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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA ___ CÍVEL DO FORO DA COMARCA DE ITABUNA/BA. – art. 46 CPC e art. 318 do CPC GRERJ: 000.000.000.000 GRATUIDADE DE JUSTIÇA Joana (sobrenome), brasileira, solteira, técnico em contabilidade, portadora da carteira de identidade n ____, expedida pelo ____, inscrita no CPF sob o n ___, endereço eletrônico, domicílio, ITABUNA/BA, por seu advogado infra-assinado, vem a este juízo propor: AÇÃO ANULATÓRIA DE NEGÓCIO JURÍDICO Pelo procedimento comum, em face de Joaquim (sobrenome), nacionalidade, estado civil, profissão, portadora da carteira de identidade n ____, expedida pelo ____, inscrita no CPF sob o n ___, endereço eletrônico, domicílio, ITABUNA/BA, pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor. I – GRATUIDADE DE JUSTIÇA: Requer a concessão do benefício da Justiça Gratuita ao Autor, vez que não possui meios para arcar com as custas deste processo, sem prejuízo de seu sustento e de sua família. Por tais razões, pleiteiam-se os benefícios da Justiça Gratuita, assegurados pela Constituição Federal, artigo 5º, LXXIV e pela Lei 13.105/2015 (CPC), artigo 98 e seguintes. II – DOS FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS A demandante no dia 20 de Dezembro de 2016 fora comunicada que o seu filho menor de idade havia sido preso de forma ilegal e encaminhado a um presídio. A demandante diante dessa situação procurou um advogado para atuar no caso de seu filho, porém a demandante por falta de recursos financeiros não pode contratar os serviços do advogado. Chegando a sua residência a demandante comentou com o seu vizinho, o demandado, o ocorrido, e disse o quanto estava desesperada. Diante desta situação, o demandado observando que a demandante estava em premente necessidade propôs a realização de um negócio jurídico, um contrato de compra e venda do veículo da demandante pelo valor de 20,000 mil reais, um valor manifestamente desproporcional tendo em vista que o carro no valor de mercado custa 50.000 mil reais. A demandante não hesitou em realizar o negócio jurídico proposto, pois como fora exposto a demandante encontrava-se sob premente necessidade. Ocorre que no dia seguinte a realização do negócio jurídico firmado, a demandante descobre que a avó de seu filho havia contratado um advogado criminalista para a causa, e além disso o advogado já havia conseguido a liberdade provisória de seu filho através de habeas corpus. Diante do ocorrido, a demandante não tendo mais a necessidade de contratar um advogado procurou o demandado para que seja desfeito o negócio jurídico firmado no dia anterior, qual seja a compra e venda do veículo, porém a demandante não obteve êxito, pois o demandado se nega a desfazê-lo. Ante exposto, a demandante não encontrou outra via, se não a judicial para que seja apreciada a sua pretensão. III – DO DIREITO: Conforme estabelece o artigo 157 do CC – Da lesão – “ Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.” Na hipótese presente, a lesão é manifesta pelas próprias circunstâncias narradas, tendo em vista que a demandante apenas realizou o negócio jurídico, porque se encontrava em situação de premente necessidade, de tal modo que a demandante não analisou e realizou um contrato de compra e venda por um valor totalmente desproporcional em relação ao valor de mercado. Configurando desta forma a lesão prevista no art. 157 do CC, o que acarreta a anulação do negócio jurídico Assim como o art. 171, II do CC que determina a anulação do negócio jurídico resultante de lesão: “Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.” Havendo, portanto, motivo justo e suficiente para que se declare a anulação do negócio jurídico que ocorreu entre as partes resultante de lesão. Nossos Tribunais tem proferido decisões sobre matéria similar a presente: “AÇÃO ANULATÓRIA – COMPRA E VENDA SIMULADA VIOLAÇÃO DA LEGÍTIMA – Quando a vontade é manifestada com o objetivo de realizar negócio jurídico que de alguma forma contrarie direitos de terceiros, o ordenamento jurídico confere legitimidade ao lesado para que busque a tutela do seu direito, conferindo-lhe poderes para pleitear a anulação do ato praticado…” E a doutrina tem se manifestado no sentido de que: “O negócio jurídico para ter eficácia , depende da manifestação da vontade do agente . É a pressão exercida sobre alguém através de uma operação psicológica é a coação civil, moral. A vítima vendo-se diante de uma ameaça e tentando salvar a si mesma ou uma pessoa da família, ou mesmo seus bens, é obrigada a concordar com os que a coagem.. Segundo Clóvis Beviláqua a coação civil atua como “um estado de espírito em que o agente, perdendo a energia moral e a espontaneidade do querer, realiza o ato, que lhe é exigido”; IV – DO PEDIDO: Diante do exposto, requer a V. EXA: Gratuidade de justiça Que seja designada a audiência de conciliação ou mediação, na forma do previsto no artigo 334 do CPC. A citação do réu para oferecer resposta no prazo legal sob pena de reclusão, revelia e confissão. Seja julgado procedente o pedido para declarar a anulação do negócio jurídico celebrado, voltando-se as partes ao estado anterior. Convalidação o Negócio jurídico com o pagamento Que seja julgado PROCEDENTE, para que condene o réu ao pagamento das custas judiciais e honorários advocatícios. V – DAS PROVAS: Protesta provador o alegado por todos os meios de provas admitidos em direito, na amplitude dos arts. 369 e seguintes do CPC/2015. VI – DO VALOR DA CAUSA : Dá-se a causa o valor de R$ 20,000 (vinte mil reais). Nestes termos, Pede deferimento. Local, (dia) de (mês) de (ano). Nome do advogado OAB
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