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A evolução das questôes ambientais após a Revolução Industrial

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A evolução das questões ambientais após a Revolução Industrial
Impactos ambientais históricos
É importante lembrar que, desde seu surgimento, há cerca de 700.000 anos atrás (BOAZ; ALMQUIST, 2002), o homem vem causando diversos impactos ambientais e super explorando muitos recursos naturais. Existem, inclusive, indícios de que algumas das grandes civilizações antigas, como, por exemplo, os maias e os vikings, tenham desaparecido, entre outras coisas, devido ao mau uso dos recursos naturais (DIAMOND, 2005).
No caso do Brasil, há indícios de impactos ambientais causados na Mata Atlântica pelos povos indígenas que habitavam a região antes da chegada dos portugueses (DEAN, 2004). A ideia de que o colonizador, ao chegar ao Brasil, encontrou uma mata virgem é, portanto, um mito.
Atenção!
No entanto, não devemos nos esquecer de que os impactos ambientais causados pelos europeus na Mata Atlântica brasileira foram significativamente maiores do que os causados pelos indígenas.
Contudo, esses povos antigos, e mesmo os povos mais recentes da era pré-industrial, não tinham capacidade para causar danos que se estendessem por todo o planeta. Foi o advento da indústria, com a produção em massa e as amplas mudanças trazidas por esse processo, que conferiram ao ser humano uma capacidade, até então inimaginável, de transformar, dominar e destruir a natureza.
Revolução Industrial
Na metade do século XVIII, a Inglaterra experimentou um surto de intenso desenvolvimento tecnológico e econômico, com profundos desdobramentos políticos e sociais que iriam mudar para sempre a história da civilização ocidental e, consequentemente, de todo o planeta. Esse surto foi denominado, pelos historiadores, de Revolução Industrial e é um ponto crucial para entendermos a questão ambiental contemporânea.
Mas por que a relação do homem com a natureza se tornou tão desequilibrada a partir da Revolução Industrial?
A Revolução Industrial trouxe novas tecnologias, como motores a gasolina, diesel e eletricidade, que dinamizaram ainda mais o processo produtivo, aumentando a produtividade das fábricas, o que gerou uma grande necessidade de se encontrar tanto um mercado consumidor como matéria-prima para gerar esses produtos. Nesse cenário, o homem começou a explorar de forma intensa os recursos naturais (matérias-primas) para dar conta da demanda do mercado (ALBUQUERQUE, 2007).
No esquema abaixo, veja as fases e as tecnologias:
1º fase (fim do séc. XVIII)
Máquina a vapor, fileira, ferrovias.
Utilização do carvão e metais.
Da manufatura para a maquinofatura.
2º fase (fim do séc. XIX)
Eletricidade
Motor a combustão (petróleo), fundição de aço.
Início das tecnologias de comunicação.
3º fase (anos 1960/70 até os dias de hoje)
Biotecnologia, nanoecnologia e mecatrônica.
Satélites, cabos de fibra ótica.
Devido ao crescimento da população e das necessidades de consumo, as indústrias cresceram consideravelmente em número, áreas de atuação e variedade de produtos. Entretanto, o uso cauteloso dos recursos da natureza e a preocupação com o meio ambiente natural não se fez presente durante muitos e muitos anos, tendo como resultado problemas sociais e, sobretudo, ambientais de grandes dimensões (LEAL et col., 2008). 
Contudo, como afirma Gerent (2011):
[...] “com a percepção da escassez dos recursos naturais e a ameaça que isso causa ao processo industrial e com os desastres ambientais afetando a sadia qualidade de vida, o homem deparou-se com a necessidade de proteger os elementos naturais, partindo da ideia de que eles pertencem a todas as pessoas, motivo pelo qual todos têm responsabilidade por sua tutela”.
Consequências ambientais das revoluções industriais
No que diz respeito à Revolução Industrial, é importante saber que ela não se restringiu nem à Inglaterra nem ao século XVIII. Segundo o pesquisador norueguês Sjur Kasa (2009), desde o século XVIII, já passamos por cinco revoluções industriais, cada qual com suas peculiaridades, cada qual gerando diferentes impactos ambientais.
Desde a primeira revolução industrial, criou-se uma tendência de migração das pessoas dos campos para as cidades. Veja dois motivos:
Legislação: O governo inglês lançou os Enclosure Acts, legislação que privatizava terras que anteriormente tinham uso comunitário. Ao perderem o direito de uso da terra, muitos camponeses migraram para as cidades, onde foram absorvidos como mão de obra barata na indústria nascente.
Mecanização: Muitos trabalhadores rurais foram substituídos por máquinas. Após se verem desempregados, estes trabalhadores também migraram para as cidades que continuavam crescendo, muitas vezes de maneira desordenada.
Assim, o desenvolvimento do sistema capitalista e o crescimento populacional criaram uma demanda por recursos naturais até então jamais vista. Observe a dinâmica:
Com a produção em massa e a urbanização resultante da industrialização, houve:
O incremento dos comércios interno e internacional.
A expansão e o aperfeiçoamento dos meios de transporte, facilitando a distribuição dos produtos.
Com todas estas facilidades da era industrial, houve um imediato crescimento demográfico. Segundo o desenhista industrial e professor Eloy Fassi Casagrande Jr. (2004, p. 98), “o processo de globalização acelerou o aumento da pobreza mundial e suas conseqüências [sic.] como a deterioração da saúde e da dignidade humana”.
As novas relações de trabalho ditadas pelo capitalismo também influenciaram a relação existente entre Homem e natureza. Segundo Oliveira (2002):
Atenção!
Ao deixar de acompanhar a rotina da produção de alimentos e outros produtos agropecuários, por exemplo, o homem vai pouco a pouco perdendo a noção do valor real destes produtos, isto é, de quanto custa a ele e à natureza produzi-los.
No sistema capitalista, as relações de trabalho também sofreram (e ainda sofrem) a forte influência do desenvolvimento tecnológico. 
Segundo o engenheiro e professor Eduardo Krüger:
“As tecnologias de grande escala presumem a existência de grandes organizações e complexos industriais, com movimentação de elevados volumes de recursos materiais e energéticos. Isso significa uma especialização cada vez maior do trabalho e a desvalorização do mesmo. O trabalho produtivo, executado pelo trabalhador, passa a ser executado por máquinas e a ação humana passa a ser desprestigiada. A necessária concentração de pessoas em núcleos urbanos tem como consequências o individualismo, o aumento da criminalidade, a decadência dos valores tradicionais. O manejo de grandes volumes de materiais e energéticos está diretamente relacionado à geração de detritos e poluentes, a degradação do meio ambiente, dentre outros fatores”. (KRÜGER, 2001, p. 68).
Consequências ambientais do imperialismo ou neocolonialismo
Modo de vida e de produção ocidental se alastrava por todo o planeta.
Para fornecer matérias-primas para suas indústrias em expansão e para garantir mercado consumidor para seus produtos industrializados, os europeus se lançaram novamente numa corrida colonialista (movimento que ficou conhecido como imperialismo ou neocolonialismo).
Essa expansão criou uma falsa impressão sobre o tamanho e a capacidade produtiva dos territórios ocupados: se determinado lugar não era capaz de fornecer os recursos naturais e de se tornar um mercado consumidor adequado, bastava ao colonizador ampliar as fronteiras dos seus domínios.
Essa situação trouxe dois problemas, veja a seguir.
Recursos Naturais: Foram se exaurindo conforme a fronteira avançava. Era mais simples buscar novos territórios a serem explorados do que buscar formas mais eficientes de explorar os territórios conquistados. O planeta parecia grande o bastante para fornecer indefinidamente recursos naturais para todos.
Limites dos territórios ocupados: A contínua expansão fez com que as fronteiras de possessões de diferentes países se encontrassem. Nesses pontos, surgiram conflitos entre os interesses das potências imperialistas. A busca porrecursos e a impossibilidade de expandir as fronteiras estão entre os fatores que levaram as potências e suas colônias à guerra.
Consequências ambientais das guerras
Num curto espaço de aproximadamente 30 anos, o mundo mergulhou em duas guerras mundiais. O desfecho da 2ª Guerra Mundial, com o lançamento de bombas atômicas no Japão, mostrou ao mundo o poder de destruição que a ciência e a tecnologia conferiram ao homem. Este evento também mostrou os efeitos nocivos da radiação para os seres vivos e o ambiente.
As guerras, contudo, não foram capazes de parar os desenvolvimentos urbano e industrial iniciado com a primeira revolução industrial. Na verdade, uma das soluções adotadas no pós-guerra para recuperação da economia foi justamente:
“Aumentar a produção e estimular o consumo. Desenvolvimento era sinônimo de crescimento”.
Nada mais inadequado para o planeta, que apenas 30 anos depois da 2ª Guerra Mundial, atingiria o limite de sua capacidade de suporte, ou seja, passaria a ser explorado pelo homem a uma taxa maior que sua capacidade de reposição (GFN, 2013).
Atenção!
Vemos que as causas da questão ambiental não são novas, elas remontam ao século XVIII. No entanto, é somente na década de 1970, a partir da Conferência de Estocolmo, que a questão ambiental é oficializada.
O crescimento da consciência ambiental e o aparecimento de problemas ambientais, como os vistos a seguir, fizeram com que a questão ambiental ganhasse força, embora muitas pessoas ainda não tenham consciência de quão grave é a situação para a sobrevivência da espécie humana:
No início da década de 1990, o economista Ademar Ribeiro Romeiro (1991, p. 148) escreveu:
“A questão ambiental que adquire novo (e ao que parece, definitivo) fôlego após o acidente nuclear de Chernobil, juntamente com a crise do "welfare state" nos países desenvolvidos, vêm se somar a este quadro sombrio apresentado pelos países subdesenvolvidos como indutores da emergência de uma clara consciência mundial sobre dois fatos: a) o crescimento econômico é condição necessária mas não suficiente para a melhoria da qualidade de vida da população; b) o padrão tecnológico dominante nos países desenvolvidos não é passível de generalização em escala mundial por razões de ordem ecológica”.
A colocação do autor sobre os limites ecológicos para a difusão do padrão tecnológico dos países desenvolvidos expressa muito bem um dos principais pontos da crítica ambiental à sociedade urbano-industrial.

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