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Aula 7: Princípios de Esterilização PROF. TALITA CARMO Em um processo fermentativo são três os pontos de esterilização necessários: 1) Equipamento 2) Meio de Cultura 3) Ar Esterilização do Equipamento Esterilização: Processo físico ou químico que destrói ou inativa TODAS as formas de vida presentes em um determinado material. A esterilização de equipamentos é feita pela aplicação de métodos físicos (calor seco, calor úmido, radiação ultravioleta, radiação com partículas ionizantes (gama) e ultrassom) e químicos (limpeza de equipamentos com líquidos ou gases que matam microrganismos ou danificam irreversivelmente sua capacidade reprodutiva (hipoclorito, fenóis, formaldeído, óxido de etileno, ozônio, dióxido de enxofre). Os métodos de esterilização agem destruindo ou comprometendo estruturas microbianas, como paredes celulares, ácidos nucléicos ou inativando enzimas, proteínas, etc. � Reatores bioquímicos e tubulações são, geralmente, esterilizados pela aplicação de calor úmido (vapor saturado). � Equipamentos destinados ao processamento de produtos de fermentação (bomba, filtros, centrífugas, misturadores, separadores, colunas cromatográficas, homogeneizadores, etc.) são esterilizados preferencialmente por calor úmido. �Material de laboratório utilizado no processo é esterilizado por vapor úmido (autoclave), seco (fornos) e por radiação ultravioleta. � Embalagens são em geral esterilizadas por radiação gama, calor úmido ou por lavagem com produtos químicos apropriados. EsterilizaçãoEsterilizaçãoEsterilizaçãoEsterilização emememembateladabateladabateladabatelada ---- VaporVaporVaporVapor Utiliza vapor ou aquecimento direto para aumentar a temperatura. De um modo geral o sistema de resfriamento do equipamento é utilizado após para alcançar a temperatura desejada de fermentação. PrincipaisPrincipaisPrincipaisPrincipais DesvantagensDesvantagensDesvantagensDesvantagens:::: * Possíveis alterações na composição do meio de cultivo; * Elevados consumos de vapor, água e energia; * Possível corrosão; * Aumento de tempo “não produtivo” do fermentador. ReaçãoReaçãoReaçãoReação de de de de MaillardMaillardMaillardMaillard Reação entre aminoácidos e açúcar redutor em elevadas temperaturas (140- 165oC). CinéticaCinéticaCinéticaCinética de de de de destruiçãodestruiçãodestruiçãodestruição térmicatérmicatérmicatérmica de de de de microrganismosmicrorganismosmicrorganismosmicrorganismos Velocidade de destruição térmica de Velocidade de destruição térmica de Velocidade de destruição térmica de Velocidade de destruição térmica de microrganimosmicrorganimosmicrorganimosmicrorganimos Fatores: 1. Microrganismo 2. Meio de cultivo 3. Temperatura Como vocês imaginam a cinética de destruição de um microrganismo? dN = -k. N dT lnN= lnN0 – K.Δt Tempo de Tempo de Tempo de Tempo de reduçãoreduçãoreduçãoredução decimal (D)decimal (D)decimal (D)decimal (D) Tempo necessário para reduzir o número de microrganismos a 1/10 do valor inicial, ou seja, tempo necessário para destruir 90% dos microrganismos vivos existentes. Substituindo na equação: lnN= lnN0 – K.Δt Dificuldades na implementação desta equação * Meios de cultivo não apresentam um único tipo de microganismo a ser eliminado. * Microrganismo referência- Bacillus stearothermophilus. * A constante k depende do meio de cultivo e temperatura utilizada. * Formação de aglomerados celulares ou biofilmes. * Própria definição de esterilização. Correlação de k e temperatura Equação de Arrhenius k= A.exp(-α/RT) onde, A= constante empírica R= constante universal dos gases T= temperatura absoluta α= energia aparente de ativação da destruição térmica Influência da temperatura (T) na constante de destruição térmica (k) Destruição de nutrientes do meio em consequência da esterilização Quanto maior for a temperatura de esterilização, menor é a destruição nutrientes existentes e, consequentemente, melhor a performance de fermentação. Componente do meio Energia de ativação (Kcal/mol) Vitamina C 23,1 Ácido Fólico 16,8 Vitamina B12 23,1 Vitamina A 14,6 Vitamina B1 26,0 Pasteurização: A pasteurização reside basicamente no fato de se aquecer o alimento a determinada temperatura, e por determinado tempo, de forma a eliminar os microrganismos presentes no alimento. Posteriormente estes produtos são selados hermeticamente por questões de segurança, evitando assim uma nova contaminação. Obs.: Aumento da vida de prateleira do alimento, reduzindo as taxas de alterações microbiológicas e enzimáticas. Existem três tipos de pasteurização: Pasteurização lenta: na qual utilizamos temperaturas menores durante maior intervalo de tempo. Este tipo é melhor para pequenas quantidades de leite, por exemplo o leite de cabra. A temperatura utilizada é de 65º C durante trinta minutos. Pasteurização rápida: na qual utilizamos altas temperaturas durante curtos intervalos de tempo. É mais utilizada para leite de saquinho, do tipo A, B e C. A temperatura utilizada é de 75˚C durante 15 a 20s. Freqüentemente encontramos este tipo de pasteurização com a denominação HTST (High Temperature and Short Time), alta temperatura e curto tempo. Pasteurização muito rápida: na qual as temperaturas utilizadas vão de 130˚C a 150˚C, durante três a cinco segundos, este tipo é mais conhecido como UHT (Ultra High Temperature) ou longa vida. Pasteurização: A pasteurização é fundamental no processamento de: - Alimento infantil à base de maçã e banana - Antepasto de Berinjela - Catchup - Cerveja - Cogumelo em conserva - Molho de pimenta - Suco de laranja - Suco de Laranja Concentrado - Vinagre de maçã - Geléia de pimentão Desinfecção: É um processo menos rigoroso de eliminação de microrganismos, envolvendo o uso de um agente químico (desinfetante ou germicida), geralmente líquido e à temperatura ambiente ou moderada. * Não tem ação esterilizante, mas garante a assepsia adequada. Agentes esterilizantes podem ser classificados como agentes físicos ou químicos. Podem induzir, por diferentes mecanismos, a formação de substâncias químicas letais no interior das células e/ou alterações em moléculas essenciais para a manutenção e sobrevivência celular, levando à morte do microrganismo. Termo Significado Esterilização Remoção de todas as formas de vida de um objeto ou material. Desinfecção Remoção ou destruição dos organismos vivos capazes de promover desinfecção. Desinfectante ou germicida Agente químico capaz de promover desinfecção. Antisséptico Agente químico aplicável em pessoas ou animais, com capacidade de eliminar microrganismos patogênicos. Assepsia Remoção de microrganismos patogênicos ou indesejados. Pasteurização Tratamento térmico (geralmente 62º C por 30 min, seguido de resfriamento brusco) para redução drástica no número de microrganismos - presentes em alimentos, normalmente leite, seus derivados, e bebidas enlatadas ou engarrafadas. Tindalização Processo de esterilização capaz de eliminar esporos altamente resistentes ao calor. Consiste em manter o material a 100º C por vários minutos, resfriá-lo a temperatura ambiente e incubá-lo por cerca de 24h. O procedimento é repetido por várias vezes. Durante a incubação, os esporos passam à forma vegetativa, onde são susceptíveis à destruição durante o aquecimento seguinte. Biocidas Agentes capazes de causar a morte de microrganismos. Biostáticos Agentes capazes de impedir a reprodução de microrganismos, sem necessariamente matá-los. Calor úmido A temperatura elevada, associada ao alto grau de umidade, representa um dos métodos mais efetivos para destruição dos microrganismos. Como? Desnaturação irreversível de suas proteínas,destruindo elementos essenciais para a sobrevivência e multiplicação celular, como enzimas e membranas celulares. Carboidratos também sofrem alterações, sendo muitas vezes caramelizados e gerando produtos tóxicos. Calor seco Destrói os microrganismos através da oxidação de seus constituintes químicos. É muito mais lenta e menos eficaz que por calor úmido. Irradiação por luz ultravioleta (UV) A radiação UV é absorvida de modo mais significativo pelos ácidos nucléicos e o seu efeito letal é proporcional à dose de radiação aplicada. A região do espectro de UV com ação esterilizante é de 220 a 300nm, muitas vezes chamada de região “abiótica”. Radiação ionizante As radiações ionizantes eletromagnéticas são principalmente alfa, beta, raios X, raios catódicos, além de prótons, nêutrons, elétrons de alta energia. A morte celular resulta da formação da cadeia de ionização numa porção significativa do DNA. Óxido de etileno Éter cíclico que mata as células, agindo como alquilante. Ação: substituição de um átomo de hidrogênio de grupos funcionais de proteínas, ácidos nucléicos e outras moléculas (carboxila livre, amino ou sulfidrila) pela molécula de EtO aberta. Glutaraldeído Age na superfície das células, onde ocorrem interações glutaraldeído- proteínas, gerando diversos produtos. Esta interação aumenta com a elevação do pH, mas os produtos formados são estáveis à hidrólise ácida. ESTERILIZAÇÃO POR AGENTES FÍSICOS: 1) ESTERILIZAÇÃO POR CALOR ÚMIDO Calor úmido = vapor de água saturado Usos: - Esterilização de reatores vazios; - Esterilização de reatores com meio de cultura (esterilização descontínua). - Reatores com esterilização programável. - Esterilização em autoclaves. Esterilização DescontínuaEsterilização DescontínuaEsterilização DescontínuaEsterilização Descontínua Feita em 3 etapas: ◦ Circulação de vapor pela serpentina ou camisa até que a temperatura do meio de cultura seja maior que 96 °C. ◦ Injeção de vapor diretamente no meio de cultura até que este atinja 100 °C. O reator é completamente fechado e a injeção de vapor continua até que a temperatura e pressão internas sejam adequadas (121 °C e 1atm). ◦ O resfriamento é feito pela circulação de água fria na serpentina ou camisa. Quando a temperatura atingir a marca dos 100 °C, deve-se injetar ar esterilizado no tanque para evitar a formação de vácuo pela condensação de vapor presente. Tempo de esterilização: é função das condições do próprio reator e do processo. Esterilização em autoclaves: Utilizada para reatores de pequeno porte (até 30 L), vidrarias e outros materiais, incluindo meio de cultura. As autoclaves apresentam modelos verticais e horizontais. O aquecimento da água para geração de vapor pode ser elétrico ou a gás. Ainda pode ser gerado por uma caldeira externa e enviado para a autoclave. Exemplos de AUTOCLAVES Modelos de biorreatores com serpentina, jaqueta e camisa para o sistema de aquecimento / resfriamento Jaqueta Camisa Serpentina interna Serpentina interna Serpentina interna Reatores com esterilização programável (SIP): Equipamentos mais sofisticados, completamente automatizados, tem a função de esterilização incorporada em seu software de controle. Em geral, pode-se escolher o tempo e a temperatura de esterilização. A auto-esterilização pode ser realizada com injeção de vapor, do mesmo modo como descrito anteriormente. A injeção direta de vapor pode, em alguns casos, provocar a formação de espuma em grande quantidade. Se o problema for crítico, a esterilização deve ser realizada através da camisa ou serpentina. 2) ESTERILIZAÇÃO POR CALOR SECO Empregada a vidrarias, metais e sólidos resistentes ao calor; realizada em fornos ou estufas que atingem temperaturas superiores à 150º C. O tempo de exposição é maior (3 a 4h), porque a transferência de calor é mais lenta. 3) ESTERILIZAÇÃO POR RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA Utilizada para esterilizar materiais sólidos, como vidrarias, utensílios metálicos, embalagens. A fonte de ultravioleta é normalmente uma lâmpada emissora de radiação. A emissão diminui com o tempo, exigindo um controle sobre o tempo de vida útil dessas lâmpadas. Apenas a superfície do material exposto e o ar ao redor são esterilizados. 4) ESTERILIZAÇÃO POR RADIAÇÃO GAMA Produzida por Cobalto 60 ou Césio 137 e tem poder de penetração extremamente alto. Dada a complexidade do método, apenas materiais como vidrarias, metais e materiais sólidos como pós, solo, alimentos, sementes, embalagens são submetidos a este processo. Interior da câmara de irradiação: mesas giratórias para posicionamento dos produtos a serem irradiados e protetor da fonte de Cobalto 60. Sala de Operação do Laboratório de Radiação Gama. Centro de desenvolvimento da energia nuclear – UFMG – Belo Horizonte - Laboratório de radiação gama Café tratado por processo de irradiação visando desinfestação. Frutas e legumes tratados por processo de irradiação. Irradiação de Livros e papel para conservação e desinfestação. Esterilização de Produtos Médico-Farmacêuticos. Esterilização e desinfecção por agentes químicos GERMICIDAS QUÍMICOS: Utilizados quando equipamentos de operação unitários ou componentes de uma instalação industrial não admitem esterilização pelo vapor de água saturado. Necessidade de tempos maiores de contato para produzir o efeito desejado. A capacidade sanitizante está fortemente relacionada às propriedades físicas do material a ser tratado: - material plástico ou metálico; - superfície lisa ou rugosa; - porosidade do material; - ausência ou presença de locais de difícil acesso. Características químicas do ambiente: pH, presença de matéria orgânica contaminante, formação de filmes e depósitos no material, dureza da água utilizada na diluição do princípio ativo, presença de resíduos de sabão. Exemplos: * Germicidas de nível intermediário: soluções hidroalcoólicas 70 a 90% de etanol ou isopropanol, compostos clorados com cerca de 500 a 5000 ppm de cloro livre, solução aquosa de peróxido de hidrogênio3 a 6%, algumas preparações fenólicas. * Germicidas de nível baixo: capazes de destruir as formas vegetativas de bactérias, a maioria dos fungos, assim como vírus que contém lipídios em sua composição. Exemplo: compostos quaternários de amônio à concentração de 0,1 a 0,2%. AntissépticoAntissépticoAntissépticoAntisséptico Agente químico capaz de eliminar microrganismos patogênicos. AssepsiaAssepsiaAssepsiaAssepsia Remoção de microrganismos indesejados BacteriostáticoBacteriostáticoBacteriostáticoBacteriostático Agente que inibe o crescimento bacteriano. 1. Bacteriostático 2. Bactericida 3. Bacteriolítico Tempo No de células totais Células viáveis DiferentesDiferentesDiferentesDiferentes agentesagentesagentesagentes antimicrobianosantimicrobianosantimicrobianosantimicrobianos Etapas de desinfecção/esterilização de equipamentos: 1) Desmontagem do equipamento (se for o caso); 2) Limpeza dos componentes, procedendo-se à remoção de todo tipo de resíduos de meio de cultura, biomassa e produtos, fazendo uso de detergentes, se necessário; 3) Lavagem dos componentes com água com baixo teor de dureza para remoção dos detergentes utilizados; 4) Montagem do equipamento e introdução da solução aquosa do germicida, propiciando o tempo de exposição preestabelecido para a ação germicida requerida; 5) Drenagem da solução germicida do sistema; 6) Remoção dos resíduos do germicida através de circulação cuidadosa de água ou outro fluido estéril. Agentes Gasosos Rara utilização. A assepsia de salas e laboratórios é comumente realizada com vapores de formaldeído. Agentes de esterilização: -óxido de etileno: itens hospitalares, artigos plásticosde laboratório; -óxido de propileno: alimentos; -formaldeído e betapropiolactona: desinfecção de câmaras, salas e ambientes. Esterilização de Meios de Cultura por Aquecimento com Vapor Esterilização de meios de cultura Os meios de cultura devem ser esterilizados para que todos os contaminantes (microrganismos estranhos) que estão presentes no ar, água, equipamento, vidraria, e no próprio meio de cultura sólido sejam retirados para não consumirem o meio de cultivo, competindo assim com os microrganismos responsáveis pela fermentação desejada. 1) Processo descontínuo – processo de batelada 2) Processo contínuo Na esterilização descontínua distinguem-se três fases: a) Aquecimento: eleva a temperatura inicial do meio (T de preparo) até a temperatura de esterilização (geralmente 121°C); b) Esterilização: temperatura na qual é mantida constante durante o intervalo de tempo da esterilização; c) Resfriamento: realizado com o auxílio da serpentina ou camisa, passando-se água fria, até a temperatura atingir a temperatura de fermentação. A rigor, a destruição dos microrganismos não se dá somente na fase de esterilização. Durante o aquecimento e resfriamento, enquanto a temperatura for superior a temperatura mínima letal (80 a 100°C), também ocorre destruição dos microrganismos. Representação esquemática da variação de temperatura do meio durante sua esterilização por processo descontínuo. Vantagem: � Esterilização do meio de cultura e do fermentador simultaneamente, diminuindo os riscos de contaminação nas operações de transferência do meio para a dorna. Desvantagens: �Manutenção do meio em temperaturas relativamente altas (acima de 100°C) por períodos longos (horas); � Elevados consumos de vapor e de água: consequentes da eficiência baixa do sistema de troca de calor; � Problemas de corrosão; � tempo ‘não produtivo’ muito elevado: no período de esterilização, o fermentador é utilizado como um tanque de esterilização, sem produção. Contínuo O meio de cultura é esterilizado antes de entrar no fermentador através do sistema mostrado abaixo: Preaquecimento: utilizado como fluido de resfriamento Trocador de calor de placas ou de tubos. Mistura do meio com o vapor: atinge a T de esterilização Tubo de espera: termicamente isolado dimensionado de modo que o tempo de espera seja igual ao tempo de esterilização. Trocador de calor onde a T é reduzida até a T de fermentação. Fermentador Vapor Vapor Água fria Meio Esterilizado Tanque de mistura bomba Coluna De esterilização Tanque de manutenção Encanamento De resfriamento FluxoFluxoFluxoFluxo de de de de EsterilizaçãoEsterilizaçãoEsterilizaçãoEsterilização ContínuaContínuaContínuaContínua VantagensVantagensVantagensVantagens:::: * Tempo do mosto em alta temperatura é menor do que na esterilização em batelada; * Redução na contaminação metálica uma vez que a tubulação utilizada é fina e ligas especiais podem ser usadas; * No caso de mosto de alta viscosidade não há necessidade da utlização de agitadores; * Economia de vapor e água; * Pode ser associada a processos de sacarificação. Principal Principal Principal Principal desvantagemdesvantagemdesvantagemdesvantagem:::: * Insuficiente para esterilização de meios de cultivo com presença de partículas sólidas. Representação esquemática da variação de temperatura do meio durante sua esterilização por processo contínuo. Neste caso, a destruição dos microrganismos durante o aquecimento e resfriamento pode ser desprezada. Contínuo X Descontínuo O processo contínuo de esterilização do meio de cultura apresenta algumas vantagens com relação ao processo descontínuo, a saber: �Menor destruição de nutrientes do meio de cultura: por trabalhar com T mais elevadas e por ser um processo mais rápido tanto no aquecimento como no resfriamento, o tempo de permanência do meio em T elevada é relativamente pequeno (10 a 15 min). As fermentações que utilizam esterilização do meio de cultura por processo contínuo apresentam maior rendimento do que as realizadas com meio esterilizado por processo descontínuo. � Evita contaminação metálica do meio de cultura com a parede do tubo: tubo de espera com dimensões pequenas. � Dispensa a utilização de motores de potência elevada para acionamento dos agitadores, como no processo descontínuo: especialmente quando o meio é viscoso ou de alta densidade. � Economia de vapor, e de água de resfriamento, em relação ao processo descontínuo. � Os esterilizadores contínuos podem também serem utilizados nos processos de cozimento e sacarificação de matérias-primas amiláceas. FiltraçãoFiltraçãoFiltraçãoFiltração Utilizada quando o meio de cultivo não pode ser submetido a altas temperaturas. Esterilização de Ar Esterilização de Ar As espécies microbianas suspensas no ar atmosférico, assim como sua concentração, podem ser extremamente variáveis. Esses microrganismos são provenientes de: � solo: ventos � água: gotas d’água que se desprendem da superfície � irrigação com efluentes de esgoto � colheitas � abatedouros � criação de animais � depósitos de resíduos Principais tipos de microrganismos encontrados no ar: - Esporos de fungos constituem a maioria. ex. Cladosporium, Aspergillus - Bactérias esporulantes (endósporos) Podem atingir grandes altitudes, até 5000 m, e distâncias intercontinentais. Métodos para a esterilização de ar Aquecimento Radiações Filtração Impactador de fenda ou orifício Amostragem de bioaerossóis Amostragem global (viáveis e não viáveis) Amostragem deorganismos viáveis Impactação sobre lâmina de vidro Contagem direta de esporos Amostragem de bioaerossóis Amostragem global (viáveis e não viáveis) Amostragem deorganismos viáveis Impactação sobre lâmina de vidro Amostragem ativa (impactação) Amostragem passiva (sedimentação) Contagem direta de esporos Meio de cultura Sólido Meio de cultura Líquido Tipo Impinger Amostragem de bioaerossóis Amostragem global (viáveis e não viáveis) Amostragem deorganismos viáveis Impactação sobre lâmina de vidro Amostragem ativa (impactação) Amostragem passiva (sedimentação) Contagem direta de esporos Meio de cultura Sólido Meio de cultura Líquido Tipo ImpingerAmostrador de Fenda Amostrador de Andersen Amostrador de Andersen Amostragem de microrganismos do Ar: Tanto a amostragem por fenda como por peneira pode ser feita em cascata. Pode-se utilizar diferentes meios de cultura A remoção de microrganismos do ar utilizando filtros fibrosos pode acontecer pelos seguintesmecanismos: * Impacto de inércia * Intercepção * Difusão * Atração eletrostática –Size exclusion Removal mechanisms – Diffusional Interception – Electrostatic Attraction – Inertial impaction Há a necessidade de realizar um pré-tratamento do ar: Deixa o ar mais limpo; Funciona com um sistema para retirar partículas sólidas do ar; “Coarse filter” 1.Coarse filter 5. Separador 2. Compressor de ar (120∼∼∼∼150℃℃℃℃) 7. Coletor de umidade 3. Tanque de recuperação 8. Aquecedor (30∼∼∼∼35℃℃℃℃) 4 e 6.Resfriador (20∼∼∼∼25℃℃℃℃) 9. Filtro Processo de filtração de ar Separador em ciclone Eliminador de vapor “wire mesh demister” 180M180M180M180M3 3 3 3 FermentadoresFermentadoresFermentadoresFermentadores Compressor de ar Contaminantes em compressores de ar: - Pó atmosférico, fumaça, vapor de água, microrganismos; - Óleo originado do próprio compressor; - Contaminantes sólidos originados do próprio sistema. Filtros de ar em uma plantade fermentação Esterilização por radiação Teoricamente muitas radiações podem ser utilizadas para esterilizar o ar, entretanto apenas as radiações ultravioleta encontram aplicação prática. Baixo poder de penetração Longos períodos de exposição Inviabilidade do processo As radiações ultravioletas são utilizadas no interior de salas ou câmaras para esterilização do ar circundante e de mesas, uma vez que o ar introduzido nestes locais é previamente esterilizado por filtração. Esterilização por Filtração A esterilização do ar por filtração é a solução mais adequada para a obtenção de altas vazões de ar esterilizado, em virtude dos baixos custos envolvidos e de filtros bastante confiáveis. Por esses motivos a filtração é utilizada em praticamente todas as instalações industriais. Filtros de materiais fibrosos: filtros de lã de vidro * Poros ou interstícios entre as fibras (por onde passa o ar) são de dimensões maiores do que o diâmetro das fibras – fibras com diâmetro de 3 µm a 19 µm. * Operação de filtração em profundidade, pois as partículas são retidas ao longo de toda altura da camada filtrante. * Retenção dos microrganismos por impacto direto e retenção mecânica. Filtração em profundidade Esquema de um filtro tradicional de lã de vidro para a esterilização de ar. Recipiente em aço inoxidável, com dimensões na ordem de 2 a 3 m de altura e 1 a 1,5 m de diâmetro. : O ar que passa através da camada filtrante deve ter a T superior (40 a 50°C) a T ambiente para evitar condensação de umidade. Lã de vidro Vapor utilizado para a esterilização do filtro antes de iniciar o fornecimento de ar para o fermentador. Após o filtro é seco com ar aquecido. Filtros de Membranas Filtros de membranas microporosas, elaborados com material polimérico, por exemplo politetrafluoretileno (PTFE – teflon). Poros de dimensões menores do que os microrganismos a serem retidos (0,2 µm, 0,22 µm ou 0,45 µm). Retenção dos microrganismos por impacto direto na superfície do elemento filtrante. Filtros hidrofóbicos: sem água na superfície do filtro diminui o crescimento microbiano, diminuindo a possibilidade de enviar ar contaminado para o biorreator. Filtros HEPA (High Efficiency Particulate Air) * São empregados para a filtração do ar em câmaras de fluxo laminar de segurança biológica ou em “salas limpas”. * Permitem a retenção de pelo menos 99,97% das células e esporos microbianos ou outras partículas presentes no ar. * Removem partículas com diâmetro médio de 0,3 µm a 0,5 µm. * São montados com vários elementos filtrantes separados por folhas de alumínio, obtendo-se grande área para a passagem do ar e a utilização de ventiladores ao invés de compressores de ar, devido a baixa perda de pressão através do leito filtrante.
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