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Protocolo de Hiperplasia prostática benigna

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Cuidado Farmacêutico no SUS 
DEFINIÇÃO 
A HPB é uma das doenças mais comuns no homem idoso, e quando associada aos sintomas do trato urinário inferior 
(STUI) tem importante impacto na qualidade de vida, por interferir diretamente nas atividades diárias e no padrão do 
sono. Os sintomas são classificados em obstrutivos e irritativos. Os três principais aspectos que determinam o quadro 
clínico dos pacientes com HPB são: sintomatologia, crescimento prostático e obstrução infravesical. Sua relação é 
variável de um paciente para outro. Alguns homens experimentam sintomas do trato urinário inferior, mesmo na ausência 
de crescimento prostático. Da mesma forma, pacientes com significativo aumento do volume prostático podem ser 
assintomáticos ou apresentar sintomatologia leve, sem impacto em sua qualidade de vida. 
SINTOMAS DA HPB 
Obstrutivos 
• Jato fraco 
• Esforço miccional 
• Jato interrompido 
• Hesitação 
• Gotejamento 
• Incontinência 
• Esvaziamento 
 Irritativos 
• Urgência 
• Polaciúria 
• Dor suprapúbica 
• Noctúria 
• Miccional 
• Paradoxal 
• Vesical incompleto 
Classicamente, os sintomas são a base para a avaliação da obstrução do trato urinário inferior, indicações de tratamento 
e avaliação dos resultados terapêuticos. O IPSS, International Prostatic Symptoms, deve ser aplicado na avaliação de 
pacientes com sintomas relacionados à HPB. Os sintomas são considerados leves para valores entre 0 e 7, moderados, 
entre 8 e 19 e graves, entre 20 e 35. 
DIAGNÓSTICO 
• História clínica; 
• Exame físico; 
• Exame digital da próstata; 
• Exame de urina (elementos anormais e sedimentoscopia); 
• Dosagem sérica do antígeno prostático específico (PSA) tem indicação em pacientes com expectativa de vida 
superior a 10 anos ou quando o diagnóstico do câncer pode alterar o manejo dos sintomas; 
• Dosagem sérica da creatinina e citologia urinária são exames laboratoriais opcionais na avaliação de pacientes 
com sintomas do trato urinário inferior. 
MEDICAMENTOS QUE PODEM CAUSAR OU AGRAVAR A CONDIÇÃO CLÍNICA 
• Medicamentos que podem agravar os sintomas ou causar retenção urinária. Estes incluem alguns anti-
histamínicos (como a difenidramina) e descongestionantes (por exemplo, pseudoefedrina [encontrada em alguns 
medicamentos para resfriado]). 
OBJETIVOS E METAS TERAPÊUTICAS 
• Reduzir os sinais e sintomas clínicos 
• Melhorar a qualidade de vida do paciente 
OBSERVAÇÃO “WATCHFUL WAITING” 
Observação e acompanhamento criterioso é a estratégia preferencial no manejo de pacientes com sintomas leves 
relacionados à HPB. Nesta conduta, o paciente é monitorizado e seguido pelo seu médico, porém não recebe qualquer 
intervenção terapêutica. Também pode ser uma opção para pacientes com sintomas moderados ou graves, sem 
complicações. 
O desconforto gerado pelos sintomas pode ser reduzido através de orientações comportamentais: 
	
Cuidado Farmacêutico no SUS 
• Redução da ingesta de líquidos à noite; 
• Exercícios para treinamento vesical; 
• Redução de álcool, café e cigarros. 
Caso esta conduta seja preferida, a reavaliação deverá ser realizada anualmente. 
TRATAMENTOS FARMACOLÓGICOS 
A utilização de um tratamento medicamentoso para a HPB proporciona alívio eficaz dos sintomas com efeitos colaterais 
de menor intensidade, porém, esta eficácia não é comparada aos resultados obtidos com a ressecção transuretral da 
próstata, que ainda é considerado o tratamento padrão 
ANTAGONISTAS ALFA -1- ADRENÉRGICOS 
 Primeira escolha para HPB sintomática. Fornecem benefícios a curto prazo. 
	Dada a eficácia semelhante de todos os antagonistas alfa-1-adregérgicos aprovados, a escolha do agente pode 
basear-se em custos, efeitos colaterais (particularmente hipotensão). 
Fármaco Dose/administração Observação 
Terazosina Oral: 1 mg na hora de dormir; depois disso, dosear para 
cima, se necessário, ao longo de várias semanas, 
equilibrar o benefício terapêutico com hipotensão postural 
induzido por terazosina. 
A maioria dos pacientes necessita de 10 
mg dia; se não houver resposta, após 4-
6 semanas de 10 mg / dia, podem 
aumentar a 20 mg / dia. 
Doxazosina Liberação imediata: 1 mg uma vez por dia de manhã ou 
à noite; pode ser aumentado para 2 mg uma vez por dia. 
Posteriormente titular para cima, se necessário, a cada 1-
2 semanas, equilibrar o benefício terapêutico com 
hipotensão postural induzido por doxazosina. Objetivo: 4-
8 mg por dia; dose máxima: 8 mg por dia. 
Liberação ampliada: 4 mg uma vez por dia com café da 
manhã; titulação com base na resposta e tolerabilidade 
cada 3-4 semanas a dose máxima recomendada de 8 mg 
por dia. 
Reinício da terapêutica: Se a terapia é 
interrompida por vários dias, reiniciar a 
dose de 1 mg e titular como antes. 
 
Reinício da terapêutica: Se a terapia é 
interrompida por vários dias, reiniciar a 
4 mg de dose e titular como antes. 
Tansulosina Oral: 0,4 mg uma vez por dia ~ 30 minutos após a mesma 
refeição todos os dias; a dose pode ser aumentada após 
2-4 semanas para 0,8 mg uma vez ao dia em pacientes 
que não respondem. Se a terapia é interrompida por 
vários dias, reiniciar com 0,4 mg uma vez por dia. 
As cápsulas devem ser ingeridas 
inteiras; Não esmague, mastigue, ou 
abra as cápsulas. 
Alfuzosina Oral: 10 mg uma vez por dia. Tablet deve ser engolido inteiro; Não 
esmague ou mastigue. Administrar uma 
vez por dia (imediatamente após uma 
refeição). 
Silodosina Oral: 8 mg uma vez por dia com uma refeição. Administrar com uma refeição. As 
cápsulas podem ser abertas e o pó 
polvilhado sobre uma colher de sopa de 
purê de maçã (não quente). A maçã 
deve ser ingerida dentro de 5 minutos, 
sem mastigar com água fria. Dividir o 
conteúdo da cápsula não é 
recomendado. Não guarde para uso 
futuro. 
INIBIDORES DA 5-Α-REDUTASE 
	
Cuidado Farmacêutico no SUS 
Fornecem benefícios a longo prazo (6-12meses para diminuição sintomas). 
 Escolha para pacientes intolerantes aos antagonistas alfa-1-adrenérgicos (em caso de hipotensão) e sem 
disfunção erétil. 
Fármaco Dose/administração Observação 
Finasterida (tipo 2) Oral: 5 mg uma vez por dia como uma dose 
única; respostas clínicas ocorrer dentro de 12 
semanas a 6 meses após início da terapia; a 
administração a longo prazo é recomendada 
para a resposta máxima. 
Pode ser administrado independentemente das 
refeições. Mulheres em idade fértil não devem 
tocar ou manusear comprimidos quebrados. 
Dutasterida (tipo 1 
e 2) 
Oral: 0,5 mg uma vez por dia administrada 
isoladamente ou em combinação com 
tansulosina 
Pode ser administrado independentemente das 
refeições. As cápsulas devem ser engolidas 
inteiras; Não mastigar ou abrir; contato com a 
cápsula aberta pode causar irritação 
orofaríngea. Não devem ser tocadas ou 
manuseadas por mulheres grávidas ou em 
idade fértil. 
Terapia combinada A combinação de alfa-bloqueadores e 5-alfa-redutase podem ser úteis em pacientes com HPB e 
alto risco de progressão para a retenção urinária aguda ou procedimentos cirúrgicos. Também 
indicado como início de tratamento quando IPSS≥20. Os efeitos hipotensivos da terazosina e 
doxazosina podem ser potenciados pelo uso concomitante dos inibidores da fosfodiesterase 
(PDE) -5 sildenafil ou vardenafil. Recomendamos que os homens separem as doses de 
antagonistas alfa-1-adrenérgicos e inibidores da PDE-5 em pelo menos quatro horas. 
Inibidores da 
fosfodiesterase-5 
Evidência quanto à eficácia limitada. Razoável considerar o tratamento em pacientes com 
disfunção erétil e sintomas moderados (IPSS <20). Restrição para insuficiência renal. Principal 
representante para esta indicação: tadalafil. 
Anticolinérgicos Monoterapia alternativa para pacientes com sintomas predominantemente irritativos (frequência, 
urgência e incontinência) relacionados à bexiga hiperativa e sem resíduos pós-inoculação 
elevados.Terapia combinada com agentes alfa-adrenérgicos para pacientes com sintomas 
persistentes de HBP que apresentam sintomas irritativos. Alternativas:	Tolterodine, oxibutinina , 
darifenacina , solifenacina , fesoterodina e trospium. 
Fitoterápicos Apesar da fitoterapia ser uma opção amplamente utilizada no tratamento da HPB, em todo o 
mundo, apenas um pequeno número de estudos controlados e randomizados encontra-se 
disponível para a avaliação. No momento, estudos clínicos bem estruturados não estão 
disponíveis para suportar a recomendação da utilização de fitoterápicos no manejo da HPB.. 
 
TERAPIAS MINIMAMENTE INVASIVAS 
Em geral estes métodos são mais efetivos do que a terapia medicamentosa, porém menos eficazes em comparação com 
a ressecção transuretral da próstata. 
• Termoterapia transuretral com microondas (TUMT) 
• Ablação transuretral com agulha (TUNA) 
• Endopróteses uretrais ou stents 
• Dilatação uretral com balão 
• Ultra-som focado de alta intensidade (HIFU) 
• Coagulação intersticial com laser 
• Termoterapia induzida por água 
• Injeção intraprostática de etanol 
TRATAMENTOS CIRÚRGICOS 
O paciente mais apropriado para ser submetido à cirurgia, como tratamento inicial para a HPB, é aquele que apresenta 
	
Cuidado Farmacêutico no SUS 
sintomas mais graves ou complicações pela HPB, tais como: 
• Retenção urinária persistente e refratária às tentativas de tratamento 
• Uretero-hidronefrose, com ou sem alteração da função renal 
• Insuficiência renal devido à hiperplasia prostática benigna 
• Infecções recorrentes do trato urinário 
• Hematúria macroscópica recorrente de origem prostática 
• Cálculo vesical devido à hiperplasia prostática benigna 
• Pacientes refratários a outras terapias 
• Divertículos vesicais associados à infecção recorrente ou disfunção vesical 
• Ressecção Transuretral Da Próstata (RTUP)* 
• Eletrovaporização Transuretral da Próstata (ETUP) 
• Incisão Transuretral da Próstata (ITUP)** 
• Terapia com Laser*** 
• Coagulação Transuretral com Laser 
• Vaporização Transuretral com Laser 
• Ressecção/Enucleação Transuretral com Holmium Laser 
• Cirurgia Aberta 
*A ressecção transuretral da próstata é o padrão-ouro no tratamento cirúrgico da HPB. 
**A incisão transuretral da próstata é uma opção terapêutica segura e eficaz no tratamento de pacientes jovens, com 
sintomas do trato urinário inferior associados a próstatas de menor volume, principalmente quando os riscos de 
ejaculação retrógrada são indesejáveis. 
***A terapia com laser apresenta-se como uma opção segura e eficaz no tratamento de pacientes com hiperplasia 
prostática benigna sintomática, sendo preferidos métodos que utilizem a ressecção/enucleação do tecido prostático. 
SELEÇÃO DO TRATAMENTO EM SITUAÇÕES ESPECIAIS 
Em homens com hipertensão e fatores de risco cardíaco, a doxazosina como monoterapia parece aumentar o risco do 
desenvolvimento de insuficiência cardíaca congestiva, quando comparada a outros agentes anti-hipertensivos. A 
utilização destas medicações não deve ser considerada para o manejo da hipertensão em pacientes com HPB. 
AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS TERAPÊUTICOS 
1. Sintomas obstrutivos (jato fraco, esforço miccional, jato interrompido, hesitação, gotejamento, incontinência, 
esvaziamento) e Sintomas irritativos (urgência, polaciúria, dor suprapúbica, noctúria, miccional, paradoxal, vesical 
incompleto); 
2. IPSS (International Prostatic Symptoms Score); 
3. Avaliar início e evolução dos sintomas, antecedentes cirúrgicos, história familiar de câncer prostático, disfunção sexual, 
hematúria, infecções do trato urinário, doenças neurológicas, diabetes, estenose uretral, retenção urinária prévia e 
cálculo vesical; 
4. Dosagem do antígeno prostático específico (PSA); 
5. Exame de urina (elementos anormais e sedimentoscopia); 
6. Avaliar o resultado do exame físico (EF) e do exame digital da próstata (EDP) 
 
 
 
 
 
 
 
	
Cuidado Farmacêutico no SUS 
 
REFERÊNCIAS: 
 
LEPOR, H. Medical treatment of Bening prostatic hyperplasia. Rev Urol. 2011; 13(1): 20-33. Disponível em: 
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3151584/pdf/RIU013001_0020.pdf. Acesso em 28/04/2014. 
SOCIEDADE BRASILEIRA DE UROLOGIA E SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE. Hiperplasia Prostática 
Benigna. 20 de junho de 2006. Disponível em:< http://www.projetodiretrizes.org.br/5_volume/24-hiperpla.pdf>. Acesso em: 21/11/2017. 
UpToDate: Medical treatment of benign prostatic hyperplasia. Disponível em:<http://www.uptodate.com/contents/medical-treatment-of-benign-
prostatic-hyperplasia?source=search_result&search=hiperplasia+prostatica+benigna&selectedTitle=1~150>. Acesso em: 21/11/2017. 
European Association of Urology. Guidelines on the Management of Male Lower Urinary Tract Symptoms (LUTS), incl. Benign Prostatic 
Obstruction (BPO) 2012. Disponível em: http://www.uroweb.org/gls/pdf/13_Male_LUTS_LR.pdf Acesso em: 02/05/2014 
 
*Última atualização em nov/2017. 
 
Realização: 
 
Coordenação Geral: 
GT de Saúde Pública – Conselho Federal de Farmácia 
Concepção Pedagógica: 
Cassyano Januário Correr 
Thais Teles de Souza 
Walleri Christini Torelli Reis 
Coordenação Pedagógica: 
Thais Teles de Souza 
Walleri Christini Torelli Reis 
Tutoria: 
Alcindo de Souza Reis Junior 
Aline de Fátima Bonetti 
Bruna Aline de Queirós Bagatim 
Cínthia Caldas Rios Soares 
Fernanda Coelho Vilela 
Fernando Henrique Oliveira de Almeida 
Inajara Rotta 
Livia Amaral Alonso Lopes 
Natália Fracaro Lombardi 
Wallace Entringer Bottacin

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