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O Papel do Estado no Liberalismo

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O Papel do Estado no Liberalismo
A revolução francesa ocorrida em 1789 representou uma reação das massas contra as minorias burguesas na fase em que predominava o Estado Absoluto e o protecionismo no comércio mundial.
Nessa época, prevalecia a ideia de Adam Smith e a Escola clássica, que tinha como ponto principal a defesa da liberdade política e econômica, cabendo ao Estado apenas a tarefa de manter a ordem interna e a segurança externa para garantir a livre ação dos capitalistas.
Sobre a fase liberal do capitalismo, Brum (1999) afirma que, ao pregar a não intervenção do Estado na economia e implantar a livre concorrência, o capitalismo elevou as vantagens do livre mercado ao extremo. E, com isso estabeleceu na economia e também na sociedade a lei do mais forte. A absolutização do livre mercado não leva ao paraíso, ao contrário, transforma o mercado em uma arena implacável, onde vencerá sempre o mais forte em detrimento dos mais fracos.
Brum (1999) acrescenta ainda que os aspectos da justiça social acabam sendo sacrificados em nome da eficiência produtiva e do lucro. Levam vantagens aqueles que produzem mais e melhor, ou seja, com menores custos. A obsessão pelo lucro máximo provoca a concentração da propriedade, da riqueza e da renda, deixando o mercado livre para instalar-se a exploração dos trabalhadores a fim de reduzir os custos e triunfar perante os concorrentes.
Importante
A Revolução francesa de 1789 representou uma reação das massas contra as minorias burguesas na fase do predomínio dos Estados Absolutos e o protecionismo no comércio mundial. No entanto, o Estado liberal também pecou por seus excessos e erros. A supremacia dos grandes conglomerados industriais, comerciais e financeiros, induzida pela ânsia incontida de lucros, distanciou o capital do trabalho, reduzindo as grandes massas assalariadas a uma situação de perversa exploração. Era comum no século XIX, jornada de trabalho de 10, 12 e até 14 horas, e o trabalho infantil, sem quaisquer garantias de férias, remuneração condigna e velhice com aposentadoria. Dessa situação germinou a insafisfação e as ideias socializantes, moderadas ou extremadas (GASTALDI, 2005).
O liberalismo e a não intervenção do Estado na economia revela que o mercado tende a ocupar-se de questões envolvendo a produção e o lucro, deixando para segundo plano os valores éticos, morais, culturais e até Humanísticos. Outra característica marcante é a falta de interesse pelo interesse geral e coletivo.
O pensamento liberalista acredita que o mercado possui uma auto sabedoria e que em virtude dessa característica sempre se conduziria para o caminho que o levaria para os melhores resultados. Sobre esse aspecto, Brum (1999) destaca que o mercado não é um lago sereno, muito pelo contrário, agitado pela concorrência, está sujeito a perturbações e crises cíclicas. A fase de ajustamento tem como ingrediente alguns fenômenos prejudiciais como recessão, falência e desemprego. Recaindo as maiores consequências para os economicamente mais fracos.
O liberalismo, desde sua concepção, sofreu constantes críticas até mesmo de alguns representantes da própria escola que o concebeu, a clássica. Stuart Mill, um dos grandes representantes da Escola Clássica, questionava o rigor doutrinário do laissez – faire. Afirmava que deveria haver menor dependência das forças naturais e um maior grau de intervenção governamental para a resolução de problemas econômicos.
Curiosidades
Após o término da Guerra de 1914, com o Tratado de Versalhes e por força dos princípios emanados pelo papa Leão XIII, os direitos dos economicamente mais fracos, perante o capitalismo passaram a merecer melhor atenção, com a tentativa de atenuar as desigualdades provenientes da concentração de rendas e abusos da concepção exclusivista da propriedade. Porém, para opor-se às doutrinas socializantes e preservar o direito à propriedade privada, ressurgia um Estado poderoso, escudado em um neoprotecionismo. A pretexto de subordinar o direito de propriedade ao social, passou a intervir em todos os setores da economia, em vez de abrandar, mais acentuou as falhas estruturais da sociedade. Embora agindo em nome das benesses da livre empresa e da economia de mercado, agiu de forma autoritária e arbitrária, aproximando-se mais da filosofia socializante dos Estados autocráticos modernos do que das democracias que pretende defender (GASTALDI, 2005).
Em 1920, a economia mundial, principalmente a dos Estados Unidos, atravessava uma grande crise, que teve em 1930 o seu ápice. Neste momento conturbado em que se encontrava a economia e o mercado, surge John Keynes. Em seus trabalhos, Keynes destacava as causas da crise, o caminho para sair dela. Surge nesse contexto, uma nova concepção do capitalismo agora, com a intervenção do Estado na economia.
Keynes defendeu a inexistência do princípio de equilíbrio automático da economia e da essencialidade do Estado atuar como interventor na estrutura econômica.
No Brasil, na fase de industrialização, a partir de 1950, o Estado passou a ter uma grande participação na economia, fazendo-se presente em todos os segmentos. Gastaldi (2005) afirma que, nessa época, o Estado substituiu a iniciativa privada nos setores dos combustíveis, energia elétrica, siderurgia, minérios, fertilizantes, transporte, armazenamento, telecomunicações, correios e até na produção de armamentos e aviões. Passou a monopolizar o papel, o aço, o açúcar e a borracha sintética. Tornou-se, ainda, proprietário de hotéis e canais de televisão. Monopolizou a extração de metais e minério estratégicos, explorando o transporte marítimo de capotagem e longo curso, entre outras atividades.
A partir do conflito mundial de 1914, rompida a estrutura social, econômica, política e financeira das nações, nasceu o conselho por uma intervenção supletiva do Estado, de modo não apenas a restabelecer a estabilidade econômica, mas principalmente a oferecer soluções à questão social agravada pelas crises e pelos crescentes anseios por mais justa repartição da riqueza gerada e por maior igualdade entre categorias econômicas e sociais. A intervenção do Estado também era justificada pela necessidade de construção de infraestrutura, cujo custo não podia ser suportado pela empresa privada. (GASTALDI 2005).
É importante destacar que todas essas intervenções na economia tinham cunho capitalista e não socialista, como a intervenção do Estado proposta por Marx.
A participação efetiva do Estado na economia foi importante no Brasil para o processo de industrialização. No entanto, o prolongamento desta situação acabou gerando alguns problemas como a acomodação dos empresários, que não se atentaram para a necessidade de melhorar a qualidade de seus produtos.
Sobre a excessiva intervenção do governo na economia, Gastaldi (2005) afirma que tal fenômeno de absorção de atividades próprias da iniciativa privada, embora acelerador do processo econômico nas fases originárias da industrialização e da agroindústria não deve perdurar por muito tempo, tal situação no Brasil representou fator indutor da hipertrofia de alguns setores e à atrofia de outros.
A Intervenção do Estado deve procurar um equilíbrio nem tão absorvente, centralizador e intervencionista e nem indiferente e alheio aos problemas econômicos fundamentais. Gastaldi (2005) acrescenta que o Estado moderno deve estar atento e consciente de seu papel regulador e de sua transcendental missão de proporcionar à sociedade os instrumentos por ela demandados para o desempenho harmônico dos agentes econômicos. E estar em permanente combate às eventuais pressões de grupos em manobras lesivas à livre iniciativa ou aos interesses éticos individuais ou coletivos.
Saiba Mais
A partir de 1962, o Brasil colocou em prática vários planos de ação, como o Plano Trienal, substituído em 1965 pelo Plano Decenal, e em 1967, pelo Plano Estratégico. O Plano Salte e o Programa de Metas, anteriores a 1964, representaram mais um diagnóstico de tentativa de solução para o desenvolvimento social e econômicobrasileiro. Os embriões da programação nacional são encontrados no relatório Niemeyer, de 1932, nas diretrizes originárias contidas nos estudos da Missão Cooke, 1942, e nos trabalhos da Missão Abbink, a proceder as programações elaboradas pela Comissão Mista Brasil - Estados Unidos (GASTALDI, 2005).

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