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Aula 6 a 10

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Aula 06: Gestão Democrática da Escola Pública
Introdução
Nesta aula, discutiremos o processo de gestão democrática da escola pública, bem como as questões legais que envolvem este processo, suas implicações e pressupostos. Discutiremos também os mecanismos de participação e os conflitos consequentes da falta do exercício deste tipo de gestão.
É importante refletir o conceito de democracia para discutirmos o significado de gestão democrática, que também não é de fácil entendimento, pois muitos de nós ainda não tivemos a oportunidade de vivenciar a gestão democrática da escola, e, talvez também tivesse a mesma reação da Mafalda ao ler o que é a “gestão democrática da escola”, pois só viu o exemplo contrário do significado e muitas das vezes com o rótulo de “gestão democrática”, quando não se é de fato.
Percebemos que a democracia está relacionada à tomada conjunta de decisões, pelas pessoas ou por seus representantes eleitos para decidirem questões da coletividade. Diante disto, trataremos agora do conceito de gestão democrática, como está escrito no próximo quadro:
A Gestão Democrática é uma forma de gerir uma instituição, de maneira que possibilite a participação, transparência e democracia.
Os quadros nos mostram que a gestão democrática do ensino público está prevista em lei, desde a promulgação da Constituição da República de 1988, que é a nossa lei maior e, como consequência, também está entre os princípios da educação brasileira na lei de diretrizes e bases da educação nacional nº 9.394/96.
Se compararmos a educação brasileira de alguns anos atrás, ficava claro que não havia gestão democrática do ensino, principalmente em uma época que a escola pública, se dizia de qualidade, porém não era acessível a todos os cidadãos brasileiros, principalmente aos das classes populares.
Atualmente, diante do conceito de gestão democrática da escola pública, a classe popular também está nesta escola, porém ainda tem que se investir na qualidade deste ensino, que cabe também às pessoas que estão envolvidas no processo de ensino e aprendizagem participarem da promoção desta qualidade de ensino nas instituições escolares.
A gestão democrática requer mudanças na dinâmica das escolas, dentre as mudanças ocorridas na educação com o advento da gestão democrática, temos a participação efetiva dos envolvidos no processo de aprendizagem. Com isso, os problemas não são somente da gestão, mas sim de todo o grupo, que envolve a gestão, a equipe técnica escolar, os professores, os funcionários, os pais e os próprios alunos, que devem estar no cerne das questões da escola.
No trajeto da gestão democrática, participar é preciso, porém não é fácil trilhar este caminho, a contribuição que se segue, nos mostra a complexidade da grandiosidade da participação no cotidiano escolar, na gestão democrática:
A criação de ambientes participativos é, pois, uma condição básica da gestão democrática. Dele faz  parte a criação de uma visão de conjunto da escola e de sua responsabilidade social; O estabelecimento de associações internas e externas; A valorização e maximização de aptidões e competências múltiplas e diversificadas dos participantes; O desenvolvimento de processo de comunicação aberta, ética e transparente.
Esse ambiente participativo dá às  pessoas a oportunidade de controlar o próprio trabalho, ao mesmo tempo em que se sentem parte orgânica de uma realidade, e não apenas apêndice da mesma, ou um mero instrumento para a realização dos seus objetivos institucionais. (LÜCK, p. 27, 2000)
Quando falamos em recursos financeiros na gestão democrática do ensino público, estamos nos reportando às especificidades de cada “unidade” escolar, na decisão das suas prioridades e que “a verba é da escola”, “não do gestor”, sendo assim, a gestão junto ao grupo decidirá quais serão as aplicações feitas com as verbas recebidas, seja do governo federal, estadual ou municipal.
Existem alguns programas de repasse de verbas do governo federal às escolas, sendo o PDDE - Programa Dinheiro Direto na Escola – um dos mais importantes, vejamos a seguir como se dá este Programa:
Programa Dinheiro Direto na Escola – PDDE
O Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) consiste no repasse anual de recursos às escolas públicas do ensino fundamental estaduais, municipais e do Distrito Federal e as  do ensino especial, mantidas por organizações não governamentais (ONGs), desde que registradas no Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS). 
O repasse dos recursos do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) é feito anualmente pelo FNDE às contas bancárias das unidades escolares, cabendo a elas utilizar os recursos, de acordo com as decisões dos órgãos colegiados da escola. 
Os recursos podem ser utilizados para as seguintes finalidades: Aquisição de material permanente; Manutenção, conservação e pequenos reparos da unidade escolar; Aquisição de material de consumo necessário ao funcionamento da escola; Capacitação e aperfeiçoamento de profissionais da educação; Avaliação de aprendizagem; Implementação de projeto pedagógico e desenvolvimento de atividades educacionais. 
O valor transferido a cada escola é determinado com base no número de alunos matriculados no ensino fundamental ou na educação especial estabelecido no Censo Escolar do ano anterior ao do atendimento. Tendo em vista a importância assumida pelo PDDE no cotidiano das escolas, em razão deste programa se caracterizar pelo repasse de dinheiro direto para as escolas públicas de todo o país, vamos discutir a seguir o referido programa e o papel do Conselho Escolar na gestão do mesmo.
(BRASIL, pág.66, 2006)
A participação na gestão democrática da escola pública vai muito além do financeiro, pois tudo que é decidido tem como foco principal a qualidade do ensino oferecido pelas escolas.
Percebemos na charge a seguir como uma questão para ser discutida junto à gestão da escola pública, de ensino médio, todos têm que refletir as causas dos maus resultados, isto não compete só à gestão, mas a todos os envolvidos no processo de ensino da escola e, principalmente ao educando, que precisa chegar à etapa final da educação básica em igualdade de condições, para dar continuidade aos estudos, seja por meio do ENEM ou por concurso vestibular.
Para concluir, destacamos que a Gestão democrática na escola pública é primordial para a qualidade do ensino nos dias atuais. É papel das instituições escolares se adequar as questões legais de todo o processo de aprendizagem e investir na educação democrática e transformadora.
Até a próxima aula!
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Aula 7: Políticas Sociais no Brasil: descentralização em um Estado federativo
Introdução
Nesta aula, esclareceremos o que é Política Social, sua abrangência e importância para a conquista da cidadania plena. Identificaremos os projetos e programas da Política Social brasileira, específicos do direito à educação.
Precisamos entender o que é cidadania para podermos estudar fatos relativos às políticas sociais.  
Vamos ao conceito geral de cidadania no quadro a seguir:
O conceito de cidadania tem origem na Grécia clássica, sendo usado então para designar os direitos relativos ao cidadão, ou seja, o indivíduo que vivia na cidade e ali participava ativamente dos negócios e das decisões políticas. Cidadania pressupunha, portanto, todas as implicações decorrentes de uma vida em sociedade.
Ao longo da história, o conceito de cidadania foi ampliado, passando a englobar um conjunto de valores sociais que determinam o conjunto de deveres e direitos de um cidadão. "Cidadania: direito de ter direito".
Cidadania é a prática dos direitos e deveres de um(a) indivíduo (pessoa) em um Estado.[1] Os direitos e deveres de um cidadão devem andar sempre juntos, uma vez que o direito de um cidadão implica necessariamente numa obrigação de outro cidadão. Conjunto de direitos, meios, recursos e práticas que dá à pessoa a possibilidadede participar ativamente da vida e do governo de seu povo.
Reportamo-nos, inicialmente, ao conceito generalizado de cidadania, porém se o nosso foco são as políticas sociais no Brasil, vamos também conceituar cidadania no contexto brasileiro.
Para tal, recorremos a outro quadro:
Pode-se entender, portanto, que a cidadania brasileira é a soma de conquistas cotidianas, na forma da lei, de reparações a injustiças sociais, civis e políticas, no percurso de sua história e, em contrapartida, a prática efetiva e consciente, o exercício diário destas conquistas com o objetivo exemplar de ampliar estes direitos na sociedade. Neste sentido, para exercer a cidadania brasileira em sua plenitude, torna-se absolutamente necessário a percepção da dimensão histórica destas conquistas no percurso entre passado, presente e futuro da nação. Este é o caminho longo e cheio de incertezas, inferido por José Murilo de Carvalho. Esta é a originalidade e especificidade da cidadania brasileira.
Para facilitar o seu entendimento em relação aos direitos dos cidadãos, estamos apresentando algumas charges que ilustram a questão da necessidade de se garantir estes direitos, que são básicos a todos os cidadãos.
Exemplificamos, aqui, alguns desses direitos, porém sabemos que Trabalho, Assistência Social, Previdência Social, Justiça, Agricultura, Saneamento e Meio Ambiente também fazem parte deste conjunto de necessidades básicas para o exercício pleno da cidadania.
A política social no Brasil tem como marco a Constituição da República de 1988, como veremos na contribuição, a seguir:
A Constituição de 1988 espelhará os ideais universalistas acoplados a uma ideia ampliada de cidadania, em busca da expansão da cobertura de políticas sociais no que diz respeito a bens, serviços, garantias de renda e equalização de oportunidades. Ela tentará superar um sistema marcado pelo autofinanciamento, excludente e não-distributivo, procurando instituir as bases para a organização de um sistema universal e garantidor de direitos. O sistema que então emerge, em que pesem os inegáveis avanços, compõe-se ainda de políticas diferenciadas, organizadas a partir de distintos princípios de acesso, financiamento e organização institucional, reflexo tanto de suas trajetórias não homogenias como das escolhas realizadas no campo político. (Cardoso Jr. e Jaccoud, in) Leia o artigo: Políticas Sociais no Brasil: Organização, Abrangência e Tensões da Ação Estatal.
A organização da política social no Brasil, atualmente, se dá por meio de uma Agenda Social, que contém o PPA - Plano Plurianual. Vejamos o que diz um documento oficial em relação à elaboração da Agenda Social e do Plano Plurianual:
• A Agenda Social foi construída ao longo de 2007, em um processo coordenado pela Casa Civil, e que contou com a participação de representantes do Ministério do Plane­jamento, Orçamento e Gestão e de órgãos setoriais com iniciativas relacionadas à área social. As reuniões e discussões sobre a proposta ocorreram em paralelo aos trabalhos de elaboração do PPA 2008-2011. Assim, ao mesmo tempo em que os órgãos definiam seus programas e ações para o novo PPA, a Casa Civil coordenava reuniões para a seleção do que comporia a Agenda Social do governo federal.
• A partir das discussões, foram selecionados os eixos organizadores da agenda, que tem a Câmara de Políticas Sociais da Presidência da República como instância decisória, mas cuja coordenação é descentralizada: cada eixo está sob responsabilidade de um órgão específico. É importante salientar que tal opção contrasta com a que prevaleceu no caso do PAC, que é tanto gerenciado quanto monitorado pela Casa Civil.
• Em linhas gerais, os grandes objetivos da Agenda Social são: reduzir a desigualdade social; consolidar uma política garantidora de direitos; buscar a gestão integrada das políticas, promovendo oportunidades; e incentivar a pactuação federativa entre União, estados e municípios. (BRASIL, IPEA, p.15, 2008)
A Agenda Social constitui questões necessárias para a garantia do acesso aos direitos básicos dos cidadãos, como falamos anteriormente.
É interessante que você tenha acesso a essa Agenda, bem como saber quais são os projetos e programas, principalmente os direcionados à educação.
Agora que você teve uma visão ampla da Agenda Social, vamos conhecer os planos e programas específicos da educação, que é o nosso foco no estudo da gestão escolar do referido documento, com o quadro anterior: 
Maior qualidade da educação é o objetivo principal da Agenda Social de Política Pública no Brasil no eixo da educação. Como discutimos em aulas anteriores, a qualidade do ensino tem que estar presente em qualquer nível de Gestão do Ensino, seja dentro ou fora do chão da escola.
Considerações Finais
Para finalizar esta aula ressaltamos que os Programas da Politica Social no Brasil promovem o direito à educação. Este, por sua vez, abrange os direitos básicos da cidadania e a qualidade no ensino.
Até a próxima aula!
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Aula 08: Conselhos Municipais de Educação no Brasil
Introdução
Nesta aula, trataremos dos Conselhos Municipais de Educação no Brasil, abordando as diretrizes legais, conceitos e constituições desses Conselhos. Tomaremos conhecimento de algumas legislações pertinentes aos Conselhos Municipais de Educação, para percebermos quais as suas atribuições legais no contexto da educação municipal.
A efetivação dos Conselhos Municipais de Educação tem como ponto de partida a promulgação da Constituição da República de 1988, que é a nossa lei maior e que prevê a gestão democrática do ensino público, como temos registrado no próximo quadro:
Os Conselhos Municipais de Educação nasceram do desejo dos movimentos sociais, especialmente presentes na Constituinte de 1988, pela participação democrática na formulação e gestão das políticas públicas. Assim, nos Conselhos Municipais, mais próximos do cidadão, onde a possibilidade da democracia participativa é mais viável, outras atribuições se fazem presentes, como: a mobilizadora e de controle social.
Como discutimos em aulas anteriores, a gestão democrática requer mudanças na dinâmica das escolas e se faz necessária a participação efetiva dos envolvidos no processo de aprendizagem.
Vimos também que os problemas não são somente da gestão do ensino especificamente, mas sim de todo o grupo, que envolvem a gestão, a equipe técnica escolar, os professores, os funcionários, os pais, os alunos e a sociedade em geral.
O quadro que se segue contempla esta questão:
A gestão democrática constitui pilar fundamental de uma educação básica com qualidade social. Ela está prevista na Constituição Federal, em seu art. 206, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB 9.394/96, em seu art. 14, como um dos objetivos e prioridades do Plano Nacional de Educação – PNE. Para fomentar o cumprimento dessa legislação, surge a permanência de estimular a implantação e o fortalecimento dos Conselhos Municipais de Educação, bem como de capacitar seus membros para que possam oferecer uma contribuição efetiva à qualificação da educação.
Dando continuidade ao nosso estudo dos Conselhos Escolares, vamos discutir o que vem a ser a função dos referidos Conselhos, por meio de mais um quadro explicativo:
A principal função atribuída aos Conselhos de Educação, no âmbito nacional e estadual, ao longo da história, foi a de colaborar com os respectivos Ministros ou Secretários de Educação na definição das políticas educacionais, tarefa essencialmente consultiva. Gradativamente, foram assumindo mais fortemente a função de elaborar normas para os respectivos sistemas de ensino, como estratégia de efetivação das políticas. Paralelamente, a função “credencialista”, de caráter mais cartorial, foi se impondo como função mais demandada aos Conselhos, como estratégia de controle sobre a autorização e o funcionamento das instituições de ensino.
Por meio do quadro anterior,percebemos que, inicialmente, os Conselhos Municipais de Educação tinham uma função meramente consultiva, porém, ao longo do tempo, outras funções foram agregadas a estes Conselhos.
Tomamos como exemplo para explicitar estas outras funções um texto contido no documento “Conselhos Escolares: uma estratégia de gestão democrática da escola pública”, publicado no ano de 2004. Vamos ao texto?
• A função deliberativa é assim entendida quando a lei atribui ao conselho competência específica para decidir, em instância final, sobre determinadas questões. No caso, compete ao conselho deliberar e encaminhar ao Executivo, para que execute a ação por meio de ato administrativo. A definição de normas é função essencialmente deliberativa. A função recursal, também, tem sempre um caráter deliberativo, uma vez que requer do conselho competência para deliberar, em grau de recurso, sobre decisões de instâncias precedentes. Só faz sentido a competência recursal quando vem revestida de poder de mudar, ou confirmar, a decisão anterior.
 
• A função consultiva tem um caráter de assessoramento e é exercida por meio de pareceres, aprovados pelo colegiado, respondendo à consultas do governo ou da sociedade, interpretando a legislação ou propondo medidas e normas para o aperfeiçoamento do ensino. Cabe ao Executivo aceitar e dar eficácia administrativa, ou não, à orientação contida no parecer do conselho.
• A função fiscal ocorre quando o conselho é revestido de competência legal para fiscalizar o cumprimento de normas e a legalidade ou legitimidade de ações, aprová-las ou determinar providências para sua alteração. Para a eficácia desta função, é necessário que o conselho tenha poder deliberativo, acompanhado de poder de polícia. Embora mais rara nos conselhos tradicionais de educação, esta função é atribuída cada vez mais fortemente aos conselhos de gestão de políticas públicas, nas instituições públicas e na execução de programas governamentais.
• A função mobilizadora é a que situa o conselho em uma ação efetiva de mediação entre o governo e a sociedade, estimulando e desencadeando estratégias de participação e de efetivação do compromisso de todos com a promoção dos direitos educacionais da cidadania, ou seja: da qualidade da educação.
(MEC, p.36, 2004)
Quantas informações já adquirimos a respeito dos Conselhos Municipais de Educação. Percebemos que os cidadãos que fazem parte destes Conselhos terão que aprofundar seus estudos da dinâmica dos Conselhos, principalmente das suas funções específicas, que são muitas e que requerem conhecimentos educacionais na área de legislação e políticas públicas.
Não basta ter o Conselho Municipal de Educação no município. É preciso que os representantes tenham condições de atuar de maneira eficaz nos mesmos. Diante desta necessidade, o governo federal criou o Programa Nacional de Capacitação de Conselheiros Municipais de Educação (Pró- Conselho).
Para que possamos entender este Programa (Pró-Conselho), vamos recorrer a mais um quadro nesta aula:
O programa estimula a criação de novos conselhos municipais de educação, o fortalecimento daqueles já existentes e a participação da sociedade civil na avaliação, definição e fiscalização das políticas educacionais, entre outras ações. O Pró-Conselho tem como principal objetivo qualificar gestores e técnicos das secretarias municipais de educação e representantes da sociedade civil, para que atuem em relação à ação pedagógica escolar; à legislação e aos mecanismos de financiamento e ao repasse e controle no uso das verbas da educação. Os conselhos municipais de educação exercem papel de articuladores e mediadores das demandas educacionais junto aos gestores municipais e desempenham funções normativa, consultiva, mobilizadora e fiscalizadora. Fonte: Pró-Conselho.
Considerações Finais
Finalizando este estudo, percebemos que os Conselhos Municipais de Educação são uma organização democrática, com representatividade do Estado e da sociedade civil, que tem como função fazer a mediação entre a sociedade e o governo, onde a constituição do mesmo respeitará as peculiaridades de cada estado ou município, só havendo orientações quanto à sua implantação e constituição. Porém, conforme o que prevê uma gestão democrática, cada Conselho Municipal de Educação terá singularidade própria.
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Aula 9: Gestão da Educação Básica e o Fortalecimento dos Conselhos Escolares
Introdução
Nesta aula, será entendida como se dá a gestão da educação básica no Brasil e os mecanismos de avaliação da mesma. Discutiremos como se constituem os Conselhos Escolares e quais são os princípios legais e filosóficos desses Conselhos. Que papel desempenha a gestão democrática da escola na dinâmica dos Conselhos Escolares e qual o papel dos referidos Conselhos junto à Gestão Escolar.
O Projeto Pedagógico deve fazer parte de um projeto maior; que é o Projeto Político-Pedagógico, que também é consequência de uma gestão democrática.
O Projeto Político-Pedagógico é uma realidade no cotidiano de nossas escolas de educação básica. Porém, o mesmo ainda não se pode afirmar quanto à participação efetiva de todos os que, teoricamente, devem estar envolvidos na construção do mesmo. Só uma Gestão realmente “democrática” para garantir a participação destas pessoas no PPP (Projeto Político-Pedagógico).
Nesta etapa da nossa aula vamos conceituar o que seja Projeto Político-Pedagógico, para darmos continuidade ao nosso estudo, conforme contribuição que se segue:
(...) O projeto busca um rumo, uma direção. É uma ação intencional, com sentido explícito, com um compromisso definido coletivamente. Por isso todo projeto pedagógico da escola é, também, um projeto político por estar intimamente articulado ao compromisso sociopolítico com os interesses reais e coletivos da população majoritária. É político no sentido de compromisso com a formação do cidadão para um tipo de sociedade.
(...) O Projeto Político-Pedagógico, ao se constituir em processo democrático de decisões, preocupa-se em instaurar uma forma organizada do trabalho pedagógico que supere os conflitos, buscando eliminar as relações competitivas, corporativas e autoritárias, rompendo com a rotina do mando impessoal e racionalizado da burocracia que permeia as relações no interior da escola, diminuindo os efeitos fragmentários da divisão do trabalho que reforça as diferenças e hierarquiza os poderes de decisão. (VEIGA, p.13, 2001)
O Projeto Pedagógico e o Projeto Político-Pedagógico fazem parte da gestão da educação básica, que são documentos construídos no chão das escolas, por meio de gestões que coordenem estes processos de construção.
A gestão da educação básica a nível governamental começa pela Constituição Federal de 1988, que prevê a gratuidade da educação básica, entre outras questões essenciais, para que seja assegurada pelo poder público o acesso, permanência e conclusão, do que se diz básico, para o exercício pleno da cidadania.
Vejamos o próximo quadro, para ilustrar esta questão:
A educação básica é um dos níveis da educação brasileira. Esta conta com três modalidades de ensino, como vimos inicialmente, tais sendo: a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, tendo uma organização política, no que tange à responsabilidade, dividida entre União, Estados e Municípios, que está prevista na Lei de Diretrizes e Bases Nº 9.394/96, conforme demonstraremos nos quadros que se seguem, com as questões relacionadas à educação básica.
Percebemos que há uma organização política de responsabilidades com cada um dos níveis e modalidades de ensino da educação brasileira. Os quadros anteriores procuraram facilitar este entendimento em relação à educação básica. Esta organização facilita a gestão financeira entre outras.
Até então discutimos a gestão do ensino básico a nível macro, porém cabe neste momento começarmos a discutir os espaços de gestão no cotidiano escolar,de modo que os envolvidos no processo de ensino e aprendizagem nas escolas exercitem a gestão democrática, por meio de participação na busca de uma educação efetiva e de qualidade para todos.
Pensar coletivamente e em nome da coletividade não é uma prática fácil, principalmente nas escolas. Contudo, no início desta aula, vimos que os Conselhos Escolares estão previstos na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em seu Artigo 14, bem como a gestão democrática, no mesmo artigo. A questão principal é a participação efetiva de todos no cotidiano escolar.
Precisamos entender o que é um Conselho Escolar para darmos prosseguimento à nossa aula, como leremos em mais um quadro:
O Conselho Escolar (CE) é um colegiado com membros de todos os segmentos da comunidade escolar com a função de gerir coletivamente a escola. Com suporte na LDB, lei nº 9394/96 no Artigo 14, que trata dos princípios da Gestão Democrática no inciso II – "participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes", esses conselhos devem ser implementados para se ter uma gestão democrática. Porém, como diz Carlos Drummond Andrade: "as leis não bastam. Os lírios não nascem das leis" (SEED/MEC, 1998, p. 44).
O fato de o Conselho Escolar estar previsto em Lei significa um fortalecimento inicial deste órgão colegiado, visto que o legitima de forma que sua organização seja de participação efetiva dos envolvidos no contexto das escolas, tendo cada um desses Conselhos características próprias, pois suas ações são referentes a cada realidade escolar.
Antunes (SEED /MEC, 1988) nos aponta alguns parâmetros importantes para que se garanta a constituição de um Conselho Escolar. Vamos a mais um quadro?
Agora que já esclarecemos como é o processo de escolha dos membros do Conselho Escolar, precisamos saber como são compostos estes Conselhos, por meio de mais um quadro explicativo:
Quanto a esta questão, vamos recorrer a uma contribuição de Gadotti, para finalizarmos nossa reflexão:
(...) A participação e a democratização num sistema público de ensino são um meio prático de formação para a cidadania. Essa formação se adquire na participação do processo de tomada de decisões. A criação dos conselhos de escola representa uma parte desse processo. Mas eles fracassam quando instituídos como uma medida isolada e burocrática. Eles só são eficazes em um conjunto de medidas políticas, em um plano estratégico de participação que vise à democratização das decisões.
 
Esse plano supõe: autonomia dos movimentos sociais e de suas organizações em relação à administração pública; abertura de canais de participação pela administração; transparência administrativa, isto é, democratização das informações. A população precisa, efetivamente, apropriar-se das informações para poder participar; precisa compreender o funcionamento da administração particularmente do orçamento - e as leis que regem a administração pública e limitam a ação transformadora. (GADOTTI, p.27, 1998)
Como já discutimos anteriormente, a gestão democrática oportuniza a participação e como bem diz Pedro Demo: “Participação é conquista”.
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Aula 10: A Pesquisa sobre características de escolas eficazes no Brasil: breve revisão dos principais achados e alguns problemas em aberto – Eficácia escolar e práticas de gestão
Introdução
Nesta aula, discutiremos questões relativas às características das escolas eficazes no Brasil e que concepções temos de gestão em busca da eficácia escolar. Refletiremos a questão, partindo de exemplos práticos de escolas consideradas eficazes.
Percebemos que a eficácia está ligada aos resultados, ou seja, antevê-los e saber o que fazer com eles e por meio deles. Isso exige planejamento.
Recorreremos a mais um conceito, por meio de um de nossos quadros explicativos. Nesta etapa, temos a necessidade de saber sobre planejamento estratégico:
O planejamento estratégico é um meio de estabelecer e manter um sentido de direcionamento quando o futuro torna-se cada vez mais difícil de prever. É um processo contínuo por meio do qual a organização é mantida em seu curso, fazendo ajustes à medida que os contextos interno e externo mudam. O planejamento, é claro, não termina quando o plano escrito é produzido – isso é um registro do processo conforme sua visão em determinado ponto no tempo -, a parte difícil é implementar o plano. No planejamento estratégico, a ênfase está no planejamento evolucionário ou contínuo, em que o próprio plano é alterado para se adaptar às circunstâncias cambiantes. (WEINDLING, p.224, 2006)
No intento de melhor compreender desta questão, temos como contribuição a seguinte citação:
(...) A preocupação com o péssimo desempenho das escolas públicas tem sido pauta de governos e pesquisadores, não só do Brasil, mas de todo o mundo, desde que se identificou a contradição entre massificação do acesso à escola básica e queda da qualidade da educação escolar. As saídas para essa situação vêm sendo debatidas na perspectiva da didática, da psicologia, da economia e da administração. Ainda que partindo de critérios de seleção e de metodologias de investigação diferentes, todas essas pesquisas têm como objetivo inventariar as características dessas instituições e mesmo sugerir, sem pretensão de generalizações, eventuais opções de políticas capazes de induzir mudanças no "chão da escola".
(...) Para tanto, estimulava-se a divulgação e a análise de experiências "exitosas" de práticas escolares em apoio às ações voltadas ao aumento da produtividade dos sistemas escolares - produtividade entendida aqui como a capacidade institucional que as escolas teriam de potencializar o atendimento às características e necessidades dos setores que passaram a frequentá-la graças às medidas de democratização do acesso. Complementarmente, defendia-se a criação de mecanismos de prestação de contas, responsabilização ou accountability, caso o desempenho da escola ficasse abaixo do necessário, esperado ou definido. Cad. Pesqui. vol.38 no.135 São Paulo Set./Dec. 2008 - Theresa Adrião; Teise Garcia.
A nossa intenção é que você perceba que a eficácia nas escolas não pertencem às unidades das grandes capitais, pois depende das tomadas de decisões da gestão.
Veremos a seguir: as escolas eficazes independem de localização geográfica, mas sim de sua gestão, leia agora a notícia: Três escolas públicas de Teresina estão entre as melhores do Brasil.
Como percebemos por meio desta aula, muitos empecilhos existem nas escolas, impedindo a efetivação da educação de qualidade, ou seja, a conquista da cidadania, quando exercemos os nossos direitos à educação de qualidade é um desses direitos, que não pode ser negado a nenhum cidadão que busca isso na escola.
Diante dos exemplos de escolas eficazes no Brasil longínquo, acreditamos que os obstáculos são muitos, porém transponíveis, tendo a gestão escolar a missão junto à comunidade escolar, superar os obstáculos que surgirem no caminho da busca da escola eficaz.

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