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Apostila Processo Penal 1

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Direito Processual Penal
Introdução
A sanção sempre vai ser pelo Estado, isto é, por motivo do jus puniendi. Vale ressaltar que, Frederico Marques afirma que o D.P.P ‘’é o conjunto de princípios e normas que regulam a aplicação jurisdicional do direito penal, bem como as atividades persecutórias da Polícia Judiciária, e a estruturação dos órgãos da função jurisdicional e respectivos auxiliares’’. Persecução penal ocorre quando o Estado, dando a vida, poder de punir aos seus agentes, por isso, quando o crime ocorre o Estado dá vida à persecução penal, ela se inicia com a investigação.
Características
D.P.P é autônomo, isto é, não é submisso ao direito material, pois tem regras próprias e especializantes. Instrumental, pois é um meio para fazer atuar o direito material pena, mostrando o caminho a ser seguido para a obtenção de um provimento jurisdicional válido. Normativo, haja vista que é uma disciplina normativa, de caráter dogmático e com codificação própria.
Garantias Constitucionais do Processo Penal
O P.P deve ser pautado na Constituição Federal de 1988. As garantias orientam como deve ser o Processo Penal.
O devido processo legal: é uma garantia conferida pela C.F, objetivando a consecução de direitos fundamentais, sem a sua supressão e/ou desvirtuação, mediante a efetivação do direito ao processo materializado num procedimento regularmente desenvolvido com a concretização de todos os seus componentes e corolários. A pretensão punitiva deve perfazer-se dentro de um procedimento regular, perante a autoridade competente, tendo por alicerce provas devidamente colidas, respeitando-se o contraditório e a ampla defesa. Processado por um processo prévio garantidor, visando a segurança jurídica subjetiva do sujeito. Portanto, é um direito fundamental dirigido contra o Estado. Chama-se de norma-mãe, super princípio. É um conjunto de garantias procedimentais. CF 5,LIV
Presunção de inocência: é uma garantia conferida pela C.F e pela Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão-1789, que consiste que ninguém pode antecipar um tratamento de culpado para aquele que ainda não foi declarado culpado. Quem possui o ônus da prova é a acusação, portanto, é ela quem deve provar na sua integralidade a culpa da pessoa. In dubio pro reo é o critério que o juiz utiliza em casos de dúvida, portanto, interpreta-se em favor do acusado. Resumindo, ninguém poderá ser considerado culpado senão depois de sentença com trânsito em julgado, o que impede qualquer antecipação de juízo condenatório ou de culpabilidade. CF,5, LVII. CPP, 156, 386
Publicidade dos atos processuais: todos os atos e processos serão públicos, pois é uma garantia à coletividade, é um mecanismo que faz com que o juiz cumpra a lei. Todavia, existe o sigilo, que irá ocorrer quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem. CF, 5 LX 9.807/99. ECA 8.069 CPP 792
Ampla defesa: garante o exercício da defesa efetiva, ou seja, que se esgote tudo aquilo que possa ser utilizado para auxiliar o acusado. Divide-se em autodefesa, que é a possibilidade dada ao réu de exercer a sua defesa, sem intermediário, que ocorre somente no interrogatório, é dispensável. E defesa técnica, que é aquela exercida por profissional habilitado para tanto, é indisponível, será obrigatória. O defensor pode ser constituído por advogado particular por meio de procuração ou dativo/nomeado que é aquele dado ao réu. Vale ressaltar que não há revelia no processo penal. CPP 261.186. Súmula vinculante 14. Súmula 523 STF.
Contraditório: é a exigência da ciência (informação) de todos os termos e atos do processo a todos os interessados, dando a oportunidade para se manifestar. Possibilidade de influir no convencimento do magistrado. O agente, autor ou réu, será admitido a influenciar o conteúdo da decisão judicial, o que abrange o direito de produzir prova, o direito de alegar, de se manifestar, de ser cientificado.
Juiz natural: é o juiz competente, definido na Constituição, que possui competência para julgar o réu. Possui três características, que são: investidura constitucional do juiz. Vedação dos juízos de exceção (ex post factum) e estabelecimentos de critérios prévios e objetivos de definição da competência, para evitar a manipulação. Portanto, tal princípio vem com o objetivo de evitar a manipulação, criação de Tribunal de Exceção ou de Juiz pós fato. CF 5, XXXVII, LIII
Duração razoável do processo: são meios que garantem celeridade ao processo. A justiça não pode ser tardia. Violação – excesso de prazo do réu preso, vai causar como prisão preventiva e detração de pena, a prisão será revogada por excesso posteriormente. Porém, com critérios para verificar se o excesso de prazo é justificável ou não, verificar-se-á complexidade do processo, atuação do juiz, do réu, se a prisão for justificável é legal. CF 5, LXXVIII.
Motivação das decisões penais: funciona como uma obrigação para p juiz, decisão sem justificação é nula de pleno direito. É a atividade pela qual o juiz externa, expõe a forma como ele compreendeu os fatos, valorou as provas do processo e aplicou o Direito em determinado caso concreto. O juiz irá mostrar o porquê da decisão dele. Motivação se faz necessária em toda e qualquer decisão interlocutória. Surge como garantia para as partes, garantia política para o povo. Os jurados não fundamentam pois eles representam o povo. CF 93, IX. CPP 381, II e III
Sistemas Processuais Penais
É um modelo de diretriz, é um campo criado a partir do agrupamento de unidades que se interligam em torno de uma premissa. Funciona como uma indicação abstrata de um modelo processual penal, constituído de unidades que se relacionam e lhe conferem forma e característica própria.
Sistema Acusatório: repartição ou separação das funções de acusar, defender e julgar, conferidas a personagens distintos. Cada um com a sua função (actum trium personarum). Processo público e predominantemente oral, juiz sem iniciativa probatória, ou seja, inerte a produção de provas, apenas receptor. As decisões são fundamentadas.
Sistemas Inquisitório: concentração das funções de julgar e acusar no mesmo órgão, ou seja, numa figura única (juiz). Juiz com ampla iniciativa probatória, ele produz prova de ofício (ex officio). O processo era sigiloso e escrito, possuía ausência de defesa de relação contraditória. As decisões não são fundamentadas. Nesse sistema o que se vê é a mitigação dos direitos e garantias individuais, em favor de um pretenso interesse coletivo de ver o acusado punido.
Sistema Misto: dividiu o processo em dois momentos, na primeira parte teria a fase inquisitiva e na segunda a fase acusatória. Era normal possuir dois resultados.
*Se analisar pela C.F o CPP é acusatório (5 e 121,I), porém se analisar pelo CPP o CPP adota o sistema inquisitivo (156, II).
Aplicação da lei processual penal no tempo e no espaço
No tempo: a lei processual penal, uma vez inserida no mundo jurídico, tem aplicação imediata (tempus regit actum 2 CPP), atingindo inclusive os processos que já estão em curso. Por imperativo constitucional, há de ser respeitado o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. Exceções: LICPP, 2,3 e 6.
No espaço: é informada pelo princípio da territorialidade absoluta, logo, tem aplicação a todos os processos em trâmite nacional (locus regit actum)
Investigação criminal preliminar
Natureza jurídica: atividade pública regida pela legalidade e destinada à apuração e demonstração de uma conduta criminosa e sua autoria. É instrumental, não tem fim em si mesma. A investigação localiza-se como primeira, preliminar. Lei 13.432
Na investigação criminal não há: 1) acusado ou réu, isto é, na investigação a pessoa se inicia como suspeito e posteriormente torna-se investigado, quando a autoridade reforça a suspeita e instaura formalmente a investigação. Dentro ainda da investigação, existe o termo de indiciado, ocorre quando a autoridade já firmou a sua conclusão/opinião. *Sequestro de bens apenas quando ele for indiciado. 2)Notitia Criminis, não háqueixa, há apenas B.O (relato de um crime a quem possa investigar, quem a lei determina, pode ou não gerar investigação. 3)Não há acusação ou denúncia, há uma imputação, ou seja, atribuir a alguém a autoria do ato ilícito. 4)Não há provas, a investigação produz elementos de informação ou de convicção, que não são suficientes para condenar. As provas periciais durante a investigação são exceções por conta do risco de perda concreta e real.
Inquérito policial
Conceito: é o conjunto de atos investigativos realizados pela polícia judiciária (que possui como principal função a elaboração do inquérito policial) voltados à apuração do fato criminoso e de sua autoria. É a investigação criminal a fim de que o titular da ação penal possa ingressar em juízo. O inquérito policial vem a ser o procedimento administrativo, preliminar, presidido pelo delegado de polícia, no intuito de identificar o autor do ilícito e os elementos que atestem a sua materialidade, contribuindo para a formação da opinião delitiva do titular da ação penal. *Polícia judiciária tem a função de investigar. Já a polícia ostensiva de prevenir crimes. 
Natureza jurídica: ato/processo administrativo, portanto deve ser regido pelos princípios da administração pública, informativo/preparatório para que o órgão acusador o utilize. 
Finalidade: apurar uma infração penal, levando ao conhecimento do acusador (público ou privado) todo o material apurado no inquérito a fim de fornecer os elementos necessários para a formação de sua convicção em acusar ou não o eventual autor do crime. *A denúncia prova que a finalidade foi atingida. 
Características:
1)Escrito: CPP 9.
2)Sigiloso: é estritamente necessário para o êxito das investigações e a preservação da figura do indiciado.
3)Inquisitivo: as atividades persecutórias ficam concentradas nas mãos de apenas uma única autoridade e não há oportunidade para contraditório. A inquisitoriedade permite agilidade nas investigações, otimizando a atuação da autoridade policial. Contudo, como não houve a participação do indiciado ou suspeito no transcorrer do procedimento, defendendo-se e exercendo o contraditório, o magistrado não poderá na fase processual, valer-se apenas do inquérito para proferir sentença condenatória, pois incorreria clara violação ao texto constitucional. 
4)Dispensável: quando possuir bastante provas contra o acusado.CPP 39, § 5. 46, § 1
Início do inquérito: em caso de ação pública incondicionada, de ofício (5,I) requisição do MP (5,II), requisição do juiz, requerimento do ofendido (requer mediante representação). Em caso de ação pública condicionada, apenas mediante representação do ofendido
 (5, § 4). Em caso de ação penal privada, apenas mediante requerimento do ofendido por meio de representação legal (5,§ 5) *Portaria é o ato de iniciar o inquérito.
Atividade instrutória/Investigativa: logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais, apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais, colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias; ouvir o ofendido; ouvir o indiciado, proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações; determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias; ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes; averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter, colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública, o investigado não é obrigado a participar pois tem o direito ao silêncio, não pode produzir prova contra si mesmo.
Prazo para conclusão: como regra geral, para os crimes da atribuição da polícia civil estadual, o prazo para conclusão do inquérito é de 10 dias, estando o indiciado preso. Inq.PF 15 dias (preso), prorrogável por mais 15 (66, Lei 5.010/66). Inq.PM 20 dias(preso) CPPM 20. Lei antitóxicos 30+30(preso), 51 lei 11.343. Se o indiciado estiver solto, 30 dias, não tem prazo para prorrogação. Salvo, Inq.PM 40+20. Lei antitóxicos 90+90. Inq.PF 15+15. *O delegado não pode arquivar inquérito. 
Indiciamento: ato realizado pela autoridade policial para a individualização da pessoa sobre quem ela já firmou a sua convicção contra o autor do crime. É a própria conclusão do delegado, é o exato momento em que ele se convence. Lei 12/830 2, § 6
Término: termina com a peça chamada relatório. É o ato pelo qual a autoridade policial da por fim à investigação, descrevendo minuciosamente tudo o que foi apurado durante a investigação. Não pode ser considerado como uma sentença pois é algo puramente técnico. CPP 10, §1 e 2
Destino: o inquérito é encaminhado ao juiz competente, CPP 23
Destinatário: é o titular da ação penal, o MP (ação pública) ou o Ofendido (ação pública privada). Quando o MP recebe o inquérito, ele possui três ações disponíveis: 1) Oferecer denúncia, ou seja, ele vai acusar formalmente, irá dar início a ação penal. 2) Requerer o arquivamento do inquérito, CPP 28., quando ele se convence que não há crime, prescrição do crime... 3) Requisita diligências para que a autoridade policial as faça, CPP 16. *Quem arquiva é o juiz, ele decide. Se o juiz discordar do arquivamento, encaminha para o Procurador Geral de Justiça, e ele decide. Se oferece denúncia, designa outro promotor para oferecer a denúncia ou insiste no arquivamento e o juiz acata. * Desarquivamento de inquérito é possível quando necessitar descobrir novas provas.

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