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Sistema de crises

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O sistema constitucional das crises é composto pelas medidas de exceção, seus 
pressupostos, procedimentos de decretação e efeitos; trata-se, pois, de Direito 
Constitucional de Exceção, que no ordenamento brasileiro está representado pelo 
estado de defesa e pelo estado de sítio. Em que pese à supressão ou redução das 
garantias individuais, é forma de fortalecimento da democracia, garantindo a pronta 
volta à normalidade tão logo cessem os pressupostos da decretação. 
 
Nesse sentido, o Título V da Constituição Federal de 1988 ("Da Defesa do Estado e 
das Instituições Democráticas") dedica-se detalhadamente às normas aplicáveis às 
crises que não puderem ser resolvidas pelos meios ordinários, impondo-lhe limites 
claros e específicos, apresentando, inclusive, rol taxativo dos direitos limitados. 
Para o autor, embora possa falar-se em reforço de poderes do Executivo, o estado 
de exceção prefigurado na CF/88 está muito longe da ideia de Carl Schmitt, para 
quem somente a concentração absoluta nas mãos do soberano era meio de sair de 
crises – no atual sistema brasileiro, os poderes concentrados nas mãos do 
Executivo continuam passíveis de controle pelo Congresso Nacional e pelo 
Judiciário. 
 
Nas lições do autor, há participação parlamentar inclusive no procedimento de 
decretação do estado de defesa e do estado de sítio, além de em sua respectiva 
execução. É que nos termos do art. 49, X, da CF, compete ao Congresso Nacional, 
diretamente ou por quaisquer de suas casas, a fiscalizaçãoe o controle dos atos do 
Poder Executivo. 
 
Um dos pontos mais polêmicos do Sistema Constitucional das Crises, quiçá de todo 
o Direito Constitucional, defende o autor, é a possibilidade de controle judicial da 
decretação dos estados de defesa e de sítio e dos atos editados em sua vigência, já 
que a declaração é considerada ato político. Com exame de 
célebre habeas corpus impetrado por Rui Barbosa no STF em 1892, e apoiando-se 
em voto proferido pelo Min. Celso de Mello, o autor posiciona-se pela possibilidade 
de tal controle, em nome da própria supremacia da Constituição, que prevê a 
inafastabilidade do Poder Judiciário. 
 
Além da qualidade da pesquisa, que abrange cuidadoso histórico e referências ao 
Direito Estrangeiro, a escassez de material acerca do tema enaltece a iniciativa.

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