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aleitamento uti neonatal

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Prévia do material em texto

Texto 
Luís Alberto Mussa Tavares
Apresentação
Dr. Luciano Borges San�ago (UFTM/SBP)
Ilustrações
Thiciana Mandú
3
Apresentação – Dr. Luciano Borges San�ago .................................................................. 9
Dedicatória .................................................................................................................... 11
Primeiras coisas ............................................................................................................. 13
Explicação inicial às mães .............................................................................................. 15
1.Você já fez o seu melhor até aqui, sabia? ................................................................... 17
2.O que é uma UTI neonatal? ........................................................................................ 19
3.Por que alguns bebês vão para a UTI neonatal? ......................................................... 20
4.Quem é a mãe de UTI? ................................................................................................ 21
5.Porque muitos bebês não conseguem ir ao seio enquanto estão na UTI? ................. 22
6.E o que é que o leite materno tem de tão importante assim? ................................... 23
7.E aquela aguinha chamada colostro? Serve pra alguma coisa? ................................. 25
8.Quando um bebê fica muito tempo na UTI sem mamar na mãe significa que ele 
 não vai mais conseguir mamar nela? ......................................................................... 27
9.Quando uma mãe fica muito tempo longe de seu filho sem dar o peito a ele 
 significa que ela nunca mais vai conseguir amamentar o seu bebê? ......................... 31
10.Como é uma mama por dentro? ............................................................................... 35
11.Como é que a mama fabrica o leite? ......................................................................... 37
12.Porque de vez em quando o leite vaza das mamas? ................................................. 39
13.Porque às vezes o leite não desce? ........................................................................... 40
14.Como é que se faz a ordenha do leite materno? ....................................................... 42
15.O que fazer com o leite ordenhado? ......................................................................... 51
16.E quando o peito empedra? O que fazer? Como evitar? ........................................... 56
17.As lojas vendem muitos produtos para mães que amamentam. Até que ponto 
 se pode confiar neles? ................................................................................................ 59
18.Remédios. Podem aumentar o leite? Podem secar o leite? Podem atrapalhar tudo? 
 E agora? ..................................................................................................................... 65 
19.Para que serve um Banco de leite humano? ............................................................. 67
20.A hora da primeira mamada. ..................................................................................... 68
21.Aproveite o dia. .......................................................................................................... 70
O autor ............................................................................................................................ 73
 
5
ÍNDICE
Edição comemora�va 
XIII Encontro Nacional de Aleitamento Materno
Manaus, AM, 23 a 28 de novembro de 2014.
I Congresso de Assistência Integral à Saúde da Mulher e da Criança
Lages, SC, 09 a 11 de dezembro de 2014.
Este exemplar não será vendido
Livre download disponível em:
www.alemdau�.com.br
www.aleitamento.com
7
Apresentação
 Prezada Mãe de UTI,
 De fato este é um livrinho que pode ajudar muito. Ajudar você mãe de UTI a 
viver melhor este momento tão importante de sua vida. E quem é o autor desse 
livrinho, que tanto quer te ajudar? Seu nome é Luís Tavares! Um ser humano com 
alma diferenciada. Antes de tudo um poeta. Um médico pediatra nascido em 
Campos dos Goytacazes/RJ, que verdadeiramente e despretensiosamente se 
importa com mães que amamentam. Em especial com você mãe que tem um 
prematuro internado na UTI neonatal. Ele quer ajudar você a amamentar, mas caso 
não consiga, ajudar você a viver melhor essa fase da sua vida e do seu bebê. Vai 
entender, entre outras, como funciona sua mama por dentro, o que é um Banco de 
Leite Humano, como o leite materno é produzido e a importância dele pro seu bebê.
 Além desses conhecimentos, durante a leitura alguns sen�mentos alcançarão 
seu coração como paz e ternura. Vai entender que a UTI não é um ambiente 
assustador e que a amamentação apesar de muito importante não é obrigatória. 
Luís Tavares convencerá você de que não há espaço para sen�mento de culpa, pois 
você já é uma vitoriosa! O mais importante é que você aproveite bem o seu 
momento de mãe, perceba a recuperação passo a passo do seu filho e saboreie a 
vida nova que brota em sua vida.
 Luís Tavares é a pessoa certa para ajudar você! Leia esse livrinho escrito com 
muito amor, aliás eu diria mais que isso, u�lize-o como um guia diário. Siga-o e 
viverá esse momento com menos sofrimentos e mais o�mismo. Encontrará um 
sen�do novo em sua maternidade. Perceberá que existe humanidade nas UTIs 
Neonatais e por fim, nessa leitura surpreendente, descobrirá um médico pediatra 
amigo, que vive apenas pela paixão de ver sorrisos estampados em rostos de mães 
como o seu!
 Eu mesmo, após a leitura deste guia, percebi que Luís Tavares a cada dia, com 
sua poesia, seu jeito calmo, sua voz suave, sua generosidade, sua pureza de coração, 
sua simplicidade, sua transparência e acima de tudo sua ousadia do bem, consegue 
algo sublime: ele realmente amamenta! Amamenta com gotas de amor as almas de 
mães de UTI! 
 Boa leitura. Que Deus nos abençoe!
Dr. Luciano Borges San�ago
Professor de Pediatria da Universidade Federal do Triângulo Mineiro - 
Uberaba/Minas Gerais)
Presidente do Departamento Cien�fico de Aleitamento Materno da Sociedade 
Brasileira de Pediatria.
9
Dedicatória
Às mães de UTI,
Aos que cuidam delas,
Aos seus bebês,
Aos que cuidam deles,
Aos profissionais que atuam na Unidade Neonatal do Hospital dos Plantadores de 
Cana de Campos, por sua força incomum que enverga mas não quebra, que balança 
mas não cai, distribuindo, com seu trabalho minucioso e atento, lições diárias de 
amor, bom humor, tratamento cuidadoso e acertado. Uma equipe da maior 
qualidade,
Aos profissionais que atuam no Banco de Leite Humano do Hospital dos Plantadores 
de Cana de Campos, responsáveis silenciosos pelo sucesso que muitas mães de UTI 
têm encontrado na manutenção de sua produção de leite para chegarem prontas ao 
sonhado dia de amamentar seus filhos pela primeira vez,
Aos profissionais que atuam na UTI Neonatal Nicola Albano em Campos que há duas 
décadas vem cuidando com cuidado da dor de nossos filhos, transformando ciência 
em arte e semeando resiliência no coração de nossas famílias,
Às mães de UTI, a seus filhos internados e suas famílias atônitas, para que saibam 
que a esperança existe sempre, mesmo adormecida, e as possibilidades são sempre 
caminhos a se descobrir, tentando sempre, acreditando sempre, buscando sempre 
com apoio sempre...
“Aqueles que passam por nós
Não vão sós, não nos deixam sós. 
Deixam um pouco de si, 
Levam um pouco de nós.” 
(Autor desconhecido)
Obrigado por deixar tanto de sua presença em mim...
Desde o primeiro dia...
E para sempre...
Luís Tavares
11
Primeiras coisas
Um agradecimento todo especial às amigas:
Andreia S. Pinto e Shanna Rangel,Pela digitação cuidadosa e paciente das dezenas de páginas manuscritas da redação 
original desse trabalho, um esforço minucioso e cansa�vo dispendido com o obje�vo 
de traduzir minha letra intraduzível e permi�r que o texto completo desse livro fosse 
disponibilizado para a publicação.
Sem palavras para agradecer tanto carinho.
Registro também meu reconhecimento e agradecimento aos amigos que ofereceram 
sugestões de mudanças e correções ao texto original, com base em suas 
observações e estudos pessoais, desviando essas linhas de erros de desatenção e 
enganos:
Ana Cecília Dias Aragão,
Cris�ane Faccio Gomes,
Debora Henriques,
Kely de Carvalho Torres,
Laura Johanson da Silva,
Marcus Renato de Carvalho,
Miriam Santos,
Shanna Rangel.
Este livro é uma obra de domínio publico.
Seu conteúdo completo encontra-se disponível para download nos sites 
www.alemdau�.com.br www.aleitamento.com e , bem como o conjunto de 
desenhos que o ilustra, e pode, por isso, ser reproduzido, compar�lhado, modificado 
completamente ou em parte sem necessidade de autorização ou citação dos 
créditos autorais. É permi�do também, livremente, copiar, mostrar, baixar, distribuir, 
reproduzir, republicar ou retransmi�r qualquer informação, texto ou ilustração deste 
volume, em qualquer meio eletrônico ou �sico, além de criar qualquer trabalho 
derivado com base nessas imagens, textos ou documentos sem necessidade de 
consen�mento prévio do autor, recomendando-se somente que se evite sua 
comercialização.
As ilustrações são de Thiciana Mandú que se entregou como ar�sta e como mãe que 
amamenta a esse trabalho intenso de criação única.
A diagramação do material é de Fernando Luiz Soares, amigo de todas as horas e de 
todos os bytes.
Um agradecimento mais que carinhoso vai para meu irmão, o professor Celso, pela 
colaboração valorosa na leitura dessas linhas e pela correção das incorreções 
grama�cais por mim come�das. 
Contatos podem ser feitos por mail: lamtavares@globo.com
Luís Tavares
Campos dos Goytacazes,
03 de outubro de 2014.
13
Explicação inicial às mães
Querida mamãe
Se você está lendo as páginas desse livrinho, deve ser porque seu bebê está numa 
Unidade Neonatal, longe de você.
Mas se você, por isso mesmo, con�nua lendo essa página deve ser porque mesmo 
com seu filho na Unidade Neonatal tão distante, você ainda assim deseja 
amamenta-lo.
Então se seu bebezinho está na Unidade Neonatal e se mesmo longe dele você ainda 
assim deseja amamenta-lo, também é exatamente por isso que estamos nos 
encontrando aqui e agora nas páginas desse livrinho.
Muitos livrinhos e páginas da internet tem sido lançados para ajudar mães a 
amamentar seus filhos. A maioria deles oferece ajuda àquelas mães que tem filhos 
saudáveis que vão com ela para casa e ainda assim enfrentam as dificuldades 
eventuais da amamentação.
Alguns outros livrinhos oferecem ajuda a mães com bebês que apresentam 
caracterís�cas especificas: fendas na boca, síndrome de Down, prematurinhos, 
gêmeos. A todos esses, com orientação certa, a amamentação é possível quando 
corretamente orientada e apoiada.
Mas há muito tempo temos percebido que existe um grupo de mães que não recebe 
as informações e o apoio que deveriam receber por simplesmente não serem 
reconhecidas e iden�ficadas como um grupo: são as mães de UTI, mães que 
desejam e podem amamentar assim que seus filhos forem para seus braços, mas 
que estão sozinhas, tristes, com medo e se ves�ndo basicamente das esperanças de 
um dia tê-los de volta para seus dias.
É então para você, mãe de UTI, que escrevemos essas páginas.
A par�r destas linhas as mães de UTI deixam de ser mulheres invisíveis e passam a 
formar um grande grupo de mães com filhos distantes e mergulhadas em dor e 
esperança, mas que mantém vivas suas grandes possibilidades de amamentar seus 
bebês.
Este livrinho, mamãe de UTI, é seu guia.
Através de 21 pequenos textos, escritos em linguagem amigável, maternal e nada 
cien�fica, totalmente ilustrados para facilitar sua compreensão, o universo da 
maternidade de UTI vai se clareando e as possibilidades de você manter uma 
produção de leite suficiente vão se tornando reais à medida e que você se envolve 
com esse universo pelo tempo necessário que custar para a chegada da primeira 
mamada.
Entenda que esses 21 pequenos capítulos formam uma técnica.
É possível para grande parte das mães, mesmo para aquelas mães de bebês que 
ficam muitas semanas internados, manter uma produção de leite que facilite a 
amamentação quando ela for oportuna e possível.
15
Já não podemos aceitar ver tantas mães se despedirem desse seu sonho por conta da 
falta de intervenção e de apoio sistema�zado que nós, profissionais de saúde, teríamos 
o dever de oferecer e que muitas vezes, por omissão, não fazemos.
Por isso hoje aqui estamos então, juntos e por um mesmo desejo.
Boa leitura.
Segue confiante.
Força.
Aproveite o dia.
Luís Tavares
16
1. Você já fez o seu melhor até aqui, sabia?
A primeira coisa que precisa ficar bem claro é:
Amamentar é possível.
Mas tem um detalhe:
Você já fez o seu melhor até aqui.
Oh!
Já?
Sim. Claro que já.
E sabe por quê?
Porque a estrada em que você 
e seu bebê caminharam 
para chegar até aqui neste dia não deixa dúvidas: 
vocês são dois vencedores. Dois grandes vitoriosos.
Foi uma longa viagem enfrentando medos, dores, 
solidão, esperanças, dificuldades, pesadelos, 
pensamentos inconfessos, e tudo isso fez de você 
e de seu bebê seres muito especiais, 
já testados e aprovados, já possuidores das melhores 
e mais caras medalhas da vida. 
Vocês dois são dois gigantes, isso sim.
E chegamos ao momento de percebermos crescer 
as possibilidades de amamentar.
Conseguir fazer com que tudo dê certo seria maravilhoso.
Pra você e pro seu belo bebê.
Mas não tome isso como um divisor que vai classificar as mães 
entre mães bem sucedidas e mães fracassadas, entre mães que conseguiram e mães 
que falharam.
Nunca.
O mais importante vocês já alcançaram: sobreviveram e trouxeram com essa vitória 
força suficiente para seguir em frente com muito orgulho e dignidade.
Então, não se cobre tanto, pelo muito que você já viveu para chegar até aqui.
Porque se você não conseguir amamentar você não terá fracassado.
Se você não conseguir amamentar você não terá falhado.
Porque você e seu bebê já são vencedores.
Vocês dois já fizeram o seu melhor.
Decorou isso? Ou prefere que eu desenhe?
Não se alimente com essa obrigação como se ela fosse mais um peso sobre as suas 
costas, mais uma pressão sobre o seu coração.
O melhor de você, você já deu, por isso não se machuque com nenhum sen�mento de 
frustração caso você não consiga, apesar de todo esforço, amamentar seu bebê.
Porque você já deu o melhor da sua vida pelo amor de seu filho e ele, o melhor da vida 
dele por amor a você.
O bebê prematuro 
e a mãe prematura 
são os dois lados 
de uma história 
de superações e vitórias, 
independente 
dos resultados 
alcançados.
17
É por isso que nesse livrinho traçamos informações importantes que vão ajudar você a 
tentar conseguir amamentar.
Mas ainda assim eu repito: você já fez o seu melhor.
Então se tranquilize.
Porque é exatamente quando você se sen�r livre do peso da obrigação e da cobrança, 
então é nessa hora, é justo nesse momento, que talvez você realmente consiga.
Porque falará mais alto em seu coração a maternidade.
E a maternidade é o mais nobre dos gestos.
Mais saboroso inclusive que a amamentação.
Então é assim.
Você tem tudo pra dar certo.
Mas você já fez o seu melhor até aqui.
Porque sua história e a história de seu bebê já deram certo.
Porque sua história ea história de seu bebê já são capazes de transbordar lágrimas nos 
olhos daqueles que a conhecem.
Você venceu,
Seu bebê venceu,
E embora você possa mais
E possa sempre,
Ainda assim, acredite.
Essa vitória é de seu filho,
E essa vitória é sua
Porque, defini�vamente,
Você já fez o seu melhor até aqui...
18
2. O que é uma UTI neonatal?
Não.
Não é um lugar apavorante.
Nem é um lugar para onde vão os bebês que têm alguma chance de morrer.
Não.
Lembre-se de que se um copo está metade cheio então ele também está metade 
vazio.
Nenhuma verdade tem um lado só.
Então:
Uma UTI Neonatal não é um lugar assustador.
É uma sala toda formada de alarmes e luzes e tubos e barulhinhos e agulhas 
e frascos e muita gente em volta fazendo um monte de coisas ao mesmo tempo 
com um único obje�vo: cuidar o melhor possível de seu bebê e cuidar da melhor 
maneira possível da sua vida. E isso não é nada apavorante.
É maravilhoso saber da existência de um lugar assim.
Pensar que em nossos dias homens e máquinas se unem para recuperar a saúde e 
restabelecer a vida não é fantás�co? A UTI Neonatal é apavorante? Assustadora?
Não.
Acima de tudo a UTI Neonatal é um lugar fantás�co e maravilhoso.
Lembra da história do copo meio cheio que é também meio vazio?
Então.
Assim também é a UTI Neonatal.
Fantás�ca apesar do pavor que provoca e maravilhosa acima de sua condição 
assustadora.
Todas as coisas dependem da forma como você as vê.
Cada um daqueles monitores e tubos e agulhas e numerozinhos piscando e soros 
e máquinas e incubadoras, cada um daqueles profissionais caminhando 
apressadamente de um lado pra outro por turnos inteiros e dias sem fim não são um 
pavor, mas a grande chance de devolver seu bebê para os seus braços, recuperando 
a vida e valorizando a vida e a família para a humanidade inteira, percebe?
Apavorante? Talvez.
Assustadora? Pode ser.
Mas maravilhosa, certamente. 
Fantás�ca, por certo.
É da UTI Neonatal 
que nasce a esperança 
sem o que nenhum dia seguinte 
seria possível de ser vivido.
A UTI Neonatal é um complexo 
criado para o tratamento de bebês para que estes 
possam voltar recuperados para suas famílias.
19
3. Por que alguns bebês vão para a UTI neonatal?
Sempre que existe grande risco para um bebê, a sua transferência para a UTI é 
indicada.
Às vezes isso acontece imediatamente após o nascimento.
Às vezes algum tempo depois.
E os bebês vão para a UTI por dificuldade respiratória, por infecção, por icterícia 
(porque ficam muito amarelinhos), por serem muito prematuros, ou por serem 
muito grandes, ou por nascerem com probleminhas aqui e ali.
Nem todo bebê, no entanto, é igual.
Há prematuros e prematuros, cansadinhos e cansadinhos, infecções e infecções e 
bebês grandões e bebês grandões.
Cada bebê leva consigo sua própria história, suas próprias chances, seus próprios 
riscos, e suas possibilidades.
A tecnologia tem possibilitado que as UTIs sejam cada vez mais bem montadas, 
permi�ndo que bebês cada vez menores e mais graves possam a cada dia sobreviver 
cada vez mais.
A UTI é uma enfermaria cara e especializada.
Haverá um dia em que os pais do bebê terão livre acesso ao seus filhos durante as 24 
horas do dia, evitando a separação e permi�ndo a permanência do vínculo.
Os bebês vão pra a UTI porque estão graves.
Mas os bebês vão para a UTI, principalmente, para que voltem saudáveis e fortes 
para os braços de suas mães.
Bebês que precisam 
de ajuda para respirar 
são sempre beneficiados 
pelo tratamento disponível nas UTIs.
20
4. Quem é a mãe de UTI?
Uma mãe que leva seu bebê com ela pra casa logo após o nascimento, certamente 
ama esse bebê de todo coração e sua força, e de forma incondicional.
Mas uma Mãe de UTI que deixa seu filho no hospital e segue sozinha pra casa, sem 
filho, sem barriga, sem alegria e muitas vezes sem esperança, ama igualmente seu 
filho com esse mesmo amor, o mesmo amor daquela primeira mãe que deixa o 
Hospital com seu filho nos braços.
A mãe de UTI, entretanto, se caracteriza por uma única e desproporcional diferença: 
a de um amor testado até seus mais distantes limites, desfibrilado, despedaçado 
pedaço por pedaço, testado e arrancado do peito e posto à prova mais dura e ainda 
assim resiste e se preserva inteiro, e empurra essa mãe para cima e para frente e 
não se retrai e nem se diminui e nem se enfraquece e nem desacelera.
Uma Mãe de UTI é quase sempre a prova viva de que no fundo intocado do coração 
de uma mãe existe uma força sem nome e de tamanho desconhecido, capaz de fazê-
la enfrentar as tempestades com a delicadeza de uma borboleta que se banha na 
brisa fresca de uma manhã de sol.
A Mãe de UTI é o que pode se chamar de mãe extremada.
Mãe Dolorosa.
E pode se dizer também que uma Mãe de UTI é para sempre.
De um amor sem limites nem fronteiras.
De uma dor que se refaz a cada dia, se renova, se sublima, mas não passa.
A Mãe de UTI traz na alma o amor que, por sua natureza, somente às mães é capaz 
de tocar.
Que possamos todos um dia, familiares, amigos e profissionais, nos dedicar a apoiá-
la na sua história de vida, compar�lhando suas dores e bebendo, ao lado dela, sua 
força e sua grandiosidade para sempre.
Uma mãe de um bebezinho que vai para a UTI é uma Mãe de UTI.
Por que chamá-la assim se uma mãe de UTI tem por seu filho o mesmo e 
extremíssimo amor que toda e qualquer mãe tem por seu filho, estando ele numa 
UTI ou não?
A mãe de UTI vive a dor da separação de um modo intenso e inexplicável. 
21
5. Por que muitos bebês não conseguem ir ao seio 
 enquanto estão na UTI?
Durante os dias de UTI 
é muito frequente a separação 
entre a mãe e o bebê.
Este é talvez 
o mo�vo mais comum 
para um bebê de UTI 
não mamar em sua mãe.
O mais comum, mas não o único.
Durante os dias de UTI os bebês estão:
* Muito fraquinhos.
* Cheios de tubos na boca, o que dificulta muito a elezinhos a possibilidade de sugar.
* Passando seus dias em incubadoras, o que dificulta o contato diário e con�nuo 
com a mamãe.
* Precisando de oxigênio para respirar, o que impede esses bebês de mamar no 
peito de sua mãezinha pelo cansaço e pelo esforço que fazem quando são afastados 
da fonte de oxigênio.
* Deixando uma coisinha no estômago chamada "resíduo" (que é como se fosse um 
"resto de alimento"), e bebês com resíduos frequentes (como são os bebês de UTI) 
não podem receber alimento, por isso não podem mamar.
O tempo que um bebê de UTI precisa para viver a primeira experiência de mamar no 
peito de sua mãe varia de algumas horas até muitas dezenas de dias. E para alguns 
bebês isso nem vai chegar a acontecer por conta de situações muito especiais como 
HIV e algumas malformações, entre outras.
Cada bebê é um bebê, e cada condição de possibilidade de sucção vai ser alcançada 
a seu tempo.
É a equipe que está cuidando do bebê quem iden�fica o momento apropriado para 
trazê-lo ao seio: um bebê estável, um bebê que não dependa de aparelhos e 
oxigênio, um bebê sem "resíduos" (restos alimentares), um bebê que respira bem e 
que já é capaz de respirar e deglu�r o leite sugado ao mesmo tempo em que respira.
É um longo caminho, mas que precisa ser traçado com segurança e muito apoio.
E o importante é você entender que, para a grande parte dos bebês, mesmo durante 
seus dias de UTI, muita coisa é possível ser feita enquanto se espera a tão sonhada 
hora de ir ao seio.
Esse período, quando menos se espera, já passou.
Vamos viver esses dias sem imaginar que eles serão dias para sempre.
Dias melhores virão.
Vocês verão...
O afastamento de sua mãezinha 
é a causa mais comum 
da dificuldade que um bebê de UTI 
tem em mamar na sua mãe.
22
6.E o que é que o leite materno tem de tão importante assim?
*O leite materno é um alimento completo.
* Algumas pessoas que trabalham com a amamentação chamam o leite materno de 
padrão ouro.
E nem é só alimento:
* É materno porque só a mãe do bebê pode produzir.
* Contém desde a água que o bebê precisa até o açúcar, a proteína, a vitamina, a 
gordura.
* Contém células vivas que vão ajudar o bebê a se defender contra infecções.
* Contém elementos que facilitam o crescimento e desenvolvimento ideal do 
sistema nervoso, que é responsável por tomar conta da vida da gente pela vida 
inteira.
* Permite o contato do bebê com a mãe, e, por conta desse contato, facilita a 
proteção, o vínculo, o afeto.
* Possibilita para esse bebezinho, que um dia vai completar 100 anos a prevenção de 
muitos problemas da vida adulta, como obesidade, hipertensão, diabetes, doenças 
alérgicas (asmas, rinites e derma�tes), taxas elevadas de gordura no sangue, 
infartos...
* Ajuda o crescimento correto dos ossos da face, permi�ndo o fechamento correto 
da boca (os den�stas chamam isso boa oclusão dentária), e prevenindo problemas 
como a mordida aberta e a respiração bucal.
* Prepara o bebê para a fala correta, acertando a posição da língua para formação 
adequada de certos fonemas como "de", "tê" e "lê". Isso equivale a dizer que o bebê 
que mama no peito acaba se preparando para falar as palavras corretamente. Seus 
órgãos formadores da fala são todos preparados pela amamentação.
* Protege o bebê contra as diarréias, as prisões de ventre, as intolerâncias 
alimentares, os erros alimentares tão comuns, os riscos dos alimentos industriais etc.
O leite materno tem um papel importan�ssimo na recuperação de um bebê de UTI.
23
O leite materno, antes de tudo, e acima de tudo, é um elemento que permite à mãe 
exercer de modo pleno a maternidade integral.
O fato mais importante de tudo isso é saber hoje em dia que usando as técnicas 
adequadas e recebendo todo apoio, o merecido e de direito, esses bene�cios estão 
ao alcance de nossos bebês prematurinhos e aqueles outros internados em UTI, 
permi�ndo a eles as mesmas vantagens oferecidas aos bebês nascidos a termo.
É o que aprenderemos nas páginas a seguir.
Me acompanhem.
24
7. E aquela aguinha chamada colostro? 
Serve pra alguma coisa?
Uma aguinha chamada colostro.
É assim que tudo começa.
Quando o leite começa a sair do peito, bem no 
iniciozinho, 
ele se parece com uma aguinha.
E é dessa forma que muita mãe chama seu 
primeiro leite:
Uma aguinha.
Colostro nem é uma aguinha, embora se pareça muito com uma aguinha.
Colostro é o leite inicial.
É leite materno, ainda transparente, que em poucos dias vai ganhar a cor branca que 
é como ele vai ser reconhecido enquanto exis�r e até o dia em que secar.
O colostro se parece com uma aguinha sim.
Mas uma aguinha que carrega tanta saúde dentro dela, que faz com que essa 
aguinha se torne o principal responsável pelo crescimento do bebê, pela sua 
primeira dose de vacina recebida e pelo desenvolvimento do cérebro desse 
bebezinho, o que vai interferir em toda sua vida e todo seu aprendizado até a idade 
adulta.
A qualidade e a concentração dos elementos encontrados no colostro são tão 
grandes e tão importantes que jamais vão se repe�r por toda a história da 
amamentação desse bebê.
Resumindo: o colostro é um leite transparente como uma aguinha, mas rico como 
um tesouro.
Você pensa que é uma aguinha.
Chama ele de aguinha.
Mas ele tem superpoderes de matar o super-homem de inveja.
E por que "uma aguinha"?
* Porque é em go�nhas.
* Porque é muito pouquinho (se não, seria um aguaceiro).
* Porque é transparente do jeito como se fosse uma aguinha mesmo.
A maioria das mães nem acha que essa aguinha chamada colostro é leite.
Quando a gente pergunta a elas:
- Você já está tendo leite?
Elas respondem:
- Leite ainda não. Só uma aguinha. Uma aguinha?
Não.
O colostro 
é como uma aguinha 
que tem a cor 
de um diamante 
e vale ouro.
25
Você pensa que é pouquinho, mas nenhum "muito leite" tem tanta força quando a 
gente compara com ele, e pelo resto da vida vai ser assim. E acredite: é tão 
pouquinho quanto o pouquinho que cabe na barriguinha do bebê assim que ele 
nasce e durante seus primeiros dias. Então é um pouquinho do tamanho certo. Por 
isso nem é um pouquinho. É a quan�dade ideal.
Natureza sabe-tudo né?
O colostro é como uma pedra de diamante: é transparente, mas de valor impagável.
Por durar só poucos dias, quando é subs�tuído pelo leite maduro, o colostro é a 
forma mais rara entre as formas de leite materno que existem.
O colostro também é a forma de leite materno mais indicada para a alimentação de 
bebês prematurinhos.
E é tão importante para esses bebês que suas mães, por serem mães de prematuros, 
con�nuam produzindo colostro por muito mais tempo que as mães de bebês que 
nascem no tempo adequado. Algumas mães prematuras produzem colostro até 
quase um mês após o parto. E com isso produzem o que há de mais essencial e 
importante para seus bebês.
Impressionante a natureza, não acha?
A mãe permanece produzindo o colostro que seu bebê precisa pra crescer e se 
desenvolver por muito mais tempo, porque é exatamente disso que o bebê dela 
precisa.
Impressionante a perfeição dessas coisas, concorda comigo?
O nome dele é colostro.
Mas pode chamar de aguinha
Porque,
 mesma forma que a água,
O colostro é vida.
E vida é tudo que a gente precisa nessa hora.
26
8 . Quando um bebê fica muito tempo na UTI, 
sem mamar no peito da mãe, significa que ele nunca mais 
vai conseguir mamar nela?
Bem.
Todos nós sabemos que o ideal é deixar o bebê, logo assim que ele nasce, bem junto 
do peito da mãe, para que ele, que morou por toda gravidez na sua barriga, não 
sinta a separação de modo tão brusco e possa já desde o nascimento conhecer e 
começar a mamar no peito da mamãe. Isso é o que há de mais an�go e primi�vo na 
história do homem. E é também o que há de mais moderno e atual.
Mas isso não acontece quando um bebezinho vai para a UTI assim que nasce.
Quando um bebezinho vai para a UTI, na maioria das vezes o primeiro contato com o 
peito só vai ocorrer muitos dias depois do nascimento, dependendo das condições 
do bebê.
Mas o que à primeira vista pode parecer um caso perdido, o tempo e a história têm 
provado que é possível manter a pron�dão do bebê para mamar quando a gente 
toma alguns cuidados durante a sua internação.
Quais são esses cuidados que permitem ao bebê estar pronto para sugar no seio da 
sua mãezinha quando ele for ter contato com ela?
A primeira medida é tentar manter o bebê calminho durante os dias de UTI.
Para isso as UTIs a cada dia tomam mais cuidado com o barulho feito nas unidades 
(barulho das pessoas e dos aparelhos), com a luz que tem que permanecer acesa o 
tempo todo para vigiar o bebê, com a preservação do sono do bebê, com a proteção 
da dor que ele sente, com a necessidade de manipulação excessiva que precisa ser 
controlada e organizada.
O melhor carinho que se pode oferecer a um bebê durante seus dias de internação 
na UTI é fazer ele não se estressar, tentando com isso que ele chegue o mais calmo 
possível ao dia em que finalmente for para o colo de sua mamãe para a primeira 
experiência com a amamentação. Isso tem feito com que muitas UTIs pelo mundo 
afora reestruturem de forma muito cuidadosa os cuidados com a manipulação do 
bebê, com o barulho, com a luz, tentando torná-la menos intensa para esse bebê e 
com a dor inevitável dos procedimentos e das "agulhadas", tentando amenizá-las 
para acalmar o bebê.
Um bebê na incubadora 
vai precisar ser tratado 
com todo respeito 
para que possaestar preparado 
no momento de ir ao seio.
27
Mas outra coisa muito importante para preparar esse bebê para o momento da 
amamentação é saber que uma das preocupações mais sérias das Unidades 
Neonatais deve ser tentar afastar desse bebezinho as chupetas e os bicos das chucas 
e das mamadeiras enquanto ele es�ver na UTI. Isso evita que o bebê conheça outros 
bicos antes de conhecer o bico do peito da sua mãe. E esse é o maior aliado para 
uma boa pega. Nada de bicos estranhos. Nada que possa confundir seu cerebrozinho 
tão delicado e ainda em formação.
O uso do copinho ao invés da mamadeira é adotado em muitos hospitais porque o 
uso do copinho permite aos profissionais oferecer leite ao bebê sem precisar colocá-
lo em contato com os bicos das chucas, como já explicamos aqui. Isso ajuda 
imensamente o bebê na hora da mamada porque a mama fica sendo o primeiro bico 
a entrar em contato com o bebê, e não a chuca. Por isso o copinho tem sido u�lizado 
com frequência cada vez maior por profissionais pelo mundo inteiro.
Então bebês são protegidos da luz direta por tecidos sobre suas incubadoras, são 
colocados enroladinhos em ninhos feitos de panos para ficarem na mesma posição 
que estavam na barriga da mamãe, são cuidados por profissionais que a cada dia 
aprendem lições de não estressá-lo e a tratá-lo com respeito...
Um bebê 
fica bem mais confortável 
quando passa seus dias 
envolvido em rolinhos de pano 
que chamamos de ninhos.
O leite oferecido no copinho 
não deixa o bebê conhecer 
os bicos de chucas 
e assim deixa o bebê 
mais pron�nho pra sugar 
no peito da mamãe.
28
Vale lembrar que a assistência de uma fonoaudióloga durante os dias de UTI é 
essencial para trabalhar a boquinha do bebê, preparando elezinho para o momento 
de sucção. Quanto menor for o prematurinho maior vai ser a necessidade da 
atuação do fonoaudiólogo para avaliar sua boca e permi�r que ele chegue ao 
instante do contato com o peito da sua mãe sabendo respirar, sugar o leite e engolir 
o leite que ele sugou sem se engasgar e sem se sufocar.
O maior aliado da amamentação em bebês prematurinhos nas UTIs Neonatais tem 
sido entretanto o Método Mãe Canguru, desde 1980, quando foi criado. 
O Método Mãe Canguru permite a permanência de bebês muito pequenininhos, 
com pesos muitas vezes próximos a mil gramas, junto de sua mãe. Esse contato 
afasta o bebê do ambiente estressante da Unidade Neonatal e facilita numa única 
inicia�va o reequilíbrio da mãe e o do bebê.
Infelizmente muitos Hospitais ainda têm dificuldades para adotá-lo, optando pela 
tecnologia das máquinas no lugar da tecnologia do contato pele a pele.
Mas sabemos que é questão de tempo para a ciência se curvar diante das 
capacidades maternas de cuidar de seu próprio bebê. 
Outros recursos como ofuroterapia, massagem, banho humanizado, agrupamento 
de cuidados, medidas de proteção contra a dor, busca incessante da preservação da 
organização desses bebês e mesmo a redinha tem sido também u�lizados para 
reduzir o stress muito caracterís�co do ambiente da UTI, embora esse conjunto de 
técnicas esteja longe de formar um consenso amplamente aceito e u�lizado pelas 
UTIs do mundo inteiro...
O método mãe canguru 
traz bebês de muito baixo peso 
para o contato pele a pele 
com sua mãezinha. 
Isso ajuda muito o bebê 
a conseguir mamar 
na sua mamãe.
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É esse então o trabalho que as equipes de saúde fazem na direção de preservar o 
bom estado do bebê para o momento da mamada.
Quase sempre um trabalho minucioso e lento.
Mas, conhecendo as vantagens do aleitamento materno, é indiscu�vel que devemos 
fazer todo possível ao nosso alcance para permi�r que o bebezinho, mesmo o mais 
prematurinho, mesmo o de menor peso de nascido, mesmo após longos dias numa 
UTI Neonatal, permi�r que ele possa um dia mamar no peito de sua mãezinha.
É muito bom saber que se a gente andar no caminho certo as coisas têm mais 
chances de se resolverem bem. 
E é isso que no fundo todos nós, profissionais e pais desejamos, não é mesmo?
A vida é bela.
E cheia de oportunidades imperdíveis.
Então:
Mãos à obra....
Os bebês de incubadora 
ficam mais confortáveis 
quando colocados em redinhas. 
Isso diminui muito para eles 
o stress dos dias de UTI.
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9. Quando uma mãe fica muito tempo longe do seu filho e sem 
dar o peito a ele significa que ela nunca mais vai conseguir 
amamentar seu bebê?
 
Não.
Não significa.
Toda mãe 
tem possibilidade 
de amamentar.
Mesmo aquelas mães 
de bebês muito pequenininhos 
têm essa possibilidade.
Mas para que as coisas 
fiquem bem para a mãe 
e para o bebê 
é preciso oferecer muito apoio à mamãe, 
é preciso ter um mínimo de conhecimento 
de como amamentação se dá, como o leite é fabricado 
dentro da mama, como ele vai da mama para o bebê, 
é preciso oferecer à mãe as condições de cuidado necessárias 
para que tudo saia dentro do planejado, sem imprevistos 
e sem improvisos.
Mas é claro:
Seria mais fácil e mais simples se essa separação não exis�sse ou se acabasse 
durando o menor tempo possível.
Mas apesar de nem sempre as coisas saírem como nós desejaríamos que saíssem, a 
natureza é sabia e grandiosa e por isso permite que as mães não percam sua 
capacidade de amamentar mesmo nas vezes que enfrentam situações de grande 
dificuldade como é a internação de um filho numa UTI Neonatal.
Vamos então conhecer alguns passos que podem ajudar a mãe de UTI a manter em 
dia uma boa produção de leite, afinal de contas é disso que ela precisa.
Em primeiro lugar manter calma é fundamental. Sabemos como é di�cil, mas é 
necessário. E como manter a calma quando um filho está na UTI?
* Orando.
* Apegando seu coração a Deus.
* Aceitando o apoio da família (e isso inclui a colaboração dos familiares nas tarefas 
de casa como arrumar, lavar, passar e cozinhar).
Estar separada do filho 
traz tristeza 
e essa tristeza 
não deixa muitas vezes 
o leite de peito descer.
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*Aceitando o apoio da Equipe de Saúde, entendendo que aqueles profissionais tem 
uma única especialidade e obje�vo: devolver seu filho a você da melhor maneira 
possível.
* Abrindo seu coração com o pai do bebê. 
Isso ajuda você a enfrentar ao lado dele 
um problema que é dos dois.
* Evitando ficar a todo instante repe�ndo 
e lembrando coisas tristes 
como o nascimento di�cil e a ida para a UTI.
* Procurando ver o nascimento di�cil 
como a oportunidade 
do socorro imediato e a ida para a UTI 
como a possibilidade 
de sobrevivência do bebê.
* Animando-se.
* Não se entregando.
* Sofrendo sem se destruir
* Trocando experiências com outras mães que viveram 
o mesmo problema e passaram pelas mesmas culpas, 
mesmos medos, mesmos sustos e experimentaram, 
apesar de toda dor, um final feliz para sua história.
Seu bem estar vai ser seu aliado pra você se tornar 
uma boa aliada do seu filho.
Procure conhecer o leite materno: o que é, para que serve, 
como é fabricado, como sai da mama.
 Conhecer as coisas como elas são evita medo de fantasmas 
que não existem e de fantasias que não são verdadeiras.
Por isso procure ler, procure aprender. 
Isso fará de você a dona da situação, 
e como dona da situação, estará em suas mãos 
dirigir seus caminhos.
Neste livrinho você aprenderá alguns conceitos básicos 
explicados através de textos e imagens muito fáceis 
e escritos (em linguagem fácil) para facilitar sua compreensão.
Então faça do conhecimento seu grande aliado.
Aprenda que quanto mais vezes você esvaziar sua mama 
todos os dias, mais leite sua mama vai produzir.
Sabia disso?
Imaginemos um bebê em casa, com a mãe, 
mamando só no peito.
Vamos supor que esse bebezinhomame a cada duas horas. 
Isso significa que ele vai esvaziar sua mama doze vezes por dia. 
Concorda?
Quando 
a equipe iden�fica 
as fraquezas da mãe 
e oferece carinho e apoio, 
a dor da mãe diminui 
e suas chances 
de amamentar 
aumentam muito.
Buscar informação 
e aprender 
como as coisas 
funcionam 
na amamentação 
é um passo 
muito importante 
que nunca deve ser 
deixado de lado.
32
Vamos dar um desconto.
Vamos tentar �rar leite da mama a cada duas horas 
começando às oito da manhã e �rando pela úl�ma mamada 
às dez da noite.
Isso daria dez "esvaziadas" ou "ordenhadas" por dia, 
e agindo assim chegaríamos muito perto do que acontece 
com um bebê sadio quando mama no peito. 
É esse número de vezes que ele suga 
o seio de sua mãezinha.
Dez ou doze vezes a cada 24 horas.
É esse o número de vezes 
que o peito informa ao cérebro 
que está saindo leite do peito.
É esse o número de vezes 
que o cérebro 
manda o peito fabricar mais leite.
Acha que ordenhar a mama 
dez vezes cada dia é cansa�vo?
Pode até ser.
Mas é a forma mais natural de imitar a natureza.
Fazendo re�radas do leite do peito a cada duas horas sem se incomodar se você 
conseguiu ordenhar cinco ou quarenta gramas cada vez.
Não importa.
O que importa é você conhecer o processo 
e não desis�r dele.
O que importa é você dar con�nuidade 
à re�rada de leite a cada duas horas.
Enquanto você passa o tempo se envolvendo 
com as re�radas de leite a cada intervalo de duas horas, 
seu coração fica concentrado nessa re�rada 
e isso não deixa você se preocupar com outras coisas 
mais tensas que podem secar o leite.
E enquanto isso você também 
vai se preparando 
para o momento tão esperado 
em que a equipe chamará você 
para começar a amamentar seu filho.
E nessa hora você poderá dizer:
Eu me preparei.
Eu tenho leite.
Eu tenho poder.
Eu tenho força.
A re�rada 
do leite do peito 
pela mãe 
com as próprias mãos 
a cada 2 ou 3 horas 
só faz aumentar 
a produção 
e evitar 
que o leite seque.
As mães de bebês 
muito pequenininhos 
ou muito graves, 
que ficam 
muito tempo 
em UTI 
tem mais dificuldades 
de amamentar, 
mas com boa orientação 
nada está perdido.
33
É preciso, então, cada vez mais calma e confiança. 
Se não podemos �rar o leite da mama dez vezes por dia, �ramos cinco vezes. Se não 
conseguimos �rar quarenta ml de cada re�rada, �ramos quinze ml ou dez ml.
Nenhum esforço é pequeno.
Nenhuma quan�dade é desprezível.
Um único ml de leite materno contém mais vida que muitas mamadeiras de leite em 
pó vendido em farmácia, por mais caro que ele seja.
Nenhum esforço será feito em vão.
Nenhum resultado será pequeno, todo empenho será recompensado.
Leite materno é vida
Mãe é amor.
E isso é o princípio de tudo.
Nós vamos, em outra parte desse livrinho, mostrar como se esvazia uma mama – 
chamamos isso de ordenha. Como é que isso pode ser feito com sua mão e também 
com a ajuda de alguns modelos de bombas de �rar leite. 
Vamos explicar direi�nho como você pode �rar seu leite com suas mãos e também 
usando essas tecnologias mais modernas.
Esse quadrinho vai ajudar você a ir con�nuando as re�radas (para não se esquecer 
de pular nenhum horário). Serve também pra você ter uma ideia de quanto seu leite 
começa a render cada vez que você vai conseguindo cumprir as re�radas.
Mães que ficam por meses longe de seus filhos, prematuros extremos por exemplo, 
devem estar preparadas para que mesmo colhendo diariamente o leite de suas 
mamas, perceberem que com o tempo a produção do leite acaba diminuindo. A 
internação de um bebê na UTI é muito ingrata para a mãe que acaba sofrendo 
muito. A preocupação com o filho e as dificuldades para a permanência da sua 
presença ao seu lado acabam dificultando esse esvaziamento das mamas a cada 
duas horas que é o que permi�ria a manutenção de uma boa produção.
Uma coisa 
muito boa 
é desenhar 
uma tabelinha 
e anotar 
diariamente 
a hora 
e a quan�dade 
de leite re�rada. 
Isso faz a mãe 
ter certeza de
que tudo vai bem 
e perceber depressa 
quando alguma coisa 
vai mal.
34
10. Como é que é uma mama por dentro?
A mama, vista pelo lado de fora, 
é uma formação arredondada, 
como se fosse uma montanha.
Então é assim:
Uma mama dá tanto mais leite quanto mais leite 
produzem esses "cachinhos de uva" em seu interior.
O bico (ou mamilo) é o seu ponto mais 
alto.
Em volta do bico 
existe uma pele escura e mais grossa 
que é chamada de aréola.
Por dentro da mama 
encontramos centenas de raminhos 
que se parecem cachinhos de uva. 
Esses cachinhos estão mais concentrados 
na ponta da mama, bem abaixo da aréola, 
o que explica a saída do leite 
ser maior quando o bebê abocanha a aréola 
ou quando a mãe 
ordenha corretamente a mama, 
como aprenderemos a seguir.
O peito 
tem a forma 
de uma 
montanha.
O bico do peito 
é rodeado por uma pele 
mais escura e gordurosa 
chamada aréola. 
Em volta da aréola 
está a mama 
propriamente 
dita.
Dentro da mama 
existem centenas 
de coisinhas 
que se parecem 
com cachinhos de uva. 
Imagine assim: 
o leite é produzido 
nas uvas e corre
pelos galhinhos 
menores 
até chegar 
ao galho 
principal 
de onde vai 
pra fora 
da mama.
A gente vê um numero muito maior desses cachinhos de uva 
perto da ponta do peito que da sua base. 
Por isso o topo da mama (logo atrás da aréola) 
é o melhor lugar para a gente fazer a ordenha manual.
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Mamas muito grandes são cheias de muita gordura e mamas muito pequenas 
têm pouca gordura. E é isso que faz umas mamas serem grandes e outras, 
pequenas: o fato de elas serem na verdade mamas gordas e mamas magras.
Isso explica por que tanto faz se a mama for muito grande ou se for muito pequena, 
ela pode produzir a mesma quan�dade de leite.
Portanto:
Não é verdadeiro dizer que mamas grandes produzem muito leite. 
Não é verdadeiro dizer que mamas pequenas produzem pouco leite.
O que faz a mama ser grande ou pequena é a gordura dentro dela, e gordura não 
produz leite, então ser uma mama grande ou pequena não significa produzir mais ou 
menos leite.
O que faz uma mama produzir mais ou menos leite é a capacidade de seus 
“cachinhos de uva" produzirem leite.
O número e a capacidade de cada um desses cachinhos produzirem leite varia de 
mulher pra mulher. Há mulheres cujas mamas possuem muitos “cachinhos de uva”. 
Há outras que possuem menos. Há algumas que possuem cachinhos muito espertos, 
que sabem fazer muito leite rapidamente. Há outras que possuem menos cachinhos 
ou cachinhos mais lentos, mais vagarosos. 
Mas uma coisa precisa ficar bem clara:
Esses cachinhos só produzem leite quando são es�mulados. Quando a mãe “manda” 
eles produzirem leite. Se isso não acontecer, por mais “espertos” ou numerosos que 
eles sejam, vão trabalhar pouco e produzir pouco leite.
Então se você entendeu bem isso, está na hora de ir para a próxima pergunta.
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11. Como é que a mama fabrica o leite?
Uhullll !
Boa pergunta.
É mais ou menos assim: quando o leite sai da mama (e o leite sai da mama quando o 
bebê suga ou quando a gente esvazia ela, como aprenderemos mais adiante) a 
mama manda um recado para o cérebro assim:
Esvaziei. Preciso voltar a encher.
Então o cérebro mais que depressa 
manda uns hormoniozinhos trabalharem 
e esses hormoniozinhos 
mandam aqueles "cachinhos de uva" 
produzirem mais leite 
(você lembra daqueles “cachinhos de uva” 
que existem aos montes dentro da mama? 
Então. São eles que recebem a ordem do cérebro 
para produziremmais leite 
sempre que o bebê suga 
ou que você ordenha a mama...).
A regra é clara:
Esvaziou, produziu.
Se o leite sai da mama, 
então a mama produz mais leite.
E é sempre assim:
A gente esvazia a mama; 
a mama avisa o cérebro; 
o cérebro manda a mama fazer mais leite.
Quando o bebê 
suga o peito 
(ou quando 
o leite do peito 
é ordenhado) 
a produção de leite 
aumenta. 
A re�rada do leite 
(por sucção ou ordenha) 
é o maior es�mulo 
para a produção de leite 
pela mãe.
Por isso é que o melhor que se pode fazer 
para ter leite é fazer o leite sair da mama. 
Quanto mais leite a mama bota pra fora, 
mais leite a mama fabrica.
Se a gente �ra leite da mama 
a cada duas horas, então 
a cada duas horas 
a mama vai produzir mais leite. 
Viu que beleza?
Se a gente economiza leite, deixando de �rar 
leite da mama, ou atrasando as ordenhas, 
ou �rando leite poucas vezes por dia, essa mama quase não vai ser es�mulada, 
quase não vai ser esvaziada, quase não vai avisar ao cérebro que esvaziou e quase 
não vai receber desse cérebro a ordem para voltar a encher. Por isso vai produzir 
menos leite do que produziria se fosse esvaziada várias vezes.
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Deu pra entender?
Esvaziar a mama faz a mama ficar mais cheia, e não ficar mais vazia.
Já quando a gente “economiza” re�rada de leite, deixando de esvaziar a mama, é aí 
que ela produz menos, cada vez menos, e tão menos até que um dia o peito para de 
produzir e o leite seca...
Tem gente que diz que canjica faz render leite.
Cerveja preta.
Mate.
E outras coisas.
Mas uma coisa de verdade a gente sabe: seja qual for o mito popular em que você 
acredite, nada é tão importante para a mama produzir leite quanto esvaziar a mama.
Perto disso, todas as outras coisas são menos importantes que esvaziar a mama.
E sem esvaziar a mama, qualquer outra forma de tentar fazer a mama render leite é 
tempo perdido.
Essa foi fácil aprender.
Mas tem mais.
Então,
Vamos para a próxima. 
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12. Porque é que de vez em quando o leite vaza da mama?
Às vezes, quando a mãe menos espera, o leite começa 
a vazar do peito dela. Por que é que isso acontece?
Porque sempre quando a mãe está calma 
e com pensamentos tranquilos ela sem querer 
faz seu leite descer da mama e começar a vazar 
pela roupa, e a escorrer pelo peito, 
como uma cachoeira.
Algumas mães, sabendo disso, chegam até a usar 
uma fralda debaixo da blusa para evitar 
que o leite molhe sua roupa, 
de tanta quan�dade que às vezes desce, 
e sempre quando ela menos espera...
E isso funciona sempre assim.
Vimos no texto anterior que quanto mais 
o leite é re�rado da mama mais a mama 
FABRICA o leite. Mas agora vamos aprender 
que quanto mais calma e mo�vada a mãe está, 
mais facilmente o leite consegue sair da mama dela.
Exatamente desse jeito:
A mãe calma e relaxada sente uma fisgada na mama 
que faz o leite dela vazar. Essa fisgada é como se ela 
“espremesse” aqueles “cachinhos de uva” 
que conhecemos alguns textos atrás.
A mãe calma espreme os cachinhos que estão dentro 
do seu peito que assim, com a mãe calma, fisgam os cachos e vazam seu leite, 
fazendo o leite descer.
Ficar calma e relaxada então ajuda na ordenha com a mão, na ordenha 
com a bomba, na sucção do bebê e mesmo na saída espontânea do leite, 
quando o leite desce sozinho, sem precisar ser sugado pelo bebê 
ou ordenhado pela mãe. 
O leite vaza sozinho quando o coração da mãe está tranquilo e mo�vado. 
Basta pensar no bebê e o leite vaza. 
Basta visitar o bebê na UTI e o leite vaza, às vezes; basta pensar no bebê com 
carinho, ou ver um bebê na TV, ou lembrar de crianças que fazem pensar 
em seu filho e o leite vaza.
O bom humor é o maior aliado da mãe para fazer brotar o leite de seu peito 
para o seu filho.
Mães bem apoiadas facilitam e ajudam a descida do leite.
Por isso é importante você procurar se sen�r bem, confortável, orientada em relação 
a seu bebê (para não criar fantasmas e alimentar medos 
que acabam atrapalhando tudo).
Relaxa, que o leite baixa... É muito bom. Não acha?
Uma mãe tranquila 
deixa o leite sair da mama. 
Nada é mais poderoso 
que o bem estar 
pra fazer o leite descer 
e muitas vezes até vazar,
mesmo sem o bebê sugar.
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13. Porque é que às vezes o leite não desce?
Experimente deixar uma mãe que amamenta nervosa.
Sabe o que acontece?
O leite para de descer.
Nem com bomba, nem com sucção, nem com ordenha com as duas mãos, nada vai 
conseguir extrair leite das mamas de uma mãe nervosa, tensa.
O leite trava dentro do peito.
E o que deixa uma mãe nervosa?
* O medo de seu filho piorar.
* A preocupação que ela tem de não conseguir �rar leite
* Conversar com os médicos e não entender o que eles dizem (e quando a gente 
não entende o que um médico diz a gente �ra conclusões perigosas).
* Não ter apoio em casa (ou ter o apoio somente de uma família que precisa tanto 
de apoio quanto ela, de uma família que está tão triste e fraca e preocupada como 
ela, incapaz de apoiá-la como ela precisa por também 
estar precisando muito de apoio).
* Não ter no hospital alguém que escute seus medos e acalme suas dúvidas, que a 
tome no colo como ela deseja tomar no colo seu filho indefeso.
Somente as mães são capazes de entender o coração materno.
A maternidade é um dom de Deus. 
A maternidade dolorosa sofre 
e deixar de dar leite é um dos sinais 
através dos quais 
a gente pode perceber essa dor. 
E mesmo quando a mama 
está cheia de leite, se a mãe 
es�ver triste e preocupada, 
fraca e ansiosa, tensa e agitada, 
ela não consegue fazer 
o leite sair de seu peito. 
E o leite se junta na mama, 
e o leite junto, empedra.
Uma mãe preocupada 
prende o leite no peito. 
Daí nem usando mão nem bomba, 
nem pondo o bebê pra sugar, 
nada faz com que o leite consiga 
descer da mama. 
A tensão materna trava 
a descida do leite.
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E é assim:
A tensão e a falta de apoio complicando tudo.
Às vezes isso piora quando a mãe em vez de ficar tranquila para seu leite descer, 
prefere dar uma mamadeira pro seu bebezinho, por acreditar que ela não tem leite 
(mas na verdade ela tem um leite que não consegue sair porque ela está muito 
nervosa).
Daí o bebê vai aprendendo a mamar na mamadeira e deixando pouco a pouco o seio 
que passa a produzir cada vez menos leite de uma mãe que acredita cada vez menos 
nela e na sua capacidade de amamentar seu filhote.
Mas tudo é uma questão de corrigir os problemas desde o início.
Acreditar que é possível.
Conhecer os mecanismos para evitar pensar em tristezas que só fazem mal.
Ficar tranquila e saber que seu sorriso é essencial para descer seu leite.
Gen�leza gera gen�leza.
Tranquilidade gera leite materno.
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14. Como é que se faz a ordenha manual do leite materno?
O nome é esse mesmo: ordenha.
A re�rada do leite das mamas.
Um bebê, quando suga o peito, ele ordenha o peito.
Como já vimos, quando o bebê apresenta dificuldades para mamar no peito da mãe 
é preciso "ordenhar" essa mama para a mama não empedrar nem secar e para não 
deixar a mãe perder a possibilidade de amamentar.
O leite ordenhado, re�rado das mamas, pode ser oferecido ao bebê ainda fresco, 
guardado na geladeira, doado a um Banco de Leite Humano ou, em alguns casos, 
jogado fora quando não houver outro jeito, mas acredite: é melhor ordenhar e jogar 
fora o leite e com isso tentar manter a produção em alta do que não ordenhar para 
não precisar jogar fora e ver com isso a produção cair a cada dia o que afinal de 
contas é tudo que não queremos.
E como se faz a ordenha do leite? Qual o jeito correto de �rar o leite do peito?
Antes de mais nada, é precisodeixar uma coisa bem clara: a ordenha do leite 
materno é coisa muito séria e deve ser feita de forma muito correta para que se 
tenham bons resultados e se possa aproveitar esse gesto que somente as mães 
conseguem fazer por seus filhos.
Um lugar limpinho e arrumado, silencioso e tranquilo 
e longe de animais e instalações sanitárias 
é o lugar correto para se ordenhar uma mama.
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43
Escolha um can�nho da casa bem silencioso, longe da barulhada diária e da 
movimentação das pessoas, dos aparelhos, do som das TVs e dos rádios, embora às 
vezes uma música ambiente bem calminha possa ajudar você a relaxar...
É importante também que a ordenha seja feita num local limpinho e bem arrumado. 
Nada de ordenhar perto de banheiros (muito menos de banheiros com porta 
aberta), ralos e instalações sanitárias. Assim você evita o risco perigoso de 
contaminação do leite. Lembre que a contaminação é invisível e você só percebe que 
foi contaminada depois que a contaminação machuca você. 
Lembre-se: o cheiro do cigarro e de perfumes estraga o leite ordenhado porque o 
leite tem capacidade de “roubar” o cheiro do ambiente, estragando seu cheiro e 
impedindo sua u�lização. Nada de usar perfumes ou ordenhar perto de pessoas que 
fumam. Pro bem de seu bebê.
Por isso vale lembrar: nada de animais por perto: gatos, cachorros, passarinhos, 
hamsters... Esses bichinhos podem eliminar pelos e penas que podem cair no leite 
sem você perceber e estragar todo seu trabalho, colocando em risco a saúde de seu 
bebê.
Prepare-se para a ordenha colocando 
um lenço comum de cabelo 
(ou uma fralda de pano limpa) sobre a sua cabeça 
e cobrindo seu nariz e sua boca 
com um lencinho de pano limpo (re�rado da gaveta) 
para evitar que fios de cabelo, caspa, 
poeira juntada no cabelo e go�culas invisíveis 
de saliva, que saem da sua boca 
quando você fala (um mo�vo bem verdadeiro 
para evitar conversas durante a ordenha), 
caiam no leite ordenhado.
Cobrir os cabelos e o nariz 
com um lenço evita contaminar 
o leite ordenhado.
Por isso evite conversas durante a ordenha. Como acabamos de ler, falar durante a 
ordenha pode contaminar o leite. Mas conversar às vezes também desconcentra e 
dependendo do assunto pode irritar ou entristecer você ou deixar você mais tensa, 
por isso o melhor amigo nessa hora é o silencio.
Um úl�mo detalhe: 
já estamos quase iniciando nossa ordenha, 
mas embora possa parecer óbvio, 
não custa nada lembrar. Antes de ordenhar suas mamas, 
lave bem as suas mãos com água e sabão. 
Mas não só as mãos: lave também 
o braço e o antebraço (acima do cotovelo) 
também com água e sabão. Depois se enxugue bem 
usando uma toalha limpa re�rada da gaveta. 
Qualquer descuido pode ser prejudicial nessa hora, 
por isso não custa nada tomar esses cuidados.
Finalmente 
a ordenha propriamente dita 
é dividida em duas partes:
* A massagem das mamas
* A extração manual do leite de peito
Vamos então aprender como massagear uma mama?
A massagem das mamas
A massagem da mama serve para "amaciar" a mama e facilitar a re�rada do leite de 
dentro dela pela ordenha.
Uma mama que precisa ser ordenhada está na maioria das vezes muito cheia e 
muito tensa. Às vezes, até muito quente. 
A massagem que vamos aprender aqui permite um amaciamento preparatório desta 
mama.
E como fazemos a massagem da mama?
A massagem é feita pela própria mãe.
Usando as próprias mãos.
O passo inicial é aplicar 
movimentos circulares 
com a ponta do dedo indicador 
sobre a parte escura da mama, 
aquela em volta do bico 
(chamada aréola). 
A massagem da aréola 
é feita usando dois dedos 
que pressionam a aréola 
alisando em círculos 
(sem arranhar a mama) 
e circulando toda a 
aréola. 
Essa massagem 
deve ser repe�da 
3 vezes ou mais 
para um bom resultado.
As mãos devem ser lavadas 
com água e sabão 
até acima do cotovelo 
pra garan�r a higiene 
da ordenha.
44
Esses movimentos circulares vão percorrer toda essa parte escura por uma, duas ou 
três voltas completas, após o que será possível perceber que esta aréola está mais 
macia e menos endurecida quando comparamos essa aréola com a aréola da mama 
que ainda não foi massageada.
Depois que essa área escura em volta do bico (aréola) foi massageada é hora de 
massagear a mama. 
Vamos dividir a massagem da mama em três partes:
* A massagem com a palma da mão
* O chacoalho das mamas
* O "pente fino" com os dedos sobre as mamas
Após estes três procedimentos a mama estará finalmente pronta para ser 
ordenhada.
A massagem com a palma das mãos é simples:
Usando a palma da mão, faça uma leve pressão sobre a sua mama, tentando 
amaciá-la.
É preciso que você saiba iden�ficar as partes mais endurecidas da mama e 
pressionar essas partes mais endurecidas da mama com a palma da sua mão 
fazendo amaciar essas partes. Aplique sobre sua mama uma pressão que tenha uma 
força necessária não apenas para apalpá-la, mas para empurrá-la e apertá-la contra 
seu corpo. 
É você quem precisa sen�r e decidir com que força 
você deve massagear sua mama com a palma de sua mão. 
Uma força que deve ser 
firme o suficiente para amaciá-la, 
mas não tão forte que possa causar dor a você.
Enquanto com uma mão você massageia o seu seio, 
com a outra você faz uma base 
para "dar firmeza" à mama 
entre a mão que massageia 
e a que dá suporte, 
fazendo com que essa massagem 
se torne mais eficiente.
E essa pressão deve ser feita 
através de movimentos 
circulares e firmes 
em volta de toda a mama, 
tentando amaciar ela inteira. 
A massagem das mamas 
deve ser feita com a palma da mão 
e precisa rodear toda a mama 
até amacia-la.
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Para conseguir amaciar uma mama muito tensa, pode ser necessário rodear essa 
mama umas duas ou três vezes com a palma, massageando e tentando tornar a 
mama menos endurecida e menos tensa. Após algumas “rodadas” com massagens 
na mama, ela deverá estar mais macia, e quando isso acontece significa que a 
massagem foi bem sucedida. Compare a mama massageada com a outra. Isso vai 
provar a você realmente se sua massagem foi acertada. Se a mama ainda es�ver 
muito dura e tensa seja paciente, persistente e de forma tão tranquila quanto a 
situação exige, permaneça em seu exercício que só tem um caminho: você consegue 
ou consegue. Não tem erro.
 
Chacoalhando suas mamas
Uma vez que você amaciou as suas mamas, está na hora de dar uma chacoalhada de 
leve nelas.
Cer�fique-se de que as mamas estão mais macias depois da massagem. 
Então passemos ao passo seguinte:
Acomode-se num assento que faça você se sen�r bem confortável.
Incline seu corpo ligeiramente para frente e, com a mão em concha colocada 
debaixo da mama como se sua mão fosse uma colher e sua mama fosse um bolo, 
tome sua mama pela palma da mão da mesma forma um menino segura uma bola e 
jogue sua mama várias vezes para cima, de modo que o conteúdo da sua mama (o 
leite materno que está dentro do seu peito) seja chacoalhado ou "misturado" antes 
de ser ordenhado.
Chacoalhar as mamas 
agita o seu conteúdo 
e relaxa as fibras musculares, 
facilitando a descida do leite.
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Esse balanço ou chacoalho deve ser repe�do algumas vezes. Umas cinco ou dez 
"jogadas para cima" ou chacoalhadas são suficientes para misturar o leite que está 
dentro do seu peito e deixando ele pronto pra ser ordenhado (ou mamado pelo 
bebê).
Chacoalhar a mama ajuda também a relaxar os músculos do peito e as estruturas de 
dentro da mama. 
É um passo importante para a ordenha ser bem sucedida.
 
Pronto.
Passamos agora para a ul�ma etapa: o pente fino com os dedos sobre a mama.
Os mais an�gosensinavam passar um pente fino sobre a mama, e diziam que isso 
ajudava a descer o leite.
Ué.
Mas por é que eles diziam isso?
Porque alisar a mama com um pente devagarzinho, e de forma bem levinha, 
es�mula a sensibilidade da mama do mesmo modo que um carinho sobre a pele é 
capaz de es�mular, em quem o recebe, um arrepio.
O toque suave, como um carinho que o pente faz nas mamas, é imitado aqui pela 
ponta dos dedos. 
O que os dedos, armados como um pente, fazem é es�mular as terminações 
nervosas da mama facilitando a descida do leite.
Esse toque leve dos dedos imitando um pente fino sobre a mama vai fazendo com 
que ela seja es�mulada lá dentro e esse es�mulo vai fazendo com que aqueles 
“cachinhos de uva” que existem dentro do peito espremam o leite que está dentro 
deles e facilitem assim a descida e a saída do leite.
Então, terminada a massagem das mamas que pode durar de 5 a 10 minutos, 
chegou a hora de começar a ordenha ou re�rada do leite das mamas. Esse tempo foi 
o que gastamos para massagear a mama, es�mular sua sensibilidade e misturar seu 
conteúdo porque isso vai ajudar nos nossos resultados.
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A extração manual do leite de peito 
Aqui vamos aprender basicamente a usar as nossas mãos para a ordenha do leite. 
Mas, por que as mãos e não as bombinhas?
Porque a ordenha manual pode até ser mais cansa�va. Mas é natural e é gratuita. É 
acessível a todas as mães, sem dis�nção. E funciona sem bateria. E pode ser usada à 
hora que você quiser, no lugar onde você es�ver e é sempre eficiente e está sempre 
disponível. Não estraga nunca nem precisa de manutenção ou de encontrar tomada 
por perto. E uma tomada na voltagem certa do aparelho. Que nada. A mão está 
sempre on-line. Nunca está desligada ou fora da área de cobertura. Não machuca. 
Não fere o peito. Não causa dor.
É tudo uma questão de treino e aceitação, perseverança por você, para o seu filho.
É um exercício que requer compreensão e paciência.
E com o tempo você perceberá que é tudo uma questão de hábito e não é tão di�cil 
de se acostumar.
Quando você faz opção por ordenhar as mamas com uma bombinha manual, do �po 
"buzina", ou usando uma bombinha do �po “seringa”, que extrai o leite de forma 
agressiva, você perceberá o quanto isso é ruim e por conta disso essas bombinhas 
não são recomendadas. Elas são grosseiras e muito ruins. Evite seu uso. O uso das 
mãos pode ser mais cansa�vo, mas é muito mais saudável.
Ordenhar com bombas �ra leite mecânicas do �po ga�lho ou com bombas �ra leite 
elétricas é uma opção bem melhor. 
Existem diversas marcas e qualidades de bombas �ra leite mecânicas do �po ga�lho 
e elétricas no mercado. Algumas são muito boas, outras são muito grosseiras. A 
opção vai depender de combinar a qualidade da bomba com a sua capacidade de 
compra e a disponibilidade no comércio.
Por essas e por muitas variáveis é que a gente escolhe como padrão para nossa 
leitura e aprendizado a u�lização das mãos para a re�rada do leite.
Os dedos usados 
para a extração do leite 
são o indicador e o polegar.
A re�rada do leite é feita 
usando uma sequência 
de movimentos de contato 
entre esses dedos e a mama.
A ordenha se inicia tocando com esses dedos 
a mama e executando três movimentos 
que aprenderemos a seguir.
O ponto exato da mama que vai receber o contato 
dos seus dedos é a pele da mama que vem 
imediatamente depois da aréola. Um erro então muito frequente 
(que acaba tornando a ordenha menos produ�va) 
é tocar a aréola (errado) e não a área da pele que fica em volta dela (a área certa). 
O local exato 
da pressão dos dedos 
para a ordenha 
da mama 
é a pele 
imediatamente 
em volta 
da aréola.
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Com os dedos polegar e indicador colocados neste ponto da mama, vamos aplicar e 
exercitar con�nuadamente três movimentos que vão se repe�r por toda a ordenha:
Empurre a mama para dentro do peito com os dedos indicador e polegar.
Aperte a mama juntando esses dois dedos (como se eles imitassem 
a ação de uma pinça).
Solte completamente seus dedos da mama, deixando ela livre voltar para a posição 
normal.
A mama 
deve ser 
empurrada 
contra o peito 
fazendo 
um primeiro 
movimento 
para a ordenha.
Os dedos 
devem se unir sobre a mama, 
apertando-a, 
executando o segundo movimento para a ordenha.
Num terceiro 
e ul�mo 
movimento 
os dedos 
se soltam 
da mama, 
fazendo-a 
relaxar.
Con�nue esses movimentos, repe�ndo-os várias vezes:
Empurre a mama contra você com seus dois dedos.
Aperte a mama, pinçando com seus dois dedos a pele logo atrás da aréola.
Solte seus dedos da mama, deixando ela livre.
Empurre.
Aperte.
Solte.
E mais muitas vezes essa mesma sequência, de forma bem lenta:
Empurre.
Aperte.
Solte.
É possível, desde o início, numa mama trabalhada, perceber a saída do leite.
Repita sempre esse exercício. Aos poucos você perceberá a descida do leite. Aos 
poucos comece a mudar a posição dos seus dedos, circulando a mama, tentando 
apertar todas as suas “fa�as”. Vá ordenhando dessa forma a mama inteira, de modo 
que você consiga re�rar o leite de várias posições da mama e quan�dades de leite 
armazenadas em vários lugares do interior do peito.
No início, go�culas de leite vão escorrer pelo peito. Pouco a pouco jatos finos de 
leite começarão a espirrar da mama indicando que a ordenha está se saindo bem 
sucedida.
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Enquanto você perceber que a saída é volumosa não desista, con�nue.
Enquanto você perceber que a saída é lenta e não passa de go�nhas, não desista, 
con�nue.
Esguichando ou gotejando, é sua tranquilidade que garan�rá uma boa coleta.
A ordenha se faz com as mãos, mas se faz também com o coração e com o 
pensamento.
A pressão dos seus dedos só faz deixar sair da mama o que seu coração tranquilo e 
mo�vado libera para ser ordenhado.
Não exija das suas mãos o que o seu coração não consegue: tranquilidade para 
permi�r que elas façam.
Ordenha manual é metade mãos e metade seu coração tranquilo e com muita 
vontade.
É assim que a coisa funciona.
Estamos quase lá.
50
15. O que fazer com o leite ordenhado?
Cada vez que você ordenha um pouquinho que seja de leite 
de seu peito, você está ajudando o seu peito a fabricar mais leite. 
Mas o que fazer com o leite que você ordenha?
Em primeiro lugar, antes de falar dos des�nos 
do leite ordenhado vamos aprender 
a preparar um frasco de vidro para recebê-lo?
ü O leite ordenhado deve ser coletado 
 num frasco de vidro com tampa plás�ca. 
 Desses vidros de café solúvel.
ü O disco de papelão que fica dentro da tampa 
 deve ser re�rado.
ü O vidro e a tampa devem ser colocados 
 numa panela com água fervendo por 15 minutos. 
 Esse tempo é suficiente para limpar o frasco de vidro 
 e garan�r a coleta higiênica do leite.
ü Depois de ferver por 15 minutos, o vidro e a tampa devem ser colocados para 
secar sobre um pano limpo.
ü Depois que es�ver seco, o frasco está pronto para ser u�lizado 
imediatamente.
ü Guardar um frasco preparado desta forma tão simples para que seja u�lizado 
mais tarde ou outro dia é uma economia sem sen�do e um risco 
desnecessário que nós, defini�vamente, não recomendamos aqui.
Aqui então estamos prontos para guardar 
o leite ordenhado e seguir com ele 
por cinco caminhos, como veremos a seguir.
Como já vimos algumas letras atrás, 
o leite materno depois de ordenhado 
pode seguir cinco caminhos dis�ntos:
1. O leite ordenhado pode ser oferecido 
 imediatamente e ainda fresco ao seu bebê.
2. Pode ser armazenado e conservado na geladeira
3. Pode ser armazenado e conservado no congelador
4. Pode ser armazenado e conservado no congeladorpara ser doado a um Banco de Leite Humano
5. Pode ser dispensado, jogado fora.
Os vidros 
de café solúvel 
são ideais 
para a coleta 
domes�ca 
de leite.
A tampa plás�ca 
do vidro de café solúvel 
deve ter seu fundo de papelão 
re�rado antes de ser 
colocada em uso 
para a coleta.
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Oferecer o leite imediatamente a seu bebê 
é seguro, mas você precisa observar 
alguns aspectos:
ü O leite ordenhado não deve ir à geladeira. 
 É leite ordenhado para ir direto d
 a coleta para o bebê. 
ü É preciso lembrar também que esse leite 
 deve ser oferecido de imediato ao bebê, 
 não deixando-se o frasco com leite 
 que acabou de ser ordenhado ficar exposto 
 à temperatura ambiente porque isso faz cair 
 a qualidade do leite e aumentar os riscos de contaminação.
ü Esse leite é de uso exclusivo para seu filho. Não deve em hipótese alguma 
ser oferecido a outro bebê, porque contraria as normas de segurança tão 
necessárias nos dias atuais e recomendadas pelo Ministério da Saúde.
ü A melhor forma de oferecer esse leite a seu bebê é através de um copinho 
pequenininho, evitando que esse leite tão perfeito seja oferecido em 
chucas que vão prejudicar a amamentação.
��ü Atenção para um detalhe muito importante: se o bebê que for receber o 
leite es�ver no hospital, colha o leite no próprio hospital, nunca em casa, 
porque o leite deve ser colhido sempre onde o bebê es�ver, evitando 
dúvidas sobre a técnica correta da ordenha e diminuindo as chances de 
risco para o bebê. 
O leite 
que a mãe �ra 
de seu peito 
tem 5 des�nos 
possíveis.
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O leite ordenhado pode também ser guardado em geladeira. Essa é uma alterna�va 
para quando você precisa se afastar por pouco tempo da companhia de seu bebê e 
não quer oferecer a ele leite de lata. Siga nesse caso as seguintes regras:
ü O leite guardado em geladeira deve ficar na primeira prateleira. E em hipótese 
alguma pode ser guardado na porta.
ü O leite conservado dessa forma deve ser aquecido em banho maria (água 
aquecida com fogo desligado) antes de ser oferecido a seu bebê, de forma que 
ele chegue a seu filho numa temperatura agradável. 
ü Para saber se o leite está na temperatura ideal, você deve encostar o 
recipiente na parte interna do seu braço. Quando a temperatura do frasco de 
leite a�ngir a temperatura corporal, o leite já pode ser oferecido a seu bebê, 
porque essa é a temperatura adequada. 
ü Uma vez aquecido, o leite não deve voltar a ser guardado em geladeira, 
devendo ser consumido imediatamente, não devendo ser refrigerado 
novamente.
ü Esse leite é de uso exclusivo para seu filho. Não deve em hipótese alguma ser 
oferecido a outro bebê porque contraria as normas de segurança tão 
necessárias nos dias atuais e recomendadas pelo Ministério da Saúde.
ü A geladeira comum conserva esse leite por um período máximo de 12 horas. 
Passado esse tempo, todo conteúdo não u�lizado deve ser desprezado e em 
hipótese nenhuma ser congelado para aproveitamento posterior.
ü A melhor forma de oferecer esse leite a seu bebê é através de um copinho 
pequenininho, evitando que esse leite tão perfeito seja oferecido em chucas 
que vão prejudicar a amamentação. 
A geladeira 
é o principal equipamento domes�co 
u�lizado para a conservação 
do leite ordenhado 
que pode ser guardado no congelador 
ou na porta.
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Quando houver possibilidade, o leite ordenhado pode ser guardado no congelador, 
também obedecendo algumas regrinhas básicas:
ü O congelador conserva o leite ordenhado por 15 dias. Após esse período, esse 
leite deve ser desprezado por ser impróprio para consumo e impróprio da 
mesma forma para doação.
ü Quando uma quan�dade de leite é colocada no congelador para ser 
conservada por 15 dias, a data e a hora de entrada do leite no congelador 
devem ser anotadas no lado de fora do frasco, para evitar ficar mais tempo 
que o permi�do. Use uma fita crepe para anotar a data e a hora da colocação 
do leite no congelador.
ü Uma vez colocado para ser conservado no congelador, o frasco de leite pode 
receber novas quan�dades de leite ordenhado. Esse leite deve ser coletado 
em outro frasco ou em um copo de vidro previamente fervido, porque não se 
pode usar o frasco de leite congelado para ir recebendo o leite durante a 
ordenha. Re�re o frasco que está no congelador apenas na hora de adicionar 
o volume colhido nesse novo frasco e recoloque imediatamente no 
congelador para evitar o risco de descongelar. Durante os 15 dias de validade 
desse leite (contadas a par�r da primeira adição de leite ao frasco de vidro) 
podem ser adicionadas tantas quan�dades quantas forem necessárias, sendo 
que a data de validade será SEMPRE a data do PRIMEIRO VOLUME ANOTADO. 
Passados 15 dias, todo volume não u�lizado deverá ser desprezado.
ü Não é permi�do recongelar o leite após o mesmo ter sido descongelado. A 
quan�dade não u�lizada deve ser desprezada. Nunca devolva o leite ao 
congelador depois de seu uso.
ü O frasco de vidro, uma vez descongelado, deve ser consumido em no máximo 
12 horas se conservado em geladeira (ou imediatamente, se não houver essa 
disponibilidade). Após esse período, deve ser desprezado.
Os Bancos de Leite Humano 
são uma inovação tecnológica genial 
de apoio ao aleitamento de prematuros 
no Brasil e no mundo.
O lixo vai servir de des�no 
para o leite ordenhado 
sempre que for preciso 
manter a produção 
e não houver possibilidade 
de conservá-lo.
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Um quinto e inesperado des�no para o leite ordenhado é jogá-lo fora. Um 
desperdício aparente, mas que está jus�ficado quando não houver opção de 
conservação em geladeira, congelador, oferecimento ao bebê ou doação a um Banco 
de Leite. Ordenhar durante uma viagem longa ou no meio de um engarrafamento, 
ou quando se está em casa de estranhos, longe da sua casa, podem ser algumas 
dessas situações. Esse desperdício aparente tem como grande beneficio a grande 
regra da amamentação: quanto mais leite sai da mama, mais leite a mama fabrica. 
Então jogar fora um leite ordenhado durante uma situação como essas favorece a 
con�nuidade da produção. É um pequeno sacri�cio por uma grande causa. Jogar 
leite fora não é uma sugestão que fazemos aqui, mas é certo afirmar que faz menos 
mal que ver a produção diminuir por conta da diminuição da re�rada. 
Entendeu bem?
O leite ordenhado pode também ser doado a um Banco de Leite Humano. Para isso, 
ele pode ser ordenhado no próprio Banco de Leite para doação ainda fresco ou pode 
também ser congelado em casa para ser doado depois (dentro do prazo de validade 
do leite congelado). Quando um leite é congelado para ser doado, não se pode doar 
no décimo quinto dia, porque os Bancos de Leite não “pasteurizam” leite todos os 
dias. Então é bom que esse leite seja doado com no máximo 7 dias de congelamento 
(porque ele pode passar mais 5 dias no Banco aguardando pasteurização sem 
estragar). A doação de leite é muito importante pra ajudar no tratamento de bebês 
prematurinhos internados nas UTIs, e doar faz bem pra quem recebe e faz muito 
mais bem pra quem doa, concorda? Mas cuidado: uma boa parte do leite doado aos 
Bancos de Leite do Brasil todo acaba, não podendo ser aproveitada, porque o leite 
chega com impurezas como cabelos, cílios, poeira, ou contaminado com cheiros de 
cigarro e perfume, impedindo sua u�lização. Portanto, todo cuidado é pouco na hora 
da ordenha para uso ou doação.
Os Bancos de Leite Humano não recebem leite de mães fumantes ou que fazem uso 
de medicamentos incompa�veis com a amamentação (consulte o Banco de Leite de 
sua região, se houver, e verifique se o medicamento que você faz uso de ro�na é 
contraindicado

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