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FACULDADE DE TECNOLOGIA PAULISTA
INSTITUTO EDUCACIONAL JEAN PIAGET
CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO “LATO SENSU” DE GESTÃO EM SEGURANÇA PÚBLICA COM ÊNFASE EM SISTEMA PRISIONAL
GLAUCIA VARANIS ORTEGA
RESSOCIALIZAÇÃO ATRAVES DE PROJETOS E TRABALHOS EM CORUMBÁ-MS
CORUMBÁ – MS 
2017
RESSOCIALIZAÇÃO ATRAVES DE PROJETOS E TRABALHOS EM CORUMBÁ-MS
Glaucia Varanis Ortega[1: Aluna do curso de Especialização “Lato Sensu” de Gestão em Segurança Pública, oferecido pela Faculdade de Tecnologia Paulista/UniPiaget.]
Eliana Doraci da Silva[2: Professora orientadora do presente artigo.]
RESUMO
A crise na educação, da falta de emprego são algumas das situações que colabora com a entrada dos jovens no crime. Com base nos dados referentes à Mato Grosso do Sul, mostra que a educação, projetos e trabalhos refletem na reinserção social dos detentos. Os resultados apontam, de maneira geral, para a necessidade de se repensar a reinserção como um todo, o que, num viés mais contemporâneo, traduz-se numa necessidade de tornar a ressocialização um mecanismo de contribuir para que os sujeitos pensem sua situação dentro de um quadro social de forma mais crítica, entendendo a educação como um processo contraditoriamente hegemônico e contra hegemônico. Essa ideia de usar o trabalho e projetos dentro do presídio justifica e intensifica o conceito de se utilizar a ressocialização, porem ainda há grupo de pessoas que dizem que essas atividades servem apenas para ajudar a reduzir a famosa “falta do que fazer” (ociosidade). Deve ser implementadas como direito crucial para os condenados para colabora com a volta à sociedade.
Palavras-chave: Trabalho; Políticas Públicas; Projetos; Sistema Penitenciário.
INTRODUÇÃO
O trabalho desenvolvido pelos detentos no interior da prisão pode ser visto como remédio predileto capaz de sanar os “males” daqueles que ignoram as regras legais de uma sociedade e são enviados para cumprir suas reprimendas nos presídios. 
Mostrar na pesquisa que é possível mudar a mentalidade dos presos, demonstrando-lhes a necessidade de ter a pratica de bons hábitos e atitudes positivas, porque a única possibilidade de modificação da personalidade reside na vontade da própria pessoa, na sua adesão à ideia de substituir ou alterar os seus padrões de conduta, os modelos e os valores que adotou e que somente acontecerá se o impulso vier de dentro para fora do homem. Desenvolvendo a capacidade dos detentos de querer mudar, sair de um ciclo muita das vezes vicioso de vida. Muitos seguem o que aprendem dentro de casa e acabam por achar normal.
O trabalho desenvolvido pela administração da Penitenciária de Corumbá-MS, estabelecimento penal responsável pelo acompanhamento da execução da pena em regime fechado, tem como um dos maiores desafios e objetivos humanizar os presos através do trabalho prisional para a reinserção à sociedade. 
Esta pesquisa tem por fim demonstrar as consequências decorrentes do trabalho no sistema prisional e seu papel dentro do sistema penitenciário, bem como buscar meios de minimizar em tempos de reclusão através de atividades labor terapêuticos a reinserção do apenado à sociedade. Não apenas despejando os internos, mas qualificando-os para trabalharem no mercado de trabalho.
O trabalho nas prisões deveria ser visto como uma oportunidade de tornar a vida dos reclusos mais interessantes, mais compensadora e mais agradável por dar novos caminhos para buscarem se desenvolver. 
Este artigo objetiva demonstrar que existem meios eficazes para reinserção social através de projetos e atividades dentro das prisões para alcançar a ressocialização do condenado podendo ser um modificador de valores e uma alternativa para, que a falta de oportunidade muitas vezes pode levar o indivíduo à criminalidade e o egresso à reincidência. 
Para o desenvolvimento deste projeto, estaremos abordando todos os temas voltados aos mecanismos abordados pelo sistema prisional para ressocializar o maior número de internos, haja vista que nossa situação geográfica é totalmente favorável a pratica e a reincidência dos internos no transporte de substancias químicas análogas a cocaína e também ao transporte de armamentos pesados. Por se tratar de fronteira seca e aberta temos um grande número também de internos jovens que realizam a pratica de roubos de motocicletas com a finalidade de venderem no país vizinho ou simplesmente para trocarem por drogas. 
Falaremos sobre os projetos e atividades desenvolvidas aos reclusos na organização, com apoio do referencial teórico, sobre conceitos contidos relevantes para esta pesquisa, acerca da relação entre o sistema penitenciário, e o trabalho como meio de reinserção social. Abordaremos a incursão pela metodologia e aplicações com o propósito para atingir resultados concretos para a reinserção na sociedade.
 EXECUÇÃO PENAL NO BRASIL
A Lei de Execução Penal n° 7.210 de 1984 é algo que se destina a assegurar a aplicabilidade da pena ou dos modelos de segurança que é fixado pela sentença destinada aos presos que garante o respeito ao direito assegurado do preso proporcionando condições para a compatibilidade harmônica de integração social do condenado e do internado. A Lei não apenas objetiva a condenação do encarcerado, bem como a ressocialização do preso e garantindo benefícios ao aprisionado.
A referida lei propicia a ressocialização e mostra o leque de oportunidades que trazem ao preso a reeducação, por meio da moralidade, pela assistência religiosa, tratamento medico, trabalho, estudo nos ensinos fundamentais̸ médios̸ superiores e técnicos, entre outros tipos de chances para que fique dentro do estabelecimento penal com o tempo que seria ocioso, se tornar produtivo. 
A ressocialização do preso é muito importante e esta transcrita na LEP:
Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado.
Art. 3º Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei.
Parágrafo único. Não haverá qualquer distinção de natureza racial, social, religiosa ou política. (Brasil, 1984).
A Lei também cuidou quanto a quem esta ali trabalhando dentro do sistema penal, certificando que quem deve trabalhar no presidio feminino que sejam agentes prisionais do sexo feminino, exceto o corpo técnico que ali trabalha. Para as pessoas acima de 60 anos, é determinada que sigam o Estatuto do Idoso; para eles, deverá dispor de ambientação própria, com manutenção diária para que haja um local melhor durante a supressão da independência̸ liberdade.
Esses simples direitos dados são os aspectos positivos e é um dos fatores que colabora para ressocializa-los, fazendo com que a pessoa possa ser capaz de voltar e permanecer na sociedade como um ser comum e melhor. 
A Lei de Execução Penal, em seu artigo 28 estabelece que, “Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e condição de dignidade humana, terá a finalidade educativa e produtiva”.
	Por fim, a intenção da LEP é trazer o preso a regeneração por meio do trabalho e a fins, para que esteja preparado para encarar o mercado de trabalho para evitar as horas inoperantes e faze-los crescer dentro do sistema carcerário.
CIRCUNSTANCIAS DA FALTA DE RESSOCIALIZAÇÃO 
Ao entrar no sistema, é possível deparar com situações de abandono social, mesmo antes de ter entrado na prisão. Percebe-se que a falta de moradia digna, da deficiência na escolaridade, ausência de qualificação profissional ou de caráter e personalidade são algumas das situações que necessitam ter um olhar sobre tais coisas. 
Essas circunstâncias fazem com que alguns detentos após saírem da cadeia podem voltar a cometer delitos em um pequeno espaço de tempo, que acaba se tornando um ciclo inacabável e vicioso de idas e vindas, principalmente dos serviços essenciais de assistências para a sociedade. 
O sistema procura pela lei solucionar os problemas e incapacidadesapresentadas pelos indivíduos, que é controlado pelo âmbito jurídico e pela burocracia, para quando voltar à sociedade todas as suas deficiências sejam superadas, e de acordo com o artigo 10º diz que “a assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade. Parágrafo único: A assistência estende-se ao egresso”.
Alguns tipos de situações demonstram que há um fator sério demais que acabam desencadeando reincorporação ao crime como a ausência de habitação, falta de oportunidades de emprego e a ausência̸ apoio da família para o auxilio do ser. 
	O oferecimento de um lar provisório, emprego para acertar o caminho correto em conjunto com regularização de documentos que acabam sendo suspensos e a adaptação que é em conjunto com a sociedade de dar condições favoráveis de estar em liberdade, sendo utilizada pelo processo de desprizionização para que não haja estranhamento. 
	A falta de reinserção social, a falta de sustentação e suporte ao detento e a saída do detento sem o amparo social faz com que possa voltar por varias vezes no sistema penitenciário. A população acompanha por meio do noticiário a situação dos estabelecimentos penais, que estão em condições degradantes, de superlotação e sem as assistências que são ditas pela LEP. 
	O preso é assegurado pela Constituição Brasileiro, no artigo 5º que aborda a integridade física e moral do cidadão, que quando o ser é preso, sofre limitações desde a sua liberdade de ir e vir ate da liberdade de poder fazer suas necessidades fisiológicas sempre tendo supervisão de alguém. A restrição afeta a dignidade, traz consequências como o medo e pânico por ser subordinado a situações que afetam, ofendem e os transgridam.
	A falta de assistência, ressocialização e de programas de reabilitação, somam-se com as discriminações e acusações da sociedade, junto com desumanizada condição da prisão faz com que a detenção seja uma escola que ensina o crime, e acarreta as graves decorrências de violências feitas pelos próprios detentos, que com as consequências, saia do cárcere e traga consequências ruins para a sociedade e ao próprio condenado.
DIREITO HUMANOS E A REINTEGRAÇAO 
Os direitos humanos tem a finalidade de garantir ao ser humano o respeito à dignidade pela sua proteção contra a liberdade do Estado sobre o ser, exige condições ínfimas de vida e de desenvolvimento do ser humano como um direito fundamental. A importância dos direitos humanos é algo que é inexplicável e que tem base na complementação e formação da sociedade, utilizando da moralidade e ética, da religião, da política, da sociedade e da área econômica. 
Desde os primórdios da sociedade, é fato de que a evolução do homem foi marcada de momentos trágicos que envolvem torturas e situações de humilhações. O próprio ser humano sem respeito à própria espécie traz a tona que os acontecimentos históricos e sociais de guerras, confinamentos, torturas acabaram que destruíram as relações sociais, dentro do próprio Estado e em outros países.
Há os direitos de primeira, segunda e terceira geração. A primeira compreende os direitos dos indivíduos e políticos que evidenciam a liberdade; a da segunda geração abarca os direitos culturais, econômicos e sociais que defendem a igualdade do ser e por fim, a terceira geração que designa os direitos de solidariedade̸ irmandade que salvaguarda que todos devem ter um ambiente digno, equilibrado e principalmente saudável para o desenvolvimento da vida dos seres a quem é garantido a lei.
Mesmo que os direitos humanos foquem na dignidade e na consideração pelo ser humano, ainda há desobediência a lei pela falta do cumprimento dos direitos assegurados constitucionalmente e da falta de participação da comunidade, assim o sistema carcerário acaba enfrentando problemas. 
A fundamentação do sistema carcerário foi para que justamente o indivíduo pague pelos seus atos e que seja reabilitado. O desejo da sociedade é que o encarcerado volte totalmente reeducado e não volte mais a praticar coisas que fujam da lei, porem com as precariedades do sistema e do Estado em si, acaba se igualando a época do período medieval que havia opressão e não havia reabilitação, se utilizando uma das maiores violências: a pena de morte. Esse fator faz com que apenas aumente a população carcerária, enchendo as pequenas celas e com isso, aumentando a violência entre os próprios detentos. 
Na Declaração Universal dos Direitos Humanos, o artigo 1º, diz que: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade”. 
Em conclusão, observa – se que os Direitos Humanos compreende o ser humano como um ser digno e que isso é insubstituível para que o homem exista, evitando todos os tipos de preconceito, elevando o respeito acima de tudo.
TRABALHOS PRISIONAIS PELA RESSOCIALIZAÇÃO
A mão de obra prisional é totalmente necessária para que a mudança no indivíduo seja totalmente realizada. O trabalho executado dentro ou fora do estabelecimento prisional, independente de qual seja o tipo de pena na qual ele cumprirá, faz com que ele utilize a sua natureza seja explorada para uma situação que o ajude, utilizando a vantagem social sobre o encarcerado e as vantagens econômicas. 
Esse trabalho é usado por empresas que usa da colaboração social, dando oportunidades para o condenado de ser inserido na sociedade, que ainda usa do preconceito quando se trata de encarcerados, e acabam não oferecendo oportunidades por falta de informação e interesse na mão de obra carcerária.
Esse tipo de oportunidade é utilizado como um meio de terapia, mostrando a ele que é um ser útil e que a sociedade necessita dele para o trabalho, não sendo apenas como um direito e dever do encarcerado, fazendo com que o inclua e reintegre na sociedade, melhorando o ser por dentro e por fora, mostrando outros focos incentivando a mudar o caminho da pratica de incidentes e ainda o fazendo arrecadar fundo para ele e a família, e reduzindo a sua pena de prisão. 
As vantagens de obter a mão de obra carcerária dentro de uma empresa é a sua economia, pois não tem carteira assinada ou um vinculo empregatício que faz com que as empresas sejam isentas de responsabilidades sociais sobre o que é pago pelo uso da mão de obra. Com essas vantagens, a empresa pode diminuir os seus gastos com empregados, já que é uma mão de obra barata e ainda faz um favor social para os encarcerados que não conseguem achar uma oportunidade de modo fácil.
Os encarcerados oferecem algumas formas de trabalho, que ele se utilizaria, como o trabalho externo, onde se exerce o trabalho fora do sistema carcerário e o trabalho interno, que se trabalha dentro da unidade.
O trabalho penal não deve ser considerado como o complemento e, por assim dizer, como uma agravação da pena, mas sim como uma suavização [...]. Todo condenado de direito comum é obrigado ao trabalho, nenhum pode ser obrigado a permanecer desocupado (FOUCAULT, 1987). [3: FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 1987]
Através do trabalhar, transformar a prisão num local propício para que os detentos adquiram a noção do valor humano, contrariando a regra da ociosidade existente nos presídios, seus efeitos psicológicos e morais geram promiscuidade, tensão, delinquência interna, e consequentemente insegurança para todos. 
Segundo Muakad (1984, p. 42), “a inatividade acaba levando o individuo a uma situação negativa [...]. A ocupação profissional é necessária na vida do homem, visto que um desocupado é um possível candidato a ações ilícitas”. [4: MUAKAD, Irene Batista. Prisão albergue. São Paulo: Ed. Cortez, 1984.]
O trabalho prisional não deve ser doloroso e mortificante, mas um mecanismo de complemento do processo de reinserção social para prover a readaptação do preso, prepará-lo para uma profissão vincular-lhe hábitos de trabalho e evitar a ociosidade. 
Do ponto de vista teóricoé um verdadeiro instrumento educativo como dispõe o art.28 da LEP: “o trabalho do condenado como dever social de dignidade humana, terá finalidade educativa e produtiva.” 
Resta ver se na prática este instrumento obtém os resultados desejados, ou fica apenas como uma mera declaração de princípios. 
Enfatiza Rios (1994), para o preso institucionalizado o trabalho é um valor negativo. Mas o dinheiro é um valor positivo. Conjugar esses valores, para o interno, objetivando o fim (dinheiro), habitue-se com o meio (trabalho), é uma estratégia necessária. [5: RIOS, Rodrigo Sánchez. Prisão e Trabalho: uma análise comparativa do sistema penitenciário italiano e do sistema brasileiro. Curitiba: Champagnat, 1994.]
O trabalho exerce importante papel na manutenção da auto-estima de qualquer indivíduo, contribuindo ainda para a redução de tensões sociais originadas pelo desemprego.
Afirma Thompson (1976), o cerne do problema, de fato, está nos fins atribuídos à pena de prisão, castigo, regeneração, punição e tratamento. O conceito popular é que o homem deve ser colocado numa penitenciária para ser punido, intimado e reformado, o que coincide com as finalidades oficialmente propostos à pena de prisão. [6: THOMPSON, Augusto. A questão Penitenciária. 4ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 1976.]
A partir desta premissa é possível constatar que a privação da liberdade única exclusivamente não favorece a ressocialização. Desta forma é preciso que seja feito algo no sentido, senão, de resolver, ao menos, de minimizar ao máximo esse equívoco. 
Para isso se faz necessário o desenvolvimento de programas educacionais dentro do sistema penitenciário voltados para Educação Básica que visem alfabetizar e, sobretudo, trabalhar para a construção da cidadania do apenado. 
Conforme Costa (1999, p. 67) “[...] por mais que a prisão seja incapaz de ressocializar, um grande número de detentos deixa o sistema penitenciário e abandona a marginalidade porque teve a oportunidade de estudar”. [7: COSTA, Alexandre Marino. O Trabalho Prisional e a Reintegração Social do Detento. Florianópolis: Insular, 1999. ]
Para Muakad (1984, p.25), “É um erro prender entre quatro paredes alguém que já é um prisioneiro de sua anormalidade e de sua indisciplina, ao invés de se lhe dar um tratamento adequado, para que se liberte e seja um homem capaz de viver no convívio social [...]”. [8: MUAKAD, Irene Batista. Prisão albergue. São Paulo: Ed. Cortez, 1984.]
Percebe-se que o criminoso deve ser visto como alguém que necessite mais de tratamento do que de castigo, uma vez que demonstra ao praticar o delito um desajuste proveniente de várias causas, que podem ser removidas ao ser submetido a uma terapêutica de recuperação (MUAKAD, 1984). 
Salienta Muakad (1984, p.25), “a pena de prisão, por si mesma, não está apta a reformar o homem, servindo apenas para afastá-lo da sociedade, só podendo oferecer algum resultado se houver possibilidade de submetê-lo a uma boa terapia”. [9: MUAKAD, Irene Batista. Prisão albergue. São Paulo: Ed. Cortez, 1984.]
Enfatiza Pimentel (1983, p.134) que, “o índice de reincidência dos egressos é muito alto em todos os lugares, provando que o erro é do sistema e não decorre da falta de meios e de recursos humanos para uma correta aplicação de terapia penal”. [10: PIMENTEL, Manoel Pedro. O crime e a pena na atualidade. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1983.]
Afirma Camargo (1984), ressocializar-se pela laborterapia, é um direito do preso objetivando o aprendizado ou aperfeiçoamento de uma profissão que assegure sua subsistência honesta em futuro emprego, atendendo ainda sua adequação ao meio urbano e rural. 
Segundo Thompson (1976, p.38) “Para punir um homem restritivamente é preciso injuriá-lo. Para reformá-lo, é preciso melhorá-lo. E os homens não são melhores através de injúrias”. [11: THOMPSON, Augusto. A questão Penitenciária. 4ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 1976.]
TRABALHO COMO FATOR RESSOCIALIZANTE
Após a reforma prisional, o trabalho foi inserido para ser uma punição. Na época, o trabalho não era utilizado como reeducação para os condenados e sim para utiliza-los para manutenção do local. Depois de algum tempo, começaram a repensar sobre as penalidades, o que fez mudar, reformulando totalmente e originando o sistema penitenciário.
O sistema progressivo que foi inserido tinha como intenção humanizar e não penalizar. A base era dar marcas ou vales quando se apresentava bons comportamentos, que era definido por meio do trabalho e do comportamento, e essas marcas e vales poderiam ser utilizadas para reduzir o tempo de cárcere. Esse sistema penal marcou o sistema atual.
Manter o controle sobre os apenados era muito difícil, principalmente por causa das condições oferecidas aos condenados que transgrediam as normas, sendo adultos ou crianças. Tudo que se dizia ao social era retirado e o tratamento voltava a degradação e humilhação.
No Brasil, o trabalho dentro da prisão também foi inserido como punição e controle sobre os condenados, até quando começaram a ter preocupações dos juízes e afins, e instituem uma lei para a execução penal chamado Código Penitenciário da República, mas não foi aprovado. E em 51, a ONU aprovou I Congresso das Nações Unidas sobre Prevenção e Tratamento do Delinquente, as Regras Mínimas para o Tratamento de Presos.
No Rio Grande do Sul foi criado a Superintendência dos Serviços Penitenciários, para a busca da ressocialização do preso, diferenciando o nosso sistema dos outros países, fazendo voltar a pessoa e não apenas em guardar o preso, visando reintegra-lo e recupera-lo, e fez com que o trabalho prisional fosse o principal instrumento.
A instituição penitenciária utiliza o trabalho como ressocialização, porém não foca realmente no que se descreve – na ideologia pregada. O trabalho fara com que os apenados foquem no aprendizado, que tenham a capacidade de percepção e melhoramento das habilidades, resolvendo problemas difíceis e sejam inovadores e possam modificar seu futuro.
O SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO
	De acordo com Projeto de Lei Nº 1359, de 2007, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo obteve a informação de que o Brasil há 511 estabelecimentos de confinamento, e há 60 mil vagas, porém há muito mais população carcerária, então para manter essa quantidade enorme de presos deve haver um gasto absurdo e tudo retirado do governo federal. 
	O sistema prisional esta demonstrando a verdade realidade na qual mostra que a pobreza, a falta de auxilio e carência incentivam e só fazem amadurecer que o crime compensa. Isso prova que a realidade do sistema prisional é mais próxima e mais escancarada para aqueles que têm uma necessidade maior no Brasil, desde a época em que era uma colônia até atualmente, que constata e traz atenção a todos pelo tamanho da dimensão do problema que o país se encaixa.
Hoje a penitenciaria é um local de deposito humano, com milhares de pessoas e uma alta lotação de tantas pessoas, consequentemente havendo um alto proliferamento de graves doenças no meio. 
Como se sabe, há a lei do mais poderoso com gangues e facções criminosas perigosíssimas que controlam toda a cadeia e os criminosos que estão fora dela. Tendo assim, telefones celulares, chips, drogas entram com facilidade, o que faz ter contato com o mundo lá fora e chefiando o mundo do crime.
No Brasil a prática das penas alternativas teve a sua formalização pela sanção da Lei n. 9.099/95 que fundamenta a aplicabilidade das penas alternativas, tais como a prestação de serviços comunitários. As penas alternativas buscam a atenuação das consequências da falência do sistema prisional diretamente na sociedade.
A realidade vem mudando aos poucos, com trabalhos de pessoas especializadas em direito, psicologia, teologia e professores, que estão intensificando trabalhos para envolver os encarcerados em coisas boas dentro do presidio, tentando mudar o foco dos detentos que ali estão como, por exemplo: pessoas que entraram por crimes considerados leves, saiam com amente totalmente transformada pelos criminosos, fazendo com que eles cometessem delitos maiores do que os que eles já foram condenados; com os projetos e trabalhos feitos pelas pessoas especializadas, as coisas mudaram, e fizeram com que aprendessem uma nova profissão e ̸ou um esporte.
Ainda se tem muitas coisas a serem mudadas, mas o Brasil já deu muitos passos a frente, trocando a antiga realidade de desumanidade que fez muitas vitimas na antiguidade e hoje há muita coisa que foi mudada e ainda esta em processo de mudança.
A própria Lei de Execução Penal, em seu artigo 28 estabelece que, “Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e condição de dignidade humana, terá a finalidade educativa e produtiva” (BRASIL, 1984).[12: BRASIL. Lei de Execução Penal. Lei nº 7210 de julho de 1984.]
 PROJETOS E TRABALHOS PRISIONAIS EM CORUMBÁ
Desde 2006 o sistema penitenciário na cidade de Corumbá tem inserido projetos e trabalhos com gratificações aos presos, como a progressão de pena e aprendizado.
Com os dados obtidos pelo Estabelecimento Penal de Corumbá, há alguns projetos de ressocialização liderados pela Vara de Execução Penal de Corumbá no presídio feminino, as presas tem oficina de xadrez que tem como objetivo melhorar o raciocínio logico, a memoria e a concentração, que estimula também a disciplina, melhora a autoestima e também incentiva a aprender um novo esporte que faz ajudar a passar o tempo. 
No ano de 2016, houve o primeiro torneio de xadrez, incentivado pela Vara de Execução Penal de Corumbá. Assim como há o coral chamado Vox in Libertae, que também tem incentivo pela Vara, tem como objetivo de ser uma atividade terapêutica trazendo harmonia e tranquilidade as reeducandas, mas hoje conta com a instrução de técnicas vocais, possibilitando a profissionalização do coral para apresentações ao público, como a ocorrida na conferência. Hoje esse projeto conta com a colaboração da Banda Municipal Manoel Florêncio que disponibiliza músicos para ajudar na melodia e harmonia da musica. 
Entrando na área da educação, Seis internos do Estabelecimento Penal de Corumbá (EPC) vão frequentar cursos universitários à distância. Convênio firmado, entre a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) e o polo Corumbá da Faculdade Educacional da Lapa (FAEL) vai levar a graduação para dentro do presídio masculino. Frequentam cursos de Administração, História, Tecnologia em Processos Gerenciais, Matemática e Gestão Ambiental.
No presidio masculino, foi inserida uma padaria onde os presos aprendem a são repassados conhecimentos teóricos e práticos sobre manuseio dos equipamentos e instrumentos de trabalho, e receitas para a confecção de pães, bolos, biscoitos e salgados. A realização da qualificação é como uma forma de preparar mão de obra prisional para atuar na padaria do próprio estabelecimento penal, e ainda representar uma forma de capacitá-los profissionalmente para uma vaga no mercado de trabalho quando deixarem a prisão.
CONCLUSÃO
O sistema não atende a sua finalidade e tornou-se uma grande escola de crime, onde os presos que praticaram crimes mais leves são recrutados para a prática de crimes maiores em busca de respeito e vantagens materiais ou até mesmo movidos pela coação através de ameaças contra a sua integridade física. Desta forma, indivíduos que ficam reclusos em prisões por caso fortuito, eventual ou delitos mais leves, se tornam criminosos por profissão e normalmente agem em nome de grandes grupos criminosos. Dentro das instituições prisionais identificam-se verdadeiros escritórios do crime organizado.
Algumas coisas ainda são mantidas, mas podemos ver que muito já foi mudado, desde os primórdios do sistema carcerário, mudando totalmente a execução penal e fazendo repensar os problemas que já houve e que estão sendo mudados de acordo com os direitos humanos e com a visualização das necessidades que cada individuo tem.
O trabalho para o individuo encarcerado o faz enxergar as oportunidades que ele obtém, e ainda mesmo com os preconceitos da sociedade, o faz mudar a mentalidade sobre a questão de retornar a vida do crime. Os projetos desenvolvidos pelo Estado são para reintegra-lo e oferecer oportunidades no mercado de trabalho, com especializações e melhoramento das capacidades que já havia adquirido antes do cárcere. Esses projetos elevam a dignidade do ser por meio do trabalho, garante direitos a ele e diminui a reincidência do encarcerado, evitando o fazer voltar novamente para o crime. 
Em Mato Grosso do Sul, muita coisa foi melhorada, desde a estrutura dos presídios até nos tipos de projetos e trabalhos que tem em cada presídio. Realmente pode se perceber que o trabalho e os projetos constituem elementos para reintegração social superimportante que tem como papel fundamental na reconstrução do ser encarcerado e para o social. Ele não apenas ira se envolver em no trabalho em si, mas ira despertar aspirações, novas ideias para quando sair do cárcere. 
Todos que participam acham no trabalho e nos projetos algo que os façam a se reencontrar novamente, fazendo questionamentos a si mesmo e a traçar a sua história. Os trabalhos e projetos tem que ser ordenados de um jeito que não seja algo mecanizado e sim de desenvolvimento pessoal.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição Federal de 1988. Promulgada em 5 de outubro de 1988. 
BRASIL. Lei de Execução Penal. Lei nº 7210 de julho de 1984.
BRASIL. Lei Nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.
CAMARGO, Maria Soares de. Terapia Penal e Sociedade. Campinas: Papirus, 1984.
COSTA, Alexandre Marino. O Trabalho Prisional e a Reintegração Social do Detento. Florianópolis: Insular, 1999. 
FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 1987
FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder. Rio de Janeiro: Graal, 1987. 
MUAKAD, Irene Batista. Prisão albergue. São Paulo: Ed. Cortez, 1984.
PIMENTEL, Manoel Pedro. O crime e a pena na atualidade. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1983.
RIOS, Rodrigo Sánchez. Prisão e Trabalho: uma análise comparativa do sistema penitenciário italiano e do sistema brasileiro. Curitiba: Champagnat, 1994.
THOMPSON, Augusto. A questão Penitenciária. 4ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 1976.

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