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• António Manuel Hespanha f~ i I t j ,,. í i CULTURA JURÍDICA EUROPEIA Síntese de um milénio FUNDAÇÃO DO.IEUX ~ -------- • • @ AntÓ1ÚOManuel Hespanha @ da presente edição: Fundação José Arthur Boiteux (2005) H585c Hespanha, António Manuel . Cultura jurídica européia: slntese de um milênio / António Ma- nuel Hespanha. - Florian6polis: Fundação Boiteux, 2005. 552p. Inclui bibliografia ISBN 85-87995-47-2 1. Direito - Europa - Hist6ria. 2 Poder judiciário e questões p0- líticas - Europa - História. 11. Titulo. CDU: 34(4)(091) Catalogação na publicação por: 0ne1ia Silva Guimarães CRB-14/0n EDITORA FUNDAÇÃO BOITEUX Presidente Prof. Orides Mezzaroba Vic~Presidente Prof. Mário Lange de S. Thiago Secretário Prof. Aires José Rover Tesoureiro Prof. Ubaldo César Balthazar Orador Prof. Luiz Otávio Pimentel Conselho Editorial Prof. Aires José Rover Prof. Antonio Carlos Wolkmer Prof. Amo Dal Ri Júnior Prof. José Rubens Morato Leite Prof. Mário Lange de S. Thiago Prof. Orides Mezzaroba Prof. Luis Carlos Cancellier de Olivo Prof. Luiz Otávio Pimentel Editoração Carlos Balanoli Hallberg e-mail: cbh@via-rs.net 11Creioque O verdadeiro trabalhopolítico, numa sociedade como a nossa, é o de. criticar o funcionamento de in~~it~ições que parecem neutrais e independentes: cnhca-las de modo que a violência política que sempre se exerceu, obscuramente, por meio delas seja desmascarada e possa ser combatida. 11 Michel Foucault Human nature: justice versus power (debate with Noam Chomsky) Endereço UFSC - cq -10andar - Sala 110 Campus Universitário - Trindade CEP 88040-900 - Florianópolis - se - Brasil Telefone: (48) 331-9655 / Fax: (48) 233-0390 E-mail: fundacaoboiteux@ccj.ufsc.br Site: www.fundboiteux.ufsc.br 128 Dos quais, o principal foi, até ao século XVI, as Summae logicales do portu- guês Pedro Hispano (depois, papa João XXI,m. 1272). pela existência, no plano religioso, de uma Igreja ecuménica que reunia toda a cristandade. Quer o Império, quer a Igreja, tinham ordenamentos jurídicos unificados, embora coexistissem para- lelamente. Daí que a tríade "uma religião, um império, um di_o reito" (una religio, unum imperium, unum ius) parecesse apontar para algo de natural na organização do género humano - uma certa comunidade de governo (respublica christiana) e uma certa unidade do direito (ius commune). Por outro laqo,Q sentimento de unidade do direito foi - em grau não menor - suscitado pela homogeneidade da forma- ção intelectual dos agentes a cargo de quem esteve a criação do saber jurídico medieval- os juristas letrados. Tratavam-se de universitários com uma disposição intelectual comum, modelada por vários fadores que se verificavam em toda a área cultural europeia centro-ocidental. Primeiro, o uso da mesma língua técnica - o latim -, o que lhes criava, para além daquele "estilo" mental que cada língua traz consigo, um mesmo hori- zonte de textos de referência (numa palavra, a tradição literá- ria romana). Depois, uma formação metodológica comum, adquirida nos estudos preparatórios universitários, pela leitura dos grandes "manuais" de lógica e de retórica128 utilizados nas Escolas de Artes de toda a Europa. Finalmente, o facto de o ensino universitário do direito incidir unicamente - até à segun- da metade do século XVIII - sobre o direito romano (nas Facul- dades de Leis) ou sobre o direito canónico (nas Faculdades de Cânones), pelo que, nas escolas de direito de toda a Europa central e ocidental, desde Cracóvia a Usboá, desde Upsala a Nápoles, se ensinava, afinal, o mesmo direito. O mesmo direi- to, na mesma língua, com a mesma metodologia. É do traba- lho combinado destes fadores - a unificação dos ordenamen- tos jurídicos suscitando e possibilitando um discurso jurídico comum, este último potenciando as tendências unificadoras já .". "~ .. 5.1.1. A tradição romamstica ~ ( ! ! : ! , , 123 129 Note-se, desde já, que o direito comum é um fenómeno mais de natureza doutrinaI do q\1~legi$lativa. Isto é notóri" 'l';1lUldo,a,partir da Baixa Idade Média (séculos.XIII e ss.). se cria uma espécie de Costume doutrinaI (apinio communis dodorum) que passa a ser decisivo - mais do que as próprias fon- tes dos direitos dos reinos - na orientação da jurisprudência. Em Portugal, por exemplo, apesar de as Ordenações conferirem ao direito romano um lu- gar apenas subsidiário no quadro das fontes do direito (Ord. fil, III, 64), na prática ele era o direito prinCipal, sendo mesmo aplicado contra o preceito expresso do direito local (Cruz, 1955, 10; Costa, 1960, 25; e Merêa, 1939, 539 ss.). Como o direito romano constituía a base da formação dos juristas e juizes de então e era o direito veiculado pela doutrina vigente e aceite nos tribunais, forma-se um costume doutrinàl e judicial contra legem, mas do- tado de verdadeira opinio iuTÍS(i.e., sentido como obrigatório). 130 Sobre a história do direito romano, suas épocas e principais caracteristicas, v. Gilissen, 1988,80-100. Para maiores desenvolvimentos, D'Ors, 1973; I<aser,1959. A memória do direito de Roma foi, porventura, o princi- pal factor de unificação dos direitos europeus. Entre os séculos I a.c. e m d.C., o Império Romano esten- deu-se por toda a Europa meridional, tendo ainda atingido al- gumas zonas mais a norte, como a parte norte da Gália (a actual França) e o sul de Inglaterra. No oriente europeu, o Império ro- mano estendia-se pelos Balcãs e pela Grécia e prolongava-se, depois, pela Ásia Menor. O direito conheceu então uma época áurea.l30 5.1.1.1. Direito romano c1ás~ico, direito bizantino e direito romano vulgar Vejamos, mais detidamente, a primeira série de fadores, i.e., as circunstâncias a partir das quais se foi gerando a unificação dos ordenamentos jurídicos europeus. latentes no plano legislativo e judiciário - que surge o direito comum, ius commune.129 5.1.Factores de unificação d?s direitos europeus Cultura Juridica EuropeiaAntónio Manuel Hespanha122 U4 Ant6IÚOMatluel Hespanha Cultura Juridica Europeia 125 Na base de umas poucas leis - desde a pcaica lei das XlI Tábuas (meados do século V a.C) até às leis votadas nos conúci- os no último período da República (séculos I e 11a.C)131_e das acções (legis actiones, acções da lei) que elas concediam para ga- rantir certas pretensões jurídicas, o pretor, magistrado encarre- gado de administrar a justiça nas causas civis, desenvolvera um sistema mais completo e mais maleável de acções (actíones prae- toriae), baseado na averiguação das circunstâncias específicas de cada caso típico e na imaginação de um meio judicial de lhes dar uma solução adequada. Nesta tarefa de extensão e de afinação do arcaico 11direito dos cidadãos", ius civile ,.formalista, rígido, desadaptado às no- vas condições sociais -, os pretores criam um direito próprio, o 11direito dos pretores", ius praetorium. Inicialmente, socorrem-se dos seus poderes de magistrados (imperium), dando às partes ordens que modificavam as circunstâncias de facto e que, por isso, excluíam a aplicação de uma norma indesejável ou possibilita- vam a aplicação de outra mais adequada à justiça material do caso.132Mais tarde, a partir da Lex Aebutia deformulis (149 a.c.), o pretor adquire a possibilidade de criar acções não previstas na lei (actíones praetoriae). Cada acção consiste numa formula, espé- cie de programa de averiguação dos factos e da sua valorização jurídica. A partir daí, é a fórmula específica de cada situação, e não a lei, que dita a solução para o caso em análise. Com isto, a jurisprudência dos pretores autonomiza-se completamente das leis e torna-se numa fonte imediata de direito. A partir dos me- ados do século 11d.C., os pretores completam a sua tarefa de 131 Existiam ainda, como fonte de direito, alguns resíduos de direito consue- tudinário e as determinações legislativas do Senado, os senatusconsulta, al- guns dos quais com certa relevância em matéria juridica. 132 Ordens deste tipo são: as stipulatíones praetoriae [efectivação de promessas forçadas pelo pretor], as restitutiones in integrum [ordem de reposição do estado anterior], as mis.siones in possesionem [entregas forçadas1 os interdic- ta [proibições de agir ou ordens de exibir, restituir]. Com -elas, o pretor cri- ava situações de facto que alteravam os pressupostos de aplicação do di- reito. ' renovação do ve140 ius civile. O Edictum perpetuum (c. 125-138 d.C) codifica as acções do direito pretório. O direito ganha, desta forma, um carácter casuístico que incentiva uma averiguação muito fina da justiça de cada caso concreto. Para além disso, o momento da resolução dos casos é muito criativo, pois a lei não amarra, de modo nenhum, a inven- tiva do magistrado, que fica bastante livre para imaginar solu- ções específicas para cada situação. Isto explica, porventura, o desenvolvimento de uma enorme produção literária de juristas, treinados na prática de aconselhar as partes e o próprio pretor, que averiguam e discutem a solução mais adequada para resol- ver casos reais ou hipotéticos. Designam-se a si mesmo como técnicos na distinção entre o justo e o injusto, sabedores práti- cos do direito (iuris-prudentes) e produzem, na época áurea da sua actividade (entre 130 a.e e 230 d.e) centenas de milhares de páginas de consultas e opiniões, de fesolução de questões, de regras de direito, de comentários ao édito do pretor. Fora de Roma, no entanto, este direito letrado e oficialpou- ca aplicação teria. Aí, pontificavam usos locais e formas tradici- onais de resolver os litígios. Em algumas províncias de cultura mais específica, como o Egipto ou a Grécia, o direito local tinha particularidades muito importantes que resistiam aos padrões do direito romano clássico. Noutras, menos romanizadas (como a Germania, certas zonas da Gália e da Hispania), o direito ofi- cial de Roma mal chegava. Deste modo, a iurisprudentia roma- na clássica, se contribuiu para a unificação dos direitos europeus até aos dias de hoje, não foi por causa da sua difusão pelo Im- pério, no período do seu maior brilho, mas porque constituiu um tesouro literário em que, mais tarde, se vieram a inspirar os ju- ristas europeus. A crise do Império Romano, a partir do século III d.e, e a ulterior queda do Império do Ocidente (em 476) põem em crise este saber jurídico, cujo rigor exigia uma grande formação lin- guística, cultural e jurídica, e cujo casuísmo impedia uma pro- dutividade massiva. Num Império vasto, mal equipado em téc- nicos de direito, longe da acção dos pretores urbanos de Roma, 126 Ant6nioManuel Hespanha Cultura Jurídica Europeia 127 5.1.1.1.1. Súmula das épocas históricas do direito romano 134 A tal ponto que, até aos infciosdo século XIX- data em que se descobre um . manuscrito das lnstituticmes de Gaio,um jurista dálmata do séculom -, não se conhecia nenhuma obra completa, dos milhares das provavelmente es- critas por juristas ~omanos. É este conjunto de livros - a que, a partir do século XVI, se dá o nome de Corpus iuris civilis - que vai constituir a memória medieval e moderna do direito romano, pois a generalidade das obras dos jurisconsultos clássicos, que continuava a existir nas grandes bibliotecas do Próximo Oriente (Beirute, Alexandria, Constantinopla), perdeu-se posteriormente, nomeadamente' com a conquista árabe desses centros.l34 (cont.) • O primado do costume. A natureza apenas explicitadora das leis. • O carácter sacra! do direito: • Rituais jurídicos - a emptio venditio fundi. • Fórmulas mágicas - a stipulatio. , • Inderrogabilidade e ' formalismo dos instrumentos jurídicos - as legis actiones. • O saber jurídico prudenciál • A natureZa oracular do discurso jurídico - pontífiCes (pontetn facere) e juristas. • A aprendizagem do direito pela prática junto dos peritos. A Lei das xn Tábuas (c. 450 a.C) (ex. S.c., p. 185) Indistinção ius-fas-mos. Época arcaica (753 a.c. -130 a.C) 133Petit, 1994,m,728ss. o que progressivamente foi ganhando mais importância foram as leis imperiais (constitutiones principum). O direito como que se administratizou. De um saber de uma elite cultivada numa longa tradição intelectual passou para uma técnica burocrática de aplicação, mais ou menos mecânica, de ordens do poder.133 Ganha em generalidade e automatismo aquilo que perde em fi- neza casuística e apuramento intelectual. Dizer o direito torna- se numa actividade menos exigente e mais simplificada, acessí- vel mesmo aos leigos. O saber jurídico perde o rigor e a profun- didade de análise. O direito vulgariza-se. Esta vulgarização é mais pronunciada nas províncias, em virtude das corruptelas provocadas pela influência dos direitos locais. Aí, forma-se um direito romano vulgar (Vulgarrecht), que está para o direito ro- mano clássico como as línguas novilatinas ou românicas estão para o latim. No Império Oriental, por sua vez, o direito clássico deixou- se contaminar pelas influências culturais helenísticas e pelas particularidades do direito local. Muitos dos comentadores pas- saram a escrever em grego, a língua oficial da corte bizantina. Em todo o caso, o gosto pela reflexão intelectual em matérias jurídicas não se perdeu, continuando a produção doutrinai dos juristas clássicos a ser apreciada. Tanto que, nos meados do século VI, o Imperador Justini- ano, um apaixonado pela cultura clássica e um nostálgicos das antigas grandezas de Roma, empreende uma tarefa de recolha de textos jurídicos da tradição literária romana, desde as obras dos juristas romanos clássicos, que mandou reunir numa com- pilação a que chamou Digesto (i.e., resumo, selecção) ou Pandec- tas (i.e., obra enciclopédica), 533 d.C., até à legislação imperial dos seus antecessores, que foi recolhida no Código (i.e., livro), 529 d.C. A sua obra de recolha foi completada por um manual de introdução, as Instituições, 530 d.C., e por uma compilação pós- tuma, as Novelas, 565 d.C., as "constituições novas" promulga- das pelo próprio Justiniano depois da saída do Código. 128 Ant6nio Manuel Hespanha Cultura ]uridica Europeia 129 (cont.) 5.1.1.1.2. Sistematização emétodo de citação do Corpus Iuris Civilis .'; (cont.) 1O proemium ou principium é, de facto o primeiro parágrafo. O parágrafo 1 é, portanto, o segundo na ordem do texto. 2De nuptiis é a epígrafe do titIO do livro 1 das Institutiones. 3Na Idade Média, os três últimos livros do Código eram frequentemente agru- pados nos chamados ires libri, formando, juntamente com outras fontesme- nores (Institutiones, Authenticum eUbri feudcrum) o Volumen paroum (livrinho).. 4Como antes se disse, o parágrafo 1 é, de facto, o segundo na ordem do texto. Código (534 d. c.) 12livros:3 • divididos títulos, estes em constituições ou leis e estas, por vezes, em parágrafosi • citação: C[odex Iustinianit.], [liv.] 9, [tit.] 7, [constituição] 5, [parag.] 1;4 • cit. antiga: (Cod. IusL), l[ex]. 1,Si quis imperatori maledixerit. Instituições (533 d.C) 4 livros (personae, res, obligationes, actiones): • divididos em títulos e estes, por vezes, em parágrafosi • citação: I[nst.], [liv.] 1, [til] 10, [parag.] pr[oemium]i1 • cit. antiga: (Inst.), l[ex]. pr., De nuptiis.2 Epoca clássica • Expedientes do pretor (130 a.C. 230 d.O. baseados no imperium: ex. a stipulation pradaria, as Ascensão e auge do direito restitutiones in integrum (ob . pretória (ius praetorium est quod metum, ob dolum, oh errarem, ob praetores introduxerunt adiuvandi aetatem), os interdicta possessoria vel corrigendi vel supplendi iuris (uti possidetis, unde VI)i civilis gratia propter utilitatem • Expedientes baseados na publicam, Papinianus, 0.,1,1,7,1)i iurisdictio (depois da La Decadência do direito pretório: Aebutia de ftmnulis, c. 130 a.C): • actiones pradoriae (in• a ossificação do direito factum conceptAe, utiles)ipretório - o Edictum • a fórmula (Tiius iudexperpetuum (I30 d.C); esto. Si paret Numerium• a generalização da cidadania Negidium Aulo Agerio romana (comCaracala,2U d.Oi centum dare oportere, A inventiva doutrinaI condemnato. Si non paret, (iurisprudentia): non ex regula ius absolvito) sumatur, sed ex iure quod est • exceptiones .regulafiat Epoca pós-clássica (230-530) A eficácia disciplinar do direito legislado: Vulgarizaçãoi • c~tralizaçãoi• Oficialização (lei e critérios • generalidadei oficiais de valorização da • codificação (Codex .doutrina); Theodosianus, 438 d.C)• Codificação; A ratificação imperial « Helenização. imperium) da autoridade (auctoritas) dos juristas: o ius respondendi ex auctoritate principis (Augusto, c. 25 a.C»; a equiparação da doutrina à lei (Adriano, c. 120 d.C)i a Lei das Citações (426 d.C.) 5Na Idade Média, o Digesto aparecia dividido em Digestum Vetum (livs. 1- 24,3,2); Digestum novum (livs.39-50) e Digestum lnforliatum (livs. 24,3,3-38). 6Primeira palavra da "lei" . .' 1O nome gregó do Digesto começava pela ~etraP (P~)qu.e,man~enta se as- semelhava a doisf.E foi assim que os COPIStasmedievaISa copIaram. 8Epigrafe do titulo. 9Efragmento não dividido em parágrafos. 5.1.1.1.3. Sistematização emétodo de citação do Corpus Iuris Canonicis 130 (cont.) Digesto (ou Pandedas) (533 d.C.) - 50 livros:5 • divididos em títulos (salvo os livros 30 a 32, De legatis et fideicommissis), estes em frag- mentos (ou "leis") e estes, por vezes, em parágrafos; • citação: • D., 2,1,3:D[ig.], [liv.] 2, [til.] 1, [frag.] 3, [parag.] (frag. não dividido em parágr.); • citação antiga: 1.Imperium,6 ff1 De iurisdictione;8 • D., 1,1,10,1:D[ig.], [liv.] 1, [tit.] 1, [frag.] 10, [parag.] 1 (frag. dividido em parágr.); • citação antiga: 1.Iustitia, ff De iustitia et de iure; • D.,31,6: D[ig.], [liv.]31, [frag.]6, [parag.] - (livro não dividido em títulOS);9 • cit~ção antiga: I. grege, ff De legatis et iúkicommissis. António Manuel Hespanha Novelas (534-565 d.C.): • divididas em constituições.()u leis; • a mais importante das co}ecções medievais de novelas é o Liber Authettticum, composto por 134 novelas latinas. .......~..:" .. '~.". Cultura Jurídica Etiropeia Decretum (c. 1140). • divisão: llparte- 101 distinctiones; 21parte - 36 causae, divididas ~tn:qUaéstiones; 31parte (De consecratione) - 5 distinctiones. • citação: 11parte - c. [nll do cânone], d. [nll da dist.] ex.: c. 13, d. xxxvm 21parte - c. [nll do cânone], C. [nllda causa], q. [nll da quaestio] ex.: c. 8, C. XII, q. 2 31parte (De consecratione) e 21parte, Tractatus De poenitentia. - c. [nll do eânone], d. [nll da dist.], De cons. (ou De poen.). ex.: c. 46, d. I, De poen. • citação antiga: a indicação dos númerosd.OScânon~, distinctiones ou quaestiones é substituída pela das suas primeiras palavras, o que obriga a recorrer a índices que acompanham as edições. 131 Decretais (1234) - 5 livros. • divididas em títulos e capítulos. • citação: C. [nll do capítulo], X (ou in X), i\1I do til. ou suas primeiras palavras . ex.: C. I, X, V, 7 (= e. 1, in X, De haereticis) .Sextum (= Liber sextum Decretalium) (1298) - 5 livros. • dividido em títulos e capítulos. • citação: igual ao anterior, sendo a sigla VI ou in VI Oementinas (Clementis V . constitutiones) (1314) - 5 livros. • divididas em títulos e capítulos. • citação: igual ao anterior, sendo a sigla Clem. ou in Clem. Extravagantes de João XXII (1234). • divididas em títulos; sigla - ExtraT}. Iohann. xxn Extravagantes comuns (séc. XV). • divididas em títulos; sigla - Extrav. Comm. r. ~ I. I I !: t 135Emblemático, na defesa destes pontos de vista, Cruz, 1989a, "Prólogo" e "Razões justificativas da utilidade do ensino do direito romano nas actu- ais Faculdades de Direito". Na economiadesta exposição,o direitoromano interessa-nos apenas como uma experiência histórica, ~~almente loc~- da. E, sobretudo, na medida em que constituiu uma referenaa, sempre relida e reinterpretada, da ulterior tradição jurídica. No entanto, há outras perspectivas sobre o seu interesse, que aqui interessa avaliar. . . ." ." .O estudo do direito romano, como disciplina dogmática - i.e., dotada de um interesse formativo de natureza "prática" - no âmbito das licenciaturas de direito tem sipo justificado fun- damentalmente com base em dois argumentos: o da perfeição do direito romano e o da importância do seu legado ainda no direito actual. Com o tópico da "perfeição do direito romano" quer-se dizer que os romanos tiveram uma esp~ serisib~dad~ ~ara as coisas do direito, tendo criado conceItos e soluçoes cuJaJUS- teza (no sentido de adequação, ajustamento, ànatureza das coi- sas ou das relações humanas) ou justiça (no sentido de confor- midàde comum padrão ideal do justo) se teriam imposto à usura do tempo.135 : . . . Como tópico da importância do direito ro~o na confo~- mação do direito europeu (ou,mais em geral, OCIdental)de hOJe pretende-se sublinhar o interesse do direito romano para a in- terpretação do direito actuaI (no âmbito da chamada "interpre- tação histórica" ou "elemento histórico" da interpretação). . A ideia de uma especialperfeição do direito romano (ou de qualquer outro direito histórico ou actual) repousa na ideia de que existem padrões universais de justiça na regulação das re- lações humanas, dos quais as várias épocas ou culturas se apro- ximariam mais ou menos. Tratar-se-ia, então, de uma perfeição "material". Ou, vendo as coisasde um ponto de vista "formaI", que existiriam técnicas também intemporais de tratar as ques- tões jurídicas, tais como maneiras de organizar a justiça (v.g., a valorização da decisão do juiz sobre um caso concreto), mode- los de raciocínio (v.g.,o raciocjnio a partir de casos), formas de repartir as ~nções entre os vários operadores do direito Guris- tas, magistrados, legisladores; v.g., a autonomização da autori- dade racional dos juristas em relação à vontade política do legisla- dor). A ideia da existência de padrões universais e eternos de justiça baseia-se, por sua vez, na de que existe uma natureza humana transtemporaI e trariscuItural. Da perspectiva das correntes de pensamento que desta- cam o carácter construído, cultural, local, das representações e dos valores que dominam cada época (muito comuns entre os historiadores, os antropólogos e os sociólogos) tem sido destacada a dificuldade de valores, de princípios ou de téc- nicas jurídicos que tenham vencido o tempo ou a diversida- de cultural. O princípio da reciprocidade nas prestações (do ut des [dou para que dês]), que é a chave da actual ideia de justiça Gustiça "comutativa"), não valeu em sociedades em que se entendia que bom e justo era dar sem pedir nada em troca, distribuir livre ou arbitrariamente (princípio da "libera- lidade", da "graça",..ou do "dom"; justiça" distributiva"). O princípio do caráct~r sagrado e indisponível da vida huma- na também não vigorou nem vigora nas culturas que sobre- põem ao respeito pela vida humana outros valores, como a segurança social, a retribuição do mal praticado. Conceitos fundamentais do direito actual, como os de direito subjecti- vo, de pessoa jurídica, de relação jurídica, de general~dade da norma, de não retroactividade das leis, de igualdade jurídica e política, de primado da lei, de Estado, são relativamente modernos na cultura jurídica europeia, não existindo de todo noutras culturas jurídicas. Frequentemente, esta descontinuidade e inovação na histó- ria jurídica é encoberta pela própria maneira de fazer história. Os historiadores do direito fazem, frequentemente, uma leitura do direito passado na perspectiva do actual, procuran- 133 Cultura Jurídica EuropeiaAntónio Manuel Hespanha132 5.1.1.1-4. Os estudosromanisticos no quadro dajonnação dos juristas. -------oao; do lá os "prenúncios", as "raízes" dos conceitos, dOs princí- pios e das instituições actuais. Por exemplo, se estudam o Es- tado, procuram nos direitos da tradição europeia, nomeada- mente no direito romano, entidades que dispusessem de cer- tos atributos (mas não de outros, como o monopólio de cria- ção do direito, ou um poder de plena disposição em relação à ordem jurídica) do Estado actual (por exemplo, o 'conceito de populus romanus, o conceito de imperator); ou, se estudam a propriedade, pegam na história do dominiúm sobre as coi- sas, conceito que, em algumas definições romanas (ius utendi ac abutendi), parece corresponder à actual propriedade indi- vidualista. Num caso ou noutro, um estudo da lógica origi- nária do conceito, bem como da sua integração no seu con- texto conceitual ou institucional de então, mostraria que, se se respeitar a autonomia do conceito histórico, este não cor- responde, de forma alguma, ao actual. Outras vezes, os historiadores ocupam-se do estudo dos conceitos ou instituições com um nome igual ("obrigação-obli- gatio", "representação-repraesentatio", "matrimónio-matrimo- nium"). Também aqui, um estudo mais preocupado com os conteúdos do que com os nomes chegará facilmente à conclu- são de que, por detrás da continuidade das palavras, se verifi.;. caram rupturas decisivas de conteúdo. As própria palavras evocavam, então, ideias e imagens diferentes, que nem sequer nos ocorrem hoje. Também a utilidade do estudo do direito romano para a interpretação do direito actual é problemática. É certo que o direito actual é o herdeiro, nas suas palavras, nos seus conceitos, nas sua instituições, de uma longa tradição na qual os textos de direito romano tiveram um lugar central. Mas a primeira coisa que é preciso dizer é que, ao longo dessa longa tradição, os textos romanos sofreram reinterpretações con- tínuas, ao mesmo tempo que, da imensa mole de textos dispo- níveis, os que protagonizavam o discurso jurídico iam sucessi- vamente mudando. Pode mesmo dizer-se que, se não fosse essa. contíriua alteração silenciosa do direito romano invocado pela tradição romanística, este não teria podido sobreviver às enor- mes transformações culturais e sociais da sociedade europeia durante mais de dois milénios. O "herdeiro" do direito, forma- lista, romano não foi o mesmo do direito, linhagista, feudal e senhorial ou do direito, igualitarista, da Época Contemporânea. A "equidade" romana clássica, inspirada na filosofia aristoféli- ca o~ estóica,.não foia mesma dos direitos cristianizados, pós- cláSSICO,medIeval ou moderno, nem a mesma do direito, indi- vidualista e laicizad(), dos nossos dias. Isto apesar de as pala- vras ."herdeiro-heres" e "equidade-aequi tas" - e os textos roma- nos que se lhes referiam - terem estado continuamente presen- tes na reflexão jurídica de dois mil anos. No entanto, o que é importante realçar é que cada insti- tuto jurídicO ou cada conceito de direito faz parte de um siste- ma ou contexto, do qual recebe o seu sentido. Mudado o con- texto, os sentidos das peças isoladas recompõem-se, nada ten- do a ver com o que elas tinham no contexto anterior. Isto mos- tra já até que ponto são frágeis os argumentos históricos na interpretação das normas jurídicas; Pode mesmo dizer-se que só porque esquecemos os sentidos originários dos conceitos ou das instituições é que elas podem continuar a funcionar, nesta contínua readaptação que é a sua história. Só porque esquece- mos o sentido originário das palavras romanas que significam "o~rigação" (obligatio - atar em volta de) ou "pagamento" (so- luho - desatar) é que alguns textos de direito romano que se lhes referem, podem continuar a ser invocados (dep~ados, como é e.vidente, dos seus sentidos, explicitosou implicitos, origi- naIS). Só porque esquecemos o conteúdo originário de concei- tos romanos como paterfamiZias (ou mesmo familia) ou actio (ac- ção) é que podemos continuar a tirar partido de alguns princí- pios de direito romano que se lhes referem. A própria ideali- zação que por vezes se faz, por exemplo, da natureza criativa e autónoma da jurisprudência (no sentido, originário, de dou- trina) ou da actividade do pretor só é ainda hoje atraente por- que se esquece todo o seu contexto politico e social. Seguramen- te que não poderíamos hoje aceitar que um grupo de juristas 135Cultura Juridica EuropeiaAntónio Manuel Hespanha134 dispusesse de urna quase total discricionariedade de conforma- ção do direito, nem que um magistrado utilizasse a sua auto- ridade burocrática para decidir em que casos garantia protec- ção jurídica (como o fazia o pretor através da concessão ou ne- gação de actiones praetoriae)l36 ou para nos forçar a praticar ac- tos que alterassem o nosso estatuto juÍidico ou o estatuto jurí- dico das nossas coisas (como nos expedientes do pretor basea- dos no seu imperium).137 . Como se pode, então, justificar o lugar que ainda vem sen- do atribuído ao direito romano nas Faculdades de Direito de um grande número de países, nomeadamente na Alemanha, em Itá- lia, em Espanha e em certos países da América Latina? Desde logo, pelo peso da tradição e das próprias estruturas universi- tárias, pois a própria existência de cátedras, com o seu pessoal, é um factor de continuidade. Depois, pelo impacto das anteriores ideias. Nomeadamente no imediato pós-guerra, a crise provocada pela constatação da impotência.do direito, mesmo no país clássico dos estudos jurí- dicos (a Alemanha), para impedir a implantação de regimes que negavam alguns dos princípios básicos da cultura jurídica oci- dental, fez surgir projectos de reforma profunda do direito. No quadro destes projectos, os romanistas apresentaram então o direito romano, com a sua estrutura anti-legalista e com o seu embebimento ético (?), como um possível modelo capaz de evi- tar aquele"totalitarismo da lei" ("absolutismo da lei", chama- lhe Paolo Grossi), com o qual se tinha relacionado os males ocor- ridos. Tratava-se de uma época em que se reagia fortemente con- tra a redução do direito à lei, contra a inexistência de critérios supra-positivos para aferir da legitimidade das leis, contra a dis- solução da especificidade do caso concreto numa abstracta nor- ma geral. O direito romano - com o seu carácter doutrinaI e ju- risprudencial; com as suas referências à aequitas, à natura rerum (natureza das coisas) e ao ius natura1e (direito natural); com o seu casuísmo - seria justamente o antídoto contra tais males.l38 Con- temporaneamente, surgiram, porém, correntes de pensamento jurídico - as que valorizavam métodos casuístas O. Esser), as que propunham processos apenas" probabilistas" de raciocínio (Th. Viehweg), as que criticavam o papel conservador da dogmática jurídica estabelecida e propunham uma intervenção mais cria- tiva dos juizes ("uso alternativo do direito") - que propunham vias de superação da crise que não passavam por um mais que problemático retomo a um direito de há dois milénios. Ao direito romano fica, porém, um inegável interesse his- tórico, nos quadros de uma história do direito de intenção criti- ca, ou seja, que vise mostrar o carácter apenas local da actual cul- tura jurídica, revelando o carácter radicalmente diferente e al- ternativo de outros modos de imaginar e pensar o direito. Ora o direito romano é, justamente, um bom exemplo de uma cultura jurídica diferente. Nos seus pressupostos culturais, na sua técnica de lidar com os problemas jurídicos, nos seus concei- tos e principios, nas suas instituições e, finalmente, na forma de organizar a prática jurídica. As melhores exposições de direito romano são, por isso, aquelas que, libertando-se das categorias jurídicas actuais, conseguem dar uma visão, historicamente mais autentica, do direito romano como um sistema jurídico domina- do por uma lógica alternativa, ou mesmo oposta, à do actua1.Basta ler os primeiros parágrafos de um manual como o do prestigia- do romanista espanhól Alvaro d'Ors 139para nos darmos conta de que modo era diferente a maneira de pensar o direito e de orga- nizar o seu estudo entre os romanos: o direito consistia na dou- trina jurídica; direito, verdadeiramente, era só o direito privado; a sua exposição centrava-se no direito processual; a "sistematiza- ção germânica" do direito civil era desconhecida. No quadro seguinte, sintezam-se algumas dessas diferenças. • 136 António Manuel Hespanha Cultura Jurídica Europeia 137 136v. Cruz, 1989a, 332 55. 137 Ibid., 302 55. 138"0 principal objecto da nossa docência deve ser libertar o jurista moderno da servidão do positivismo legalista e instruí-Io nos hábitos mentais de uma jurisprudência cuja independência continua a ser exemplar" (D'Ors,I973). 139 Derecho privado romano, 1973,355. Cultura Jurídica Europeia 5.1.1.1.5. Súmula cronol6gica da evolução do direito romano 138 Ant6nio Manuel Hespanha Direito romano Direito actual Crença num direito irrumente Concepção positivista- (1Ulturarerum, ius 1Ulturale) voluntarista do direito: • "é da natureza das coisas que • o direito como vontade aquele que beneficia das (arbitrária, artificial) do poder vantagens sofra também os •expressa em declarações solenes inconvenientes" (D.,50,17,10). Qeis). Casuísmo: a justiça como a Nonnativismo (a justiça como solução ajustada de um caso mtério geral e abstracto): concreto,1 • o direito como norma geral • "a regra é aquilo que enuncia e abstraeta; brevemente uma coisa. Não é a • o justo como critério genérico. partir da regra que se extrai o direito; mas a partir do direito que existe que se faz a regra [...]; . a qual, quando se não verifica em alguma coisa, perde a sua força" (D., 50,17,1). • "toda a definição em direito civil é perigosa, pois é raro 'que não possa ser subvertida" (D.,5O,17,202). Carácter jurisprudencial ou Carácter legal. doutrinaI: o direito como criação dos juristas, a partir do seu saber-prático. Autonomia da autoridade dos Dependência da autoridade dos juristas (ex proprút auctoritate). juristas (ex auctoritate principis): • o juiz como longa mão da lei; • o jurista como aplicador da lei; • o saber jurídico como técnica de aplicado da lei. O direito como um saber prático O direito como a expressão de (como uma prudentia ou arte de uma vontade ou como um saber agir). especulativo. • o direito como ciência ou das leis .(positivismo legalista) ou dos princfpios gerais de direito (positivismo conceitual). 1Apesar da raiz casuísta da "invenção jurídica" romana, deve notar- se o esforço" construtivo" da jurispiudentia, procurando estabele- cer modelos gerais (regulae, figuras, tipos ou conceitos), a partir dos quais as soluções particulares ganhassem coe~ncia e fossem expli- cáveis de uina forma generalizante. 753a.e. 367a.e. 242 a.C. 149 (1)a.e. 130 d.e. 230d.C. 395d.C. 426d.e. 438d.C. 530d.C. 530-565dC. 139 Fundação de Roma. O direito baseava-se exclusivamente nas "acções" previstas e tipificadas na lei (nomeadamente, na "Lei das XII Tábuas", le . actiones). Criação da magistratura dos pretores, encarregada da administração da justiça nas causas civis. Início do ius praetorium, constituído pelas modificações introduzidas pelo pretor no direito civil, com base nos seus poderes genéricos (i.e., comuns a todos os magistrados) de im- perium, i.e., de dar ordens (stipulationes praetoriae [pro- messas], restitutiones in integrum [reposição no estado an- terior], missiones in possesionem [entregas forçadas], in- terdicta [ roibições de a . ou ordens de eX1bir, restituir». Criação do pretor peregrino; fim do período de vigência exclusiva do ius duile. I.ex Aebutia de formulis - atribui ao pretor a possIbilidade de redigir uma fonnula, espécie de programa de averiguação dos factos e de sua valorizéi.ção, segundo a qual o iudex leva- va a cabo o iudidum (ou fase apud judicem, junto do juiz, do processo), ou julgamento do diferendo; a par-tir daqui, o pretor leva a cabo a sua missão de corrigir e adaptar o jus ciuiIe com recurso a meios propriamente "judiciais" (i.e., com base em poderes que lhe são espe-áficos- a iurisdictio - e não comuns a todos os ma . trados - como era o i . m). Compilação do Edictum perpetuum, a cargo de Salvius lulianus, que constitui lima codificação, com carácter definitivo, dos éditos anuais dos pretores e que, deste modo, resenta uma consolida ão do ius lIdorium. Termo convencional da época clássica (130 a.C. - 230), o período de vida e actuação dos maiores juristas, como Q. M. Scaevola (t 132 a. C.), Labeo (t c.10), lavolenus (t 98), lulainus (t 168), Gaius (t c.I80), Papinianus (t 212), Paulo(t c.226), UI iano (t 228), Modestino (t 240). Divisão definitiva do Im ério. Lei das Gtaçóes, limitando a autoridade da jurisprudência aos juristas Papiniano, Paulo, Ulpiano, ModestlnO e Gaio, e eri . do Pa .. o em critério de decisão, no caso de te. Coda Theodosianus. Início do reinado de Justlniano I. Elabora ão do C s iuris dm1is. 00000001 00000002 00000003 00000004 00000005 00000006 00000007 00000008 00000009 00000010 00000011 00000012
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