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Professor: Rafael Barreto – Avaliação Cinético-Funcional. Acesso Direto ao Fisioterapeuta O Fisioterapeuta profissional capacitado de nível superior, que exerce legitimamente, sem vinculação outra que não os deveres morais, a capacitação adquirida, o que tudo obedece às normas gerais e às que dita o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional. No exercício de sua atividade profissional, como legalmente previsto, nos arts. 3º e 4º do Dec. – Lei 938/69, não deve a qualquer outro profissional vinculação e, menos ainda, submissão: porque para exercê-la, autonomamente, se preparam e formaram. As atividades desenvolvidas pelo Fisioterapeuta não dependem de prévia indicação: são procurados, nos consultórios, diretamente pelos clientes/pacientes que, já conhecendo os males, ou dependendo da especialidade, pretendem valer-se dos seus conhecimentos científicos para o tratamento. Assim, exemplificando, em face da Consulta, nos seus consultórios não estão subordinados a qualquer profissional. Os planos de saúde requerem (inapropriadamente) encaminhamento médico para os seus associados para a realização do tratamento fisioterapêutico ou para reembolsar aqueles que procuram um atendimento fora da sua rede credenciada. Fisioterapeutas defendem o seu acesso direto no sistema de saúde do país. O acesso direto elimina encaminhamentos desnecessários, economiza o valioso tempo dos pacientes/clientes, aumenta os resultados sobre a saúde do paciente e economiza os recursos do sistema de saúde reduzindo as cobranças adicionais para visitas a profissionais de saúde que poderiam ser evitadas. À medida que se conquista o direito ao acesso direto e á prática independente, os Fisioterapeutas estão se tornado cada vez mais o primeiro contado procurado pelo paciente/cliente, particularmente para os cuidados na disfunção musculoesquelética. Isso faz com que seja crítico para os Fisioterapeutas serem bem versados na determinação de quando e como é necessário o encaminhamento a outro profissional de saúde apropriado. Professor: Rafael Barreto – Avaliação Cinético-Funcional. Ao atender o cliente através de encaminhamento médico, ou ao seguir um modelo de prática clínica independente, os Fisioterapeutas devem ser capazes de identificar sinais e sintomas de doenças sistêmicas passíveis de simular disfunção neuromuscular ou musculoesquelética. Ex: Úlceras pépticas, doença da vesícula biliar, doença hepática e isquemia miocárdica são apenas um dos poucos exemplos de doenças sistêmicas que podem causar dor no ombro ou nas costas. Vejamos alguns exemplos de caso clinico. EXEMPLO DE CASO A Um homem de 60 anos de idade aposentou-se de seu emprego como presidente de uma grande escola técnica vocacional e, no dia seguinte, telefonou ao seu medico para solicitar um encaminhamento de fisioterapia há muito tempo adiado. Este cliente tinha uma história de três artroplastias totais de quadril previas (acesso anterior, lateral e posterior) no lado direito realizado no decorrer dos últimos 10 anos. Baseado em sua experiência prévia de reabilitação, ele achou que seu sintoma de dor na região anterior do quadril e na região inguinal podia ser aliviado com a fisioterapia. O cliente chegou á clinica de fisioterapia com uma prescrição assinada, mas, quando perguntado se havia sido realmente examinado pelo médico, ele explicou que tinha recebido a prescrição após uma conversa por telefone com seu médico. O exame físico revelou uma massa de tecido cicatricial no quadrante lateral direito com um núcleo centralizado de tecido cicatricial espesso e rígido sobre o trocanter maior direito. Havia uma severa contratura em flexão de quadril direto e Trendelenburg presente à direita. Edema bilateral de cacifo dos tornozelos (mais evidente no lado direito) sugeriu ao fisioterapeuta que este edema era provavelmente uma condição crônica, o que o induziu a algumas perguntas adicionais sobre a história medica pregressa. O cliente sofrera cirurgia cardíaca aberta há cinco anos e relatou história de insuficiência cardíaca congestiva. Ele estava tomando medicação anti-hipertensiva, mas não sabia dizer o nome ou descrever a prescrição. Professor: Rafael Barreto – Avaliação Cinético-Funcional. Os sinais vitais registrados na clinica foram: Temperatura: 36,7 °C Pulso: 98 bpm Pressão sanguínea: 182/98 mmHg Definição do Tratamento: Um programa apropriado de fisioterapia com mobilizaçao de tecidos moles, alongamento e exercícios domiciliares foi iniciado. Entretanto, o cliente/paciente foi reencaminhado ao seu medico para uma consulta de acompanhamento. Um breve relato do fisioterapeuta colocou os principais achados objetivos e delineou o plano de fisioterapia proposto. O texto incluía um parágrafo com os seguintes dizeres: Devido ao estilo de vida sedentário do Sr. Y, à história pregressa de doença cardíaca e a pressão sanguínea hoje verificada, gostaria de recomendar um programa de condicionamento físico. O senhor poderia, por favor, informar se ele esta clinicamente estável? Baseados em seus achados, nós iniciaremos um programa de treinamento pré-aeróbico aqui e encaminharemos o cliente para um programa domiciliar ou em um centro de condicionamento físico. EXEMPLO DE CASO B Uma mulher de 44 anos foi encaminhada ao Fisioterapeuta com uma queixa de dor na região paravertebral torácica baixa a direita. Não havia história de trauma ou agressão, nem de movimentos repetitivos. Quanto à história clinica pregressa, era significativa uma infecção renal há três semanas, tratada com antibióticos. A cliente relatou que o exame de urina de controle estava "normal", com resolução da infecção. Resultado: Após três sessões de fisioterapia nas quais foram utilizados procedimentos para os sintomas agudos, a cliente não mostrou melhoras visíveis, relatáveis ou mensuráveis. O quarto atendimento dela foi cancelado, devido a um resfriado. Devido à história recente de infecção renal a paciente foi reencaminhada ao seu médico onde foi constatado que a infecção renal da mulher tivera uma recidiva, e ela recuperou-se da sua seqüela de dor lombar dentro de 24 horas após o início da segunda bateria de antibioticoterapia. Professor: Rafael Barreto – Avaliação Cinético-Funcional. EXEMPLO DE CASO C Um homem de 31 anos foi encaminhado para fisioterapia por um Médico Ortopedista. O diagnostico era "síndrome ombro-mão". Esse paciente havia sido avaliado para esse mesmo problema por três outros Médicos e dois Fisioterapeutas antes de chegar a nossa clinica. O tratamento até o momento não tivera êxito em aliviar os sintomas. A "síndrome ombro-mão" é uma condição que ocorre após um infarto do miocárdio, geralmente após repouso prolongado no leito ou podem ainda ocorrer como resultado de um acidente vascular cerebral (AVC). Na avaliação o Fisioterapeuta observou que a apresentação clínica do paciente não incluía os sinais e sintomas típicos esperados da "síndrome ombro-mão" como alterações cutâneas (pele lisa, brilhante, avermelhada), padrão de crescimento de cabelos (aumento de placas de pelos escuros ou perda de cabelos), mudanças de temperatura (aumento ou diminuição), hiperidrose (transpiração excessiva), movimento articular restrito e dor intensa. O quadro clínico parecia compatível com um ponto-gatilho do músculo grande dorsal e, de fato, o tratamento do ponto-gatilho eliminou completamente todos os sintomas. Conduzir um exame de fisioterapia completo para identificar a causa de base específica da apresentação sintomática foi essencial para o tratamento desse caso. As abordagens de tratamento de um ponto-gatilho diferem muito dos protocolosde intervenção para "síndrome ombro-mão". Aceitar o diagnóstico Médico sem realizar uma avaliação diagnóstica de fisioterapia teria resultado em perda de tempo e custos desnecessários para esse paciente.
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