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Sujeitos do processo

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1
Aula 01: Sujeitos do processo: partes e procuradores; juiz; Ministério 
Público; serventuários da justiça; oficial de justiça: funções, deveres e 
responsabilidades. 
CAPÍTULO II – SUJEITOS DO PROCESSO: 
PARTES E PROCURADORES 
1. PARTES 
De acordo com Misael Montenegro Filho, “a identificação das partes 
do processo é importante em face da necessidade de definirmos as pessoas que 
podem ser atingidas pelos efeitos do pronunciamento judicial, ou seja, quem 
pode exigir o cumprimento da obrigação imposta na sentença e em face de 
quem esta se dirige.” 
As partes do processo são o autor, que solicita o término do conflito 
que originou o processo; o réu, em face de quem a providência jurisdicional foi 
demandada, e o juiz, responsável pelo fim do conflito, ou seja, pela resolução 
do processo. 
Assim, a relação jurídica é formada, ao menos, com três sujeitos: 
magistrado, demandante e demandado. A definição das partes no processo é 
fundamental para delimitar os limites subjetivos da coisa julgada. As partes 
devem agir com lealdade e boa-fé estando sujeitos, na ausência da observância 
dos deveres legais, a multa de acordo com o art. 14 do CPC. 
A definição que acabamos de apresentar refere-se ao conceito 
clássico de partes, no entanto, podem envolver-se no processo, além do autor, 
réu e magistrado, outras pessoas que ingressam posteriormente na sua 
formação, para defender interesse jurídico de sua titularidade. 
2
Por isso, é importante lembrarmos que a parte, além de sujeito da 
lide ou do negócio jurídico material deduzido em juízo, é também sujeito do 
processo, uma vez que é uma das pessoas que o realizam, seja ativa ou 
passivamente. 
Nem sempre os sujeitos da lide coincidem com os sujeitos 
do processo. 
Exemplo: Após a investigação das circunstâncias fáticas da 
controvérsia de um acidente de trânsito entre Tiririca e Xuxa – os 
condutores dos veículos e responsáveis pela materialização do conflito 
de interesses; Tiririca decide demandar contra Marlene Matos, ao invés 
de dirigir sua pretensão contra Xuxa, mera condutora do veículo, sendo 
o carro de propriedade de Marlene. Tiririca e Xuxa são sujeitos da lide; 
Tiririca e Marlene são sujeitos do processo. 
Dessa forma, podemos definir dois conceitos de parte: parte como 
sujeito da lide, em sentido material, e parte como sujeito do processo, 
em sentido processual – Humberto Theodoro Júnior conceitua parte para o 
direito processual como “a pessoa que pede ou perante a qual se pede, em 
nome próprio, a tutela jurisdicional”. 
Assim o conceito de parte pode ser definido de modo mais 
abrangente, como coloca Liebman: “são partes do processo os sujeitos do 
contraditório instituído perante o juiz (os sujeitos do processo diversos do juiz, 
para as quais este deve proferir o seu provimento).” 
3
Vejamos graficamente: 
 
BIZU 
De acordo com o tipo de ação, fase processual ou procedimento, as 
terminologias das partes mudam. 
• 1. Processo de conhecimento geral: autor e réu. 
• 2. Processo de conhecimento: 
a) Nas exceções: o promovente é excipiente, e o promovido, 
exceto. 
b) Na reconvenção: reconvinte e reconvindo. 
c) Nos recursos em geral: recorrente e recorrido. 
d) Na apelação: apelante e apelado. 
e) No agravo: agravante e agravado. 
f) Nos embargos de terceiros: embargante e embargado. 
Formação clássica do processo 
O processo envolve apenas o autor, o réu e o juiz 
Extensão das partes no processo 
Ingresso de terceiros: para apoiar uma das 
partes principais ou defender interesse 
próprio. 
Autor, réu, juiz e terceiros 
4
g) Nas intervenções de terceiros: denunciado, chamado, 
assistente ou interveniente. 
• 3. Processo de execução: 
a) As partes da execução forçada: credor e devedor. 
b) Nos embargos do devedor ou de terceiros: embargante ou 
embargado. 
• 4. Processo Cautelar: 
a) As partes no CPC: requerente e requerido. 
• 5. Nos procedimentos de jurisdição voluntária: não há partes, 
mas apenas interessados. 
Vejamos, agora, as distinções entre a capacidade de ser parte, 
capacidade processual e capacidade postulatória. 
1.1. Capacidade de ser parte 
A capacidade de ser parte é um direito (art. 7º, do CPC); diz 
respeito à personalidade tanto da pessoa física quanto da pessoa jurídica. Essa 
capacidade é estendida para os entes despersonalizados – a massa falida, o 
condomínio. 
Assim, a capacidade de ser parte É A POSSIBILIDADE DE O 
INDIVÍDUO APRESENTAR-SE EM JUÍZO COMO AUTOR OU RÉU NO PROCESSO. 
Na capacidade de ser parte é necessária a personalidade civil: 
5
: A personalidade civil da pessoa a) Para as pessoas físicas 
começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, 
os direitos do nascituro (art. 2º do CC). 
: a personalidade civil é obtida a b) Para as pessoas jurídicas 
partir da inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, como Junta 
Comercial, Órgão de Classe. 
 Após adquirir a capacidade de ser parte, verifica-se se o autor e o 
réu podem realizar os atos do processo sem a necessidade de acompanhamento 
ou apoio de outrem, ou seja, deve verificar se as partes detêm todas as 
condições de se manterem na relação processual sem serem amparados por 
outra pessoa. 
1.2. Capacidade Processual 
A capacidade processual É PRESSUPOSTO DE VALIDADE DO 
PROCESSO. As partes precisam dela para a prática dos atos processuais. 
A parte que não tem capacidade processual deverá ser representada 
ou assistida em juízo. Quando representada não participará dos atos, quando 
assistida participará da realização deles, em conjunto com quem assiste. 
Não tem capacidade processual quem não tem capacidade civil para 
a prática dos atos jurídicos materiais, como os hipossuficientes. 
A incapacidade processual pode ser superada por meio da figura 
jurídica da representação. Assim, quando os incapazes fizerem parte da lide, 
serão representados por seus pais, tutores ou curadores, de acordo com a lei. 
Os incapazes serão representados ou assistidos por seus pais, 
tutores ou curadores, na forma da lei civil (art. 8º do CPC). 
6
Obs1: Quando uma das partes ou as partes são absolutamente incapazes
deverão ser representadas; quando a incapacidade for relativa deverão ser 
assistidas. Ocorrendo qualquer das duas hipóteses haverá a necessidade da 
intervenção do Ministério Público, sob pena de nulidade do processo. 
Obs2: Os incapazes detêm a capacidade de ser parte, mas não possuem a 
capacidade de estar em juízo nem a capacidade postulatória, uma vez que não 
possuem capacidade para a prática dos atos civis. 
Obs3: Cabe mencionar os arts. 3º e 4º do CC: 
Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os 
atos da vida civil: 
I - os menores de dezesseis anos; 
II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o 
necessário discernimento para a prática desses atos; 
III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir 
sua vontade. 
Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de 
os exercer: 
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; 
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por 
deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; 
III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; 
IV - os pródigos. 
Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por 
legislação especial. 
7
BIZU 
O advogado, de modo exclusivo, tem capacidade postulatória, 
exceto nos casos previstos em Lei, por exemplo, nos Juizados Especiais, Justiça 
Trabalhista, ADIN e ADECON. Essa capacidade é pressuposto de constituição 
do processo, de modo exclusivo, em relação ao autor.1.3. Capacidade processual dos cônjuges nas ações reais imobiliárias 
O CPC dispõe em seu art. 10: O cônjuge somente necessitará do 
consentimento do outro para propor ações que versem sobre direitos reais 
imobiliários. 
Dessa forma, não há dependência entre o cônjuge para estar em 
juízo nas ações em geral. A exceção diz respeito às ações que tratem sobre os
direitos reais imobiliários, pois nesse caso o cônjuge (marido ou mulher) 
dependerá da anuência do consorte para ingressar em juízo. Essa restrição visa 
a proteger o patrimônio imobiliário familiar. 
O artigo 1.647, CC trata da capacidade processual das pessoas 
casadas, no polo ativo, e da exigência de litisconsórcio passivo, nas causas que
versam sobre direitos reais imobiliários. 
Vejamos o art. 1.647 e o art. 1.648 do CC-2002. 
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos 
cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação 
absoluta: 
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; 
II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos; 
III - prestar fiança ou aval; 
 
 
8
IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou 
dos que possam integrar futura meação. 
Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos 
quando casarem ou estabelecerem economia separada. 
Art. 1.648. Cabe ao juiz, nos casos do artigo antecedente, suprir a 
outorga, quando um dos cônjuges a denegue sem motivo justo, ou lhe seja 
impossível concedê-la. 
De acordo com o disposto no “caput” do art. 1.647 do CC, não se 
aplica a exigência de participação do consorte quando o casamento ocorrer em 
regime de separação absoluta de bens. 
A participação do consorte é necessária nos regimes de bens de 
comunhão parcial, universal e de participação final de aquestos. Nesse último, 
caso não haja acordo pré-nupcial estabelecido. 
 
1.4. Curatela Especial 
Em algumas hipóteses o magistrado dará à parte um representante 
especial para atuar em seu nome no curso do processo. A esse representante 
dá-se o nome de curador especial ou curador à lide. 
O CPC traz em seu art. 9º a seguinte determinação: 
O juiz dará curador especial: 
I - ao incapaz, se não tiver representante legal, ou se os interesses 
deste colidirem com os daquele; 
II - ao réu preso, bem como ao revel citado por edital ou com hora 
certa. 
 
 
9
Parágrafo único. Nas comarcas onde houver representante judicial 
de incapazes ou de ausentes, a este competirá a função de curador especial. 
O curador especial terá o dever de projetar pelo interesse da parte 
tutelada, tendo ampla defesa dos direitos da parte representada, podendo 
produzir a contestação, a exceção e a reconvenção. No entanto, o curador não 
pode transacionar, uma vez que a representação e somente da tutela e não de 
disposição. 
Obs1: A curatela à lide é um munus processual que não permite a exigência de 
honorários da parte representada, mas os serviços do advogado podem ser 
reclamados da parte contrária, quando ocorra a sua sucumbência. 
1.5. Capacidade Processual das pessoas jurídicas e das pessoas formais 
Serão (re)presentadas em juízo, ativa e passivamente as seguintes 
pessoas jurídicas publicas e privadas, bem como as pessoas formais (art.12 do 
CPC). 
I - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios, por seus 
procuradores; 
II - o Município, por seu Prefeito ou procurador; 
III - a massa falida, pelo síndico; 
IV - a herança jacente ou vacante, por seu curador; 
V - o espólio, pelo inventariante; 
VI - as pessoas jurídicas, por quem os respectivos estatutos 
designarem, ou, não os designando, por seus diretores; 
 
 
10
VII - as sociedades sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem 
couber a administração dos seus bens; 
VIII - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou 
administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil 
(art. 88, parágrafo único); 
IX - o condomínio, pelo administrador ou pelo síndico. 
§ 1o Quando o inventariante for dativo, todos os herdeiros e 
sucessores do falecido serão autores ou réus nas ações em que o espólio for 
parte. 
§ 2o As sociedades sem personalidade jurídica, quando 
demandadas, não poderão opor a irregularidade de sua constituição. 
§ 3o O gerente da filial ou agência presume-se autorizado, pela 
pessoa jurídica estrangeira, a receber citação inicial para o processo de 
conhecimento, de execução, cautelar e especial. 
Bizu 
Pessoa jurídica que mantenha filiais é importante distinguir duas 
circunstâncias: 
1) Regra geral a citação do gerente dependerá de poderes 
especiais, ou seja, quando os atos não forem praticados pelo citando, não basta 
ter a qualidade de gerente, é necessário que se tenha poderes adequados para 
o ato. 
2) Quando os atos forem praticados pelo gerente da filial, a 
citação do gerente terá eficácia, mesmo que o gerente não tenha poderes 
especiais para recebê-la. Essa circunstância só terá validade caso não haja no 
foro competente outro representante com poderes especiais. 
 
 
11
Atenção! 
Colocamos entre parênteses (re) de representação no primeiro 
parágrafo desse tópico porque parte da doutrina, na verdade, prefere falar para 
os casos do art. 12 do CPC em "presentação" (e presentante, em lugar de 
representante) para as pessoas jurídicas, pelo fato de elas não se confundirem 
com os incapazes. Os presentantes seriam como manifestação de vontade da 
própria pessoa jurídica e não como seu representante. 
Se na prova falar em representação ou representação não 
assustem. Qualquer das nomenclaturas pode ser utilizada pelo examinador. 
1.6. Incapacidade processual e irregularidade de representação 
 A capacidade das partes e a regularidade de sua representação, por 
serem requisitos de validade da relação processual, devem ser verificadas, ex 
officio, pelo magistrado. 
Uma vez verificada a incapacidade processual ou irregularidade, o 
juiz suspende o processo e determina um prazo para que seja sanado o defeito. 
Caso não seja cumprido o despacho no prazo estabelecido, que não 
poderá ser superior a 30 dias, o magistrado poderá adotar as seguintes 
medidas (art. 13 do CPC): 
I - ao autor, o juiz decretará a nulidade do processo; 
II - ao réu, reputar-se-á revel; 
III - ao terceiro, será excluído do processo. 
 
 
12
Capacidade Processual X Capacidade de ser Parte X Capacidade 
Postulatória 
Capacidade processual: relaciona-se com a capacidade de fato ou 
de exercício; é a qualidade legal para participar da relação processual, em 
nome próprio ou alheio. 
Capacidade de ser parte: relaciona-se com a capacidade de 
exercer o direito. As pessoas físicas, jurídicas, de direito público ou privado, e 
as pessoas formais possuem capacidade de ser parte. 
Capacidade postulatória: Regra geral tem capacidade postulatória 
os advogados, inscritos na OAB, e o Ministério Público. Existem casos em que 
não se faz necessária a capacidade postulatória para atuar em juízo, como nos 
Juizados Especiais Cíveis quando o valor da causa não ultrapassar 20 salários 
mínimos. 
BIZU 
O nascituro tem capacidade processual. Será representado pela mãe 
ou pelo Ministério Público. Assim, a mãe como representante do nascituro 
poderá oferecer a ação e, caso venha a nascer com vida, poderá ser investido 
da titularidade do direito material. 
2. DOS DEVERES DAS PARTES E DOS PROCURADORES 
Não se justificaria a intervenção estatal se não houvesse um conflito 
de interesses. Uma vez existente o conflito, busca-se uma decisão pacificadora 
que só será alcançada por meioda cooperação das partes, devendo ser 
respeitadas as normas e regras processuais e as determinações do juiz. 
 
 
13
Assim são deveres das partes e de todos aqueles que de qualquer 
forma participam do processo: 
1) Expor os fatos em juízo conforme a verdade. 
2) Proceder com lealdade e boa-fé. 
3) Não formular pretensões nem alegar defesa, ciente de que são 
destituídas de fundamento. 
4) Não produzir provas, nem praticar atos inúteis ou 
desnecessários à declaração ou defesa do direito. 
5) Cumprir com exatidão os provimentos mandamentais e não 
criar embaraços à efetivação de provimentos judiciais, de natureza 
antecipatória ou final. 
No processo civil as partes estão livres para escolher os meios 
necessários a consecução dos objetivos, desde que esses sejam idôneos, 
respeitando a celeridade do processo. Assim, as partes devem respeitar os 
princípios da lealdade e da probidade. 
Os deveres elencados nos arts. 14 e 15 do CPC devem ser 
respeitados pelas partes, autor e réu, pelos terceiros intervenientes e pelos 
advogados que representam as partes no processo. 
2.1. Responsabilidade das partes por dano processual 
Caso as partes ajam com má-fé, deverão indenizar as perdas e 
danos causados à parte prejudicada (art. 16 do CPC). Essa responsabilidade 
alcança tanto o autor e o réu, como os intervenientes no processo. 
Vejamos o art. 17 do CPC que determina o litigante de má-fé. 
Reputa-se litigante de má-fé aquele que: 
 
 
14
I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato 
incontroverso; 
II - alterar a verdade dos fatos; 
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal 
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo; 
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do 
processo; 
VI - provocar incidentes manifestamente infundados. 
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório. 
Caso seja classificado como litigante de má-fé, a indenização 
compreenderá: 
1) Os prejuízos das partes. 
2) Os honorários advocatícios. 
3) As despesas efetuadas pelo lesado. 
Obs1: A reparação do ato ilícito será devida qualquer que seja o resultado da 
lide, mesmo que a decisão seja favorável ao litigante de má-fé. 
Atenção! 
Além do ressarcimento dos prejuízos, o litigante que agir de má-fé, 
estará sujeito a multa de até 20 por cento do valor da causa. 
Nos casos de pluralidade de litigantes de má-fé, o magistrado 
determinará a reparação de acordo com a proporção de seu respectivo 
 
 
15
interesse na causa. Caso o ato de má-fé seja praticado em comum, a 
condenação atingira os participantes solidariamente. 
CAPÍTULO III – DO JUIZ
Podemos começar esta etapa lendo alguns pontos já estudados. 
Primeiro: a jurisdição é una e indivisível; 
• Relembrando: A JURISDIÇÃO CONSISTE NO PODER CONFERIDO AO 
ESTADO, POR MEIO DOS SEUS REPRESENTANTES, DE ATUAR NO CASO 
CONCRETO QUANDO HÁ SITUAÇÃO QUE NÃO PÔDE SER DIRIMIDA NO 
PLANO EXTRAJUDICIAL, REVELANDO A NECESSIDADE DA INTERVENÇÃO 
DO ESTADO PARA QUE A PENDENGA ESTABELECIDA SEJA 
SOLUCIONADA. 
A palavra jurisdição vem do latim – jurisdictio – e significa DIZER O 
DIREITO. 
A competência de dizer o direito é do Estado-juiz. 
Assim, quando as normas da ordem jurídica, que visam ao bem da 
coletividade, não são cumpridas pela sociedade, cabe ao Estado adotar medidas 
para que o ordenamento jurídico e o direito sejam respeitados. 
O objetivo da jurisdição é a entrega da prestação jurisdicional que
satisfaz à tutela jurídica. Esse objetivo é alcançado com o fim do processo. 
 
 
16
A jurisdição pode ser dividida em nacional e internacional. A 
nacional se subdivide em jurisdição comum e especial. Vejamos graficamente 
a divisão da jurisdição. 
Segundo: onde houver órgão jurisdicional haverá jurisdição, sendo 
ela limitada pela competência. 
JURISDIÇÃO 
Jurisdição Nacional Jurisdição 
Internacional 
Jurisdição 
Comum 
Jurisdição 
Especial 
Federal Estadual Jurisdição 
Militar 
Jurisdição 
Trabalhista 
Jurisdição 
Eleitoral 
Jurisdição 
Penal 
Jurisdição 
Civil 
 
 
17
Desse modo, todos os juízes estão investidos de jurisdição, mas não 
quer isso dizer que todos poderão julgar todo tipo de litígio em qualquer lugar. 
O que define o litígio e o lugar em que cada um deles irá atuar é a 
competência. 
Para saber se o juiz é detentor de determinada competência deve-
se analisar a Constituição, as leis processuais e leis de ordem judiciária. A 
nossa Carta Magna determina a estrutura do Poder Judiciário e, de modo geral, 
distribui as competências – matéria regulada por legislação ordinária. 
Relembrem: 
 
STF 
Justiça Estadual Justiça Federal 
Tribunais Regionais 
Federais 
Juízes Federais 
Tribunais de Justiça
Juízes de Direito 
STJ 
 
 
18
No sistema brasileiro, os órgãos judicantes são divididos em 
singulares e coletivos. Nos dois casos, quem exerce o poder jurisdicional, 
atuando em nome do Estado, são os juízes. 
1- No Supremo Tribunal Federal e no Superior Tribunal de Justiça, 
esses juízes receberão o nome de Ministros; 
2- Nos Tribunais de Justiça, de Desembargadores; 
3- Nos Tribunais Regionais Federais e nos Tribunais de Alçada, de 
juízes mesmo. 
Este quadro destaca algumas características dos órgãos judicantes: 
Primeiro grau de jurisdição Órgãos judiciários civis: singulares 
ou monocráticos; apenas um juiz 
Graus superiores – instâncias 
recursais 
Juízes: coletivos ou colegiados; 
tribunais com vários juízes 
1. Requisitos de atuação 
Para que os atos do juiz sejam legitimados, devem ser observados 
determinados requisitos. São eles: 
1. Ser investido de jurisdição (jurisdicionalidade); 
2. Ter competência atribuída por lei (competência); 
3. Ser imparcial (imparcialidade); 
 
 
19
4. Estar desvinculado dos poderes Legislativo ou Executivo e não se 
subordinar juridicamente aos tribunais (independência); 
5. Ter obediência à ordem processual (processualidade). 
2. Garantias da Magistratura 
Como sabemos, a todos os membros da magistratura – juízos 
singulares e coletivos –, foram outorgadas garantias especiais, pela Carta 
Magna: 
1. Vitaliciedade: só perdem o cargo em razão de sentença 
judicial com trânsito em julgado. 
2. Inamovibilidade: somente poderá ser removido por interesse 
público, reconhecido pela maioria absoluta dos votos do tribunal respectivo ou 
do Conselho Nacional de Justiça – CNJ. Isso quer dizer que não podem ser 
removidos compulsoriamente. 
3. Irredutibilidade de subsídio 
Vamos ler o art. 95 da CF, que versa sobre as garantias e vedações 
dos magistrados: 
Os juízes gozam das seguintes garantias: 
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após 
dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de 
deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de 
sentença judicial transitada em julgado; 
 II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na 
forma do art. 93, VIII; 
 
 
20
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 
37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. 
Parágrafo único. Aos juízes é vedado: 
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, 
salvo uma de magistério; 
II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação 
em processo; 
III - dedicar-se à atividade político-partidária. 
IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições 
de pessoas físicas, entidadespúblicas ou privadas, ressalvadas as exceções 
previstas em lei; 
V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, 
antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou 
exoneração. 
Como vocês puderam constatar, a Constituição, no intuito de 
preservar a imparcialidade dos juízes, (afinal "a justiça é cega") determinou 
no art. 95, parágrafo único, vedações aos atos dos juízes, dentro e fora do 
processo. 
Para completar a lisura da função judicante, o CPC prevê normas a 
serem seguidas por aqueles que exercem a competência jurisdicional. 
Vamos, então, conhecer essas normas! 
O art. 125 do CPC disciplina a forma como os juízes devem tratar o 
processo: 
O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, 
competindo-lhe: 
 
 
21
I - assegurar às partes igualdade de tratamento; 
II - velar pela rápida solução do litígio; 
III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da 
Justiça; 
IV - tentar, a qualquer tempo, conciliar as partes. 
Pessoal, por meio desse artigo, podemos perceber que os juízes 
devem assegurar o tratamento isonômico, celeridade ao processo e garantir a
dignidade da justiça. É obrigatório, no entanto, que o juiz observe os casos 
necessários de aplicação de regimes especiais a favor da parte ou partes que 
careçam de cuidados diferenciados, como os hipossuficientes. 
Além disso, cabem também ao juiz os deveres de despachar e 
sentenciar, quando provocado, ainda que não haja previsão legal ou haja 
obscuridade na lei. 
Em outras palavras, o juiz não pode deixar de prestar tutela 
jurisdicional. Deve ainda buscar, sempre, conciliação entre as partes. 
Art. 126, CPC: o juiz não se exime de sentenciar ou despachar 
alegando lacuna ou obscuridade da lei. No julgamento da lide caber-lhe-á 
aplicar as normas legais; não as havendo, recorrerá à analogia, aos costumes e 
aos princípios gerais de direito. 
Ressalte-se que, na segunda parte desse artigo, menciona-se que o 
juiz poderá recorrer à analogia, aos costumes e aos princípios gerais de 
direito. Contudo, essas hipóteses somente se aplicam quando não há previsão 
legal sobre a causa em questão. 
Desse modo, o magistrado não poderá deixar de analisar um caso e 
decidir sobre ele, mesmo que não encontre norma que lhe seja aplicável por 
um defeito do sistema. O defeito pode decorrer, por exemplo, da ausência de 
 
 
22
norma, da presença de disposição legal injusta ou em desuso – constituindo 
espécie de lacuna do ordenamento jurídico. 
Ao elaborar a integração das normas, o juiz age indutivamente, 
pois, utiliza sua experiência, procede à observação de fatos particulares, 
extraindo uma regra, de conformidade com aquilo que de mais comum 
acontece. 
São, desse modo, juízos de valores que, apesar de individuais, têm 
autoridade, porque contêm a ideia de consenso geral, ou da cultura de certo 
grupamento social. 
O órgão judicante pode aplicá-las ao exercer sua função integrativa 
de analisar a situação a partir da analogia, do costume e dos princípios gerais 
de direito. 
 
Quando o magistrado se apoiar em algum dos três elementos 
citados, ele, ainda assim, seguirá o princípio da legalidade. O legislador quis, 
 
 
23
com isso, limitar a atividade criativa do juiz. O magistrado tentará, em verdade, 
adequar os critérios a uma interpretação atual da lei. 
São também assuntos que merecem nossa atenção: 
– O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei. 
– O juiz decidirá a lide nos limites em que foi proposta, sendo-lhe 
defeso conhecer de questões não suscitadas. 
– O juiz apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos e 
circunstâncias presentes nos autos, ainda que não alegados pelas partes. Mas 
deverá indicar, na sentença, os motivos do convencimento. 
Passemos, agora, à leitura dos arts. 134 e 135 do CPC, para 
explicar os casos de impedimento e suspeição do juiz. O art. 134 enumera os 
casos de impedimento. 
Antes, contudo, vamos entender a diferença entre os dois institutos. 
Nos dois casos, o juiz deverá declarar parcialidade. O impedimento 
tem caráter objetivo e absoluto, enquanto a suspeição é subjetiva e relativa. 
Isso quer dizer que no caso do impedimento, por ser absoluto, não há preclusão 
(pode ser questionado, pela parte, a qualquer tempo). 
Art. 134. É defeso ao juiz exercer as suas funções no processo 
contencioso ou voluntário: 
I - de que for parte; 
II - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como 
perito, funcionou como órgão do Ministério Público, ou prestou depoimento 
como testemunha; 
III - que conheceu em primeiro grau de jurisdição, tendo-lhe 
proferido sentença ou decisão; 
 
 
24
IV - quando nele estiver postulando, como advogado da parte, o seu 
cônjuge ou qualquer parente seu, consanguíneo ou afim, em linha reta; ou na 
linha colateral até o segundo grau; 
V - quando cônjuge, parente, consanguíneo ou afim, de alguma das 
partes, em linha reta ou, na colateral, até o terceiro grau; 
VI - quando for órgão de direção ou de administração de pessoa 
jurídica, parte na causa. 
Parágrafo único. No caso do nº IV, o impedimento só se verifica 
quando o advogado já estava exercendo o patrocínio da causa; é, porém, 
vedado ao advogado pleitear no processo, a fim de criar o impedimento do juiz. 
Vamos explicar o parágrafo único de outro modo. De fato, sua 
redação ficou muito confusa. 
Não haverá impedimento, se a parte convocar advogado que tenha 
ligação com o juiz (casos do inciso IV) depois que a causa já estiver em curso. 
Quis, com isso, o legislador evitar que a parte mudasse de 
advogado com a intenção de tornar o juiz impedido. 
O art. 135 enumera os casos de suspeição do juiz. 
Art. 135. Reputa-se fundada a suspeição de parcialidade do juiz, 
quando: 
I - amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes; 
II - alguma das partes for credora ou devedora do juiz, de seu 
cônjuge ou de parentes destes, em linha reta ou na colateral até o terceiro 
grau; 
 
 
25
III - herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de alguma das 
partes; 
IV - receber dádivas antes ou depois de iniciado o processo; 
aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa, ou subministrar meios 
para atender às despesas do litígio; 
V - interessado no julgamento da causa em favor de uma das 
partes. 
Parágrafo único. Poderá ainda o juiz declarar-se suspeito por motivo 
íntimo. 
3. Juiz Natural 
De acordo com o princípio natural, ninguém será processado senão 
pela autoridade competente (art. 5º, LIII, CF). 
O inciso diz respeito à impossibilidade de escolha do juiz para julgar 
certa demanda, ou seja, a seleção do juiz para o julgamento de determinada 
demanda deve ser aleatória. 
Ao princípio do Juiz natural aplica-se as normas abstratas, gerais, 
impessoais de competência. Essa impossibilidade de escolha do juiz atinge as 
partes, os juízes e o poder judiciário. 
Além disso, o princípio do juiz natural impede que sejam criados 
tribunais de exceção. De modo que, não se pode criar um juízo com a função 
exclusiva de julgar os fatos jurídicos ocorridos em determinado momento. 
 
 
 
26
CAPÍTULO IV – MINISTÉRIO PÚBLICO 
O Ministério Público abrange o Ministério Público da União e o 
Ministério Público dos Estados. Sendo que o MPU ramifica-se em quatro: 
Ministério Público Federal, Ministério Público do Trabalho, Ministério 
Público Militar e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. 
• Estrutura do Ministério Público 
 Noções gerais 
O Ministério Público exercerá, no Processo Civil, o direitode ação 
nos casos previstos em lei, cabendo-lhe os mesmos poderes e ônus que às 
partes. 
Compete ao Ministério Público intervir: 
I- nas causas em que há interesses de incapazes; 
Ministério Público
Ministério Público dos 
Estados 
Ministério Público da 
União 
MPF MPT MPM MPDFT
 
 
27
II- nas causas concernentes ao estado da pessoa, pátrio poder, 
tutela, curatela, interdição, casamento, declaração de ausência e disposições de 
última vontade; 
III- nas ações que envolvam litígios coletivos pela posse da terra 
rural e nas demais causas em que há interesse público evidenciado pela 
natureza da lide ou qualidade da parte. 
 Intervindo como fiscal da lei, o Ministério Público: 
I- terá vista dos autos depois das partes, sendo intimado de todos 
os atos do processo; 
II- poderá juntar documentos e certidões, produzir prova em 
audiência e requerer medidas ou diligências necessárias ao descobrimento da 
verdade. 
A não intimação do MP, quando a lei considera obrigatória sua 
intervenção, pode ser causa de nulidade do processo (art. 84, CPC). 
Ademais, o órgão do Ministério Público será civilmente responsável 
quando, no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude. 
Devemos dar uma olhada no art. 127 da CF: 
Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à 
função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, 
do regime democrático e dos interesses sociais e individuais 
indisponíveis. 
De maneira clara e genérica o artigo define a função do MP. 
E revela mais, quando diz que cabe a ele função essencial à justiça. 
 
 
28
1. Justificativa 
Todos nós conhecemos o princípio da inércia da jurisdição. Trocando 
em miúdos, a justiça só agirá quando provocada. 
Ok! Vamos ao que interessa! Para defesa dos direitos individuais o 
indivíduo afetado tomará as providências para provocar a Justiça. Mas, e 
quanto à defesa dos interesses públicos, quem deve agir? Bem, nesses casos, é 
o Ministério Público que atuará. 
A seu cargo fica a responsabilidade PELA DEFESA DOS DIREITOS 
SOCIAIS E COLETIVOS E A FISCALIZAÇÃO DA LEI (custus legis). 
2. Princípios e garantias 
Nos termos constitucionais, há três princípios institucionais que 
regem o Ministério Público: 
1. Unidade: o MP possui caráter uno, ou seja, é um organismo 
único que atua de maneira sistêmica. 
2. Indivisibilidade: o MP não se divide internamente em seus 
membros. 
3. Independência funcional. 
A Constituição Federal também outorgou aos membros do Ministério 
Público algumas garantias: 
1. Autonomia funcional e administrativa; 
2. Estruturação em carreiras; 
 
 
29
3. Ingresso: mediante concurso de provas e títulos, bacharelado em 
direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica; 
4. Vitaliciedade, após dois anos de exercício; só perderá o cargo 
por sentença transitada em julgado; 
5. Inamovibilidade 
6. Irredutibilidade de vencimentos 
3. Objetivos 
No Processo Civil, a função processual do MP jamais será a de 
representante da parte material. Ele ocupa a posição jurídica de substituto 
processual. Defende direitos alheios, mas em nome próprio. 
Isso nos leva à conclusão de que o MP, atuando como parte 
principal ou substituto processual, será parte quando estiver em juízo; não 
sendo, porém, procurador ou mandatário de terceiros. 
Devemos lembrar que o Ministério Público tem legitimidade, em 
regra, ativa, e que, em caráter eventual, poderá assumir a defesa de terceiros, 
como na interdição. 
Já, quando atua como fiscal da lei, deverá somente defender a 
prevalência da ordem jurídica e do bem comum. Nesse caso, não terá nenhum 
compromisso com a parte ativa nem passiva da relação processual. 
No ambiente cível, sua atividade deve ser entendida, quanto ao 
conteúdo estrutural, sob duas óticas: 
1) Natureza de atuação: pode ser extrajudicial ou judicial. 
2) Legitimação: o MP manifesta-se como parte ou como fiscal da 
 
 
30
lei. 
4. Atribuições Extrajudiciais 
A partir da Constituição de 1988 o Ministério Público passou a se 
destacar não só como titular da ação penal, mas também como guardião da 
sociedade, em especial dos direitos transindividuais – coletivos, difusos e 
individuais homogêneos. 
Cabe mencionar o art.129 da CF que enfatiza o papel essencial do 
MP na tomada de iniciativa para ações, medidas e providências em benefício da 
sociedade. 
A partir da CF de 
1988 o MP: 2) Guardião da sociedade, em 
especial dos direitos coletivos, 
difusos e individuais homogêneos. 
(Passou a ser após a CF/88). 
1) Como titular da ação penal (Já 
era titular antes da CF/88).
 
31
São funções institucionais do Ministério Público: 
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; 
II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de 
relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, 
promovendo as medidas necessárias a sua garantia; 
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do 
patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses 
difusos e coletivos; 
IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para 
fins de intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta 
Constituição; 
V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações 
indígenas; 
VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua 
competência, requisitando informações e documentos para instruí-los, 
na forma da lei complementar respectiva; 
VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei 
complementar mencionada no artigo anterior; 
VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito 
policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações 
processuais; 
IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que 
compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação 
judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas. 
§ 1º - A legitimação do Ministério Público para as ações civis previstas 
neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, 
segundo o disposto nesta Constituição e na lei. 
§ 2º As funções do Ministério Público só podem ser exercidas por 
integrantes da carreira, que deverão residir na comarca da respectiva 
lotação, salvo autorização do chefe da instituição. 
§ 3º O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante 
concurso público de provas e títulos, assegurada a participação da 
Ordem dos Advogados do Brasil em sua realização, exigindo-se do 
bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e 
 
 
32
Aos membros e servidores do MP é fundamental que tenham a 
preocupação de que, além da atuação clássica e histórica junto ao Poder 
Judiciário, devem representar e defender a coletividade. Para isso, deverão 
interagir com a sociedade civil por meio dos instrumentos democráticos 
de captação dos anseios do povo, como reuniões, audiências públicas. 
Ademais, devem fiscalizar a implementação de políticas públicas, 
saúde, educação, meio ambiente, assim como a probidade administrativa, o 
controle externo da atividade policial. 
Devemos lembrar que são instrumentos essenciais de atuação 
ministerial no âmbito extrajudicial: ofícios, reuniões, audiências públicas, 
recomendação administrativa (RA) e termos de ajustamento de conduta 
(TAC). 
A atuação do MP pode ser classificada em demandista, quando 
busca o poder judiciário, e resolutiva, quando resolve internamente 
determinado problema a partir de seus instrumentos e prerrogativas sem a 
necessidade deprovocação de prestação jurisdicional. 
5. Atribuições Judiciais 
Ação Civil Pública 
NA TUTELA DOS DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS DA SOCIEDADE, 
A AÇÃO CIVIL PÚBLICA É O PRINCIPAL EXPEDIENTE DE ATUAÇÃO DO PARQUET 
observando-se, nas nomeações, a ordem de classificação. 
§ 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o disposto no art. 
93. 
§ 5º A distribuição de processos no Ministério Público será imediata. 
 
 
33
NA CONDIÇÃO DE PARTE. A ação pública sujeita-se a inúmeras variações no 
seu conteúdo material de acordo com a matéria tratada. 
Exemplos: responsabilidade por ato de improbidade administrativa, 
defesa do meio ambiente, defesa dos hipossuficientes – idosos, crianças, 
portadores de deficiência física. 
Comentaremos a ação civil pública de responsabilidade por ato de 
improbidade administrativa, ação civil pública em defesa do meio ambiente e 
ação civil pública em defesa do consumidor. 
 
A) Ação civil pública de responsabilidade por ato de 
improbidade administrativa. 
Há três espécies de ato de improbidade administrativa: 
enriquecimento ilícito, dano ao erário e violação de princípios da 
administração pública. Entre eles existe decrescente ordem de relevância e 
subsidiariedade de dano ao patrimônio público, uma vez que todo 
enriquecimento ilícito implica dano ao erário, assim como todo dano ao erário 
implica violação dos princípios da administração pública. 
BIZU 
• Os atos de improbidade administrativa podem ser divididos em 
dois grupos: o primeiro envolve a violação das normas de probidade e o
segundo diz respeito à ineficiência funcional do gestor ou responsável. 
• A conduta de improbidade administrativa é um ilícito civil que se 
forma a partir da verificação de situação ou atitude ímproba descrita e 
individualizada no âmbito objetivo (desvio de recursos públicos, nulidade de 
procedimento licitatório) e subjetivo (nexo de imputação a título de dolo ou 
culpa em relação aos agentes). 
 
 
34
• Segue rito especial. 
• A causa de pedir demanda objetividade, uma vez que deve 
permitir correta compreensão da situação a ser julgada. 
B) Ação civil pública em defesa do meio ambiente 
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, 
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se 
ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as 
presentes e futuras gerações (art. 225 da CF). 
Atenção! 
O candidato deve estar atento às questões ambientais atuais, 
como: gestão de resíduos sólidos, recursos hídricos, áreas legalmente 
protegidas, transgênicos. 
Espera-se que o candidato tenha um conhecimento multidisciplinar: 
• Compreenda, por exemplo, o princípio do poluidor-pagador, que 
consiste em impor ao poluidor a responsabilidade pelos custos da reparação do 
dano ambiental. 
• Entenda os aspectos processuais relevantes, como o processo de 
inversão do ônus da prova em questões ambientais. Por exemplo, o dano 
ambiental em propriedade particular impõe ao proprietário prova de que não é 
responsável pelo dano. 
 
C) Ação civil pública de defesa do consumidor 
Sendo o direito do consumidor fundamental e regido pelo princípio 
 
 
35
da ordem econômica, deverá ser tutelado pelo MP. 
Princípios do Direito do Consumidor: 
a) A ideia de hipossuficiência do consumidor ou sua 
vulnerabilidade, 
b) Racionalização dos processos de melhoria do serviço público. 
BIZU 
• São direitos básicos do consumidor: informação clara e adequada, 
proteção contra publicidade enganosa e abusiva, acesso à justiça, prevenção e 
reparação de danos patrimoniais e morais individuais, coletivos e difusos. 
• De acordo com o STF, o Ministério Público pode ajuizar ACP em 
defesa dos consumidores, mas não pode ajuizar ACP em defesa dos 
contribuintes, para garantir o não pagamento de tributo, pois nesse caso não há 
relação de consumo (Lei n° 7347/85, art. 1°, II, e art. 5°, I). 
2. COMO PARTE 
O Ministério Público quando atua como parte pode agir nos 
seguintes casos: 
1)Na ação de nulidade de casamento; 
2) Na ação de dissolução da sociedade civil; 
3) ADIN; 
 
 
36
4) No pedido de interdição; 
5) Na ação civil pública, para defesa de interesses difusos, coletivos,
individuais homogêneos. 
Graficamente: 
Ao atuar como parte, o Ministério Público utiliza-se da ação civil 
pública (Lei 7.347/1985). Sendo, nesse caso, obrigado a atuar segundo os 
arts. 127 e 129 da CF. 
Agora, vejamos os privilégios assegurados ao MP quando age 
como parte: 
1. Não se sujeita ao pagamento antecipado de custas . Esse 
privilégio também se aplica ao MP quando exerce a função de custus legis. 
2. O prazo de recorrer é contado em dobro e, para contestar,
contado em quádruplo. 
Art. 188. Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em 
dobro para recorrer quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério 
Público. 
MP atua como Parte:
Na ação de nulidade de casamento; Na ação de dissolução da sociedade 
civil; ADIN; No pedido de interdição; Na ação civil pública, para defesa de 
interesses difusos, coletivos, individuais homogêneos. 
 
 
37
3. COMO FISCAL DA LEI 
O Ministério Público como fiscal da lei age nas causas em que há 
interesse de incapazes, nas causas que se referem ao estado da pessoa, pátrio 
poder, tutela, curatela, interdição, casamento, declaração de ausência e 
disposições de última vontade, nas ações de litígios coletivos pela posse da 
terra rural e nas demais causas em que há interesse público. 
Graficamente: 
No último caso citado acima, nas demais causas em que há 
interesse público, devemos fazer uma ressalva. Se o interesse em litígio é 
público, a intervenção do fiscal da lei é de conveniência intuitiva. 
No entanto, há casos de direitos privados em que o processo versa 
sobre bens colocados sobre a tutela especial do Estado. Nesses casos, o litígio 
passa a atingir, igualmente, interesse público, legitimando a atuação do MP 
como sujeito especial do processo. 
O MP atua como Fiscal da 
Lei: 
Interesse de incapazes, nas causas que se referem ao estado da pessoa, 
pátrio poder, tutela, curatela, interdição, casamento, declaração de 
ausência e disposições de última vontade, nas ações de litígios coletivos 
pela posse da terra rural e nas demais causas em que há interesse público. 
 
 
38
Atenção! 
A ausência de intimação para acompanhar o feito causará 
nulidade do processo, nos casos em que a lei determina a obrigatoriedade da 
participação do Ministério Público. Essa anulação afetará todos os atos, a partir
da intimação omitida. 
Devido a isso, ainda é conferido ao Ministério Público a prerrogativa 
de propor ação rescisória de sentença, nos casos em que não foi ouvido no 
processo de intervenção de custus legis obrigatória. 
Obs: Lembrem-se que o CPC atribui ao Ministério Público, no art. 81, os 
mesmos poderes e ônus das partes. 
3.1. O Ministério Público como fiscal da lei em ação civil 
É uma obrigação legal do Ministério Público atuar como fiscal da lei 
na ação civil pública. 
O MP tem legitimidade para propor a ação principal e a ação 
cautelar (art. 5° da lei 7.347/85). 
Ele poderá, ainda, acompanhar a demanda de modo remoto e, em 
alguns casos, assumir a condução da própria demanda. 
Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por 
associação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado assumirá a 
titularidade ativa (§3º, art. 5º da Lei nº 7.347/85). 
 
39
Atenção! 
• O art. 81 atribui ao Ministério Público os mesmos poderes e 
ônus das partes quando esse exercero direito de ação. 
• O art. 82 do CPC versa sobre os casos de intervenção 
obrigatória do Ministério Público: 
1) Interesses de incapazes (hipossuficientes). 
2) Ao estado da pessoa, pátrio poder, tutela, curatela, interdição, 
casamento, declaração de ausência e disposições de última vontade. 
3) Em litígios coletivos pela posse da terra rural e nas demais 
causas em que há interesse público evidenciado pela natureza da lide ou 
qualidade da parte. 
CAPÍTULO V – SERVENTUÁRIOS DA 
JUSTIÇA 
1. Escrivão: É o mais importante auxiliar do juízo, uma vez que é 
de sua responsabilidade dar andamento ao processo e de documentar os atos 
que se praticam em seu curso. 
Ao escrivão incumbe (art. 141, CPC): 
I - redigir, em forma legal, os ofícios, mandados, cartas precatórias 
e mais atos que pertencem ao seu ofício; 
II - executar as ordens judiciais, promovendo citações e intimações, 
bem como praticando todos os demais atos, que lhe forem atribuídos pelas 
normas de organização judiciária; 
 
 
40
III - comparecer às audiências, ou, não podendo fazê-lo, designar 
para substituí-lo escrevente juramentado, de preferência datilógrafo ou 
taquígrafo; 
IV - ter, sob sua guarda e responsabilidade, os autos, não 
permitindo que saiam de cartório, exceto: 
a) quando tenham de subir à conclusão do juiz; 
b) com vista aos procuradores, ao Ministério Público ou à Fazenda 
Pública; 
c) quando devam ser remetidos ao contador ou ao partidor; 
d) quando, modificando-se a competência, forem transferidos a 
outro juízo; 
V - dar, independentemente de despacho, certidão de qualquer ato 
ou termo do processo. 
O escrivão é dotado de fé pública e sua função recebe o nome de 
Ofício da Justiça (art.140, CPC). Em um mesmo juízo é permitido a pluralidade 
de ofício da justiça, caso em que os processos serão distribuídos de acordo com 
a natureza ou por sorteio. 
O escrivão responderá civilmente aos danos causados às partes. 
Vejamos o art. 144 do CPC: 
I - quando, sem justo motivo, se recusarem a cumprir, dentro do
prazo, os atos que lhes impõe a lei, ou os que o juiz, a que estão subordinados,
lhes comete; 
II - quando praticarem ato nulo com dolo ou culpa. 
Devemos lembrar que caso o escrivão esteja impedido de atuar no 
processo, cabe ao juiz convocar o substituto legal, e, não havendo, deverá 
 
 
41
nomear pessoa idônea para o ato. 
2. Oficial de Justiça: É responsável pelo cumprimento dos 
mandados relativos a diligências fora do cartório como, as citações, 
notificações, intimações, condução de testemunhas. 
Podemos classificar suas tarefas em duas espécies distintas: 
1) Atos de intercâmbio processual – citações, intimações, 
notificações, etc. 
2) Atos de execução ou coação – penhora, arresto, condução, 
remoção, etc. 
Vejamos as tarefas elencadas no art. 143, CPC ao oficial de justiça: 
I - fazer pessoalmente as citações, prisões, penhoras, arrestos e 
mais diligências próprias do seu ofício, certificando no mandado o ocorrido, com 
menção de lugar, dia e hora. A diligência, sempre que possível, realizar-se-á na 
presença de duas testemunhas; 
II - executar as ordens do juiz a que estiver subordinado; 
III - entregar, em cartório, o mandado, logo depois de cumprido; 
IV - estar presente às audiências e coadjuvar o juiz na manutenção 
da ordem. 
V - efetuar avaliações. 
Assim como o escrivão, o oficial de justiça também possui fé 
pública, ou seja, os atos praticados no exercício de seu oficio, até prova em 
contrário, são revestidos de veracidade. 
 
 
42
3. Perito: É um auxiliar eventual do juízo, que só será requerido 
quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico. Assim, 
o perito é um auxiliar ocasional de necessidade técnica. 
É escolhido pelo magistrado para atuar no processo, e, por isso não 
possui qualquer ligação com o quadro de funcionários permanentes da justiça. 
Quando nomeado pelo juiz e aceitando o encargo cabe a ele o dever 
de cumprir o ofício, no prazo que lhe assina a lei, empregando toda a sua 
diligência. Todavia, poderá o perito escusar-se do encargo alegando motivo 
legítimo. 
Assim, a escusa será apresentada dentro de 5 dias, contados da 
intimação ou do impedimento superveniente, sob pena de se reputar 
renunciado o direito a alegá-la. 
O perito que agir com dolo ou culpa, prestar informações 
inverídicas, deverá responder pelos prejuízos causados às partes e ficará 
inabilitado por 2 anos a atuar em outras perícias, podendo sofre sanção 
estabelecida pela Lei Penal. 
Além disso, é importante ressaltar que cabe às partes remunerar o 
perito. Se exigirá da parte responsável pelos honorários o depósito prévio em 
juízo, que poderá sofrer correções monetárias. 
O pagamento só será entregue ao perito após a apresentação do 
laudo. No entanto, o magistrado poderá, nos casos em que o custo dos 
trabalhos for elevado, autorizar liberações, parciais e proporcionais às 
necessidades, do pagamento. 
4. Depositário e Administrador: Compete ao depositário, a 
guarda e conservação de bens penhorados, arrestados, seqüestrados ou 
arrecadados que foram colocados às ordens do juízo. 
Quando houver necessidade de praticar atos de gestão como, na 
 
 
43
penhora de empresas, a função será exercida pelo administrador. Assim, o 
administrador pode ser definido como o depositário com funções de gestor. 
O depositário ou administrador receberá, por seu trabalho, 
remuneração fixada pelo magistrado, atendendo à situação dos bens, ao tempo 
do serviço e às dificuldades de sua execução. 
Caso a função a ser exercida por um dos dois auxiliares seja 
complexa, o juiz poderá nomear, por indicação do depositário ou do 
administrador, um ou mais prepostos. 
Obs: O depositário ou o administrador responde pelos prejuízos que, por dolo 
ou culpa, causar à parte, perdendo a remuneração que lhe foi arbitrada, mas 
tem o direito a haver o que legitimamente despendeu no exercício do encargo. 
5. Intérprete: É o responsável por traduzir para o Português os 
atos expressados em língua estrangeira ou em linguagem mímica dos surdos-
mudos. 
De acordo com o art. 151, CPC, o juiz nomeará o intérprete nos 
seguintes casos: 
I - analisar documento de entendimento duvidoso, redigido em 
língua estrangeira; 
II - verter em português as declarações das partes e das 
testemunhas que não conhecerem o idioma nacional; 
III - traduzir a linguagem mímica dos surdos-mudos, que não 
puderem transmitir a sua vontade por escrito. 
Poderá ser intérprete funcionário permanente ou pessoa idônea a 
critério do magistrado. No entanto, o CPC prevê as seguintes exceções: 
 
 
44
I - não tiver a livre administração dos seus bens; 
II - for arrolado como testemunha ou serve como perito no 
processo; 
III - estiver inabilitado ao exercício da profissão por sentença penal 
condenatória, enquanto durar o seu efeito. 
QUESTÕES COMENTADAS 
1. (Advogado BRB – Cespe 2010) Embora o direito reconheça às 
pessoas naturais e jurídicas a capacidade de serem partes no processo, 
ele abre exceções em alguns casos, como o do condomínio e o da 
sociedade de fato, a quem não impõe qualquer limite à sua atuação no 
processo. 
A questão ficou estranha, porque a conjunção “embora” foi mal 
empregada, mas trata de um assunto de extrema importância. 
Vamos ao que interessa! 
A capacidade de ser parte não se confunde com a capacidade de 
estar em juízo. Lembremos que os incapazes são um exemplo disso, têm 
capacidade de ser parte, mas são representados em juízo. Art. 8º do CPC: Os 
incapazes serão representados ou assistidos por seus pais, tutores ou 
curadores,na forma da lei civil. 
O condomínio e a sociedade de fato não têm personalidade jurídica, 
mas têm capacidade processual para postular em juízo ativa e passivamente. 
 
 
45
Observem a sutileza, cobrou-se nessa questão o conhecimento de 
partes, de capacidade de atuar em juízo e das particularidades que cercam os 
dois exemplos: condomínio e sociedade de fato, que não têm personalidade 
jurídica. 
Passemos à leitura do artigo 12 do CPC: 
Serão representados em juízo, ativa e passivamente: 
I - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios, por seus 
procuradores; 
II - o Município, por seu Prefeito ou procurador; 
III - a massa falida, pelo síndico; 
IV - a herança jacente ou vacante, por seu curador; 
V - o espólio, pelo inventariante; 
VI - as pessoas jurídicas, por quem os respectivos estatutos 
designarem, ou, não os designando, por seus diretores; 
VII - as sociedades sem personalidade jurídica, pela pessoa a 
quem couber a administração dos seus bens; 
VIII - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou 
administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil 
(art. 88, parágrafo único); 
IX - o condomínio, pelo administrador ou pelo síndico. 
Portanto, ainda que não se afeiçoem ao conceito de pessoa jurídica, 
os exemplos da questão podem atuar em juízo pelos representantes que a lei 
autorize. 
Resposta: Certo 
2. (TRT 9ª Região – Cespe 2007) Em todas as ações nas quais 
incapazes sejam partes, é obrigatória a intervenção do Ministério 
Público para representá-los ou assisti-los. 
 
 
46
Nesses casos o Ministério Público não atuará como representante ou 
assistente, mas como custus legis (fiscal da lei). 
Se a questão terminasse em Ministério Público estaria corretíssima, 
inclusive, com redação bastante parecida com o caput do art. 82 e seu inciso I. 
Art. 82. Compete ao Ministério Público intervir: 
I - nas causas em que há interesses de incapazes 
Resposta: Errado 
3. (TRT 9ª Região – Cespe 2007) A respeito das partes e da intervenção 
do Ministério Público no processo civil, julgue o item a seguir. 
Se a pessoa incapaz não possuir representante legal, ou se os 
interesses deste representante são colidentes com os do representado, 
o juiz deverá nomear um curador especial a esse incapaz, para 
representá-lo nos atos da vida civil, bem como em juízo. 
Reparem que o erro da questão está em dizer que o curador 
especial, nomeado pelo juiz, irá representar a o incapaz nos atos da vida civil. 
O art. 7º e ss do CPC refere-se à capacidade de estar em juízo. 
Toda pessoa que se acha no exercício dos seus direitos tem 
capacidade para estar em juízo (art. 7º). 
Art. 8o Os incapazes serão representados ou assistidos por seus 
pais, tutores ou curadores, na forma da lei civil. 
Art. 9o O juiz dará curador especial: 
 
 
47
I - ao incapaz, se não tiver representante legal, ou se os interesses 
deste colidirem com os daquele; 
II - ao réu preso, bem como ao revel citado por edital ou com hora 
certa. 
Resposta: Errado 
4. (TRT 17ª Região – Cespe 2009) Com referência às partes e aos 
procuradores em um processo civil, julgue o item que se segue. 
Caso uma pessoa adquira um bem cuja propriedade esteja sendo objeto 
de litígio entre o alienante e terceira pessoa, o adquirente não poderá 
substituir o alienante no feito, caso a outra parte não consinta, porém 
será possível ao adquirente ingressar no feito como assistente do 
alienante, até porque, nessa hipótese, a coisa julgada ultrapassa seus 
limites usuais para atingir quem adquire a coisa litigiosa. 
Essa questão está de acordo com o art. 42 do CPC e seus 
parágrafos 1º e 2º 
Em caso de alienação da coisa ou do direito litigioso, a título 
particular, por ato entre vivos, não ocorre alteração da legitimidade das partes 
(art. 42 do CPC). 
§ 1º O adquirente ou o cessionário não poderá ingressar em juízo, 
substituindo o alienante, ou o cedente, sem que o consinta a parte contrária. 
§ 2º O adquirente ou o cessionário poderá, no entanto, intervir no 
processo, assistindo o alienante ou o cedente. 
Resposta: Certo 
 
 
48
5. (DPF – Cespe 2004) Configura hipótese de impedimento, e não de 
suspeição, o fato de o advogado da parte ser cônjuge do juiz de direito 
a quem foi distribuído o processo. 
Como vimos, o artigo 134 do CPC enumera as questões em que há 
impedimento. De modo que, será hipótese de impedimento: 
Inciso IV: quando nele estiver postulando, como advogado da parte, 
o seu cônjuge ou qualquer parente seu, consangüíneo ou afim, em linha reta; 
ou na linha colateral até o segundo grau. 
As hipóteses de impedimento distinguem-se daquelas de suspeição 
também pelo grau de envolvimento do juiz com a situação. No caso de 
impedimento, não há preclusão do direito de alegá-lo. 
Resposta: Certo 
6. (TRE BA 2010 – Cespe) À luz do Código de Processo Civil (CPC), 
julgue o próximo item: 
O CPC incumbe ao escrivão, entre outras atribuições, redigir, 
em forma legal, os ofícios, mandados, cartas precatórias e mais atos 
que pertençam ao seu ofício, bem como executar as ordens judiciais, 
promovendo citações e intimações e praticando todos os demais atos 
que lhe forem atribuídos pelas normas de organização judiciária. 
O texto da questão está em total consonância com o art. 141 do 
CPC, que prevê como atribuições do escrivão: I- redigir, em forma legal, os 
ofícios, mandados, cartas precatórias e mais atos que pertencem ao seu 
ofício; II- executar as ordens judiciais, promovendo citações e 
intimações, bem como praticando todos os demais atos, que lhe forem 
atribuídos pelas normas de organização judiciária; III- comparecer às 
audiências, ou, não podendo fazê-lo, designar para substituí-lo escrevente 
 
 
49
juramentado, de preferência datilógrafo ou taquígrafo; IV- ter, sob sua guarda 
e responsabilidade, os autos, não permitindo que saiam de cartório (salvo 
exceções previstas em lei); V- dar, independentemente de despacho, certidão 
de qualquer ato ou termo do processo, observado o disposto no art. 155 do 
CPC. 
Reparem que os números I e II previstos no artigo respondem a 
questão. E o examinador foi extremamente cauteloso ao dizer entre outras 
atribuições. 
Resposta: Certo 
Sobre a responsabilidade e dever das partes por dano 
processual, julgue os dois itens seguintes: 
7. (Inédita) O autor ou o réu responderão pela má-fé de terceiro 
interveniente, ainda que dela não conhecessem; já que o terceiro 
interveniente não pode ser responsabilizado. 
O interveniente também pode ser responsabilizado: “responde por 
perdas e danos aquele que pleitear de má-fé como autor, réu ou interveniente” 
(art. 16, CPC). 
Resposta: Errado 
8. (Inédita) Se o CPC considerasse litigante de má-fé aquele que 
interpõe recurso com intuito protelatório, estaria privando a parte do 
princípio da efetividade. 
O princípio da efetividade os direitos devem ser além de 
reconhecidos, efetivados; contudo quando há recurso meramente protelatório, 
 
 
50
não se busca a satisfação de qualquer direito. Ademais, pela redação do código, 
reputa-se litigante de má-fé aquele que interpuser recurso com intuito 
manifestamente protelatório (VII, art. 17 do CPC). 
Resposta: Errado 
A Constituição de 1988 apresentou uma nova tábua axiológica de 
valores jurídicos. À sociedade foram concedidas condições mínimas 
para uma vida humana digna (artigo 1º, III), inspirada em princípios 
sociais e humanos. Nesse contexto, foram criados mecanismos ágeis 
que pudessem servir para tutelar os direitos e garantir a celeridade do 
processo. O MinistérioPúblico ampliou sua atuação na defesa dos 
interesses sociais e coletivos. 
À luz do texto acima e de seus conhecimentos sobre a atuação do 
Ministério Público responda os itens seguintes. 
9. (Inédita) O MP, mais do que simples agente de justiça, tem o dever 
de representar e defender a sociedade, incluindo a interação com esta. 
Para tanto lhe cabe, entre muitos outros, o uso de instrumentos 
democráticos; como a participação em reuniões e audiências públicas, 
que lhe permita ouvir os anseios populares. 
Atenção! A multidisciplinaridade é característica marcante nas 
provas do Cespe. Mesmo que não tenha relação direta com o Direito Processual 
Civil, pode sim ser cobrada questão com esse conteúdo. 
O Ministério Público passou por verdadeira evolução como órgão 
defensor dos interesses da coletividade e individuais indisponíveis, desde a 
Constituição de 1988. A interação com a sociedade é característica essencial 
para sua atuação na defesa dos mencionados direitos. 
Resposta: Certo 
 
 
51
10. (Inédita) No exercício de suas funções, o órgão do Ministério 
Público será civilmente responsável quando proceder com dolo ou 
fraude. 
Art. 85 do CPC. O órgão do Ministério Público será civilmente 
responsável quando, no exercício de suas funções, proceder com dolo ou 
fraude. 
Resposta: Certo 
11. (MP RR – Cespe 2008) No processo em que o interesse em litígio é 
privado, de expressão econômica, em que há interesse de pessoa 
relativamente incapaz, ainda que esta tenha representante legal ou 
curador à lide, é obrigatória a intervenção do Ministério Público no 
feito, na qualidade de custos legis. 
Art. 82 do CPC. Compete ao Ministério Público intervir: 
I - nas causas em que há interesses de incapazes. 
Resposta: Certo 
RESUMO DA AULA 01 
- De acordo com Misael Montenegro Filho, “a identificação das partes do 
processo é importante em face da necessidade de definirmos as pessoas que 
podem ser atingidas pelos efeitos do pronunciamento judicial. 
- As partes do processo são o autor, que solicita o término do conflito que 
originou o processo; o réu, em face de quem a providência jurisdicional foi 
 
 
52
demandada, e o juiz, responsável pelo fim do conflito, ou seja, pela resolução 
do processo. 
- A relação jurídica é formada, ao menos, com três sujeitos: magistrado, 
demandante e demandado. 
- Nem sempre os sujeitos da lide coincidem com os sujeitos do processo. 
- A capacidade de ser parte É A POSSIBILIDADE DE O INDIVÍDUO 
APRESENTAR-SE EM JUÍZO COMO AUTOR OU RÉU NO PROCESSO. 
- A capacidade processual É PRESSUPOSTO DE VALIDADE DO PROCESSO. 
- Jurisdição: A JURISDIÇÃO CONSISTE NO PODER CONFERIDO AO ESTADO, 
POR MEIO DOS SEUS REPRESENTANTES, DE ATUAR NO CASO CONCRETO 
QUANDO HÁ SITUAÇÃO QUE NÃO PÔDE SER DIRIMIDA NO PLANO 
EXTRAJUDICIAL, REVELANDO A NECESSIDADE DA INTERVENÇÃO DO ESTADO 
PARA QUE A PENDENGA ESTABELECIDA SEJA SOLUCIONADA. 
- A jurisdição pode ser dividida em nacional e internacional. A nacional se 
subdivide em jurisdição comum e especial. 
- Onde houver órgão jurisdicional haverá jurisdição, sendo ela limitada pela 
competência assim, todos os juízes estão investidos de jurisdição, mas não quer 
isso dizer que todos poderão julgar todo tipo de litígio em qualquer lugar. O que 
define o litígio e o lugar em que cada um deles irá atuar é a competência. 
- No sistema brasileiro, os órgãos judicantes são divididos em singulares e 
coletivos. 
- Primeiro grau de jurisdição: Órgãos judiciários civis – singulares ou 
monocráticos; apenas um juiz. 
- Graus superiores – instâncias recursais: Juízes – coletivos ou colegiados; 
tribunais com vários juízes. 
 
 
53
- Requisitos de Legitimidade: jurisdicionalidade; competência; 
imparcialidade; independência; processualidade. 
- Garantias da Magistratura: Vitaliciedade, Inamovibilidade, Irredutibilidade 
de subsídio. 
- Os juízes devem assegurar o tratamento isonômico, celeridade ao processo e
garantir a dignidade da justiça. É obrigatório, no entanto, que o juiz observe 
aplicação de regimes especiais a favor da parte que careçam de cuidados 
diferenciados, como os hipossuficientes. 
- O juiz não pode deixar de prestar tutela jurisdicional. 
- Deve buscar, sempre, conciliação entre as partes. 
- O juiz poderá recorrer à analogia, aos costumes e aos princípios gerais de 
direito para que a tutela jurisdicional seja prestada. 
- Hipóteses de impedimento: de que for parte; em que interveio como 
mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como órgão do Ministério 
Público, ou prestou depoimento como testemunha; que conheceu em primeiro 
grau de jurisdição, tendo-lhe proferido sentença ou decisão; quando nele 
estiver postulando, como advogado da parte, o seu cônjuge ou qualquer 
parente seu, consanguíneo ou afim, em linha reta; ou na linha colateral até o 
segundo grau; quando cônjuge, parente, consanguíneo ou afim, de alguma das 
partes, em linha reta ou, na colateral, até o terceiro grau; quando for órgão de 
direção ou de administração de pessoa jurídica, parte na causa. 
- Hipóteses de suspeição: amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das 
partes; alguma das partes for credora ou devedora do juiz, de seu cônjuge ou 
de parentes destes, em linha reta ou na colateral até o terceiro grau; herdeiro 
presuntivo, donatário ou empregador de alguma das partes; receber dádivas 
antes ou depois de iniciado o processo; aconselhar alguma das partes acerca do 
 
 
54
objeto da causa, ou subministrar meios para atender às despesas do litígio; 
interessado no julgamento da causa em favor de uma das partes. 
- O Ministério Público abrange o Ministério Público da União e o Ministério 
Público dos Estados. Sendo que o MPU ramifica-se em quatro: Ministério 
Público Federal, Ministério Público do Trabalho, Ministério Público 
Militar e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. 
- O MINISTÉRIO PÚBLICO É INSTITUIÇÃO PERMANENTE, ESSENCIAL À 
FUNÇÃO JURISDICIONAL DO ESTADO, INCUMBINDO-LHE A DEFESA DA 
ORDEM JURÍDICA, DO REGIME DEMOCRÁTICO E DOS INTERESSES 
SOCIAIS E INDIVIDUAIS INDISPONÍVEIS. 
- Princípios e garantias: Unidade, Indivisibilidade e Independência funcional. 
- CF outorgou ao MP: Autonomia funcional e administrativa; Estruturação em 
carreiras; Ingresso: mediante concurso de provas e títulos, bacharelado em 
direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica; Vitaliciedade, após dois 
anos de exercício; só perderá o cargo por sentença transitada em julgado; 
Inamovibilidade, Irredutibilidade de vencimentos. 
- O MP ocupa a posição jurídica de substituto processual. Defende direitos 
alheios, mas em nome próprio. 
- O MP, atuando como parte principal ou substituto processual, será parte 
quando estiver em juízo. 
- O MP como fiscal da lei, deverá somente defender a prevalência da ordem 
jurídica e do bem comum. 
- Atribuições Extrajudiciais: Antes da CF/88: titular da ação penal; a partir 
da CF/88: guardião da sociedade, em especial dos direitos transindividuais. 
- O papel essencial do MP na tomada de iniciativa para ações, medidas e 
providências em benefício da sociedade – representar e defender a 
 
 
55
coletividade. 
- Interagem com a sociedade civil por meio dos instrumentos 
democráticos de captação dos anseios do povo, como reuniões, 
audiências públicas. 
- Devem fiscalizar a implementação de políticas públicas, saúde, educação, 
meio ambiente, assim como a probidade administrativa, o controle externo da 
atividade policial. 
- A atuação do MP pode ser classificada em demandista ou resolutiva. 
- Atribuições Judiciais: NA TUTELA DOS DIREITOS DIFUSOSE COLETIVOS 
DA SOCIEDADE, A AÇÃO CIVIL PÚBLICA É O PRINCIPAL EXPEDIENTE DE 
ATUAÇÃO DO PARQUET NA CONDIÇÃO DE PARTE. 
- O Ministério Público quando atua como parte pode agir nos seguintes casos: 
na ação de nulidade de casamento; na ação de dissolução da sociedade civil; 
ADIN; no pedido de interdição; na ação civil pública, para defesa de interesses 
difusos, coletivos, individuais homogêneos. 
- O Ministério Público como fiscal da lei age nas causas em que há interesse 
de incapazes, nas causas que se referem ao estado da pessoa, pátrio poder, 
tutela, curatela, interdição, casamento, declaração de ausência e disposições de 
última vontade, nas ações de litígios coletivos pela posse da terra rural e nas 
demais causas em que há interesse público. 
LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS NA AULA 01 
1. (Advogado BRB – Cespe 2010) Embora o direito reconheça às 
pessoas naturais e jurídicas a capacidade de serem partes no processo, 
 
 
56
ele abre exceções em alguns casos, como o do condomínio e o da 
sociedade de fato, a quem não impõe qualquer limite à sua atuação no 
processo. 
2. (TRT 9ª Região – Cespe 2007) Em todas as ações nas quais 
incapazes sejam partes, é obrigatória a intervenção do Ministério 
Público para representá-los ou assisti-los. 
3. (TRT 9ª Região – Cespe 2007) A respeito das partes e da intervenção 
do Ministério Público no processo civil, julgue o item a seguir. 
Se a pessoa incapaz não possuir representante legal, ou se os 
interesses deste representante são colidentes com os do representado, 
o juiz deverá nomear um curador especial a esse incapaz, para 
representá-lo nos atos da vida civil, bem como em juízo. 
4. (TRT 17ª Região – Cespe 2009) Com referência às partes e aos 
procuradores em um processo civil, julgue o item que se segue. 
Caso uma pessoa adquira um bem cuja propriedade esteja sendo objeto 
de litígio entre o alienante e terceira pessoa, o adquirente não poderá 
substituir o alienante no feito, caso a outra parte não consinta, porém 
será possível ao adquirente ingressar no feito como assistente do 
alienante, até porque, nessa hipótese, a coisa julgada ultrapassa seus 
limites usuais para atingir quem adquire a coisa litigiosa. 
5. (DPF – Cespe 2004) Configura hipótese de impedimento, e não de 
suspeição, o fato de o advogado da parte ser cônjuge do juiz de direito 
a quem foi distribuído o processo. 
 
 
57
6. (TRE BA 2010 – Cespe) À luz do Código de Processo Civil (CPC), 
julgue o próximo item: 
O CPC incumbe ao escrivão, entre outras atribuições, redigir, 
em forma legal, os ofícios, mandados, cartas precatórias e mais atos 
que pertençam ao seu ofício, bem como executar as ordens judiciais, 
promovendo citações e intimações e praticando todos os demais atos 
que lhe forem atribuídos pelas normas de organização judiciária. 
7. (Inédita) O autor ou o réu responderão pela má-fé de terceiro 
interveniente, ainda que dela não conhecessem; já que o terceiro 
interveniente não pode ser responsabilizado. 
8. (Inédita) Se o CPC considerasse litigante de má-fé aquele que 
interpõe recurso com intuito protelatório, estaria privando a parte do 
princípio da efetividade. 
A Constituição de 1988 apresentou uma nova tábua axiológica de 
valores jurídicos. À sociedade foram concedidas condições mínimas 
para uma vida humana digna (artigo 1º, III), inspirada em princípios 
sociais e humanos. Nesse contexto, foram criados mecanismos ágeis 
que pudessem servir para tutelar os direitos e garantir a celeridade do 
processo. O Ministério Público ampliou sua atuação na defesa dos 
interesses sociais e coletivos. 
À luz do texto acima e de seus conhecimentos sobre a atuação do 
Ministério Público responda os itens seguintes. 
 
 
58
9. (Inédita) O MP, mais do que simples agente de justiça, tem o dever 
de representar e defender a sociedade, incluindo a interação com esta. 
Para tanto lhe cabe, entre muitos outros, o uso de instrumentos 
democráticos; como a participação em reuniões e audiências públicas, 
que lhe permita ouvir os anseios populares. 
10. (Inédita) No exercício de suas funções, o órgão do Ministério 
Público será civilmente responsável quando proceder com dolo ou 
fraude. 
11. (MP RR – Cespe 2008) No processo em que o interesse em litígio é 
privado, de expressão econômica, em que há interesse de pessoa 
relativamente incapaz, ainda que esta tenha representante legal ou 
curador à lide, é obrigatória a intervenção do Ministério Público no 
feito, na qualidade de custos legis. 
 
 
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
BRASIL. CPC (1973). Código de Processo Civil, Brasília, DF, Senado, 1973. 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil, 
Brasília, DF, Senado, 1988. 
DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil – Teoria Geral do Processo 
e Processo de Conhecimento. 8 ed. Salvador: Edições JUS PODIVM, 2007. v.1. 
DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil – Teoria Geral do Processo 
e Processo de Conhecimento. 8 ed. Salvador: Edições JUS PODIVM, 2007. v.2. 
MONTENEGRO FILHO, Misael. Curso de direito Processual Civil, volume 1: teoria 
geral do processo e processo de conhecimento. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2007. 
MONTENEGRO FILHO, Misael. Curso de direito Processual Civil, volume 2: teoria 
geral do processo e processo de conhecimento. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2007. 
MONTENEGRO FILHO, Misael. Processo Civil. 7 ed. São Paulo: Método, 2010. 
NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil. 2 ed. 
São Paulo: Método, 2010. 
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil. 18. ed., Rio de 
Janeiro: Forense, 1999, v1. 
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil. 18. ed., Rio de 
Janeiro: Forense, 1999, v2.

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