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Trabalho Didatica do Ensino Superior - Comenius

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OBRA DIDACTICA MAGNA DE COMENIO PARA DIDÁTICA MODERNA
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
SÃO PAULO
2018
Introdução
Comenius nasceu em Nivnitz, na Morávia em 28 de março de 1592. Pertencente a uma família religiosa evangélica, desde cedo é influenciado pela idéia da salvação e redenção cristã. Aos dez (10) anos de idade ficou órfão de pai (1602) e dois anos após sua mãe e suas duas irmãs, estando sua educação abandonada até os dezesseis (16) anos de idade quando ingressou na escola de latim.
Em uma trajetória intelectual que se mistura intrinsecamente à sua própria vida, sua personalidade notável já renderia uma obra extensa. Bispo do pequeno grupo protestante Unidade dos Irmãos Boêmios, Comênio foi por diversas vezes perseguido. Por isso seus escritos carregam de forma explícita o desejo de um mundo reformado pela fé e pelo correto uso da racionalidade humana.
Aos vinte anos ingressou na Universidade de Herborn, passando em 1613 para a Universidade de Heidelberg, entrando em contato com a cultura de sua época, em especial com as idéias de Francis Bacon e Ratke, que o influenciaram consideravelmente.
Como refugiado protestante (tendo abandonado a Boêmia após o furioso avanço da dinastia católica dos Habsburgos na Guerra dos Trinta Anos e o fim da liberdade religiosa no território), Comênio passou por diversos países como Polônia, Inglaterra, Suécia, Hungria e por fim, Holanda, morrendo em 15 de novembro de 1670. Sua vida errante, longe de ser marcada somente pela guerra e pelas constantes perdas familiares, distingue-se por sua intensa produção que conta com aproximadamente duzentas obras entre escritos educacionais, políticos e teológicos.
Seus escritos se desdobram em vários campos do saber, formando um todo complexo e totalizante, abarcando diversos campos da existência humana direcionadas à transcendência. Tendo como fio condutor de seu pensamento sua concepção de homem em consonância com os ideais humanistas do cristianismo reformado (embora sem romper definitivamente em muitos aspectos com a escolástica medieval), propunha a formação integral do homem nos aspectos intelectual, espiritual e técnico-material. Insistia que o homem buscasse contra si mesmo aquilo que ainda subsiste bondosa e exiguamente na alma humana, mesmo com todas as corrupções possíveis ao nosso gênero. Buscou não só um novo modo de fazer filosofia, mas queria antes salvar a humanidade de si mesma por meio da escola.
1) Em primeiro lugar, compreendia a publicação de uma enciclopédia do saber universal, elaborada por cientistas que contribuiriam de forma exaustiva com os conhecimentos sobre as descobertas cientificas; 
2) A criação de um colégio que promovesse a descoberta científica em seus laboratórios e as condições para desencadeá-la; 
3) Concepção do ensino e pesquisa como interdependentes, o que exigia um novo método de instrução para desdobramento do conhecimento dos estudantes em todas as áreas do saber, segundo a inclinação de cada um.
Comenius acreditava em Deus como matriz de toda a bondade e perfeição, logo, o processo educacional que refletisse essa verdade, deveria considerar a inclinação do homem para a prática do bem, porque a sua origem era derivada da perfeição; logo esse pressuposto fazia-lhe defender que a bondade original poderia ser cultivada se todos os esforços fossem devidamente empregados, se os saberes e os fazeres pudessem ser direcionados para isso. Isto deveria ser feito por meio de uma educação universal aproximando o homem da imagem do seu Criador, fonte de toda a perfectibilidade, por isso desde tenra idade a criança deveria ser educada. Não educar a criança é se colocar em oposição à vontade divina.
A partir do momento em que o homem recebe uma educação que reflete o poder de seu “Criador”, irá constituir-se como ator para o serviço de si mesmo, do próximo e principalmente de Deus. Comenius garante no seu ideário pansófico que, assim como a graça divina é universal para todos, a educação também pode e deve ser. Como a graça divina sempre dá bons frutos, uma educação derivada desses princípios também terá o mesmo propósito em saberes e fazeres.
A finalidade da Educação para Comenius tem função regeneradora, pois restaura no homem a capacidade original de desenvolvimento das potencialidades que lhe foram conferidas por Deus, cabendo à escola assumir essa responsabilidade como princípio, estratégias e ações por meio de bons livros-textos, bons professores e bons métodos. O homem como microcosmo da criação tem em si a potencialidade para conhecer e dominar sobre todas as coisas e a educação que instrumentaliza, que faz o indivíduo se desenvolver amplamente, é o meio pelo qual transforma a potencialidade em ação.
Comenius comparava a escola à oficina da humanidade, onde o homem aprenderia a ser realmente homem por meio da oportunização para o movimento, para o desdobramento da espontaneidade, das relações sociais, dos direitos e deveres e exercícios agradáveis de aprendizagem. 
O ponto de partida do trabalho educacional em Comenius deveria estar centrado em técnicas, artes práticas, trabalho manual, exemplos e analogias. O seu ideal pansófico de educação, embora predominantemente religioso, é envolto pela influência do desenvolvimento científico e naturalista, característica que faria o século XVII ser considerado como o século do método. Segundo Abbagnano e Visalberghi (1995: 304), a graça divina dispensada de forma gratuita e ampla à raça humana pode fazer o homem desenvolver-se para realizar-se como filhos e filhas de Deus e compreendia que o não sucesso entre aqueles que permanecem em pecado é a ausência ou insuficiente educação para isso. Portanto, a graça divina é restaurada quando no homem é feita resplandecer, tendo a educação como experiência real, pois assim os anjos do céu aprendem do próprio Deus.
Para Comenius o homem sem educação se converte num bárbaro, com os instintos mais selvagens e desordenado em suas paixões; assim como as bestas do campo. Se o conhecimento está oculto no homem e precisa ser desenvolvido, a plasticidade da natureza humana não pode ser ignorada e deixada a esmo; é necessário desencadear condições concretas para a sua plena formação em homens e mulheres, sem distinção. É interessante notar que para Comenius, as mulheres poderiam compreender a sabedoria similarmente ao homem e até mais que o homem por força de sua mente ágil e apta (Ibid.). Consequentemente o seu ideário educacional assume o que tem como vetor: educação para todos ou “ensinar tudo a todos”, inclusive sem diferir classe ou status social.
Comenius deixa claro em sua Didática Magna, que o “tudo” a todos não se trata do conhecimento profundo de todas as artes e ciências, pois o homem tem um tempo de vida breve e muitas das descobertas em si podem não ser úteis. O “tudo” a “todos” refere-se ao conhecimento dos fundamentos, dos princípios, da estrutura e funcionamento das manifestações naturais e artificiais, isso compete ao homem por meio da educação, uma vez que sua missão não é de observador do mundo e das coisas, mas ator.
Uma das causas de não se aprender de forma prazerosa é o fato de os professores trabalharem sem os devidos cuidados e conhecimentos, como por exemplo a compreensão acerca da finalidade da própria educação e da natureza de cada aluno. Comenius reconhece que existem alunos que respondem prontamente ao conhecimento ensinado, enquanto outros tem um ritmo mais demorado nesse caso, cabe ao professor colocar junto o primeiro grupo com o segundo, de forma a auxiliar quem tem maior dificuldade e ainda crê que, a organização das turmas em grupos favorece o atendimento de um número amplo de alunos – “um professor suficiente para cem alunos”.
Embora não seja da escola ativa, Comenius advoga uma perspectiva naturalista de ensino baseada na gradualidade e ciclicidade; entretanto, o ponto de partida é o ensino do “todo”, pois segundo ele, a criança não aprende o mundo por parcialidades, mas por totalidade – assim ensina-se o princípio ou fundamentode determinado objeto de forma global, para depois as suas especificidades. Ao ensinar um pouco de tudo a criança, deve o professor aprofundar gradualmente ou por etapas as matérias a serem ensinadas, retornando às mesmas em sucessivos ciclos para que o estudante aprenda de fato.
Diferente dos reformadores de sua época, Comenius não defendia uma escola para uma determinada classe social e uma outra diferente para o povo, sendo assim, há uma atitude democrática em sua proposta de educação e escola, embora eivada do cristianismo como vetor, mas imerso em sua proposta, o conceito ampliado de justiça social do tudo a todos, porque todos são iguais diante de Deus.
Ele não via com bons olhos a educação humanística de seu tempo em que as crianças e jovens eram submetidos: uma educação da memória, do desenvolvimento da verbosidade. Acreditava numa educação que desenvolvesse a habilidade de observação dos estudantes, de reflexão a partir de suas hipóteses, construções urgentes e necessárias. Fazia sentido para ele a organização de um sistema escolar estruturado em tempos e espaços e oportunidades distintas. 
O sistema escolar de Comenius era dividido em quatro níveis de seis anos cada um. Como lembra Eby (1976: 159-160):
I. Para a infância					O colo materno (Schola materna)
II. Para a puerícia	 A escola deveria ser	A escola vernácula (Schola vernácula)
III. Para a adolescência				A escola latina (Schola latina)
IV. Para a juventude				A universidade e viagens
Os resultados educacionais e o impacto da aprendizagem no Brasil atualmente
A Educação no Brasil é um dos países que menos gastam com alunos do ensino fundamental e médio, mas as despesas com estudantes universitários se assemelham às de países europeus, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
A proporção de adultos de 25 a 34 anos de idade não concluintes do ensino médio é
próxima de 40% no Brasil. A Costa Rica, o México e a África do Sul apresentam percentuais em torno de 50% e a China e Indonésia por volta de 60%. Nas décadas recentes, na maioria dos países membros e parceiros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a parcela dos jovens adultos não concluintes do ensino médio declinou, alcançando a média de 16%.
O percentual de adultos de 25 a 64 anos de idade não concluintes dos anos iniciais do ensino fundamental é de 17% no Brasil, 13% na Costa Rica, 14% no México e 15% na África do Sul. Enquanto que os países da OCDE apresentam 5% ou menos de taxa de adultos não concluintes dessa etapa de ensino.
Alguns países membros e parceiros da OCDE possuem uma grande parcela de população adulta de 25 a 64 anos de idade com somente os anos finais do ensino fundamental completos.
Enquanto que no Brasil esta taxa é de 20%, alguns países apresentam percentuais maiores, entre eles, China (25%), Costa Rica (29%), Indonésia (45%), Portugal (30%), Arábia Saudita (24%) e Turquia (43%). Em média, os países da OCDE apresentam 6% de taxa de adultos com somente essa etapa de ensino completa.
O Brasil apresenta proporção de 17% dos jovens adultos (25 a 34 anos de idade) com
ensino superior completo, enquanto no Chile, Colômbia e Costa Rica é próximo de 30%. Para os países da OCDE, a média da parcela de jovens que possui o ensino superior é de 43%, alcançando mais que 50% em alguns países: Canadá (61%), Irlanda (52%), Japão (60%), Coréia do Sul (70%), Lituânia (55%) e Rússia (60%).
Vantagens de renda e escolarização
O Brasil juntamente com Chile, Colômbia, Luxemburgo, República da Eslováquia e Estados Unidos possuem as maiores desvantagens de renda para os adultos (24 a 64 anos de idade) com ensino médio incompleto, eles têm mais 20% de diferença no recebimento de renda em comparação com os que possuem conclusão do ensino médio. No Brasil, esses recebem na média 38% a menos nos trabalhos de tempo integral. Por outro lado, na Finlândia os adultos com ensino médio incompleto e aqueles com ensino médio completo têm rendas similares e as diferenças de rendas são 15% ou menos no Canadá, Estônia, Lituânia, Nova Zelândia e Suécia.
As vantagens de renda para os adultos com ensino superior completo são maiores no
Brasil, bem como no Chile, na Colômbia, na Costa Rica, na Hungria e no México, alcançando na média pelo menos o dobro quando comparado com adultos que possuem ensino médio completo. Por outro lado, Dinamarca, Estônia, Noruega e Suécia apresentam vantagens de renda menores, em torno de 25% a 30%. De acordo com EAG 2017, as vantagens de renda dos trabalhadores com ensino superior estão associadas à proporção de adultos (25 a 64 anos de idade) com essa qualificação na população. Em países que possuem pequena proporção de pessoas com ensino superior completo, as vantagens de renda dos trabalhadores de nível superior são maiores, como ocorre no Brasil, no Chile, na Colômbia, na Hungria e no México.
Enquanto nos países com grande parcela da população com ensino superior completo, as vantagens são menores, como por exemplo, na Noruega e na Suécia. A parcela de adultos (25 a 64 anos de idade) com ensino superior que recebem mais que duas vezes a média de renda é maior no Brasil (60%), Chile (50%), Costa Rica (51%) e México (51%). Nestes países, a parcela de adultos de nível superior com rendas abaixo da média é muito menor que a média dos países da OCDE.
Resultados sociais relacionados à educação
Segundo EAG 2017, economias que possuem melhor educação e oportunidades de
mercado de trabalho estão associadas com menores taxas de crimes violentos. A parcela da população (25 a 64 anos de idade) que relatou que foram roubados e assaltados nos 12 meses anteriores à pesquisa foi mais alto em países com baixo nível educacional, como Brasil (7%), Chile (6%), Colômbia (10%), Costa Rica (6%), México (8%) e África do Sul (17%). Por outro lado, com proporção de 1%, países como Canadá, Coréia do Sul, Noruega e Suíça possuem as menores taxas de relatos desses crimes.
 
Referências
Abbagnano, N. e Visalberghi, A. (1995). História de la pedagogia.
Reimpression. México: Fondo de Cultura Econômica.
Cambi, F. (1999). História da pedagogia. São Paulo: Editora UNESP.
Comenius, J. A. (2006). Didática magna (3. ed.). São Paulo: Martins Fontes.
Eby, F. (1976). História da educação moderna: séc.XVI – séc.XX – teoria, organização e práticas educacionais (2. ed.). Porto Alegre: Editora Globo.
Gonçalves, M. F. M. (2015). Comenius e a internacionalização do ensino. Disponível em: http://www.ipv.pt/millenium/fgon%C3%A711.htm. Acesso em 24/02/2015.
Lima, P. G. (2013). Fundamentos da educação e práticas pedagógicas. Engenheiro Coelho/SP: UNASPRESS.
Luzuriaga, L. (1987). História da educação e da pedagogia. São Paulo: Editora Nacional.
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas - 2017
Educacionais Anísio Teixeira – INEP - 2017
Diretoria de Estudos Educacionais – DIRED - 2017

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