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Aula 19 – Isolamento Térmico, Condensado, Purgadores e Linhas de Condensado Universidade Federal da Integração Latino-Americana Instituto Latino-Americano de Tecnologia, Território e Infraestrutura Engenharia de Energia Prof. Fabyo Luiz Pereira fabyo.pereira@unila.edu.br UNILA – ILATTI – EE Foz do Iguaçu / PR EER0013 – Máquinas Térmicas EER0013 – Máquinas Térmicas 2 / 24 Tópicos da Aula ● Extração de condensado: ● Sistemas de extração: ● Sistema automático. ● Sistema supervisionado. ● Taxas de formação devido à perda de calor: ● Para o ambiente . ● Para aquecer a tubulação. ● Para aquecer o isolamento. ● Purgadores: ● Termostáticos. ● Mecânicos. ● Termodinâmicos. ● Isolamento Térmico, Condensado, Purgadores, Linhas de Condensado: ● Isolamento térmico: ● Externo e interno. ● Materiais isolantes. ● Espessura econômica. ● Espessura crítica. ● Condensado: ● Formação de condensado: ● Sistemas de drenagem. ● Separadores de vapor. ● Inclinação das tubulações. ● Sistemas de purgação. ● Filtros. ● Válvula de bloqueio. 3 / 24 Isolamento Térmico ● Isolamento Térmico: ● Reduz o fluxo de calor do vapor para o ambiente, proporcionando economia. ● Pode ser aplicado interna ou externamente às tubulações: ● Isolamento interno: ● Usado em linhas de grande diâmetro e condutoras de fluidos a temperaturas mais elevadas. ● O isolante (argamassa) é firmemente aderido à parede interna do tubo com o auxílio de uma tela fixa por solda ponto. ● Isolamento externo: ● O isolante pode ser obtido na forma de fios, lençóis ou de calhas pré- moldadas (figura ao lado). ● A proteção externa do isolante é necessária principalmente em tubulações sujeitas às intempéries e sobrecargas externas. 4 / 24 Isolamento Térmico ● Materiais isolantes mais comuns: ● Silicato de cálcio: ● Maior durabilidade. ● Bastante utilizado. ● Lã de vidro: ● Equivalente à lã de rocha em eficiência e custo. ● Difícil manuseio. ● Lã de rocha: ● Não se adapta a tubulações sujeitas à vibrações. ● Tabela de condutividade térmica dos isolantes (pg 28): Material isolante cp [kJ/kg.K] k [W/m.K] T=60oC T=80oC T=100oC Silicato de cálcio 1,004 0,0640 0,0663 0,0686 Lã de rocha 0,837 0,0419 0,0442 0,0465 Lã de vidro 0,711 0,0361 0,0384 0,0419 5 / 24 ● Espessura econômica: ● A espessura do isolamento térmico pode ser obtida de duas formas: ● Determinação analítica: ● Deve-se conhecer uma série de parâmetros (v, p, T, d, material da tubulação, tipo de isolamento e condições ambientais). ● Determinação por meio de catálogos: ● Deve-se conhecer apenas T e dn. ● Espessura ideal Através de análise de custos.→ ● A figura ao lado analisa os custos anuais de perda de calor e amortização do isolamento por metro de tubulação. ● Para espessuras superiores ao valor ideal, o custo total cresce em função do maior investimento inicial em isolamento. Isolamento Térmico 6 / 24 ● Espessura crítica: ● Conforme a espessura do isolamento cresce: ● Text sup diminui devido ao aumento da resistência térmica. ● Aext aumenta, ou seja, aumenta a área de dissipação de calor. ● Logo, há uma espessura crítica para o isolamento, na qual a dissipação de calor por unidade de comprimento de tubo é máxima, e que deve ser evitada. ● A figura abaixo mostra a taxa de dissipação de calor por comprimento de tubo em função do raio (re é o raio externo e rc é o raio crítico do isolamento). ● A espessura crítica do isolamento é: ● Quanto menor for a condutividade térmica do isolante, menor será a espessura crítica. ● Ignorando a resistência térmica do tubo: ec=rc−r e r c= ki h Isolamento Térmico 7 / 24 Condensado ● Condensado: ● Formação e extração: ● O condensado interfere bastante no funcionamento normal das tubulações de vapor, e sua remoção se justifica por uma série de razões: ● Conservar a energia do vapor. ● Evitar vibrações e golpes de aríete. ● Evitar corrosão e erosão. ● Minimizar a perda de carga nas tubulações. ● A presença de condensado nas linhas de vapor se deve a: ● Arraste da água da caldeira. ● Perdas de calor ao longo da linha de vapor. ● Aquecimento da tubulação em início de operação. ● Precipitação de umidade. ● Resfriamento da tubulação em final de operação. 8 / 24 Condensado ● Sistemas de drenagem: ● Devem assegurar a remoção completa do condensado. ● O diâmetro da derivação deve ser igual ao da linha principal, conforme mostrado na figura ao lado. ● Separadores de vapor: ● São usados para obter vapor de melhor qualidade. ● A figura ao lado mostra dois tipos, onde se observam os elementos de retenção e extração de condensado. ● Inclinação das tubulações: ● Garante que o condensado sempre terá o mesmo sentido do fluxo de vapor. ● As tubulações devem ter inclinação ≥ 0,5% no sentido do fluxo, como mostrado na figura ao lado. ● Se houver pouco espaço para adotar esta medida, a velocidade do vapor deve ser menor que 15 m/s. 9 / 24 Condensado ● Sistemas de purgação: ● Devem ter, em sequência, a válvula de bloqueio, o filtro e o purgador, como mostrado na figura ao lado. ● Filtros: ● O condensado e o vapor carregam impurezas e sólidos em suspensão, que se depositam sobre a sede dos purgadores e impedem a drenagem do condensado. ● Os filtros são usados para reter estas impurezas e sólidos em suspensão. ● A figura ao lado mostra dois tipos de filtros e seus respectivos elementos filtrantes. ● Válvula de bloqueio: ● Objetiva isolar o filtro e o purgador para limpeza e manutenção. 10 / 24 Sistemas de Extração do Condensado ● Sistemas de Extração do Condensado: ● Sistemas automáticos ou supervisionados de purgação removem o condensado. ● Sistema automático: ● Os pontos de drenagem são colocados a cada ±60 m de distância. ● O tubo coletor deve ter diâmetro igual ao da linha principal, com altura H, que atua como reservatório de excesso de condensado. ● A altura H é função da quantidade de condensado formado no início da operação (aquecimento da linha de vapor). 11 / 24 ● Sistema supervisionado: ● A figura abaixo mostra um sistema supervisionado de drenagem. ● Os pontos de drenagem supervisionados são colocados a cada ±150 m de distância. ● Neste caso, a altura H assume valores proporcionais ao diâmetro nominal da linha principal: ● H ≥ 200 mm (valor mínimo), ou ● H ≥ 1,5.dn. Sistemas de Extração do Condensado 12 / 24 ● Se a linha de retorno do condensado estiver em um nível superior ao da linha principal, deve-se instalar válvulas de retenção adicionais (figura abaixo). ● Além de a cada 50 a 200 m de tubulação, os sistemas de purgação devem ser instalados: ● Após o gerador de vapor. ● Antes de válvulas redutoras e de controle. ● Em pontos mais baixos da tubulação. ● Em pontos extremos fechados da tubulação. Sistemas de Extração do Condensado 13 / 24 Quantificação do Condensado ● Quantificação do Condensado: ● Não há como calcular com precisão a massa de condensado que é formado nas linhas de vapor. ● O condensado se forma devido as perdas de calor para: ● O ambiente (Gx). ● Aquecer a tubulação (Gy). ● Aquecer o isolamento térmico (Gz). ● Se for obtida uma equação para quantificar a massa de condensado gerada em cada uma destas perdas de calor, pode-se então: ● Obter um valor aproximado para a massa total de condensado. ● Dimensionar as botas e os purgadores. 14 / 24 Quantificação do Condensado ● Taxa de formação de condensado devido à perdade calor para o ambiente: ● Através de um balanço energético, define-se a quantidade de condensado formado em consequência da perda de calor para o ambiente. ● A transferência de calor envolve condução, convecção e radiação. Assim: ● Observe que: ● qL é o calor latente de condensação na pressão do vapor (ou seja, hlv). ● Gx ' é a taxa de formação de condensado que ocorre durante toda a operação das linhas de vapor (regimes transiente e permanente) [kg/s]. Taxade calor cedido pelo vapor=Taxade calor perdidoao ambiente qL .G x ' =U .(π .d . L). (T v−T amb) qL .Gx ' =U . A .ΔT G x ' =U π .d . L qL (T v−T amb) [kg /s ] 15 / 24 ● Massa de condensado total para aquecer a tubulação: ● De maneira similar: ● Onde m é a massa de tubo. ● Como m = w.L, e para o aço carbono cp = 0,5 kJ/kg.K, tem-se: ● Observe que: ● w é a massa de tubo por unidade de comprimento. ● Gy é a massa de condensado total para aquecer a tubulação [kg]. G y= m .c p qL (T v−T amb) [kg ] G y=0,5 w . L qL (T v−T amb) [kg ] qL .G y=m .c p .ΔT Quantificação do Condensado Taxade calor cedido pelovapor=Taxade calor para aquecer a tubulação 16 / 24 ● Taxa de formação de condensado para aquecer a tubulação: ● É importante determinar a taxa de formação de condensado para aquecer a tubulação, Gy ', para que se possa dimensionar a bota do purgador. ● De maneira aproximada, esta taxa é dada por: ● Estimando que a tubulação aqueça em 5 minutos (tt = 300 segundos): ● Onde: ● Gy ' é a taxa de formação de condensado para aquecer a tubulação [kg/s]. Quantificação do Condensado G y ' = G y Δ tt G y ' =0,5 w . L.(T v−T amb) qL .300 → G y ' =1,67.10−3 w .L qL (T v−T amb) [kg / s] G y ' =0,5 w . L.(T v−T amb) qL .( tt−0) → G y ' =0,5 w . L .(T v−T amb) qL . t t [kg / s] 17 / 24 ● Massa de condensado para aquecer o isolamento térmico: ● Da mesma maneira usada para determinar a perda de calor para aquecer a tubulação, obtém-se: ● Onde: ● Onde Tp é a temperatura da superfície externa do isolamento em regime permanente, e pode ser determinada resolvendo o problema das perdas de calor na tubulação. Em geral, Tp ≤ 60 oC. ● Observe que: ● Gz é a massa de condensado total para aquecer o isolamento [kg]. qL .G z=m .c p .ΔT G z= m .c p qL (Tm−T amb) [kg ] Quantificação do Condensado Tm= T v+T p 2 Taxade calor cedido pelovapor=Taxade calor para aquecer o isolamento 18 / 24 ● Taxa de formação de condensado para aquecer o isolamento térmico: ● Da mesma forma feita anteriormente, de maneira aproximada, Gz ' é dada por: ● Estimando que o isolamento térmico aqueça em 120 minutos (ti = 7200 segundos): ● Onde: ● Gz ' é a taxa de formação de condensado para aquecer o isolamento [kg/s]. Quantificação do Condensado G z '= m .c p .(Tm−T amb) q L .(t i−0) → G z ' = m .c p .(Tm−T amb) qL . ti [kg /s ] G z '= m .c p .ΔT q L .7200 → G z ' =1,39.10−4 m .c p qL ΔT [kg /s ] G z '= G z Δ t i 19 / 24 ● Massa total de condensado formado entre dois instantes quaisquer: ● Para determinar esta massa, deve-se lembrar que os tempos necessários para aquecer a tubulação e o isolamento são distintos. ● Assim, entre dois instantes t1 e t2 quaisquer: ● Se t1 = 0 e t2 < tt: ● Se t1 = 0 e ti > t2 ≥ tt: ● Se t1 = 0 e t2 ≥ ti: ● Observe que Gy e Gz são formadas apenas no início da operação (regime transiente). mcond=∫ 0 t 2 (G x ' +G y ' +Gz ' )dt Quantificação do Condensado mcond=∫ 0 t 2 G x ' dt+∫ 0 t t G y ' dt+∫ 0 t2 G z ' dt → mcond=∫ 0 t2 (Gx ' +Gz ' )dt+G y mcond=∫ t 1 t 2 (G x ' +G y ' +Gz ' )dt mcond=∫ 0 t 2 G x ' dt+∫ 0 t t G y ' dt+∫ 0 t i G z ' dt → mcond=∫ 0 t2 G x ' dt+G y+G z 20 / 24 Purgadores ● Purgadores: ● Purgadores são dispositivos automáticos destinados a eliminar condensado, ar e outros gases do sistema de vapor. ● Classificação: ● Termostáticos. ● Mecânicos. ● Termodinâmicos. ● Purgadores termostáticos: ● Agem por diferença de temperatura. ● A figura ao lado mostra um purgador termostático de expansão líquida. ● O condensado é retido até perder parte do calor sensível. ● Os foles se contraem e permitem a passagem do condensado. ● Possui funcionamento intermitente. ● Evitam reevaporação e consequentes golpes de aríete. 21 / 24 Purgadores ● Purgadores mecânicos: ● Agem por diferença de densidade. ● Purgador mecânico de panela invertida: ● A passagem do condensado é controlada por uma panela em posição invertida. ● Possui funcionamento intermitente. ● Recomendado para pressões ● maiores que 40 kgf/cm2. ● Purgador mecânico de bóia: ● A passagem do condensado é controlada por uma bóia. ● Possui funcionamento contínuo. 22 / 24 Purgadores ● Purgadores termodinâmicos: ● Possui funcionamento intermitente. ● A passagem de condensado se dá por um orifício central e três laterais. ● Durante a passagem do condensado o disco se mantém elevado devido à pressão do condensado. ● Ao passar em alta velocidade, o vapor causa depressão entre os orifícios, que combinada com a pressão existente no topo do purgador, faz o disco descer. ● O vapor retido na câmara superior atua sobre uma área maior, mantendo o disco fechado. ● O purgador volta a abrir quando o vapor retido se condensa e acumula na entrada do purgador. ● Concepção construtiva simples e baixo custo. 23 / 24 Linhas de Condensado e de Retorno ● Linhas de Condensado e de Retorno: ● As tubulações de retorno do condensado são dimensionadas para atender diversas recomendações. ● No início da operação, a formação adicional de condensado é importante e deve ser considerada no cálculo do diâmetro interno da tubulação, dado por: ● Quando não se conhecem as condições iniciais de operação, recomenda-se considerar que a vazão mássica máxima de condensado seja igual a duas vezes a vazão nominal. ● A velocidade do escoamento nas linhas de condensado deve ser < 1 m/s. d i=√ 4 m˙cmáxπρc v 24 / 24 Linhas de Condensado e de Retorno ● Reevaporação: ● Este fenômeno é importante e ocorre logo após os purgadores. ● Ocorre principalmente em locais de maior queda de pressão. ● Ocasiona golpes de aríete devido ao súbito aumento do volume específico. ● Devido à necessidade de baixas velocidades para a linha de condensado e ao maior volume específico do vapor de reevaporação, adotam-se grandes diâmetros para a linha de condensado, muitas vezes maiores que o diâmetro da linha principal de vapor. ● O condensado é reconduzido para o tanque de alimentação da caldeira, objetivando reaproveitar a energia residual. ● Para evitar cavitação, o condensado deve ser elevado a um nível superior ao da bomba de alimentação do gerador. 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