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As crises e contradições do capitalismo

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As crises e contradições do capitalismo
O capitalismo apresenta uma trajetória conturbada, com ciclos de expansão seguidos de períodos de crise, ou seja, a dinâmica capitalista revela-se profundamente instável. Os períodos de expansão da produção são alternados por períodos de depressão econômica caracterizado por falências e, consequentemente, desemprego em massa.
No passado, as crises tinham uma característica de serem pontuais, atingindo uma região específica. A crise de 1929 mudou essa característica, pois foi uma crise que se iniciou no EUA e que alastrou consequências catastróficas para grande parte do mundo.
Netto e Braz (2012) destacam que a partir do segundo pós-guerra, foram implementadas políticas macroeconômicas com o objetivo de reduzir os impactos das crises. Apesar dessas medidas, que redimensionam o papel do Estado na economia, a evolução do capitalismo sempre foi marcada por períodos de prosperidade e depressão, o que aponta para o caráter ineliminável das crises.
Ao analisar a história do capitalismo, conclui-se que as crises não são acidentes ou apenas ajustes, como acreditavam os clássicos. Não é uma excepcionalidade que pode ser extinta do capitalismo, muito pelo contrário, as crises são inerentes ao capitalismo, ou seja, não existe capitalismo sem crises e sem contradições.
No capitalismo, as crises são causadas pela redução da produção, que gera o desemprego. Isso quer dizer que não há insuficiência na produção de bens e sim consumidores que não possuem dinheiros para comprar os bens produzidos, ou seja, existe uma crise de superprodução (oferta maior que demanda), como consequência, o capitalista reduz a produção, o que aumenta o desemprego. O que acontece é insuficiência na demanda que deixa de ter potencial para consumir.
No modo de produção capitalista, as crises são cíclicas e se evidencia a existência de um ciclo econômico com quatro fases: a crise, a depressão, a retomada e o auge.
Netto e Braz (2012) explicam cada fase:
Crise: as operações comerciais se reduzem e as mercadorias não são vendidas, consequentemente a produção é reduzida até ser paralisada. Preços e salários caem, empresas declaram falência, o desemprego se generaliza e o caos acontece.
Depressão: Período que sucede a crise, a produção continua estagnada, as mercadorias são estocadas ou destruídas ou vendidas abaixo do peço.
Retomada: As empresas que sobreviveram reagem. Absorvem algumas que quebraram, incorporam os seus equipamentos e instalações e voltam a produzir. O comércio se reanima, as mercadorias escoam, os preços se elevem e aos poucos o desemprego diminui.
Auge: A concorrência leva aos capitalistas a investirem em suas empresas, ocorre o crescimento da produção e, com isso, a prosperidade.
Netto e Braz (2012) destacam que, no capitalismo, o capitalista investe dinheiro para produzir mercadoria e com isso gerar mais dinheiro do que investiu inicialmente, a mercadoria só se concretiza quando é convertida em mais dinheiro. A crise provoca a interrupção desse movimento, o movimento do capital fica suspenso e a acumulação não acontece.
Esse ciclo evidencia a razão pela qual, apesar das crises do capitalismo serem funcionais, ele sempre se restaura e suas consequências não o levam ao colapso ou a destruição.
As crises afetam todos os agentes da economia, no entanto, não na mesma proporção, os trabalhadores são sempre os mais prejudicados. Essas crises são inelimináveis e expressam o caráter contraditório do capitalismo.

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