ca pa cid ad e n as A VD s ( FI M ) Du ra çã o: 2 4 se m an as . G I-1 fa zia 1 x/ se m an a e G I-2 fa zia 2x / s em an a. GI : P ro gr am a d e e xe rc íci os n a á gu a ( ca m in ha da , t re in o de AV Ds , e xe rc íci os d e f or tal ec im en to e alo ng am en to ). GC : P ar tic ip av am d e a tiv id ad es d e r ec re aç ão e so cia liz aç ão . 1) M elh or a s ig ni fic ati va n os co m po ne nt es m en tal e fís ico n o GI -1 e GI -2 (p <0 ,0 5) . M elh or a n o co m po ne nt e f ísi co fo i m aio r (p <0 ,0 5) n o GI -2 em co m pa ra çã o ao G I-1 ao s 3 m es es , m as sim ila r a o GI -1 ao s 6 m es es . 2) D ife re nç as si gn ifi ca tiv as ao s 6 m es es n o GI -1 e GI -2 (p =0 ,0 04 e p =0 ,0 02 ) e ao s 3 m es es ap en as n o GI -2 (p =0 ,0 02 ). GC : S em d ife re nç as si gn ifi ca tiv as . Ta be la 1 . C on tin ua çã o. Paula M. M. Arantes, Mariana A. Alencar, Rosângela C. Dias, João Marcos D. Dias, Leani S. M. Pereira 370 Rev Bras Fisioter. 2009;13(5):365-75. qualidade12 (Tabela 2). Em relação a essa classificação, os avalia- dores apresentaram boa concordância (Kappa=0,829, p<0,001). Exercícios de fortalecimento muscular Cinco estudos avaliaram os efeitos dos exercícios resistidos nos idosos frágeis1,5,13-15. Dois não encontraram diferenças sig- nificativas, tanto para a força do músculo quadríceps5 quanto para a dos músculos dos membros inferiores e superiores1. Os outros três estudos demonstraram um aumento significativo na força muscular. No estudo conduzido por Sullivan et al.13, exercícios isotônicos de baixa e alta resistência promoveram aumento da força muscular nos músculos dos braços e pernas de idosos frágeis, significativamente maior no grupo que rece- beu treinamento de alta resistência em comparação com os benefícios dos exercícios de baixa resistência. Chandler et al.14 encontraram um ganho de força de 10 a 16% após um programa de exercícios de intensidade de baixa a moderada. LaStayo et al.15 encontraram aumento na área de secção transversa e na força após treinamento de fortalecimento excêntrico em um ciclo ergômetro de membros inferiores. Todos os artigos também avaliaram o efeito do treino de força sobre a mobilidade funcional, entretanto apenas dois estudos1,15 encontraram melhora significativa no tempo gasto para realizar os testes Timed Up and Go (TUG) e marcha em 10 metros1 e habilidade de descida de escada15. Os demais estudos5,13 não encontraram uma diferença significativa para as medidas de capacidade funcional. O equilíbrio foi um desfecho avaliado por três estudos1,5,15, com resultados contraditórios. Ota et al.1 encontraram uma melhora no teste de Alcance Funcional após um programa de fortalecimento da musculatura dos membros inferiores e superiores. LaStayo et al.15 encontraram melhora no escore da Escala de Berg no grupo que fazia o fortalecimento no ciclo ergômetro. Já Latham et al.5 não encontraram benefícios de fortalecimento do quadríceps no escore da Escala de Berg. Exercícios de fortalecimento muscular, equilíbrio, coordenação, flexibilidade, tempo de reação e treinamento aeróbico Três estudos avaliaram o impacto de um programa de múltiplas intervenções, incluindo fortalecimento muscular, equilíbrio, coordenação,flexibilidade, tempo de reação e trei- namento aeróbico sobre diferentes desfechos, ao se tratar um idoso frágil4,16,17. A velocidade do oxigênio (VO2) de pico foi um desfecho comum aos artigos de Ehsani et al.16 e de Binder et al.4, no qual ambos encontraram um aumento significativo de 14%. O estudo de Ehsani et al.16 avaliou também o impacto desse protocolo no débito cardíaco e força de ejeção do ventrículo es- querdo e demonstrou aumentos significativos deles no grupo experimental. Em relação aos outros desfechos avaliados no estudo de Binder et al.4, o programa de intervenção promoveu melhora significativa na força muscular, equilíbrio, autopercepção de saúde e função (autorrelatada e medida de desempenho). Já o estudo de Worm et al.17 encontrou melhora significa- tiva no desempenho e autorrelato da função física na marcha (velocidade e número de passos) e força muscular, entretanto não realizou a análise estatística para a variável VO2 máximo. Treino funcional Cinco estudos avaliaram os efeitos de um programa de exercícios focando o treinamento de habilidades funcionais (alcance, levantar da cadeira, arremessar, dentre outros) ne- cessárias para a realização de atividades diárias em idosos frágeis vivendo na comunidade18-22. Quatro desses estudos utilizaram o mesmo protocolo de intervenção, mas avaliaram diferentes desfechos. Chin et al.18 avaliaram o efeito da intervenção sobre o bem- estar subjetivo, autopercepção de saúde e contato social e não encontraram modificações significativas. Contudo, Helbostad, Sletvold e Moe-Nilssen22 encontraram melhora significativa- mente maior que no grupo controle no índice de saúde mental e aspectos emocionais da qualidade de vida. Os resultados desse mesmo estudo, entretanto, não apontaram efeitos sig- nificativos do treino funcional na velocidade da marcha22. Em outro estudo, uma melhora significativa foi encontrada na capacidade funcional dos idosos do grupo intervenção19. As atividades que apresentaram mudança significativa foram levantar da cadeira, alcançar os dedos e velocidade da marcha. Em relação à capacidade funcional autorrelatada, não houve mudança significativa. Em relação à composição corporal, foi encontrado um aumento da massa magra nos idosos que realizaram o treino funcional20,21. Não houve alteração significativa da massa cor- poral, circunferência da cintura e do quadril. Fisioterapia (exercícios de equilíbrio, coordenação, flexibilidade, fortalecimento e tempo de reação) Foi encontrado apenas um estudo que avaliou os efeitos desse tipo de intervenção em idosos frágeis vivendo na comu- nidade23. Ele demonstrou melhora significativa na força mus- cular, flexibilidade, equilíbrio, coordenação, cadência e função Reabilitação do idoso frágil 371 Rev Bras Fisioter. 2009;13(5):365-75. no grupo que recebeu a intervenção. Não foram encontradas diferenças significativas para as variáveis tempo de reação, sen- sibilidade e variáveis da marcha. O grupo controle, que realizou os exercícios para ganho de amplitude de movimento em casa, apresentou melhora significativa apenas para a flexibilidade. Fisioterapia realizada em domicílio (adaptação ambiental + prescrição de dispositivo de auxílio + exercícios) Dois estudos avaliaram o impacto de um programa de fisioterapia individualizado e elaborado a partir da avaliação do idoso e do ambiente de sua casa, realizado no domicílio do idoso e supervisionado por um fisioterapeuta7,24. Os desfechos variam entre os dois estudos. Em um dos estudos24, observou-se que a maioria dos idosos não avançou além do nível inicial de resistência nos exercícios de fortalecimento. Não foi realizada análise estatística dos da- dos, o que compromete a generalização dos dados. Os autores também relataram que o programa foi seguro, pois os eventos adversos não foram mais comuns no grupo experimental. No outro estudo7, foi demonstrado que o grupo que recebeu intervenção apresentou redução significativa na incapacidade comparado ao grupo que recebeu palestras educacionais. Os benefícios foram maiores no grupo de fragilidade moderada que no grupo grave. Adaptação ambiental + prescrição de dispositivo de auxílio Um estudo avaliou se intervenção ambiental associada à prescrição de dispositivo de auxílio, quando necessário, era eficaz na função, dor e custo do cuidado à saúde de idosos frá- geis25. Após um período de 18 meses de intervenção, ambos os grupos apresentaram declínio da função avaliada pelo questio- nário Medida de Independência Funcional (MIF), entretanto esse declínio foi maior no grupo controle. Assim, a interven- ção não foi capaz de impedir o declínio funcional, mas sim desacelerá-lo. Apenas o grupo controle apresentou aumento na dor. Na comparação dos custos de cuidado à saúde, não foi encontrada diferença no gasto total, entretanto o grupo con- trole apresentou maior gasto com institucionalização. Exercícios na água Apenas um estudo avaliou o efeito do exercício realizado na água em idosos frágeis26. O estudo investigou o efeito da intervenção uma vez por semana e duas vezes por semana em um período de seis meses. No desfecho qualidade de vida, verificou-se aumento significativo para os componentes fí- sico e mental do questionário SF-36 em três e seis meses de exercício, comparando com a avaliação pré-intervenção. Não foram verificadas diferenças no grupo controle. Também foi constatada diferença significativa no escore do questionário MIF entre a avaliação pré e seis meses para os dois grupos de intervenção e pré e três meses apenas para o grupo de duas ve- zes por semana e, mais uma vez, não encontraram diferenças no grupo controle26. Discussão Esta revisão sistemática mostra uma escassez de estudos de intervenção em idosos considerados frágeis vivendo na co- munidade, apesar da grande importância do tema. Essa escas- sez pode estar relacionada aos grandes desafios de se trabalhar com essa população, como ausência de critérios padronizados para definição de fragilidade, questões éticas e altas frequên- cias de mortalidade e desistência, dificultando a realização desses estudos8. Um problema que dificulta a avaliação das intervenções sobre o idoso frágil é o fato de os estudos analisados utiliza- rem conceitos distintos para definir idoso frágil. As definições estavam relacionadas desde as alterações funcionais, neces- sidade de auxílio de terceiros até a associação de múltiplas características (Tabela 2). Essas limitações impossibilitaram a generalização dos resultados e a comparação desses estudos com outros. Ferrucci et al.8, na tentativa de solucionar esse problema, propõem a utilização de um consenso para o estudo de inter- venções em fragilidade. Esses autores recomendam que, para a sua operacionalização, os domínios de mobilidade, nutrição e composição corporal devem ser avaliados. Essa recomendação é fundamentada no fato de que a síndrome de fragilidade é de caráter multissistêmico e multifatorial3,6. Apesar de serem considerados sinônimos por muitos autores e profissionais da saúde, incapacidade e fragilidade são entidades distintas e po- dem ocorrer isoladamente em idosos. Essa distinção está bem demonstrada no estudo de Fried et al.2, no qual 72,8% dos ido- sos frágeis não apresentavam incapacidade e 72% dos idosos com incapacidade não eram frágeis. Esse caráter multissistêmico da fragilidade e as suas dife- rentes definições também podem ter influenciado o fato de ter sido encontrada grande variedade de desfechos nos estudos. Tal heterogeneidade de desfechos dificulta ainda mais a veri- ficação de evidências na reabilitação de idosos frágeis. Entre- tanto, alguns estudos compartilham desfechos semelhantes. Dentre esses, o desfecho mais frequentemente encontrado nos estudos foi capacidade funcional,seja avaliada por autorrelato Paula M. M. Arantes, Mariana A. Alencar, Rosângela C. Dias, João Marcos D. Dias, Leani S. M. Pereira 372 Rev Bras Fisioter. 2009;13(5):365-75. seja por medidas de desempenho físico1,4,5,7,13-15,17-20,22-26. Prova- velmente, esse fato está relacionado ao maior risco de declínio funcional apresentado por essa população e às graves reper- cussões promovidas pela incapacidade6,8,9. As formas de intervenção diferiram muito entre os estudos, mesmo quando o desfecho era igual. Alguns estudos tentaram dar um enfoque terapêutico mais pragmático, com protoco- los variando de acordo com a avaliação individual de cada idoso24; outros, com exercícios que poderiam ser realizados no domicílio5,14; outros, com exercícios específicos a serem reali- zados em ambientes clínicos1,13 e outro, com a associação da prática no domicílio e no ambiente clínico17. Em relação aos programas de fortalecimento muscular, os re- sultados dos estudos foram contraditórios nos vários desfechos avaliados. Diferenças em relação aos parâmetros de tratamento adotados parecem não justificar as diferenças significativas encontradas, uma vez que a maioria dos parâmetros adotados foram distintos entre estudos que verificaram um mesmo resul- tado e tinham semelhanças com estudos que tinham resultados diferentes. Nos estudos de fortalecimento, o tempo de interven- ção variou de 105,14 a 12 semanas1,13, sendo realizado de duas1 a três vezes por semana5,13-15 e com o número de repetições de três séries de oito5,13 ou dez1 ou duas séries de dez14. Todos adotaram um ajuste sistemático das cargas e diferiram quanto aos recur- sos utilizados para o treino de força muscular, com exceção de um estudo que não descreveu como eram realizados os ajustes das cargas e nem o número de séries17. É necessário cautela na interpretação dos efeitos do for- talecimento em idosos considerados frágeis, uma vez que os estudos apresentam problemas de qualidade1,15 e estruturação metodológica5,13 e de definição da fragilidade1,5,13-15,17. Como descrito anteriormente, dois estudos avaliaram im- pacto de um programa de três fases incluindo fisioterapia, for- talecimento muscular e treinamento aeróbico4,16 ao tratar um idoso octogenário frágil. Os dois estudos foram desenvolvidos em um mesmo centro de estudos e com os mesmos pesquisa- dores. A amostra do estudo de Ehsani et al.16 era composta por idosos que participaram do estudo de Binder et al.4, e o proto- colo era o mesmo. Entretanto, o estudo de Ehsani et al.16 focou os aspectos relacionados à função cardiorrespiratória, en- quanto Binder et al.4 também avaliaram a capacidade aeróbica e outros aspectos relacionados à capacidade funcional, função muscular, equilíbrio e percepção de saúde. Os dois estudos en- contraram efeitos positivos desse protocolo sobre as variáveis avaliadas, mostrando que mesmo um idoso frágil octogenário é capaz de realizar adaptações biológicas benéficas. No estudo de Worm et al.17, que também utilizou múltiplas intervenções, também se verificaram benefícios dessa inter- venção em idosos frágeis, porém não se descreveu claramente quem era o idoso considerado frágil. As evidências dos benefícios de um treino funcional em idosos frágeis são poucas. Apesar de terem sido encontra- dos cinco artigos que avaliaram os efeitos do treino fun- cional, quatro deles faziam parte do mesmo estudo, só que consideraram desfechos diferentes18-21,. Na verdade, apenas dividiram-se os artigos de acordo com os desfechos. Assim, apesar de ter sido apontado benefício do programa na capa- cidade funcional, aumento na massa magra e qualidade de vida, os resultados ainda são escassos em relação a esse tipo de intervenção. Estudos a respeito da eficácia de intervenções fisioterápicas e adaptação ambiental mais prescrição de dispositivo de auxí- lio foram encontrados na literatura7,23-25. Uma vantagem dessas intervenções é que elas se aproximam da abordagem realizada pelo fisioterapeuta na prática clínica, com implementação de um programa multifatorial. No estudo conduzido por Brown et al.23, avaliou-se o efeito de um programa de fisioterapia de baixa intensidade que pos- sui exercícios de equilíbrio, coordenação, flexibilidade, fortale- cimento e tempo de reação no tratamento de idosos frágeis. Os autores verificaram uma melhora significativa na força mus- cular, flexibilidade, equilíbrio, coordenação, cadência e função após seis meses de intervenção com a realização dos exercícios três vezes por semana. Eles concluíram que essa pode ser uma alternativa eficaz para idosos que não conseguem acompanhar programas mais vigorosos, mas que, apesar da melhora na fun- ção física, não se conseguiu eliminar a fragilidade, ressaltando a importância da prevenção. Uma importante conclusão dos autores que avaliaram a eficácia das abordagens adaptação ambiental e prescrição de dispositivo de auxílio e também dessas abordagens asso- ciadas à realização de exercícios foi que essas intervenções foram capazes de reduzir o declínio funcional, mas não evitá- lo7,25. Ambos os estudos acompanharam os idosos por longo período, 12 e 18 meses, sendo que um deles demonstrou que os benefícios só apareceram após seis meses de intervenção. Assim, o período de duração de intervenções em idosos frágeis visando melhora da função deve ser escolhido com cautela. Além disso, o nível de fragilidade deve ser levado em consideração, uma vez que, ao estratificar os idosos em moderados e graves, aqueles com nível de fragilidade grave não se beneficiaram da intervenção. Entretanto, deve-se ter cautela ao interpretar esses dados devido à dificuldade de categorização de nível de fragilidade e ao pequeno número de estudos avaliando essa questão. O único estudo encontrado que avaliou os benefícios de exercícios na água foi o estudo de Sato et al.26. Eles verificaram melhora na qualidade de vida e funcionalidade nos idosos que consideraram como frágeis. E ainda verificaram que a frequência da prática também influencia a velocidade de melhora. Os Reabilitação do idoso frágil 373 Rev Bras Fisioter. 2009;13(5):365-75. 1. Ota A, Yasuda N, Horikawa S, Fujimura T, Ohara H. Differential effects of power rehabilitation on physical performance and higher-level functional capacity among community-dwelling older adults with a slight degree of frailty. J Epidemiol. 2007;17(2):61-7. 2. Fried LP, Ferrucci L, Darer J, Williamson JD, Anderson G. Untangling the concepts of disability, frailty, and comorbidity: implications for improved targeting and care. J Gerontol A Biol Med Sci. 2004;59(3):255-63. 3. Walston J, Hadley EC, Ferrucci L, Guralnik JM, Newman AB, Studenski SA, et al. Research agenda for frailty in older adults: toward a better understanding of physiology and etiology: summary from the american geriatrics society/national institute on aging research conference on frailty in older adults. J Am Geriatr Soc. 2006;54(6):991-1001. 4. Binder EF, Schechtman KB, Ehsani AA, Steger-May K, Brown M, Sinacore DR, et al. Effects of exercise training on frailty in community-dwelling older adults: results of a randomized, controlled trial. J Am Geriatr Soc. 2002;50(12):1921-8. 5. Latham NK, Anderson CS, Lee A, Bennett DA, Moseley A, Cameron ID, et al. A randomized, controlled trial of quadriceps resistance exercise and vitamin D in frail older people: the Frailty Interventions Trial in Elderly Subjects (FITNESS). J Am Geriatr Soc. 2003;51(3):291-9. 6. Fried LP, Tangen C, Walston J, Newman A, Hirsch C, Gottdiener J, et al. Frailty in older adults: evidence for a phenotype. J Gerontol A Biol Med Sci. 2001;56(3): M146-56. 7. Gill TM, Baker DI, Gottschalk M, Peduzzi PN, Allore H, Byers A. A program to prevent functional decline in physically frail, elderly persons who live at home. N Engl JMed. 2002;347(14):1068-74. 8. Ferrucci L, Guralnik JM, Studenski S, Fried LP, Cutler GB Jr, Walston JD, et al. Designing randomized, controlled trials aimed at preventing or delaying functional decline and disability in frail, older persons: a consensus report. J Am Geriatr Soc. 2004;52(4):625-34. 9. Speechley M, Tinetti M. Falls and injuries in frail and vigorous community elderly persons. J Am Geriatr Soc. 1991;39(1):46-52. 10. Maher CG, Sherrington C, Herbert RD, Moseley AM, Elkins M. Reliability of the PEDro scale for rating quality of randomized controlled trials. Phys Ther. 2003;83(8):713-21. 11. Sampaio RF, Mancini MC. Estudos de revisão sistemática: um guia para síntese criteriosa da evidência científica. Rev Bras Fisioter. 2007;11(1):83-9. pesquisadores consideraram frágeis os idosos que apresentavam até cinco limitações funcionais e adotaram critérios de seleção mais rigorosos; portanto, dependendo da definição de fragili- dade utilizada por um profissional, o exercício aquático pode se tornar uma prática de risco de intercorrência para o idoso. Um problema importante verificado nesta revisão foi re- lacionado à qualidade dos estudos disponíveis na literatura. Algumas limitações metodológicas importantes foram encon- tradas, e alguns estudos apresentam baixa qualidade metodo- lógica na avaliação pela escala PEDro1,4,15,20,23,24, o que dificulta a interpretação dos resultados. Em dois estudos, os idosos não foram alocados aleatoriamente nos grupos5,15. Em vários, os examinadores não eram cegados1,4,7,15-21,23-25, não foi realizada análise de intenção de tratar1,4,7,14,16-21,23-25, e apenas um22 citou que foi realizado o cálculo de tamanho amostral. Essa questão se torna de extrema relevância em estudos com altas frequên- cias de desistências e óbitos, como é o caso dos estudos anali- sados. É preconizado que perdas na amostra sejam mantidas até 20%, computadas no cálculo amostral, e que seja realizada análise de intenção de tratar8. Os estudos não seguiram tais recomendações. Em relação ao poder estatístico, somente um artigo5 realizou esse cálculo, não sendo possível afirmar se a ausência de melhora significativa devido às intervenções em alguns estudos ocorreu por falta de eficácia da técnica ou por tamanho insuficiente de amostra. Outra dificuldade encontrada neste estudo foi o grande nú- mero de intervenções encontradas na literatura, com pequeno número de publicações para cada tipo de intervenção. Isso certamente restringe as conclusões. Futuros estudos devem avaliar especificamente cada tipo de intervenção, uma vez que está clara a necessidade de estudos de intervenção sobre o tema. Além disso, é importante que os próximos estudos uti- lizem critérios adequados para a definição de fragilidade e os deixem claros no texto. Conclusão Existem poucas evidências sobre os efeitos de in- tervenções ou prevenção em idosos frágeis vivendo na comunidade. A diversidade dos critérios usados para ca- racterizar o que é um idoso frágil dificulta a realização e a comparação entre os estudos. Devido ao pequeno número de estudos encontrado, não foi possível estabelecer con- senso a respeito da eficácia das intervenções. Parece haver concordância entre alguns autores de que, apesar de terem sido encontrados ganhos significativos em relação à força, equilíbrio e capacidade funcional, não foi possível, com as intervenções utilizadas, reverter ou impedir a progressão da fragilidade. Paula M. M. Arantes, Mariana A. Alencar, Rosângela C. Dias, João Marcos D. Dias, Leani S. M. Pereira 374 Rev Bras Fisioter. 2009;13(5):365-75. Referências bibliográficas 12. 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