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RESUMO FILOSOFIA (ensino médio)

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Filosofia
Sócrates
(470 a. C – 339 a.C)
Sócrates é considerado um dos pioneiros da Filosofia Ocidental. Ele parte do pressuposto: “Só sei que nada sei”, que consiste justamente na sabedoria de reconhecer a própria ignorância, ponto de partida para a procura do saber. Por isso seu método começa pela parte considerada “destrutiva”, chamada ironia (em grego, perguntar). Nas discussões afirma inicialmente nada saber, diante do oponente que se diz conhecedor de determinado assunto. Com hábeis perguntas, desmonta as certezas até o outro reconhecer a própria ignorância. Parte então para a segunda etapa do método, a maiêutica (em grego, parto, dar à luz). Dá esse nome em homenagem a sua mãe, que era parteira, acrescentando que, se ela fazia parto de corpos, ele “dava à luz” ideias novas. Com suas perguntas, Sócrates deixa embaraçado e perplexo aquele que está seguro de si mesmo, fá-lo ver novos problemas, desperta a sua curiosidade e estimula-o a refletir. Sócrates, por meio de perguntas, destrói o saber construído para reconstruí-lo na procura da definição do conceito, por meio da qual pretendia atingir a essência das coisas. E, no final, nem sempre Sócrates tem a resposta. Por razões de método, seus diálogos levantam uma questão, mas não dão a solução. Servem para pôr o interrogado no caminho da solução para que ele mesmo a encontre.
Platão
(427 a.C – 347 a. C)
Platão foi seguidor de Sócrates e mestre de Aristóteles. Sócrates era bem mais velho, pelo menos quarenta anos separavam ambos, mas eles puderam desfrutar de oito anos de aprendizado conjunto. Depois de viajar pela Magna Grécia e pela Sicília, Platão regressou a Atenas e fundou a Academia, que em breve se tornou conhecida e frequentada por um grande número de jovens que vinha à procura de uma educação melhor. Apesar de ser o primeiro filósofo da Antiguidade de quem se conhece a obra integral, muitos de seus diálogos não são autênticos, embora supostamente assinados por ele. Seu estilo literário é o diálogo, uma espécie de ponte entre a oralidade fragmentária de Sócrates e a estética didática de Aristóteles. Nos escritos de Platão mesclam-se elementos mito-poéticos com fatores essencialmente racionais. Este filósofo não se guia pelo rigor científico, nem por uma metodologia formal. Em Platão, a filosofia ganha contornos e objetivos morais, apresentando assim soluções para os dilemas existenciais. Esta práxis, porém, assume no intelecto a forma especulativa, ou seja, para se atingir a meta principal do pensamento filosófico, é preciso obter o aprendizado científico. O âmbito da filosofia para Platão, se amplia, se estende a tudo que existe. Segundo o filósofo, o homem vivencia duas espécies de realidade – a inteligível e a sensível. A primeira se refere à vida concreta, duradoura, não submetida a mudanças. A outra está ligada ao universo das percepções, de tudo que toca os sentidos, um real que sofre mutações e que reproduz neste plano efêmero as realidades permanentes da esfera inteligível. Este conceito é concebido como Teoria das ideais ou Teoria das Formas.
O mito da caverna é parte constituinte do livro VI de “A República”, uma das obras mais importantes do filósofo. A narrativa expressa dramaticamente a imagem de prisioneiros que desde o nascimento são acorrentados no interior de uma caverna de modo que olhem somente para uma parede iluminada por uma fogueira. Essa ilumina um palco onde estátuas dos seres como homem, planta, animais etc. são manipuladas, como que representando o cotidiano desses seres. No entanto, as sombras das estátuas são projetadas na parede, sendo a única imagem que aqueles prisioneiros conseguem enxergar. Com o correr do tempo, os homens dão nomes a essas sombras (tal como nós damos às coisas) e também à regularidade de aparições destas. Os prisioneiros fazem, inclusive, torneios para se gabarem, se vangloriarem a quem acertar as corretas denominações e regularidades. Imaginemos agora que um destes prisioneiros é forçado a sair das amarras e vasculhar o interior da caverna. Ele veria que o que permitia a visão era a fogueira e que na verdade, os seres reais eram as estátuas e não as sombras. Perceberia que passou a vida inteira julgando apenas sombras e ilusões, desconhecendo a verdade, isto é, estando afastado da verdadeira realidade. Mas imaginemos ainda que esse mesmo prisioneiro fosse arrastado para fora da caverna. Ao sair, a luz do sol ofuscaria sua visão imediatamente e só depois de muito habituar-se com a nova realidade, poderia voltar a enxergar as maravilhas dos seres fora da caverna. Não demoraria a perceber que aqueles seres tinham mais qualidades do que as sombras e as estátuas, sendo, portanto, mais reais. Significa dizer que ele poderia contemplar a verdadeira realidade, os seres como são em si mesmos. Não teria dificuldades em perceber que o Sol é a fonte da luz que o faz ver o real, bem como é desta fonte que provém toda existência (os ciclos de nascimento, do tempo, o calor que aquece etc.). Maravilhado com esse novo mundo e com o conhecimento que então passara a ter da realidade, esse ex-prisioneiro lembrar-se-ia de seus antigos amigos no interior da caverna e da vida que lá levavam. Imediatamente, sentiria pena deles, da escuridão em que estavam envoltos e desceria à caverna para lhes contar o novo mundo que descobriu. No entanto, como os ainda prisioneiros não conseguem vislumbrar senão a realidade que presenciam, vão debochar do seu colega liberto, dizendo-lhe que está louco e que se não parasse com suas maluquices acabariam por matá-lo.
Aristóteles
 
(384 a.C – 322 a. C)
É considerado um dos principais filósofos da Antiguidade, ao lado de Sócrates e Platão. Filho de Nicômaco, médico pessoal de Amintas, rei da Macedônia, nasceu na Estagira, em Calcídica, situada no litoral norte do Mar Egeu, no ano de 384 a.C. Com aproximadamente dezesseis, ele partiu para Atenas. Segundo Aristóteles, a filosofia é essencialmente teorética: deve decifrar o enigma do universo, em face do qual a atitude inicial do espírito é o assombro do mistério. O seu problema fundamental é o problema do ser, não o problema da vida. O objeto próprio deste estudo, em que está a solução do seu problema, são as essências imutáveis e a razão última das coisas, isto é, o universal e o necessário, as formas e suas relações. Entretanto, as formas são imanentes na experiência, nos indivíduos, de que constituem a essência. A filosofia aristotélica é, portanto, conceptual como a de Platão mas parte da experiência; é dedutiva, mas o ponto de partida da dedução é tirado – mediante o intelecto da experiência. Partindo como Platão do mesmo problema acerca do valor objetivo dos conceitos, mas abandonando a solução do mestre, Aristóteles constrói um sistema inteiramente original. Os caracteres desta grande síntese são:
1. Observação fiel da natureza – Platão, idealista, rejeitara a experiência como fonte de conhecimento certo. Aristóteles, filósofo mais positivo, toma sempre o fato como ponto de partida de suas teorias, buscando na realidade um apoio sólido às suas mais elevadas especulações metafísicas.
2. Rigor no método – Depois de estudar as leis do pensamento, o processo dedutivo e indutivo, aplica-os, com rara habilidade, em todas as suas obras, substituindo à linguagem imaginosa e figurada de Platão, em estilo lapidar e conciso e criando uma terminologia filosófica de precisão admirável. Pode considerar-se como o autor da metodologia e tecnologia científicas. Geralmente, no estudo de uma questão, Aristóteles procede por partes:
a) começa a definir o objeto;
b) passa a enumerar as soluções históricas;
c) propõe depois as dúvidas;
d) indica, em seguida, a própria solução;
e) refuta, por último, as sentenças contrárias.
3. Unidade do conjunto – Sua vasta obra filosófica constitui um verdadeiro sistema, uma verdadeira síntese. Todas as partes da filosofia se compõem, se correspondem, se confirmam.
Santo Agostinho
(354 – 430)
Aurelius Augustinus viveu em um momento de transição importante: a decadênciado Imperio Romano do Ocidente e a passagem para o mundo medieval. Filho de uma família abastada do Norte da África, seus pais se esforçaram para mandá-lo estudar na Universidade de Cartago. Em vez de dedicar-se aos estudos, Agostinho preferiu dedicar-se a uma vida de prazeres, preferencialmente os sexuais, que lhe rendeu a famosa frase: “Senhor, torna-me casto, mas não ainda”. Para Agostinho, o tempo não tem realidade em si, é uma invenção do homem, constituído por três nadas: o passado, que não existe mais; o futuro, que ainda não existe; e o presente, tão fugaz que é uma mistura de passado e futuro. É a partir daí que se compreende com certa facilidade a concepção agostiniana de Deus. Assim como Platão (427-347 a.C.), Agostinho concebe Deus como uma entidade que pertence a um reino de verdades atemporais, perfeitas e imateriais, com o qual só temos contato de maneira não-sensorial: tendo sido feitos à imagem e semelhança de Deus, uma parte desse reino existe dentro de nós (e pode ser identificado com a alma).
Nicolau Maquiavel
(1469 – 1527)
Conhecido por sua obra “O Príncipe”, Maquiavel nasceu em uma família decadente de Florença no dia 3 de maio de 1469. Recebeu educação formal e iniciou suas atividades políticas após a derrocada de Girolamo Savonarolla no Governo de Florença. Foi nomeado para diversas missões diplomáticas e exerceu muitos cargos dentro do governo, o que lhe deu as bases de seu pensamento filosófico e foi o combustível para suas obras. As ideias de Maquiavel vieram da prática e da observação, pois isso são consideradas de certa forma mais realistas e adaptáveis às condições do homem. Nicolau Maquiavel chama a atenção por defender que o poder, a honra e a glória são bens que devem ser perseguidos e valorizados, ao contrário da ideia restrita de virtude cristã angelical (livre de tentações). O homem de virtú poderia conseguir bens na terra e deveria lutar por isso, sem ficar almejando recompensas exclusivamente celestiais.  A moral não poderia ser um limitador da prática política. O pensamento político de Maquiavel se apoia no conceito de que a estabilidade da sociedade e do governo precisam ser conseguidos a todo o custo.
Francis Bacon
(1561- 1626)
Nascido em 1561, em Londres, Inglaterra, Francis Bacon era filho de uma família de posses e teve uma educação rara para a época. Sua mãe foi quem primeiro se ocupou de sua educação e, mais tarde, Bacon cursou o Trinity College e, logo depois a Universidade de Cambridge indo depois para Paris. Bacon é considerado o pai do empirismo moderno por ter formulado os fundamentos dos métodos de análise e pesquisa da ciência moderna. Para ele a verdadeira ciência é a ciência das causas e seu método é conhecido como racionalista experimental. Ao contrário de Descartes, Francis Bacon mesclou sua vida entre a contemplação da filosofia e a agitação da vida política. Ele acreditava que a dedicação exagerada aos estudos, sem uma finalidade prática, era pura vaidade acadêmica e que os estudos não poderiam ser um fim em si mesmo. Para ele os verdadeiros sábios são capazes de utilizar os conhecimentos de maneira prática, indicando uma visão pragmática para a ciência e a filosofia. O rigor dos experimentos científicos, o uso da razão nos atos do dia a dia, a primazia do método indutivo e ideia de que todo conhecimento tem por finalidade ser posto em prática, formam o corpo de sua obra.
René Descartes
(1596 – 1650)
Nascido em La Haye em 31 de março de 1596, filósofo o francês René Descartes é considerado o pai da matemática e da filosofia moderna. O pensamento de Descartes foi revolucionário para a sociedade feudalista em que ele nasceu, onde a influência da Igreja ainda era muito forte. 
Foi um dos precursores e considerado o pai do racionalismo, defendendo a tese de que a dúvida era o primeiro passo para se chegar ao conhecimento. Descartes é considerado o primeiro filósofo moderno, sendo a sua contribuição à epistemologia essencial, assim como às ciências naturais por ter estabelecido um método que ajudou no seu desenvolvimento. Descartes criou, em suas obras Discurso sobre o método e Meditações – ambas escritas no vernáculo, ao invés do latim tradicional dos trabalhos de filosofia – as bases da ciência contemporânea.
Ao contrário dos gregos antigos e dos escolásticos, que acreditavam que as coisas existem simplesmente porque precisam existir, ou porque assim deve ser Descartes instituiu a dúvida: só se pode dizer que existe aquilo que puder ser provado, sendo o ato de duvidar indubitável. Baseado nisso, Descartes busca provar a existência do próprio eu (ego cogito ergo sum- eu que penso, logo existo).
Também consiste o método de quatro regras básicas:
1- Verificar se existem evidências reais e indubitáveis acerca do fenômeno ou coisa estudada;
2- Analisar, ou seja, dividir ao máximo as coisas, em suas unidades mais simples e estudar essas coisas mais simples;
3- Sintetizar, ou seja, agrupar novamente as unidades estudadas em um todo verdadeiro;
4- Enumerar todas as conclusões e princípios utilizados, a fim de manter a ordem do pensamento.
Jean-Jacques Rousseau
(1712- 1778)
Rousseau tem como essência a crença de que o Homem é bom naturalmente, embora esteja sempre sob o jugo da vida em sociedade, a qual o predispõe à depravação. Para ele o homem e o cidadão são condições paradoxais na natureza humana, pois é o reflexo das incoerências que se instauram na relação do ser humano com o grupo social, que inevitavelmente o corrompe. É assim que o Homem, para Rousseau, se transforma em uma criatura má, a qual só pensa em prejudicar as outras pessoas. Por esta razão o filósofo idealiza o homem em estado selvagem, pois primitivamente ele é generoso. Um dos equívocos cometidos pela sociedade é a prática da desigualdade, seja a individual, seja a provocada pelo próprio contexto social.  Nesta categoria ele engloba desde a presença negativa dos ciúmes no relacionamento afetivo, até a instauração da propriedade privada como base da vida econômica.
Immanuel Kant
(1724 – 1804)
Kant nasceu em 1724, na pequena cidade de Königsberg, na Prússia Oriental. É considerado o pai da filosofia crítica. A obra de Kant foi dividida em duas principais fases: pré-crítica e crítica.
A fase pré-crítica (período que durou até 1770) diz respeito à filosofia conhecida como dogmática – as ideias colocadas apresentam-se como certas e indiscutíveis – recebeu influência de Gottfried Wilhelm von Leibniz, filósofo, cientista, matemático, diplomata e bibliotecário alemão e Christian von Wolff, importante filósofo alemão. Desempenha admiráveis estudos na área que abrange as ciências naturais e no que diz respeito à física estudada por Newton. De todas as obras editadas nesta fase salienta-se “A História Universal da Natureza” e “Teoria do Céu”, de 1775, obra na qual discursa sobre a famosa teoria cosmológica da “nebulosa” para esclarecer como surgiu e progrediu o nosso sistema solar.
A segunda fase fala sobre o período em que se sai do transe da “letargia dogmática” graças ao choque que a f. do famoso filósofo Hume provocou. Kant publica “A Crítica da Razão Pura”, “Crítica da Razão Prática” “Critica da Faculdade de Julgar”, obras nas quais evidencia o contra-senso de se estabelecer um princípio da filosofia que estude a essência dos seres antes que se tenha antecipadamente averiguado o alcance de nossa capacidade de conhecimento.
Georg Wilhelm Friedrich Hegel
(1770 – 1831)
 O sistema filosófico criado por Hegel, o hegelianismo, é tributário, de modo especial, da f. grega, do racionalismo cartesiano e do idealismo alemão, do qual representa o desfecho e a realização mais complexa. De Heráclito de Éfeso, Hegel herda a ideia de dialética, entendida como estrutura da realidade e do pensamento. De Aristóteles, aceita três noções capitais: a do universal, imanente e não transcendente ao individual (antiplatonismo); a do movimento, ou de vir-a-ser, como passagem da potência para o ato; e, finalmente, a das relações entre a razãoe a experiência, cuja necessidade interna deve ser revelada pelo pensamento. Do racionalismo cartesiano, Hegel aceita a ideia da racionalidade do real, ou da consciência das res cogitans (coisa pensante) com a res extensa (coisa material); e do spinozismo, em particular, a intuição de que qualquer afirmação é uma negação, proposição de “importância capital”, segundo Hegel. Do criticismo kantiano, base e ponto de partida da moderna filosofia alemã, Hegel herda, de modo especial, a distinção entre o entendimento e a razão e a ideia de uma lógica transcendental que, remontando às origens do conhecimento, considera os conceitos a priori, em relação aos objetos, formula as regras do pensamento puro e vincula as categorias à consciência de si, ao eu subjetivo. De Fichte, Hegel aceita a noção de dialética como processo de afirmação, negação e negação da negação, na síntese; e de Schelling, a noção do idealismo objetivo e da identidade do sujeito e do objeto, na consciência do absoluto. O hegelianismo é um sistema, uma construção lógica, racional, coerente, que pretende apreender o real em sua totalidade. Antes de construir seu sistema, porém, Hegel escreveu a Fenomenologia do espírito. Essa obra, embora seja um resumo fenomenológico do hegelianismo, é também uma propedêutica ou introdução ao sistema criado por Hegel. O hegelianismo é o último dos grandes sistemas da filosofia do Ocidente. Ele exerceu decisiva influência na formação da teoria da práxis e do existencialismo.
Arthur Schopenhauer
(1788 – 1860)
Schopenhauer nasceu em 1788, em Danzig, Prússia. Para Schopenhauer, em vez de a razão definir o homem e “decifrar o enigma do mundo”, são o corpo e o sentimento, o que ele chama de vontade, que permitem alcançar e dizer o sentido das coisas. A vontade é o que há de mais essencial no mundo; ela se manifesta em toda a natureza e nos corpos animais, independentemente de serem eles possuidores ou não da faculdade de razão. Todos os corpos do mundo fenomênico são considerados, nessa filosofia, como concretização de um mesmo querer que nunca cessa. A objetivação da vontade não escolhe se vai se manifestar no homem mais inteligente ou numa pedra. Desse modo, em se tratando de espécies, a diferença entre os seres humanos e os demais animais é quase insignificante, visto que tanto o homem quanto o animal têm por base uma mesma essência metafísica, a vontade de vida. Schopenhauer falava da relação entre sonhos e realidade. Para ele, seria impossível distinguir as duas condições. A vida seria um sonho muito longo, interrompido durante a noite por outros sonhos curtos. “Nós temos sonhos; não é talvez toda a vida um sonho? Mais precisamente: existe um critério seguro para distinguir sonho e realidade, fantasmas e objetos reais?”, afirma Schopenhauer. O filósofo ainda discutia o porquê de todo ser humano ter a vontade de continuar vivendo. Qual seria o princípio a impelir os homens à continuação da vida e da espécie? Chegou a conclusão de que nosso corpo é o único objeto que conseguimos conhecer no universo, pois não o reconhecemos de fora, mas sim de dentro. Assim, diz que o Eu é a própria vontade de viver. Segundo ele, nosso instinto de sobrevivência é cego, mesmo sabendo que o que nos aguarda é a morte certa, nós continuamos a buscar a sobrevivência.
Karl Marx
(1813- 1883)
Nascido em Trier (Prússia) em 1818, era o filho mais novo de uma família judaica de classe média.A teoria defendida por Karl Marx fundamenta-se na crítica radical do capitalismo, onde predomina a exploração do trabalhador pela burguesia. Sob a sua visão, havia aqueles que possuíam o capital produtivo com o qual expropriavam a mais-valia, constituindo assim a classe exploradora (burguesia); de outro lado estavam os assalariados que não possuíam a propriedade (proletários). Analisando o capitalismo, Marx desenvolveu uma teoria para o valor dos produtos: o valor é a expressão da quantidade de trabalho social utilizado na produção da mercadoria. No sistema capitalista, o trabalhador vende ao proprietário a sua força de trabalho, muitas vezes o único bem que têm, tratada como mercadoria, e submetida às leis do mercado, como concorrência, baixos salários. Karl Marx defendia a educação pública e gratuita para todas as crianças. Esta era, na sua visão, a solução para retirá-las do trabalho nas fábricas. Defendia, ainda, que a educação deveria formar o homem nos aspectos físico, mental e técnico, trazendo os panoramas do estudo, lazer e trabalho. O intuito fundamental deveria produzir seres humanos desenvolvidos integralmente através do trabalho produtivo, escolaridade e ginástica.
Friedrich Nietzsche
(1844- 1900)
Nascido em 15 de outubro de 1844, Nietzsche tornou-se um dos mais importantes filósofos da Alemanha no século XIX e também da atualidade. Nietzsche nasceu em uma família protestante, com pai e avós pastores, e durante sua infância estudou para alcançar os mesmos objetivos. Ao se tornar adolescente, porém, sua vida mudou radicalmente de rumo. Seus estudos, principalmente os de filologia, o distanciaram da crença em Deus e de qualquer inclinação para as pesquisas teológicas. Ao ingressar na célebre Escola de Pforta, pela qual passaram, entre outros, o poeta Novalis e o filósofo Fichte, ele entrou em contato com os escritos de Schiller, Hölderlin e Byron, os quais marcaram definitivamente seu pensamento, levando-o na direção contrária ao Cristianismo. Suas leituras também incluíam os gregos Platão e Ésquilo. Os estudos filológicos – que englobavam não só a história das formas que povoam a literatura, mas também a pesquisa sobre os mecanismos pré-estabelecidos que regem a sociedade e os conhecimentos sobre a mentalidade vigente – foram definitivos para sua decisão de se afastar da teologia. Entre vários escritos, criou o termo super homem para designar um ser superior aos demais que, segundo Nietzsche era o modelo ideal para elevar a humanidade. Para ele, a meta do esforço humano não deveria ser a elevação de todos, mas o desenvolvimento de indivíduos mais dotados e mais fortes. A meta, segundo Nietzsche, seria o super homem e não a humanidade, que para ele era mera abstração, não existindo em realidade, sendo apenas um imenso formigueiro de indivíduos. O todo do mundo era para ele como uma imensa oficina, onde algumas vezes as coisas eram bem sucedidas, mas na maioria das vezes, o fracasso era o resultado final. A finalidade das experiências era o aperfeiçoamento do indivíduo e não a felicidade da coletividade.
Segundo Nietzsche, a sociedade é o instrumento para a melhoria do poder e da personalidade do indivíduo, não para a elevação de todos. A princípio ele acreditava no surgimento de uma nova espécie de ser, porém, passou a cogitar a possibilidade do seu “super homem” ser um indivíduo superior, que se elevasse acima da mediocridade e que sua existência se devesse mais ao esforço e a educação, do que pela seleção natural. Na visão de Nietzsche o ser humano superior não deveria se unir a outro ser humano que não fosse igualmente superior. Em sua visão, o amor é impedimento ao bom senso e o homem não deveria tomar decisões que afetem sua vida, em momentos de paixão, devendo o amor ser deixado para a ralé ou classe menos favorecida, cabendo ao ser superior, o super-homem, unir-se com outro ser superior, para assim, dar seguimento ao desenvolvimento da raça e não apenas sua reprodução.
Michel Foucault
(1926 – 1984)
Filho do cirurgião Paul Foucault e de Anna Malapert, nasceu em Poitiers, no ano de 1926. Embora pertencesse a uma tradicional família de médicos, Foucault caminhou em outra direção, partindo para as Ciências Humanas. Autor de A história da Loucura e Vigiar e Punir, o pensador francês foi um dos mais criativos e provocativos intelectuais do século 20. Suas obras, como “História da Loucura” e “A História da Sexualidade”, enquadram-se dentro da Filosofia do Conhecimento. “História da Loucura”, explora as razões que teriam levado, nos séculos XVII e XVIII, à marginalização daqueles que eram consideradosdesprovidos da capacidade racional. Seus estudos sobre o saber, o poder e o sujeito inovaram o campo reflexivo sobre estas questões. Em seu livro “Vigiar e Punir”, Foucault argumenta que a disciplina é o poder que se exerce sobre o corpo do indivíduo, transformando-o numa máquina de obedecer, explica como a ontologia do presente está marcada pela questão do poder. Segundo Foucault, a disciplina é interiorizada, fabricando corpos mais submissos e “dóceis”, sendo exercida fundamentalmente por três meios globais absolutos: o medo, o julgamento e a destruição.

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