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Universidade Federal do Ceará Centro de Ciências Departamento de Química Analítica e Físico-Química Relatório 2: Determinação do coeficiente de viscosidade de um líquido Aluno: Artur Chagas de Sousa Matrícula: 401034 Disciplina: Físico-Química Aplicada à Farmácia Professora: Adriana Correia Data de realização da prática: 06 de outubro de 2017 FORTALEZA-CE, 2017 Introdução A viscosidade está associada a uma espécie de atrito interno que causa fricção entre as camadas do fluido que se movimentam com velocidades diferentes e é explicada, ao nível microscópico, como devendo-se à transferência de momento linear entre as partículas que compõem o fluido (Vertchenko et al.2017). O viscosímetro de Ostwald é umas das ferramentas de laboratório que permitem determinar a viscosidade de líquidos a partir de uma substância padrão, geralmente sendo a água. O método de determinação da viscosidade tem diversão aplicações nas áreas de hematologia, indústria, entre outros. Para determinar o coeficiente de viscosidade (viscosidade dinâmica ou viscosidade ), ou seja, a quantificação do atrito entre a parede e o líquido, é utilizada a letra grega eta (η) e para a viscosidade cinemática utiliza-se a letra grega upsilon ( ). Para a realização do υ experimento foram analisados diferentes soros submetidos às análises no viscosímetro de Ostwald. A fórmula utilizada para a determinação da viscosidade relativa, cinemática e dinâmica, respectivamente, foram as seguintes: η rel = ρ ×t 2 2 ρ × t 1 1 υ = ρ η η η η = rel × H2O é coeficiente de viscosidade relativo da amostra analisada. η rel é a massa específica das amostras. Na fórmula da viscosidade relativa, no denominador ρ é considerado o valor da amostra padrão, a água, e no numerador são os valores da amostra analisada. t é o tempo de escoamento do líquido no viscosímetro dado em segundos. é o coeficiente de viscosidade cinemática.ν η é o coeficiente de viscosidade dinâmica. é a viscosidade dinâmica da água na temperatura do experimento, 22°C, dada em η H2O cP. Objetivos ● Determinar os valores de viscosidade relativa, viscosidade cinemática e viscosidade dinâmica de soros caseiro, fisiológico e de reidratação oral utilizando o viscosímetro de Ostwald. ● Elucidar a importância da viscosidade dos líquidos e que sua composição interfere na viscosidade. Metodologia Para a realização do experimento foram utilizados os seguintes materiais: 1. Viscosímetro de Ostwald 2. Soros caseiro, de reidratação oral e fisiológico 3. Pêra de sucção e transferência 4. Cronômetro 5. Água destilada Inicialmente o viscosímetro foi preenchido com água destilada até metade do volume do bulbo A. Em seguida, uma pipeta acoplada com uma pêra foi utilizada para succionar a água até metade do bulbo C. Após esse procedimento a pipeta foi retirada e foi cronometrado o tempo de escoamento através do bulbo B. Essa etapa foi realizada três vezes seguidas, sendo feita cada uma por um analista diferente. O mesmo método foi utilizado para analisar os soros, sendo realizado ambientações prévias ao trocar o líquido no viscosímetro de Ostwald. Com esses procedimentos foi possível obter o tempo médio de escoamento da água e dos soros analisados, sendo utilizados posteriormente nas análises dos dados e na obtenção dos valores de viscosidade dinâmica, relativa e cinemática. A temperatura realizada no experimento foi de 22°C. Resultados e discussão Com os dados obtidos na Prática 1, realizada anteriormente, dispõe-se dos valores das massas específicas da água, do soro fisiológico, soro de reidratação oral e soro caseiro, sendo os seguintes valores: ➔ (Massa específica da água) H2O , 9705 g/cmρ 25°C = 0 9 3 ➔ (Massa específica do soro fisiológico)sfρ 25°C = .0040 g/cm1 3 ➔ (Massa específica do soro de reidratação oral)sro ρ 25°C = , 110g/cm1 0 3 ➔ (Massa específica do soro caseiro)sc ρ 25°C = , 165 g/cm1 0 3 Os valores do tempo de escoamento das amostras realizados no viscosímetro de Ostwald foram considerados para obter o valor da média aritmética do tempo de escoamento de cada um dos líquidos analisados. Esse dados são relevantes ao utilizar as fórmulas para obtenção das diferentes viscosidades relativas dos líquidos analisados. Os dados foram organizados na seguinte tabela: Amostra /s t 1 /s t 2 /s t 3 /s t 4 /st Água 10:28 10:23 10:84 10:10 10:21 SF 10:47 10:47 10:47 não realizado 10:47 SRO 10:72 10:78 10:66 não realizado 10:72 SC 11:15 10:65 11:07 10:97 11:76 Após realizar esse procedimento experimental, pode-se realizar os cálculos. Coeficiente de viscosidade relativa Dispondo dos valores da média aritmética de escoamento dos líquidos analisados, foi possível calcular a viscosidade relativa, utilizando a fórmula abaixo: η rel = ρ ×t 2 2 ρ × t 1 1 ➔ Água destilada η rel(H2O) = 0,99705× 10,21 0,99705 × 10,21 1.0000 = ➔ Soro Fisiológico η rel(SF ) = 1,0040× 10,47 0,99705 × 10,21 1.0326 = ➔ Soro de Reidratação Oral η rel(SRO) = 1,0110× 10,72 0,99705 × 10,21 1.0646 = ➔ Soro Caseiro η rel(SC) = 1,0164× 11,06 0,99705 × 10,21 1.1042 = Coeficiente de viscosidade dinâmica A partir dos dados obtidos com a fórmula utilizada anteriormente, pode-se aplicar os valores obtidos no cálculo da viscosidade dinâmica, dado pela fórmula: η η η = rel × H2O Considerando: o valor da viscosidade relativa da amostra. η rel = 0,9548 cP (valor da viscosidade dinâmica da amostra padrão à temperatura de η H2O 22°C). ➔ Água destilada 1 0.9548 0.9548 cP η Água Destilada = × = ➔ Soro Fisiológico 1.0326 0.9548 0.9859 cP η SF = × = ➔ Soro de Reidratação Oral 1.0646 0.9548 1.0164 cP η SRO = × = ➔ Soro Caseiro 1.1042 0.9548 1.0564 cP η SC = × = Coeficiente de viscosidade cinemática Finalmente, pode-se, agora, calcular o valor da viscosidade cinemática de cada umas das amostras, dada a equação: υ = ρ η Considerando: sendo o coeficiente de viscosidade cinemática, dada em cStυ η o coeficiente de viscosidade dinâmica da mostra, dada em cP. ρ a massa específica das amostras, obtidas na prática anterior, dada em g/cm³ ➔ Água destilada = 0.9576 cSt υ = 0,9859 0,99705 ➔ Soro Fisiológico = 0.9819 cSt υ = 1,0040 0,9859 ➔ Soro de Reidratação Oral = 1.0053 cSt υ = 1,0110 1,0164 ➔ Soro Caseiro = 1.0393 cSt υ = 1,0164 1,0564 Todos os dados obtidos foram agrupados na seguinte tabela: Amostra ρ/cm-³ t/s η rel / cpη / cStυ H2O 0.99705 10,21 1.0000 0.9548 0.9576 SF 1.0040 10,47 1.0326 0.9859 0.9819 SRO 1.0110 10,72 1.0646 1.0164 1.0053 SC 1.0164 11,06 1.1042 1.0542 1.0393 É possível concluir, através da análise dos dados, que o soro caseiro apresentar uma maior viscosidade em relação às outras amostras, pelo seu maior tempo de escoamento. Essa característica pode ser atribuída à sua composição que é rica em sacarose, um dissacarídeo. A sacarose (C12H22O11) apresenta grande tamanho elevado e grande peso molecular, assim elevando as possibilidades deste soluto interagir e ter atrito com as paredes do viscosímetro. A água, por apresentar quantidade desprezível de solutos diluído, apresentou o menor tempo de escoamento e menor viscosidade, realçando que a quantidade de soluto e sua composição na amostra interfere na viscosidade do líquido. O Soro Fisiológico, que é composto composto apenas de Cloreto de Sódio (0.9%), teve os coeficientes de viscosidade menores que o Soro de Reidratação Oral , que apresenta em sua composição glicose, cloreto de sódio, citrato de sódio e cloreto de potássio. Por ter mais moléculas em sua composição, o Soro de Reidratação Oral é mais viscoso que o Soro Fisiológico. Conclusão Pode-se concluir que a quantidade de moléculas nos soros determinam o seu coeficiente de viscosidade. Quanto mais moléculas na sua composição maior será o atrito e maior será sua resistência em relação à movimentação. Esses parâmetros podem ser considerados no controle de qualidade, por exemplo. Bibliografia CORREIA, Adriana. Roteiros de Práticas: Físico-Química Aplicada à Farmácia. Universidade Federal do Ceará. VERTCHENKO Lev, VERTCHENKO Larissa. Determination of viscosity through terminal velocity: use of the drag force with a quadratic term in velocity. Rev. Bras. Ensino Fís. vol.39 no.4 São Paulo 2017 Epub May 29, 2017.
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