Buscar

Métodos de Pesquisa UNIP.PDF

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Métodos de Pesquisa
Professora conteudista: Cecília Maria Villas Boas de Almeida
Sumário
Métodos de Pesquisa
Unidade I
1 A PESQUISA COMO PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO .........................................................................1
1.1 Conceito de tecnologia .........................................................................................................................2
1.2 Conceito de pesquisa .............................................................................................................................3
1.3 Conceito de desenvolvimento experimental ...............................................................................4
1.4 Conceito de estado do conhecimento ou “estado da arte” ...................................................5
1.5 Processo de geração de conhecimento ..........................................................................................5
1.6 O interesse pelo estudo do progresso técnico e seus efeitos na economia ....................7
1.6.1 O enfoque dos economistas clássicos ...............................................................................................7
1.6.2 A visão marxista do progresso técnico .............................................................................................8
1.6.3 A visão do pensamento neoclássico convencional ......................................................................9
1.6.4 A visão contemporânea .........................................................................................................................9
1.7 O papel da C&T na afirmação da soberania nacional ........................................................... 10
1.7.1 Por que a tecnologia importada não substitui a geração autóctone ............................... 10
2 TIPOS DE PESQUISA ........................................................................................................................................ 12
2.1 Quanto à natureza ............................................................................................................................... 13
2.1.1 Pesquisa básica ........................................................................................................................................ 13
2.1.2 Pesquisa teórica ....................................................................................................................................... 13
2.1.3 Pesquisa empírica .................................................................................................................................. 14
2.1.4 Pesquisa aplicada .................................................................................................................................... 14
2.2 Quanto aos objetivos .......................................................................................................................... 15
2.2.1 A pesquisa exploratória ........................................................................................................................ 15
2.2.2 A pesquisa descritiva ............................................................................................................................. 15
2.2.3 A pesquisa explicativa ........................................................................................................................... 15
2.3 Quanto aos procedimentos .............................................................................................................. 16
2.3.1 Pesquisa experimental .......................................................................................................................... 17
2.3.2 Pesquisa de laboratório ........................................................................................................................ 18
2.3.3 Pesquisa operacional ............................................................................................................................. 18
2.3.4 Pesquisa Ex-post-facto (a partir de depois do fato) ................................................................ 19
2.3.5 Levantamento .......................................................................................................................................... 19
2.3.6 Pesquisa de campo ................................................................................................................................. 20
2.3.7 Estudo de caso ......................................................................................................................................... 20
2.3.8 Pesquisa-ação .......................................................................................................................................... 20
2.4 Quanto à natureza da informação ................................................................................................ 21
2.4.1 Pesquisa quantitativa ............................................................................................................................ 21
2.4.2 Pesquisa qualitativa ............................................................................................................................... 23
2.5 Pesquisa bibliográfica ......................................................................................................................... 24
2.5.1 Pesquisa documental ............................................................................................................................ 25
Unidade II
3 O PROJETO DE PESQUISA ............................................................................................................................. 26
3.1 O que pesquisar? ................................................................................................................................. 29
3.2 Por que pesquisar? ............................................................................................................................... 31
3.3 Para que pesquisar? ............................................................................................................................. 32
3.4 Como pesquisar? ................................................................................................................................. 34
3.5 Quando pesquisar? ............................................................................................................................. 35
4 O RELATÓRIO DE PESQUISA ........................................................................................................................ 35
4.1 O que considerar ao planejar um relatório ou um resumo? .............................................. 36
4.2 Como escrever um relatório? .......................................................................................................... 37
4.2.1 Identificação ............................................................................................................................................. 37
4.2.2 Resumo ....................................................................................................................................................... 38
4.2.3 Introdução ................................................................................................................................................. 40
4.2.4 Material e métodos ................................................................................................................................ 41
4.2.5 Resultados ................................................................................................................................................. 41
4.2.6 Discussão / Conclusões ......................................................................................................................... 43
4.2.7 Bibliografia citada ..................................................................................................................................43
4.2.8 Perspectivas de continuidade ou desdobramento do trabalho ........................................... 46
4.2.9 Apoio ............................................................................................................................................................ 46
4.2.10 Agradecimentos .................................................................................................................................... 46
1
MÉTODOS DE PESQUISA
Re
vi
sã
o:
 A
na
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 2
8/
04
/0
9
Unidade I
5
10
15
1 A PESQUISA COMO PRODUÇÃO DE 
CONHECIMENTO
A ciência é uma atividade tipicamente humana de busca 
sistemática do conhecimento da natureza e dos seus fenômenos.
Observação
→
Descrição
→
Experimentação
→
Teorização
Dependendo do objeto de pesquisa, a experimentação 
(tentativa de reproduzir em laboratório, de modo controlado, 
os fenômenos) poderá não existir, sendo substituída por um 
modelo teórico explicativo dos fenômenos naturais ou sociais. 
A experimentação pode ser mais ou menos rigorosa, 
dependendo dos recursos de que se dispõe, inclusive o 
conhecimento teórico preexistente. 
A profissão de cientista, entendendo-se como a atividade 
regularmente remunerada por prestação de serviços de pesquisa 
científica e tecnológica, surge pela primeira vez na Alexandria, 
cerca de 330 anos a. C. Anteriormente, o conhecimento científico 
era gerado por filósofos, professores, sacerdotes, magos e por 
pessoas com outras profissões, mas que tinham em comum um 
grande espírito de curiosidade e certa disciplina. 
2
Unidade I
Re
vi
sã
o:
 A
na
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 2
8/
04
/0
9
Atualmente, muito se tem discutido sobre os métodos por 
meio dos quais se desenvolve a atividade científica, podendo-se 
dizer que todos eles têm validade tanto para a ciência quanto na 
busca de tecnologia. Esses métodos podem:
 
• priorizar a conduta abstrata e teórica e subestimar as 
sensações e o experimento;
• entender ser a comprovação experimental o procedimento 
fundamental.
1.1 Conceito de tecnologia
A tecnologia é o estudo das técnicas, inclusive de sua 
evolução. É a busca do conhecimento de como produzir 
e desenvolver instrumentos de trabalho, equipamentos e 
processos, destinados a elevar a produção por esforço físico 
humano ou unidade de trabalho despendida e resolver 
problemas e, desta forma, melhorar a qualidade de vida.
Na sua origem, a tecnologia era uma atividade típica de 
artesãos, dedicados a uma arte diversa daquelas voltadas para 
despertar o prazer estético, como a pintura, a escultura etc. 
O desenvolvimento destas artes práticas ou técnicas vem se 
dando desde o aparecimento do homem, mas a sistematização 
e a divulgação do conhecimento adquirido são manifestações 
recentes. 
A tecnologia generaliza-se depois da descoberta da 
imprensa. Antes da publicação de tratados impressos, alguns 
copistas tentaram, por meio de manuscritos, sistematizar 
e preservar o conhecimento técnico disponível desde a 
Antiguidade. 
• O conhecimento se transmitia de homem a homem, nas 
oficinas e nos laboratórios. 
5
10
15
20
25
3
MÉTODOS DE PESQUISA
Re
vi
sã
o:
 A
na
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 2
8/
04
/0
9
Até o século XVII, não se pode falar de relacionamento 
funcional entre a ciência e a tecnologia, ou de ciência e 
tecnologia conectadas, C&T. Esse relacionamento se dá com 
a Revolução Científica do século XVII, quando a necessidade 
de equipamentos mais complexos e mais precisos para 
as determinações e medições obrigou os cientistas a 
estabelecerem um contato mais próximo com os artesãos, 
o que propiciou um intercâmbio de ideias com sensíveis 
benefícios para as duas partes. 
A tecnologia de hoje é a ciência de ontem, e a ciência de 
hoje é a tecnologia de amanhã.
1.2 Conceito de pesquisa
A pesquisa é o exercício ou a prática da busca pelo 
conhecimento, conduzido por meio do método científico 
escolhido. Convencionalmente, a pesquisa vem sendo 
classificada em:
• básica: objetiva a expansão do saber não necessariamente 
associada a um interesse imediato de utilização prática 
dos resultados;
• aplicada: conduzida com o propósito de gerar inovações 
para solucionar problemas. 
É desejável que exista um certo equilíbrio no desenvolvimento 
desses dois tipos de pesquisa, porque, enquanto a pesquisa 
básica cria e dá legitimidade e fundamento a novas ideias, a 
pesquisa aplicada procura transformá-las em utilidades.
O papel da pesquisa aplicada não deve, contudo, levar à 
suposição de que exista uma relação direta e linear entre os 
seus resultados, de um lado, e o lançamento de novos produtos 
no mercado, dinamização da economia, criação de novos 
postos de trabalho, de outro. É necessário que ocorra, antes, o 
desenvolvimento do produto ou do processo e a mediação do 
empresário. 
5
10
15
20
25
4
Unidade I
Re
vi
sã
o:
 A
na
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 2
8/
04
/0
9
Tem-se proposto uma subclassificação da pesquisa em 
estratégica e fundamental, que se aplicaria conjuntamente 
às categorias básica e aplicada, de acordo com a dimensão 
temporal do potencial de aplicação dos seus resultados. 
• A estratégica apresentaria um elevado potencial para 
interagir rapidamente com outras pesquisas, dando 
suporte para novos avanços. 
• A fundamental teria um horizonte temporal impreciso 
de utilização dos resultados, seja para expansão do 
conhecimento, seja para resolver problemas. 
 
1.3 Conceito de desenvolvimento experimental
Por desenvolvimento experimental entendem-se as diversas 
etapas de transformação de uma descoberta ou um invento 
em uma inovação, ou o aprimoramento de uma inovação 
tecnológica, seja esta um novo produto ou um novo processo 
produtivo. 
O desenvolvimento experimental tem início em uma 
bancada de laboratório ou oficina, sendo progressivamente 
testado em escalas cada vez maiores (scale-up), até se chegar 
ao estágio de protótipo, no caso de produto, ou de uma nova 
rota de produção, no caso de processo. 
Este conjunto de operações é definido como atividade de 
Pesquisa e Desenvolvimento, P&D (Research and Development, 
R&D). 
A P&D pode-se dar por meio de cooperação entre laboratórios 
e oficinas de universidades e de empresas, ou pelo trabalho 
integrado de pesquisadores e engenheiros nos laboratórios 
e plantas-piloto de uma indústria, os quais reúnam tanto a 
capacitação científica quanto a técnica.
5
10
15
20
25
5
MÉTODOS DE PESQUISA
Re
vi
sã
o:
 A
na
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 2
8/
04
/0
9
1.4 Conceito de estado do conhecimento ou 
“estado da arte”
Estado do conhecimento é a avaliação qualitativa e 
quantitativa do conhecimento em um determinado momento, 
seja ele referente a um campo da ciência ou a uma determinada 
técnica. É também denominado como ”estado da arte” (state of 
the arts). 
• Os avanços de conhecimento na ciência são denominados 
descobertas ou invenções, já que houve intencionalidade 
de gerar utilidade. 
• Os avanços de conhecimento na tecnologia são inventos 
e inovações. 
A denominação de inovação está reservada àquela invenção 
que tem condições de ser absorvida pelo setor produtivo, 
transformando-se em uma mercadoria. 
1.5 Processo de geração de conhecimento
A geração de conhecimento implica que a atividade nas 
áreas de C&T e de P&D tenha como resultado os produtos, as 
descobertas, invenções ou inovações. 
• Na área científica, ocorre em laboratórios de universidades 
e centros de pesquisa. 
• Na área tecnológica, tem lugar nos laboratórios, nas 
oficinas, nas plantas-pilotoe nos parques tecnológicos 
ou incubadoras de empresas de universidades, de centros 
de pesquisa e também em instalações de pesquisa das 
indústrias. 
A participação da indústria na geração de conhecimento na 
área tecnológica se dá porque as inovações interessam de perto 
ao setor produtivo. 
5
10
15
20
25
6
Unidade I
Re
vi
sã
o:
 A
na
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 2
8/
04
/0
9
O conhecimento gerado na área científica tem sido de 
grande utilidade para as pesquisas na área tecnológica. 
Esse conhecimento estabelece um fluxo de informações 
sobre novas descobertas e invenções de interesse para o 
desenvolvimento de um produto ou um processo produtivo. 
Da mesma forma, o avanço do conhecimento na área 
tecnológica interessa às pesquisas na área científica, porque 
significa a possibilidade de se utilizar os resultados obtidos 
na produção de novos instrumentos e equipamentos para 
análises, mensurações e determinações, bem como para 
criação de condições especiais para observações. O desafio 
está em aumentar a colaboração e o relacionamento entre a 
área tecnológica e a científica. 
 
Inovação
A inovação é a invenção que tem condições de ser absorvida 
pelo setor produtivo, transformando-se em uma mercadoria.
A inovação pode ser de produto ou de processo: 
• a de processo se divide em melhoramento organizativo, 
de aquisição de conhecimento gerencial, inovação 
tecnológica propriamente dita ou aquela que tem o 
progresso técnico incorporado; pode-se afirmar que a sua 
introdução implica, necessariamente, economia de pelo 
menos um recurso; 
• a inovação de produto compreende a criação de bens 
finais novos e qualitativamente diversos; não está voltada 
para poupar qualquer recurso, mas sim para incrementar 
a demanda de um determinado bem. 
 A inovação faz a ligação entre a ciência e o mercado.
As inovações podem: 
• impactar o sistema produtivo (caso de um processo 
poupador de um determinado fator ou o caso de um 
recurso adicionalmente incorporado a um produto);
5
10
15
20
25
30
7
MÉTODOS DE PESQUISA
Re
vi
sã
o:
 A
na
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 2
8/
04
/0
9
• tornar a vida mais ética (caso de um método de análise 
que auxilie a perícia criminal);
• ou tornar a vida mais humana (no sentido de evitar 
sofrimentos, prevenindo e curando enfermidades).
Do laboratório ao mercado
Independentemente de serem de processo ou de produto, as 
inovações podem ser classificadas em:
 
• radicais: provocam mudanças de forma pronta e imediata; 
• incrementais: causam mudanças progressivas que levam 
a uma mudança equivalente à que seria produzida por 
uma inovação radical; 
• genéricas: resultam da fusão das duas anteriores;
• pervagantes: do tipo genérico, mas com um amplo 
espectro de aplicações, sobre muitos setores. 
1.6 O interesse pelo estudo do progresso 
técnico e seus efeitos na economia
As possibilidades oferecidas pelo progresso técnico para 
renovar e impulsionar os setores produtivos, tornando-
os mais competitivos, e melhorar a qualidade de vida da 
população, começam a ser objeto de interesse das ciências 
sociais por ocasião das grandes transformações que 
ocorreram na sociedade quando o capitalismo mercantilista 
inicia a dissolução do sistema feudal. Conhecer a natureza 
do progresso técnico aplicado ao sistema produtivo 
vem constituindo preocupação das várias correntes do 
pensamento econômico. 
1.6.1 O enfoque dos economistas clássicos
Para os economistas clássicos, o progresso técnico traria 
prosperidade e bem-estar, e quaisquer inconvenientes que 
5
10
15
20
25
8
Unidade I
Re
vi
sã
o:
 A
na
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 2
8/
04
/0
9
resultassem de sua aplicação seriam amplamente compensados 
pelos benefícios acarretados pela sua introdução. 
Os economistas clássicos (Smith, Ricardo e Mill) foram 
os primeiros a reconhecer o papel do progresso técnico no 
crescimento econômico. Para Ricardo, o progresso técnico – além 
de poder reverter a tendência da economia em direção ao “estado 
estacionário” – seria uma poderosa arma para a concorrência: 
• os países que mais avançassem no uso das novas 
técnicas poderiam beneficiar-se nas relações de comércio 
internacional; 
• a inovação tecnológica consolidaria e ampliaria as 
vantagens comparativas de uma nação nas trocas 
comerciais.
1.6.2 A visão marxista do progresso técnico
Marx foi o primeiro economista a seguir os efeitos do 
progresso técnico no sistema econômico em sua totalidade. 
Marx não dissociava a possibilidade de expansão capitalista da 
utilização crescente do progresso técnico, uma vez que este 
era a principal arma da concorrência capitalista, portanto, da 
concentração e da centralização dos capitais. 
Os impactos negativos da grande indústria – que era 
o vetor da modernização da produção capitalista –, entre 
eles a destruição de formas antigas de produção familiar, 
a alienação do trabalhador, o aumento da exploração 
capitalista através do incremento da mais-valia relativa e a 
formação de um “exército” de desempregados, explicavam-se 
pela formação social em que ela se inseria. Superado o 
capitalismo como formação social, a grande indústria seria 
expropriada e os benefícios do progresso técnico se voltariam 
para os trabalhadores.
5
10
15
20
25
9
MÉTODOS DE PESQUISA
Re
vi
sã
o:
 A
na
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 2
8/
04
/0
9
1.6.3 A visão do pensamento neoclássico convencional
Os neoclássicos convencionais defendem que não se deve 
atribuir qualquer sentido valorativo em relação à adoção ou não 
do progresso técnico. 
• A inovação tecnológica dependeria do avanço do 
conhecimento científico e das artes técnicas, o que 
estaria permanentemente acontecendo fora do sistema 
produtivo. 
• A possibilidade de mudança técnica seria algo que 
aconteceria a depender do preço relativo dos fatores de 
produção. 
Uma técnica avançada, embutida em uma máquina ou em 
um processo de produção disponíveis no mercado, seria utilizada 
quando os preços destes bens que a incorporassem pudessem 
ser comparativamente vantajosos em relação ao preço dos 
fatores que seriam substituídos. Só o mercado deve orientar 
uma mudança técnica, e um valor afirmativo deve ser dado ao 
equilíbrio que por meio dela se venha obter, sendo uma questão 
menos relevante o rumo e a velocidade com que o progresso 
técnico é incorporado pelo sistema produtivo. 
1.6.4 A visão contemporânea 
A visão contemporânea ressalta o impacto econômico das 
políticas públicas de ciência e tecnologia e das instituições 
integrantes do sistema nacional de inovações tecnológicas. 
Tão ou mais importante que os preços relativos para a decisão 
empresarial de introduzir uma inovação, visando à maior 
competitividade, é o funcionamento do sistema de geração de 
tecnologias e os mecanismos de endogenização da demanda 
pela pesquisa e desenvolvimento (P&D). 
O arcabouço institucional da ciência e da tecnologia, ou 
a maneira como se organiza e funciona a pesquisa básica e 
5
10
15
20
25
10
Unidade I
Re
vi
sã
o:
 A
na
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 2
8/
04
/0
9
a aplicada e os mecanismos de difusão em um determinado 
país ou região, é um fator decisivo nos processos de indução e 
absorção de inovações tecnológicas.
 
1.7 O papel da C&T na afirmação da 
soberania nacional
A afirmação de uma nação, a continuidade de sua 
independência, a soberania e as relações comerciais mais 
equilibradas que estabelece com o resto do mundo são 
progressivamente dependentes da ciência e da tecnologia. 
Ciência e tecnologia nãosão somente elementos da cultura 
de um povo, de uma sociedade, mas são também elementos 
delimitadores de um perfil moderno de qualquer Estado ou 
nação. Sem uma ciência e uma tecnologia nacionais não se 
consegue promover o desenvolvimento econômico, valorizar 
devidamente os produtos de exportação e também não se tem 
sucesso em educar, nutrir e tornar saudáveis os cidadãos de 
um país.
No Brasil: 
• há necessidade de que certos conhecimentos sejam 
adaptados à realidade brasileira;
• há necessidade de sermos menos dependentes de produtos 
importados e mais eficientes na exportação de produtos 
novos.
Estas necessidades nos obrigam a sermos eficientes na 
geração autóctone do conhecimento, aquela que se dá no 
próprio local em que se faz necessária.
1.7.1 Por que a tecnologia importada não substitui a 
geração autóctone
A importância de uma produção autônoma em ciência e 
tecnologia que leve a uma menor dependência da importação 
5
10
15
20
25
11
MÉTODOS DE PESQUISA
Re
vi
sã
o:
 A
na
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 2
8/
04
/0
9
de conhecimentos se justifica porque a transferência 
de tecnologia não esgota o elenco da diversidade das 
necessidades de inovações e não apresenta um grau variável de 
adaptabilidade ao ambiente e às particularidades de mercados 
nacionais com especificidades culturais inquestionáveis. 
A efetividade da transferência de tecnologia, que deve 
ser medida pela capacidade de ir além de soluções tópicas 
e localizadas de problemas, somente se verifica quando 
acompanhada da possibilidade de se produzir conhecimento 
autóctone, que é aquele nacionalmente localizado.
Somente por esta via é que serão geradas oportunidades 
de investimentos que ajudam a superar o modelo de economia 
complementar e a reduzir os eventuais desequilíbrios econômicos 
entre as nações. 
É por meio da produção nacional do conhecimento 
científico-tecnológico que surgem as possibilidades de explorar 
as vantagens de comércio internacional, obtendo lucros 
extraordinários, mediante a incorporação em “primeira mão”, de 
inovações de processos e produtos, o que não é possível pela via 
da importação de tecnologia.
 
A dependência tecnológica como fator de retardamento 
do desenvolvimento econômico tem sido salientada por vários 
estudiosos. Da mesma forma que é uma utopia pensar-se em 
autossuficiência em termos de conhecimento, é, por outro lado, 
altamente desejável depender menos da pesquisa realizada fora 
das fronteiras do Brasil. 
Renunciar à geração autóctone do conhecimento e a 
uma presença em temas avançados de pesquisa significa 
manter um elevado grau de vulnerabilidade da economia e 
colocar questões essenciais, como a segurança alimentar e a 
saúde da população, fora do controle das decisões nacionais. 
A cooperação internacional em ciência e tecnologia, bem 
5
10
15
20
25
30
35
12
Unidade I
Re
vi
sã
o:
 A
na
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 2
8/
04
/0
9
como nos demais setores, faz parte do convívio das nações. 
Entretanto, ela se deve dar em condições de trocas iguais.
O Brasil tem forte potencial para a geração de conhecimento, 
mas ainda carece de um mecanismo que faça com que este 
conhecimento alcance o setor produtivo.
 Comparando-se o Brasil com a Coreia, observa-se que a 
produção acadêmica dos dois países é semelhante. Porém, a 
quantidade de trabalhos acadêmicos transformada em pedidos 
de patentes na Coreia é mais de trinta vezes maior que no Brasil. 
No Brasil, há ainda incongruência entre o volume de 
produção científica e a escassez de inovações. A expansão 
do conhecimento não é proporcional ao aproveitamento 
econômico desse conhecimento. Alguns problemas foram 
detectados por pesquisadores:
• cultura de propriedade intelectual incipiente: o 
conhecimento como fonte de geração de inovação e de 
riqueza precisa, antes de qualquer coisa, estar protegido 
(situação que vem sendo alterada); 
• a reputação / notoriedade do pesquisador parece ser mais 
importante que o benefício social da exploração comercial 
do objeto da patente;
• há pouco incentivo e cultura para a fixação de doutores em 
empresas (expectativa de mudança com a Lei de Inovação).
A situação é ainda mais grave quando se compara o Brasil 
com países como a Inglaterra, a França e a Alemanha. O Brasil 
precisa capitalizar mais sua cultura científica.
2 TIPOS DE PESQUISA
A pesquisa compreende qualquer atividade criativa e 
sistemática realizada com o fim de incrementar o acervo do 
conhecimento científico e o uso desse acervo de conhecimentos 
para conceber novas aplicações. 
5
10
15
20
25
30
13
MÉTODOS DE PESQUISA
Re
vi
sã
o:
 A
na
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 2
8/
04
/0
9
Para realizar uma pesquisa de cunho científico, é de 
fundamental importância que o pesquisador tenha uma clara 
distinção dos diversos tipos de conhecimento e uma sólida 
fundamentação epistemológica.
Pesquisa científica
Quanto aos objetivos
Pesquisa 
descritiva
Pesquisa 
exploratória
Pesquisa 
explicativa
Quanto aos procedimentos
Quanto à natureza
Pesquisa aplicadaPesquisa básica
Pesquisa 
operacional
Pesquisa 
experimental
Estudo 
de caso
e/ouPesquisa em 
laboratório
Pesquisa em 
campo
Classificação dos tipos de pesquisa
2.1 Quanto à natureza
2.1.1 Pesquisa básica
Tem como objetivo principal a busca do saber.
2.1.2 Pesquisa teórica
Trata-se da pesquisa que é dedicada a reconstruir teoria, 
conceitos, ideias, ideologias, polêmicas, tendo em vista, em 
termos imediatos, aprimorar fundamentos teóricos.
5
14
Unidade I
Re
vi
sã
o:
 A
na
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 2
8/
04
/0
9
Esse tipo de pesquisa é orientado no sentido de reconstruir 
teorias, quadros de referência, condições explicativas da 
realidade, polêmicas e discussões pertinentes.
A pesquisa teórica não implica imediata intervenção na 
realidade, mas nem por isso deixa de ser importante, pois seu 
papel é decisivo na criação de condições para a intervenção.
O conhecimento teórico adequado acarreta rigor 
conceitual, análise acurada, desempenho lógico, argumentação 
diversificada, capacidade explicativa. 
2.1.3 Pesquisa empírica 
É a pesquisa dedicada ao tratamento da face empírica e 
factual da realidade; produz e analisa dados, procedendo sempre 
pela via do controle empírico e factual.
A valorização desse tipo de pesquisa está na possibilidade 
que oferece maior concretude às argumentações, por mais 
tênue que possa ser a base factual. 
O significado dos dados empíricos depende do referencial 
teórico, mas esses dados agregam impacto pertinente, sobretudo 
no sentido de facilitarem a aproximação prática.
2.1.4 Pesquisa aplicada
Busca de solução para problemas concretos e imediatos.
Muitas vezes, pesquisas básicas possuem grande importância 
em nossa vida. É o caso da eletricidade. Quando os primeiros cientistas 
começaram a pesquisá-la, o único objetivo era a curiosidade.
Ligada à práxis, ou seja, à prática histórica em termos 
de conhecimento científico para fins explícitos de 
intervenção; não esconde a ideologia, mas sem perder o rigor 
metodológico.
5
10
15
20
25
15
MÉTODOS DE PESQUISA
Re
vi
sã
o:
 A
na
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 2
8/
04
/0
9
2.2 Quanto aos objetivos
2.2.1 A pesquisa exploratória
Na primeira aproximação com o tema, pode buscar 
descobrir teorias e práticas que modificarão as existentes, 
recuperar as informações disponíveis para criar maior 
familiaridade com os fenômenos, descobrir os pesquisadores 
ou buscar informações para a obtenção de inovações 
tecnológicas.É feita por meio de:
• levantamentos bibliográficos;
• entrevistas com profissionais da área;
• visitas a instituições, empresas etc.;
• websites etc.
2.2.2 A pesquisa descritiva
Observa, registra e analisa os fenômenos, sem manipulá-los, 
e é muito utilizada em pesquisas sociais. Procura descobrir a 
frequência com que o fenômeno ocorre, sua natureza, suas 
características, sua relação com outros fenômenos.
Em geral, é executada após a pesquisa exploratória e implica 
a realização de observação sistemática e não participante com o 
uso de técnicas padronizadas de coleta de dados (questionário e 
observação sistemática).
2.2.3 A pesquisa explicativa
Visa ampliar generalizações, definir leis, estruturar e definir 
modelos, relacionar hipóteses existentes e gerar novas, via 
dedução. Exige maior investimento na síntese, na teorização 
e na reflexão sobre o objeto. Busca explicar os porquês e 
exige aplicação de métodos de modelagem e simulação para 
reproduzir fenômenos e aprofundar o conhecimento da 
realidade.
5
10
15
20
25
16
Unidade I
Re
vi
sã
o:
 A
na
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 2
8/
04
/0
9
Níveis Conhecimento Objetivos Modalidades
Exploratória Como?
Conhecer mais e 
melhor um problema
Elaborar hipóteses
Aprimorar ideias
Descobrir intuições
Levantamentos 
bibliográficos
Entrevistas
Estudos de caso
Descritiva O quê?
Descrever 
características 
de população ou 
fenômeno
Estabelecer relações 
entre variáveis
Estudos 
etnográficos
Levantamentos 
(opiniões, atitudes, 
crenças...)
Explicativa Por quê?
Identificar variáveis 
que determinam a 
ocorrência de um 
fenômeno
Explicar a razão do 
fenômeno
Investigar relações de 
causa e efeito
Experimental
2.3 Quanto aos procedimentos
Uma vez entendida a natureza da pesquisa e determinados 
seus objetivos, deve-se escolher o procedimento para sua 
execução. 
Objetivo da pesquisa
Experimental
Natureza da pesquisa
Procedimento de execução
Estudo de casoOperacional
Escolhendo o tipo de pesquisa
17
MÉTODOS DE PESQUISA
Re
vi
sã
o:
 A
na
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 2
8/
04
/0
9
2.3.1 Pesquisa experimental
Manipula diretamente as variáveis relacionadas ao objeto de 
estudo. Busca as causas e os efeitos, como o evento ocorre. O 
cientista cria situações de controle para evitar interferências (o 
placebo, por exemplo).
A pesquisa experimental viabiliza novas descobertas: 
materiais, componentes, métodos, técnicas e é muito utilizada 
para obter novos conhecimentos e para a construção de 
protótipos. Este tipo de pesquisa requer manipulação e coleta 
de dados imparcial. 
Experimentar significa:
• elaborar e formular novos elementos;
• testar materiais e componentes; 
• simular eventos; 
• inferir e introduzir variáveis; 
• realizar modelagens.
Em uma pesquisa experimental, o pesquisador manipula 
algumas variáveis e então mede os efeitos dessa manipulação 
em outras variáveis.
2.3.1.1 O que são variáveis?
Variáveis são características que são medidas, controladas 
ou manipuladas em uma pesquisa. Diferem em muitos aspectos, 
principalmente no papel que a elas é dado em uma pesquisa e 
na forma como podem ser medidas. Há variáveis dependentes e 
variáveis independentes.
Variáveis independentes são aquelas que são manipuladas, 
enquanto variáveis dependentes são apenas medidas ou 
registradas. 
5
10
15
20
25
18
Unidade I
Re
vi
sã
o:
 A
na
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 2
8/
04
/0
9
2.3.2 Pesquisa de laboratório
Artificializa a produção do fato ou da sua leitura.
É caracterizada por:
• interferir artificialmente na produção do fato/ fenômeno/
processo;
• artificializar o ambiente ou os mecanismos de percepção 
para que o fato/fenômeno/processo seja produzido/
percebido adequadamente.
Permite:
• estabelecer padrão desejável de observação;
• captar dados para descrição e análise;
• controlar o fato/fenômeno/processo;
• coletar dados em um espaço curto, obtendo um snapshot 
do fenômeno.
2.3.3 Pesquisa operacional
É a investigação sistemática dos processos de produção. 
Utiliza ferramentas estatísticas e métodos matemáticos e 
visa selecionar os meios para produção, comparando custos, 
eficiência e valores.
Aplicações:
• controle e produção de estoques;
• processos e operações de manufatura;
• projeto e desenvolvimento de produtos;
• engenharia e manutenção de fábricas;
• administração de RH;
• gestão e vendas.
5
10
15
20
19
MÉTODOS DE PESQUISA
Re
vi
sã
o:
 A
na
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 2
8/
04
/0
9
Exemplo
Uma empresa de comida para cães produz dois tipos 
de ração, A e B. Para fabricar as rações, são utilizados 
carnes e cereais. As rações A e B são vendidas em sacos 
de 7,5 kg.
A ração A utiliza 6 kg de cereais e 1,5 kg de carne.
A ração B utiliza 5 kg de carne e 2,5 kg de cereais.
O quilo de carne custa R$ 4,00.
O quilo de cereais custa R$ 1,00.
A empresa compra por mês 10.000 kg de carne e 30.000 
kg de cereais.
Deseja-se saber qual quantidade de cada ração a empresa 
deve produzir de modo a maximizar o lucro.
2.3.4 Pesquisa Ex-post-facto (a partir de depois do fato)
É uma investigação sistemática e empírica em que o 
pesquisador não tem controle direto sobre as variáveis 
independentes, porque os fatos pesquisados e suas manifestações 
já ocorreram. São intrinsecamente não manipuláveis. Nesse tipo 
de pesquisa, são feitas inferências sobre as relações entre variáveis 
em observação direta, a partir da variação concomitante entre 
as variáveis independentes e dependentes.
2.3.5 Levantamento
Caracteriza-se pela interrogação direta das pessoas, cuja 
opinião se quer conhecer, e por ser um procedimento útil para 
pesquisas exploratórias e descritivas. Permite o conhecimento 
direto da realidade, a quantificação, economia e rapidez.
Etapas:
• seleção da amostra;
• aplicação de questionários, formulários ou entrevista; 
5
10
15
20
Unidade I
Re
vi
sã
o:
 A
na
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 2
8/
04
/0
9
• tabulação dos dados;
• análise com auxílio de ferramentas estatísticas.
2.3.6 Pesquisa de campo
Observa o lugar natural em que ocorrem os fenômenos e 
utiliza diversos procedimentos de coleta, como observações 
e entrevistas. É realizada onde acontece o fato / fenômeno / 
processo e coleta de dados pela observação do fato / fenômenos / 
processo in natura.
2.3.7 Estudo de caso
Estudo aprofundado e exaustivo de um ou de poucos objetos, 
de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado.
É adequado para explorar situações da vida real, descrever 
a situação em que está sendo feita determinada investigação 
e explicar as variáveis causais de determinado fenômeno em 
situações muito complexas.
Limitações:
• falta de rigor metodológico;
• dificuldade de generalização;
• tempo destinado à pesquisa.
Um caso pode ser...
• uma decisão,
• um programa,
• um processo de implantação.
2.3.8 Pesquisa-ação
É um tipo de pesquisa social com base empírica, 
concebida e realizada em estreita associação com uma ação 
ou com a resolução de um problema coletivo, e no qual os 
pesquisadores e os participantes representativos da situação 
5
10
15
20
21
MÉTODOS DE PESQUISA
Re
vi
sã
o:
 A
na
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 2
8/
04
/0
9
ou problema estão envolvidos de modo cooperativo ou 
participativo. 
Esse tipo de pesquisa é indicado quando há interesse 
coletivo na resolução de um problema ou suprimento de uma 
necessidade. Háenvolvimento participativo ou cooperativo 
dos pesquisadores e demais participantes no trabalho de 
pesquisa.
2.4 Quanto à natureza da informação
Indícios 
TendênciasNúmeros
Quantos?
Quantitativa Qualitativa
Por quê?
Tipos de pesquisa quanto à natureza da informação
2.4.1 Pesquisa quantitativa
Considera que tudo pode ser quantificável, o que significa 
traduzir em números opiniões e informações para classificá-las 
e analisá-las. Requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas 
(percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão, coeficiente 
de correlação, análise de regressão etc.).
Apesar de criticada, por reduzir as relações humanas a 
números exatos, é utilizada para estudar o homem e a sociedade 
quando é possível utilizar a mesma metodologia e o mesmo 
instrumental das ciências naturais. 
Exemplo
 As pessoas gostam mais de sorvete de chocolate 
ou de morango?
• 55% das pessoas gostam de chocolate.
• 40% preferem morango.
• 5% não gostam de sorvete.
5
10
15
22
Unidade I
Re
vi
sã
o:
 A
na
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 2
8/
04
/0
9
2.4.1.1 Técnicas quantitativas
2.4.1.1.1 Observação sistemática
O observador, munido de uma listagem de comportamentos, 
registra a ocorrência dos comportamentos durante um período 
de tempo.
 
Para evitar interferências, é comum utilizarem-se câmeras 
na observação sistemática.
2.4.1.1.2 Questionário
É um instrumento ou programa de coleta de dados em que o 
pesquisador deve saber exatamente o que procura, o objetivo de 
cada questão. O informante deve compreender perfeitamente 
as questões, portanto, deve-se conhecer e ter cuidado com o 
repertório do informante.
O questionário deve seguir uma estrutura lógica, do mais 
simples ao mais complexo. Deve apresentar uma questão por 
vez e ter linguagem clara.
Características:
• confeccionado pelo pesquisador e preenchido pelo 
informante;
• linguagem simples e direta;
• deve-se considerar um limite máximo de 30 minutos para 
respostas;
• devem-se determinar as questões mais relevantes e como 
se relacionam ao item de pesquisa.
Os questionários devem ser acompanhados de uma carta de 
apresentação detalhando:
• a finalidade do estudo;
• como preencher o questionário;
5
10
15
20
25
23
MÉTODOS DE PESQUISA
Re
vi
sã
o:
 A
na
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 2
8/
04
/0
9
• se é preciso identificação pessoal;
• como devolver o questionário.
2.4.1.1.3 Entrevistas
Partem do encontro entre o pesquisador e o objeto de estudo 
e servem para coleta de dados não documentados. Possibilitam 
análises qualitativas e quantitativas. O número de entrevistados 
depende da variabilidade da informação a obter. O roteiro da 
entrevista deve considerar a distribuição do tempo por assunto 
e a formulação de perguntas com respostas descritivas. 
Tipos de entrevistas
Entrevista 
estruturada
Entrevistador usa um esquema de questões sobre um 
tema.
Entrevista 
semiestruturada
Há um esquema, mas o entrevistador estimula que o 
entrevistado fale livremente sobre assuntos que vão 
surgindo.
Entrevista 
orientada
O entrevistador foca sua atenção sobre uma experiência e 
seus efeitos.
Entrevista de 
grupo
Pequenos grupos respondem simultaneamente a um grupo 
de questões.
Entrevista 
informal
Utilizada em estudos exploratórios, pode ajudar a 
encaminhar a investigação, rever hipóteses.
Entrevista 
dirigida
O informante apenas escolhe uma entre várias 
possibilidades. 
Embora possa se expressar com suas próprias palavras, é 
importante que as questões sejam fechadas.
2.4.2 Pesquisa qualitativa
Considera que há uma relação dinâmica entre o mundo 
real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o 
mundo objetivo e a subjetividade do sujeito, que não pode 
ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos 
e a atribuição de significados são básicas no processo de 
pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas 
estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para 
coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave. É 
descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados 
5
10
15
24
Unidade I
Re
vi
sã
o:
 A
na
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 2
8/
04
/0
9
indutivamente. O processo e seu significado são os focos 
principais de abordagem.
2.4.2.1 Técnicas qualitativas
2.4.2.1.1 Observação participante
Ocorre por meio do contato direto do pesquisador com o 
fenômeno observado.
2.5 Pesquisa bibliográfica
A pesquisa bibliográfica deve anteceder todos os tipos de 
pesquisas, pois coloca o pesquisador em contato com o que 
existe sobre o seu tema. É feita a partir de documentos (livros, 
livros virtuais, cd-ROM, Internet, revistas, jornais...) e compreende 
várias etapas:
• identificação e localização das fontes;
• consulta aos catálogos das bibliotecas;
• exame de índices de periódicos;
• consultas aos abstracts.
Há três tipos de fontes de informação: 
Fontes 
primárias
São os elementos sobre os quais se está escrevendo 
diretamente.
 As matérias-primas da pesquisa (livro, autor, 
experimento...).
Fontes 
secundárias
Livros e artigos nos quais os autores informam os 
resultados de suas pesquisas baseadas em dados ou 
fontes primárias.
São citados como suporte para sua pesquisa.
Fontes 
terciárias
Livros e artigos baseados em pesquisas secundárias, 
baseados nas pesquisas de outros.
Sintetizam e explicam a pesquisa feita em uma área.
Úteis para início de pesquisa, mas não são atualizados e 
dão suporte fraco à pesquisa.
5
10
25
MÉTODOS DE PESQUISA
Re
vi
sã
o:
 A
na
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 2
8/
04
/0
9
A busca da literatura deverá ser completa, ampla e 
profunda. A pesquisa bibliográfica possibilita a determinação 
dos objetivos, a construção das hipóteses e oferece elementos 
para fundamentar a justificativa ou motivação do tema.
Com a revisão bibliográfica, o pesquisador obtém os subsídios 
necessários para elaborar um histórico da questão, avaliar os 
trabalhos publicados sobre o tema, avaliar métodos apropriados 
para coletar e analisar dados e evitar duplicações desnecessárias 
de estudos já desenvolvidos.
Poucas horas gastas nas bibliotecas das grandes universidades 
poderão economizar muitas horas do pesquisador em laboratórios 
ou no campo. 
2.5.1 Pesquisa documental
Assemelha-se à pesquisa bibliográfica; todavia, as fontes que 
a constituem são documentos e não apenas livros publicados 
e artigos científicos divulgados, como é o caso da pesquisa 
bibliográfica.
A pesquisa documental é realizada em documentos 
conservados em órgãos públicos e privados de qualquer natureza, 
com pessoas, anais, regulamentos, ofícios, memorandos, 
balancetes, diários, cartas pessoais e outros. 
Documento
“Qualquer suporte que contenha informação registrada, 
formando uma unidade, que possa servir para consulta, 
estudo ou prova. Inclui impressos, manuscritos, registros 
audiovisuais e sonoros, imagens, sem modificações, 
independentemente do período decorrido desde a primeira 
publicação”. 
(Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6023, 2000)
5
10
15
20

Outros materiais