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Introducao Historia da Farmácia

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1 
 
HISTÓRICO – FARMÁCIA 
 
Elaborado por: Marcello Rosa de Resende 
 
Introdução. 
 
 Segundo Andrejus Korolkovas em seu livro Química Farmacêutica (1988) à 
Farmácia (como ramo do conhecimento) compete criar, fabricar e dispensar medicamentos. 
Nisso, ela assemelha-se a uma oliveira. As raízes e o tronco representam a atividade 
científica; os ramos, o desenvolvimento e a fabricação; e as olivas, as receitas individuais. 
O farmacêutico não pode nem deve abandonar nenhuma dessas áreas de seu exercício 
profissional. 
 
 Ainda segundo Korolkovas as cinco disciplinas básicas do currículo farmacêutico 
são: a Química Farmacêutica, a Farmacognosia, a Farmacologia, a Farmacotécnica e a 
Administração Farmacêutica. As três primeiras, que se assemelham a raízes e tronco da 
oliveira, despertam sua criatividade científica. Na Farmacotécnica, representada pelos 
ramos, aprendem o desenvolvimento e a fabricação de medicamentos. Cabe ao aluno de 
Farmácia também adquirir conhecimentos referentes a dispensação de medicamentos. Esta 
atividade envolve uma série de conhecimentos, desde os técnicos inerentes à formação 
farmacêutica, até conhecimentos sobre aspectos administrativos de Farmácias e Drogarias, 
locais nos quais se praticam a dispensação de medicamentos. 
 
 Pelas suas características, estes estabelecimentos não devem ser encarados apenas 
como mais um tipo de comércio, e sim como locais aonde se pratica a saúde e devido a 
essa relação com a promoção da saúde, as Farmácias e Drogarias irão possuir uma série de 
características próprias, estando sujeitas a regras especiais e legislação específicas. 
 
 Devemos lembrar que anteriormente ao surgimento do modelo que conhecemos 
atualmente de Farmácias e Drogarias muita história aconteceu. Desde o desenvolvimento 
do atual conceito de saúde até o próprio surgimento de estabelecimentos comerciais, pois 
no início da civilização não existia dinheiro, mas nem por isso as pessoas deixavam de ficar 
doentes e procurar alguma forma de se curar. Vamos ver um pouco desta história. 
 
Breve História da Medicina 
 
 Nos tempos pré-históricos, as pessoas acreditavam que a doença era causada pelos 
deuses quando zangados ou por espíritos maus. Para curar os enfermos, os deuses tinham 
de ser apaziguados ou tinham que expulsar os espíritos diabólicos do corpo do doente. Com 
o tempo, essa tarefa tornou-se competência dos primeiros “médicos” – os sacerdotes das 
tribos – que procuravam conciliar os deuses ou expulsar os demônios. 
 
 Provavelmente o homem pré-histórico também descobriu que muitas plantas 
podiam ser usadas como remédios. Por exemplo, o uso da casca de salgueiro para aliviar 
dores data possivelmente de milhares de anos. 
 
2 
 
 Esses sacerdotes deram início as Ciências da Saúde, obviamente ainda não existia 
uma divisão de “tarefas” por especialidades, ou seja não existia o conceito claro de 
profissionais especializados. Na pessoa do sacerdote estavam embutidos o médico, o 
farmacêutico e o psicólogo entre outros. Com a evolução do conhecimento surge a 
necessidade da especialização e a separação das atividades específicas da cada profissão 
começa a ficar mais clara. 
 
 O termo Medicina acaba se tornando sinônimo de Saúde, mas ele deve ser 
entendido muito mais como o guarda-chuva que engloba todas as atividades relacionadas às 
práticas de saúde. 
 
 Vamos ver agora, dentro desta visão, um pouco da evolução da história da Medicina 
nos diversos povos que contribuíram decisivamente na formação de nossa civilização. 
 
 
Medicina Egípcia 
 
 Cerca de 3000 a.C., os egípcios desenvolveram uma das primeiras civilizações e 
inventaram um dos primeiros sistemas de escrita. 
 
 Pouco depois do ano 3000 a.C., também começaram a fazer importantes progressos 
médicos. Grande parte desses progressos até os dias atuais através de antigos manuscritos 
(chamados de papiros) egípcios. 
 
 O primeiro médico do mundo de que se tem notícia foi o egípcio Imhotep, que viveu 
em torno de 2000 a.C. Os egípcios adoraram-no depois como o deus da saúde. 
 
Medicina Grega 
 
 A civilização da Grécia antiga atingiu seu auge no século V a.C., onde Empédocles 
de Agrigento começou a ensinar que a vida provinha de quatro elementos: terra, ar, fogo e 
água. Também defendia que estes elementos correspondiam a quatro humores do corpo- 
bílis negra, sangue, bílis amarela e fleuma. Os médicos gregos começaram a trabalhar no 
princípio de que uma boa saúde dependia do equilíbrio certo entre estes quatro humores. 
Portanto esta teoria foi o primeiro conceito real, de que a causa da doença é natural mais do 
que sobrenatural e, dominou a medicina no Oriente cerca de dois mil anos. Hoje, ainda 
falamos de alguém estar bem ou mal-humorado. 
 
 Hipócrates (460-370 a.C.), que é considerado o “Pai da Medicina”, deu um 
excelente exemplo com os seus métodos, os quais envolviam o estudo de relação individual 
do paciente a uma doença, e a utilização dos poderes curativos do próprio paciente para 
corrigir algum desequilíbrio. O tratamento era ajustado ao indivíduo e envolvia dieta, 
massagens, tratamento com água e repouso. 
 
 Por volta do século III a.C. foi feita por Teofrasto, uma descrição de 455 plantas 
medicinais. Trata-se provavelmente de primeira flora ocidental e incluía muitas plantas 
medicinais ainda utilizadas nos dias de hoje. 
3 
 
 
 
BUSTO DE HIPOCRATES 
“O PAI DA MEDICINA” 
MUSEO CAPITOLIO, ROMA 
JURAMENTO HIPOCRATICO 
MANUSCRITO BIZANTINO 
SIGLO XII 
Imagem extraída de: http://images.google.com.br/ 
 
Saiba mais / Curiosidade: 
O Símbolo da Farmácia 
 
 
 
A taça com a serpente nela enrolada é internacionalmente conhecida como símbolo da profissão farmacêutica. 
Sua origem remonta a antigüidade, sendo parte das histórias da mitologia grega.Tudo começou com um 
centauro: Chiron. Ao contrário da maioria dos de sua raça, caracterizados pela selvageria e violência, Chiron 
se dedicou aos conhecimentos de cura. Teve como um dos seus discípulos o deus Asclépio (também 
denominado Esculápio na mitologia romana), ao qual ensinou os segredos das ervas medicinais. Asclépio se 
tornou o deus da saúde e tinha como símbolo um cetro com duas serpentes nele enroladas. Contudo, ele não 
utilizava seu conhecimento somente para salvar vidas, mas usava seu poder para inclusive ressuscitar pessoas. 
Descontente com a quebra do ciclo natural da vida, Zeus resolveu intervir. Os deuses entraram então em 
batalha e Zeus acabou matando Asclépio com um raio. 
Com a morte de Asclépio, a saúde passou a ser responsabilidade de sua filha Hígia, que se tornou dessa 
maneira a deusa da saúde. Hígia tinha como símbolo uma taça que com sua “promoção” foi adicionada por 
uma serpente nela enrolada. Essa cobra é, obviamente, uma representação do legado de seu pai. Assim o 
símbolo de Hígia da taça com a serpente se tornou, posteriormente, o símbolo da farmácia. 
Segundo as literaturas antigas, o símbolo da Farmácia ilustra o poder (cobra) da cura (taça). 
E mais: 
- A palavra higiene foi criada em homenagem a deusa da saúde Hígia (também chamada de Higéia). 
 
Extraído de: www.cafarmufg.kit.net/curiosidades 
 
 
4 
 
Medicina Romana 
 
 A medicina romana combinou os tratamentos de Hipócrates com uma mistura de 
magia e religião. 
 
 Ao construir uma rede de esgotos por volta do século VI a.C. e estabelecer a 
limpeza da água, os romanos imprimiram um avanço surpreendente nos cuidados 
preventivos de saúde. 
 
 Três homens dominaram a medicina romana nos primeiros duzentos anos da era 
cristã. Celso, Dioscórides e Galeno. 
 
 Celso escreveu um guia práticode medicina, que incluía minerais usados pelos 
egípcios, tais como, mercúrio, arsênio e chumbo. 
 
 Dioscórides catalogou 600 plantas, com descrições de como escolher e armazenar as 
mesmas. Nas suas citações, descreve como aplicar o salgueiro-branco (uma das primeiras 
fontes da aspirina) para a dor. 
 
 Galeno usou nos seus tratamentos misturas que foram consideradas abençoadas. 
Inventou complicadas misturas de ervas conhecidas por galênicas que eram vendidas a um 
preço elevado como cura-tudo (até hoje o termo Farmácia Galênica é utilizado como 
sinônimo de Manipulação Farmacêutica). 
 
Medicina Islâmica 
 
 Do ano 400 d.C., aproximadamente, até o final do século XV, o império muçulmano 
do sudeste e centro da Ásia trouxe grandes contribuições à medicina. 
 
 Razes, um médico persa do final do século IX e início do século X, escreveu as 
primeiras observações sobre o sarampo e a varíola. 
 
 Avicena, médico árabe do final do século X e começo do século XI, escreveu uma 
enciclopédia médica, intitulada Cânon da Medicina, que resumia o conhecimento médico 
da época e descrevia cuidadosamente a meningite, o tétano e muitas doenças. A obra 
tornou-se popular na Europa, onde influenciou a educação por mais de 600 anos. 
 
 Uma série de epidemias assolou a Europa durante a Idade Média. Surtos de lepra 
começaram no século VI e alcançaram seu máximo no século XIII. Em meados do século 
IV, um terrível surto de peste bubônica, a que se deu o nome de peste negra, matou mais de 
¼ da população da Europa. Na Índia, a medicina de Avicena, baseada no sistema grego dos 
humores, é ainda praticada sob o nome de Unani Tibb. 
 
Medicina no Renascimento 
 
 O renascimento foi o movimento cultural dos séculos XV e XVI, expressão das 
transformações sócio-econômicas e políticas da baixa idade média européia. Esse 
5 
 
movimento buscava inspiração na antiguidade clássica, objetivando assim negar os valores 
medievais incompatíveis com a nova realidade existente na Europa. 
 
 A chegada do conhecimento bizantino, a recuperação da população européia da 
peste bubônica, as viagens de Cristóvão Colombo, e a invenção da imprensa estão entre os 
acontecimentos que contribuíram para novos estudos no Ocidente, da tradição médica que 
tinha sido mantida viva pelos curandeiros islâmicos. 
 
 Aureolius Philippus Theophrastus Bombastus Von Hoheenheim (1493–1541), que 
se chamou a si próprio Paracelso, o que quer dizer “melhor do que Celso” (o médico 
romano), previu a descoberta de substâncias ativas nas plantas e considerou a doença como 
um acontecimento externo e não como um desequilíbrio de humores. 
 
A Química na Medicina 
 
 Durante o século XVI, alguns médicos começaram a aplicar os conhecimentos de 
química no tratamento de doenças. Desde os primeiros tempos, existia uma das formas 
primitivas da química chamada Alquimia. Esta prática antiga desenvolveu-se enquanto as 
pessoas aplicavam as teorias sobre a natureza para trabalhar o metal, na medicina e em 
outros ofícios. 
 
 A química médica dos séculos XVI e XVII é chamada Iatroquímica. Os 
iatroquímicos foram os primeiros a estudar os efeitos químicos dos medicamentos no 
organismo. 
 
 O médico suíço Paracelso pode ser considerado o primeiro na Iatroquímica. 
Paracelso aceitava a crença de que o ar, a terra, o fogo e a água eram as quatro substâncias 
básicas. 
 
 Os iatroquímicos não entendiam inteiramente como os medicamentos afetavam o 
organismo, mas seu trabalho desenvolveu o interesse pela química do organismo. À medida 
que os cientistas aprendiam mais sobre medicina, gradualmente iam perdendo o interesse 
pelas teorias nada práticas, até mesmo um pouco sobrenaturais, da alquimia. 
 
A separação da Farmácia da Medicina 
 
 Pelo que pudemos observar até agora, os médicos antigos englobavam várias 
atividades, notadamente eles não apenas atendiam os pacientes mas também descobriam e 
preparavam as substâncias de propriedades curativas. Inclusive sendo os responsáveis pela 
sua venda. 
 
 Essa situação começou a gerar conflitos de interesse econômico e conflitos éticos, 
pois o mesmo profissional que indicava a substância de propriedade curativa era quem 
preparava (nessa época ainda não existia a Indústria) e fazia a venda. 
 
 Como tentativa de se resolver esse conflito encontrou-se uma solução que perdura 
até hoje na maioria dos países, o profissional médico é responsável pelo diagnóstico e pela 
6 
 
prescrição e o profissional farmacêutico é o responsável pela preparação (produção) e pela 
venda (dispensação). 
O primeiro registro dessa separação data de 1240 d.C. quando por um edital de Frederico II, 
imperador da Prússia. A farmácia foi separada da medicina, que estabeleceu na mesma 
época um código de ética profissional. 
 
A História da Farmácia no Brasil – Da botica à farmácia 
 
 A casa comercial, ou loja, onde o público se abastecia das drogas e medicamentos 
nos tempos coloniais , denominavam-se “botica”. Também eram destinados ao preparo e à 
distribuição de medicamentos aos doentes internados. 
 
 “Botica” era ainda uma caixa de madeira ou de folha de flandres, de tamanho 
variado que continha as drogas e medicamentos mais necessários e urgentes. Ela podia ser 
transportada facilmente de um local para o outro. Com boticas dessas, em lombos de burro, 
curandeiros ambulantes percorriam as povoações e fazendas mascateando “específicos” 
para o tratamento dos animais. 
 
 Antes disso, porém, junto com o Primeiro Governador Geral do Brasil, Tomé de 
Souza, veio o primeiro boticário do Brasil, Diogo de Castro, então formado pela já 
festejada Universidade de Coimbra. No Brasil os jesuítas costumavam manter em seus 
acampamentos, em regiões distantes, uma “botica”, dando lugar, com o tempo, às 
tradicionais “boticas” anexas aos colégios, que inicialmente serviram somente para atender 
aos membros das companhias e aos estudantes. Aos poucos, as “boticas” jesuítas passaram 
ao povo em geral, que as preferia, ao invés daquelas dirigidas por meros comerciantes que 
costumavam errar no aviamento das receitas e não tinham escrúpulos em substituir as 
drogas prescritas. 
 
Saiba mais / Curiosidade: 
Os jesuítas sempre que instalavam um Colégio escolhiam um “Irmão” que seria responsável em preparar os 
remédios. Dentre os Irmãos destinados ao sul do país um se chamava José de Anchieta, futuro apóstolo e santo do 
Brasil. José da Anchieta foi o responsável pela botica em São Paulo, sendo considerado o primeiro boticário de 
Piratininga. 
 
 A utilização da expressão “botica” para farmácia e “boticário” para o farmacêutico 
vem desde o descobrimento do Brasil, perdurando até a terceira década do século XIX; 
nessa época o profissional, à vista do doente, manipulava e produzia os medicamentos, de 
acordo com a farmacopéia e a prescrição dos médicos. 
 
 As ordenações do Reino, primeiro contexto legislativo a vigorar no Brasil, já no 
século XVI, impunham regulamentos à matéria, estabelecendo que a distribuição de drogas 
era privativa de “boticários”, mas tal regulamentação não podia surtir efeitos, porque 
qualquer pessoa, mesmo analfabeta ou imbuída de interesses puramente lucrativos, podia, 
com relativa facilidade, obter do Comissário Físico-Mor a “carta de aprovação” como 
boticário, ficando, portanto, habilitado a exercer o comércio de drogas e medicamentos. Tal 
comércio era exercido juntamente com outras atividades num mesmo estabelecimento. Em 
1774, foi outorgado o regimento chamado historicamente de “Regimento 1774”, o qual 
proibia terminantemente a distribuição de drogas e medicamentos por estabelecimentos não 
7 
 
 habilitados, fixando multas e apreensão de estoquespara o caso de descumprimento; 
criava a figura do profissional responsável; exigia a existência de balanças, pesos, medidas, 
medicamentos galênicos, produtos químicos, vasilhames e livros elementares nas boticas e 
criava a fiscalização sobre o estado de conservação das drogas e dos vegetais medicinais. 
Apesar do regimento, baixado em 16 de maio de 1744 ser um modelo de legislação médico-
farmacêutica, ele não foi cumprido. 
 
Novo Ciclo da Farmácia – Do Boticário ao Farmacêutico 
 
 Com a mudança da sede da Monarquia de Portugal para o Brasil os panoramas da 
medicina e da farmácia melhoraram bastante. 
 
 Estando na Bahia, o príncipe regente D. João criou, através da carta-régia de 18 de 
fevereiro de 1808 e por sugestão do cirurgião-mor do reino, Dr. José Correia Picanço, a 
“Escola de Cirurgia” no Hospital Real Militar, que funcionava no antigo colégio dos 
jesuítas. Chegando ao Rio de Janeiro em 7 de março, já a 2 de Abril de 1808, o príncipe 
nomeia Joaquim da Rocha Mazaréu, Primeiro cirurgião da nau “Príncipe Real” em sua fuga 
para o Brasil. 
 
 Essas incipientes “cadeiras” de anatomia e cirurgia seriam os núcleos das academias 
médico-cirúrgicas da Bahia e do Rio de Janeiro e dariam origem em 1832 às faculdades de 
medicina. 
 
 Neste último ano foi que se criou oficialmente o curso da farmácia, com duração de 
três anos, anexo às faculdades de medicina, recebendo os diplomados o título de 
farmacêutico. 
 
 Em 4 de abril de 1839, o governo provincial de Minas Gerais fundava em sua 
capital Ouro Preto, uma escola de farmácia, pioneira para o ensino exclusivo da profissão 
no país. Decorrido pouco mais da metade do século, surgiram mais duas escolas para o 
ensino autônomo de farmácia: a escola de Porto Alegre, em 1896 e, logo a seguir, a de São 
Paulo, em 11 de fevereiro de 1898. 
 
 O surgimento destas e de novas escolas de farmácia no país com currículos 
atualizados foi o primeiro passo concreto para se criar uma indústria farmacêutica nacional, 
uma vez que a indústria farmacêutica moderna nasceu dos laboratórios de manipulação das 
farmácias nos quais atuavam essa nova leva de profissionais formados no país. 
 
 Desde então, com o advento dos farmacêuticos formados pelas escolas oficiais, a 
legislação sanitária tem atribuído invariavelmente somente aos farmacêuticos diplomados o 
direito de exercer a profissão no país, tendo por escopo a preservação da saúde e o bem-
estar da sociedade. Dessa forma as figuras, às vezes romântica, da Botica e do Boticário 
foram substituídas pela Farmácia, no sentido de estabelecimento comercial, e pelo 
Farmacêutico no sentido profissional. 
 
 Já estamos no século XX (de 1901 a 2000), e a evolução da sociedade brasileira traz 
à profissão farmacêutica novas e mais rigorosas legislações específicas, as indústrias 
8 
 
multinacionais começam a se instalar no país principalmente a partir da década de 30, os 
medicamentos de origem vegetal perdem importância e os “remédios industrializados” 
começam a tomar conta das prateleiras. Novas tecnologias são descobertas, surgem os 
antibióticos... A tradicional botica cede espaço às farmácias e as drogarias 
 
 A realidade agora é outra, o comércio de remédios que sempre esteve diretamente 
ligado ao exercício da profissão farmacêutica, no século XX com o surgimento da indústria 
das farmácias, drogarias, passa então a exigir do farmacêutico, conhecimentos outros além 
da parte técnica da profissão. O Farmacêutico precisa agora, principalmente para os optam 
por atuar no comércio, familiarizar-se com não só com legislação sanitária, mas também 
com legislação trabalhista, legislação tributária, gestão de pessoas, movimentação 
financeira, etc... 
 
 
Bibliografia: 
 
KOROLKOVAS, A.; BURCKHALTER, J.A. QUÍMICA FARMACÊUTICA. Rio de 
Janeiro, Editora Guanabara, 1988. 
 
SILVA, R.F. Da Pharmacia à Farmácia – Universidade Federal do Pará - 100 anos de 
História. Belém, Editora Universitária UFPA, 2003. 
 
ZUBIOLI, A. Profissão: farmacêutico. E agora? Curitiba, Editora Lovise Ltda., 1992.

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