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Ginecologia medresumo

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Arlindo Ugulino Netto – GINECOLOGIA – MEDICINA P7 – 2010.2
166
MED RESUMOS 2011
ARLINDO UGULINO NETTO 
LUIZ GUSTAVO C. BARROS € YURI LEITE ELOY
MEDICINA – P7 – 2010.2
GINECOLOGIA
REFERÊNCIAS
1. Material baseado nas aulas ministradas pelos Professores Eduardo Sérgio, Marcelo Braga, Rievani de 
Souza e Antônio Henriques na FAMENE durante o período letivo de 2010.2.
2. PIATO S. Tratado de ginecologia. 2ª ed. São Paulo: Artes Médicas; 2002. 
3. HALBE HW. Tratado de ginecologia. 3ªed. São Paulo: Roca; 2000. 
Arlindo Ugulino Netto – GINECOLOGIA – MEDICINA P7 – 2010.2
167
MED RESUMOS 2011
NETTO, Arlindo Ugulino; CORREIA, Luiz Gustavo.
GINECOLOGIA _________
S E M I O L O G I A G I N E C O L Ó G I C A
( P r o f e s s o r E d u a r d o S é r g i o )
A g i n e c o l o g i a , literalmente, significa "a ci€ncia da mulher", mas na medicina  a especialidade que trata de 
doen‚as do sistema reprodutor feminino, ƒtero, vagina e ov„rios. Em associa‚…o † ginecologia, outro ramo da medicina 
tambm  respons„vel por cuidar da saƒde da mulher em momentos espec‡ficos de sua vida reprodutiva – a o b s t e t r í c i a . 
Embora geralmente estas duas ci€ncias estejam associadas, elas se diferenciam nos seguintes aspectos:
♀
 G i n e c o l o g i a : estuda a saƒde da mulher durante toda sua vida, exceto durante o ciclo grav‡dico-puerperal.
 O b s t e t r í c i a : estuda a saƒde da mulher durante seu ciclo grav‡dico-puerperal, o que inclui o pr-natal, o parto e o 
puerprio (ver O B S 1 ).
O B S 1 : O termo p u e r p é r i o corresponde ao per‡odo de 4 2 d i a s pŠs-trmino da gravidez, independentemente do modo de 
como esta gravidez tenha terminado (parto normal, parto ces„rio ou abortamento). Portanto, o ciclo grav‡dico-puerperal  
o termo atribuido ao per‡odo compreendido desde o diagnŠstico da gravidez at os 42 dias apŠs o nascimento do 
concepto. 
Fundamental para a ginecologia  a realiza‚…o de uma eficiente s e m i o l o g i a g i n e c o l ó g i c a . A semiologia 
ginecolŠgica  um ramo da Semiologia Mdica que refere †s etapas cumpridas para o atendimento da popula‚…o 
feminina, auxiliando no roteiro de consulta ginecolŠgica e contribuindo na formula‚…o de hipŠteses diagnŠsticas. 
A consulta ginecolŠgica  um passo especial por v„rios aspectos particulares. Em primeiro lugar, durante a 
consulta s…o abordados assuntos relacionados † sexualidade, † intimidade mais profunda da mulher. Exige-se do 
mdico uma postura diferenciada e cuidadosa, procurando deixar a paciente † vontade. Em segundo lugar, muitas vezes 
o ginecologista  visto como o “cl‡nico da mulher”, ou seja,  a refer€ncia que a mulher tem como o profissional de 
saƒde, sendo o ƒnico mdico que a paciente consulta regularmente. Por esta raz…o,  sempre importante avaliar a 
paciente globalmente, a fim de detectar altera‚es em outros sistemas e fatores de risco para doen‚as importantes.
A descri‚…o do trip (anamnese, exame f‡sico geral e ginecolŠgico e exames complementares) se faz de maneira 
universal, n…o havendo distin‚…o entre centros de diferentes continentes. 
ANAMNESE
A anamnese  o passo inicial da rela‚…o mdico/paciente. Em especial, durante a avalia‚…o ginecolŠgica, o 
mdico abordar„ a intimidade do paciente, neste caso, da mulher. Por isso, dever„ existir uma rela‚…o baseada na 
confian‚a, solidariedade e respeito mƒtuo. 
No geral, n…o existe uma regra especifica dentro da semiologia ginecolŠgica para abordagem inicial do paciente. 
A sequ€ncia e a profundidade das perguntas v…o depender da sensibilidade do mdico e da compreens…o do paciente. 
Ž Šbvio que os limites da paciente, quanto †s suas cren‚as e aos costumes dever…o ser respeitados, salvo nas ocasies 
que existe uma emerg€ncia mdica. 
I D E N T I F I C A Ç Ã O 
A identifica‚…o  o primeiro passo da anamnese. Por se tratar do primeiro contato entre o mdico e a paciente, a 
identifica‚…o deve ser abordada com cautela e delicadeza. Devemos abordar os seguintes aspectos relacionados † 
paciente: 
N o m e , I d a d e , E s t a d o c i v i l , E s c o l a r i d a d e , R a ç a , P r o f i s s ã o , N a t u r a l i d a d e , P r o c e d ê n c i a .
Quando questionado sobre o seu nome, o paciente poder„, j„ neste instante, criar um desafeto com o papel do 
mdico. Por essa raz…o, o profissional sempre dever„ ser transparente, n…o debochando ou ridicularizando o fato do 
paciente apresentar um nome at‡pico, por exemplo.
Devemos atentar ao fato que, algumas pessoas, apresentam como estado civil a “uni…o est„vel”, que  tradu‚…o 
de uma uni…o de determinado casal por mais que 5 anos e que tambm tem relevncia cl‡nica.
Q U E I X A P R I N C I P A L
A investiga‚…o dever„ ser voltada em prol da queixa principal do paciente. Na pr„tica atual, existem v„rios 
protocolos de investiga‚es patolŠgicas. Podemos utiliz„-lo, porm, com o sentido de complementar a investiga‚…o da 
queixa principal do paciente. 
Em resumo, as principais queixas ginecolŠgicas s…o:
 Corrimento vaginal
 Dor plvica (doen‚a inflamatŠria plvica – DIP)
 Sangramento uterino anormal
Arlindo Ugulino Netto – GINECOLOGIA – MEDICINA P7 – 2010.2
168
H I S T Ó R I A D A D O E N Ç A A T U A L
A história da doença atual (HDA) é uma das importantes ferramentas a ser utilizada para o diagnóstico clinico 
das doenças ginecológicas. Neste instante, a paciente refere o período de acometimento da queixa principal, sua 
possível associação com outros sintomas. Além disto, a menção de influência nas atividades habituais, fatores de 
melhora também são descritos. Podemos exemplificar esta etapa da seguinte maneira: 
“Paciente relata corrimento vaginal branco, de inicio aps atividade sexual, h‚ pelo menos 3 meses. Afirma que 
tal achado est‚ associado a prurido intenso”. 
R E V I S Ã O D O S S I S T E M A S
Neste momento, devemos levantar dados referentes aos principais sistemas orgânicos da paciente, tais como:
 Queixas Gerais
 Presença de corrimento, dor pélvica, sangramento anormal.
 Data da última menstruação (DUM), Ciclos Menstruais, Dismenorréia, Sintomas de TPM, uso de MAC
 Queixas Mamárias, Queixas Urinárias
 Dispareunia, Libido, Orgasmo
 Hábito Intestinal
Dentro do contexto ginecológico, existem três principais sintomas mais corriqueiros na prática clinica diária: 
corrimento vaginal, dor pélvica, sangramento anormal. Os principais sinais e sintomas das afecções dos órgãos genitais 
femininos são as hemorragias, os dist„rbios menstruais, a dor, o aparecimento de tumora…†o, corrimento, prurido e 
dist„rbios sexuais.
H e m o r r a g i a s .
Qualquer sangramento sem as características da menstruação normal é chamado hemorragia. Classificam-se as 
hemorragias em u t e r i n a o r g â n i c a e u t e r i n a f u n c i o n a l / d i s f u n c i o n a l . 
A h e m o r r a g i a u t e r i n a o r g â n i c a é considerada sintoma de um grande grupo de enfermidades, incluindo, 
inflamações, neoplasias benignas e malignas, afecções não-ginecológicas (hepatopatias), coagulopatias, além de 
outras. Para diferenciar se a hemorragia é uterina orgânica secundária a alguma enfermidade descrita anteriormente ou 
se é um sangramento cíclico, devemos avaliar o ritmo e a periodicidade. A hemorragia uterina orgânica não tem um ciclo 
de sangramento pré-definido, inexistindo, portanto, qualquer ritmo ou período, definindo-a como uma m e t r o r r a g i a . 
A h e m o r r a g i a u t e r i n a f u n c i o n a l o u d i s f u n c i o n a l é uma hemorragia que não se acompanha de neoplasia, 
doença inflamatória ou de gravidez. Geralmente, é causada por disfunção ovariana ou ausência de ovulação, 
acompanhando-se de irregularidades do ciclo menstrual. 
O B S 2 : O s a n g r a m e n t o i n t e r m e n s t r u a l é uma forma de perda sanguínea entre os ciclos menstruais, que pode ocorrer 
por uso inadequadoou incorreto de anticoncepcional oral ou fenômeno de ovulação. 
D i s t ú r b i o s M e n s t r u a i s .
M e n s t r u a ç ã o é o sangramento cíclico que ocorre a cada 21-35 dias, durando de 2-8 dias, com uma perda 
sanguínea de 50-200 mL. O ciclo menstrual normal é o que foi previamente descrito; por vezes, o ciclo menstrual poderá 
apresentar anormalidades quanto ao intervalo entre os fluxos, à duração e à sua intensidade. Assim, temos:
 P o l i m e n o r r é i a : É o termo que designa um ciclo menstrual com intervalos menores que 21 dias. 
 O l i g o m e n o r r é i a : Quando a menstruação ocorre com intervalos maiores que 35 dias. 
 A m e n o r r é i a : É a falta de menstruação por um período de tempo maior do que três ciclos prévios. 
 H i p e r m e n o r r é i a : Quando a menstruação dura mais de 8 dias. 
 H i p o m e n o r r é i a : Quando a menstruação dura menos de 2 dias. 
 M e n o r r a g i a : Quando há excessiva perda de sangue durante o fluxo menstrual. 
 M e t r o r r a g i a : Quando a perda de sangue não obedece ao ritmo do ciclo menstrual. 
 D i s m e n o r r é i a : É um conjunto de sintomas que podem acompanhar a menstruação. Etimologicamente, 
dismenorréia significa menstruação difícil. A l g o m e n o r r é i a é o termo que designa a paciente que apresenta dor 
na região hipogástrica, tipo cólica, durante a menstruação. Quando a algomenorréia estiver acompanhada de 
lombalgia com irradiação para o baixo ventre e para as pernas, náuseas e cefaléia constituirão a dismenorréia. 
T e n s ã o p r é - m e n s t r u a l .
Tensão pré-menstrual é a denominação que se dá a um conjunto de sintomas que surgem na segunda metade 
do ciclo menstrual e desaparecem com a ocorrência da menstruação. Os principais sintomas são: cefaléia, mastalgia, 
peso no baixo ventre e nas pernas, irritação, nervosismo.
Sob o ponto de vista fisiopatológico, a tensão menstrual é provocada, basicamente, pela retenção de sódio e 
água durante o período pré-menstrual e menstrual. 
Arlindo Ugulino Netto – GINECOLOGIA – MEDICINA P7 – 2010.2
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A N T E C E D E N T E S P E S S O A I S F I S I O L Ó G I C O S
A descri‚…o, por parte do paciente, sobre os seus antecedentes pessoais fisiolŠgicos deve constar histŠrico do 
ciclo menstrual, atividade reprodutiva, dentre outros. 
A partir dos dados relacionados ao ciclo menstrual (idade da menarca, ritmo e dura‚…o das menstrua‚es 
subseqentes), formula-se, teoricamente, o “tipo menstrual”. Porto (2005) descreve que o “tipo menstrual” dever„ constar 
tr€s nƒmeros, separados entre si; o primeiro corresponder„ † idade da menarca; o segundo referir„ a dura‚…o do fluxo 
menstrual; o terceiro, o intervalo entre as menstrua‚es. Desta maneira, a descri‚…o 1 2 / 0 3 / 2 8 poder„ ser traduzida da 
seguinte maneira: a primeira menarca ocorreu por volta dos 12 anos de idade, o fluxo menstrual dura 3 dias e o intervalo 
entre as menstrua‚es  de 28 dias. 
Da atividade reprodutiva, importa conhecer o numero de gesta‚es, anotando o nƒmero de partos e 
abortamentos, se houve ou n…o complica‚es. 
Em resumo, devemos pesquisar sobre os seguintes pontos neste momento da anamnese:
 Classifica‚…o Sang‡nea, Passado Vacinal
 Hipertens…o arterial sist€mica (HAS), Diabetes Mellitus (DM), Tuberculose, Dislipidemias, Neoplasias
 Uso de medica‚…o 
 Alergias, Depress…o
 Passado Cirƒrgico, Acidentes, Fraturas
 Hemotransfus…o, Etilismo, Tabagismo, Uso de Drogas
 H„bitos de Vida
A N T E C E D E N T E S F A M I L I A R E S , S O C I A I S E E P I D E M I O L Ó G I C O S
O primeiro passo para a investiga‚…o da histŠria familiar  o questionamento sobre a saƒde dos pais “- Seus pais 
s†o vivos? Apresentam alguma doen…a cr‡nica?”. 
As principais patologias a serem investigadas na histŠria familiar s…o: 
 Hipertens…o arterial sist€mica (HAS), Diabetes melito (DM), Cardiopatias, Dislipidemias
 Cncer de Mama (e a idade de acometimento), Neoplasias em geral
 Osteoporose, Doen‚as EndŠcrinas, Doen‚as Genticas
Tambm  prudente questionar sobre antecedentes sociais e ambientais, no que diz respeito, principalmente, † 
moradia e dados epidemiolŠgicos relevantes da regi…o.
A N T E C E D E N T E S G I N E C O L Ó G I C O S
Na nossa Sociedade, a primeira menstrua‚…o, alm do valor simbŠlico, tambm apresenta um fator orgnico. 
Isto se deve ao fato que, a partir do primeiro ciclo menstrual, a sociedade encara a transforma‚…o de uma crian‚a em 
uma jovem frtil, que pode engravidar. Antes de descrevermos quais s…o os principais questionamentos dos 
antecedentes ginecolŠgicos, devemos entender os seguintes termos:
 I n f â n c i a  o per‡odo compreendido desde o nascimento at a puberdade (por volta dos 10 anos). Durante 
esta fase, n…o h„ matura‚…o do eixo hipot„lamo-hipofis„rio-ovariano e, portanto, os horm‘nios da vida 
sexual feminina ainda n…o s…o produzidos.
 M e n a r c a  o nome tcnico para a primeira menstrua‚…o. Isto ocorre a partir do instante que o sistema 
hipot„lamo-hipofis„rio-ovariano  amadurecido, com consequente libera‚…o do horm‘nio estradiol (oriundo 
do estrog€nio, assim como o estriol e a estrona). A idade mais comum do amadurecimento deste eixo  em 
torno de 11-12 anos de idade. Alm da indu‚…o da menarca, o estradiol  o horm‘nio respons„vel pelas 
altera‚es corporais horm‘nio-dependentes, tais como o aparecimento de pelos pubianos, desenvolvimento 
das mamas, dentre outros. Na infncia (antes dos 11 anos de idade), o estriol est„ presente na circula‚…o, 
porm,  um horm‘nio pouco potente para provocar as altera‚es hormonais que ocorrem pelo estradiol. 
 M e n a c m e  o per‡odo frtil da mulher, vai desde o inicio da menarca at a menopausa. A Organiza‚…o 
Mundial de Saƒde (OMS) contempla o per‡odo de 10-49 anos de idade como o menacme. Dentro da 
menacme, existe o per‡odo que corresponde † adolesc€ncia (10 – 19 ou 21 anos).
 C l i m a t é r i o  o per‡odo de transi‚…o entre o tempo reprodutivo e o n…o-reprodutivo, que vai desde 35-65
anos. Desta maneira, a menopausa est„ contida no climatrio. 
 M e n o p a u s a  o termo que designa a ultima menstrua‚…o da mulher e os sinais que caracterizam o 
climatrio (sensa‚…o de calor, irritabilidade, ressecamento de vagina, etc.). Fisiologicamente, ocorre como 
conseq€ncia da aus€ncia da produ‚…o do estradiol pelos ov„rios. 
 S e n i l i d a d e ( s i n e c t u d e ) compreende o per‡odo da vida da mulher apŠs os 65 anos de idade. 
 A m e n o r r é i a traduz a aus€ncia da menstrua‚…o, podendo ser ocasionada por causas fisiolŠgicas e n…o-
fisiolŠgicas. Dentre as causas fisiolŠgicas da amenorria, destacam-se a gravidez, infncia, menopausa e 
lacta‚…o. As causas n…o-fisiolŠgicas incluem: endocrinopatias, cistos ovarianos, uso de anticoncepcionais, 
clopromazina, metildopa, etc. 
Arlindo Ugulino Netto – GINECOLOGIA – MEDICINA P7 – 2010.2
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Desta maneira, o protocolo mais atualizado de Semiologia ginecológico, orienta a análise dos seguintes dados 
na vigência do exame clinico ginecológico: 
 Menarca (primeira menstruação, questionando-a qual idade que ocorreu);
 Ciclos menstruais iniciais e atuais, avaliando a regularidade;
 Início da Atividade Sexual (influencia no rastreamento do colo uterino) e Número de Parceiros, 
questionando-a sobre a utilização de preservativos; 
 Menopausa (idade que ocorreu); 
 Síndrome Climatérica; Uso de Terapia de reposição hormonal;
 História de Corrimento vaginal; 
 Tratamentos Ginecológicos Efetuados;
 Eletrocauterização;
 Curetagem;
 ITU, DST
 Preventivo Anual (Papanicolau), questionando-a a data do último exame. 
 Pratica Auto-Exame de Mama, Último Exame Clínico das Mamas, Mamografia (acima de 35 anos), 
Ultrassonografia Mamária; 
A N T E C E D E N T E S O B S T É T R I C O S
Devemos questionar ainda sobre os seguintes aspectos obstétricos:
 Gestações, Partos,Abortos, Cesáreas, Fórceps, Filhos Vivos
 Abortos Provocados (métodos), Curetagem Obstétrica
 Idade na 1° e última gestação, N° de Partos Prematuros (IG), Peso do RN
 Complicações na Gestação e no Parto
 Amamentação
EXAME FSICO GERAL
Antes da realização do exame físico específico que abordará os exames das mamas, abdome e genitália, 
devemos examinar todo o sistema orgânico, atribuindo-lhe características de extrema importância para o diagnóstico 
clínico. 
O exame físico geral deverá iniciar pela avaliação do estado geral da paciente (avaliando as impressões gerais). 
Daí, a avaliação dos sinais vitais, peso, altura (com calculo do IMC) será complementar para a avaliação clínica. Os 
aparelhos cardiovascular e respiratórios deverão ser avaliados em sua plenitude (inspeção, palpação, percussão e 
ausculta). 
As extremidades também devem ser avaliadas, se fomentado a avaliação de varizes e edema de extremidades. 
Outra, por conta da epidemiologia das doenças tireoidianas serem, predominantemente, no sexo feminino, a avaliação 
desta estrutura endócrina também não poderá ser suprimida (inspeção estática, dinâmica, palpação). 
De um modo geral, devemos contemplar o seguinte roteiro de avaliação:
 Sinais Vitais
 Peso, Altura, IMC
 Impressões Gerais
 ACV e AR
 Varizes
 Edema
 Tireóide
EXAME FSICO ESPECIAL
O exame físico especial abrange as principais estruturas que devem ser avaliadas durante uma consulta 
ginecológica, tais como:
 Mamas
 Abdome
 Genitália Externa e Genitália Interna
Arlindo Ugulino Netto – GINECOLOGIA – MEDICINA P7 – 2010.2
171
E X A M E D A S M A M A S
Avaliam-se as mamas por meio da inspeção (estática e dinâmica), palpação, e expressão papilar. Além destes, a 
análise dos linfonodos por meio da palpação também poderá evidenciar alterações importantes em alguns casos de 
infecções e neoplasias. 
I n s p e ç ã o E s t á t i c a .
Inicia-se a inspeção estática pela avaliação das mamas quanto à quantidade (duas mamas), simetria, tamanho 
(pequenas, médias e grandes), abaulamentos ou retrações, avaliação das aréolas e mamilos. Todas estas 
características devem ser avaliadas enquanto a paciente permanece sentada.
Além de nódulos e massas, deve-se avaliar a presença de sinais inflamatórios, alterações na vascularização e 
edema da pele da mama (peau d’orange ou pele em casca de laranja).
I n s p e ç ã o D i n â m i c a .
De maneira distinta à inspeção estática, a inspeção dinâmica corresponde à avaliação das mamas por meio de 
manobras executadas pela própria paciente. Tais manobras determinam a contração dos músculos peitorais, permitindo 
uma melhor avaliação de possíveis retrações ou nódulos. 
O exame dinâmico das mamas deve ser feito por meio das seguintes manobras: (1) Primeiramente, devemos 
requisitar a elevação dos membros superiores, além da horizontal, entrelaçando as mãos por trás da nuca; (2) Forçar os 
punhos um contra o outro; (3) Logo após, a paciente deverá apoiar as duas mãos na cintura e exercer força contra esta 
região, projetando os cotovelos para frente e para trás.
Outra manobra que pode ser feita a solicitar que a paciente abra bem os braços e estenda o corpo para frente, 
facilitando a visualização das áreas laterais das mamas. 
A figura abaixo mostra o exame físico das mamas em quatro etapas: inspeção estática (A ); inspeção dinâmica 
com braços erguidos (B ), na cintura, realizando contratura (C ), curvada (D ). 
P a l p a ç ã o .
Devemos, inicialmente, dividir a mama em quatro quadrantes. Utilizando a região palmar superior da mão, 
devemos palpar a mama em seus quatro quadrantes (inferior interno e externo, superior interno e interno) e a região 
aureolar, comprimindo o tecido contra o gradeado costal. Outra manobra que poderá suscitar a palpação da mama é a 
utilização dos dedos como fonte de pesquisa do tecido mamário, também se seguindo pelos quatro quadrantes 
(manobra de blood good). 
E x p r e s s ã o p a p i l a r .
Por meio da expressão papilar, tentarmos perceber a presença de descarga de algum material (liquido) pelo 
mamilo. Geralmente, a paciente já chega ao consultório relatando tal achado. 
L i n f o n o d o s .
Os linfonodos que drenam a mama estão localizados, em sua maioria, na região axilar. Desta maneira, a 
avaliação da região axilar sempre deverá ser realizada. O examinador deve buscar a percepção de linfonodos palpáveis, 
sua mobilidade, consistência (fibroelástica, endurecido)
A manobra para a avaliação dos linfonodos é a seguinte: o braço direito do examinador é apoiado no ombro do 
paciente e vice-versa e, com a mão esquerda, o examinador examina o cavo axilar. A mesma manobra deve ser repetida 
com os membros opostos.
A V A L I A Ç Ã O D O A B D O M E
A avaliação do abdome consiste na realização da semiotécnica tradicional, que consiste nos seguintes passos:
 Inspeção
 Palpação
 Percussão
 Ausculta
Arlindo Ugulino Netto – GINECOLOGIA – MEDICINA P7 – 2010.2
172
E X A M E D A G E N I T Á L I A
G e n i t á l i a e x t e r n a .
O exame da genit„lia externa dever„ iniciar pela an„lise da pilifica‚…o. Ou seja, devemos observar a quantidade 
e a distribui‚…o dos p€los pubianos. No Brasil, algumas pessoas t€m uma idia err‘nea sobre a necessidade da 
raspagem dos p€los pubianos, dias antes de uma consulta com o ginecologista. No entender delas, a tricotomia total dos 
p€los pubianos ser„ considerado pelo profissional de saƒde como um mtodo higi€nico. O mais correto  que a paciente 
seja atendida pelo ginecologista com a quantidade de p€los acumulados em uma semana. Do contr„rio, o exame da 
pilifica‚…o ser„ prejudicado. Para a paciente, orienta-se que sejam, no m„ximo, aparados com tesoura.
A an„lise de secre‚es (quantidade, odor), leses (condilomas) e carƒnculos himenais tambm deve ser 
procedida. Em condi‚es fisiolŠgicas, a vagina libera uma quantidade de fluido di„rio, respons„vel por manter sua 
lubrifica‚…o. 
As glndulas de Bartholin, presentes abaixo do intrŠito vaginal, somente ser…o palp„veis nas ocasies de 
obstru‚…o de drenagem ou quando infectadas por G o n o c o c c o s . Ž uma condi‚…o dolorosa (alguns ginecologistas 
costumam afirmar: se a paciente chega ao seu consultŠrio com incapacidade de fechar as pernas devido † dor, ou ela 
est„ em trabalho de parto ou ela est„ com infec‚…o destas glndulas). Quando palp„veis e infectadas, podemos abri-las 
para realiza‚…o da drenagem (mais antibioticoterapia) ou lan‚ar m…o de uma tcnica conhecida como marsupializa‚…o 
da glndula de Bartholin (indicada, principalmente, nos casos de recidiva).
Na regi…o do vest‡bulo da vagina e no prŠprio intrŠito vaginal, devem-se avaliar as distopias. E, quando existirem 
„reas suspeitas, proceder do Teste de Collins (ver O B S 5 ), vulvoscopia, biŠpsia. 
O B S 3 : R o t u r a d e p e r í n e o . A abertura da rima vulvar tambm  um aspecto que deve ser avaliado durante a inspe‚…o 
da genit„lia externa. A rima vulvar  mantida fechada †s custas do feixe pubococc‡geo do mƒsculo elevador do nus. A 
aproxima‚…o deste feixe muscular  importante, pois, dificulta o contato de germes com partes mais internas da vagina e 
previne o prolapso uterino (ver O B S 4 ). em situa‚es de aumento da press…o abdominal (Valsalva). Alm disto, durante o 
ato sexual, mais precisamente, durante a penetra‚…o do p€nis, a musculatura elevadora do nus “massageia” o p€nis, 
sendo um dos respons„veis pelo prazer masculino. Em situa‚es especificas, podem ocorrer as roturas perineais. 
Classifica-se a rotura perineal em:
 1 º g r a u : Quando acomete apenas a mucosa e a pele.
 2 º g r a u : Compromete a mucosa, pele e, ainda, as fibras do feixe pubococc‡geo do mƒsculo elevador do 
nus. No exame f‡sico, podemos notar a fenda vulvar entreaberta. 
 3 º g r a u : Quando a rotura do per‡neo for completa, geralmente alcan‚ando o nus. Ocorrem nasquedas † 
cavaleiro, estupros (utiliza‚…o de objetos) e impactos (mais raramente). 
O B S 4 : O prolapso uterino  uma situa‚…o em que o ƒtero, devido a fatores de fragilidade em seus meios de fixa‚…o ou 
contra-posi‚…o (como a musculatura vaginal) est…o defeituosos. Ž uma situa‚…o que acomete, principalmente, 
mult‡paras, pŠs-menopausa, histŠrico de filhos macross‘micos e histŠrico de roturas perineais n…o corrigidas.
O B S 5 : T e s t e d e C o l l i n s . Com uma substncia conhecida (como o azul de toluidina) o examinador dever„ espalhar toda 
a solu‚…o na regi…o da vulva, no sentido de identificar „reas de colora‚…o diferente. Ž um teste inespec‡fico, com a 
fun‚…o, quase que exclusiva, de melhor identificar a „rea para uma futura biŠpsia. A investiga‚…o mais aprofundada, por 
meio da citologia e/ou biŠpsia,  quem determinar„ o agente causal da altera‚…o.
G e n i t á l i a i n t e r n a .
O exame da genit„lia interna envolve, basicamente, dois tipos de avalia‚es: exame especular (1) e toque 
vaginal combinado (2). Alm destes, os exames complementares dever…o compor o mtodo de avalia‚…o da genit„lia 
interna, tais como: exame † fresco, bacterioscopia, cultura da secre‚…o, colpocitologia oncŠtica, acido actico, teste de 
Schiller. 
 E x a m e e s p e c u l a r : A avalia‚…o da genit„lia interna requer um instrumento de grande importncia na 
Ginecologia, que  o e s p é c u l o d e C o l l i n s (nƒmero 2, principalmente). O exame especular avalia a vagina e o colo 
uterino. A respeito da v a g i n a , o exame especular fornecer„ a 
avalia‚…o do pregueamento, trofismo, colora‚…o, presen‚a de 
secre‚es patolŠgicas e leses. No que diz respeito ao exame 
das secre‚es, a avalia‚…o especular da mesma somente 
poder„ sugerir alguma patologia de base. Ora, o diagnŠstico 
sempre ser„ microbiolŠgico, por meio de cultura (exame † 
fresco). Da‡ que, todas as situa‚es em que a secre‚…o seja 
abundante, amarelada e odor‡fera, devemos proceder com a 
cultura de microorganismos. No c o l o u t e r i n o , visualiza-se o 
aspecto, forma do orif‡cio, posi‚…o, leses. Por meio do exame 
especular,  poss‡vel realizar o papanicolau alm de coleta de 
materiais diversos (clulas, secre‚es, etc.). 
Arlindo Ugulino Netto – GINECOLOGIA – MEDICINA P7 – 2010.2
173
O B S 6 : O exame especular somente dever„ ser utilizado em mulheres n…o-virgens, muito embora existam espculos para virgens 
(espculo nƒmero 0), e que devem ser utilizados apenas em situa‚es excepcionais. Contudo, mesmo com todo o cuidado e per‡cia, o 
risco de rompimento do h‡men  iminente. Portanto, a indica‚…o para a realiza‚…o do exame especular em virgens  a presen‚a de 
sangramentos inexplicados e que n…o foram identific„veis na ultrassonografia, sendo a principal hipŠtese para o caso a presen‚a de 
pŠlipos. Contudo, o melhor exame para avaliar esta situa‚…o se faz por meio da v‡deo-histeroscopia.
O B S 7 : Vale ressaltar que, em posi‚…o ortost„tica, o ƒtero permanece em posi‚…o conhecida como a n t e v e r s o f l e x ã o , de modo que o 
corpo uterino se projete para frente e o colo para tr„s. Tais detalhes s…o importantes na escolha do espculo e na instala‚…o do 
aparelho. H„, contudo, uma mobilidade importante, que permite uma expans…o adequada da bexiga (localizada anteriormente ao 
ƒtero).
 T o q u e v a g i n a l c o m b i n a d o : exame exclusivo para mulheres que j„ tiveram rela‚…o sexual. O toque vaginal 
bidigital dever„ ser procedido no intuito de avaliar estruturas do Šrg…o genital feminino: vagina, ƒtero, estrutura 
externa, anexos (estes sŠ ser…o palpados quando est…o 
patologicamente aumentados, apresentando toque doloroso), 
dentre outros. O primeiro passo  a avalia‚…o do t‘nus do M . 
e l e v a d o r d o â n u s , mais precisamente, do feixe pubococc‡geo. A 
respeito da v a g i n a , a avalia‚…o da amplitude, consist€ncia, 
temperatura, comprimento e superf‡cie dever…o ser procedidos. No 
c o l o u t e r i n o , avaliar a posi‚…o, comprimento, dire‚…o, volume, 
forma, regularidade de superf‡cie. Em mulheres n…o-gr„vidas, a 
consist€ncia do colo uterino pode ser comparada † cartilagem da 
ponta do nariz. O colo uterino na mulher gr„vida tem uma 
consist€ncia mais amolecida, semelhante aos l„bios. A explica‚…o 
para a dilata‚…o do colo uterino  a presen‚a de n‡veis mais altos 
de progesterona.
O B S 8 : P r o l a p s o d e c ú p u l a v a g i n a l . Ocorre, comumente, em mulheres submetidas † histerectomia total e que perdem a fixa‚…o do 
fundo da vagina por car€ncia dos ligamentos que se fixam no istmo uterino. A corre‚…o  feita por meio da colpopromontofixa‚…o.
EXAMES CITOL‚GICOS E MICROBIOL‚GICOS NA GINECOLOGIA
C I T O L O G I A O N C Ó T I C A
O exame P a p a n i c o l a u (colpocitologia oncŠtica ou citologia cervicovaginal)  utilizado para rastreamento do 
cncer de colo uterino. As mulheres consideradas de “risco” para o cncer de colo uterino s…o as que realizaram 
atividade sexual desprotegidas (qualquer uma delas) e, por esta raz…o, deve ser realizado logo a partir da primeira 
rela‚…o sexual. Nas mulheres virgens, que apresentam integridade de h‡men, o exame Papanicolau  procedido com o 
uso de swab ou esp„tula (com intuito de preservar a integridade do h‡men). 
O material a ser colhido  dito s a t i s f a t ó r i o caso contenha clulas da j u n ç ã o e s c a m o - c o l u n a r (JEC), regi…o de 
transi‚…o entre o colo uterino e o ƒtero, propriamente dito. Do contr„rio, o exame dever„ ser repetido. Ž na JEC que 99% 
dos cnceres de colo surgem. Portanto, o papanicolau  um exame para citologia oncŠtica ginecolŠgica, que devem ser 
realizado em mulheres do grupo de risco, no intuito de avaliar as seguintes caracter‡sticas:
 Presen‚a de a t i p i a s c e l u l a r e s para o rastreamento do cncer de colo;
 T r o f i s m o d o m a t e r i a l , para avaliar a presen‚a de clulas basais, parabasais e superficiais. Por meio destas caracter‡sticas, 
podemos estipular o í n d i c e d e F r o s t no que diz respeito ao est‡mulo estrog€nico do material: mulheres no menacme, com 
funcionamento pleno do ov„rio (o qual secreta estradiol), apresentar„ clulas superficiais (o que significa dizer que o material 
est„ eutrŠfico); mulheres na menopausa, ao contr„rio, apresentar…o atrofia do material, com a m‡nima quantidade de culas 
superficiais, apresentando apenas clulas basais. 
 Em segundo plano, avalia as c a r a c t e r í s t i c a s d a m i c r o f l o r a v a g i n a l (presen‚a de candid‡ase, tricomon‡ase e/ou gardnerella 
na amostra).
Quando a mulher entra na menopausa, a JEC passa a se localizar mais profundamente. Por isto, se faz 
necess„rio a utiliza‚…o de uma “escova” apropriada para colher clulas da JEC. Ž v„lido ressaltar, tambm, que 
pacientes que apresentem infec‚…o ou processo fƒngico vigente no colo uterino n…o devem ser submetidas ao 
Papanicolau. Em resumo, as situa‚es que contra-indicam a realiza‚…o do Papanicolau s…o:
 Infec‚…o bacteriana ou fƒngica vigente;
 Atrofia do tecido;
 Menos de 72 horas de abstin€ncia sexual;
 Uso de cremes, lubrificantes, etc;
 Menstrua‚…o.
O Ministrio da Saƒde preconiza que, depois de 2 exames seguidos normais, o Papanicolau pode ser repetido 
de 3 em 3 anos.
Arlindo Ugulino Netto – GINECOLOGIA – MEDICINA P7 – 2010.2
174
E X A M E A F R E S C O
O e x a m e a f r e s c o  utilizado para avaliar a microflora vaginal, especialmente na ocasi…o de corrimentos na 
suspeita de t r i c o m o n í a s e , c a n d i d í a s e e g a r d n e r e l l a (ver O B S 9 ). N…o serve, porm, para rastreamento de cncer de 
colo uterino. Porm, o Papanicolau, quando realizado seguindo protocolo adequado, tambm poder„ demonstrar 
altera‚es da microflora. 
O t e s t e d e W h i f f  utilizado para avaliar a presen‚a de infec‚…o (vaginoses) bacteriana. Ž procedido pela adi‚…ode KOH a 10% na vagina seguida da sensa‚…o de odor de “peixe podre”. Isso ocorre pois, nos quadros infecciosos, 
ocorrer„ libera‚…o de aminas (putrescina e cadaverina), que s…o indicativos de infec‚…o por anaerŠbios. A imagem ao 
lado represente os tipos de microorganismos que s…o identific„veis pelo exame a fresco. 
A flora normal da vagina contm v„rios microorganismos, tais como candida, trichomonas, gardnerella. O 
tratamento somente deve ser preconizado quando existirem sintomas exuberantes associado ao diagnŠstico 
microbiolŠgico.
O B S 9 : A tricomon‡ase, a candid‡ase a vaginose por gardnerella s…o consideradas vulvovaginites espec‡ficas (as 
inespec‡ficas s…o aquelas que promovem todo um quadro sintomatolŠgico, mas que n…o t€m agente etiolŠgico 
espec‡fico, e devem ser tratadas como se trat„ssemos todas as vulvovaginites espec‡ficas). Ž importante reconhecer 
clinicamente cada uma dessas vulvovaginites e suas particularidades, tais como:
 C a d i d í a s e : a candida  um fungo natural da flora residente vaginal, mas que, na ocasi…o de um desequil‡brio 
imunolŠgico, pode desenvolver a doen‚a. Esta  caracterizada pela presen‚a de um corrimento branco homog€neo, com 
a presen‚a de placas (semelhante a leite qualhado), sem odor ftido. Seu tratamentomais efetivo se faz por medica‚…o 
vaginal.
 G a r d n e r e l l a : consiste em uma vulvovaginose, com pouca ou nenhuma rea‚…o inflamatŠria (sem prurido, sem dor e sem 
clulas inflamatŠrias). Caracteriza-se por corrimento branco-acinzentado, com odor ftido t‡pico (peixe podre), escuro e 
homog€neo. Seu tratamento mais efetivo se faz por medica‚…o vaginal.
 T r i c o m o n í a s e : doen‚a sexualmente transmiss‡vel caracterizada por corrimento amarelo-esverdiado, pouco homog€neo
(bolhoso) e cremoso, de odor ftido (aspecto azedo). A rea‚…o inflamatŠria est„ presente, o que causa prurido intenso. O 
tratamento da tricomonas e da gardnerela  praticamente o mesmo (Metronidazol); contudo, a tricomon‡ase responde 
melhor a tratamento via oral. Ž importante tratar tambm o parceiro.
B A C T E R I O S C O P I A ( C O L O R A Ç Ã O G R A M E C U L T U R A )
Enquanto que o exame a fresco serve para avaliar a presen‚a de afec‚es vaginais como tricomon‡ase, 
candid‡ase e gardnerella, a cultura bacteriolŠgica e a colora‚…o de Gram servem para o diagnŠstico em casos de 
suspeita de g o n o r r é i a (presen‚a de secre‚…o amarelada e inespec‡fica, mas com histŠrico de rela‚…o sexual prvia 
desprotegida) e c l a m í d i a .
A cultura vaginal e cervical deve ser feitas sob as seguintes indica‚es:
 Exame cl‡nico/ a fresco / Bacterioscopia n…o-elucidativos
 Pacientes imunodeprimidas 
 Gestantes
 Cervicite purulenta
 Vulvovaginites recorrentes
O U T R O S T E S T E S
O T e s t e d e á c i d o a c é t i c o  realizado da seguinte maneira: pelo exame especular, localiza o colo do ƒtero e a 
vagina. ApŠs a localiza‚…o, deve-se proceder da limpeza com o „cido actico a 2%, no intuito de pesquisar á r e a s 
a c e t o b r a n c a s („reas que v…o reagir com o „cido actico e, com isto, mostram-se esbranqui‚adas). A presen‚a dos 
pontilhados com colora‚…o branca no teste do „cido actico sugere infec‚…o pelo papilomav‡rus (HPV). 
No t e s t e d e S c h i l l e r , o iodo presente no lugol reage com o glicog€nio das clulas sadias do colo uterino. O 
padr…o normal, fisiolŠgico,  a colora‚…o de todo o colo uterino, o qual passa a apresentar uma colora‚…o marrom-
escura, quase preta (Schiller negativo = iodo positivo). Isso significa dizer que a „rea corada apresenta glicog€nio e, 
portanto, sadia. Pelo contr„rio, a aus€ncia do glicog€nio ocorre como consequ€ncia de altera‚es celulares (atipias) ou 
at mesmo quadros infecciosos locais (candid‡ase). Ž um teste indireto e inespec‡fico para o rastreamento de infec‚…o 
por HPV. Ž dito inespec‡fico, pois, existem outras causas que podem determinar „reas esbranqui‚adas (n…o-reagentes) 
ao teste, tais como: infec‚…o e ressecamento (mais comum em idades avan‚adas). Pode sugerir cncer (embora n…o 
seja patognom‘nico)
Arlindo Ugulino Netto – GINECOLOGIA – MEDICINA P7 – 2010.2
175
COLPOSCOPIA
O c o l p o s c ó p i o é um aparelho dotado por um sistema 
de lentes com a finalidade de avaliar a vagina. Nos dias atuais, 
o aparelho anteriormente descrito também é utilizado para 
examinar a vulva (vulvoscopia) e o colo uterino (cervicoscopia).
A colposcopia, além da visualização direta de 
secreções, também serve para avaliar a mucosa que reveste a 
vagina e o útero. Nas ocasiões de alterações vistas no 
colposcópio do tipo mosaico e pontilhado, por exemplo, há 
uma grande tendência de infecção por HPV (a biópsia ou a 
hibridização molecular para HPV confirma a suspeita). A 
colposcopia norteia o médico em busca da alteração 
histopatológica, pois, a biópsia dirigida é quem define o 
diagnóstico preciso. 
O B S 9 : O tripé básico para o estadiamento do câncer de colo uterino consiste em: colposcopia; colpocitologia oncótica 
(Papanicolau), biópsia.
MAMOGRAFIA
A mamografia, seguindo recomendações da Sociedade Brasileira de Mastologia, deverá ser realizada, pela 
primeira vez, aos 35-40 anos (mamografia de base). Abaixo desta idade, as mamas apresentam uma densidade muito 
aumentada, o que contra-indica a realização deste exame. O mais indicado para este grupo seria a ultrassonografia de 
mama.
A partir dos 40 anos, somente é necessário a sua realização 
a cada 1 a 2 anos e, após os 50 anos, deve ser realizada 
anualmente. A mamografia é um exame que permite o diagnóstico 
precoce dos tumores malignos e, futuramente, permite a adoção de 
terapias menos agressivas, podendo até mesmo evitar a 
mastectomia.
A principal vantagem da mamografia é a visualização 
panorâmica do possível nódulo, porém, sem determinar quanto a sua 
constituição (se é cística, líquida ou sólida). 
A ultrassonografia é o exame mais indicado para que se 
avalie a constituição do nódulo que foi identificado pela mamografia. 
A partir da identificação, o nódulo poderá ser abordado pela PAAF 
(punção aspirativa por agulha fina), caso seja líquido (cístico) ou pela 
c o r e b i o p s y (caso o nódulo apresente constituinte sólido). É 
importante lembrar que a citologia é avaliada pela PAAF e filetes 
histopatológicos pela c o r e b i o p s y . 
ULTRASSONOGRAFIA
A ultrassonografia (US) é um exame complementar muito utilizado na Ginecologia. Na ginecologia, os principais 
métodos de US são: pélvica e transvaginal. A US do útero fornece detalhes importantes para sua avaliação:
V o l u m e u t e r i n o = (diâmetro colo-fundo uterino x diâmetro ântero-posterior x diâmetro transverso) x 0,45 ou 0,50
Arlindo Ugulino Netto – GINECOLOGIA – MEDICINA P7 – 2010.2
176
 Volume uterino normal: 25-90 cm3
 Ovário: 3 a 9 cm3
 Nas multíparas, considerar o valor normal até 120 cm3
 O exame deverá discriminar a causa do aumento uterino; caso sejam miomas, o radiologista deverá discriminar 
que o aumento é à custa do mioma. 
A ultrassonografia transvaginal fornece mais detalhes referentes à parede do útero, do endométrio, etc. Permite 
avaliar, ainda, o batimento fetal com 5 semanas de vida embrionária (enquanto que a pélvica somente consegue este 
feito com mais de 7 semanas). Contudo, é um exame contra-indicado para mulheres virgens. É um exame indicado 
principalmente para estudo de órgãos pélvicos de mulheres que já tiveram relação sexual, sendo o método de escolha 
para avaliação da gravidez durante o primeiro trimestre (é ideal para avaliação da translucência nucal na gestação de 12 
a 14 semanas).
Portanto, para o estudo do útero e ovários em mulheres virgens, devemos optar pela US pélvica (antigamente, 
antes do advento do US, a avaliação de dor pélvica em mulheres virgens se fazia por meio do toque retal). A US pélvica 
deve ser realizada com a bexiga cheia, a qual funcionacomo uma janela acústica que delimita o fundo uterino, 
garantindo a medida do diâmetro ântero-posterior do útero (do fundo ao colo uterino), primeira medida para o cálculo do 
volume uterino.
HISTEROSSALPINGOGRAFIA
A histerossalpingografia tem a principal função de avaliar a anatomia das tubas 
uterinas, ou seja, se elas estão pérvias ou não. A tomografia fornece alguns detalhas das 
trompas, mas não sobre o estado de sua luz.
Está indicada nas ocasiões de casais que não conseguem engravidar e o 
espermograma do homem demonstrar espermatozóides viáveis. Por vezes, a 
histerossalpingografia poderá demonstrar estenose de tuba uterina, como sendo a causa 
primária da dificuldade de engravidar. 
O exame é realizado a partir da injeção de contraste pela vagina e analise do 
desenho contrastado pela radiografia. Caso toda a anatomia esteja preservada, intitula-se a 
p r o v a d e C o t t e como sendo positiva bilateralmente, o que significa que as trompas estão 
pérvias, visto que o contraste teve capacidade de chegar até a parte distal das mesmas. 
VIDEOHISTEROSCOPIA
Consiste no exame por vídeo da cavidade uterina. Por meio deste exame, além da visualização da cavidade, é 
possível a realização de biópsias intra-uterinas, retirada de pólipos e do próprio miométrio. 
Antigamente, a retirada de miomas submucosos (ver O B S 1 0 ) só era 
possível através da histerectomia. Com o advento da videohisteroscopia, 
tornou-se possível o fatiamento deste mioma e sua retirada.
O B S 1 0 : Existem três tipos de mioma: o mioma subseroso (na convexidade 
externa do órgão, abaixo do peritônio), mioma intramural (dentro da parede) 
e o mioma submucoso (dentro da cavidade uterina). Quando ele é 
submucoso, existe uma tendência que faz com que o útero contraia. 
Geralmente, este fenômeno faz com que este mioma tenha seu pedículo 
esticado e alcance a vagina (o que é costumeiramente chamado de m i o m a 
p a r i d o ). 
O B S 1 1 : A tração imprudente deste mioma parido pode causar a inversão uterina ginecológica, condição análoga à 
inversão obstétrica, sendo esta causada pela tração inadvertida da placenta (durante o período da dequitação) e 
primeira, bem mais rara, causada por este fenômeno relacionado ao mioma.
LAPAROSCOPIA
É um exame extremamente útil para algumas doenças ginecológicas (isto é: que só aparecem no menacme). 
Dentre elas, destaca-se a e n d o m e t r i o s e .
A patologia que mais caracteriza a dor pélvica ou a desmenorréia de caráter progressivo é a e n d o m e t r i o s e , que 
consiste na presença ectópica e funcional de endométrio. O exame de escolha para o diagnóstico precoce desta 
patologia é a v i d e o l a p a r o s c o p i a . Geralmente, a presença de dor pélvica crônica já indica a realização de 
videolaparoscopia. Além disso, o histórico de uma paciente que não consegue engravidar sem explicação plausível (isto 
é, apresentando trompas pérvias à histerossalpingografia e espermograma normal do parceiro), muito provavelmente 
está relacionado com endometriose (aproximadamente 60% de chances), sendo prudente solicitar vidiolaparoscopia.
Arlindo Ugulino Netto – GINECOLOGIA – MEDICINA P7 – 2010.2
177
MED RESUMOS 2011
NETTO, Arlindo Ugulino.
GINECOLOGIA _________
A N A T O M I A G I N E C O L Ó G I C A
( P r o f e s s o r M a r c e l o B r a g a )
O estudo da anatomia plvica e dos Šrg…os ginecolŠgicos se torna importante quando se leva em cota que a 
Ginecologia e a Obstetr‡cia s…o especialidades de larga atividade cirƒrgica. 
De um modo geral, a maioria das doen‚as ginecolŠgicas s…o caracterizadas por altera‚es na forma dos Šrg…os. 
Alm disso, a consulta ginecolŠgica requer um conhecimento amplo da anatomia normal dos Šrg…os envolvidos no 
exame. Por esta raz…o, o conhecimento da anatomia  a base do processo diagnŠstico e terap€utico.
Antes de mais nada, devemos saber dividir funcionalmente a mulher em duas caracter‡sticas ƒteis importantes: 
a f u n ç ã o r e p r o d u t i v a , intr‡nseca a toda f€mea e a f u n ç ã o e r ó t i c a (sexual). De fato, etimologicamente, o termo g e n i t a l e , 
do latim,  referente a gera‚…o. Contudo, a ginecologia moderna estuda a anatomia ligada n…o sŠ ao processo 
reprodutivo, como tambm ao erotismo da mulher.
CONCEITO E DIVISƒO ANAT„MICA
O conceito cl„ssico do estudo anat‘mico ginecolŠgico divide os Šrg…os genitais em internos e externos. Alm 
disso, Serapi…o, em 1989, prop‘s o termo “estruturas da sexualidade” que poderiam ser prim„rias, secund„rias ou 
terci„rias, de acordo com sua participa‚…o no desencadeamento do orgasmo.
A classifica‚…o atual baseia-se na nomenclatura aprovada no 11o Congresso Internacional de Anatomistas 
realizado na Cidade do Mxico (IANC, 1984), que divide o estudo em genit„lia interna e externa. Desta forma, temos:
 Ó r g ã o s g e n i t a i s e x t e r n o s : Monte de V€nus; L„bios maiores; L„bios menores; Vest‡bulo; ’stio da vagina e da 
uretra; ClitŠris; Glndulas vestibulares maiores e menores; H‡men.
 Ó r g ã o s g e n i t a i s i n t e r n o s : vagina, ƒtero, trompas e ov„rios.
‚RGƒOS GENITAIS INTERNOS
V A G I N A
A vagina  um Šrg…o tubular que serve como uma bainha para o p€nis 
durante a cŠpula, apresentando o colo do ƒtero como limite superior (ou a 
cƒpula vaginal para pacientes histerectomizadas) e o h‡men (O B S 2 ), 
inferiormente. Tem comprimento de 8cm em mdia. As principais fun‚es da 
vagina s…o: receber o p€nis durante o coito e constituir o canal de parto.
Do ponto de vista anat‘mico, a vagina guarda rela‚…o com a bexiga, 
anteriormente; com o reto, posteriormente; com o ƒtero, superiormente; e com 
a vulva, inferiormente.
Histologicamente, a vagina  composta por tr€s camadas: a tƒnica 
mucosa, muscular e esponjos (tecido conectivo fibroso). A tƒnica mucosa da 
vagina apresenta uma fun‚…o diferenciada das demais mucosas, que  a de 
produzir um transudato respons„vel pela lubrifica‚…o vaginal durante o coito.
A vasculariza‚…o da vagina  responsabilidade das seguintes artrias: 
ramos vaginais da artria uterina, da il‡aca interna, da retal mdia e da 
pudenda interna.
O B S 1 : Vale ressaltar que a parede posterior da vagina  menos vascularizada do que a 
anterior e, portanto, no momento de colocar o espculo, devemos apoi„-lo na parede 
posterior, para que o exame seja o mais confort„vel poss‡vel para a paciente.
Ú T E R O
Ž o Šrg…o que aloja o embri…o e no qual este se desenvolve at o nascimento. Envolvido pelo ligamento largo, 
tem em geral a forma de uma p€ra invertida e nele se distinguem quatro pat€s: fundo, corpo, istmo e crvix (colo do 
ƒtero). 
O corpo comunica-se de cada lado com as tubas uterinas e a por‚…o que fica acima delas  o fundo. O corpo  a 
por‚…o principal e estende-se at uma regi…o estreitada inferior que  o istmo. Este  muito curto (1cm ou menos) e a ele 
segue-se o colo uterino, que faz proje‚…o na vagina e com ela se comunica pelo Šstio do ƒtero. 
Arlindo Ugulino Netto – GINECOLOGIA – MEDICINA P7 – 2010.2
178
Na sua estrutura, o útero apresenta três camadas: (1) a 
interna ou e n d o m é t r i o , que sofre modificações com a fase do ciclo 
menstrual ou na gravidez; (2) média ou m i o m é t r i o , constituída por 
fibras musculares lisas; (3) externa ou p e r i m é t r i o , representada pelo 
peritônio visceral.
Mensalmente, o endométrio se prepara para receber o 
óvulo fecundado, ou seja, o futuro embrião. Para tanto, há um 
aumento de volume do endométrio com formação de abundantes 
redes capilares, além de outras modificações. Não ocorrendo a 
fecundação, isto é, na ausência de embrião, toda esta camada do 
endométrio sofre descamação, com hemorragia, e consequente 
eliminação sanguínea através da vagina e vulva, fenômeno 
conhecido com o nome de m e n s t r u a ç ã o .
Segundo Álvaro da Cunha Bastos, o útero encontra-se em 
a n t e v e r s o f le x ã o e é movel (podendo apresentar-se em outras 
posições, como mostra a figura abaixo). Denomina-se anteversão a 
posição em que o fundo do órgão está voltado para frente, para 
pube, e o colo, para trás, ou seja, para o cóccix. Assim, o maior eixo 
uterino faz ângulo reto (90°) com o maior eixo vaginal. Chama-se 
anteflexão a posição em que corpo e colo formam ângulo obtuso (> 
90°), com a abertura para baixo e ligeiramente para frente. Deste 
modo, ficando a mulher de pé, o útero está em situação quase 
transversal em relação ao maior eixo corpóreo. O útero é mantido 
em posição graças a ação do r e t i n á c u l o d o ú t e r o (ver O B S 2 ).
Anatomicamente, o útero se relaciona anteriormente com a bexiga; posteriormente, com o reto e colo sigmóide; 
lateralmente, com os ovários e ureteres; inferiormente, com a vagina. 
O B S 2 : O útero é mantido na sua estática por estruturas que estabelecem a suspensão e a sustentação. Em resumo, 
temos:
 E l e m e n t o s d e s u s p e n s ã o : consiste nos ligamentos que, em 
conjunto, compõem o conjunto conhecido como r e t i n á c u l o d o ú t e r o , 
estando eles instalados ao nível do istmo. São eles: l i g a m e n t o ú t e r o -
p ú b i c o (liga o útero ao púbis), l i g a m e n t o ú t e r o - s a c r o (liga o útero ao 
promontório do sacro) e os p a r a m é t r i o s (também conhecidos como 
ligamentos cardinais, que liga o útero à parede pélvica). 
 O ligamento útero-púbico (anterior) se relaciona 
diretamente com a bexiga. Por esta razão, uma vez lesionado, pode 
determinar prolapso de parede vaginal anterior e bexiga.
 Os ligamentos cardinais são de extrema importância para 
o estadiamento do câncer de colo uterino, pois geralmente são 
acometidos por eles. Além destes ligamentos, podemos citar o ligamento 
largo e o ligamento redondo.
 O ligamento útero-sacro (posterior), uma vez lesado, 
predispõe ao prolapso uterino e de cúpula vaginal.
 E l e m e n t o s d e s u s t e n t a ç ã o : consiste no d i a f r a g m a p é l v i c o 
(músculo elevador do ânus) e o d i a f r a g m a u r o g e n i t a l (músculos isquiocavernoso, bulbocavernoso, etc.). 
O B S 3 : O retináculo do útero ainda apresenta o reforço dos ligamentos redondo e largo.
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179
T U B A S U T E R I N A S ( T R O M P A S )
Transportam os óvulos que rompem a superfície do ovário para a cavidade do útero. Por elas passam, em 
direção oposta, os espermatozóides e a fecundação corre habitualmente dentro da tuba. 
A tuba uterina está incluída na borda superior do ligamento largo do útero, sendo um tubo de luz estreita cuja 
extremidade medial (óstio uterino da tuba) se comunica com a cavidade uterina e cuja extremidade lateral (óstio 
abdominal) se comunica com a cavidade peritoneal.
O óvulo já fecundado pode ocasionalmente fixar-se na tuba uterina e aí dar-se o início do desenvolvimento do 
embrião, fato conhecido com o nome de g r a v i d e z t u b á r i a (ou ectópica).
O V Á R I O S
Com cerca de 3cm de diâmetro, os ovários são estruturas responsáveis pela produção dos gametas femininos 
ou óvulos ao final da puberdade. Além desta função gametogênica, apresentam função endócrina, pois produzem 
hormônios que controlam o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários e atuam sobre o útero no mecanismo 
de implantação do óvulo fecundado e início do desenvolvimento do embrião.
Os ovários estão fixados pelo mesovário à face posterior do ligamento largo do útero, mas não são revestidos 
pelo peritônio. Antes da primeira ovulação (expulsão do óvulo através da superfície do ovário), o ovário é liso e rosado 
no vivente, mas depois tornam-se rugosos devido às cicatrizes deixadas pelas subsequentes ovulações. Na vilhice, 
diminuem de tamanho. 
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180
‚RGƒOS GENITAIS EXTERNOS
O conjunto de estruturas que compe a genit„lia feminina externa tambm pode ser chamado de p u d e n d o 
f e m i n i n o ou v u l v a . A membrana himenal  a estrutura que delimita a genit„lia interna da externa. Desta forma, 
internamente ao h‡men, encontramos a vagina; externamente, a vulva. 
Basicamente, os principais componentes s…o:
 Monte de V€nus 
 L„bios maiores (cercam e delimitam a rima do pudendo)
 L„bios menores (cercam de delimitam o vest‡bulo da vagina)
 Vestibulo 
 ’stio da vagina e da uretra 
 ClitŠris 
 Glandulas vestibulares maiores e menores 
 H‡men 
O B S 4 : O aparelho de sustenta‚…o do ƒtero 
(visto na O B S 2 ) representa um componente 
salutar para est„tica e anatomia das 
estruturas genitais externas. Ressaltamos a 
participa‚…o do d i a f r a g m a p é l v i c o , 
formado pelo mƒsculo cocc‡geo e pelos 
mƒsculos elevadores do nus (estes 
apresentam os seguintes feixes 
musculares: pubo-cocc‡geo, puboretal e 
‡leo-cocc‡geo). O d i a f r a g m a u r o g e n i t a l , 
mais profundo que o primeiro,  formado 
pelo mƒsculo transverso profundo do 
per‡neo e esf‡ncter da uretra, alm dos Mm. 
isquiocavernoso e bulbocavernoso.
M O N T E P Ú B I C O ( M O N T E D E V E N U S )
Ž uma eleva‚…o mediana, anterior † s‡nfise pƒbica e constitu‡da principalmente por tecido adiposo. Apresenta 
pelos espessos apŠs a puberdade, com distribui‚…o caracter‡sica.
L Á B I O S M A I O R E S
S…o duas pregas cutneas, alongadas, que delimitam entre si uma fenda, a r i m a d o p u d e n d o . ApŠs a 
puberdade, apresentam-se hiperpigmentadas e cobertas de pelos, embora suas faces internas sejam sempre lisas e 
glabras (sem pelos).
L A B I O S M E N O R E S
S…o duas pequenas pregas cutneas, localizadas medialmente aos l„bios maiores. No vivente, a pele que os 
recobre  lisa, ƒmida e vermelha. Ficam escondidos pelos l„bios maiores, exceto nas crian‚as e na idade avan‚ada, 
quando os l„bios maiores cont€m menos tecido adiposo e consequentemente, menor volume. 
O espa‚o entre os l„bios menores  o v e s t í b u l o d a v a g i n a , onde se apresetam o ó s t i o e x t e r n o d a u r e t r a , o 
ó s t i o d a v a g i n a e os o r i f í c i o s d o s d u c t o s d a s g l â n d u l a s v e r t i b u l a r e s .
E S T R U T U R A S E R É T E I S
Como no sexo masculino, s…o formadas por tecido ertil, capazes de dilatar-se como resultado de 
engurgitamento sangu‡neo. O c l i t ó r i s  o homologo do p€nis, ou mais exatamente, dos corpos cavernosos. Possui duas 
extremidades fixadas ao ‡squio e ao pƒbis (ramos do clitŠris, que depois se juntam e formam o corpo do clitŠris, e este 
termina por uma dilata‚…o – a glande do clitŠris).
O clitŠris  uma estrutura rudimentar quando comparada ao p€nis e apenas a glande do clitŠris  vis‡vel, no local 
onde se fundem anteriormente os l„bios menores. A glande  recoberta pelo prepƒcio do clitŠris.
Arlindo Ugulino Netto – GINECOLOGIA – MEDICINA P7 – 2010.2
181
G L A N D U L A S V E S T I B U L A R E S
As g l â n d u l a s v e s t i b u l a r e s m a i o r e s (de Bartholin), com aproximadamente 0,5cm de diâmetro, estão localizadas 
de cada lado do vestíbulo, póstero-lateralmente ao óstio da vagina e inferiormente à membrana do períneo; assim, estão 
situadas no espaço superficial do períneo. Essas glândulas secretam muco para o vestíbulo durante a excitação sexual.
As g l â n d u l a s v e s t i b u l a r e s m e n o r e s são pequenas glândulas de cada lado do vestíbulo que se abrem nele 
entre os óstios da uretra e da vagina. Essas glândulas secretam muco para o vestíbulo, o que umedece os lábios e o 
vestíbulo.
O B S 5 : As glândulas vestibulares maiores geralmente não são palpáveis, mas tornam-se quando infectadas. A oclusão 
do ducto da glândula pode predispor à infecção. A b a r t o l i n i t e , inflamação aguda das glândulas vestibulares maiores, 
pode ser causada por vários organismospatogênicos. A oclusão da glândula vestibular sem infecção pode resultar no 
acúmulo de mucina (cisto de Bartholin).
H Í M E N
O hímen é uma prega anular e fina de mucosa, que 
circunda a luz, imediatamente dentro do óstio da vagina. 
Após sua ruptura, apenas remanescentes do hímen, as 
carúnculas himenais, são visíveis. Esses remanescentes 
demarcam a vagina do vestíbulo. A membrana himenal 
pode se apresentar sob várias formas, assim como mostra 
a figura ao lado.
O hímen não tem função fisiológica estabelecida. É 
considerado basicamente um vestígio do desenvolvimento, 
mas sua condição (e a do frênulo dos lábios do pudendo) 
frequentemente oferece evidências críticas em casos de 
abuso de crianças e de estupro.
Arlindo Ugulino Netto – GINECOLOGIA – MEDICINA P7 – 2010.2
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MED RESUMOS 2011
NETTO, Arlindo Ugulino.
GINECOLOGIA _________
CICLO MENSTRUAL NORMAL
( P r o f e s s o r M a r c e l o B r a g a )
Conceitualmente, o ciclo menstrual (ou ciclo ovariano) consiste no resultado da intera‚…o dinmica entre o 
hipot„lamo, hipŠfise, ov„rios e trato genital, permitindo que o processo reprodutivo ocorra de forma c‡clica. 
Conhecer a fisiologia do ciclo menstrual  imprescind‡vel para o diagnŠstico e o tratamento de seus distƒrbios. A 
fisiologia do ciclo menstrual exige o estudo da endrocrinologia ginecolŠgica, alm de um conhecimento b„sico de 
anatomia.
O conhecimento das bases endocrinolŠgicas do ciclo menstrual se faz t…o importante que, alm de determinar 
todas as fases da produ‚…o do gameta feminino e ovula‚…o, ele tambm determina fases distintas de comportamento da 
mulher. A mulher, quando entra no menacme, passa a sofrer modifica‚es endŠcrinas que alteram o seu padr…o 
comportamental. Portanto, a partir do momento que nŠs encaramos a mulher como um ser c‡clico, podemos entender 
um pouco de seu universo. Fato importante, por exemplo, quando recebemos pacientes do sexo feminino em nosso 
consultŠrio, que ora se comportam de uma maneira amistosa, ora se mostram impacientes, explosivas.
Este cap‡tulo visa estabelecer uma revis…o geral acerca dos principais horm‘nios relacionados com o ciclo 
menstrual e, logo depois, adentrar nos pormenores da fisiologia deste ciclo.
CARACTERSTICAS DO CICLO MENSTRUAL E FASES
O ciclo menstrual normal apresenta uma periodicidade regular, que varia de 21 a 35 dias, com mdia de 28 
dias (4 semanas). Esta periodicidade apresenta uma maior variabilidade nos extremos de idade.
O nƒmero de dias da primeira fase do ciclo menstrual (fase proliferativa ou folicular) pode variar, entretanto, a 
segunda fase (l€tea ou secretora) tem normalmente 14 dias. Na maioria das vezes, quando as pacientes apresentam 
ciclos menstruais irregulares, n…o ocorre a ovula‚…o. Para diagnosticar e tratar os distƒrbios do ciclo menstrual,  
necess„rio conhecer sua fisiologia. Portanto, em resumo, temos:
 Fase folicular (proliferativa): fase de dura‚…o vari„vel, que pode ser determinada diminuindo 14 dias (dura‚…o 
da fase lƒtea) pelo nƒmero de dias do ciclo individual de cada mulher mulher. Vale salientar que a fase folicular 
– e, portanto, o ciclo menstrual – se inicia no primeiro dia da menstrua‚o, e n…o no ƒltimo dia de 
sangramento.
 Ovula‚o: fase caracterizada por um pico de LH, em que o fol‡culo ovariano maduro  liberado nas trompas. 
Geralmente, ocorre no 14“ dia do ciclo de 28. Contudo, pode variar para mais ou para menos. Calcula-se o 
per‡odo frtil da mulher diminuindo 3 dias e somando 3 dias para o dia da ovula‚…o.
 Fase l€tea (secretora): fase de dura‚…o fixa – 14 dias. Isso significa que, se a mulher tem um ciclo de 28 dias e 
menstruou hoje, por exemplo, quer dizer que ela ovulou h„ 14 dias. Do mesmo modo, se uma mulher com o 
ciclo de 32 dias menstrua hoje, sua ovula‚…o tambm ocorreu h„ 14 dias. Portanto, esta fase se inicia no dia da 
ovula‚…o e se encerra com a nova menstrua‚…o (para uma defini‚…o tcnica de menstrua‚…o, veja O B S 1 ).
OBS1: Menstrua‚o  o fen‘meno fisiolŠgico do ciclo reprodutivo da mulher, que ocorre caso n…o se d€ a fecunda‚…o 
do ovŠcito II, permitindo a elimina‚…o periŠdica do endomtrio uterino (ou mucosa uterina) atravs da vagina. Neste 
processo d„-se o rompimento de alguns vasos sangu‡neos o que leva a que ocorra tambm uma “pequena” hemorragia. 
O Švulo n…o  eliminado juntamente com o endomtrio, ele permanece na tuba uterina e se degenera apŠs um tempo se 
esse n…o for fecundado. 
ABORDAGEM ENDOCRINOL‚GICA DO CICLO MENSTRUAL
O desenvolvimento folicular normal requer uma a‚…o integrada e coordenada de eventos hipotalmicos, 
hipofis„rios e ovarianos. O ov„rio, mais precisamente, o fol‡culo ovariano dominante, mediante a produ‚…o de estradiol, 
progesterona, inibina, fatores de crescimento e outros pept‡deos, modula a fun‚…o hipotalmico-hipofis„ria durante o 
ciclo menstrual. Desta forma, o eixo de funcionamento do ciclo menstrual :
HIPOTƒLAMO – ADENO-HIP…FISE – G†NADA
O hipot„lamo (mais especificamente, seu nƒcleo supra-quiasm„tico)  respons„vel por regular a secre‚…o de 
horm‘nios produzidos na prŠpria adeno-hipŠfise. Para isso, o hipot„lamo comunica-se com a adeno-hipŠfise atravs do 
trato tƒbero-infundibular (que envolve uma conex…o nervosa e outra vascular – o sistema porta-hipofis‡rio). Os 
horm‘nios produzidos pela hipŠfise influenciar…o na fisiologia ovariana.
Durante todos os anos reprodutivos da mulher, entre cerca de 10 e 45 anos de idade, 400 a 500 fol‡culos 
primordiais desenvolvem-se o suficiente para expelir seus Švulos – um a cada m€s. Os restantes passam por 
degenera‚…o (tornam-se atrsicos). Ao final da capacidade reprodutora (menopausa), apenas alguns fol‡culos 
primordiais permanecem nos ov„rios, e at mesmo esses fol‡culos degeneram pouco tempo depois.
Arlindo Ugulino Netto – GINECOLOGIA – MEDICINA P7 – 2010.2
183
O B S 2 : A mulher, em torno de 20 semanas de gesta‚…o, apresenta seu maior patrim‘nio folicular: cerca de 20 milhes de Švulos. 
Quando nasce, este nƒmero cai para aproximadamente 2 milhes e, antes de ela entrar na adolesc€ncia, este nƒmero est„ em torno 
de 800 mil, aproximadamente. Portanto, o ov„rio  um Šrg…o que morre durante a vida reprodutiva. Contudo, enquanto as clulas
est…o morrendo, outras est…o amadurecendo e, quando a mulher chega a um determinado nƒmero de clulas capazes de produzir 
quantidades espec‡ficas de estrog€nio, o que ocorre no momento da puberdade, este estrog€nio, por meio de um mecanismo em 
“al‚a-longa”, estimula o hipot„lamo a produzir GnRH e, assim, a hipŠfise a produzir FSH e LH, os quais, atravs de um mecanismo em 
“al‚a-curta”, estimulam a maior produ‚…o de estrog€nio. Este  o mecanismo de amadurecimento do eixo HHO.
D I N Â M I C A D A S E C R E Ç Ã O H O R M O N A L
O sistema hormonal feminino, † semelhan‚a do masculino,  constitu‡do por tr€s hierarquias de horm‘nios: (1) 
um horm‘nio de libera‚…o hipotalmica (GnRH); (2) os horm‘nios sexuais da hipŠfise anterior (FSH e LH); (3) os 
horm‘nios ovarianos (estrog€nio e progesterona). Desta forma, temos a seguinte dinmica no ciclo ovariano:
 H o r m ô n i o d e l i b e r a ç ã o d a s 
g o n a d o t r o f i n a s ( G n R H ) : o GnRH  
produzido pelo hipot„lamo e enviado 
at a hipŠfise anterior, a qual  
estimulada a secretar seus horm‘nios
gonadotrŠficos.
 G o n a d r o t r o f i n a s : s…o os horm‘nios 
sexuais da hipŠfise anterior, o 
h o r m ô n i o f o l í c u l o - e s t i m u l a n t e ( F S H ), 
liberado em menor propor‚…o, e o 
h o r m ô n i o l u t e i n i z a n t e ( L H ). Ambos s…o 
secretados pela no per‡odo pr-
ovulatŠrio em resposta ao horm‘nio de 
libera‚…o GnRH do hipot„lamo.
 E s t r a d i o l : sua dosagem reflete a 
atividade de um corte de fol‡culos 
recm recrutados.
 P r o g e s t e r o n a : concentra‚…o ‡nfima na
fase folicular que se eleva antes da 
menstrua‚…o.
 In i b i n a : produzida pelo fol‡culo 
dominante,  constante na fase 
folicular e aumentam no final desta fase.
H o r m ô n i o d e l i b e r a ç ã o d a s g o n a d o t r o f i n a s ( G n R H ) .
O GnRH produzido pelo nƒcleo supra-quiasm„tico do hipot„lamo  respons„vel por estimular a produ‚…o de FSH e LH pela 
hipŠfise. Ele  produzido em pulsos (assim como todos os outros horm‘nio femininos; vide O B S 3 ) sob est‡mulos do sistema nervoso 
central, sendo influenciado por ele.
A libera‚…o em pulsos do GnRH sofre v„rias influ€ncias, sendo as principais: atividade f‡sica, demandas emocionais, 
necessidades nutricionais. Isso explica, por exemplo, o fato de que atletas quase nunca menstruam durante a competi‚…o em grandes 
eventos esportivos. Ou mesmo mulheres que menstruam diante de not‡cias que abalem seu emocional. Isso  explicado pela 
influ€ncia do manto cortical (sobretudo do sistema l‡mbico) sobre o hipot„lamo.
A Inibi‚…o da pulsatilidade de libera‚…o de GnRH pode causar os seguintes fatores: fase folicular mais longa, fase lƒtea 
deficiente, anovula‚…o, amenorria, etc.
O B S 3 : Todo o est‡mulo hormonal feminino  realizado por pulsos (isto , s…o produzidos e liberados para a circula‚…o em b o l u s ). Este 
princ‡pio prediz o mecanismo de a‚…o de alguns anticoncepcionais, que consiste na administra‚…o de dosagem constante de 
progesterona e estrog€nio. Portanto, para inibir a ovula‚…o, devemos administrar progesterona e estrog€nio em quantidades 
regulares, no intuito de inibir os pulsos de secre‚…o destes horm‘nios.
H o r m ô n i o s g o n a d o t r ó p i c o s .
As altera‚es ovarianas que ocorrem durante o ciclo sexual dependem totalmente dos horm‘nios gonadotrŠpicos, FSH e LH, 
secretados pela hipŠfise anterior. Na aus€ncia destes horm‘nios, os ov„rios permanecem inativos, como ocorre durante toda a 
infncia, quando quase n…o h„ secre‚…o de horm‘nios gonadotrŠpicos pela hipŠfise. Entre 9 e 12 anos, quando ocorre matura‚…o do 
eixo hipot„lamo-hipofis„rio, a hipŠfise come‚a a secretar progressivamente mais FSH e LH, culminando no in‡cio dos ciclos mensais 
normais. Este per‡odo de modifica‚es  denominado p u b e r d a d e , e a poca em que ocorre o primeiro ciclo menstrual  denominada 
m e n a r c a .
 H o r m ô n i o f o l í c u l o - e s t i m u l a n t e ( F S H ) . O FSH, embora liberado em menor propor‚…o que o LH pela hipŠfise, participa de 
um dois eventos importantes do ciclo menstrual. Em primeiro lugar, antes de mais nada, o pico de FSH, juntamente ao LH, 
participa da fase de ovula‚…o. Em segundo lugar, ao final do ciclo menstrual, o FSH vem apresentando queda de suas 
concentra‚es; contudo, com aproximadamente 24 horas antes de a paciente menstruar, ocorre uma leve ascens…o do seu
Arlindo Ugulino Netto – GINECOLOGIA – MEDICINA P7 – 2010.2
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n‡vel basal. Este pequeno aumento de FSH ao final do ciclo menstrual  determinante para que o ov„rio recrute algo em 
torno de 8 a 12 fol‡culos para participar de um novo ciclo ovulatŠrio. Quando o FSH determina este recrutamento, ele faz com 
que estes fol‡culos passem a produzir o e s t r o g ê n i o (que tambm  produzido durante o pico de FSH). Portanto, o aumento 
do estrog€nio est„ relacionado com a secre‚…o de FSH. Por isso, o estrog€nio tende a aumentar na primeira fase e cair na 
segunda, onde passar„ a apresentar n‡veis est„veis. 
 H o r m ô n i o l u t e i n i z a n t e ( L H ) . O LH tambm  produzido pela hipŠfise anterior, sendo respons„vel por uma fun‚…o de 
luteiniza…†o, que corresponde † manuten‚…o do corpo lƒteo na fase lƒtea (segunda fase do ciclo). Antes disso, o LH sofre um 
pico no final da fase folicular (primeira fase) logo depois do pico de FSH, o que garante o crescimento folicular final e a 
ovula‚…o. Depois da ovula‚…o, o LH mantm seus n‡veis moderadamente altos e constantes no intuito de manter o corpo 
lƒteo durante a segunda fase, o qual passa a produzir a p r o g e s t e r o n a . A depender da presen‚a ou n…o da fecunda‚…o, 
pode ocorrer dois fen‘menos com o LH: (1) caso n…o haja fecunda‚…o, ocorre fal€ncia do corpo lƒteo e caem os n‡veis de 
progesterona, o que faz com que a mulher menstrue; (2) na vig€ncia da fecunda‚…o (in‡cio de uma gravidez), o corpo lƒteo 
mantm altos os n‡veis de progesterona e, por volta da 16” semana, a placenta assume esta produ‚…o de progesterona.
E s t r o g ê n i o ( e s t r a d i o l ) . 
A produ‚…o desse horm‘nio come‚a na adolesc€ncia, quando  respons„vel pelo aparecimento dos sinais sexuais 
secund„rios na mulher, e vai at a menopausa. Ele  produzido pelas clulas foliculares e pela teca interna e mais tarde pelo corpo 
amarelo, sendo o ƒtero seu principal Šrg…o alvo.
O estrog€nio induz as clulas de muitos locais do organismo a proliferar, isto , a aumentar em nƒmero. Por exemplo, a 
musculatura lisa do ƒtero, aumenta tanto que o Šrg…o, apŠs a puberdade, chega a duplicar ou, mesmo, a triplicar de tamanho. O
estrog€nio tambm provoca o aumento da vagina, desenvolvimento dos l„bios que a circundam, faz o pƒbis se cobrir de p€los, os 
quadris se alargarem e o estreito plvico assumir a forma ovŠide, em vez de afunilada como no homem; provoca o desenvolvimento 
das mamas e a prolifera‚…o dos seus elementos glandulares, e, finalmente, leva o tecido adiposo a concentrar-se, na mulher, em 
„reas como os quadris e coxas, dando-lhes o arredondamento t‡pico do sexo. Em resumo, todas as caracter‡sticas que distinguem a 
mulher do homem s…o devido ao estrog€nio e a raz…o b„sica para o desenvolvimento dessas caracter‡sticas  o est‡mulo † 
prolifera‚…o dos elementos celulares em certas regies do corpo.
O estrog€nio  respons„vel ainda pela textura da pele feminina e pela distribui‚…o de gordura. Sua falta causa a diminui‚…o 
do brilho da pele e uma redistribui‚…o de gordura corporal para partes caracteristicamente mais masculinas, ou seja, na barriga. Ž a 
falta de estrog€nio que causa a secura vaginal, que acaba por afetar as rela‚es sexuais ao tranform„-las em algo desagrad„vel e 
doloroso. O estrog€nio tambm  relacionado ao equil‡brio entre as gorduras no sangue, colesterol e HDL. Uma outra altera‚…o 
importante na saƒde da mulher pela falta de estrog€nio  a irritabilidade e a depress…o. Por ƒltimo o estrog€nio  respons„vel pela 
fixa‚…o do c„lcio nos ossos e, por esta raz…o, apŠs a menopausa, grande parte das mulheres apresenta osteoporose.
Durante o ciclo menstrual, o estrog€nio  respons„vel por estimular a fase proliferativa (ou folicular), em que vai ocorrer o 
espessamento do endomtrio juntamente com o desenvolvimento das glndulas tubulares e vasos sangu‡neos. Por esta raz…o, o 
estrogenio se comporta com altos n‡veis durante a primeira fase do ciclo menstural (gra‚as a a‚…o do FSH no ov„rio) e diminui na 
segunda fase. Portanto, o estrog€nio  a ess€ncia do rein‡cio de um ciclo reprodutivo, assim como a fal€ncia ovariana em produzir o 
estrog€nio caracteriza o final do ciclo.
O B S 4 : Ž v„lido revisar que estrog€nio e estradiol n…o s…o, estritamente, sin‘nimos. Na verdade, podemos separar tr€s tipos de 
estrog€nio: a estrona, o estriol e o β-estradiol. Como o estradiol consiste no derivado ativo do estrog€nio, toda vez que este cap‡tulo 
ou cap‡tulos subsequentes descreverem o estrog€nio, leia-se estradiol.
P r o g e s t e r o n a .
A p r o g e s t e r o n a  um horm‘nio esterŠide produzido, a partir da puberdade, pelo corpo lƒteo e pela placenta durante a 
gravidez. ApŠs a libera‚…o do Švulo, o fol‡culo ovariano se transforma em corpo amarelo ou lƒteo, e come‚a a produzir a 
progesterona. Ela  que prepara a mulher para a gesta‚…o e o aleitamento. Observe que, na verdade, o ciclo menstrual prepara a 
mulher para a gravidez todos os meses.
A progesterona, diferentemente do estrog€nio,  respons„vel por atrofiar o endomtrio e por promover a a‚…o secretora 
deste epitlio (fun‚…o respons„vel pela nutri‚o do futuro embri…o). Tambm  o horm‘nio respons„vel pela continuidade da gravidez 
pois evita a descama‚…o do endomtrio, que ocasionaria um aborto. Portanto,  “o horm‘nio da segunda fase do ciclo menstrual”, 
pois seus n‡veis permanecem elevados, diminuindo se a mulher n…o engravidou ou mantendo-se altos caso ela engravide.
Paciente que apresentam insufici€ncia luteica e, por esta raz…o, apresentam baixos n‡veis de progesterona apŠs a 
fecunda‚…o, muito provavelmente evoluir…o para um abortamento, visto que, como vimos, a progesterona  o horm‘nio mantenedor 
da gravidez.
I n i b i n a .
Ž um horm‘nio produzido pelo fol‡culo ovariano dominante, sendo respons„vel por inibir o FSH. Quando o FSH est„ subindo, 
a inibina aumenta secund„rio a um est‡mulo dopaminrgico, realizando um contra-balan‚o e uma diminui‚…o dos n‡veis de FSH. Este 
horm‘nio  ainda respons„vel pelo controle na produ‚…o de testosterona no homem.
C O N T R O L E D O E I X O H I P O T Á L A M O - H P O F I S Á R I O - O V A R I A N O ( H H O )
O Controle do eixo HHO se faz, principalmente, pela a‚…o da libera‚…o de estrŠgenos e de progesterona. Desta forma, 
temos:
 O estrog€nio, em n‡veis elevados, estabelece uma al…a de retro-controle negativo, promovendo efeito inibitŠrio sobre o 
GnRH. Quando em n‡veis baixos, estabelece uma al…a de retro-controle positivo, estimulando a secre‚…o de GnRH.
 A progesterona estabelece um controle retronegativo nas duas al‚as, quando em quantidades elevadas.
Arlindo Ugulino Netto – GINECOLOGIA – MEDICINA P7 – 2010.2
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F A S E F O L I C U L A R D O C I C L O M E N S T R U A L
A fase folicular, ou primeira fase do ciclo menstrual, corresponde ao 
per‡odo que se inicia no primeiro dia de menstrua‚…o at o dia da ovula‚…o. 
Ela est„ relacionada com as seguintes caracter‡sticas endocrinolŠgicas:
 Ž iniciada gra‚as a queda de estrŠgeno, progesterona e inibina no 
final do ciclo anterior, o que provoca o um r„pido aumento de FSH 
dois dias antes da menstrua‚…o para promover recrutamento folicular.
 Recrutamento de fol‡culos que ocorre do 1“ ao 4“ dia do ciclo. A
sele‚…o do fol‡culo se d„ entre o 5“ e 9“ dia.
 O fol‡culo selecionado  aquele que garante uma maior capacidade de 
bioss‡ntese de estrog€nio, horm‘nio cujos n‡veis elevados 
caracterizam esta fase.
O in‡cio da fase folicular  marcada pela chamada f a s e m e n s t r u a l 
(entre os dias 1 e 4 do ciclo). Esta  caracterizada pela descama‚…o da 
camada funcional do endomtrio (menstrua‚…o), marcando o inicio do ciclo 
menstrual, de fato. Esta fase ocorre devido † regress…o do corpo lƒteo que 
cessa a secre‚…o de progesterona e estrog€nio. Com isso, o endomtrio deixa 
de ser estimulado a permanecer, causando a interrup‚…o de oxig€nio e 
nutrientes, levando a necrose da camada funcional. Na menstrua‚…o,  
liberado cerca de 50 - 200mL de sangue.
Depois desta fase menstrual, tem-se o in‡cio propriamente dito da fase 
folicular, que caracterizada pela renova‚…o da camada funcional do 
endomtrio pela camada basal gra‚as ao aumento dos n‡veis de estrog€nio. 
Acompanha a fase folicular o desenvolvimento dos fol‡culos ovarianos. A 
camada funcional cresce, e h„ a prolifera‚…o de glndulas, estroma e artrias 
espiraladas que d…o a capacidade secretora do endomtrio, possibilitando a 
implanta‚…o do poss‡vel Švulo fecundado.
O V U L A Ç Ã O
A ovula‚…o na mulher com ciclo sexual feminino normal de 28 dias ocorre 14 dias apŠs o in‡cio da menstrua‚…o. 
Conceitualmente, a ovula‚…o significa a continuidade da divis…o do oŠcito que previamente havia parado. Durante este 
per‡odo, a a‚…o do LH  fundamental, principalmente no que diz respeito ao crescimento folicular final. Na aus€ncia 
deste horm‘nio, mesmo quando existem grandes quantidades de FSH dispon‡veis, o fol‡culo n…o progride at o est„gio 
de ovula‚…o. Esta fase  caracterizada por:
 Produ‚…o m„xima de estrog€nio pelo fol‡culo selecionado, 24 a 36 horas antes da ovula‚…o.
 O retro-controle positivo estabelece o pico de LH, o qual alcan‚a o pico m„ximo de 10 a 12 horas antes da 
ruptura folicular.
 Retomada da divis…o do oŠcito, matura‚…o e expuls…o do oŠcito maduro.
F A S E L Ú T E A
Ž caracterizada pelo espessamento do endomtrio e pela secre‚…o do glicog€nio acumulado nas glndulas. 
Todas estas mudan‚as s…o respons„veis pelo preparo da camada interna do ƒtero para a nida‚…o.
Ž uma fase de dura‚…o fixa – com aproximadamente 14 dias – e tem inicio apŠs a ovula‚…o, quando o corpo 
lƒteo passa a secretar progesterona para manter uma poss‡vel gravidez.
C I C L O E N D O M E T R I A L
As fases c‡clicas pelas quais o endomtrio passa podem ser resumidas da seguinte forma:
 As flutua‚es dos n‡veis de estrog€nio e progesterona promovem altera‚es morfolŠgicas durante todo ciclo.
 A aus€ncia de fecunda‚…o e nida‚…o determinam descama‚…o e in‡cio de novo ciclo.
O B S 5 : A p í l u l a d o d i a s e g u i n t e consiste em um mtodo anti-conceptivo de emerg€ncia na forma de medicamento 
dotado de altas doses de estrog€nio (ou de progesterona) que  respons„vel por estimular de forma exagerada a 
hiperplasia do endomtrio. Contudo, esta hipertrofia n…o  seguida de aumento da quantidade de vasos sangu‡neos e, 
portanto, n…o apresentar„ uma reten‚…o l‡quida suficiente para o implante do Švulo fecundado. Mesmo que ocorra a 
nida‚…o, o endomtrio hipertrofiado descama, levando o ovo fecundado junto. Admite-se ainda que a peristalse que 
acontece na tuba uterina  prejudicada devido † a‚…o do alto n‡vel de progesterona, o que dificulta o transporte do 
ovŠcito at o ƒtero. Depois do ato sexual desprotegido, o quanto antes for administrado, melhor a efic„cia deste mtodo.
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DETALHES DI…RIOS DO CICLO MENSTRUAL
 1“ dia do ciclo: corresponde ao primeiro dia da menstrua‚…o
- Os horm‘nios, tanto hipofis„rios como ovarianos est…o em baixa concentra‚…o.
- A partir dos dias seguintes do inicio do ciclo, ocorre aumento na concentra‚…o do FSH no sangue, que estimula a 
matura‚…o (meiose) do fol‡culo ovariano.
- O sangramento chega a durar cerca de 5 dias e gradativamente, a concentra‚…o de FSH aumenta.
 6“ - 7“ dia do ciclo: o sangramento cessa. O fol‡culo em amadurecimento libera estrŠgeno. A partir do 7“ dia, o ƒtero 
come‚a a produzir uma camada nova e vascularizada no endomtrio (tecido que ser„ liberado na prŠxima menstrua‚…o). 
O fol‡culo atua sobre o ƒtero estimulando esse desenvolvimento do endomtrio. O estrŠgeno ainda atua sobre o corpo 
estimulando o surgimento das caracter‡sticas sexuais secund„rias femininas.
 10“ dia do ciclo: j„ com uma grande concentra‚…o de FSH e estrŠgeno, este ainda atua sobre a hipŠfise estimulando a 
libera‚…o de LH, o horm‘nio respons„vel pela ovula‚…o. Por cerca do 14“ dia, a mulher atinge o p i c o d e L H , alcan‚ando 
assim a ovula‚…o.
 14“ dia do ciclo: com a ovula‚…o, a progesterona e o estrŠgeno, combinados, inibem a a‚…o da hipŠfise (f e e d b a c k , inibindo 
a libera‚…o de FSH e LH). Existemmedicamentos anticoncepcionais que s…o compostos por progesterona e estrŠgeno, os 
quais impedem a ovula‚…o.
 15“ dia do ciclo: o corpo lƒteo (pequena les…o que marca o local da sa‡da do ovŠcito II) passa a liberar progesterona (ƒltimo 
horm‘nio a aumentar de concentra‚…o) que vai atuar no ƒtero, estimulando a continua‚…o do desenvolvimento do 
endomtrio.
 16“ - 19“ dia do ciclo: - LH e FSH em queda
- Progesterona e EstrŠgeno em alta.
Caso n‚o ocorra a fecunda‚o Caso ocorra a fecunda‚o
 21ˆ dia do ciclo: cicatriza‚…o do corpo 
lƒteo que passa a produzir menos 
estrŠgeno e progesterona.
Supomos que a fecunda‚…o ocorra no 14“ dia do ciclo. O corpo lƒteo, no ov„rio, 
 estimulado a n…o cicatrizar e passa a

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