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Referencial curricular nacional para ed infantil

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Referencial curricular nacional para a educação infantil
 
Profª. Aline Silva
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Linguagem oral e escrita  
Aprender uma língua permite- Aprendizado de significados culturais, entender como se dá a representação da realidade.
Diferentes práticas para o ensino :
o aprendizado da linguagem oral é visto como natural; 
algumas consideram a importância da intervenção do adulto; priorizando o silêncio e a homogeneidade (INCOERENTE COM O JEITO PRÓPRIO DAS CRIANÇAS)
alguns buscam falar no diminutivo para se aproximarem das crianças.
Limitações das rodas de conversa- monólogo com o professor, crianças respondem perguntas do professor, foco no adulto.
Ideia de prontidão- acredita-se que a habilidade motora é fruto de maturação biológica, havendo pouca influência externa. Uso de testes para detectar o momento certo da alfabetização. (Uso de exercícios como passar o lápis sobre linhas pontilhadas).
Trabalho com base na cópia de vogais e consoantes, ensinada uma de cada vez, objetivo é que as crianças relacionem sons e escritas por associação, repetição e memorização. Ensino de vogais, consoantes, sílabas e palavras. (Segmentação e sequenciação).
Novas concepções – visão da criança como ativa na construção de conhecimento e não receptoras passivas.
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Importância do contexto – quanto mais contextos variados, maior será o desenvolvimento da criança, portanto: diferentes contextos maior aprendizado. (p.121)
Quanto mais as crianças puderem falar em situações diferentes, como contar o que lhes aconteceu em casa, contar histórias, dar um recado, explicar um jogo ou pedir uma informação, mais poderão desenvolver suas capacidades comunicativas de maneira significativa. 
 
Elas começam a aprender a partir de informações provenientes de diversos tipos de intercâmbios sociais e a partir das próprias ações, por exemplo, quando presenciam diferentes atos de leitura e escrita por parte de seus familiares, como ler jornais, fazer uma lista de compras, anotar um recado telefônico, seguir uma receita culinária, buscar informações em um catálogo, escrever uma carta para um parente distante, ler um livro de histórias etc.
Se a escrita tem maior importância no ambiente que a criança convive maior será o desenvolvimento da criança.
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Alfabetização- construção de conhecimento de natureza conceitual – primeiro precisa compreender como a escrita representa a linguagem, ou seja, não só o que a escrita representa, mas de que forma representa a linguagem.
Como é concebida a linguagem escrita (p.122) – não é somente transcrição da fala, envolve: intencionalidade de representação; 
Inserção nas práticas sociais - envolve participação social. 
Exemplo: se escrevo: adoro funk – preciso saber quem falou em que contexto pra saber se é ironia ou se é verdade.
A LINGUAGEM PRECISA SER ANALISADA SEMPRE EM SEU CONTEXTO DE USO.
Estudantes em geral acreditam que o importante na escrita são as características superficiais da linguagem em termos de gramática, pontuação, ortografia, etc. ou seja preocupam-se com a “habilidade técnica” e não questões de textualização : organizar de forma coerente as ideias em um texto.
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Desenvolvimento da linguagem oral
A aprendizagem da fala não se dá de forma desarticulada com a reflexão, o pensamento, a explicitação de seus atos, sentimentos, sensações e desejos. Ex.: criança aproxima da tomada e aponta. 
Sons são usados como forma de comunicação pelas crianças antes de começarem a falar.
Ao imitar adultos elas buscam manter diálogos, negociam sentidos para serem ouvidas e compreendidas e obterem respostas.
A construção da linguagem oral não é linear .
As crianças têm ritmos próprios e a conquista de suas capacidades linguísticas se dá em tempos diferenciados.
O desenvolvimento da linguagem oral como instrumento de comunicação pode levar a um predomínio desta sobre os outros recursos comunicativos.
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Desenvolvimento da linguagem escrita
A partir de 2 ou 3 anos de idade já começam fazer perguntas indicando reflexão sobre a função e o significado da escrita, percebendo que ela representa algo.
2 processos para a aprendizagem da escrita: 1- natureza do sistema da escrita da língua (o que a escrita representa e como);
 2- características da linguagem que usa para escrever.
Importância de textos diversos para aprenderem a ler e escrever.
Crianças folheiam revistas, gibis emitindo sons como se estivessem lendo.
Crianças elaboram hipóteses cada uma a seus tempo, antes de compreender a complexidade do sistema escrito. Varia com a faixa etária porque depende do grau de letramento e da convivência que cada criança tem com textos escritos, se o ambiente familiar proporciona. 
Erro – processo evolutivo do aprendizado
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Atuação das escolas para o aprendizado das crianças
De 0 a 3 anos- promover nas crianças participação de variadas situações de comunicação oral; interesse pela leitura de histórias; familiarizar com a escrita por meio da criação de contextos de uso da escrita no cotidiano.
De 4 a 6 anos- ampliar possibilidades de comunicação e expressão de forma a conhecer vários gêneros orais e escritos; familiarizar com a escrita; ouvir leituras; interesse pela escrita; reconhecer o nome escrito; escolher livros para ler.
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Conteúdos
A aprendizagem pressupõe uma combinação entre atividades inéditas e outras que se repetem. 
a organização dos conteúdos de Linguagem Oral e Escrita deve se subordinar a critérios que possibilitem, ao mesmo tempo, a continuidade em relação às propostas didáticas e ao trabalho desenvolvido nas diferentes faixas etárias, e a diversidade de situações didáticas em um nível crescente de desafios.
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Crianças de 0 a 3 anos
• Participação em situações de leitura de diferentes gêneros feita pelos adultos, como contos, poemas, parlendas, trava-línguas etc.
Uso da linguagem oral para conversar, comunicar-se, relatar suas vivências e expressar desejos, vontades, necessidades e sentimentos, nas diversas situações de interação presentes no cotidiano.
• Participação em situações cotidianas nas quais se faz necessário o uso da leitura e da escrita.
• Observação e manuseio de materiais impressos, como livros, revistas, histórias em quadrinhos etc.
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Orientações didáticas 
Importância da participação dos pais no aprendizado da criança – ao falarem com os bebês ajudam-os a se expressar, NÃO HÁ NECESSIDADE DA IMITAR O JEITO DA CRIANÇA FALAR. (p. 134).
Capacidade de utilizar a fala de forma competente em diferentes contextos advém de sua convivência desde cedo. (POSSIBILIDADE DE TRABALHAR COM DIFERENTES GÊNEROS NO ENSINO PARA AJUDAR AS CRIANÇAS NA INSERÇÃO DAS PRÁTICAS SOCIAIS).
IMPORTÂNCIA DA LINGUAGEM ORAL COMO CONTEÚDO – ação pedagógica deve possibilitar criação de situações de fala, escuta e compreensão da linguagem. Ex.: trabalho com música, escuta de histórias permitem desenvolvimento da oralidade.
Seleção prévia da história que irá contar gera curiosidade e interesse nas crianças.
Possibilitar a leitura em ambientes prazerosos.
Interlocução, voltar a pergunta para a criança ajudando-a a se expressar.
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Crianças de 4 a 6 anos
Uso da linguagem oral para conversar, brincar, comunicar e expressar desejos, necessidades, opiniões, ideias, preferências e sentimentos e relatar suas vivências nas diversas situações de interação presentes no cotidiano.
Elaboração de perguntas e respostas de acordo com os diversos contextos de que participa.
Participação em situações que envolvem a necessidade de explicar e argumentar suas ideias e pontos de vista.
 Relato de experiências vividas e narração de fatos em sequência temporal e causal.
Reconto de histórias conhecidas com aproximação às características da história original no que se refere à descrição de personagens, cenários e objetos, com ou sem a ajuda do professor.
 Conhecimento e reprodução oral de jogos verbais, como travalínguas, parlendas,
adivinhas, quadrinhas, poemas e canções.
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Orientações didáticas
escutar a criança, dar atenção ao que ela fala, atribuir sentido, reconhecendo que quer dizer algo; 
 responder ou comentar de forma coerente aquilo que a criança disse, para que ocorra uma interlocução real, não tomando a fala do ponto de vista normativo, julgando-a se está certa ou errada. Se não se entende ou não se dá importância ao que foi dito, a resposta oferecida pode ser incoerente com aquilo que a criança disse, podendo confundí-la. A resposta coerente estabelece uma ponte entre a fala do adulto e a da criança;
reconhecer o esforço da criança em compreender o que ouve (palavras, enunciados, textos) a partir do contexto comunicativo;
integrar a fala da criança na prática pedagógica, ressignificando-a.
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Dicas para o trabalho com o oral:
Narrativa- suporte para ensino da Literatura (era uma vez; E foram felizes para sempre) são construções fictícias, o que as diferenciam do relato que é real.
Elaboração de entrevistas- desenvolve o oral e propicia pensar num assunto que desejam saber. 
Importância de pensar no conhecimento prévio para elaborar o roteiro – história da família, história da comunidade.
Sarau de poesias, recital , gravação de poesias, músicas.
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Práticas de leitura
Fazer com que as crianças levantem hipóteses sobre o tema a partir do título; oferecer informações que situem a leitura (exemplo do exercício da apostila didática); criar suspense, lembrar de outros textos conhecidos, trocar opiniões. (p. 141)
Trabalho com parlendas, canções – professores pedem pra criança localizar palavras porque há repetições, crianças devem saber o texto de cor.
Associações com figuras, diagramação, conhecimento prévio.
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Trabalhos com textos já conhecidos permitem atividades para buscar onde está escrito tal palavra. Podem procurar fala de uma personagem
A criança que escuta muitas histórias pode construir um saber sobre a linguagem escrita. Elas gostam de escutar a mesma história várias vezes pelo prazer de reconhece-la, de aprendê-la em seus detalhes, antecipar emoções que teve pela primeira vez. (p.143)
É importante que o professor coloque ritmo às narrativas para o aluno perceber que a ideia de ler significa atribuir sentido ao texto e compreendê-lo.
 Para favorecer as práticas de leitura é importante: dispor de acervo em sala com livro e outros materiais variados; leitura do professor para si, servindo como modelo para os alunos e depois contarem uns aos outros (Há escolas que tem momento de leitura e não comentam); crianças possam manusear os livros.
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LER não é decifrar palavras; é um processo de construção de significado com base em seu conhecimento de mundo, sobre o autor, o saber sobre a linguagem e o gênero em questão. 
Não tem problema ter palavras consideradas difíceis, aumenta vocabulário.
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As crianças se revezam para ler o parágrafo inicial da história “os três porquinhos” que começa assim “Era uma vez três formosos porquinhos. Sua mãe era uma porca muito pobre e não podia lhes dar toda a comida que eles queriam(...)”.
Prof.: Comece, Maria José.
MJ.: (lendo muito rapidamente). Era uma vez três enormes porquinhos....
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Pro.: Quê? Como?
Outras crianças: Não, Nããããoooo!
MJ.: (um pouco mais devagar): Era uma vez três enormes porquinhos... Três enormes porcos sua mãe (...)
Prof.: (interrompendo): você quer prestar mais atenção? Leia a primeira linha!
MJ:Era uma vez três enor...três formosos porquinhos.
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talvez sabia que os porquinhos tinham muito apetite, não os achasse bonitos.
Coerência: se enormes são porcos e não porquinhos.
Não é erro de decodificação, mas advém do conhecimento que tem e da informação que o texto dá, prevemos o que vem a seguir.
(retirado de RIOLFI, Claudia. et al. Ensino de Língua Portuguesa. São Paulo: Cengage Learning, 2010. (Coleção Ideias em Ação)
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