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AULA 05 DIREITO CIVIL V

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DIREITO CIVIL IV
Material de Apoio
Prof. Rafael Tartari Ramos
EMENTA: PROPRIEDADE. INTERESSE PRIVADO. INTERESSE PUBLICO. PASSAGEM FORÇADA.
AULA 05
Propriedade
Conceito: O Código Civil não definiu o conceito de propriedade, limitando-se a indicar suas principais características, quais sejam, o uso, gozo, disposição e reivindicação, como se extrai da leitura do disposto no art. 1.228 do CC/02.
Sendo assim, ficou a cargo da doutrina definir o conceito do direito real de propriedade.
Maria Helena Diniz: direito que a pessoa física ou jurídica tem, dentro dos limites normativos, de usar, gozar e dispor de um bem corpóreo ou incorpóreo, bem como de reivindica-lo de quem injustamente o detenha (Curso de Direito Civil: direito das coisas. 22.ed. São Paulo: Saraiva, 2007. pp. 113-114).
San Tiago Dantas: direito em que a vontade do titular é decisiva em relação à coisa, sobre todos os aspectos. Pode ele decidir tudo a respeito dela: pode, por conseguinte, usala, pode aproveitar suas utilidades, pode até mesmo, destruí-la e pode dar um fim ao seu direito, transferindo-o ao patrimônio de outrem. Por isso, a propriedade é o direito em que a vontade do titular é decisiva para a coisa, sobre todos os seus aspectos (apud Pedro Elias Avvad. Direito imobiliário: teoria geral e negócios imobiliários. Rio de Janeiro: Renovar, 2006. p. 55).
Para Carlos Roberto Gonçalves, o direito de propriedade pode ser definido como o poder jurídico atribuído a uma pessoa de usar, gozar e dispor de um bem, corpóreo ou incorpóreo, em sua plenitude e dentro dos limites estabelecidos na lei, bem como de reivindicá-lo de quem injustamente o detenha (GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. vol. V. Direito das Coisas. pp. 206-207).
Quando todos os elementos estão nas mãos de uma mesma pessoa, diz-se que a propriedade é plena; se ocorrer o desmembramento, passando um ou algum deles para as mãos de outra pessoa, diz-se a propriedade limitada (exemplo do usufruto).
Direito de usar – Faculdade do proprietário de servir-se da coisa de acordo com a sua destinação econômica. O uso será direto ou indireto, conforme o proprietário conceda utilização pessoal ao bem, ou em prol de terceiro, ou deixá-lo em poder de alguém que esteja sob suas ordens (servidor da posse). Tal direito concede a seu titular o acesso aos frutos naturais da coisa (art. 1.412 CC). 
Direito de gozar – Consiste na exploração econômica da coisa, mediante a extração de frutos e produtos, que ultrapassem a percepção dos simples frutos naturais. Colher frutos naturais e usar a coisa. A fruição está ligada a obtenção de frutos industriais (aquilo que é transformado pelo homem a partir da natureza) e os frutos civis (renda pela utilização da coisa por outrem). Por sua vez, produtos distinguem-se de frutos posto que os primeiros se exaurem quando extraídos da natureza, sem possibilidade de renovação (ex.: ouro) enquanto que os frutos se renovam naturalmente. Pela regra do artigo 1.232 do CC o proprietário faz jus tanto aos frutos quanto aos produtos (bens acessórios – regra do artigo 92 do CC). Inserido no jus fruendi está o direito as pertenças. 
Direito de dispor – Faculdade que tem o proprietário de alterar a própria substância da coisa. É a mais ampla forma de concessão de destinação econômica à coisa. A disposição pode ser material ou jurídica. Exemplo: atos de destruição e abandono da coisa. Em ambos os exemplos o proprietário pratica atos físicos que importam em perda da propriedade (art. 1.275, III e IV do CC). Curiosamente, na propriedade de bens consumíveis (ex.: alimentos), a disposição material se confunde com a própria fruição da coisa, a ponto de ser ilegítima qualquer norma restritiva ao gozo do bem, por implicar violenta afetação que recairia sobre a própria substância da coisa. Já a disposição jurídica da propriedade poderá ser de caráter total ou parcial. Total, quando o proprietário praticar ato de alienação, importando em mutação subjetiva do direito real. A alienação será onerosa ou gratuita, em qualquer hipótese o adquirente sucede o proprietário em todas as faculdades do domínio. A disposição jurídica parcial deriva da instituição de ônus reais (gravame) sobre o bem (ex. hipoteca, usufruto). Nas duas o proprietário mantém a titularidade, apesar da convivência com um direito real em coisa alheia, como o do credor hipotecário ou um usufrutuário que recebe temporariamente certas faculdades do domínio.
Em síntese, nem sempre o proprietário terá consigo os poderes de uso, fruição e disposição. Essa dissociação eventualmente surgirá quando o proprietário pode dispor juridicamente da coisa, mas está privado de lhe conceder exploração econômica imediata (usufruto), ou quando possa obter frutos e produtos, mas esteja inibido de dispor (cláusula de inalienabilidade). Essa separação de poderes dominiais não ofende a essência do direito subjetivo de propriedade, que continua pertencendo exclusivamente ao seu titular. 
As faculdades de usar, gozar e dispor compreendem os elementos internos ou econômicos do direito de propriedade. Através deles o proprietário obterá as vantagens pecuniárias decorrentes de sua titularidade e exercitará o poder imediato sobre a coisa. Trata-se de conteúdo (interno) positivo da propriedade (domínio).
Direito de reivindicar – Denominado conteúdo externo ou jurídico da propriedade, por representar a pretensão do titular do direito subjetivo de excluir terceiros de indevida ingerência sobre a coisa, permitindo que o proprietário mantenha a sua dominação sobre o bem, realizando verdadeiramente a almejada atuação socioeconômica. Trata-se do direito de seqüela (jus persiquendi).
Poder de reivindicação: a ação reivindicatória
O proprietário tem o poder de reaver a coisa das mãos daquele que injustamente a possua ou detenha. É a ação reivindicatória, tutela específica da propriedade, que possui fundamento no direito de sequela. A ação de imissão de posse, por exemplo, tem natureza reivindicatória.
Os pressupostos da ação reivindicatória são três: a) a titularidade do domínio, pelo autor, da área reivindicada, que deve ser devidamente provada; b) a individuação da coisa, com a descrição atualizada do bem, seus limites e confrontações; c) a posse ilegítima do réu.
Obs.: No que diz respeito ao requisito c, carece da ação o titular do domínio se a posse do
terceiro (réu) for justa, como aquela fundada em contrato não rescindido. O art. 1.228 do
CC/2002 fala em posse injusta, mas a expressão deve ser compreendida no sentido de posse sem título, sem causa jurídica. Não há necessidade que a posse ou detenção tenha sido obtida através de violência, clandestinidade ou precariedade.
A ação reivindicatória é imprescritível, uma vez que a sua pretensão versa sobre o domínio, que é perpétuo, somente se extinguindo nos casos previstos em lei (usucapião, desapropriação etc.).
Obs.2: Embora imprescritível, a reivindicatória pode esbarrar na usucapião, matéria que pode ser alegada pelo réu em sua defesa (v. Súmula 237 do STF). Acolhida a alegação de usucapião, a sentença afastará a pretensão do reivindicante, mas não produzirá efeito erga omnes. Para tanto, é necessária a propositura de ação de usucapião, com citação de todos os interessados.
Podem ser objeto da ação reivindicatória todos os bens objeto da propriedade, ou seja, coisas corpóreas que se acham no comércio, sejam móveis ou imóveis, singulares ou coletivas, singulares ou compostas, mesmo as universalidades de fato.
A legitimado ativo é o proprietário, seja a propriedade plena ou limitada, irrevogável (1.784 CC/02) ou resolúvel. Quando se tratar de ação real imobiliária, há necessidade de outorga uxória para o seu ajuizamento, bem como a citação de ambos os cônjuges se o réu for casado (CPC, art. 10).
Quanto à legitimidade passiva, a ação deve ser movida contra quem está na posse ou
detém a coisa, sem título ou causa jurídica. A boa-fé do possuidor não impede a propositurada reivindicatória. Aquele que detém a coisa em nome de terceiro deve nomear este a autoria (CPC, 62). Pode a ação ser proposta contra aquele que deixou de
possuir a coisa com dolo, no intuito de dificultar a reivindicação.
Da Função Social da Propriedade
É importante observar que a palavra propriedade é dotada de pluralidade semântica,
podendo ter, pelo menos, três significados distintos:
A) Propriedade enquanto bem móvel ou imóvel: A locução função social da propriedade está relacionada à utilidade conferida ao bem (propriedade enquanto bem), seja ele móvel, imóvel, corpóreo ou incorpóreo. Essa utilidade se dá através do exercício da posse.
B) Propriedade enquanto direito que recai sobre um bem corpóreo ou incorpóreo: o direito de propriedade, assegurado constitucionalmente como um direito fundamental, apresenta a função social como elemento estrutural (propriedade enquanto direito), de modo que não há proteção constitucional à propriedade exercida em desconformidade com sua função social. Em outras palavras, é essencial que o direito de propriedade seja exercido funcionalizado pela socialidade.
C) Propriedade enquanto instituição: a função social impõe uma série de limitações que devem ser respeitadas pelo proprietário. As normas que asseguram o cumprimento da função social, bem como as que reprimem seu descumprimento integram o conjunto que representa a instituição propriedade no direito brasileiro (propriedade enquanto instituição).
A concepção da funcionalização do Direito é adjetivada pela socialidade. A função por si
só poderia também incorrer em um indesejável egoísmo. Dessa forma, o adjetivo social
acompanha a locução para consagrar a leitura conglobante do Direito, atrelando a pessoa
ao ambiente social em que coexiste com as demais pessoas, iguais em dignidade e, por isso, o estabelecimento de qualquer relação deve levar em consideração os interesses particulares dos sujeitos envolvidos, conformando-os aos interesses socialmente relevantes.
A função social, como a própria etimologia da expressão revela, considera que o Direito
tem um compromisso inafastável com a sociedade da qual emana e para qual serve, devendo suas normas guardar coesão com a socialidade.
Assim, o fenômeno da funcionalização do Direito está arrimado nos princípios da solidariedade, da justiça social e, evidentemente, na dignidade da pessoa humana, porquanto o Direito, enquanto experiência da cultura humana, não pode permanecer indiferente ao social (Luiz Edson Fachin. Estatuto jurídico do patrimônio mínimo. Rio de Janeiro: Renovar, 2006. p. 45). Guilherme Calmon Nogueira da Gama e Caroline Dias Andriotti, ao tratarem da funcionalização do direito, revelam que ela advém da necessidade do Estado em intervir nas relações econômicas e participar ativame te da vida social, garantindo o equilíbrio das relações, sobretudo na tentativa de harmonizar interesses meramente individuais e as necessidades coletivas e sociais (Breves notas históricas da função social no Direito Civil. In: Guilherme Calmon Nogueira da Gama (org). Função social no direito civil. São Paulo: Atlas, 2007. p. 2).
A função social da propriedade no direito brasileiro não é novidade do Código Civil de
2002, muito menos da Constituição Federal de 1988. Desde a Carta de 1934, a função social da propriedade vinha, timidamente, ganhando seus primeiros contornos no cenário constitucional nacional, suprindo uma deficiência sociológica do tratamento conferido à
propriedade pela codificação civil de 1916, de cunho notadamente individualista, típico das codificações oitocentistas.
Na Constituição de 1967, a expressão função social da propriedade foi enfim textualmente consolidada, mas somente na Constituição de 1988 a função social da propriedade foi elevada à categoria dos direitos fundamentais, traçando, assim, contornos até então inéditos ao direito de propriedade rumo à concretização de um princípio até então insurgente, qual seja, o da solidariedade social.
A nova concepção constitucional repercutiu no Código Civil, que, em razões de naturezas
diversas, estava obsoleto, cuja ab-rogação já estava fatalmente destinada a acontecer diante da tramitação do projeto do Novo Código Civil, desde 1975. A propriedade não mais poderia apresentar resquícios de individualismo. Não significa, com isso, propugnar pela extinção da propriedade privada e instauração de um regime exclusivamente de propriedade coletiva. A propriedade privada existe e é constitucionalmente elencada como direito fundamental; todavia, tão importante quanto o próprio reconhecimento de um direito à propriedade privada, é a garantia de que este direito de propriedade será exercido conforme as exigências da função social que ele deve desempenhar, exigências essas que impõem limites negativos e positivos.
É com esta ideologia que surge o Código Civil de 2002, que, apoiado em suas diretrizes de eticidade, socialidade e operabilidade, mesmo sem fazer referência à textualidade da expressão, consolida a função social da propriedade nos parágrafos do art. 1.228:
Os dois primeiros parágrafos trazem importantes padrões de utilização da propriedade conforme referenciais que transcendem os interesses meramente individuais do proprietário.
O §§ 4º e 5º inovaram ao introduzir no ordenamento brasileiro instituto semelhante à
usucapião, mas que com ela não se confunde: a desapropriação judicial pela possetrabalho. Esses dois dispositivos, apesar da excelente intenção do legislador em criar
novos instrumentos de implementação da função social, vem sendo alvo de várias críticas
doutrinárias, sobretudo pelas dúvidas que surgem para sua aplicação. Em primeiro lugar, ainda que a posição majoritária seja a de que a natureza jurídica é de desapropriação,
autores há que entendem tratar-se de usucapião. Por outro lado, questões como a possibilidade ou não de incidir sobre bens públicos; a espécie de propriedade que surgirá
após a desapropriação (se condomínio necessário ou facultativo, ou mesmo se propriedade individual); se o Poder Público deve arcar subsidiariamente com o valor da
indenização a que se refere o § 5º; a que boa-fé se refere o § 4º, fazem com que surja a
necessidade de lei para regulamentar o instituto. Ademais, os conceitos indeterminados
existentes (considerável número de pessoas, obras e serviços de interesse social e econômico relevante, extensa área) exigem do intérprete muito cuidado na aplicação.
Em se tratando da propriedade rural, a Constituição da República, em seu art. 186,
fornece os parâmetros cumulativos da função social:
a) aproveitamento racional e adequado;
b) utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
c) observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
d) exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
O art. 2° do Estatuto da Terra também fornece os requisitos cumulativos da função social
da propriedade:
A função social está atrelada à utilização do bem, utilização esta que somente é possível
através da posse. Assim, em se tratando da propriedade rural, a função social da posse
agrária é o elemento distintivo que garante a proteção constitucional e legal do imóvel
(ressalte-se que muitas das vezes a posse é desvinculada do direito de propriedade ius
possessionis x ius possidendi).
Características da Propriedade
As características da propriedade estão indicadas no art. 1.231, CC: a plenitude e a exclusividade. A essas características a doutrina soma outras três: perpetuidade, elasticidade e oponibilidade erga omnes.
A propriedade é considerada plena quando se encontrarem nas mãos do proprietário todas as faculdades que lhe são inerentes (usar, gozar, dispor e reivindicar), estando o mesmo sujeito apenas às limitações impostas no interesse público.
Contrapondo-se a noção de propriedade plena, acima abordada, temos a propriedade limitada, que secaracteriza: a) quando estiver sujeita a algum ônus real; b) quando for resolúvel.
A exclusividade significa que a mesma coisa não pode pertencer com exclusividade e simultaneamente a duas ou mais pessoas. O direito de um sobre determinada coisa exclui o direito de outro sobre a mesma coisa. Isso não se choca com a ideia de condomínio, pois cada condômino é proprietário, com exclusividade, de sua parte ideal.
A propriedade é perpétua, pois não se extingue pelo não-uso. Não estará perdida enquanto o proprietário não a alienar ou ocorrer algum dos modos de perda previstos em lei, como a usucapião, a desapropriação, o perecimento etc. Ademais, é transmissível aos herdeiros.
A característica da elasticidade decorre da possibilidade de serem transferidos alguns dos
poderes a terceiros. O fenômeno inverso chama-se retração.
Por fim, a oponibilidade erga omnes já foi oportunamente estudada quando da análise das características dos direitos reais. Em tempo, é importante lembrar que a propriedade, por ser direito real por excelência, apresenta as mesmas características comuns a essa categoria de direitos.
Extensão do Direito de Propriedade
propriedade móvel: recai sobre a coisa por inteiro, delimitada espacialmente pelos próprios limites materiais da coisa.
propriedade imóvel (arts. 1.229 e 1.230, CC): abrange o solo e o subsolo, em altura e profundidade úteis ao proprietário. Não se incluem as jazidas, minas, recursos minerais, energia hidráulica e monumentos arqueológicos (propriedade da União).
Restrições Legais de Interesse Particular e Público
Também denominadas de delimitações ao direito de propriedade, pois tais limites acabam por lhe conferir os seus contornos. São várias as restrições, impostas pela Constituição Federal, pelo Código de Mineração, Florestal, Lei de Proteção ao Meio Ambiente etc.
Há ainda limitações que decorrem dos direitos de vizinhança e de cláusulas impostas voluntariamente nas liberalidades, como inalienabilidade, impenhorabilidade e incomunicabilidade.
Todo esse conjunto traça o perfil da propriedade no direito brasileiro, afastando em parte
a ideia de propriedade como direito absoluto e enfatizando o seu viés social.
As limitações de interesse público serão estudadas nas respectivas disciplinas.
Alguns exemplos de limitações de interesse público:
- Servidão administrativa;
- Art. 176, CR: propriedade da União das jazidas e recursos minerais e os
potenciais de energia elétrica;
- Tombamento;
- Art. 5º, XXIV, CR: possibilidade de desapropriação por utilidade ou necessidade
pública ou por interesse social;
- Art. 1º, Código Florestal: as florestas existentes no território nacional e as
demais formas de vegetação, reconhecidas de utilidade às terras que revestem, são
bens de interesse comum a todos os habitantes do País, exercendo-se os direitos
de propriedade com as limitações que a legislação em geral e especialmente esta
lei estabelecerem;
- Art. 5º, XXV, CR: requisição de bens particulares.
Limitações de interesse privado: estão contidas principalmente no Código Civil, especialmente o art. 1.228 c/c disposições acerca do direito de vizinhança. Há várias outras limitações dispostas no Código e na legislação esparsa, além de sempre haver a possibilidade de as partes, no exercício da autonomia privada, estipularem limitação específica (como ocorre, p.ex., nas cláusulas de inalienabilidade e incomunicabilidade).
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