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Alimentos Trangênicos

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Alimentos transgênicos: mitos e verdades 
 
Celeste Aparecida Pimentel 
Professora do Departamento de Ciências Humanas Campus VI – UNEB 
celesteaparecidapei@yahoo.com.br 
 
Resumo 
 
Neste estudo apresento os alimentos transgênicos, objetivando compreender a engenharia 
genética e a biotecnologia ressaltando a complexidade da ciência e a polêmica gerada pelo 
desconhecimento do referido assunto. 
 Mencionamos a comercialização de transgênicos por empresas, produtores e cientistas que 
defendem a nova tecnologia afirmando que a mesma aumenta a produtividade, o enriquecimento 
dos alimentos com componente nutricional, além de baratear o produto, permitindo ainda a redução 
dos agrotóxicos. Já os ambientalistas e outra parcela de pesquisadores afirmam que o produto é 
perigoso: ainda não se conhece os seus efeitos sobre a saúde humana nem o impacto que pode 
causar ao meio ambiente. A proposta é desmistificar os mitos quantos aos alimentos 
geneticamente modificados. 
 
Palavras chaves: transgênicos, código da vida, biossegurança, revolução verde, biotecnologia. 
 
 
O presente artigo tem como objetivo realizar uma análise sumária acerca dos 
alimentos transgênicos ou O.G.M. (organismos geneticamente modificados) bem como os 
riscos e das incertezas desses produtos para a saúde e o meio ambiente. Os alimentos 
transgênicos é fruto do desempenho da engenharia genética e da biotecnologia, parte 
fundamental da segunda revolução verde na qual se introduz em plantas genes que não 
poderiam ser transferidos normalmente por cruzamentos entre plantas, referidos genes 
podem derivar de vírus, plantas, animais ou microorganismos. 
Os organismos transgênicos são aqueles cujo genoma foi modificado com 
o objetivo de atribuir-lhes nova característica ou alterar alguma 
característica já existente, através da inserção ou eliminação de um ou 
mais genes por técnicas de engenharia genética (Marinho, 2003). 
Surgiram no início dos anos 80, quando cientistas conseguiram transferir genes 
específicos de um ser vivo para outro. A comercialização de transgênicos ainda é 
polêmica. Empresas, produtores e cientistas que defendem a nova tecnologia dizem que 
ela vai aumentar a produtividade e baratear o preço do produto, além de permitir a 
redução dos agrotóxicos utilizados. Os que a atacam, como os ambientalistas e outra 
parcela de pesquisadores afirmam que o produto é perigoso: ainda não se conhece nem 
os seus efeitos sobre a saúde humana nem o impacto que pode causar ao meio 
ambiente. 
Apesar de proibida a produção destes alimentos no Brasil, nada garante que o 
consumidor já não esteja comendo produtos transgênicos sem saber. Eles podem estar 
chegando a partir da importação de alimentos e matérias-primas de países como a 
Argentina e os Estados Unidos, que já cultivam e comercializam os transgênicos há 
alguns anos. 
 
2. Conceito 
Pode-se conceituar alimentos transgênicos como alimentos provenientes de 
pesquisas laboratoriais com a utilização de parte de código genético de animais, vegetais 
ou micróbios. 
Paulo Queiroz afirma que “Organismos Geneticamente Modificados: são os 
organismos que sofreram alteração no seu código genético por métodos ou meios que não 
ocorrem naturalmente.”1 
Ainda, 
Trocando em miúdos, trata-se de um ser vivo cuja estrutura genética - a 
parte da célula onde está armazenado o código da vida - foi alterada pela 
inserção de genes de outro organismo, de modo a atribuir ao receptor 
características não programadas pela natureza. Uma planta que produz 
uma toxina antes só encontrada numa bactéria. Um microorganismo capaz 
 
1
 http://www.agronline.com.br/artigos/comentario.php?id=32736.Acessado em 1de dezembro de 2010. 
de processar insulina humana. Um grão acrescido de vitaminas e sais 
minerais que sua espécie não possuía. Tudo isso é OGM2. 
Os OGMs (Organismos Geneticamente Modificados) são organismos vivos, sejam 
eles plantas animais ou microorganismos, cujo seu material genético (ácidos 
desoxirribonucléico-DNA e ribonucléico – RNA) foi alterado pela introdução de sequencias 
de DNA ou RNA, podendo ser proveniente de qualquer outro organismo (TOZZINI, 2004 
apud CONCEIÇÃO et al., 2006)3. 
 
 
2.1 Engenharia Genética 
A grande responsável, pela manipulação das informações contidas no código 
genético é a engenharia genética. Também chamando de DNA, o código genético debelar 
todas as informações contidas na células. 
A engenharia genética utiliza enzimas para quebrar a cadeia de DNA em 
determinados lugares, inserindo segmentos de outros organismos e 
costurando a seqüência novamente. Os cientistas podem “cortar e colar” 
genes de um organismo para outro, mudando a forma do organismo e 
manipulando sua biologia natural a fim de obter características específicas 
(por exemplo, determinados genes podem ser inseridos numa planta para 
que esta produza toxinas contra pestes). Este método é muito diferente do 
que ocorre naturalmente com o desenvolvimento dos genes.4 
A manipulação da célula é feita com a extração do código genético, com aquela 
ainda viva ocorre ndo a modificação na sua estrutura, o que a doutrina especializada 
chama de modificações genéticas. 
É sabido que a ciência tem seu processo evolutivo bastante dinâmico, 
principalmente no que toca as técnicas de obtenção de organismos geneticamente 
 
2
 : www.portaldovestibular.com.Acessado em 2 de dezembro de 2010. 
3
 Fonte: http://www.webartigos.com/articles/52888/1/CONHECIMENTOS-DEMONSTRADO-PELOS-ALUNOS-DO-CURSO-
DE-NUTRICAO-E-LICENCIATURA-DE-CIENCIAS-BIOLOGICAS-SOBRE-TRANSGENICOS/pagina1.html#ixzz1KfqpaRs8 
4
 : www.portaldovestibular.com.Acessado em 2 de dezembro de 2010. 
modificados. Assim é pertinente traçarmos a diferença em dois vocábulos: biotecnologia e 
biossegurança. 
Biotecnologia é o processo tecnológico que permite a utilização de material biológico 
para fins industriais. A biossegurança é a ciência responsável por controlar e minimizar os 
riscos da utilização de diferentes tecnologias em laboratórios ou quando aplicadas ao meio 
ambiente.5 
Esta modificação pode por qualquer técnica de engenharia genética, ao passo que 
esta, por sua vez, é a atividade de manipulação de moléculas DNA/RNA recombinante (art. 
3º, inciso IV e V da Lei 8.964/1995). Basicamente para produzir um organismo transgênico, 
primeiramente deve selecionar o gene/genes de interesse; que dará a característica 
desejada ao novo organismo. Recorrendo aos vários métodos e técnicas de obtenção6 
 
3. Pontos Positivos e Negativos da utilização de alimentos transgênicos 
 
A utilização dos alimentos geneticamente modificados contribui para o aumento da 
produtividade, assim como há uma maior resistência a pragas e durabilidade no que tange 
a estocagem e armazenamento. Há também a melhoria no conteúdo nutricional. 
 
Paulo Queiroz: 
O alimento pode ser enriquecido com um componente nutricional 
essencial. Um feijão geneticamente modificado por inserção de gene da 
castanha do Pará passa produzir metionina, um aminoácido essencial para 
a vida. Um arroz geneticamente modificado produz vitamina A. O alimento 
pode ter a função de prevenir, reduzir ou evitar riscos de doenças, através 
de plantas geneticamente modificadas para produzir vacinas, ou iogurtes 
fermentados com microrganismos geneticamente modificados que 
estimulem o sistema imunológico. 
Ainda, 
 
5
 www.portaldovestibular.com.Acessado em 2 de dezembro de 2010. 
4http://www.webartigos.com/articles/52888/1/CONHECIMENTOS-DEMONSTRADO-PELOS-ALUNOS-DO-
CURSO-DE-NUTRICAO-E-LICENCIATURA-DE-CIENCIAS-BIOLOGICAS-SOBRE-
TRANSGENICOS/pagina1.html#ixzz1KfqpaRs8 
 
A planta pode resistir ao ataque de insetos,seca ou geada. Isso garante 
estabilidade dos preços e custos de produção. Um microorganismo 
geneticamente modificado produz enzimas usadas na fabricação de 
queijos e pães o que reduz o preço deste ingrediente. Sem falar ainda que 
aumenta o grau de pureza e a especificidade do ingrediente e permite 
maior flexibilidade para as indústrias. Aumento da produtividade agrícola 
através do desenvolvimento de lavouras mais produtivas e menos 
onerosas, cuja produção agrida menos o meio ambiente7. 
 
Os países inframencionados declaram abertamente que fazem uso dos alimentos 
geneticamente modificados, quais sejam; Estados Unidos: melão, soja, tomate, algodão, 
batata, canola, milho; União Européia: tomate, canola, soja, algodão; Argentina: soja, 
milho, algodão. 
O Brasil, através da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vem 
desenvolvendo pesquisas de biotecnologia realizando testes com a soja, feijão, mamão, 
banana, batata e algodão em relação à resistência a fungos, herbicidas, vírus e pragas. 
 
No que toca ao Segundo o Artigo 225 da Constituição Federal Brasileira: "Todos tem 
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado”, bem de uso comum do povo e 
essencial a sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever 
de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 
Em 1995, foi aprovada a Lei de Biossegurança no Brasil, que gerou a constituição 
da CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança), pertencente ao MCT 
(Ministério da Ciência e Tecnologia). Este fato permitiu que se iniciassem os testes de 
campo com cultivos geneticamente modificados, que são hoje mais de 800. 
Salientamos que uma parcela significativa dos pesquisadores reagem 
energeticamente acerca da utilização dos alimentos argumentado que há riscos quais 
sejam, aumento das reações alérgicas; as plantas que não sofreram modificação genética 
 
7
 www.portaldovestibular.com.Acessado em 2 de dezembro de 2010. 
 
 
podem ser eliminadas pelo processo de seleção natural, pois, as transgênicas possuem 
maior resistência às pragas e pesticidas. 
Paulo Queiroz, dispõe: 
O lugar em que o gene é inserido não pode ser controlado completamente, 
o que pode causar resultados inesperados uma vez que os genes de 
outras partes do organismo podem ser afetados. Os genes são 
transferidos entre espécies que não se relacionam, como genes de 
animais em vegetais, de bactérias em plantas e até de humanos em 
animais. A engenharia genética não respeita as fronteiras da natureza – 
fronteiras que existem para proteger a singularidade de cada espécie e 
assegurar a integridade genética das futuras gerações.8 
 
Ainda, 
A uniformidade genética leva a uma maior vulnerabilidade do cultivo 
porque a invasão de pestes, doenças e ervas daninha sempre é maior em 
áreas que plantam o mesmo tipo de cultivo. Quanto maior for a variedade 
(genética) no sistema da agricultura, mais este sistema estará adaptado 
para enfrentar pestes, doenças e mudanças climáticas que tendem a afetar 
apenas algumas variedades.Organismos antes cultivados para serem 
usados na alimentação estão sendo modificados para produzirem produtos 
farmacêuticos e químicos. Essas plantas modificadas poderiam fazer uma 
polinização cruzada com espécies semelhantes e, deste modo, contaminar 
plantas utilizadas exclusivamente na alimentação. Os alimentos 
transgênicos poderiam aumentar as alergias. Muitas pessoas são alérgicas 
a determinados alimentos em virtude das proteínas que elas produzem. Há 
evidências de que os cultivos transgênicos podem proporcionar um 
potencial aumento de alergias em relação a cultivos convencionais.9 
Apesar de eliminar pragas prejudiciais à plantação, o cultivo de plantas transgênicas 
pode, também, matar populações benéficas como abelhas, minhocas e outros animais e 
espécies de plantas. 
Nesta diapasão, há intensificação dos estudos e pesquisas acerca de alimentos 
geneticamente modificados, no organismo humano e no meio-ambiente. Nos países onde 
há a comercialização dos produtos destes, a discussão reside na rotulagem dos mesmos, 
assim como é feito com os demais alimentos. A publicidade é peça fundamental, uma vez 
 
8
 www.portaldovestibular.com.Acessado em 2 de dezembro de 2010. 
9
 www.portaldovestibular.com.Acessado em 2 de dezembro de 2010. 
 
 
que o consumidor poderá escolher e saber que tipo de produto está levando para sua 
residência. 
O documento apresentado pela SBPC sobre: ‘A questão dos organismos 
geneticamente modificados’, traz a seguinte recomendação: "A introdução dos organismos 
geneticamente modificados na cadeia de produção de alimentos para uso humano requer 
a divulgação — por meio da rotulagem de cada produto — da informação detalhada e 
compreensível, para que a população possa se orientar e decidir sobre seu consumo." 
4. Rotulagem dos alimentos transgênicos 
A publicidade é um direito de todos os consumidores e este direito é assegurado 
pela Constituição Federal. Diante desta máxima, a rotulagem personifica o direito de 
informação, ou seja, o consumidor deve ter todas as informações dos produtos em sua 
rotulagem. 
Ultimamente, com o avanço da engenharia genética, vários estudos e trabalhos 
científicos têm demonstrado avanços significativos na manipulação de material genético 
de plantas e outros seres vivos. Alvos de discussões sobre suas vantagens e 
desvantagens, a ciência dos transgênicos está em pleno desenvolvimento. Ambientalistas 
acusam os alimentos transgênicos de causar impactos irreversíveis ao meio ambiente. 
Os alimentos transgênicos são modificados geneticamente em laboratórios com o 
objetivo de conseguir melhorar a qualidade do produto. Os genes de plantas e animais 
são manipulados e muitas vezes combinados. Os organismos geneticamente 
modificados, depois da fase laboratorial, são implantados na agricultura ou na pecuária. 
Vários países estão adotando este método como forma de aumentar a produção e 
diminuir seus custos. 
Através da modificação genética, técnicas que incluem DNA recombinante, 
introdução direta em um ser vivo de material hereditário de outra espécie, incluindo micro-
injeção, micro-encapsulação, fusão celular e técnicas de hibridização com criação de 
novas células ou combinações genéticas diferenciadas, ou seja, que não encontramos na 
natureza. 
Na agricultura, por exemplo, uma técnica muito utilizada é a introdução de gene 
inseticida em plantas. Desta forma consegue-se que a própria planta possa produzir 
resistências a determinadas doenças da lavoura. A Engenharia Genética tem conseguido 
muitos avanços na manipulação de DNA e RNA. 
A biotecnologia aplica essas técnicas também na produção de alimentos. A 
engenharia genética tem usado e pesquisado determinados métodos de produção de 
tecidos e órgãos humanos. Até mesmo seres vivos têm surgido destas pesquisas. O caso 
mais conhecido foi da ovelha Dolly. A técnica da clonagem foi utilizada gerando um novo 
ser vivo. 
5. Os mitos da Biotecnologia 
As corporações agroquímicas que controlam a orientação e os objetivos das 
inovações na agricultura através da biotecnologia argumentam que a engenharia genética 
estimulará a sustentabilidade na agricultura e solucionará os problemas que afetam a 
agricultura convencional e tirará os agricultores do Terceiro Mundo da baixa 
produtividade, pobreza e fome (Molnar e Kinnucan 1989, Gresshoft 1996). Comparando 
os mitos com a realidade é possível observar que os desenvolvimentos atuais na 
biotecnologia agrícola não satisfazem as promessas feitas e as expectativas criadas em 
torno deles. 
A Biotecnologia beneficiará os pequenos agricultores e favorecerá os famintos e os 
pobres do Terceiro Mundo. 
Ainda que exista fome no mundo e se sofradevido à poluição por pesticidas, o 
objetivo das corporações multinacionais é obter lucros e não praticar a filantropia. É por 
isto que os biotecnologistas criam as culturas transgênicas para uma nova qualidade de 
mercado ou para substituir as importações e não para produzir mais alimentos (Mander e 
Goldsmith 1996). 
No geral, as companhias que trabalham com biotecnologia estão dando ênfase a 
uma faixa limitada de culturas para as quais existe um mercado seguro e suficiente, 
visando os sistemas de produção exigentes em capital. Se os biotecnologistas estiverem 
realmente interessados em alimentar o mundo, porque o gênio científico da biotecnologia 
não procura desenvolver variedades de culturas que sejam mais tolerantes a ervas 
daninhas em vez de ser tolerantes a herbicidas? Ou porque não estão sendo 
desenvolvidos outros produtos mais promissores da biotecnologia tais como plantas 
fixadoras de nitrogênio e plantas resistentes à seca? 
Julga que ao alimentar com produtos transgênicos o individuo fica propenso a 
alergias alimentares e diminuição da ação dos antibióticos no organismo, potencializa os 
efeitos tóxicos dos resíduos agrotóxicos, demais consequências ignoradas que por 
certo afetarão a saúde humana. 
O GREENPEACE tem objeção ao uso de alimentos transgênicos tanto para 
humanos como animais. Para esta Organização Não Governamental, os que versam 
sobre esta temática são irrisórios e insuficientes, o que pode trazer resultados 
imprevisíveis, incontroláveis e desnecessários. 
Ressaltamos que a produção científica sobre a segurança alimentar dos OGMs no 
que concerne a saúde pública é pequena e ausente de dados experimentais, o que gera 
polêmica quanto a adoção e incorporação destes alimentos vez que os estudos 
versam sobre a insegurança alimentar dos alimentos geneticamente modificados e seus 
efeitos sobre a saúde e o meio ambiente. Neste contexto quais estudos embasaram a 
CTNBio para permitir as liberações comerciais de transgênicos? E a instrução normativa 
20, proposta pela CTNBio, hoje revogada mas foi vista como fundamental instrumento 
de análise para a manipulação genética dos alimentos dos transgênicos no Brasil. 
Atualmente a resolução normativa 5, de 12 de março de 2008, dispõe sobre 
normas para liberação comercial de OGMs e derivados, analisando questões nutricionais 
como: carboidratos ou gordura apenas sendo que os alergenicidade e as questões 
relacionadas a saúde e ao meio ambiente tornaram-se irrelevantes. 
Vale mencionar a aprovação pelo CTNBio de três tipos de milho transgênico, o 
milho Liberty Link (evento LL25), o milho Guardian (evento MON810) e o milho Bt11 
(evento Bt11), sendo que as pesquisas sobre segurança alimentar e riscos ao meio 
ambiente e aos ecossistemas brasileiros, estão ainda em fase preliminar, indo em 
contradição às normas de biossegurança, levando o IBMA e a Agência Nacional de 
Vigilância Sanitária (Anvisa) interporem recurso judicial junto ao Conselho Nacional de 
Biossegurança contra a decisão da CTNBio. 
Contudo os OGMs devidamente esclarecidas as controvérsias e compreendidas, 
fiscalizadas e pespegando considerando também os aspectos éticos e culturais das 
sociedades podem contribuir significativamente para a melhoria da qualidade de vida da 
humanidade. 
 
Referências 
CONCEIÇAO, F. R. ; MOREIRA, A. N. E BINSFELD, P. C. Detecção e quantificação de 
organismos geneticamente modificados em alimentos e ingredientes alimentares. Revista 
Ciência Rural, Santa Maria, v.36, n.1, p.315-324, jan-fev, 2006. 
 
 
EMBRAPA - Os benefícios da Biotecnologia para os consumidores: a segunda geração 
das plantas geneticamente modificadas. Produção de Ministério da Agricultura e do 
Abastecimento, Embrapa – Recursos Genéticos e Biotecnologia e Revista de 
Biotecnologia. Brasília: Fator 3 Vídeo Produções, Novembro de 2000. VHS. 
 
GUÉRIN - MARCHAND, Claudine. Manipulações genéticas. 2. ed. São Paulo : EDUSC, 
1999. p 228-229. 
 
MARINHO, Carmem Luiza Cabral. Discurso polissêmico sobre plantas transgênicas no 
Brasil: estado da arte. Tese (Doutorado) - Escola Nacional de Saúde Pública, Fiocruz, Rio 
de Janeiro. 2003 
 
MELLO, Mariana. Comida Frankenstein. Superinteressante, São Paulo : Abril, ano 14, n.º 
11, p. 48-54, nov. 2000. 
 
OLIVEIRA, Fátima. Engenharia genética: o sétimo dia da criação. 3. ed. São Paulo : 
Moderna, 1995, p 18-19. 
 
SILVA, Jaime. O enigma dos transgênicos. Jornal Zero-Hora, Porto Alegre, 9 jun. 2001, p. 
4 
 
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (2000) ‘A questão dos organismos 
geneticamente modificados’. www.sbpcnet.org.br [ Links ] 
www.portaldovestibular.com.Acessado em 2 de dezembro de 2010. 
www.webartigos.com/articles/52888/1/CONHECIMENTOS-DEMONSTRADO-PELOS-
ALUNOS-DO-CURSO-DE-NUTRICAO-E-LICENCIATURA-DE-CIENCIAS-BIOLOGICAS-
SOBRE-TRANSGENICOS/pagina1.html#ixzz1KfqpaRs8.Acessado m 2 de dezembro de 
2011.

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