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NOcoES DE DIREITO DIREITOS HUMANOS Aula 02 Sistema de Protecao aos Direitos Humanos Parte I 2017011315002261

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Direitos Humanos | Material Complementar 
Prof: Marcelo Miranda | professormiranda@live.com
FOCUSCONCURSOS.COM.BR
Roteiro de aula 
Professor Marcelo Miranda
professormiranda@live.com - facebook.com/professormarcelomiranda 
1. Conceito e terminologia
Segundo o professor Antônio Peres Luño: os direitos humanos constituem um conjunto de faculdades e instituições
que, em cada momento histórico, concretizam as exigências de dignidade, liberdade e igualdade humanas, as quais
devem ser reconhecidas positivamente pelos ordenamentos jurídicos em nível nacional e internacional.
Base dos Direitos Humanos é a dignidade da pessoa humana. 
PERGUNTA: O que vem a ser a dignidade?? 
São utilizadas as seguintes terminologias que também podem significar Direitos Humanos: “direitos fundamentais”, 
“liberdades públicas”, “direitos da pessoa humana”, “direitos do homem”, “direitos da pessoa”, “direitos 
individuais”, “direitos fundamentais da pessoa humana”, “direitos públicos subjetivos”. 
2. Estrutura Normativa
Os direitos humanos apresentam uma característica marcante: possuem estrutura normativa aberta. Estrutura
normativa aberta é aquela que apresenta definição ampla, que permite ao seu leitor realizar interpretação de
grande amplitude.
Vamos diferenciar REGRA de PRINCÍPIO, para melhor compreensão.
REGRAS são mandados de determinação aplicado por subsunção. “É ou não é!” A consequência jurídica é inevitável 
se houver adequação do fato à norma. Ex. CP art. 121 que define o crime de homicídio. 
PRINCÍPIOS são mandados de otimização aplicado por ponderação de interesses – “pode ser que seja”. Ex. Princípio 
da razoável duração do processo (art. 5º LXXVIII) “a todos será assegurada a razoável duração do processo”. 
Processo penal costuma ser mais moroso que um processo trabalhista, por exemplo. 
A estrutura normativa dos Direitos Humanos é formada essencialmente por um conjunto de princípios, além das 
regras que estudaremos. 
Ex. Situação de trabalho em condições degradantes análogas a de escravo. Uma situação análoga a de escravo fere, 
sem dúvidas, os direitos humanos, porém, como determinar tal analogia? Somente através de análise dos princípios 
e regras envolvidos. Não precisa ter chicote ou correntes para ser escravo, basta que, por exemplo, a renda mensal 
mal dê para comprar a comida que é obrigatoriamente vendida a altos preços no próprio local do emprego, afastado 
da cidade, de que o empregado-escravo ainda fique devendo alugueis, remédios, etc – tudo fornecido pelo 
empregador. 
Resumo e Ideia Central!! 
Normas Jurídicas regras e princípios. A ESTRUTURA NORMATIVA DOS DIREITOS HUMANOS possuem normatividade 
aberta, com maior incidência de princípios. 
Temos uma ampla normatividade na estrutura dos Direitos Humanos. Quando a doutrina e sua prova trata de 
Normas de Direitos Humanos estaremos nos referindo, no âmbito internacional: 
a) aos tratados internacionais;
b) aos costumes; e
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c) aos princípios gerais do Direito Internacional.
Já no âmbito interno destaca-se: 
a) Constituição Federal;
b) Leis específicas; e
c) Atos normativos secundários (como decretos executivos).
3. Fundamentos dos Direitos Humanos
É bastante complexa a identificação dos fundamentos dos Direitos Humanos porque esses direitos são consagrados
a partir de juízos de valor. Ou seja, são consagrados por opções morais que, por definição, não podem ser
comprovadas ou justificadas, mas apenas aceitas por convicção pessoal. Esta é a explicação do professor espanhol
Peres Luño.
a) Fundamento Jusnaturalista
É proveniente do Direito Natural, segundo tal corrente existem normas anteriores e superiores ao direito estatal 
posto. Tais regras são decorrentes de um conjunto de ideias, de origem divina ou fruto da razão humana. Devemos 
aqui compreender duas subcorrentes da escola de Direito Natural: a que trata da soberania Divina como sendo a a 
Escola da Razão Divina; ou ainda a Escola Moderna dos Junasturalistas cujas normas são decorrentes da natureza 
inerente do ser humano (razão humana). 
Vejamos exemplos doutrinários e jurisprudenciais: 
Min. Celso de Mello. Direito natural: 
“Cabe ter presente que a construção do significado de Constituição permite, na elaboração desse conceito, que sejam 
considerados não apenas os preceitos de índole positiva, expressamente proclamados em documento formal (que 
consubstancia o texto escrito da Constituição), mas, sobretudo, que sejam havidos, igualmente, por relevantes, em 
face de sua transcendência mesma, os valores de caráter suprapositivo, os princípios cujas raízes mergulham no 
direito natural e o próprio espírito que informa e dá sentido à Lei Fundamental do Estado.” 
DIREITO DE GREVE. Min. Marco Aurélio. Direito natural: 
“Em síntese, na vigência de toda e qualquer relação jurídica concernente à prestação de serviços, é irrecusável o 
direito à greve. E este, porque ligado à dignidade do homem – consubstanciando expressão maior da liberdade a 
recusa, ato de vontade, em continuar trabalhando sob condições tidas como inaceitáveis –, merece ser enquadrado 
entre os direitos naturais. Assentado o caráter de direito natural da greve, há de se impedir práticas que acabem por 
negá-lo (...) consequência da perda advinda dos dias de paralisação há de ser definida uma vez cessada a greve. 
Conta-se, para tanto, com o mecanismo dos descontos, a elidir eventual enriquecimento indevido, se é que este, no 
caso, possa se configurar.” 
b) Fundamento Positivista
Segundo o fundamento positivista, a formação dos Estados Constitucionais de Direito, como é o caso do Brasil, levou 
à inserção de Direitos Humanos nas constituições. Assim, tais direitos a partir do momento em que foram escritos na 
CF se tornam positivados e somente assim passa a ter validade jurídica. 
ATENÇÃO!! Só vale se estiver escrito. Se não positivados são considerados apenas valores e juízos morais, mas ainda 
não são Direitos Humanos. 
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4. A Constituição Federal e os Direitos Humanos 
4.1. Noções gerais 
Como vimos, a Dignidade da Pessoa Humana é fundamento basilar dos Direitos Humanos e também da República 
Federativa do Brasil (RFB). Isso mostra que nosso Estado prioriza a dignidade do humano, do homem, da mulher, da 
criança, do idoso, sem qualquer exclusão ou distinção social que possa tender ao preconceito. 
Deste preceito fundamental, dignidade da pessoa humana, diversos outros valores, consubstanciados em direitos e 
garantias, são decorrentes. Quais sejam: 
 direito à vida, 
 à liberdade, 
 à intimidade, 
 à honra, 
 à imagem. 
 
Isto vem explanado de pronto no art. 1º da Constituição Federal de 1988. 
 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito 
Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
a) I - a soberania; 
b) II - a cidadania 
c) III - a dignidade da pessoa humana; 
d) IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
e) V - o pluralismo político. 
 
Todos estes direitos são decorrência dos Direitos Humanos internacionalmente considerados, como veremos 
adiante. Possuem como base a dignidade da pessoa humana. Ainda, nos objetivos fundamentais da RFB e nos 
princípios que regem as relações internacionais temos total paridade com os Direitos Humanos. Respectivamente: 
 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: 
I. construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
II. garantir o desenvolvimento nacional; 
III.erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; 
IV. promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras 
formas de discriminação. 
 
Art. 4º da CF88. A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos 
seguintes princípios: 
I. independência nacional; 
II. prevalência dos direitos humanos; 
III. autodeterminação dos povos; 
IV. não-intervenção; 
V. igualdade entre os Estados; 
VI. defesa da paz; 
VII. solução pacífica dos conflitos; 
VIII. repúdio ao terrorismo e ao racismo; 
IX. cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; 
X. concessão de asilo político. 
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Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e 
cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de 
nações. 
 
4.2. Direitos Humanos e os Direitos e Garantias Fundamentais 
Para compreender a relação entre os Direitos Humanos e os Direitos e Garantias Fundamentais (DGF) precisamos 
voltar para uma compreensão histórica. 
Os Direitos Fundamentais são oriundos dos Direitos Humanos. O estudo dos direitos fundamentais importa na 
exatidão de sua identidade com os direitos histórica e internacionalmente gerados. Ponto este em que é de extrema 
importância entender a sutil diferenciação entre tais institutos. 
Como ensina o professor Alexandre de Moraes, as tradições das diversas civilizações fundidas e suplantadas por 
pensamentos filosóficos jurídicos, ideias surgidas com o cristianismo e com o direito natural, resultam no chamado 
de direitos humanos fundamentais. 
 
Os direitos humanos fundamentais surgem no seio social dada a necessidade de controle do poder Estatal. Este 
direito ainda não materializado, porém entendido como direito do homem, é anterior à positivação. O ato de 
escrever o direito e transforma-lo em Carta Constitucional é o movimento denominado Constitucionalismo – 
momento em que se resume em documento escrito tudo aquilo que o povo entende como regra fundamental. 
 
Efetivamente, aprende-se nos bancos acadêmicos que o direito é anterior à positivação da norma. Neste contexto, 
os Direitos Humanos surgem no mundo com a finalidade de assegurar o respeito à pessoa humana, referindo-se aos 
valores consagrados em tratados internacionais, objetivando impor limitação ao arbítrio estatal e assegurar a 
igualdade entre os indivíduos. É o respeito ao princípio basilar da dignidade da pessoa humana. 
 
A expressão Direitos Humanos é utilizada, comumente, para externar valores e direitos consagrados em tratados 
internacionais. No Brasil a terminologia direitos fundamentais, por sua vez, passa a ser utilizada no momento em que 
aquele conjunto de Direitos Humanos são geradores de um movimento de constitucionalismo, assim positivado na 
nossa Constituição Federal. 
 
Neste sentido, segundo o conceito melhor empregado e comum a diversos doutrinadores de direito explica que por 
Direitos Fundamentais entende-se o conjunto de situações jurídicas positivadas em mandamento fundamental 
visando liberdade, igualdade e dignidade da pessoa humana. 
 
Fique ligado! Apesar de muitos autores entenderem como sinônimas as expressões (e assim o são no que tange sua 
essência em conteúdo), os direitos fundamentais devem ser conceituados como decorrentes dos direitos humanos e 
expressos em nosso texto constitucional. 
 
Os DGF se originam na Magna Carta Inglesa (1215) para satisfazer os interesses políticos da burguesia. Anos mais 
tarde, na Revolução francesa (1789) ocorre a Declaração dos Direitos do Homem buscando priorizar interesses mais 
sociais. Já nos Séculos XVIII e XIX passam a surgir as Constituições Liberais. Toda essa evolução traz algumas gerações 
de direitos, cada qual contendo características peculiares do momento histórico. 
 
Direitos e Garantias Fundamentais de Primeira Dimensão 
Esta primeira leva de direitos buscavam garantir limites à arbitrariedade do Estado, garantir a propriedade, a 
liberdade, a vida. Exige-se uma abstração do Estado (um não fazer). São também chamados de Direitos ou liberdades 
negativas, direitos de defesa (defender-se do próprio Estado). Estado Liberal - primeiros direitos e garantias 
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fundamentais com o intuito de proteger o indivíduo contra as atrocidades do Estado e garantindo-lhe liberdades 
mínimas: liberdade de reunião, associação, consciência, inviolabilidade de domicílio. Surgimento: sec. XVIII e XIX. 
 
Direitos e Garantias Fundamentais de Segunda Dimensão 
A segunda leva de Direitos e Garantias Fundamentais, após as primeiras Constituições Liberais. Notou-se a 
necessidade de prestações positivas por parte do Estado. Estado Social – somando-se às liberdades até então 
admitidas uma nova dimensão de direitos começa a ser admitida visando a igualdade entre os indivíduos. O Estado 
passa a incentivar direitos sociais, culturais e outros relacionados à economia: saúde, moradia, direito de greve, 
assistência social, dentre outros. Surgimento: séc. XIX e XX. 
 
Direitos e Garantias Fundamentais de Terceira Dimensão 
Trata-se do Estado Democrático de Direito – é o surgimento de direitos relacionados à coletividade: fraternidade e 
solidariedade. Dentre eles: meio ambiente ecologicamente equilibrado, progresso. O homem passa a ser visto como 
integrante e parte essencial de uma coletividade. Surgimento: séc. XX e XXI. 
 
Direitos e Garantias Fundamentais de Quarta Dimensão 
Sem momento certo para seu surgimento, doutrina moderna vem falando da quarta dimensão destes direitos. Seria 
a ideia dos direitos relacionados à tecnologia, conhecimentos relacionados à era pós modernidade (manipulação 
genética, mudança de sexo etc). Segundo André Ramos Tavares, a quarta dimensão trata-se da tutela diferenciada 
quanto a determinados grupos sociais (crianças, adolescentes, idosos, afrodescendentes), direitos estes 
implementados na Constituição Federal mediante reforma. 
 
Direitos e Garantias Fundamentais de Quinta Dimensão 
Ainda não consolidada e sem orientações da Suprema Corte neste sentido, a 5ª dimensão seria, segundo Paulo 
Bonavides, o direito a paz em razão das adversidades que vive o mundo moderno (terrorismo). 
 
As Garantias Fundamentais são normas assecuratórias destes direitos. Garantias, portanto, podem ser conceituadas 
como um conjunto de medidas destinadas à proteção, segurança e efetivação dos direitos fundamentais. Neste 
sentido, o habeas corpus surge como garantia ao direito de locomoção amparado pelo inciso LXVIII, do art. 5º, da 
Constituição Federal. 
Outro exemplo é o inciso X, do art. 5º, que determina a inviolabilidade do direito a intimidade, vida privada, honra e 
imagem das pessoas, assegurando, no mesmo texto, o direito a indenização em caso de dano material ou moral 
provocado pela sua violação. Portanto, a garantia vem para assegurar o cumprimento do direito fundamental. 
 
4.3. Características dos Direitos Humanos Fundamentais 
Agora que já verificamos que Direitos e Garantias Fundamentais com os Direitos Humanos possuem diferenciação 
conceitual, porém, com a mesma base ideológica originária, devemos estudar suas comuns características: 
São características comuns aos direitos fundamentais expressos na Constituição Federal de 1988: 
 Imprescritibilidade: tais direitos não desaparecem pelo decurso do tempo. É imprescritível toda a ação que 
visa reparar a violação aos direitos fundamentais. 
 Inalienalibilidade:são intransferíveis a outrem. 
 Irrenunciabilidade: em regra, não podem ser objeto de renúncia. 
 Inviolabilidade: disposições infraconstitucionais ou atos administrativos não podem deixar de observar o 
mandamento fundamental. 
 Universalidade: abrange a todos os indivíduos, sem qualquer distinção social, racial, de convicção política. 
 Efetividade: o Poder Público de atuar no sentido de garantir a efetivação dos direitos fundamentais. 
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 Interdependência: apesar dos direitos fundamentais serem autônomos, deve-se a analisar a intersecção 
necessária entre alguns direitos para atingirem a finalidade proposta. Ex. a ligação entre o direito de 
locomoção e a garantia do habeas corpus. 
 Complementaridade: os direitos fundamentais não podem ser interpretados isoladamente, devem se 
justapor sendo balanceados para o alcance do objetivo fundamental. 
 Relatividade ou Limitabilidade (natureza relativa): sua natureza não é absoluta (veremos adiante). 
 
4.4. Titularidade dos Direitos Humanos Fundamentais 
O ser humano, individualmente considerado - pessoa física é por excelência o titular dos direitos humanos 
fundamentais. Ocorre, todavia, na evolução desses direitos, que numa perspectiva formal, depois que estes direitos 
foram formalmente positivados nas constituições, as pessoas jurídicas passam a titularizar uma extensão dos 
direitos de personalidade naquilo que couber. Portanto, nem todos os direitos fundamentais podem ser estendidos 
às pessoas jurídicas, mas somente aqueles em que haja compatibilidade (naquilo que couber). Para tal aplicação não 
poderemos associar aos Direitos Humanos Fundamentais, mas apenas ao Direitos Fundamentais positivados e 
cabíveis. 
 
CUIDADO!! Aqui não se trata de colocar a Pessoa Jurídica com o titular de Direitos Humanos, mas uma mera 
extensão dos direitos fundamentais positivados na Constituição Federal, que antes só eram dados à pessoa humana. 
 
O Estado também passa a ser destinatário de alguns direitos fundamentais. Como exemplo é possível notar o 
“direito de requisição administrativa no caso de iminente perigo público e autonomia das entidades estatais” (art. 
5º, XXV, e 18), dentre diversos outros como os próprios direitos inerentes às pessoas jurídicas (propriedade, p. ex.). 
 
Ainda sobre os direitos fundamentais das pessoas jurídicas é possível citar a título exemplificativo: direito de 
propriedade, inviolabilidade de domicílio, inviolabilidade de correspondência, honra objetiva, direito de resposta, 
dentre outros. Não serão titulares, porém, a exercer direitos exclusivos do indivíduo: liberdade, imagem voz, imagem 
retrato, honra subjetiva, integridade física, etc. 
 
As pessoas jurídicas serão titulares do direito à imagem atributo e à honra objetiva ao observarmos qualquer ato 
atentatório à respeitabilidade pública da pessoa jurídica (ex. publicar falaciosamente em jornal de grande circulação 
que determinada fábrica de refrigerantes não possui a higiene necessária no engarrafamento dos produtos postos 
em circulação no mercado nacional). 
 
Finalmente, para o fechamento do entendimento sobre os direitos fundamentais aplicáveis às pessoas físicas: 
 Brasileiro nato: existem cargos privativos somente para o brasileiro nato (CF: art. 12, § 3º - São privativos de 
brasileiro nato os cargos: I - de Presidente e Vice-Presidente da República; II - de Presidente da Câmara dos 
Deputados; III - de Presidente do Senado Federal; IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; V - da 
carreira diplomática; VI - de oficial das Forças Armadas. VII - de Ministro de Estado da Defesa). 
 Brasileiro naturalizado: direitos políticos somente para os natos ou naturalizados (alistamento eleitoral, 
direito a elegibilidade). 
 Estrangeiro residente: pode titularizar p. ex. normas referentes ao direito do trabalho. 
 Estrangeiro em trânsito: pode titularizar, assim como todos, os direitos previstos no caput do art. 5º (vida, 
liberdade, igualdade, segurança e propriedade). 
 
Fique ligado! As pessoas jurídicas de direito privado e o Estado (pessoa jurídica de direito público) são titulares dos 
direitos fundamentais naquilo que couber. 
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Estado 
Indivíduo 
4.5. Rol exemplificativo – cláusula de abertura material dos Direitos Humanos Fundamentais. 
A Constituição Federal brasileira permite a coexistência de outros direitos fundamentais que não os expressamente 
enumerados em seu texto, ou seja, não existe um numerus clausus taxativo que delimita estes direitos. 
Neste sentido, prescreve o §2º, do artigo 5º, da Constituição Federal: “Os direitos e garantias expressos nesta 
Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados 
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte”. Trata-se da cláusula de abertura material dos 
direitos fundamentais. Dessa forma, ao dizer “não excluem outros” fica claro que estamos diante de um numerus 
abertus deste rol de direitos fundamentais (rol meramente exemplificativo). 
Jorge Miranda ensina que se considerados os direitos fundamentais em sentido puramente material, ou seja, só 
considerados os expressamente inseridos na Carta Suprema, seria o mesmo que admitir a “violação reiterada de 
direitos” dada a sua menor importância ou em desacordo com determinado regime político. 
Fica claro que o constituinte brasileiro não entende ser cabível um rol taxativo de direitos fundamentais que, apesar 
de amplamente abordados por conta do processo de redemocratização histórica, não buscou limitá-los ao texto 
constitucional. 
4.6. Eficácias horizontal (privada ou externa). 
Como visto, inicialmente os direitos e garantias fundamentais surgiram para proteger o indivíduo do Estado 
(totalitário e absolutista). A incidência de proteção garantia efetiva eficácia vertical de tais direitos. Assim, a eficácia 
de dessas normas era na relação Estado X Indivíduo (vertical). 
Naturalmente ocorre a necessidade de o Estado proteger a relação entre os indivíduos face às arbitrariedades dos 
particulares entre si. Neste momento surge a chamada eficácia horizontal (privada ou externa) regulando a liberdade 
dos indivíduos mutuamente considerados. Portanto, individuo as normas definidoras de direitos de garantias 
fundamentais passam a ter, também, eficácia horizontal. 
Modalidades de eficácia horizontal dos direitos humanos: PRIMEIRA: consiste na vinculação das relações particulares 
aos direitos humanos; e SEGUNDA: consiste na fiscalização, pelo Estado, do cumprimento dos direitos humanos 
pelos particulares. 
ATENÇÃO: Doutrina fala sobre a chamada eficácia diagonal. Eficácia diagonal dos direitos humanos é quando se 
refere à aplicação da teoria às relações de emprego. Não há como dizer que empregado e empregador estão na 
mesma linha. Portanto, existe um relação diagonal entre ambos. 
4.7. Tratados Internacionais de Direitos Humanos na Constituição Federal 
Conforme já observado, os direitos fundamentais expressos no texto constitucional não excluem outros decorrentes 
de tratados que a república federativa do Brasil faça parte. Neste sentido, a EC nº 45/04 acrescenta o § 3º, do art. 5º, 
da CF/88 estabelecendo que “os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, 
em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão 
equivalentes às emendas constitucionais.” 
Indivíduo Indivíduo 
Eficácia Horizontal 
Eficácia Vertical 
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Ensina o professor Alexandre de Moraes que a ressalva da infraconstitucionalidade citada no item anterior é 
justamente a hipótese do § 3º, do art. 5º, da CF - quando aprovadas pelo quórum qualificado e versarem sobre 
direitos humanos serão equivalentes às emendas constitucionais. 
Não apenas com natureza essencialmente constitucional, mas também com característica de supralegalidade, o 
referido autor explica que “o Supremo Tribunal Federal alterou seu tradicional posicionamento, passando a 
proclamar – por maioria – o status da supralegalidade dos tratados internacionais incorporados no ordenamento 
jurídico brasileiro antes da EC nº 45/04.” 
A supralegalidade acarreta na revogação de normas infraconstitucionais que estejam em desacordo com tratados 
internacionais de que o Brasil faça parte. Evidentemente que caso não aprovadas pelo quórum qualificado, exigido 
para sua identidade tal qual emenda constitucional, não poderá haver derrogação de norma expressa no texto 
constitucional. Entretanto, normas infraconstitucionais poderão ser inaplicáveis (revogadas) quando afrontar 
direitos decorrentes de tratados internacionais de que o Brasil faça parte. 
Neste sentido foi o entendimento do STF ao analisar a subscrição brasileira ao Pacto São Jose da Costa Rica que 
entendeu restarem “derrogadas as normas estritamente legais definidoras da custódia do depositário infiel”, 
mantendo, entretanto, a supremacia da norma constitucional que trata deste assunto (art. 5º, LXVII, da CF). Ou seja, 
ficou afastada a sua eficácia através de normas infraconstitucionais – esse é o chamado efeito paralisante do direito 
supralegal sobre a norma infraconstitucional. Daí a natureza supralegal destas normas, incluindo-se entre tais as de 
direitos fundamentais. 
Para entender, a tabela abaixo resume a posição que os tratados de direitos humanos podem assumir no direito 
brasileiro: 
Força de norma constitucional (igual à EC). Tratados e Convenções Internacionais sobre direitos humanos 
aprovados com procedimento de EC. 
Força de supralegalidade (acima de Lei, abaixo da 
CF). 
Tratados e convenções Internacionais sobre Direitos Humanos 
do qual o Brasil é signatário firmado antes da EC 45/04. 
Força infraconstitucional (igualdade diante das 
demais Leis). 
Tratados Internacionais comuns. 
CAIU EM CONCURSO! CESPE - “Com relação ao estatuto jurídico dos tratados internacionais no direito brasileiro, 
julgue o próximo item: Os tratados internacionais se incorporam ao ordenamento jurídico brasileiro com o status de 
emenda constitucional.” Gabarito: errado. Nem todos os tratados internacionais se incorporam ao ordenamento 
jurídico brasileiro com o status de EC, podendo ter força de supralegalidade ou ainda de norma infraconstitucional. 
Continua na próxima aula... 
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PARTE 2 
Roteiro de aula 
1. Relembrando a aula anterior
Diferenças entre o Direito Constitucional e Direitos Humanos.
Dimensão histórica (gerações ou dimensões do DH): 1ª. Direitos individuais; 2. Direitos sociais; 3. Direitos coletivos;
4. Direitos Tecnológicos; 5. Paz mundial.
Quem são os destinatários do Direitos Humanos? 
Temas abordados:: Vida, liberdade, igualdade, Dignidade humana, Cooperação entre os povos, Genética, cibernética, 
Ambiente, trabalho, Autodeterminação dos povos. 
2. Características inerentes ao Direitos Humanos
Já vimos na aula anterior características dos Direitos Humanos fundamentais expostos na Constituição Federal de
1988. Contudo, os autores elencam algumas de suas características específicas, sendo estas determinantes para
conhecer o atual estágio dos direitos humanos. Vejamos:
* Superioridade Normativa (norma jus cogens)
Em matéria de direito internacional, os DH são tidos como norma imperativa em sentido estrito (“jus cogens”), ou
seja, os Direitos Humanos contêm um conjunto de valores considerados essenciais para todo e qualquer ser
humano, possuindo assim superioridade normativa em relação às demais normas internacionais.
Nos termos da Convenção Internacional sobre o Direito dos Tratados de Viena de 1969, nos arts. 53, 64 e 71, temos 
a consagração desse princípio / característica. 
“Artigo 53 - Tratado em Conflito com uma Norma Imperativa de Direito Internacional Geral (jus cogens) . 
É nulo um tratado que, no momento de sua conclusão, conflite com uma norma imperativa de Direito Internacional 
geral. Para os fins da presente Convenção, uma norma imperativa de Direito Internacional geral é uma norma aceita 
e reconhecida pela comunidade internacional dos Estados como um todo, como norma da qual nenhuma 
derrogação é permitida e que só pode ser modificada por norma ulterior de Direito Internacional geral da mesma 
natureza “ 
Segundo André Carvalho Ramos, os direitos de primeira dimensão – direitos de liberdade, civis e políticos – são jus 
cogens. Afirma ainda que todos os direitos fundamentais deveriam ser considerados jus cogens. “Há incessante 
atividade de reconhecimento da qualidade de jus cogens de diversos direitos fundamentais pelos tribunais 
internacionais criados pelos próprios Estados”, de maneira que “no futuro, a natureza de norma imperativa será 
reconhecida a todos os direitos humano, sem qualquer distinção.” 
* Historicidade
Por tal característica temos que os Direitos Humanos decorrem de um processo de formação histórica, com o tempo,
os direitos humanos surgem e se solidificam em razão das lutas sociais em defesa da dignidade da pessoa humana.
Cuidado!! DIREITOS HUMANOS ≠ DIREITOS NATURAIS: 
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Rafael Barreto: “Aquilo que é natural é atemporal, sempre esteve lá, e não é isso que ocorre com os direitos 
humanos, que são fruto de um longo passar de anos. Basta indagar a escravos se a liberdade sempre esteve lá, a 
torturados se a proibição de tortura sempre esteve lá para que se perceba o equívoco dessa compreensão.” 
 
 
* Universalidade 
Com vimos em matéria de Direito Fundamental, tais direitos pertencem e destinam-se a todas as pessoas, 
independentemente de suas características pessoais, culturais, sociais ou econômicas. Não há que se falar em 
qualquer forma de discriminação para saber se são ou não aplicáveis os Direitos Humanos. 
 
Os Direitos Humanos abrangem todos os territórios, todos os países, todas as sociedades. Podemos afirmar que os 
Direitos Humanos possuem validade em qualquer local deste planeta, não havendo limitações territoriais. 
 
Atenção, existem autores que se opõem à ideia de universalidade, são os relativistas que, em síntese, explanam: 
a) é possível observar, na prática, divergências nos julgamentos morais entre as mais diversas sociedades 
devido às diferenças culturais, políticas e sociais; 
b) as divergências possuem um sentido ou validade fora do seu contexto social particular; e 
c) não há julgamentos morais justificáveis fora de contextos culturais específicos. 
 
Conforme a idéia dos relativistas o compartilhamento de valores, apesar de possível, não pode ser tido por superior 
o valor a uma cultura, por exemplo, pois todas as culturas merecem igual valoração. 
 
Questão – FCC/TRT - 3ª Região (MG) - Analista Judiciário - Serviço Social - 2015 
No âmbito dos Direitos Humanos observa-se que, historicamente, há um movimento de dividir a sociedade de forma 
dicotômica caracterizando os seres humanos em normais e anormais, iguais e diferentes entre outras nomenclaturas 
estigmatizantes. 
Nessa lógica, 
a) as diferenças sociais não podem ser caracterizadas como elementos estigmatizantes.b) esta caracterização por oposto representa de forma natural as diferenças na sociedade. 
c) por se tratar de uma construção histórica, não há mecanismos que possam mudá-la. 
d) os estigmas são parte constitutivas das sociedades contemporâneas. 
e) ao dividir a sociedade de forma dicotômica, reforça os processos de exclusão e segregação social. 
Resposta . E 
 
Importante: A universalidade nos Direitos Humanos importa considerar que existem particularidades locais, bem 
como os contextos históricos, culturais e religiosos de cada povo. Compete aos Estados, sem exceção, 
independentemente de seu sistema político, econômico ou cultural, o respeito aos Direitos Humanos de cada nação. 
 
* Relatividade 
Já estudamos em Direito Constitucional que os princípios passam a ser considerados espécies de normas, perdendo 
o seu caráter meramente interpretativo. De outro lado, temos também que qualquer regra ou princípio não podem 
ser tidos como absolutos. Ou seja, na situação em que um princípio indica um caminho e outro princípio indica 
outro caminho (oporto), o jurista deverá relativizar um princípio em mitigação do outro princípio que entende 
menos relevante para aquele caso. Ex. relativização da liberdade. 
 
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Assim: os Direitos Humanos, por não serem absolutos sofrerão limitações para sua fiel execução quando diante de 
outros valores coexistentes na ordem jurídica. 
Cuidado!!! Existem Direitos Humanos ABSOLUTOS: vedação à tortura; e vedação à escravidão. Estes são absolutos. 
 
O Art. 2º, da Convenção Contra Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes, trata do 
tema, veja: a) Cada Estado tomará medidas eficazes de caráter legislativo, administrativo, judicial ou de outra 
natureza, a fim de impedir a prática de atos de tortura em qualquer território sob sua jurisdição. b) Em nenhum caso 
poderão invocar-se circunstâncias excepcionais, como ameaça ou estado de guerra, instabilidade política interna ou 
qualquer outra emergência pública, como justificação para a tortura. 
* Outras características inerentes aos Direitos Humanos já foram satisfatoriamente abordadas juntamente com os 
direitos fundamentais: irrenunciabildade, interdependência, inalienabilidade, imprescritibilidade. 
 
Questão – FMP/DPE-PA - Defensor Público Substituto - 2015 Sobre as características dos direitos humanos, é 
CORRETO afirmar que: 
a) o historicismo é característica inerente aos direitos humanos, o qual determina a possibilidade de que tais direitos 
sejam reconhecidos e, posteriormente, suprimidos, conforme a evolução do pensamento humano. 
b) a defesa da característica da universalidade dos direitos humanos contempla a proibição de tratamento 
diferenciado a determinados grupos sociais ou culturais, em qualquer circunstância. 
c) a irrenunciabilidade reconhecida aos direitos humanos significa a impossibilidade de que o seu titular abra mão de 
direitos previstos em tratados internacionais, os quais, entretanto, podem sofrer restrições por lei ordinária, 
conforme o ordenamento jurídico de cada país. 
d) os direitos humanos são caracterizados pela indivisibilidade e complementariedade, de forma que compõem um 
único conjunto de direitos, cuja observância deve ser sistêmica e lastreada no princípio da dignidade da pessoa 
humana. 
e) a imprescritibilidade dos direitos humanos determina a inexistência de prazo para ajuizamento de ações em face 
do Estado a respeito de eventuais violações desses direitos. 
 
* Caráter erga omnes dos Direitos Humanos 
“Erga omnes” - significa aquilo que pode ser oponível contra todos. Abrange, assim, as demais pessoas, os Estados e 
organismos internacionais. Ninguém poderá se dizer superior aos direitos humanos, para afirmar que não precisa 
observar as normas de proteção. 
 
Neste patamar temos duas caras deste princípio: É de interesse de a comunidade internacional ver respeitados os 
direitos protegidos pelo Direito Internacional, entre eles os direitos humanos; e, a aplicação geral das normas 
protetivas a todos os seres humanos sob a jurisdição de um Estado, pela simples condição humana, sem 
consideração quanto à orientação política, etnia, credo entre outras particularidades. 
 
* Exigibilidade 
Envolve problemas de soberania: a característica da exigibilidade relaciona-se com a implementação dos direitos 
humanos. A efetividade sempre foi e será objeto de diversas discussões, pois remete à análise da responsabilidade 
internacional dos Estados, o que, por vez, é delicado de se impor ante a soberania de cada nação. 
 
Preocupação internacional: a implementação desses direitos perante a efetividade da responsabilização dos Estados, 
quando violados. 
 
 
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* Aplicabilidade imediata (efetividade) 
A aplicabilidade imediata dos direitos humanos consiste no reconhecimento formal de que os direitos humanos são 
completos, e, por serem completos, podem, desde logo, ser aplicados. Aqui temos a idéia do estudo da eficácia das 
normas (normas de eficácia plena). 
 
Assim, DH por ter característica de direito fundamental, não será possível à legislação infraconstitucional restringir 
sob pena de inconstitucionalidade. 
 
É o que acontece com as normas de direitos humanos. Regras e princípios que disciplinam os direitos humanos 
possuem aplicabilidade imediata e direta, não precisam de outras normas que venham especificar como será a 
aplicação desses direitos. 
 
Evidentemente que princípios como o da reserva do possível e do mínimo existencial devem se ajustar a idéia de 
aplicabilidade imediata, já que, ainda que imediatamente exigíveis, não se deve retirar recursos de áreas que 
garantem o mínimo existencial do ser humano para garantir direitos humanos como um todo. É o que já tratamos 
quanto à natureza não absoluta de tais direitos, devem-se balancear buscando um equilíbrio praticável. 
 
* Dimensão objetiva 
Para compreender a idéia não podemos confundir com a dimensão subjetiva, que diz-se dos direitos humanos 
constituindo as proposições jurídicas humanitárias da pessoa humana, visando a sua proteção direta. Aqui temos o 
indivíduo enquanto sujeito, protegido pelos direitos humanos. 
 
Já na dimensão objetiva, os direitos humanos são capazes de impor a atuação estatal voltada para a proteção de tais 
direitos. Dessa forma não há preocupação com a proteção de um ou outro indivíduo que tenha seu direito humano 
violado. O foco é com a criação de mecanismos para a promoção dos direitos humanos em toda a sociedade, através 
dos mecanismos de proteção aos Direitos humanos. 
 
Atenção: A dimensão objetiva não exclui a dimensão subjetiva (proteção aos sujeitos), ambas devem coexistir. 
 
* Proibição do retrocesso (efeito cliquet) 
Em razão da historicidade dos Direitos Humanos, entende-se que a proteção aos direitos da dignidade da pessoa é 
expansiva, ou seja, está sempre em progresso. Passa a surgir uma imutabilidade perante à basilar idéia da dignidade 
da pessoa humana. 
 
A vedação à tortura é uma situação imutável: qualquer ato ou norma de Estado que viole a dignidade da pessoa 
consistente em impingir sofrimento em alguém de forma deliberada para o fim de obter informações políticas ou 
militares, constitui violação aos Direitos Humanos e não poderá ser permitido, sob pena de retrocesso. 
 
3. Afirmação histórica dos Direitos Humanos 
A afirmação histórica dos Direitos Humanos ocorre com momentos cruciais da história da humanidade em que nota-
se evolução de tais direitosna sociedade em que influenciavam. São os seguintes momentos mais cobrados em 
provas de concurso: 
 Cristianismo (amor ao próximo, igualdade, fraternidade); 
 Magna Charta Libertatum (Magna Carta das Liberdades ou, apenas, Magna Carta), Inglaterra, 15 de junho 
de 1215 é uma declaração feita pelo Rei João “Sem-Terra”. Limita os poderes do Rei, conferindo maior poder 
aos nobres; 
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 Habeas Corpus Act (Lei de Habeas Corpus), Inglaterra, 1679, estabelece o procedimento judicial da ação de 
habeas corpus, cujo objetivo era garantir a liberdade de locomoção. 
 Bill of Rights (Petição de Direitos ou Declaração de Direitos), Inglaterra, 1689, Parlamento inglês, Revolução 
Gloriosa. Restringe o poder real, amplia os do Parlamento, consolidando a monarquia constitucional e 
estabelece a garantia da separação dos Poderes; 
 Declaração de Direitos do Bom Povo da Virgínia, EUA, 16 de junho de 1776, surgem direitos “inatos”, como a 
vida, a liberdade, a propriedade e a igualdade perante a lei. Inspirou a independência dos EUA em 1776. 
 Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, França, 26 de agosto de 1789, aprovada pela Assembléia 
Nacional, durante a Revolução Francesa, previa inúmeros direitos civis e políticos, beneficiando 
especialmente a burguesia. 
 Movimentos operários, de meados do século XIX, alavancaram as discussões e cobraram a realização de 
direitos econômicos e sociais; 
 A Primeira Guerra Mundial (1914 a 1918), promove a discussão, ainda que incipiente, no cenário 
internacional, do ser humano como sujeito de direitos, carentes de promoção e proteção. * Países que 
saíram vitoriosos da Primeira Guerra criam a Liga das Nações (ou Sociedade das Nações), uma organização 
internacional, idealizada em 28 de abril de 1919, em Versalhes, nos subúrbios de Paris, onde as potências 
vencedoras da Primeira Guerra Mundial se reuniram para negociar um acordo de paz (assinado por 44 
Estados). Sua última reunião ocorreu em abril de 1946. Entre seus objetivos temos a preservação da paz 
mundial e a resolução pacífica dos conflitos. Países vitoriosos na Primeira Guerra Mundial: Reino Unido, 
França, Império Russo (até 1917) e Estados Unidos da América (a partir de 1917). 
 Constituição Mexicana, 1917, foi a primeira prever inúmeros direitos sociais (trabalhistas e previdenciários) 
dos trabalhadores, como direitos fundamentais, ao lado dos direitos civis e políticos. 
 Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945) leva a afirmação da ideia do ser humano como sujeito de direitos em 
todos os lugares, dotado de dignidade, promovendo a necessidade da proteção internacional de direitos 
fundamentais, consolidando o Direito Internacional dos Direitos Humanos. 
 Organização das Nações Unidas (ONU), criada a partir da aprovação da Carta das Nações Unidas, em São 
Francisco, nos EUA, 1945 e que tem como um de seus objetivos a promoção dos direitos humanos, em todo 
o planeta 
 Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) é o mais importante documento internacional de 
direitos humanos, tendo sido adotada e proclamada no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU), 
em 10 de dezembro de 1948 e veiculada pela Resolução n. 217-A, da Assembléia Geral da ONU. 
 Atenção: A DUDH estabelece, pela primeira vez, de forma expressa, a proteção universal dos direitos 
humanos. 
 Visa a adoção dos direitos humanos por todos os países, não só aqueles membros da ONU. Em seu 
preâmbulo está previsto que a Declaração se coloca, justamente, como o “ideal comum” a ser atingido por 
todos os povos e todas as nações. (universalidade) 
 
4. Sistemas de proteção aos Direitos Humanos 
Quando a matéria é proteção aos Direitos Humanos, precisamos que entender como um conjunto de normas e 
medidas que visam GARANTIR que os Direitos do Homem se tornam eficazes. É uma constante busca da eficácia e 
proteção de sua existência e consolidação. 
 
Temos dois sistemas de proteção: GLOBAL e REGIONAL. O Sistema Global envolve todas as normas gerais e 
universais que buscam proteção a tais direitos. Nos sistemas Regionais temos três os principais sistemas de proteção 
dos direitos humanos: o interamericano, o europeu e o africano. 
 
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Vamos conhecer algumas normas internacionais e sistemas protetivos: 
Comissão de Direitos Humanos da ONU (CDH). 
Datada de 1946, por ação do Conselho Econômico e Social (ECOSOC), a CDH era composta de 53 Estados, com 
mandato de três anos, tendo como função geral promover e proteger os direitos humanos, em âmbito mundial. 
Dedicou-se especialmente da Declaração Universal de 1948 e dos dois grandes Pactos Internacionais, de 1966. Foi 
substituída por: 
Novo Conselho de Direitos Humanos da ONU. 
Resolução n. 60/251 de 2006. Sede Genebra Suíca com 47 países. 
 
Os Comitês de Direitos Humanos. 
Mecanismos convencionais de proteção dos direitos humanos, isto porque são geralmente criados por meio de 
convenções internacionais, compostos por especialistas em matéria de direitos humanos, independentes e 
autônomos, à disposição do Comitê. 
 
Exemplos de sistemas de proteção que o Brasil faz parte: 
Declarações de Direitos Humanos aprovadas pelo Brasil: 
Declaração Universal dos Direitos Humanos - 1948 (Sistema Global) 
Declaração do Direito ao Desenvolvimento - 1986 (Sistema Global) 
Declaração e Programa de Ação de Viena -1993 (Sistema Global) 
Declaração de Pequim - 1995 (Sistema Global) 
Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem - 1948 (Sistema Regional Interamericano) 
Tratados Internacionais de Proteção de Direitos Humanos ratificados pelo Brasil: 
Preceitos da Carta das Nações Unidas - 1945 (Sistema Global) 
Convenção contra o Genocídio - 1949 (Sistema Global) 
Convenção relativa ao Estatuto dos Refugiados - 1951 (Sistema Global) 
Protocolo sobre o Estatuto dos Refugiados - 1966 (Sistema Global) 
Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos - 1966 (Sistema Global) 
Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais - 1966 (Sistema Global) 
Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação Racial - 1968 (Sistema Global) 
Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação contra a Mulher - 1984 (Sistema Global) 
Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes 1984 (Sistema 
Global) 
Convenção sobre os Direitos da Criança - 1989 (Sistema Global) 
Convenção Americana sobre Direitos Humanos - 1969 (Sistema Regional Interamericano) 
Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura - 1985 (Sistema Regional Interamericano) 
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Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher - 1994 (Sistema Regional 
Interamericano) 
 
5. A Responsabilidade Internacional dos Estados 
Todo Estado é responsável pela efetivação dos Direitos Humanos, através dos sujeitos de direito e internacional 
(notadamente os Estados e no âmbito das Organizações Internacionais, como a ONU, a OIT, a OEA), bem como os 
documentos internacionais de direitos humanos. 
 
O artigo II, da DUDH (ONU, 1948): “Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades 
estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, idioma, religião, opinião 
política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição” 
* o artigo 2º,do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos-PIDCP (ONU, 1966): “Os Estados Partes do 
presente pacto comprometem-se a respeitar e garantir a todos os indivíduos que se achem em seu território e que 
estejam sujeitos a sua jurisdição os direitos reconhecidos no presente Pacto, sem discriminação alguma por motivo 
de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, situação 
econômica, nascimento ou qualquer condição”. 
 
Assim surgem os já estudados MECANISMOS DE PROTEÇÃO: 
 Corte Européia de Direitos Humanos (CEDH), prevista na Convenção para a Proteção dos Direitos do Homem 
e das Liberdades Fundamentais (Convenção Européia de Direitos Humanos) de 1950, com competência para 
o julgamento de casos de violações dos direitos humanos dos cidadãos europeus; 
 a Corte Interamericana de Direitos Humanos (CDH), criada pela Convenção Americana sobre Direitos 
Humanos (CADH), de 1969, para o julgamento de casos de violações de direitos humanos pelos Estados 
americanos; 
 a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), prevista, também, na Convenção Americana sobre 
Direitos Humanos (CADH), possui funções de caráter político diplomático, além de atribuições jurisdicionais 
quanto ao recebimento dos casos individuais de violações de direitos humanos nas Américas. 
 
 Atenção : não há subordinação entre Estados soberanos. Dependerá de consentimento prévio. Tendo o aceite 
do ESTADO suas violações estão sujeitas à sanção moral. Pode ocorrer da determinação ao Estado para que este 
adote certas medidas para a restauração do direito violado ou para que pague uma compensação financeira à 
vítima. 
 
Quem responde no âmbito internacional por um crime de DH? 
A União, ainda que tenha ocorrido o fato num Distrino no interior do país, ocorrerá o incidente de deslocamento de 
competência para a União. 
 
Esse raciocínio legal veio instituído pela EC45/2004: “Grave violação aos direitos humanos, quando se verifique a 
incapacidade, a inércia, a negligência ou a falta de condições materiais ou de pessoal por parte dos Estados 
Membros, o Procurador-Geral da República (PGR) poderá suscitar, unicamente perante o Superior Tribunal de 
Justiça (STJ), em qualquer fase do inquérito ou do processo, o incidente”. Desloca a competência para a Polícia 
Federal/Justiça Federal. 
 
 
 
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E os estados não sofrem responsabilização? 
Valério de Oliveira Mazzuoli: A responsabilidade internacional do Estado é o instituto jurídico que visa responsabilizar 
uma potência soberana pela prática de um ato atentatório (ilícito) ao direito internacional perpetrado contra os 
direitos ou a dignidade de outro Estado, prevendo certa reparação a este último pelos prejuízos e gravames que 
injustamente sofreu. 
 
Elementos para responsabilização de um Estado: 
 1º. ato ilícito; 
 2º. imputabilidade; 
 3º. prejuízo (ou dano). 
 1. ação ou omissão, contrária à norma internacional de direitos Humanos; 
 2. nexo entre o ato ilícito e o agente causador Responsável 
 3. dano ao direito humanos da vítima 
 
Fundamento da responsabilização: igualdade 
“Os Estados signatários dos tratados internacionais são tratados como iguais, de forma que aqueles que violarem as 
normas, devem ser responsabilizados como medida de justiça, ante o tratamento igualitário conferido aos estados” 
Sujeito ativo: ESTADO são considerados passíveis de responsabilização, todos aqueles que são obrigados pelos 
Direitos Humanos Internacionais. 
 
Questão? A violação de direito humano de um indivíduo ou grupo de indivíduos poderia implicar a responsabilização 
do Estado. Sim. O Estado tem o dever garantir a observância das normas. Qualquer violação de DH deve ser apurada 
ou responde por omissão. 
Sujeitos passivos: Qualquer pessoa ou comunidade ou grupo que tenham sofrido a violação de Direitos Humanos. 
 
Requisitos da responsabilização: 
A regra é aplicar as normas de Direitos Humanos às pessoas não signatárias dos tratados internacionais. Isto pois, se 
determinado Estado não assinou o tratado internacional, poderria violá-lo, observando tão somente suas regras 
internas? Obviamente que não, portanto, será punido. 
Tratados de DH pós segunda guerra mundial são consenso de todos os Estados. Diante da violação, se não houver 
reparação interna, surge na comunidade internacional a necessidade de acionar e imputar aquele que causou a 
violação de DH. 
A regra é que a reparação ocorra internamente, diante do compromisso genérico dos Estados de respeitarem os 
direitos humanos. 
 
Tribunal Penal Internacional (TPI) 
O Tribunal Penal Internacional foi criado pelo Estatuto de Roma, em 1998, com sede Haia, nos Países Baixos 
(Holanda). Tem como características: sua competência subsidiária, julga crimes internacionais cometidos por 
pessoas naturais ofensivos à Dignidade Humana. 
Competência para julgar: o crime de genocídio, os crimes contra a humanidade, os crimes de guerra e o crime de 
agressão. 
(a) entende-se por “genocídio” os atos ali enumerados, praticados com a intenção de destruir, no todo ou em 
parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso. São considerados atos de genocídio, o homicídio de 
membros do grupo, ofensas graves à integridade física ou mental de membros do grupo, a sujeição 
intencional do grupo a condições de vida com vista a provocar a sua destruição física, total ou parcial, a 
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imposição de medidas destinadas a impedir nascimentos no seio do grupo e a transferência, à força, de 
crianças do grupo para outro grupo (art. 6º); 
(b) a perseguição de um grupo ou coletividade que possa ser identificado, por motivos políticos, raciais,
nacionais, étnicos, culturais, religiosos ou de gênero, ou em função de outros critérios universalmente
reconhecidos como inaceitáveis no direito internacional, o desaparecimento forçado de pessoas, o crime de
apartheid e, outros atos desumanos de caráter semelhante, que causem intencionalmente grande
sofrimento, ou afetem gravemente a integridade física ou a saúde física ou mental (art. 7º);
No Brasil: O parágrafo 4º, do artigo 5º, da Constituição Federal, introduzido pela EC n. 45, de 2004, ainda dispõe, que 
“o Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão”. 
Um brasileiro submetido a julgamento em TPI não será extraditado. Ocorrerá o ato de entrega do brasileiro 
(surrender) 
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