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MPS 2: EPIDEMIOLOGIA Definição Objetivos Usos História Ciência básica da saúde coletiva Estuda: A distribuição e os determinantes da saúde e da doença nas populações. Epidemiologia Epidemilogia é um eixo da saúde coletiva Clínica: estudo da doença no indivíduo, analisa caso a caso 2 Por que a doença se desenvolve em algumas pessoas e não em outras? Epidemiologia Existem fatores/características que predispõe e fatores/características que protegem contra doenças. Esses fatores podem ser identificados por meio de investigações em diferentes sub-grupos populacionais em diferentes lugares e períodos. Pressupostos As doenças humanas não ocorrem ao acaso. Características/fatores podem ser genéticas ou resultarem de expos~ções ambientais ao longo da vida 4 Estudo da distribuição e dos determinantes dos estados relacionados à saúde ou a eventos em populações específicas e a aplicação desse conhecimento para controlar problemas de saúde. Epidemiologia Definição incorpora a descrição do conteudo e seu objetivo ou aplicação da epidemiologia 5 Palavras chave Definição Frequência: Quantificar a ocorrência de doenças outros eventos de saúde. Eventos: doenças, agravos, comportamentos, incapacidade física, qualidade de vida. Informação sistemática. Frequencia: doença, eventos: morte, comportamentos, qualidade de vida, incapacidade física, agravos à integridade física(acidentes, suicídios) Distribuição: estudo da variabilidade da frequencia em função variáveis do indivíduo (quem: idade, sexo, escolaridade, ocup~ção) espaço/ambiente (onde) e tempo (quando) Determinantes: uso do método epidemiológico para o estudo de associações de um ou mais fatores a ocorrência eventos de saúde ou de falta de saúde 6 Palavras chave Definição Distribuição: quem, onde, quando? Variabilidade da frequência características dos indivíduos: características ambientais Ligadas ao tempo Frequencia: doença, eventos: morte, comportamentos, qualidade de vida, incapacidade física, agravos à integridade física(acidentes, suicídios) Distribuição: estudo da variabilidade da frequencia em função variáveis do indivíduo (quem: idade, sexo, escolaridade, ocup~ção) espaço/ambiente (onde) e tempo (quando) Determinantes: uso do método epidemiológico para o estudo de associações de um ou mais fatores a ocorrência eventos de saúde ou de falta de saúde 7 Palavras chave Definição Determinantes: estudo de possíveis associações de um ou mais fatores ao evento (fator, etiologia, causa); População: pessoas agregadas em sociedades, coletividades, comunidades ou outros agregados formados por seres humanos Frequencia: doença, eventos: morte, comportamentos, qualidade de vida, incapacidade física, agravos à integridade física(acidentes, suicídios) Distribuição: estudo da variabilidade da frequencia em função variáveis do indivíduo (quem: idade, sexo, escolaridade, ocup~ção) espaço/ambiente (onde) e tempo (quando) Determinantes: uso do método epidemiológico para o estudo de associações de um ou mais fatores a ocorrência eventos de saúde ou de falta de saúde 8 Quem? Quando? Onde? Porque? Como? Estação da Luz, São Paulo, Trens da CPTM, 2008 Serra Pelada, Sebastião Salgado, 1986 9 Usos da Epidemiologia Identificar a etiologia de uma doença ou seus fatores de risco Determinar a importância/magnitude na comunidade Estudar a história natural de uma doença: prevenção,diagnóstico e tratamento Avaliar medidas preventivas, atenção e assistência a saúde Epidemiologia: impacto sobre as condições de saúde da população: saúde pública Primórdios Hypocrates (sec.5 A.C): “as doenças devem estar relacionadas ao ambiente externo e pessoal de um indivíduo” Hipócrates – Dos ares, das águas e dos lugares: “quem quiser prosseguir no estudo da ciência da medicina deve considerar os efeitos das estações do ano, dos ventos, das águas, do solo e da exposição ao sol, além do modo de vida dos habitantes, seus costumes alimentares e suas atividades História: breves aspectos Uma tensão entre a medicina individual e saúde coletiva ou curativa e preventiva existe desde os primórdios do pensamento grego. Mitologia grega Asclépios, o deus da saúde, tinha duas filhas: a mais velha , Panacéia tornou-se a padroeira da medicina individual curativa, pratica terapeutica baseada na ação sobre os indivíduos doentes; e Higeia, a mais nova, a padroeira da visão que considerava a saúde resultante da hoarmonia entre o ser humano e o ambiente. Dia resultou o conceito de higiene, no sentido de promoção da saúde no âmbito coletivo. Para Hipócrates, a saúde do ser humano dependia da harmonia entre os humores (4 fluídos existentes no corpo humano: bile amarela, bile negra, fleugma (linfa) e sangue) e os elementos fundamentais (agua, terra, e fogo). 11 Idade média: princípios hipocráticos e explicações mágicas 1700: Ramazzini: De que sofre, por que, há quantos dias, o que comeu, hábito intestinal? Qual trabalho você faz? Da observação do caso particular para considerar casos similares compartilhando as mesmas circunstâncias de trabalho Demografia 1662: John Graunt: The nature and political observations made upon de bills of mortality Estudo analítico de obituários Homens: nascem mais e morrem mais Alta mortalidade na infância Variação da mortalidade com as estações do ano História: breves aspectos John Graunt: Pai da demografia. Londres. Uso inovador de frequencia relativa e razão, superou o uso dos números relativos.;realizou várias comparações e identificou: 12 Gerolamo Fracastoro (1478-1553) Primeira teoria dos germes Variedade de doenças causadas pela transmissão, propagação de entidades (germes) Agentes específicos para cada doença, transmitido de pessoa a pessoa ou por fômites infectados. Três correntes: medicina, demografia e novas teorias : impulsionam crescimento da epidemiologia História: breves aspectos John Graunt: Pai da demografia. Londres. Uso inovador de frequencia relativa e razão, superou o uso dos números relativos.;realizou várias comparações e identificou: 13 Sec. 19 - Revolução industrial Modo de produção capitalista: Crescimento da população nas cidades em condições de vida precárias; ambiente fértil para a epidemiologia Desgaste da classe trabalhadora René Villermé Edwin Chadwick Engels: As condições da classe trabalhadora na Inglaterra (1844) . Condições de vida da classe trabalhadora: deterioração dos seus níveis de saúde História Modelos explicativos Willian Farr (1839): compila numero de causas de mortes referente a 40 anos de estatísticas vitais (GB) e compara a mortalidade entre: Homens e mulheres Diferentes faixas etárias Casados e solteiros Trabalhadores em diferentes ocupações Locais acima e ao nível do mar Mostra a necessidade e comparar subgrupos “comparáveis” História: Informação sistemática: fonte de conhecimento –classica epi. Influenciado pelo desenvolvimento da matemática, iniciam-se os primeiros estudos de mortalidade na Inglaterra. Sistema de informação em Saúde Quantificação das enfermidades representa um elemento metodológico distinto 17 John Snow (1855): postula que a cólera era transmitida por água contaminada por um mecanismo ainda desconhecido. Mortalidade mais elevada nas residências que recebiam água das duas companhias que coletavam água de partes do rio poluídas com esgoto; Uma companhia mudou a coleta para uma parte não contaminada e o numero de casos diminuiu nas áreas cobertas por ela. John Snow hipótese: origem da epidemia de cólera (1848, 1854) Farr e Snow:Far aderiu a teoria miasmática da doença, aceita na época e que afirmava que a doença era transmitida por uma névoa que baixava na superficie da terra. J Snow acreditava que o cólera era transmitido pela água contaminada. Naquela época as pessoas contratavam companhias que forneciam água coletada no rio Tâmisa nas casas. Foi de casa em casa contando as mortes da casa e identificando a companhia que supria com água. 18 Epidemia de Colera e fonte de abastecimento de água em Londres, 1854* Redede abastecimento domicílios ÓbitosporColera Taxa por 10,000 domicilios Southward & Vauxhall Co. 40,046 1253 315 Lambeth Co. 26,107 98 37 Outras 256,423 1422 59 *Saracci R. Introducing the history of epidemiology in Teaching epidemilogy, 2010. Principal contribuição: sistematização da metodologia epidemiológica: 1. hipótese; coleta de dados (campo); resultado (confirma sua hipótese). Perpassa os três campos da epidemiologia: distribuição, frequência e determinantes. A conclusão de Snow foi que a agua contaminada era associada ao cólera baseada na observação dos dados. Não havia nenhum conecimento da bactéria V Cholerae. 19 John Snow's map showing cholera deaths in London in 1854 Broad Street: 500 óbitos em 10 dias! Época de Snow: elevada prevalência de DIPs. A partir de 1940 iniciam as mudanças: transição epidemiológica. “Mudanças ocorridas ao longo do tempo nos padrões de morte, morbidade e invalidez que caracterizam uma população específica” (Omram,2001) Ocorre em conjunto com transformações demográficas, sociais e econômicas Engloba três mudanças básicas: Redução das doenças transmissíveis e crescimento das doenças não-transmissíveis e causas externas; Deslocamento da carga de morbimortalidade dos grupos mais jovens para os grupos mais velhos; Transformação de uma situação em que predomina a mortalidade para outra na qual a morbidade é dominante. Transição epidemiológica De uma forma mais abrangente ela incorpora as mudanças dos padrões de saúde e doença, mortalidade, fecundidade e estrutura por idades, além dos determinantes socioeconomicos, ecologicos, de estilo de vida e de suas consequencias para os grupos populacionais. Tendências demográficas em países selecionadas Abdel R. Omran, 1971 Essa transição epidemiologica ocorre concomitantemente a uma transição demográfica. Pelagra doença endêmica no sul dos EUA Crença: doença infecciosa Doença dos quatro D's: dermatite, diarréia, demência e morte (death). Pelagra Pelagra 1915: Joseph Goldberger: natureza carencial da pelagra, http://history.nih.gov/exhibits/goldberger/docs/pellegra_5.htm Pelagra Joseph Goldberger e o “Germe da Pelagra”, A teoria de Joseph Goldberger sobre a pelagra contradisse a opinião médica predominante à época. O trabalho de investigadores italianos, bem como observações próprias de Goldberger em hospitais psiquiátricos, orfanatos e "Cotton Mill Towns", o convenceram que a doença não seria causada por um germe. Em tais instituições, internos e empregados contraiam a doença, mas as equipe de médicos e enfermeiros e os funcionários mais graduados não contraiam a pelagra. Goldberger sabia desde seus anos de experiência trabalhando em doenças infecciosas que os germes não distinguem pacientes e funcionários. Lombroso especulara que o milho estragado causou pelagra. http://history.nih.gov/exhibits/goldberger/docs/pellegra_5.htm Pelagra Joseph Goldberger e o “Germe da Pelagra”, Goldberger não encontrou evidências para essa hipótese, mas a dieta certamente parecia o fator crucial. Os alimentos, que haviam solicitado por Goldberger ao governo federal em Washington foram fornecidos a crianças em dois orfanatos do Mississippi e aos presos na Penitenciária do Estado da Geórgia. Os resultados foram dramáticos, aqueles alimentados com uma dieta de carne fresca, leite e legumes em vez de uma dieta baseada em milho, recuperaram-se da pelagra. Aqueles sem a doença que comeram a nova dieta não contraíram a pelagra. http://history.nih.gov/exhibits/goldberger/docs/pellegra_5.htm Pelagra Experiências com prisioneiros Mississippi, Os críticos, muitos incapazes apartar-se da teoria dos "germes da pelagra", levantaram dúvidas. Goldberger esperava eliminar as reservas, demonstrando a existência de uma determinada substância que, quando removida da dieta de indivíduos saudáveis resultava em pelagra. Com a colaboração do governador progressista do Mississippi, Earl Brewer, Goldberger conduziu um experimento com 11 presos, voluntários saudáveis, na Fazenda Prisão Estadual de Rankin, em 1915. Ofereceu perdão em troca de sua participação, os voluntários passaram a consumir uma dieta à base de milho. Seis dos 11 mostraram erupções de pelagra após cinco meses. Pelagra Experiências com prisioneiros Mississippi, Dermatologistas independentes fizeram o diagnóstico da pelagra para evitar um possível conflito de interesse da parte Goldberger. Embora muitos colegas cientistas apoiassem Goldberger, mencionando até uma indicação ao Nobel, outros ainda duvidavam. Nas páginas do Jornal da Associação Médica Americana, o crítico WJ MacNeal desafiou os resultados. Um médico Birmingham referia a experiência como “incompleta”. Outros ainda viam todo o experimento como uma fraude. Pelagra "Punk Science", Zangado e frustrado, Goldberger não desistiu de tentar convencer seus críticos de que a pelagra era uma doença carencial e não uma doença infecciosa. Ele esperava que um experimento final dramático seria capaz de convencer seus críticos. Em 26 de abril 1916, injetou cinco centímetros cúbicos de sangue um do "Pelagroso" no braço de seu assistente, o Dr. George Wheeler. Wheeler injetou seis centímetros deste sangue em Goldberger. Em seguida, eles coletaram as secreções do nariz e da garganta de um "Pelagroso" e esfregaram em seus próprios narizes e gargantas. Eles também engoliram cápsulas contendo crostas de erupções de pelagra. Outros se juntaram o que chamou de "Goldberger's Filth Parties", incluindo Maria Goldberger. Nenhum dos voluntários teve pelagra. A pesar dos esforços heróicos Goldberger, alguns médicos permaneceram firmes opositores da teoria a natureza carencial da pelagra. Epidemiologia Início do século XX Doenças infecciosas (cólera) Século XX Doenças não infecciosas (Câncer, doenças do aparelho circulatório e respiratório) Agravos e lesões resultantes de causas externas (acidentes de trânsito, doenças e acidentes de trabalho, homicídios, envenenamentos, etc.) Desvios nutricionais (desnutrição, anemia, obesidade, etc.) Fatores de risco para ocorrência de doenças ou mortes (tabagismo, hipercolesterolemia, baixo peso ao nascer, etc.) Doenças crônicas: um novo desafio! A investigação das causas das doenças avança! Define-se critérios para avaliar uma relação de causalidade ! Epidemiologia moderna Tabaco e cancer de pulmão: um estudo de caso Fumar aumenta o risco de inúmeras doenças. Risco de cancer de pulmão: 10 vezes maior em fumantes que em não fumantes Risco repete-se em diversos estudos Medicos Ingleses Veteranos americanos Homens voluntários americanos Se A causa B, então a exposição a A deve preceder o desenvolvimento de B. Relação entre o crescimento do tabagismo e a incidencia de cancer de pulmão em homens e mulheres ao longo do tempo. Abdel R. Omran, 1971 Epidemiologia É uma disciplina fundada na OBSERVAÇÃO e que se realiza a partir de três atividades básicas: CLASSIFICAR CONTAR COMPARAR Epidemiologia mortalidade infantil X classes sociais trombose venosa X uso de anticoncepcionais sedentarismo X doenças cardio-vasculares hábito de fumar X câncer de pulmão comportamento sexual X AIDS cegueira em crianças subnutridas X avitaminose A leucemia na infância X exposição de raios X durante a gestação Uma doença é definida por um conjunto de sintomas Ou pelas lesões anatômicas associadas Aids: uma desordem sem sintomas especificos Marcada por lesões intra celulares não detectáveis antes das técnicas de análise modernas Epidemia de Aids: uma nova doença? 36 Final dos anos 70: muitos acreditavam que uma epidemia de natureza infecciosa não ameaçava mais o mundo industrializado A história começa em um ambiente desfavorável Epidemia de Aids: uma nova doença? 37 AIDS: Cronologia internacional 1981 Anúncio oficial de casos graves de pneumonias (PPC) em homossexuais jovens pelo CDC de Atlanta. Primeiros casos de sarcoma de Kaposi em populações antes não atingidas. Aumento repentino de doença rara e grave em população jovem Final 1981 – Imunodepressão adquirida como quadro comum nos casos de PC e Kaposi Hipótese: Etiologia controversa - doença infecciosa ou de estilo de vida (grupos de risco). Pré-conceitos: cancro gay, pneumonia gay, peste gay e Gay Related Imundeficiency Diseases (GRID). 1982 Sigla A.I.D.S (Acquired Immune Deficiency Syndrome) Delimitação do quadro clínico da imunodeficiência Definição clínica da aids pelo CDC de Atlanta Detecção de casos entre usuários de drogas e posteriormente em hemofílicos. Hipótese: Imunodepressão como causa básica das doenças oportunistas; possível etiologia viral para a imunodeficiência. 1982: CDC define um caso de Aids como uma doença, no mínimo moderadamente preditiva de um defeito na imunidade celular, ocorrendo em uma pessoa sem causa conhecida de diminuição da resistência para aquela doença. Estas doenças incluem o sarcoma de Kaposi, pneumonias por Pneumocystis carinii, e outras infecções oportunistas graves. Definição de caso 1983 Detecção de mulheres e crianças com a síndrome Isolamento e identificação do vírus LAV por Montagnier Tratamento: sintomas secundários, quimioterapia e radioterapia das infecções oportunistas; hormônios tímicos, transfusão de leucócitos, transplante de medula. Hipótese: Imunodeficiência; etiologia viral de transmissão sexual e sanguínea. 1984 Identificação do vírus HTLV-III por Robert Gallo Concepção de portador são AIDS: Cronologia internacional Fonte: Ana Luiza Gonçalves dos Santos , Fiocruz, 1999 1985 Reconhecimento do estado de soropositividade Sistema de classificação das manifestações clínicas em 6 graus hierárquicos (evolução cronológica da doença) Comercialização do método Elisa, Western blot Programa de controle do sangue Visibilidade das desordens neurológicas Hipótese sobre comportamento de risco substitui os grupos de risco. 1986 Nova sigla HIV Isolamento do vírus HIV-2 Final de 1986: método Elisa adaptado ao anti-HIV-2 AIDS: Cronologia internacional Fonte: Ana Luiza Gonçalves dos Santos , Fiocruz, 1999 1987 Modificação da definição de aids pelo CDC de Atlanta: a testagem passa a ser mais uma característica definidora de caso de aids. Uso do AZT (zidovudina) em aids. 1987-94 – terapia anti-retroviral passa a contar com outros inibidores da transcriptase reversa 1988 PCR Profilaxia de infecções oportunistas 1995-6 Substituição da monoterapia pela terapia combinada 1996 Utilização de inibidores de protease na terapêutica antiretroviral AIDS: Cronologia internacional Fonte: Ana Luiza Gonçalves dos Santos , Fiocruz, 1999 Alterando a epidemiologia da AIDS Clínica Abordagem individual - caso Diagnóstico (individual) História clínica Determinantes clínicos Epidemiologia e a clínica Epidemiologia Abordagem em nível coletivo-população Perfil epidemiológico Determinantes pidemiológicos Desenhos de pesquisa na prática médica 46 PRINCIPAIS DESENHOS DE ESTUDOS Experimental x Observacional Observacionais Relato de Casos Série de casos Transversal Ecológico Coorte Caso-controle Experimentais Ensaio clínico Ensaio de comunidade 47 RELATO DE CASOS Apenas um ou número pequeno de pacientes Um hospital ou serviço de saúde Ausência de grupo de comparação Descrição inicial (às vezes fundamental) de novas doenças ou associações 48 RELATO DE CASOS All the above observations suggest the possibility of a cellular-immune dysfunction related to a common exposure that predisposes individuals to opportunistic infections such as pneumocystosis and candidiasis. Although the role of CMV infection in the pathogenesis of pneumocystosis remains unknown, the possibility of P. carinii infection must be carefully considered in a differential diagnosis for previously healthy homosexual males with dyspnea and pneumonia Pneumocystis Pneumonia --- Los Angeles In the period October 1980-May 1981, 5 young men, all active homosexuals, were treated for biopsy confirmed Pneumocystis carinii pneumonia at 3 different hospitals in Los Angeles, California. Two of the patients died. All 5 patients had laboratory-confirmed previous or current cytomegalovirus (CMV) infection and candidal mucosal infection. Case reports of these patients follow. 49 RELATO DE CASOS AIDS - JUNHO/1981 5 casos de homossexuais masculinos jovens com pneumonia por P. carinii Todos - infecção atual ou prévia por CMV e Candida albicans Dois - grande número de parceiros Não se conheciam Todos - uso de drogas inaláveis, um I.V. Três - linfócitos T CDC. MMWR 1981; 30: 250-2 50 SÉRIE DE CASOS AIDS - Julho/1981 26 casos de sarcoma de Kaposi em homossexuais masculinos 6 - Pneumonia (4 por P. carinii) Raridade de Kaposi Kaposi + P. carinii em homossexuais, junto com alguns dados de imunodepressão CDC. MMWR 1981; 30: 305-8 Também sem grupo de comparação Diferença com relato “N” 51 ESTUDO TRANSVERSAL OU DE PREVALÊNCIA Doença e exposição: medidas simultaneamente ou em curto período de tempo Estudo comum Planejamento em saúde Também utilizado para procedimentos 52 Características Total Papanicolaou % RP** IC 95% Escolaridade Nenhuma/primário incompleto Primário completo Ginásio completo Colegial completo Universidade RV* = 15,11 (4 g.l.) Prática de auto exame de mama Não Sim RV* = 85,12 (1 g.l.) COBERTURA DE PAPANICOLAOU NA POPULAÇÃO DA CIDADE DE SÃO PAULO Distribuição das mulheres que relataram teste de Papanicolaou alguma vez na vida, segundo características selecionadas. Município de São Paulo, 1987. Nascimento et al. Bull Pan Am Health Org 1996; 30: 302-12 * Razão de máxima verossimilhança. ** Razão de Prevalência. 198 349 186 159 75 p = 0,004 130 237 122 112 65 65,7 67,9 65,6 70,4 86,7 1,0 1,0 1,0 1,1 1,3 - 0,9 - 1,2 1,0 - 1,2 0,9 - 1,2 1,2 - 1,5 718 246 p < 0,001 441 223 61,4 90,7 1,0 1,5 - 1,4 - 1,6 53 ESTUDO ECOLÓGICO Unidade de informação não é o indivíduo, mas grupo Informação sobre doença e exposição em grupos populacionais: escolas, cidades, países, etc. Quase sempre: dados colhidos rotineiramente Também utilizado comparando exposição e doença em tempos diferentes 54 ESTUDO ECOLÓGICO DURKHEIM 1897 - SUICÍDIO Taxas de diferentes países relação com proporção de protestantes Relação também dentro do estado germânico Levantou hipótese da associação ser devida a variáveis de "confusão" Durkheim E. O Suicídio, 1992 (5ª ed.) 55 JNCI 1995; 87:1831 56 JNCI 1995; 87:1831 Correlação Ecológica entre mortalidade por câncer de pulmão e quantidade de gordura na dieta. (Friis & Sellers, p. 224) 57 ESTUDOS DE COORTE E CASO-CONTROLE Estudo caso-controle Doença Presente Ausente (casos) (controles) a b c d Estudo de coorte Fator Presente (expostos) Ausente (não expostos) 58 TABAGISMO E MORTALIDADE Estudo “Médicos britânicos”: 40 anos de seguimento Coeficiente de mortalidade anual por 100.000 médicos, sexo masculino, padronizado por idade, segundo tabagismo (cigarros/dia). Causas do óbito Não fumante 1 - 14 15 - 24 25 Teste de tendência* Ca de pulmão DIC Todas as causas 14 572 1706 105 802 2542 208 892 3004 355 1025 3928 19,5 10,8 27,7 * Valores (padronizados) de 1,96, 2,57 e 3,29 correspondem a p de 0,05, 0,01 e 0,001, respectivamente. Doll et al. BMJ 1994; 901-11 59 ESTUDOS DE COORTE E CASO-CONTROLE Estudo caso-controle Doença Presente Ausente (casos) (controles) a b c d Estudo de coorte Fator Presente (expostos) Ausente (não expostos) 60 Detecção de diferentes tipos de DNA HPV entre casos e controles e OR associados de Ca cervical invasivoa HPV - Tipo Casos (%) Controles (%) ORb IC 95% Negativo Qualquer tipo 16d 18e 31/33 16/18/31/33 29 (15,6) 157 (84,4) 100 (53,8) 16 (8,6) 6 (3,2) 122 (65,6) 158 (83,2) 32 (16,8) 10 (5,3) 2 (1,1) - (0,0) 12 (6,3) 1,0c 37,1 74,9 56,9 - 75,1 19,6-70,4 32,5-173 11,7-276 34,2-165 a 2 casos e 9 controles não colheram material. Em 11 casos e em 19 controles o gene da -globina não foi amplificado. b Todos os OR ajustados por idade e condição sócio-econômica. c Grupo de referência. d Inclui 2 casos também positivos para HPV 18, 2 casos para HPV 33 e 1 caso para tipo não identificado. e Inclui 1 caso também positivo para tipo não identificado. Eluf-Neto et al. Br J Cancer 1994; 69: 114-9 61 62 63 José Eluf Neto DMP - FMUSP ESTUDOS EXPERIMENTAIS = Estudos de intervenção x Estudos observacionais Terapêutico ou Preventivo Dois tipos básicos - ensaio clínico - ensaio de comunidade 64 ENSAIO CLÍNICO População de pacientes com a condição de interesse Amostra Intervenção experimental Alocação Intervenção de controle Melhora Não melhora Melhora Não melhora DESFECHO 65 TERO, Ubirani Barros et al. Ensaio clínico randomizado: efetividade da abordagem cognitivo-comportamental e uso de adesivos transdérmicos de reposição de nicotina, na cessação de fumar, em adultos residentes no Município do Rio de Janeiro, Brasil. Cad. Saúde Pública [online]. 2006, v. 22, n. 2, pp. 439-449. ISSN 0102-311X. ENSAIO CLÍNICO 66 TERO, Ubirani Barros et al. Ensaio clínico randomizado: efetividade da abordagem cognitivo-comportamental e uso de adesivos transdérmicos de reposição de nicotina, na cessação de fumar, em adultos residentes no Município do Rio de Janeiro, Brasil. Cad. Saúde Pública [online]. 2006, v. 22, n. 2, pp. 439-449. ISSN 0102-311X. ENSAIO CLÍNICO 67 ENSAIO DE COMUNIDADE Intervenções a nível de comunidade (escola, bairro, cidade, país) Exs.: campanhas para prevenção de AIDS (preservativo, troca de seringa), fluoretação da água para prevenção de cárie, inseticida no controle de vetor Estudo para avaliar impacto de programa de intervenção (lavar face) para tracoma Seis vilas na Tanzânia aleatorizadas (crianças 1-7 anos) para antibiótico tópico X antibiótico tópico + campanha educacional para lavar a face: após 12 meses OR de tracoma grave nas crianças das vilas onde ocorreu intervenção 0,62 (IC 95% 0,47- 0 ,72) Lancet 1995; 345: 155-8 68 ENSAIO DE COMUNIDADE Lancet 1995; 345: 155-8 69 Aulas expositivas Exercícios em sala e exercícios pontuados Trabalho em grupo (20 pontos): Descrição da distribuição de fatores de risco de DCNT e de algumas doenças transmissíveis na população brasileira: pessoa, tempo e lugar Duas provas DISCIPLINA DE EPIDEMIOLOGIA Trabalhos Hipertensão Diabetes Tabagismo Obesidade Alimentação Consumo abusivo de álcool Dengue Influenza Hepatites HIV/AIDS DISCIPLINA DE EPIDEMIOLOGIA Mística Miasmática Microbiana Causa Espíritos malignos Miasma (putrefação) Microrganismos Patogenia Castigo divino Desequilíbrio humoral Infecção Apoio político Reis, sacerdotes Burgesia Absolutistas Tratamento Místico Ervas medicinais Reequilibro (pus benéfico, sangrias, umidade) Antimicrobianos Medidas de suporte Epidemias Decadência de costumes Influencias cósmico-telúricas Contágio Controle Purificação pessoal Saneamento Isolamento Vacinas
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