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MÚSICA PARA ALUNOS NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS

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A IMPORTÃNCIA DA MÚSICA PARA ALUNOS QUE APRESENTAM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS
CELESTINO, Maria Inês da Silva inescelestino51@gmail.com[1: Aluna do curso de Pós-Graduação em Educação Especial e Educação Inclusiva FACINTER. Artigo apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso da Pós-Graduação em Educação Especial e Educação Inclusiva. FACINTER, 1-2013.]
BUDAL, Sandra Mara [2: Graduada em Pedagogia pela UFPR – Especialista em OTP – Organização do Trabalho Pedagógico – UFPR e Especialista em Educação Especial com Ênfase em Inclusão – PUC - PR]
							
Resumo
Este trabalho busca contribuições e a importância da música para crianças que apresentam necessidades educacionais especiais. Desde cedo, a criança demonstra interesse por ritmos e sons musicais. Com o passar do tempo, a criança experimenta sons que pode produzir com a boca e é capaz de perceber e reproduzir sons repetitivos, acompanhando-os com movimentos corporais. A música como recurso pedagógico torna facilitadora no processo de aprendizagem, tornando o ambiente escolar mais alegre e receptivo. O conhecimento musical não deve ser privilégio de poucos, mas para todos. Ao se envolverem em atividades musicais, os alunos melhoram sua acuidade auditiva, aprimoram e amplia a coordenação viso-motor, suas capacidades de compreensão, interpretação e raciocínio, descobrem sua relação com o meio em que vivem, desenvolvem a expressão corporal e oral. Para que a aprendizagem da música se fundamenta na formação de cidadãos necessita que todos tenham a oportunidade de participar ativamente como ouvinte, intérpretes, compositores e improvisadores, dentro e fora da sala de aula.
Palavras-chave: Música, educação especial, possibilidades.
INTRODUÇÃO
 
Através desta pesquisa busca-se analisar a importância da música para alunos que apresentam necessidades educacionais especiais. O trabalho com alunos com necessidades educacionais especiais oportunizou que se percebesse que a música faz muita diferença. Às vezes, os educadores não julgam-se capazes de trabalhar com música, mas não devem se preocupar, pois é possível ser muito eficiente no ensino musical mesmo sem saber tocar um instrumento nem ler as notas.
 O passo principal é descobrir o que a criança gosta de cantar, lembrando de canções de nossa própria infância, pesquisar com familiares e amigos, músicas da cultura infantil popular. Também podemos usar sucatas para confeccionar instrumentos com sons variados e por na mão dos alunos para que eles descubram do seu jeito como tocar, usar um aparelho de som para cantar e dançar com os alunos, a dança pode ser uma ótima estratégia para um bom desenvolvimento físico-motor e cognitivo. A escola precisa ter autonomia para propor e viabilizar suas diferenças. 
Esse trabalho apareceu como uma forma de atenção sobre a possibilidade de maior difusão da música e de seus benefícios no desenvolvimento de crianças e jovens, principalmente aos alunos com necessidades educacionais especiais. 
	A metodologia usada neste trabalho será a revisão bibliográfica com autores relacionados ao tema, relatando as várias possibilidades e formas de trabalhar a música com alunos que apresentam necessidades educacionais especiais. 
Os objetivos estão voltados a investigar quais as maneiras de trabalhar a música com alunos que apresentam necessidades educacionais especiais., pesquisar os benefícios que a música traz a esses alunos, compreender a importância da música na Educação Especial Inclusiva, analisar as possibilidades de melhorar o ensino aprendizagem na sala de aula, promover uma educação que favoreça o desenvolvimento humano e proporcionar novas formas de ver e perceber o meio em que vivem através da música.
 Justifica-se o estudo sobre a música como um meio de aprofundar melhor a necessidade de utilizar a mesma, como recurso pedagógico na Educação Especial inclusiva. Existem inúmeras formas de manifestações quando utilizadas em sala de aula, desenvolve diferentes habilidades, como: o raciocínio, a criatividade, a autodisciplina, além de auxiliar na linguagem oral, na afetividade, a percepção corporal e promover a socialização. Pois pelo corpo manifestamos alegria, dor, prazer, raiva, medo... A busca pelo conhecimento, a troca de experiência e o reflexo. Por isso necessita-se de capacitação, incentivo e criatividade dos educadores.
COMO SURGIU A EDUCAÇÃO ESPECIAL
Ao longo da história da educação especial existiram momentos que marcaram as tentativas e muita luta para melhorar o atendimento das pessoas com necessidades educacionais especiais. 
Segundo Mendes (2006a, p.387), a história da educação especial no mundo teve seu inicio no século XVI,
Com médicos pedagogos que desafiando os conceitos vigentes na época, acreditaram nas possibilidades de indivíduos até então considerados ineducáveis. Centrado no aspecto pedagógico, numa sociedade em que a educação formal era direito de poucos, esses precursores desenvolveram seus trabalhos em bases tutoriais, sendo eles próprios os professores de seus pupilos. 
Pedro Ponce de Lénon (1520-1584) pode considerado um exemplo desses precursores. As idéias liberais divulgadas no Brasil no final do século XVIII influenciaram o surgimento da educação das crianças com deficiência, que se deu inicialmente em instituições (Januzzi, 2004). 
Outro grande nome na historia da educação especial, segundo pessotte (1984), foi Jean Marc Gaspard Itard (1774-1838), médico francês que recebeu a tarefa de educar o menino selvagem de Aveyron, um garoto que havia sido capturado na floresta de Aveyron, no sul da frança, por volta de 1800. O menino, chamado por Itarde de Victor, apresentava, segundo relato de Itard em sua obra Mémoire Sur Lepremiers développments de Victor de I’aveyron, citada por Pessotte (1984, p. 36),
Enorme déficit preceptivo e intelectual do menino, incapaz de discriminações mesmo grosseiras entre odores, ruídos, imagens, o que se torna um retardo mental profundo, mais despreparado que um animal doméstico, incapaz de articular qualquer som vocal humano e de fixar sua atenção em um dado objeto ou evento.
	
Essa foi uma das atitudes de insistência para alcançar o objetivo desejado ao educar o menino selvagem.
Entre 1920 e 1935 o tratamento e educação de deficientes ficavam por conta de médicos e dos professores que utilizavam a psicologia para interagir com os deficientes. No fim do século XIX, começaram a surgir instituições especializadas no tratamento de pessoas com deficiências, clinicas e escolas de reabilitação, que não foram eficazes, pois usava técnicas padronizadas para os deficientes, o que não deu certo. Surgiram, então, instituições e associações que tratavam das diferenças, de formas singulares, como a ANDE, Associação Nacional de Desporto para Excepcional, FENEIDA, Federação Nacional de Educação dos Deficientes Auditivos, e outras para cadeirantes, para cegos e amputados, deficientes mentais, como a ABDEM, em 1994 a SOBAMA, Sociedade Brasileira de Atividade Física Adaptada. Em 1999, foi criado o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência, CONADE, órgão responsável que acompanha as políticas para deficientes, educação, transporte, cultura, turismo, lazer, etc.
Enquanto que, na década de 70, observamos nos países desenvolvidos, amplas discussões e questionamentos sobre a integração dos deficientes mentais na sociedade no Brasil acontecem neste momento a institucionalização da Educação Especial em termos de planejamento de políticas públicas com a criação do Centro Nacional de Educação Especial (CENESP), em 1973.
Manifestando os diversos setores e contextos e, sem dúvida alguma, o envolvimento legal nestas mudanças foi de fundamental importância. Nesse sentido, a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 208, estabelece a integração escolar enquanto preceito constitucional, preconizando o atendimento aos indivíduos que apresentam deficiência, preferencialmentena rede regular de ensino. 
Podemos dizer que ficou assegurado pela Constituição Brasileira (1988) o direito de todos à educação, garantindo, assim, o atendimento educacional de pessoas que apresentam necessidades educacionais especiais. 
Dificuldades encontradas
Apesar das tentativas e mudanças que ocorrem a cada época na história da educação especial inclusiva, alguns métodos ainda sobrevivem de alguma forma em nosso contesto educativo, mas a nossa educação está um tanto quanto defasada. Grande parte das instituições escolares tornou-se decadente face ao desenvolvimento tecnológico e científico e ante os avanços histórico-sociais e culturais vividos pela humanidade. 
 As salas de aulas estão cada vez mais ultrapassadas, assim como o formato curricular seguido pela maior parte delas. As crianças tornam-se insatisfeitas, os pais reclamam, alguns professores lutam para tentar manter a ordem e ensinar alguma coisa nas corridas aulas de 50 minutos... Outros apenas desistem e “fingem que ensinam” enquanto alguns alunos “fingem que aprendem”, Os professores têm sofrido tanto quanto os alunos e a família para que sustente” os velhos muros das escolas de pé.(LEAL,D. NOGUEIRA, M. O. G. p. 25).
Segundo Bueno (1994), é mínimo o acesso à escola de pessoas que apresentam deficiência mental, com o agravante de esse acesso servir mais a legitimação da marginalidade social do que à ampliação das oportunidades educacionais para essa população 
A dificuldade de um conceito da deficiência mental trouxe conseqüências indeléveis na maneira das demais pessoas lidarem com a deficiência. O medo da diferença e do desconhecido é responsável, em grande parte, pela discriminação que afeta as escolas e a sociedade em relação às pessoas com deficiência em geral, mas principalmente àquelas com deficiência mental.
O sociólogo Erving Goffman desenvolveu uma estrutura conceitual: a estimativa, para definir essa reação diante daquele que é diferente e que acarreta certo descrédito e desaprovação por parte das demais pessoas. Freud, em seu trabalho sobre o estranho também demonstra como o sujeito evita aquilo que lhe parece diferente, mas que no fundo remete a questões pessoais e mais íntimas do próprio sujeito. Portanto o medo e o preconceito ainda trazem conseqüências negativas em relação às crianças com necessidades educacionais especiais.
A importância da música na Educação Especial Inclusiva
A música é usada como terapia e não como entretenimento, no âmbito de um projeto pioneiro que abrange os doentes mentais crônicos e também os que estão internados por curtos períodos. Os benefícios são claros como doentes crônicos, registra-se uma evolução na comunicação e interação com os outros mesmo com idades diferentes, conseguem estabelecer um vínculo através da música que permite viajar no universo deles para o universo comunicacional oral, onde estão todos os outros. A música quando usada como ferramenta de trabalho auxilia trabalhar o cérebro, há concentração, motivação e participação. 
Para Brito (2003, p.26) a música tem sido interpretada como “[...] melodia, ritmo, harmonia, [...] elementos que estão muito presentes na produção musical dentre outras possibilidades de organização do material sonoro”. 
Segundo Berchem (apud KRZESINSKI e CAMPOS, 2006, p.115) “a música é a linguagem que se traduz em forma sonora capaz de expressar e comunicar sensações, sentimentos e pensamentos, por meio da organização e relacionamento entre som e o silêncio”.
 Rosa (1990, p.19) identifica a música como “uma linguagem expressiva e as canções são veículos de emoções e sentimentos, e podem fazer com que a criança reconheça nelas seu próprio sentir”.
De acordo com o autor Chizuko, o ser humano demonstra interesse por ritmos e sons musicais desde cedo, pois ajuda a libertar da timidez e desempenha papel importante em todos os meios de comunicação e expressão que se utilizam do ritmo, tais como a música, a linguagem verbal e a dança. Som, ritmo e melodia são elementos essenciais para despertar e reforçar a sensibilidade de crianças e jovens, em prender sua atenção e estimulação. 
Segundo os PCN, a música sempre esteve associada às tradições e as culturas de cada época. Atualmente, o desenvolvimento tecnológico aplicado as comunicações vem modificando consideravelmente as referencias musicais das sociedades pela possibilidade de uma escuta simultânea de toda produção por meio de discos, fitas, radio, televisão, computador, jogos eletrônicos, cinema, publicidade, etc. Qualquer proposta de ensino que considera essa diversidade precisa abrir espaço para o aluno trazer música para a sala de aula, acolhendo-a, contextualizando-a, e oferecendo acesso a obras que possam ser significativas para o seu desenvolvimento pessoal em atividades de apreciação e produção.
Brito (2003, p.31), nos fala que:
É difícil encontrar alguém que não se relacione com a música [...]: escutando, cantando, dançando, tocando um instrumento, em diferentes momentos e por diversas razões. [...] Surpreendemo-nos cantando aquela canção que parece ter “cola” e que não sai da nossa cabeça e não resistimos a, pelo menos, mexer os pés, reagindo a um ritmo envolvente [...].
Rosa (1990, p. 22-23), também, enfatiza que em espaço escolar:
 A linguagem musical deve estar presente nas atividades [...] de expressão física, através de exercícios ginásticos, rítmicos, jogos, brinquedos e roda cantadas, em que se desenvolve na criança a linguagem corporal, numa organização temporal, espacial e energética. A criança comunica-se principalmente através do corpo e, cantando, ela é ela mesma, ela é seu próprio instrumento. Ao acompanhar a música com gestos ou dançar a criança estará trabalhando a coordenação motora e a atenção; ao cantar ou imitar sons ela estará descobrindo suas capacidades e estabelecendo relações com o ambiente em que vive. 
Segundo Jeandot (1990, p. 70), os educadores devem “[...] expor a criança à linguagem musical e dialogar com ela sobre e por meio da música”. Ou seja, é preciso estudar a música e explorar as informações nelas contidas. 
Deve explorar, da mesma forma, músicas de outras culturas, civilização, grupo social, comunidade, pois cada um tem sua própria expressão musical. Antes destas ações, é preciso que o educador pesquise o universo musical que a criança pertence, e encorajar atividades relacionadas com a descoberta e com a criação de novas formas de expressão através da música. É considerável ressaltar a importância de se desenvolver a escuta sensível e ativa nas crianças.
E segundo Copland, Todos nós ouvimos a música de acordo com nossas aptidões, variáveis, sob certo aspecto, em três planos distintos: sensível, expressivo e puramente musical, o que corresponde a ouvir, escutar e compreender. Essa é a razão pela qual o professor deve respeitar o nível de desenvolvimento em que a criança se encontra, adaptando as atividades de acordo com suas aptidões e de seu estágio auditivo (COPLAND apud JEANDOT, 1990, p.22).
Para uma visão cognitivista, o conhecimento musical se inicia por meio da interação com o ambiente, através de experiências concretas, que aos poucos levam à abstração (ROSA, 1990, p.1) A música movimenta, mobiliza, e por isso contribui para a transformação e para o desenvolvimento. 
E segundo Wilkins (apud GAINZA, 1988, p.36-37),
Cada um dos aspectos ou elementos da música corresponde a um aspecto humano específico, ao qual mobiliza com exclusividade ou mais intensamente: o ritmo musical induz ao movimento corporal, a melodia estimula a afetividade; a ordem ou a estrutura musical (na harmonia ou na forma musical) contribui ativamente para a afirmação ou para a restauração da ordem mental no homem.
Cientistas acreditam que a música treina o cérebro para formas superiores de raciocínio. Pesquisas mostram que crianças que estudam música saem se melhor na escola e na vida e normalmente recebam notas mais altas. 
Desse modo fica evidente a importância da musicalidade no cotidiano para o bem estar pessoal epara a formação do individuo. Segundo a Assessora de Comunicação do UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância), em Brasília, Florrance Bauer, através da música no Brasil e seu sucesso.
A música atrai a criança, serve de motivação, deixa-a mais atenta e é um instrumento de cidadania, contribuindo para a elevação de sua auto-estima. A isso se deve o grande número de projetos de educação.
Crianças são seres brincantes, musicais, receptivos à energia que emana das forças sonoras. Conectando a escuta (do entorno, de sonoridades e obras musicais diversas) e os gestos produtores de sons – vocais corporais ou com materiais diversos importa que a música, nos territórios da educação, seja trabalhada em sua condição de jogo que permite trocas: consigo próprio, com o outro, com o ambiente. O ouvir emocional: “a música tem o papel de me fazer feliz” A maioria dos jovens necessita da música não apenas como fundo musical, mas sim, por assim dizer, como elemento do cotidiano vivido, do qual ele não pode ser distinguido. 
Compreensão de aspectos de nossa língua, de nossos costumes, de nossa história e da nossa realidade nacional pode ser auxiliada por uma educação musical adequada e bem trabalhada. Essa educação facilitará a formação do sentimento de cidadania, o enriquecimento de nossa cultura popular e, principalmente de sua participação e de seu papel na sociedade (SANTA ROSA, 1990, p. 25)
De acordo com as autoras: MOURA, I. M. / BOSCARDIN, M. T. T. / ZAGONEL, B. a Lei n° 769, de agosto, torna obrigatório o ensino da música na escola brasileira. Cabe aos professores o desenvolvimento das habilidades musicais para estimular as crianças o gosto pela música. Assim os alunos percebem que podem fazer musicas desde as primeiras aulas, de maneira simples, fácil e agradável. O professor deve proporcionar diversidades de situações para que a criança explore e perceba diferentes tipos de fontes sonoras. A pesquisa sonora tem se revelado extremamente agradável a criança, contribuindo para o desenvolvimento da acuidade auditiva. Portanto através de uma música podemos desenvolver várias aulas se usarmos nossa criatividade.
Acreditar no potencial educativo da música é o ponto de partida para um trabalho abrangente e afetivo. Ensinar música não é só passar conteúdos aos alunos nem se restringe a uma atividade de lazer. A aula de música é também uma ferramenta de educação e pode se transformar momentos importantes de comunicação e expressão de sentimentos e idéias. (MOURA L. C. de / BOSCARDIN, T. M. T. / ZAGONEL, B. P. 11) 
Vale à pena lembrar que não há cd, DVD ou brinquedo musical mágico que seja capaz de transmitir o afeto presente na voz e no gesto de um pai, de uma mãe, de uma vovó, de um irmão ou de uma criadora quando cantam, dançam, e usa a música como forma de comunicação e divertimento com a criança. (ILARI, B. p. 30.). 
Através de entrevistas realizadas com diversas crianças Norte Americanas de 3 a 14 anos, as pesquizasadoras Judith Jellison e patrícia Flouwers (1991) descobriram que as crianças e adolescentes com deficiência são muito parecidos com as crianças sem deficiência quando o assunto e música. De maneira geral, todas as crianças que participaram da pesquisa disseram gostar de música; dançar, cantar e tocar instrumentos estava entre suas atividades favoritas.
Portanto no Brasil as experiências musicais de crianças com dificuldades de aprendizagem ainda são raros. Mas foi comprovado através de um estudo de caso realizados com oito crianças (seis com síndrome de down e duas com dificuldade de aprendizagem e descobriram que as aulas de música foram muito úteis para que as crianças desenvolvecem inúmeras habilidades cognitivas. Além disso, as crianças se tornaram mais sociáveis e, é claro, mais musical. (ILARI, B. p.66-69).
Diz a autora Ilza zenker Lem, que a música favorece várias possibilidades para o desenvolvimento do individuo como, a socialização, a auto-estima, etc.
O educador consciente apresenta aos alunos as mais variadas situações de aprendizagem, e entre elas as que envolvem a linguagem musical não é uma simples oportunidade para o professor fazer recreação, em muitas circunstâncias bem planejadas, ela é uma forma de representação de vida da criança. Assim, "o professor pode trabalhar a música em todas as demais áreas da educação, como: Comunicação e Expressão, raciocínio lógico matemático, Estudos Sociais, Ciências e Saúde, facilitando a aprendizagem, fixando assuntos relevantes, unindo o útil ao agradável" (SANTA ROSA, 1990, p. 25). 
Visando a esse objetivo, o professor pode utilizar músicas que envolvam temas específicos como números, datas comemorativas, poesias, folclore, gramática, história e geografia. Quanto à alfabetização, o período preparatório beneficia-se do ensino da linguagem musical quando as atividades propostas contribuem para o desenvolvimento da coordenação viso motoras, da imitação de sons e gestos, da atenção e percepção, da memorização, do raciocínio, da inteligência, da linguagem e da expressão corporal. Essas funções psiconeurológicas envolvem aspectos psicológicos e cognitivos, que constituem as diversas maneiras de adquirir conhecimentos, isto é, são as operações mentais que usamos para aprender, para raciocinar (SANTA ROSA, 1990, p. 30).
COMO TRABALHAR COM A MÚSICA
As atividades de música visam a estimular a livre expressão e a criatividade do aluno, utilizando a voz e o corpo como o mais importante instrumento musical. Tem, também, como objetivos o desenvolvimento da percepção e da memória auditiva e rítmica, da apreciação estética e, ainda, a preservação do dado cultural.
As atividades sugeridas nos tópicos abaixo têm um caráter lúdico e devem ser realizadas em ambientes adequados, isto é, sala livre, carteiras afastadas e maior espaço possível. Dependendo das condições oferecidas pela escola o trabalho com os alunos pode ser ao ar livre ou em ambiente especial para audição de peças musicais:
Para a execução das atividades, devem ser utilizados materiais existentes na comunidade e também aqueles sugeridos pelo aluno;
Todos os acontecimentos musicais oferecidos pela comunidade e pelos meios de comunicação devem ser convenientemente aproveitados;
As atividades propostas favorecem a integração com as demais áreas de estudos, por exemplo, a pesquisa de sons do ambiente facilmente seria correlacionada com ciências ou estudo sociais.
As avaliações das atividades musicais devem estar centradas no acompanhamento constante do aluno. O importante é observar em que medida o aluno revela o domínio de uma forma de expressão a música. 
Movimentar-se espontânea e livremente ao som de música e ritmos diferentes (usar disco, cassete, rádio, CDs, canto e instrumentos de percussão: tambor, tarol, pandeiro, etc.); 
Movimentar-se de maneira diferente de acordo com estímulos previamente combinados. Andar livremente a partir de um estímulo (palmas, estalar os dedos, batidas de lápis na mesa, etc.), andar para trás, para o lado direito ou esquerdo, partir de outro estímulo (bater numa lata, soprar um apito, etc.);
Criar ritmo livremente, explorando materiais diversos (papeis sacos, latas, madeiras, caixas, etc.); 
Cria, em conjunto, ritmos para acompanhar cantigas folclóricas, música popular, etc. Estas atividades serão resultado da criatividade dos alunos, que deverão criar ou selecionar os instrumentos em função do ritmo e dos efeitos sonoros desejados. Assim, a organização de bandinhas rítmicas deve ser produto de interesse, da inventiva dos alunos.
Marcar ritmo de canções, poemas, parlendas, pregões e palavras. Criar sons com ou sem instrumento musical. 
Sem instrumento podemos usar materiais diversos como metal, vidro, cerâmica, madeira, plástico, água, papeis, etc. Os alunos podem soprar no gargalo de vidrinhos ou garrafas, encher progressivamente copos de água e faze-los vibrar batendo com lápis, caneta, etc. Ou usando instrumentos tipo violão, piano, pandeiro, flauta, gaita dentre outros. Os alunos devem ter oportunidade de manusear e explorar osinstrumentos musicais, mesmo sem a preocupação de um estudo teórico. (FENAME; 1980, P.55-56).
	O ouvir por prazer, para relaxar, para ter um primeiro contato com a música pode e deve fazer parte das atividades de apreciação. Mas, na escola, é preciso ter como objetivo e compreensão dos significados das musicas, por meio de uma audição participativa e critica. (TAVARES, I. M, SIMONI CIT. P.71).
 De acordo com as teorias, a música não deve ficar somente em propostas curriculares, principalmente para crianças com dificuldades educacionais especiais, é preciso ser colocada em prática pelos pais professores e educadores como um recurso eficaz para o se humano.
Considerações finais 
A educação para todos garantida desde a promulgação das constituições deveria propiciar a inclusão de todos os seguimentos da sociedade brasileira à escolarização, afinal o direito à educação passou a ser de natureza constitucional, sendo o Estado responsável pela sua efetivação em termos legais. Porém, o princípio da igualdade individual, alicerce de uma sociedade que se diz democrática, talvez seja o maior entrave à seletividade interna e externa da escola. Ao mesmo tempo, a falta de promoção de eventos de formação continua dos professores já em exercício para que venham a terem o entendimento mais aprofundado sobre a Inclusão Escolar e Educação especial.
A didática passaria a ser uma importante aliada na formação dos dois seguimentos, porque tornaria concretamente a discussão da diversidade cultural rumo a uma educação inclusiva. Desse modo, falar nesse movimento de formação de alunos e de capacitação de professores só adquire sentido no momento em que se pensar em uma educação para todos, na qual as diferenças seja a alavanca da transformação social almejada ao longo do tempo.
 A música é uma arte que vem sendo esquecida, mas que deve ser retomada nas escolas, pois ela propicia ao aluno um aprendizado global, emotivo com o mundo. Na sala de aula, ela poderá auxiliar de forma significativa para crianças que apresentam necessidades educacionais especiais.
É necessário que os professores se reconheçam como sujeitos mediadores de cultura dentro do processo educativo e que leve em conta a importância do aprendizado das artes no desenvolvimento e formação das crianças como indivíduos produtores e reprodutores de cultura. Só assim poderão procurar e reconhecer todos os meios que têm em mãos para criar, à sua maneira, situações de aprendizagem que dêem condições às crianças de construir conhecimento sobre música e dança. 
Portanto a música deve fazer parte do currículo escolar e precisa ser trabalhada com todos os alunos especialmente como apoio e incentivo, atendendo a diversidade de aprendizagem dos alunos. Enfim, a música é um instrumento facilitador do processo de ensino aprendizagem, por isso deve ser possibilitado e incentivado o seu uso em sala de aula. Assim o professor também se sentirá mais estimulado se buscar mais conhecimento e se aperfeiçoar nesta área da música.
 
 
Referencias Bibliográficas
JOLI, I. Z. L. Música e educação especial: uma possibilidade concreta para promover o desenvolvimento de indivíduos, disponível em: <HTTP://coralx.ufsm.br/revce/revce/2003/02/a7.htm> acesso dia 23 de maio de 2013
SILVA, A. M. Da. Educação especial e inclusão escolar: história e fundamentos- Curitiba: Ibpex, 2010. (Série inclusão escolar).
CHIZUKO, Y. Aprendendo e brincando com Música. Vol.1- 4º Ed. Belo Horizonte: Fapi, 2003.
SILVA, J. C. Artigo científico, A Contribuição da música como instrumento auxiliar para o desenvolvimento da auto-estima da criança. Rio de Janeiro, 2009
 Parâmetros curriculares Nacionais: arte, v. 6, Brasília, 1997, p. 75. 
BRASIL-MEC. Secretaria de Educação Especial. Direito à educação: orientações gerais e marcos legais. Brasília: MEC/SEESP, 1997.
Música na educação básica. Associação Brasileira de Educação Musical. - v.1, n.1. Porto Alegre, 2009
BRITO T. A. de. Por uma educação musical do Pensamento: novas estratégias de comunicação. Tese de doutorado. Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica, PUC/SP, 2007.
MOURA, I. M. / BOSCARDIN, M. T. T. / ZAGONEL, B. Teoria e prática da educação musical, Editora Ibpex, 1°Ed, Curitiba: 2011.
ILARI, B. Música na infância e na adolescência, um livro para pais, professores e oficionados. Série educacional musical, Editora Ibpex, Curitiba2009.
MONTEIRO, T / ILARI, B. (org.) Série Educação musical, Editora Ibpex; 1°Ed- Curitiba: 2011.
 Biblioteca Educação é cultura- Rio de Janeiro: Bloch: FENAME, 1980.
TAVARES, I. M, SIMONI CIT. Linguagem da música, 128 p.: IL (Metodologia do ensinar de Artes; v. 6)20. Ed. Editora Ibpex – Curitiba: 2008.
FERREIRA, M. Como usar a música na sala de aula, (coleção como usar na sala de aula), Editora Contexto, 8° Ed. São Paulo: 2012
	
	
SOARES, Lisbeth. Música e deficiência: propostas pedagógicas para uma prática inclusiva. Rev. bras. educ. espec. [online]. 2006, vol.12, n.3, pp. 453-454. ISSN 1413-6538.
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