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Apostila Processo Civil João Augusto

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Exame de Ordem 
Processo Civil 
Prof. João Augusto 
 
 
 
 
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Exame de Ordem 
Processo Civil 
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Sumário 
CAPÍTULO 01 .............................................................................................................................. 4 
1. JURISDIÇÃO ..................................................................................................................................... 4 
1.2 Organização do Poder Judiciário ............................................................................................... 6 
1.3 Espécies de Jurisdição ............................................................................................................... 6 
1.4 Meios alternativos de composição de conflitos ........................................................................ 6 
2. COMPETÊNCIA ..................................................................................................................................... 7 
2.1 Conceito .................................................................................................................................... 7 
2.2 Limite da jurisdição nacional: .................................................................................................... 7 
2.3 Competência interna: ................................................................................................................ 8 
2.4 Competência absoluta e relativa: ............................................................................................ 11 
2.5 Modificação de competência (art.54 ao 63) ........................................................................... 11 
3. DA AÇÃO ............................................................................................................................................ 11 
3.1 Conceito .................................................................................................................................. 11 
3.2 Teoria da Ação adotada no Brasil ............................................................................................ 12 
3.3 Condições da ação ................................................................................................................... 12 
3.4 Elementos da ação .................................................................................................................. 12 
3.5 Classificação das ações quanto à natureza da tutela invocada .............................................. 13 
4. PARTES E PROCURADORES ......................................................................................................... 13 
5. LITISCONSÓRCIO ......................................................................................................................... 23 
 
CAPÍTULO 02 ............................................................................................................................ 25 
1. DA INTERVENÇÃO DE TERCEIROS (art.119 – 138, CPC) ..................................................................... 25 
1.1 Assistência (art.119 ao 124, CPC) .................................................................................................... 25 
1.2 Denunciação da lide (art.125 ao 129,CPC) ...................................................................................... 25 
1.3. Chamamento ao processo (art.130 ao 132,CPC) ........................................................................... 26 
1.4 Incidente de desconsideração da personalidade jurídica (art.133 ao 137) .................................... 27 
1.5 Amicus Curiae .................................................................................................................................. 27 
2. FORMAÇÃO, SUSPENSÃO E EXTINÇÃO DO PROCESSO ..................................................................... 27 
2.1 Formação do processo .................................................................................................................... 27 
2.2 Suspensão do processo ................................................................................................................... 28 
2.3 Extinção do processo ....................................................................................................................... 29 
3. PROCESSO E PROCEDIMENTO ........................................................................................................... 30 
 
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4.PROCEDIMENTO COMUM .................................................................................................................. 30 
4.1 Fase Postulatória ............................................................................................................................. 30 
 
CAPÍTULO 03 ............................................................................................................................ 41 
VI- DO JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO ............................................................... 41 
VII - DA DECISÃO SANEADORA ............................................................................................................. 42 
VIII – AUDIENCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO (art.358 ao 368, CPC) ............................................ 44 
IX - ONUS DA PROVA ............................................................................................................................. 45 
X - DAS PROVAS EM ESPÉCIE ................................................................................................................. 46 
XI - SENTENÇA ....................................................................................................................................... 54 
XII - COISA JULGADA .............................................................................................................................. 56 
4. RECURSOS.......................................................................................................................................... 57 
4.1 Conceito .......................................................................................................................................... 57 
4.2 Espécies de recursos ....................................................................................................................... 57 
4.3 Classificação .................................................................................................................................... 58 
4.4 Aspectos gerais ................................................................................................................................ 59 
4.5 Atos processuais que se sujeitam a recurso ................................................................................... 60 
4.6 Princípios inerentes aos recursos .................................................................................................... 60 
4.7 Pressupostos de admissibilidade recursal ....................................................................................... 62 
4.8 Efeitos dos recursos ........................................................................................................................ 63 
4.9 Recursos em Espécie ....................................................................................................................... 65 
 
 
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CAPÍTULO 01 
Breves considerações sobre os institutos fundamentais do Direito Processual Civil. 
Competência. Das partes e procuradores: da capacidade processual e postulatória; dos 
deveres e dasubstituição das partes e procuradores. Do litisconsórcio. 
 
1. JURISDIÇÃO 
Conceito 
Poder-dever, por meio do qual o Estado realiza a composição da lide ou realiza a 
administração pública de interesses privados. 
 
Características 
a) Inércia 
Esse poder do Estado, como regra, só age quando provocado (princípio do 
dispositivo). Nesse contexto, há um artigo importante no CPC que merecem sua 
atenção: 
 
 
 
 
 
Trata-se, porém, de uma regra que comporta exceções. Há procedimentos inaugurados 
pelo próprio juiz sem necessária provocação da parte. O Incidente de Resolução de 
Demandas Repetitivas (IRDR) que será objeto do nosso estudo mais à frente, por 
exemplo, pode ser instaurado pelo próprio juiz (art.977, CPC) 
 
b) Unidade/Unicidade 
A jurisdição, enquanto poder do Estado é, una e não se sujeita a fracionamento. O que se 
divide, e será objeto do nosso estudo mais adiante, é a competência, que diz respeito ao 
exercício da jurisdição. 
Art. 2o O processo começa por iniciativa da parte 
e se desenvolve por impulso oficial, salvo as 
exceções previstas em lei. 
 
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c) Substitutividade 
A jurisdição é espécie de heterocomposição dos conflitos. Uma vez entregue o conflito ao 
Poder Judiciário, o Estado, substituindo o interesse das partes litigantes, prestará a tutela 
jurisdicional, à qual ficarão vinculadas as partes. 
 
Não se esqueçam que as lides também se resolvem por meio de autocomposição 
(transação, renúncia e submissão). Aliás, o novo CPC incentiva muito a conciliação e 
mediação (técnicas usadas para que as parte cheguem à autocomposição de seus litígios. 
Falaremos bastante disso também. 
 
d) Imparcialidade 
A jurisdição deve ser prestada de maneira imparcial pelos juízes. Serventuários da justiça, 
intérpretes, peritos, e, como regra, o órgão do MP também se sujeitam às hipóteses de 
impedimento e suspeição tratadas no CPC (art.144, 145, 148). 
 
Obs.: Muito importante ficar atento a um detalhe! Na nova codificação não há mais 
previsão da resposta do réu denominada exceção. Os impedimentos e suspeições serão 
arguidos por meio de petição simples no prazo de 15 dias a partir da constatação do fato 
que gerou o impedimento ou a suspeição (art.146, CPC). 
 
e) Definitividade 
Distingue o Poder Judiciário dos outros Poderes do Estado, uma vez que apenas as 
decisões emanadas do Judiciário têm como característica tornarem-se imutáveis. (art.5º, 
XXXVI, CF). 
 
1.1 Princípios inerentes 
a) Princípio do Juiz Natural 
Para evitar o arbítrio do Estado, as partes, no âmbito do Processo Civil, têm a garantia de 
um juiz previamente investido de jurisdição (art.5º, XXXVII e art.5º, LIII, CF). 
 
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b) Princípios da Indeclinabilidade 
O Estado detém o monopólio da jurisdição. Sendo assim, não pode delegar nem abrir 
mão de tal poder. Uma vez provocado, o Estado (Jurisdição) não pode se omitir, mesmo 
quando não há lei que discipline a matéria posta à sua apreciação (art.4º, LINDB). Tal 
princípio vem insculpido no Art.5º, XXXV, CF. 
 
O CPC atual, repete a regra do antigo, no atual art.140, CPC: O juiz não se exime de 
decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico. 
 
c) Princípio da Investidura 
Só poderá prestar jurisdição o órgão previamente investido dessa autoridade de dizer o 
Direito no caso concreto. 
 
1.2 Organização do Poder Judiciário 
Órgãos que compõe a estrutura do Poder Judiciário: Art.92, CF. 
 
1.3 Espécies de Jurisdição 
a) Jurisdição contenciosa e voluntária 
b) Justiça comum e Justiças Especiais 
 
1.4 Meios alternativos de composição de conflitos 
a) Autotutela; 
Forma parcial de solução de conflitos por meio do qual uma parte impõe sua decisão à 
outra. É forma vedada em nosso ordenamento! Há, porém, alguns resquícios de 
autotutela em nosso ordenamento. O direito de retenção, por exemplo, é um deles. 
b) Autocomposição; 
Trata-se de forma de composição pela qual os próprios conflitantes, por meio de 
concessões recíprocas (transação), renúncia ou submissão, põem termo ao conflito. 
 
 
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c) Arbitragem 
Trata-se de julgamento do litígio por terceiro imparcial escolhido pelas partes. As partes 
têm a faculdade de instituí-la mediante negócio jurídico chamado convenção de 
arbitragem, que compreende a cláusula compromissória e o compromisso arbitral. 
É tratada em lei específica (Lei 9.307/96). 
 
Embora haja alguma divergência, para fins de prova objetiva é importante lembrar que, 
mesmo sendo a sentença arbitral um título executivo judicial (art.515, VII, CPC), a 
arbitragem não é entendida como forma de Jurisdição. 
 
2. COMPETÊNCIA 
A Jurisdição, como já foi dito, é una e indivisível. Reparte-se, contudo, o seu exercício 
mediante alguns critérios: material, funcional, territorial e de valor da causa. 
 
2.1 Conceito 
É o quanto de jurisdição cada órgão pode exercer. É o limite da jurisdição. 
Princípio da “perpetuatio jurisdicionis”: 
Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da 
petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito 
ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a 
competência absoluta. 
 
2.2 Limite da jurisdição nacional: 
De acordo com o art.21, 22 e 23, CPC compete à jurisdição nacional processar e julgar as 
ações: 
 
a) Concorrentemente: 
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; 
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; 
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil; 
 
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IV - de alimentos, quando: 
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil; 
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, 
recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos; 
IV - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou 
residência no Brasil; 
V - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional. 
 
b) Exclusivamente: 
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; 
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento 
particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da 
herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território 
nacional; 
 
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à 
partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade 
estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional. 
 
2.3 Competência interna: 
I)Foro comum de competência: domicílio do réu (ações pessoais e reais sobre bens 
móveis). (art.46, CPC) 
Atenção aos parágrafos do art.46, CPC 
§ 1o Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer deles. 
§ 2o Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser demandado onde 
for encontrado ou no foro de domicílio do autor. 
§ 3o Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a ação será proposta no 
foro de domicílio do autor, e, se este também residir fora do Brasil, a ação será proposta 
em qualquer foro. 
 
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§ 4o Havendo 2 (dois) ou mais réus com diferentes domicílios, serão demandados no 
foro de qualquer deles, à escolha do autor. 
§ 5o A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua residência ou 
no do lugar onde for encontrado. 
 
II)Foros especiais: 
a) Ações reais imobiliárias: foro da situação da coisa. (art.47,CPC) 
Muita atenção!! Nas ações reais imobiliárias, se o litígio NÃO recair sobre propriedade, 
vizinhança, servidão, demarcação, divisão e nunciação de obra nova, são também 
competentes os foros do domicílio do réu ou de eleição. 
As ações possessórias sobre bens imóveis são de competência do foro de situação da 
coisa que, nesse caso, tem competência absoluta. 
b) Inventário, partilha, arrecadação e disposições de última vontade: domicílio do autor 
da herança (falecido, de cujus), ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro. 
(art.48,CPC); 
Atenção! Caso o autor da herança não tinha domicílio certo, fique atento ao parágrafo 
único do art.48, CPC: 
Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente: 
 
I - o foro de situação dos bens imóveis; 
II - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes; 
III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio. 
 
c) Ações em que o ausente for réu: em seu último domicílio. (art.49,CPC) 
d) réu incapaz: no foro do domicílio do seu representante ou assistente (art.50,CPC); 
e) FORO COMPETENTE NAS AÇÕES EM QUE A FAZENDA PÚBLICA É PARTE: 
ART.51, CPC 
UNIÃO AUTORA: domicílio do réu 
UNIÃO RÉ: domicílio do autor, do local do ato ou fato, situação da coisa ou DF. 
ART.52, CPC 
 
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ESTADO/DF AUTOR: domicílio do réu 
ESTADO/DF RÉU: domicílio do autor, local do ato ou fato, situação da coisa ou capital do 
respectivo ente federado. 
f) Art. 53. É competente o foro: 
 
Muita atenção ao inciso I � houve importante alteração no foro competente para as 
ações de separação e divórcio. 
 
I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou 
dissolução de união estável: 
a) de domicílio do guardião de filho incapaz; 
b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz; 
c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal; 
 
II - de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se pedem alimentos; 
 
III - do lugar: 
a) onde está a sede, para a ação em que for ré pessoa jurídica; 
b) onde se acha agência ou sucursal, quanto às obrigações que a pessoa jurídica 
contraiu; 
c) onde exerce suas atividades, para a ação em que for ré sociedade ou associação sem 
personalidade jurídica; 
d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o cumprimento; 
e) de residência do idoso, para a causa que verse sobre direito previsto no respectivo 
estatuto; 
f) da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de reparação de dano por ato 
praticado em razão do ofício; 
 
IV - do lugar do ato ou fato para a ação: 
a) de reparação de dano; 
 
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b) em que for réu administrador ou gestor de negócios alheios; 
 
V - de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano sofrido 
em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves. 
 
2.4 Competência absoluta e relativa: 
O quadro abaixo resume as regras tratadas entres os artigos 64 e 66, CPC. 
 Absoluta Relativa 
Critérios Material, funcional Territorial, valor da causa 
Ex officio Sim Não 
Arguição Preliminar de contestação Preliminar de contestação 
Preclui Não Sim 
Prorroga Não Sim 
 
2.5 Modificação de competência (art.54 ao 63) 
As modificações de competência se operam apenas com relação às competências 
relativas. As competências absolutas não se sujeitam à modificação. 
a) Derrogação; 
b) Conexão; 
c) Continência; 
d) Prorrogação. 
 
3. DA AÇÃO 
3.1 Conceito 
Direito público, subjetivo, abstrato, autônomo e condicionado*, de cobrar do Estado-juiz 
a prestação da tutela jurisdicional. 
 
* A opção pelo condicionamento da ação pode ser questionada em virtude da falta de 
previsão expressa da categoria condições da ação no novo CPC. Autores como José 
Miguel Garcia Medina e Fredie Didier Jr lecionam que legitimidade e interesse de agir 
 
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foram tratadas como pressupostos processuais e não como condições da ação. Teresa 
Arruda Alvim Wambier, entre outros, defendem a existência implícita das condições da 
ação. 
 
3.2 Teoria da Ação adotada no Brasil 
Teoria eclética de Liebman. 
 
3.3 Condições da ação 
Interesse de agir ou interesse processual; 
Legitimidade das partes. 
 
Obs.: No novo CPC, se o pedido for impossível, deverá o juiz julgá-lo improcedente, 
resolvendo-se o mérito. 
 
Consequência da falta de uma das condições da ação: autor carecedor de ação � não 
resolução de mérito (art.485, VI, CPC). 
 
Obs: Teoria da asserção: para a verificação das condições da ação leva-se em 
consideração, como se verdadeiros fossem, os fatos articulados pelo autor em sua 
exordial. 
 
3.4 Elementos da ação 
a)Partes; 
b)Causa de pedir= fato + fundamento jurídico (não é sinônimo de fundamento legal); 
c)Pedido. 
 
Obs. Teoria da substanciação da causa de pedir � a causa de pedir é composta pelo 
fato e fundamento jurídico, mas a fundamentação jurídica exposta pelo autor não 
vincula o juiz, ou seja, o juiz pode atribuir ao fatos narrados pelo autor uma “roupa” 
jurídica diversa daquela apresentada na exordial. 
 
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3.5 Classificação das ações quanto à natureza da tutela invocada 
a) Conhecimento; 
b) Execução. 
 
4. PARTES E PROCURADORES 
Da capacidade para ser parte e capacidade processual. 
São pressupostos processuais, mas que não podem ser confundidos. 
Capacidade de ser parte equivale à capacidade de direito (art.2º, CC), ou seja, todas as 
pessoas naturais e jurídicas têm capacidade de serem partes (serem autores ou réus em 
uma relação processual). A lei ainda a confere a alguns entes despersonalizados (massa 
falida, herança jacente e vacante, sociedades de fato, e.g). 
 
Capacidade processual é a capacidade de exercício do direito, capacidade que têm 
aqueles que podem estar em juízo independentemente de integração da capacidade 
pelos mecanismos de representação ou assistência (art.70 e 71, CPC). O menor 
impúbere, por exemplo, tem capacidade de ser parte, mas não tem capacidade 
processual, dependendo da integração da capacidade com a de seus pais ou tutor. O 
interditado por sentença judicial pode ser parte, mas dependeria, para estar em juízo, da 
integração da capacidade do curador. 
Essas duas capacidades também não se confundem com a capacidade postulatória, que 
é a capacidade de postular em juízo privativa do advogado, muito embora existam 
algumas exceções. 
 
O art.75 traz um esquema de representação de pessoas jurídicas e entes 
despersonalizados que merece muita atenção para fins de provas objetivas e, portanto é 
trazido à colação: 
 
 
 
Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente: 
I - a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante órgão vinculado; 
II - o Estado e o DistritoFederal, por seus procuradores; 
III - o Município, por seu prefeito ou procurador; 
IV - a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente federado designar; 
V - a massa falida, pelo administrador judicial; 
VI - a herança jacente ou vacante, por seu curador; 
 
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Parte e interessado 
A nomenclatura parte é própria dos procedimentos de jurisdição contenciosa, onde cada 
litigante tem seu próprio “lado”, tem parte definida no litígio, enquanto que nos 
procedimentos de jurisdição voluntária fala-se tão somente em interessados. 
 
Curadoria especial 
Nas hipóteses do art.72, CPC, o juiz dará à parte um curador especial para representá-la, 
assisti-la ou, nos casos do inciso II, para a garantia de isonomia substancial entre as 
partes. A função do defensor é restrita aos atos do processo para o qual foi nomeado. 
Ele é especial justamente por diferir do curador que representa o incapaz para os atos da 
vida civil de um modo geral. O juiz dará curador especial: 
a) Ao incapaz sem representante legal; 
b) Ao incapaz que tem representante, quando o interesse deste se colidirem com os 
daquele; 
c) Ao réu preso revel; 
d) Ao réu revel citado de forma ficta (edital ou hora certa). 
 
�Vale lembrar que a função de curador especial é exercida pela Defensoria Pública (LC 
n.80/94, art.4º, XVI). O parágrafo único do art.72, CPC, repetiu esse comando. 
 
 
 
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Outorga marital e outorga uxória no Processo Civil (art.73 e art.74, CPC) 
Como regra não há necessidade de que um cônjuge consinta a propositura da ação do 
outro, mas em se tratando de ação que verse sobre direito reais sobre bens imóveis, 
sendo titular da propriedade apenas um dos cônjuges e não sendo casados sob o regime 
da separação total de bens, devem demonstrar o consentimento do outro para a 
propositura da ação. 
 
Fala-se em outorga uxória quando a ação é proposta por um dos cônjuges (polo ativo). 
As hipóteses em que ambos devem ser citados de maneira necessária estão previstas no 
art.73, §1º, CPC e exemplificam o litisconsórcio necessário passivo por exigência legal. 
Obs. Não havendo motivo justificável para a recusa do consentimento, essa pode ser 
suprida pelo juiz através de procedimento especial de jurisdição voluntária (art.73, CPC e 
art.1648, CC). 
 
Providência a ser tomada pelo juiz em caso de verificação de irregularidade de 
representação ou incapacidade processual 
Suspende o processo � determinada prazo razoável para ser sanado o vício. (art.76,CPC) 
 
No 1º grau �Não sendo sanado pelo: 
Autor � extinção; 
Réu � considerado revel; 
Terceiro � considerado revel ou excluído do processo, a depender do polo em que se 
encontre. 
 
O relator, na fase recursal, não sendo sanado pelo: 
 
Recorrente � não conhecerá do recurso; 
Recorrido � desentranhamento das contrarrazões. 
 
 
 
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Deveres das partes e dos procuradores (art.77 ao 102, CPC) 
 
Quanto aos deveres das partes e procuradores é importante recordar que se tratam de 
deveres das partes, dos procuradores, mas também de todos que de alguma forma 
participam do processo. 
 
Os deveres são de muito fácil intelecção e estão previstos nos art.77 e 78, CPC. Convido 
vocês a uma leitura rápida. 
 
Quanto à responsabilidade em caso de descumprimento dos deveres, segue um 
quadrinho que tenta resumir as sanções aplicadas em caso de descumprimento dos 
deveres: 
Causa Efeito 
 
Litigância de má-fé 
(art.80, 81) 
Superior a 1 e 
inferior a 10 % 
(valor da causa) 
Indenização e arcar 
com despesas e 
honorários 
Ato atentatório à 
dignidade da justiça 
(art.77, IV e VI) 
Multa de até 20% 
(valor da causa) 
revertida ao Estado 
ou União. 
 
 
Expressões injuriosas 
(art.78, CPC) 
 
Escritas (riscadas) 
Oralmente 
(advertência e 
cassação da palavra) 
 
As despesas processuais (art.82 e ss., CPC) também estão relacionadas no capítulo 
relativo aos deveres das partes e procuradores, por isso merece nossa atenção. 
 
As despesas são pagas ao fim pela parte vencida, mas serão adiantadas pelas partes por 
ocasião de cada ato. Cada parte antecipa as despesas relativas aos atos que requereu. 
 
 
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17 
 
Atos requeridos pelo MP (atuando como fiscal da ordem jurídica) ou determinados pelo 
juiz, de ofício � despesas suportadas pelo autor (art.82, §1º, CPC). 
 
A sentença condenará o vencido a indenizar ao vencedor as despesas que este havia 
adiantado, assim como os honorários advocatícios. 
 
Sucumbências recíproca (art.86, CPC) � divisão proporcional das despesas; 
Sucumbência mínima � o que sucumbiu em parcela mínima do pedido não suporta 
despesa nem honorário advocatício. 
 
O Novo CPC, em seu art. 85, cuidou de tratar de forma muito analítica dos honorários 
advocatícios, incluindo uma série de regras que têm agradado a advocacia. É importante 
ficarmos atentos. Colo todo o teor do artigo e negrito aquilo que merece maior atenção, 
em virtude da novidade. 
 
Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor. 
 
§ 1o São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimento de sentença, 
provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos, 
cumulativamente. 
 
§ 2o Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento 
sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível 
mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, atendidos: 
 
I - o grau de zelo do profissional; 
II - o lugar de prestação do serviço; 
III - a natureza e a importância da causa; 
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço. 
 
 
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§ 3o Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, a fixação dos honorários observará 
os critérios estabelecidos nos incisos I a IV do § 2o e os seguintes percentuais: 
 
I - mínimo de dez e máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação ou do 
proveito econômico obtido até 200 (duzentos) salários-mínimos; 
II - mínimo de oito e máximo de dez por cento sobre o valor da condenação ou do 
proveito econômico obtido acima de 200 (duzentos) salários-mínimos até 2.000 (dois mil) 
salários-mínimos; 
III - mínimo de cinco e máximo de oito por cento sobre o valor da condenação ou do 
proveito econômico obtido acima de 2.000 (dois mil) salários-mínimos até 20.000 (vinte 
mil) salários-mínimos; 
IV - mínimo de três e máximo de cinco por cento sobre o valor da condenação ou do 
proveito econômico obtido acima de 20.000 (vinte mil) salários-mínimos até 100.000 
(cem mil) salários-mínimos; 
V - mínimo de um e máximo de três por cento sobre o valor da condenação ou do 
proveito econômico obtido acima de 100.000 (cem mil) salários-mínimos. 
 
§ 4o Em qualquer das hipóteses do § 3o: 
 
I - os percentuais previstos nos incisos I a V devem ser aplicados desde logo, quando for 
líquida a sentença; 
II - não sendo líquida a sentença, a definição do percentual, nos termos previstos nos 
incisos I a V, somente ocorrerá quando liquidado o julgado; 
III - não havendo condenação principalou não sendo possível mensurar o proveito 
econômico obtido, a condenação em honorários dar-se-á sobre o valor atualizado da 
causa; 
IV - será considerado o salário-mínimo vigente quando prolatada sentença líquida ou o 
que estiver em vigor na data da decisão de liquidação. 
 
 
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§ 5o Quando, conforme o caso, a condenação contra a Fazenda Pública ou o benefício 
econômico obtido pelo vencedor ou o valor da causa for superior ao valor previsto no 
inciso I do § 3o, a fixação do percentual de honorários deve observar a faixa inicial e, 
naquilo que a exceder, a faixa subsequente, e assim sucessivamente. 
 
§ 6o Os limites e critérios previstos nos §§ 2o e 3o aplicam-se independentemente de qual 
seja o conteúdo da decisão, inclusive aos casos de improcedência ou de sentença sem 
resolução de mérito. 
 
§ 7o Não serão devidos honorários no cumprimento de sentença contra a Fazenda 
Pública que enseje expedição de precatório, desde que não tenha sido impugnada. 
 
§ 8o Nas causas em que for inestimável ou irrisório o proveito econômico ou, ainda, 
quando o valor da causa for muito baixo, o juiz fixará o valor dos honorários por 
apreciação equitativa, observando o disposto nos incisos do § 2o. 
 
§ 9o Na ação de indenização por ato ilícito contra pessoa, o percentual de honorários 
incidirá sobre a soma das prestações vencidas acrescida de 12 (doze) prestações 
vincendas. 
 
§ 10. Nos casos de perda do objeto, os honorários serão devidos por quem deu causa ao 
processo. 
 
§ 11. O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fixados anteriormente 
levando em conta o trabalho adicional realizado em grau recursal, observando, conforme 
o caso, o disposto nos §§ 2o a 6o, sendo vedado ao tribunal, no cômputo geral da 
fixação de honorários devidos ao advogado do vencedor, ultrapassar os respectivos 
limites estabelecidos nos §§ 2o e 3o para a fase de conhecimento. 
 
 
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§ 12. Os honorários referidos no § 11 são cumuláveis com multas e outras sanções 
processuais, inclusive as previstas no art. 77. 
 
§ 13. As verbas de sucumbência arbitradas em embargos à execução rejeitados ou 
julgados improcedentes e em fase de cumprimento de sentença serão acrescidas no valor 
do débito principal, para todos os efeitos legais. 
 
§ 14. Os honorários constituem direito do advogado e têm natureza alimentar, com os 
mesmos privilégios dos créditos oriundos da legislação do trabalho, sendo vedada a 
compensação em caso de sucumbência parcial. 
 
§ 15. O advogado pode requerer que o pagamento dos honorários que lhe caibam seja 
efetuado em favor da sociedade de advogados que integra na qualidade de sócio, 
aplicando-se à hipótese o disposto no § 14. 
 
§ 16. Quando os honorários forem fixados em quantia certa, os juros moratórios 
incidirão a partir da data do trânsito em julgado da decisão. 
 
§ 17. Os honorários serão devidos quando o advogado atuar em causa própria. 
 
§ 18. Caso a decisão transitada em julgado seja omissa quanto ao direito aos honorários 
ou ao seu valor, é cabível ação autônoma para sua definição e cobrança. 
 
§ 19. Os advogados públicos perceberão honorários de sucumbência, nos termos da lei. 
 
� OBS.: O CPC novo também foi bem analítico ao tratar da gratuidade da justiça. 
Ainda que não se trate de tema cobrado com frequência, pela novidade de 
algumas regras, oriento a leitura do art. 98 ao 102, CPC. 
 
Procuradores (art.103 ao 107,CPC) 
 
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A parte será representada em juízo por advogado regularmente inscrito na OAB 
(capacidade postulatória), podendo postular em causa própria quando tiver habilitação 
legal. (art.103, CPC) 
 
Regra: o advogado postula em juízo com o instrumento do mandato (procuração); 
Poderá postular sem procuração: evitar preclusão, decadência, prescrição ou praticar 
atos urgentes. Nesses casos deve juntar procuração em 15 dias prorrogáveis por mais 15 
a critério do juiz. 
 
Atenção: 
Art.104 
 
§ 2o O ato não ratificado será considerado ineficaz relativamente àquele em cujo nome 
foi praticado, respondendo o advogado pelas despesas e por perdas e danos. 
Poderes da procuração (art.105, CPC): 
a) Poder geral para o foro: habilita o advogado a praticar todos os atos do processo, 
ressalvados aqueles que dependem de poder especial. 
b) Poderes especiais: receber citação, confessar, reconhecer a procedência do 
pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, 
receber, dar quitação, firmar compromisso e assinar declaração de 
hipossuficiência econômica. 
 
Deveres do advogado quando postular em causa própria: (art.106, CPC): 
I - declarar, na petição inicial ou na contestação, o endereço, seu número de inscrição na 
Ordem dos Advogados do Brasil e o nome da sociedade de advogados da qual participa, 
para o recebimento de intimações; 
II - comunicar ao juízo qualquer mudança de endereço. 
 
 
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§ 1o Se o advogado descumprir o disposto no inciso I, o juiz ordenará que se supra a 
omissão, no prazo de 5 (cinco) dias, antes de determinar a citação do réu, sob pena de 
indeferimento da petição. 
 
§ 2o Se o advogado infringir o previsto no inciso II, serão consideradas válidas as 
intimações enviadas por carta registrada ou meio eletrônico ao endereço constante dos 
autos. 
 
Direitos do advogado: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sucessão das partes e procuradores (art.108 ao 112) 
A sucessão de partes só pode acontecer, voluntariamente, nos casos expressos em lei. 
 
Atenção ao art.109, CPC! As bancas examinadoras adoram cobrar esse artigo, 
geralmente no que diz respeito à manutenção da legitimidade das partes após a venda 
do bem litigioso. 
 
Resumo para vocês: 
I) O bem litigioso pode ser vendido; 
II) a venda não altera a legitimidade das partes; 
III) pode haver sucessão de partes se a parte contrária admitir; 
IV) mesmo não havendo sucessão das partes, o adquirente ou cessionário poderá intervir 
de maneira voluntária na condição de assistente litisconsorcial; 
 Art. 107. O advogado tem direito a: 
I - examinar, em cartório de fórum e secretaria de tribunal, mesmo sem procuração, autos de 
qualquer processo, independentemente da fase de tramitação, assegurados a obtenção de cópias e 
o registro de anotações, salvo na hipótese de segredo de justiça, nas quais apenas o advogado 
constituído terá acesso aos autos; 
II - requerer, como procurador, vista dos autos de qualquer processo, pelo prazo de 5 (cinco) dias; 
III - retirar os autos do cartório ou da secretaria, pelo prazo legal, sempre que neles lhe couber falar 
por determinação do juiz, nos casos previstos em lei. 
§ 1o Ao receber os autos, o advogado assinará carga em livro ou documento próprio. 
§ 2o Sendo o prazo comum às partes, os procuradores poderão retirar os autos somente em conjunto 
ou mediante prévio ajuste, por petição nos autos. 
§ 3o Na hipótese do § 2o, é lícito ao procurador retirar os autos para obtenção de cópias, pelo prazo 
de 2 (duas) a 6 (seis) horas, independentemente de ajuste e sem prejuízo da continuidade do prazo. 
§ 4o O procurador perderá no mesmo processo o direito a que se refere o § 3o se não devolver os 
autos tempestivamente, salvo se o prazo for prorrogado pelo juiz. 
 
 
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23 
 
V) participando ou não do processo, o terceiro sofrerá as conseqüências da sentença. 
 
Substituição da parte por morte: suspensão do processo e sucessão da parte falecida 
pelo espólio ou sucessores. 
 
Substituição do procurador por renúncia ou revogação do mandato (art.111 e 112, 
CPC): 
O advogado � renuncia a qualquer tempo, demonstrando a ciência da parte 
outorgante. Nos 10 dias subseqüentes continua representando para evitar prejuízos ao 
mandante. 
 
Atenção! § 2o Dispensa-se a comunicação referida no caput quando a procuração tiver 
sido outorgada a vários advogados e a parte continuar representada por outro, apesar 
da renúncia. 
 
A parte � no mesmo instrumento, revoga e constitui outro advogado. 
 
5. LITISCONSÓRCIO 
Aspectos gerais. 
Possibilidade de limitação do litisconsórcio multitudinário (art.113, §1º e 2º, CPC): 
a) litisconsórcio facultativo; 
b)comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou cumprimento da 
sentença. 
 
Obs.: A limitação pode ocorrer: a requerimento do réu ou de ofício pelo juiz. Sendo 
requerido pelo réu, o pedido de limitação interrompe o prazo para oferecimento de 
resposta. 
 
Classificação do litisconsórcio: 
 
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Obrigatoriedade Necessário Facultativo 
Uniformidade 
da decisão 
Unitário Simples 
Posição Ativo Passivo Misto 
Momento Originário Superveniente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 02 
Da intervenção de terceiros: assistência, oposição, nomeação à autoria, denunciação da 
lide e chamamento ao processo. Processo e Procedimento. Formação, suspensão e 
extinção do processo. Procedimento Comum: fase postulatória. 
 
 
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1. DA INTERVENÇÃO DE TERCEIROS (ART.119 – 138, CPC) 
Formas voluntárias: assistência; 
Formas provocadas: denunciação da lide; chamamento ao processo, incidente de 
desconsideração da personalidade jurídica; 
Forma voluntária/provocada: amicus curiae 
 
Atenção!!Procedimento sumaríssimo (JEC) � nenhuma forma de intervenção (art.10, Lei 
9099/95) 
 
1.1 Assistência (art.119 ao 124, CPC) 
Quando há interesse jurídico. Pode ser simples ou litisconsorcial. 
 
Na assistência simples, o terceiro torce pelo resultado favorável de uma das partes e por 
isso pretende auxiliá-la. 
Trata-se, no entanto, de mero auxílio e o terceiro não entra no processo com status de 
parte. 
A atividade do terceiro é sempre subordinada à parte assistida. 
 
Litisconsorcial � Nesse caso, o terceiro é o próprio titular ou cotitular da relação jurídica 
posta em juízo. (mecanismo de intervenção do substituído no processo – art.18, 
parágrafo único, CPC). 
 
 
 
O terceiro “entra” no processo com status de litisconsorte. 
Não há subordinação com relação ao assistido, aplicando-se o regime do litisconsórcio 
unitário. 
 
1.2 Denunciação da lide (art.125 ao 129,CPC) 
Art. 124. Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente sempre que 
a sentença influir na relação jurídica entre ele e o adversário do assistido. 
 
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Pode ser provocada pelo autor ou pelo réu. 
 
Cabimento: 
a) parte sofrer risco de evicção; 
b) exercer direito de regresso. 
 
Posição do denunciado: 
Art. 127. Feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá assumir a posição de 
litisconsorte do denunciante e acrescentar novos argumentos à petição inicial, 
procedendo-se em seguida à citação do réu. 
 
Art. 128. Feita a denunciação pelo réu: 
 
I - se o denunciado contestar o pedido formulado pelo autor, o processo prosseguirá 
tendo, na ação principal, em litisconsórcio, denunciante e denunciado; 
 
II - se o denunciado for revel, o denunciante pode deixar de prosseguir com sua defesa, 
eventualmente oferecida, e abster-se de recorrer, restringindo sua atuação à ação 
regressiva; 
 
III - se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor na ação principal, o 
denunciante poderá prosseguir com sua defesa ou, aderindo a tal reconhecimento, pedir 
apenas a procedência da ação de regresso. 
 
1.3. Chamamento ao processo (art.130 ao 132,CPC) 
Provocado sempre pelo réu no prazo da contestação, nas seguintes hipóteses: 
 
a) fiador chama o obrigado principal; 
b) fiador chama os demais fiadores; 
 
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c) responsável solidário chama os demais responsáveis solidários. 
 
Posição do chamado: 
Da mesma forma que acontece na denunciação, o chamado ocupará a posição de 
litisconsorte do chamante. 
 
1.4 Incidente de desconsideração da personalidade jurídica (art.133 ao 137) 
Hipóteses de desconsideração (art.50, CC); 
Requerimento: MP, parte; 
Cabimento: todos os processos; 
Suspende o processo 
Sócios ou PJ citados para manifestar em 15 dias. 
Decisão interlocutória sujeita a agravo de instrumento (art.1.015, IV, CPC) 
 
1.5 Amicus Curiae 
Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do 
tema objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão 
irrecorrível, de ofício ou a requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se, 
solicitar ou admitir a participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade 
especializada, com representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua 
intimação. 
 
- Não altera a competência; 
- O amicus curiae só pode interpor 02 recursos: embargos de declaração e recurso contra 
a decisão que julgar o IRDR. 
 
2. FORMAÇÃO, SUSPENSÃO E EXTINÇÃO DO PROCESSO 
2.1 Formação do processo 
 
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O processo inicia sua formação, como já vimos em aulas pretéritas, pela iniciativa da 
parte, em homenagem à inércia, característica da jurisdição. 
Muito embora se inicie por iniciativa da parte, seu desenvolvimento, como regra, se dá 
mesmo sem novas provocações das partes, cabendo ao Estado-juiz impulsioná-lo em 
direção ao fim, de mérito ou não (impulso oficial). 
 
O processo, entendido como relação jurídica-processual, depende da presença de 03 
personagens e só se considera inteiramente formado com a citação válida do réu. 
A ação, que não se confunde com o processo, considera-se proposta com o protocolo da 
petição inicial (art.312), mas só produz para o réu os efeitos do art.240, quando ele for 
validamente citado. 
2.2 Suspensão do processo 
Durante a suspensão é defeso praticar atos processuais, com exceção dos atos urgentes 
(art.314, CPC). O ficará suspenso: 
a) morte ou perda de capacidade; 
Nesses casos, a suspensão não depende de autorização judicial e acontece desde a 
morte ou perda da capacidade. Quando a informação for trazida ao processo, os efeitos 
da suspensão retroagem ao acontecimento que gerou a suspensão, sendo nulos os atos 
praticados nesse tempo (posição STJ). 
Como já vimos nos casos de morte da parte, esta será substituída pelos herdeiros ou 
espólio. Acontecendo morte do representante legal ou perda da capacidade, aplicar-se-á 
o art.76,CPC. 
Acontecendo morte do procurador em qualquer momento � 15 dias para a parte 
constituir novo mandatário. Não constituindo � extinção do processo (morte doadvogado do autor); prosseguimento do processo à revelia do réu (morte do advogado 
do réu). 
b)convenção; 
Máximo 6 meses. 
c) arguição de impedimento ou de suspeição 
 
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Nos termos do art.146, §2º,CPC, o relator poderá receber a arguição de 
impedimento/suspeição com ou sem efeito suspensivo. 
d) pela admissão de incidente de resolução de demandas repetitivas 
e) quando a sentença de mérito: 
a) depender do julgamento de outra causa ou da declaração de existência ou de 
inexistência de relação jurídica que constitua o objeto principal de outro processo 
pendente (máximo: 1 ano); 
b) tiver de ser proferida somente após a verificação de determinado fato ou a produção 
de certa prova, requisitada a outro juízo (máximo: 1 ano); 
f) força maior; 
Qualquer evento que fuja à previsibilidade humana, não possa ser evitado e cause sérias 
dificuldades à tramitação do processo. 
g) quando se discutir em juízo questão decorrente de acidentes e fatos da navegação 
de competência do Tribunal Marítimo 
h) outros casos previstos em lei: 
e.g.: art.76, art.685, parágrafo único, CPC 
� Suspensão do processo civil e o processo criminal! 
Art. 315. Se o conhecimento do mérito depender de verificação da existência de fato 
delituoso, o juiz pode determinar a suspensão do processo até que se pronuncie a justiça 
criminal. 
§ 1o Se a ação penal não for proposta no prazo de 3 (três) meses, contado da intimação 
do ato de suspensão, cessará o efeito desse, incumbindo ao juiz cível examinar 
incidentemente a questão prévia. 
§ 2o Proposta a ação penal, o processo ficará suspenso pelo prazo máximo de 1 (um) 
ano, ao final do qual aplicar-se-á o disposto na parte final do § 1o. 
2.3 Extinção do processo 
A extinção do processo dar-se-á por sentença (art.316, CPC). 
Um dos importantes princípios que norteiam a interpretação do novo CPC é o da 
primazia da decisão de mérito e o efetivo contraditório ou contraditório substancial. O 
 
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art.317 impõe ao juiz o dever de oportunizar às partes a possibilidade de correção do 
vício antes de extinguir o processo sem resolução do mérito. 
 
3. PROCESSO E PROCEDIMENTO 
Procedimento é a forma pela qual se concatenam os atos do processo. Para Pinto 
Ferreira, é a forma pela qual se exterioriza o processo. Para Dinamarco é o meio 
extrínseco pelo qual se instaura, desenvolve-se e termina o processo; é a realidade 
fenomenológica perceptível do processo. 
 
O Processo de Conhecimento se desenvolve por 02 tipos de procedimento: comum e 
especial. O procedimento comum não sofre mais divisão em ordinário e sumário, sendo, 
agora, apenas comum. 
 
Estrategicamente iniciaremos nosso estudo pelo procedimento comum, uma vez que 
esse procedimento é aplicado subsidiariamente aos procedimentos especiais ao 
processe de execução. (art.318, parágrafo único). 
 
4.PROCEDIMENTO COMUM 
Muito embora a lei não faça de maneira precisa, por um critério didático dividiremos os 
estudo do Procedimento Comum, levando em consideração as fase de desenvolvimento 
4.1 Fase Postulatória 
I - Petição Inicial 
Os arts.319 e 320, CPC destacam os requisitos da Petição Inicial. Esses dois artigos são de 
leitura obrigatória! 
Algumas considerações: 
a) Não confundam fundamentação legal com fundamentação jurídica. Apenas esta 
última é tratada como requisitos da petição inicial. 
b) A indicação do valor da causa, mesmo quando esta não tem conteúdo econômico 
imediato, é requisito essencial da petição inicial. Não é uma faculdade do autor. 
 
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c) Além dos documentos indispensáveis previstos no art.320, CPC, a parte autora tem o 
ônus de provar suas alegações por meio de provas documentais trazidas juntamente 
com a exordial (art.434,CPC). 
d) Como é novidade, fique atento! A petição inicial tem agora novo requisito: a opção do 
autor pela realização ou não da audiência inicial de conciliação/mediação (art.319, VII, 
CPC) 
O requisito do pedido será estudado de maneira separada, assim como faz a Lei 
Processual: 
Dos pedidos 
Os pedidos na petição inicial devem ser certos e determinados. 
Por pedido certo, entenda pedido expresso, ou seja, o pedido deve aparecer na petição 
inicial. 
Por pedido determinado, entenda o pedido quantificado, que tenha “quantum”. 
Relativizações: 
Há, porém, algumas relativizações a esses dois requisitos do pedido. Didaticamente: 
�Em contraposição ao pedido certo, há os pedidos implícitos. São aqueles que não 
aparecem na petição, mas devem ser apreciados como se houvessem sido pedidos. 
Exemplos de pedidos implícitos: juros legais, juros de mora, prestações vincendas, 
honorários advocatícios. 
�Em contraposição aos pedidos determinados, há os pedidos genéricos. São possíveis 
nos casos em que o autor não tem condição de quantificar sua pretensão na petição 
inicial. São indeterminados no primeiro momento, mas determináveis no curso do 
processo. 
Exemplos de pedidos genéricos: Os pedidos genéricos são tratados no art.324, I, II e III. 
São eles possíveis: Nas ações universais quando não for possível ao autor individuar os 
bens; Quando não for possível determinar de maneira definitiva a extensão do ato ilícito 
praticado; Quando a determinação do valor da causa depender de ato a ser praticado 
pelo réu. 
Cumulação de pedidos: 
 
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É possível formular mais de um pedido na mesma petição inicial mesmo quando não há 
conexão entre eles (art.327, CPC). 
 
Muita atenção!! As provas adoram explorar a redação do caput do art.327, geralmente 
afirmando que a conexão é um dos pressupostos para que haja cumulação, tentando 
confundi-los com a necessária compatibilidade entre os pedidos. Compatibilidade é 
diferente de conexão. 
 
São requisitos para a cumulação: 
a) que sejam os pedidos compatíveis entre si; 
b) mesmo juízo competente; 
c) que todos os pedidos verifiquem o mesmo procedimento ou, ao menos, que o autor 
consiga compatibilizá-los no rito comum, sem prejuízo do emprego das técnicas 
processuais diferenciadas previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam um 
ou mais pedidos cumulados, que não forem incompatíveis com as disposições sobre o 
procedimento comum. 
 
Há uma forma de classificar as cumulações que vem sendo explorada em algumas 
provas. Destaco-a, portanto: 
 
Cumulação Própria Simples 
Sucessiva 
 
Cumulação 
Imprópria 
Alternativa 
Eventual/ 
subsidiária 
 
Na cumulação própria o autor formula mais de um pedido, buscando a procedência de 
todos eles. 
 
 
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Na cumulação imprópria ele formula mais de um, mas sabendo que não poderão ser 
acolhidos ao mesmo tempo. 
 
Antecipação da tutela 
Matéria tratada no art.300 e ss.,CPC. 
Pode ser total ou parcial; 
Não se antecipa a sentença, mas os efeitos dela; 
Pode ser revogada a qualquer momento (cognição sumária); 
Requisitos para a antecipação: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
II – POSSIBILIDADES DO JUIZ AO RECEBER A PETIÇÃO INCIAL 
Nossa petição inicial está pronta e é através desse instrumento da demanda que o autor 
irá “quebrar” a inércia do Poder Judiciário. 
Recebendo a Petição Inicial, poderá o juiz: 
� Determinar sua emendaem 15 dias (art.321, CPC) quando faltar um dos 
requisitos da petição inicial ou houver vício sanável que dificulte a apreciação do 
mérito; 
Obs.: O juiz tem o dever de indicar de maneira expressa o vício a ser sanado. 
� Indeferir (art.330, CPC); 
O indeferimento da petição inicial acontece nas hipóteses do art.330 e sempre 
quando ainda não houve a determinação de citação do réu; 
Requerimento da parte 
+ 
Probabilidade do direito 
+ 
Perigo de dano 
ou 
Risco ao resultado útil do processo 
 
Obs.: Esses requisitos são exatamente os 
mesmos a autorizar a concessão da tutela 
cautelar. As duas tutelas são então diferenciadas 
pelas suas finalidades. A antecipada tem 
natureza satisfativa e a cautelar, natureza 
assecuratória. 
 
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São as hipóteses: 
I – inépcia da petição inicial (muita atenção!! Inépcia é apenas uma das causas de 
indeferimento e com ele não se confunde). As causas de inépcia são tratas no 
art.330, §1º, CPC e, para que vocês não se confundam, estão sempre ligadas a 
vícios no elemento objetivo da ação (causa de pedir ou pedido) 
II – Ilegitimidade manifesta da parte; 
III – falta de interesse de agir/processual do autor; 
IV- não atendidas as prescrições do art.321 (emenda) ou art.106 (indicação do 
endereço do advogado que pleiteia em nome próprio, no prazo de 05 dias). 
 
Se o indeferimento da petição inicial for total (ele poderá ser parcial), esse ato do juiz 
cuidou de uma das matérias do art.485 e extinguirá o processo, portanto, é uma 
sentença. 
Sabemos que da sentença cabe recurso de apelação; 
Até aí nenhuma novidade. Acontece que o 331, CPC destaca algumas especificidades da 
apelação contra a sentença de indeferimento: 
a) Permite retratação do juiz em 5dias; 
b) Não havendo reforma, o réu será citado para responder o recurso; 
c) Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da 
sentença. 
 
� Julgar improcedente o pedido liminarmente “prima facie” (art.332, CPC); 
Quando poderá o juiz improceder liminarmente o pedido do autor : 
a) Não houver necessidade de fase instrutória; 
e 
b) O pedido do autor contrariar: 
- súmulas do STJ, STF e Tribunal local (sobre direito local); 
- precedentes firmados em I.R.D.R, I.A.C ou RESP E REX repetitivos. 
 
 
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Ou ainda 
c) Quando verificar a ocorrência de decadência ou prescrição. 
 
Nesse caso, também há algumas particularidades com relação ao recurso de apelação: 
a) Permite retratação em 05 dias; 
b) Mantida a sentença o réu será citado para responder ao recurso. 
c) Não interposto o recurso, o réu será intimado do trânsito em julgado. 
 
� Determinar a citação do réu (art.334,CPC). 
O juiz determinará a citação do réu quando entender que a petição inicial 
preencheu todos os seus requisitos essenciais. 
 
Atenção!! 
No novo CPC, o réu é, em regra, citado para a audiência de conciliação ou 
mediação e não mais para oferecer resposta. 
 
Seu professor acredita muito em uma questão sobre essa audiência na prova e 
insiste que vc leia toda a redação do art.334, ainda que o tema venha ser 
bastante discutido em sala. 
 
III – AUDIENCIA DE CONCILIAÇÃO/MEDIAÇÃO 
Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de 
improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de 
mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com 
pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência. 
§ 1o O conciliador ou mediador, onde houver, atuará necessariamente na audiência de 
conciliação ou de mediação, observando o disposto neste Código, bem como as 
disposições da lei de organização judiciária. 
 
 
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§ 2o Poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à mediação, não 
podendo exceder a 2 (dois) meses da data de realização da primeira sessão, desde que 
necessárias à composição das partes. 
 
§ 3o A intimação do autor para a audiência será feita na pessoa de seu advogado. 
 
§ 4o A audiência não será realizada: 
 
I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição 
consensual; 
 
II - quando não se admitir a autocomposição. 
 
§ 5o O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o 
réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, 
contados da data da audiência. 
 
§ 6o Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência deve ser 
manifestado por todos os litisconsortes. 
 
§ 7o A audiência de conciliação ou de mediação pode realizar-se por meio eletrônico, 
nos termos da lei. 
 
§ 8o O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é 
considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até 
dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em 
favor da União ou do Estado. 
 
§ 9o As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos. 
 
 
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§ 10. A parte poderá constituir representante, por meio de procuração específica, com 
poderes para negociar e transigir. 
 
§ 11. A autocomposição obtida será reduzida a termo e homologada por sentença. 
 
§ 12. A pauta das audiências de conciliação ou de mediação será organizada de modo a 
respeitar o intervalo mínimo de 20 (vinte) minutos entre o início de uma e o início da 
seguinte. 
 
IV – RESPOSTAS DO RÉU 
São elas: contestação e reconvenção. 
Prazo: 15 dias 
Prazos especiais: FP e MP (2x); litisconsórcio passivo com diferentes procuradores – de 
escritórios diversos (2x), defensoria pública (2x). 
Início do prazo: o prazo para a resposta começa a fluir, como regra, da data de última 
audiência de conciliação/mediação. 
Não sendo designada audiência: o prazo começa da juntada nos autos do instrumento 
citatório. (art.335 e 231, CPC); 
Se cancelada a audiência: da data do protocolo do pedido de cancelamento feito pelo 
réu. (art.335,CPC). Lembre-se que, assim como você leu no art.334, o réu pode pedir 
cancelamento com antecedência mínima de 10 dias da audiência. 
 
Atenção: Quando o juiz não designar audiência nos caso em que o direito não autoriza 
autocomposição, se o autor desistir da ação quanto a algum réu ainda não citado, o 
prazo para a resposta começará a fluir da decisão do juiz que homologar a desistência 
(art.335, §2º, CPC). 
 
1) Contestação (art.335 ao 342, CPC) 
É o meio de defesa por excelência do réu; 
Está para o réu assim como a petição inicial está para o autor. 
 
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Vamos estudar a contestação partindo de um princípio e um ônus: 
Princípio da eventualidade / concentração; 
Ônus da impugnação específica. 
 
� Pelo princípio da eventualidade, consagrado no art.336 do seu CPC, compete ao réu 
arguir todas as matérias de defesa na contestação, sejam elas processuais ou meritórias. 
 
a) Defesas processuais (preliminares) 
Podem ser: 
peremptórias � quando, uma vez recepcionadas pelo juiz acarretam a extinção do 
processo sem resolução de mérito; 
dilatórias � aquelas que uma vez recepcionadas pelo juiz permitiriam a correção do 
vício não levando o processoà extinção anômala. 
Convido vocês a uma leitura atenta do art.337, CPC. Destaco 02 incisos (II, III, XIII) de 
extrema relevância: 
“II – incompetência absoluta e relativa” 
A incompetência absoluta é argüida em preliminar de contestação e a relativa também. 
A inclusão da arguição de incompetência relativa no rol das preliminares é uma novidade 
do novo CPC. Fique atento!! 
“III - incorreção do valor da causa” 
Não é mais arguida por petição autônoma, mas como uma preliminar de contestação. 
Também é novidade! 
“XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça” 
Não é mais arguida por petição autônoma, mas como uma preliminar de contestação. 
Também é novidade! 
 
b) Defesas de mérito 
 
São as defesas relacionadas ao pedido do autor. 
Podem ser: 
 
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Diretas � Quando, sem acrescentar outro fato, o réu nega o fato constitutivo do direito 
do autor; 
Indiretas � Quando sem negar o fato constitutivo o réu apresenta fato impeditivo, 
modificativo ou extintivo do direito do autor. 
 
Atenção!! Relativizações ao princípio da eventualidade: 
Há, no entanto, matérias de defesa que podem ser argüidas mesmo após a contestação 
(art.342). São elas: 
- relativas a direito superveniente; 
- as que o juiz pode conhecer de ofício; 
- as que por expressa autorização legal puderem ser argüidas em qualquer momento 
processual. 
 
� Ônus da impugnação específica: compete ao réu defender-se de maneira 
especificada, rebatendo pontualmente cada um dos fatos alegados pelo autor, sob pena 
de presunção de veracidade dos fatos não impugnados. (art.341,CPC) 
Há, porém, fatos que mesmo não impugnados pelo réu de maneira especificada não se 
sujeitam à presunção de veracidade: 
a) Quando não for admissível a seu respeito a confissão; 
b) Quando o autor não tiver juntado o documento público que a lei considera da 
substância do ato; 
c) Quando o fato não impugnado estiver em contradição com a defesa considerada 
em seu todo. 
Essa regra da impugnação específica não se aplica: 
a) Defensor Público; 
b) Advogado dativo; 
c) Curador especial. 
 
2. Reconvenção (art.343, CPC) 
 
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É resposta do réu, mas diferentemente das outras estudadas não tem natureza de 
defesa, mas de nova ação exercitada pelo réu em face do autor, no mesmo processo. 
Obs.: No novo CPC, a reconvenção é proposta na mesma peça da contestação (art.343, 
CPC) 
Poderá o réu reconvir ao autor, quando houver conexão: 
a) Entre a reconvenção e a ação originária (nessa hipótese será possível reconvir 
sem contestar); 
b) Entre a reconvenção e os argumentos de defesa do réu. 
Importante! Passou a ser possível a ampliação subjetiva da lide na reconvenção, ou seja, 
pode a reconvenção ser proposta contra o autor + terceiro e pelo réu + terceiro. Art.343, 
§3º e 4º, CPC. 
São ações autônomas! Qualquer uma das duas pode ser extinta sem repercussão no 
andamento da outra. 
Atenção a essa novidade: 
§ 5o Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de 
direito em face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor, 
também na qualidade de substituto processual. 
 
V – REVELIA 
A não apresentação de contestação ou a apresentação fora do prazo implica em revelia 
do réu. 
 
A revelia não pode ser confundida com seus efeitos. Pode haver revelia sem efeito da 
revelia, assim como se pode verificar efeito da revelia sem que ela tenha se 
caracterizado processualmente. 
 
Efeitos: 
a) Material: presunção de veracidade dos fatos afirmados pelos autor. 
Não se verificará esse efeito: 
- Se um dos réus contestar 
 
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- Se versar o litígio sobre direitos indisponíveis; 
- Se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público que a lei 
considere indispensável à prova do ato. 
- Se os fatos narrados pelo autor não forem verossímeis. 
 
b) Processual: o réu revel deixa de ser intimado dos atos do processo, correndo os 
prazos independentemente de sua intimação. 
 
Não se verificará esse efeito: 
- Quando o réu tiver patrono nos autos. 
 
Por fim, três observações MUITO IMPORTANTES: 
� O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado 
em que se encontrar; 
� Mesmo o réu sendo revel, não poderá o autor modificar o pedido e a causa de 
pedir, sem que haja nova citação do réu que terá, mais uma vez, oportunidade 
de se defender. 
� O réu revel poderá produzir provas, desde que compareça em tempo oportuno 
(súmula 231, STF e art.349, CPC). 
 
 
 
CAPÍTULO 03 
Procedimento comum ordinário: fase ordinatória, fase instrutória e fase decisória. 
Recursos: teoria geral dos recursos e recursos em espécie. 
 
VI- DO JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO 
O julgamento conforme o estado do processo pode acontecer de três formas: 
 
 
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�Com extinção do processo (art.354, CPC); 
 
Quando o juiz extinguir o processo sem resolução de mérito, verificando qualquer das 
hipóteses do art.485, CPC, ou quando resolver o mérito sem julgamento do pedido, nas 
hipóteses do art.487, II, III, CPC (“falsas sentenças de mérito”), 
 
�Com julgamento antecipado do mérito (art.355, CPC); 
 
Nesse caso o juiz estará resolvendo o mérito com o acolhimento ou rejeição do pedido 
do autor (art.487, I, CPC). Julgará antecipadamente o mérito quando: 
 
I - não houver necessidade de produção de outras provas; 
II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de 
prova, na forma do art. 349. 
 
�Com julgamento antecipado parcial do mérito (art.356, CPC); 
Essa é uma importantíssima novidade do novo CPC. O juiz passa a ter a possibilidade de 
julgar o mérito (definitivamente) de forma fracionada. Essa decisão equivale a uma 
“sentença”, mas como não extingue o processo, é tratada como decisão interlocutória e 
pode ser recorrida por agravo de instrumento. Não interposto o recurso, a decisão 
transita em julgado e pode ser executada definitivamente. #curtomuito 
 
 
VII - DA DECISÃO SANEADORA 
O saneamento e organização do processo passaram a ser realizados por meio de uma 
decisão saneadora. Nos casos em que o processo tem grande complexidade, o 
saneamento pode ser realizado em cooperação com as partes, por força do art.357, §3º, 
CPC. 
 
 
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Finalidades do saneamento: 
I - resolver as questões processuais pendentes, se houver; 
II - delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória, 
especificando os meios de prova admitidos; 
III - definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373; 
IV - delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do mérito; 
V - designar, se necessário, audiência de instrução e julgamento. 
 
Pedido de esclarecimento ou ajuste: O art.357, §1º, autoriza que a parte peça 
esclarecimentos ou ajustes na decisão saneadora no prazo de 05 dias. Não havendo tal 
pedido, a decisão se torna estável. 
 
Havendo complexidade: 
§ 3o Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito, deverá o juiz 
designar audiência para que o saneamento seja feito em cooperação com as partes, 
oportunidade emque o juiz, se for o caso, convidará as partes a integrar ou esclarecer 
suas alegações. 
 
Rol de testemunhas 
§ 4o Caso tenha sido determinada a produção de prova testemunhal, o juiz fixará prazo 
comum não superior a 15 (quinze) dias para que as partes apresentem rol de 
testemunhas. 
 
§ 6o O número de testemunhas arroladas não pode ser superior a 10 (dez), sendo 3 
(três), no máximo, para a prova de cada fato. 
 
Pautas das audiências de instrução 
§ 9o As pautas deverão ser preparadas com intervalo mínimo de 1 (uma) hora entre as 
audiências. 
 
 
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VIII – AUDIENCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO (art.358 ao 368, CPC) 
A audiência tratada aqui não se confunde com a audiência de conciliação/mediação. 
Publicidade: como regra é pública (art.368), com as ressalvas do art.11, CPC; 
O juiz exerce poder de polícia na audiência (art.360); 
Essa audiência tem dois momentos distintos: 
� Tentativa de conciliação (art.359, CPC); 
� Instrução e julgamento. 
 
Adiamento da audiência (art.362,CPC): 
Art. 362. A audiência poderá ser adiada: 
I - por convenção das partes; 
II - se não puder comparecer, por motivo justificado, qualquer pessoa que dela deva 
necessariamente participar; 
III - por atraso injustificado de seu início em tempo superior a 30 (trinta) minutos do 
horário marcado. 
§ 1o O impedimento deverá ser comprovado até a abertura da audiência, e, não o sendo, 
o juiz procederá à instrução. 
§ 2o O juiz poderá dispensar a produção das provas requeridas pela parte cujo advogado 
ou defensor público não tenha comparecido à audiência, aplicando-se a mesma regra ao 
Ministério Público. 
§ 3o Quem der causa ao adiamento responderá pelas despesas acrescidas. 
Ordem dos atos na audiência: 
I – Pregão das partes; 
II – Tentativa de conciliação; 
III – Produção da prova oral, na seguinte ordem: 
P erito 
A utor 
R éu 
TES temunh
 
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as 
 
V – Debates orais (20min + 10min) – podem ser substituídos pela apresentação de razões 
finais escritas(questões complexas) 
VI – Sentença desde logo ou em 30 dias. 
 
A audiência é uma e contínua! 
Art. 365. A audiência é una e contínua, podendo ser excepcional e justificadamente 
cindida na ausência de perito ou de testemunha, desde que haja concordância das 
partes. 
 
Parágrafo único. Diante da impossibilidade de realização da instrução, do debate e do 
julgamento no mesmo dia, o juiz marcará seu prosseguimento para a data mais próxima 
possível, em pauta preferencial. 
 
IX - ONUS DA PROVA 
O art.373, CPC, distribui da seguinte forma: 
 
Autor � prova os fatos conatitutivos do seu direito; 
Réu � prova os fatos impeditivos, extintivos e modificativos do direito do autor. 
 
É possível às partes distribuir de maneira diversa esse ônus (inversão convencional)! 
Será nula, porém (Art.373, §3º): 
 
� Quando recair sobre direitos indisponíveis; 
� Quando tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. 
 
Vale lembrar que além da possibilidade de inversão convencional do ônus da prova, ela 
poderá ocorrer de maneira judicial (distribuição dinâmica do ônus da prova) 
 
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§ 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à 
impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou 
à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus 
da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que 
deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. 
 
X - DAS PROVAS EM ESPÉCIE 
O Código de Processo Civil cria um rol meramente exemplificativo dos meios de prova 
que podem ser produzidos no processo, uma vez que admite, no art.369, qualquer meio 
de prova moralmente legítimo como meio produtor de certeza. 
 
Depoimento Pessoal (art.385 ao art.388, CPC) 
O depoimento pessoal é o depoimento das partes em juízo e não se confunde com 
interrogatório das partes nem com a prova testemunhal. O grande objetivo desse meio 
de prova é a obtenção da confissão; 
 
Necessidade de intimação pessoal da parte, uma vez que se trata de ato pessoal e o 
advogado não pode depor pela parte. O não comparecimento ou a recusa em depor 
implicarão em confissão. 
 
Durante o depoimento, a parte não poderá se valer de escritos previamente preparados. 
Poderá verificar notas breves para completar algum esclarecimento. Quem ainda não 
depôs, não pode participar do depoimento da outra parte. 
 
A parte não será obrigada, ressalvadas as ações de estado e família, a depor sobre fatos: 
a) Criminosos ou torpes, que lhe forem imputados; 
b) Quando deva guardar sigilo, por estado ou profissão. 
 
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c) acerca dos quais não possa responder sem desonra própria, de seu cônjuge, de 
seu companheiro ou de parente em grau sucessível; 
d) que coloquem em perigo a vida do depoente ou das pessoas referidas no inciso III 
 
Confissão (art.389 ao art.395, CPC) 
Duas formas: Judicial (voluntária ou provocada); 
 Extrajudicial. 
 
A confissão judicial de um litisconsorte não prejudica os demais; 
Os fatos relativos a direitos indisponíveis não se sujeitam a confissão (art.392, CPC); 
 
Confissão extrajudicial: A confissão extrajudicial, quando feita oralmente, só terá 
eficácia nos casos em que a lei não exija prova literal. 
 
Muito embora já tenha sido entendida como a “rainha das provas”, esse tipo de prova 
também não vincula o juiz, que forma sua cognição de maneira livre, desde que 
motivada. 
 
Atenção!! Art.391. Parágrafo único. Nas ações que versarem sobre bens imóveis ou 
direitos reais sobre imóveis alheios, a confissão de um cônjuge ou companheiro não 
valerá sem a do outro, salvo se o regime de casamento for o de separação absoluta de 
bens. 
 
Com relação à possibilidade de revogação (a regra é ser irrevogável) dessa prova, o 
art.393 é expresso,. 
 
 
 
 
Art. 393. A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de 
erro de fato ou de coação. 
 
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A confissão é meio de prova indivisível. Não pode a parte aceitá-la num ponto favorável 
e rejeitá-la num ponto desfavorável. 
 
Prova documental (art.405 ao 429, CPC) 
 
Art. 425. Fazem a mesma prova que os originais: 
I - as certidões textuais de qualquer peça dos autos, do protocolo das audiências ou de 
outro livro a cargo do escrivão ou do chefe de secretaria, se extraídas por ele ou sob sua 
vigilância e por ele subscritas; 
 
II - os traslados e as certidões extraídas por oficial público de instrumentos ou 
documentos lançados em suas notas; 
 
III - as reproduções dos documentos públicos, desde que autenticadas por oficial público 
ou conferidas em cartório com os respectivos originais; 
 
IV - as cópias reprográficas de peças do próprio processo judicial declaradas autênticas 
pelo advogado, sob sua responsabilidade pessoal, se não lhes for impugnada a 
autenticidade; 
 
V - os extratos digitais de bancos de dados públicos e privados, desde que atestado pelo 
seu emitente, sob as penas da lei, que as informações

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