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Metodologia do trabalho acadêmico e científico

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Metodologia
do Trabalho AcadêmicoU1
Apresentação
Olá, caro aluno!
Seja bem-vindo à disciplina Metodologia do Trabalho Acadêmico e Científico. Nela, você 
descobrirá o quanto pesquisar é importante para a ciência, para as nossas vidas, para o 
nosso trabalho. Perceberá que, a partir do momento em que ingressa no mundo acadêmico, 
você irá se deparar com uma linguagem mais específica, uma linguagem científica. 
Nesse sentido, é fundamental que tenha consciência de que "ler é preciso". Em outras palavras, 
é preciso fazer da leitura um prazer, transformando a literatura, os livros e artigos científicos 
nossos companheiros mais frequentes. Assim, ampliará seu vocabulário e se familiarizará 
com as peculiaridades da linguagem.
Através desta disciplina, você refletirá sobre a construção do conhecimento e estabelecerá 
relações entre os diferentes níveis de conhecimento: senso comum ou popular, científico, 
filosófico e teológico ou religioso. Além disso, estudará cada uma das etapas que compõem 
o processo de elaboração, execução e apresentação da pesquisa.
Tomará conhecimento, também, dos principais tipos de publicações acadêmicas: resumo, 
resenha, fichamento, relatório. Verá que a construção desses textos possui algumas normas 
que são regidas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Serão apresentadas 
aqui, especificamente, as normas de formatação, de citações e de referências, ou seja, o modo 
correto de citar o discurso alheio e de indicar a referência de textos de diversas naturezas 
que você consultará para a realização de suas produções textuais. 
Esperamos que ao final desta disciplina você seja capaz de: refletir sobre as diferentes 
formas de ver o mundo; perceber o papel da ciência para o seu ambiente social, acadêmico e 
profissional; correlacionar ciência e conhecimento científico; reconhecer os fundamentos e os 
métodos presentes na produção do conhecimento científico; elaborar trabalhos acadêmicos 
usando as normas da ABNT. 
Bom estudo!
Conhecimento e seus níveis Metodologia do Trabalho Acadêmico | UNISUAM 
2
Conhecimento e seus níveis Metodologia do Trabalho Acadêmico | UNISUAM
3
Objetivo do estudo
- Defi nir o que é conhecimento. 
- Conceituar os diferentes tipos de conhecimento.
introdução
Conhecer é incorporar um conceito novo, ou original, sobre 
um fato ou fenômeno qualquer. O conhecimento não nasce 
do “nada”, mas sim das experiências que vivenciamos em 
nosso dia a dia, através dos relacionamentos interpessoais, 
das leituras que realizamos etc. 
Partindo do pressuposto de que todo conhecimento humano 
se refere a um ponto de vista e a um lugar social, entende-se 
que o homem desenvolveu tipos diferentes de conhecimento. 
Nesta Unidade, refl etiremos sobre o que é conhecimento e 
estudaremos os diferentes tipos principais de conhecimento, 
de acordo com a teoria tradicional: popular ou do senso 
comum, fi losófi co, religioso ou teológico e científi co.
Comecemos, então! 
Onde existe vontade, há caminho!
CONHECIMENTO 
E SEUS NÍVEIS
Fonte: <http://tempestade12d.blogspot.
com.br /2013/12/o-que-d is t ingue-o-
conhecimento.html>
Conhecimento e seus níveis Metodologia do Trabalho Acadêmico | UNISUAM 
4
ler é uma 
atividade 
interativa 
altamente 
complexa de 
produção de 
sentidos.”
1 T1 Mas o que é Conhecimento? O nosso conhecimento é construído diariamente, como se estivéssemos construindo uma casa, tijolo a tijolo. Nesse processo, a leitura é de suma importância. Todos nós precisamos ler! É através da leitura que aprendemos e aumentamos a nossa experiência. Quando 
lemos uma revista, por exemplo, será que temos consciência de que estamos armazenando, 
selecionando e agrupando informações?
Ler “é uma atividade interativa altamente complexa de produção de 
sentidos.” (KOCH, 2011, p. 11). 
O sentido de um texto está centrado no autor, basta somente sabermos captar a intenção que 
esse autor quis dar ao seu texto. Imagine que você abra um jornal e encontre as manchetes: 
“Morador do Rio leva 50 minutos até o trabalho”; “Aluguel leva mais de um terço da renda 
em 25% dos imóveis locados no país”; “Hidrelétricas brasileiras contribuem para redução 
de gases do efeito estufa”. 
Para que você possa optar por uma das manchetes, levará em consideração sua intenção 
e seus interesses. Ou seja, se você se interessa pelo tempo de deslocamento no Rio de 
Janeiro, por economia, por ciência tecnologia, ou ainda por todos esses assuntos. 
A leitura só terá validade se você conseguir entender o que foi lido e for capaz de comentar o 
seu conteúdo. Em outras palavras, a leitura somente terá valor se você for capaz de explicar, 
discutir, avaliar o que leu.
Veja, a seguir, uma proposta de roteiro de leitura.
1º Passo: Leitura de reconhecimento
Comece a leitura pelas “bordas” do texto: títulos, subtítulos, 
introdução. Se for um livro, comece pelo título, sumário, 
introdução, orelhas. Assim, você tem uma visão geral do 
que é tratado pelo autor.
2º Passo: Leitura seletiva
Leia o texto (ou livro) todo e escolha os melhores trechos, 
de acordo com seus objetivos. Procure a compreensão da 
ideia geral do autor.
3º Passo: Leitura crítica ou refl exiva
Durante essa leitura, resolva as dúvidas e anote-as; registre 
os trechos que julgar mais importantes. Assinale palavras ou 
frases que considerar mais relevantes. Lembre-se de anotar 
também os dados referentes à obra: nome do autor, ano de 
publicação e número da página da qual você retirou o trecho.
Mas, como relacionar tudo isso ao seu curso? A graduação 
exige muita leitura. Esta é a base do seu desenvolvimento 
acadêmico. Além disso, a Academia é o espaço de pesquisa 
e de produção científi ca. Por isso a importância da disciplina 
Metodologia do Trabalho Acadêmico e Científi co. Ela vai 
auxiliá-lo e orientá-lo no processo de investigação para 
tomar decisões oportunas na busca do saber e na formação 
do estado de espírito crítico e hábitos correspondentes 
necessários ao processo de investigação científi ca.
Conhecimento e seus níveis Metodologia do Trabalho Acadêmico | UNISUAM
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Para compreendermos o mundo a nossa volta, utilizamos todas as nossas capacidades 
(sensibilidade, percepção, observação, senso crítico, criatividade). 
O conhecimento é construído por meio de dois elementos: o sujeito que quer conhecer e o 
objeto a ser conhecido. Esse conhecimento é infl uenciado pela nossa cultura, pelo nosso 
saber. O que observamos acerca de um objeto pode ser diferente do que a outra pessoa 
observa. Quer fazer um teste? O que você vê, na imagem a seguir, em primeiro lugar?
figura de rubin
Conhecimento e seus níveis Metodologia do Trabalho Acadêmico | UNISUAM 
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Alguns, à primeira vista, visualizarão um vaso branco com fundo preto; outros, dois rostos 
pretos em um fundo branco. Qual é a correta? Ambas. Cada um vê a imagem de acordo 
com sua percepção. 
Nós, na posição de sujeitos, nos transformamos mediante o novo saber, e o objeto também 
se transforma, pois o conhecimento lhe dá sentido. Podemos interpretar o objeto de várias 
formas. Cada interpretação dependerá do enfoque que queremos dar ao conhecimento.
O conhecimento é a relação que se estabelece entre o sujeito que conhece ou deseja 
conhecer e o objeto a ser conhecido ou que se dá a conhecer. O conhecimento é produto 
de uma con junção da atividade do sujeito com a manifestação de um objeto que de alguma 
forma lhe interessa.
Na raiz de qualquer investigação sobre o conhecimento, está a questão da busca da explicação 
dos fatos e fenômenos. Pelo conhecimento, o homem penetra nas diversas áreas da realidade 
para delas tomar posse. 
Santos afi rma que:
Todo o conhecimento implica uma trajetória, uma progressão de um ponto ou estado 
A, designado por ignorância, para um ponto ou estado B, designado por saber. As 
formas de conhecimentodistinguem-se pelo modo como caracterizam os dois pontos 
e a trajetória que conduz de um ao outro. Não há, pois, nem ignorância em geral nem 
saber em geral. (SANTOS, 2002, p. 78)
Usualmente categorizamos o conhecimento em:
Tipos de Conhecimento 
CIENTÍFICO 
POPULAR 
RELIGIOSO 
FILOSÓFICO 
É importante ressaltar, que não existe uma hierarquia de conhecimentos, todos têm igual 
relevância e se complementam. Por isso, foram representados na imagem em círculos 
sobrepostos. Esse pensamento é adotado a partir da crise paradigmática da ciência moderna. 
Nela o conhecimento científi co se constrói em oposição ao senso comum, pois entende que 
este último é superfi cial, ilusório e falso (SANTOS, 2002).
Vamos conhecer cada um deles?
Conhecimento e seus níveis Metodologia do Trabalho Acadêmico | UNISUAM
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T2 Conhecimento Popular ou do Senso Comum
Considere o seguinte exemplo. Você já deve ter ouvido falar que comer manga com leite 
faz mal. Por isso, algumas pessoas evitam saborear um suco maravilhoso com esses dois 
ingredientes, mesmo desconhecendo a causa (motivo ou razão) do fenômeno.
O conhecimento popular ou do senso comum é o modo comum de adquirir conhecimento 
sem que haja reflexão. Nasce da experiência do dia a dia e está ao alcance de todos. Esse 
conhecimento, também chamado de empírico, é obtido ao acaso, a partir da observação 
dos acontecimentos e das relações do mundo material exterior. O homem toma consciência 
das experiências alheias, incorporan do, principalmente pela tradição, o legado das ideias 
transmitidas de geração a geração.
Para Marconi e Lakatos (2003, p. 76):
O conhecimento vulgar ou popular, às vezes denominado senso comum, não se 
distingue do conhecimento científi co nem pela veracidade nem pela natureza do objeto 
conhecido: o que os diferencia é a forma, o modo ou o método e os instrumentos do 
“conhecer”. Saber que determinada planta necessita de uma quantidade “X” de água e 
que, se não a receber de forma “natural”, deve ser irrigada pode ser um conhecimento 
verdadeiro e comprovável, mas, nem por isso, científi co. Para que isso ocorra, é 
necessário ir mais além: conhecer a natureza dos vegetais, sua composição, seu 
ciclo de desenvolvimento e as particularidades que distinguem uma espécie de outra.
empírico
Empírico significa o tipo de conhecimento 
baseado na experiência física e na observação.
Saiba mAIS
Ander-Egg (1978 apud MARCONI; LAKATOS, 2003, p. 77) 
complementa as características predominantes do conhecimento 
popular. Ele é:
• superfi cial, isto é, conforma-se com a aparência, com aquilo 
que se pode comprovar simplesmente estando junto das coisas; 
• expressa-se por frases como “porque o vi”, “porque o senti”, 
“porque o disseram”, “porque todo mundo o diz”;
• sensitivo, ou seja, referente às vivências, estados de ânimo e 
emoções da vida diária;
• subjetivo, pois é o próprio sujeito que organiza suas experiências 
e conhecimentos, tanto os que adquirem por vivência própria 
quanto os “por ouvi dizer”;
• assistemático, pois esta “organização” das experiências não visa 
a uma sistematização das ideias, nem na forma de adquiri-las 
nem na tentativa de validá-las;
• acrítico, pois, verdadeiros ou não, a pretensão de que esses 
conhecimentos o sejam não se manifesta sempre de uma 
forma crítica.
Ao longo da vida utilizamos com frequência o conhecimento de senso 
comum e não nos damos conta. Esse conhecimento se constitui 
através das representações sociais, o que se estabelece do lugar 
de onde falamos. 
Um dos grandes mitos que cercam o senso comum é associá-
lo diretamente às camadas populares, como se fosse delas a 
exclusividade da posse do senso comum. Ao contrário, o senso 
comum, enquanto pensamento estruturante de uma visão de 
mundo, permeia todas as classes sociais, diferenciando-se, 
obviamente, em função do universo cultural que as distinguem.
Conhecimento e seus níveis Metodologia do Trabalho Acadêmico | UNISUAM 
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hipóteses
Hipóteses são construções mentais na busca 
de explicação para determinado problema, é 
como se fosse uma resposta antecipada para o 
problema, eu imagino antes de comprovar pela 
experiência qual seria a explicação.
Saiba mAIS
T3 Conhecimento Filosófico
Você já ter lido ou ouvido falar, nos últimos anos, sobre notícias envolvendo a corrupção no 
Brasil. Você pode promover uma discussão sobre esse assunto, levando em consideração 
dois pontos. Pode discuti-lo a partir do senso comum, reproduzindo ideias, como: nunca o 
Brasil deixará de ser um país corrupto; todos os políticos são corruptos. Ou pode provocar uma 
discussão mais crítica, lendo, debatendo, questionando, por exemplo: O que é corrupção? O 
que é ética? Fazendo isso, você aprofunda o assunto e amplia os pontos de vista. Estamos 
falando, aqui, do conhecimento fi losófi co.
Filosofar é interrogar. A interrogação parte da curiosidade. Essa é inata. Ela é 
constantemente renovada, pois surge quando um fenômeno nos revela alguma coisa 
de um objeto e ao mesmo tempo nos sugere o oculto, o mistério. Esse impulsiona o 
ser humano a buscar o desvelamento do mistério. (CERVO; BERVIAN, 2002, p. 10).
O conhecimento fi losófi co parte da razão. Busca as verdades do mundo por meio da indagação 
e do debate - do fi losofar. Ele é imperceptível aos nossos sentidos. Sua base é a refl exão e 
o questionamento do homem. 
Marconi e Lakatos (2003, p. 78) destacam que o conhecimento fi losófi co não é verifi cável, 
já que suas hipóteses não são confi rmadas e nem refutadas. Entretanto, é composto por 
um conjunto de enunciados, com lógica de organização, que se correlacionam. “Seus 
postulados, assim como suas hipóteses, não são submetidos ao decisivo teste da observação 
(experimentação)”. Dessa forma, caracteriza-se:
Pelo esforço da razão pura para questionar os problemas humanos 
e poder discernir entre o certo e o errado, unicamente recorrendo às 
luzes da própria razão humana. (MARCONI; LAKATOS, 2003, p. 79)
Segundo Ferrari (1974, p. 72), “as hipóteses fi losófi cas baseiam-se na experiência, portanto, 
este conhecimento emerge da experiência e não da experimentação”. Ruiz (2002) reforça 
essa ideia, quando afi rma que o método racional, exige apenas a coerência lógica e não é 
preciso a confi rmação experimental.
Em síntese, o conhecimento fi losófi co está ligado à construção 
de ideias e conceitos. Ele emerge da experiência e também é 
valorativo. Seus enunciados são logicamente correlacionados, 
pois é um conhecimento racional.
Aristótiles
Conhecimento e seus níveis Metodologia do Trabalho Acadêmico | UNISUAM
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Conhecimento Teológico ou Religioso
Leia o texto seguinte:
1 Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, 
sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine.
2 Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e 
toda a ciência; mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, 
se não tiver caridade, não sou nada.
3 Ainda que distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que 
entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada valeria!
4 A caridade é paciente, a caridade é bondosa. Não tem inveja. A caridade não é 
orgulhosa. Não é arrogante.
5 Nem escandalosa. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não 
guarda rancor.
6 Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade.
7 Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
8 A caridade jamais acabará. As profecias desaparecerão, o dom das línguas 
cessará, o dom da ciência fi ndará. (BÍBLIA, Coríntios, cap. 13)
Este trecho é fruto de conhecimento religioso ou teológico. Este tipo de conhecimento é 
adquirido nos livros sagrados e aceito (racionalmente) pelos homens depois de ter passado 
pela crítica histórica mais exigente. A partirdaí, o conteúdo da revelação, comprovado 
pelos sinais que a acompanham, reveste-se de autenticidade, segundo os variados 
critérios das religiões existentes.
Teológico
Teologia é a refl exão sobre os dogmas de 
fé. Esses dogmas são revelações divinas 
que não podem ser descobertas pela 
ciência, pela Filosofia, e tampouco pelo 
conhecimento popular
Saiba mAIS
O conhecimento religioso apoia-se em doutrinas que 
contém posições sagradas (valorativas), por terem 
sido reveladas pelo sobrenatural (inspiracional) e, por 
esse motivo, tais verdades são consideradas infalíveis 
e indiscutíveis. (LAKATOS; MARCONI, 1991, p. 17)
Ruiz (2002, p. 102) destaca que a “doutrina da fé é mais 
perfeita porque é mais semelhante ao conhecimento divino 
que se conhece a si mesmo e em si intui todas as coisas”. 
O autor destaca os passos para o conhecimento teológico/
religioso:
1. Deus existe.
2. Deus tem ciência infi nita.
3. Deus tem poder infi nito e, portanto, tem o poder de se 
comunicar com os homens, fazendo-se participantes de seus 
próprios conhecimentos.
4. Entre as diversas maneiras de se comunicar com os 
homens poderia escolher a revelação direta a cada um, ou 
então, a revelação direta a alguns profetas e hagiógrafos 
que se comunicariam depois com outros homens, falando e 
escrevendo sob inspiração divina.
Conhecimento e seus níveis Metodologia do Trabalho Acadêmico | UNISUAM 
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5. Deus falou de fato aos profetas e, pelos profetas, a todo seu povo e pelo seu Filho Jesus 
Cristo e toda Humanidade.
6. O que Deus falou, ou parte do que Deus falou, está escrito nos textos das escrituras 
sagradas dos antigo e novo testamentos vulgarmente denominados Bíblia.
7. Os textos bíblicos são autênticos, não foram adulterados, e são sufi cientemente claros e 
explícitos para que possamos entender hoje quanto foi escrito a dois, quatro ou mais milênios.
8. Se tudo o que está na Bíblia encerra a própria ciência divina comunicada por Deus aos 
homens; se Deus merece todo crédito e exige que os homens recebam sua palavra e aceitem 
como condição de salvação, é natural que não se procure a evidência dos conteúdos na 
revelação divina, mas que se aceite o dogma “porque assim foi divinamente revelado”. 
(RUIZ, 2002, p. 105)
Desta maneira o conhecimento religioso é uma “verdade incontestável” (ibid.) porque tudo 
é explicado pela fé e pela ação divina.
Santo Tomás de Aquino
- Bernardino Mei Luis Fernando Serna 
Covarrubias
h t t p s : / / s - m e d i a - c a c h e - a k 0 .
p i n i m g . c o m / o r i g i n a l s / a 6 / 8 8 / d 4 /
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porque 
tudo é 
explicado 
pela fé
e pela 
ação 
divina
Conhecimento e seus níveis Metodologia do Trabalho Acadêmico | UNISUAM
11
Quantos tipos diferentes de sujeitos podem estudar 
a cabeça do homem, cada um partindo de um objeto 
diferenciado e construindo um ramo específi co 
do saber? VÁRIOS: o psicólogo, o psiquiatra, o 
neurologista, o psicanalista, o endocrinologista, 
o anatomista, o dermatologista e o esteticista. E, 
com certeza, além desta lista, poderemos citar 
outros. Cada um destes recortes foi feito a partir dos 
conceitos de uma teoria, isto é, a ciência acredita 
que existem hormônios, e por isso existe um tipo 
de estudo que isola este objeto. A ciência também 
acredita que a pele tem uma existência particular 
em relação ao corpo e é, por isso, que existe o 
dermatologista. Um teórico descobriu as emoções e 
seus efeitos e, então, criou-se um objeto de estudo 
específi co para o psicólogo. Depois que Freud 
descobriu o inconsciente, nasceu a psicanálise. 
Na realidade, a cabeça é uma unidade onde todos 
esses recortes, e muitos outros, estão relacionados, 
mas, para facilitar a análise, ela foi partida em 
pedaços menores. Hoje, existem os terapeutas 
humanistas, que tentam ver juntamente a cabeça, 
o corpo e os sentimentos, buscando explicações 
holísticas para os fenômenos humanos.
pare e reflita
T4 Conhecimento Científico
Antes de partirmos para conhecimento científi co, vamos conversar um pouco sobre o que é ciência.
Analisando a literatura sobre o assunto, selecionamos a seguinte defi nição:
A ciência busca, essencialmente, desvendar e compreender a Natureza e seus 
fenômenos, através de métodos sistemáticos e seguros. No entanto, face à 
dinamicidade intrínseca à própria Natureza, seus resultados são sempre provisórios. 
Isto é, esses sistemas explicativos não têm caráter permanente. Inserem-se num 
processo ininterrupto de investigação, o que faz da ciência uma instituição social, 
dinâmica, contínua, cumulativa. Em tal perspectiva, sem pretensões históricas, infere-
se que a ciência infl uencia há séculos a humanidade, criando e alterando convicções, 
modifi cando hábitos, gerando leis, provocando acontecimentos, ampliando de forma 
permanente e contínua as fronteiras do conhecimento (TARGINO, 2006).
O ser humano evoluiu para a busca de respostas através de caminhos que pudessem 
ser comprovados, nos quais pudesse refl etir sobre as experiências e transmitir a seus 
descendentes a necessidade de saber o porquê dos acontecimentos. Isto foi o impulso para 
a evolução do homem e o surgimento da ciência.
Agora que já conhecemos o que é ciência, vamos estudar o que é conhecimento científi co.
Conhecimento e seus níveis Metodologia do Trabalho Acadêmico | UNISUAM 
12
Leia o fragmento a seguir.
Edward Jenner, um médico inglês, observou que um número expressivo de pessoas 
mostrava-se imune à varíola. Todas eram ordenhadoras e tinham se contaminado com 
cowpox, uma doença do gado semelhante à varíola, pela formação de pústulas, mas que 
não causava a morte dos animais. Após uma série de experiências, constatou que estes 
indivíduos mantinham-se refratários à varíola, mesmo quando infectados com o vírus. Em 14 
de maio de 1796, Jenner contagiou James Phipps, um menino de 8 anos, com o pus retirado 
de uma pústula de Sarah Nelmes, uma ordenhadora que sofria de cowpox. O garoto contraiu 
uma infecção extremamente benigna e, dez dias depois, estava recuperado. Meses depois, 
Jenner injetava em Phipps um pus varioloso. O menino não adoeceu. Era a descoberta 
da vacina. A partir de então, Jenner começou a imunizar crianças, com material retirado 
diretamente das pústulas dos animais e passado braço a braço. Em 1798, divulgava sua 
descoberta no trabalho “Um Inquérito sobre as Causas e os Efeitos da Vacina da Varíola”. 
Fonte: <http://www.ccms.saude.gov.br/revolta/pdf/M7.pdf>
Este é um exemplo de conhecimento científi co. Edward Jenner utilizou o conhecimento 
científi co para conseguir, através da pesquisa, a descoberta da vacina. Para explicar um 
conjunto de fenômenos, o médico formulou hipóteses, fundamentadas de algum modo no 
saber adquirido. Testou as hipóteses de forma empírica, isto é, observacional e experimental.
O conhecimento científico parte de uma investigação, objetivando a aquisição de 
conhecimentos para a sistematização de possíveis aplicações em diferentes espaços.
Constitui um conhecimento contingente, pois suas proposições ou hipóteses têm a 
sua veracidade ou falsidade conhecida através da experimentação e não apenas 
da razão como ocorre no conhecimento fi losófi co. É sistemático, já que se trata de 
um saber ordenado. Possui a característica da verifi cabilidade [...] Constitui-se em 
conhecimento falível, em virtude de não ser defi nitivo, absoluto ou fi nal. (LAKATOS; 
MARCONI, 1991, p. 17-18).
O conhecimento científi co vai além do conhecimento empírico. Ao contrário do empírico, 
procura expli car de modo racional aquilo que está sendo observado. Permite compreender 
as causas e as leis que regem o fenômeno observado e procura explicá-lo de forma 
sistematizada e racional. Está preocupado em analisar e sintetizar explicações e soluções 
através de leis e sistemas. Não se contenta com explicações semprovas concretas; seus 
alicerces estão em análises e síntese; em metodologia e racionalidade. É um conhecimento 
apoiado na demonstração e na experimentação. A ciência só aceita o que foi prova do.
Volpato (2010, p. 29) ressalta que o conhecimento científi co deve cumprir alguns requisitos, 
isso signifi ca que deverá seguir um método, que seja aceito pela maior parte dos cientistas. 
Entretanto, destaca que essa é uma questão que pode ser considerada temporal, visto que 
“depende dos conceitos aceitos em um dado momento”. Exemplifi ca com a homeopatia e a 
acupuntura, que foram negadas durante muito tempo e hoje fazem parte do nosso sistema 
público de saúde.
Gil (2006, p. 26) complementa destacando que:
A ciência tem como objetivo fundamental chegar à veracidade dos fatos. Neste 
sentido não se distingue de outras formas de conhecimento. O que torna, porém, o 
conhecimento científi co distinto dos outros é que tem como característica fundamental 
a sua verifi cabilidade1.
1 Signifi ca verifi car a fonte do que é considerado verdadeiro.
Conhecimento e seus níveis Metodologia do Trabalho Acadêmico | UNISUAM
13
Vamos assistir dois vídeos que resumem o que 
estudamos até aqui?
h t t p s : / / w w w . y o u t u b e . c o m /
watch?v=zIrLyxjhY6s 
https://www.youtube.com/watch?v=xED_
Tq5rJZQ
Saiba mAIS
Veja, a seguir, as características do conhecimento científi co.
• Racional: constitui-se de conceitos, juízos e raciocínios, não se valendo de sensações, 
imagens e modelos de conduta. 
• Objetivo: busca alcançar a verdade factual por intermédio dos meios de observação 
e experimentação.
• Factual: parte dos fatos e interfere neles por ações claramente defi nidas e controláveis, 
avaliando tal ação, de modo a não deturpá-los e induzir a um conhecimento falso.
• Transcende- os fatos: vai além dos fatos, demonstrando suas causas e consequências.
• Comunicável: deve estar formulado para que outros investigadores possam verifi car 
seus dados e hipóteses.
• Verifi cável: deve passar pela prova da experiência ou pela demonstração. 
• Metódico: é planejado; os passos para sua (re)produção devem ser organizados 
ordenadamente e inter-relacionados. Fundamenta-se em conhecimento anterior, 
especialmente em hipóteses já confi rmadas, em leis e princípios já constituídos. 
Obedece a um método preestabelecido, que vem determinar, no processo investigativo, 
a aplicação de normas e técnicas em etapas defi nidas com clareza. 
• Falível: não é defi nitivo ou absoluto, ou seja, conhecimento novos revolucionam os 
conhecimentos e teorias anteriores.
• Explicativo: além de buscar saber como são as coisas, procura responder o porquê.
A única diferença do conhecimento científi co para os outros conhecimentos é que ele é 
verifi cável, ou seja, é submetido a comprovações.
Conclusão
O conhecimento é a relação que se estabelece entre o 
sujeito que conhece ou deseja conhecer e o objeto a ser 
conhecido ou que se dá a conhecer. Existem quatro tipos de 
conhecimento: o popular ou do senso comum, que é o modo 
comum de adquirir conhecimento sem que haja reflexão; 
o fi losófi co, que parte da razão, buscando as verdades do 
mundo por meio da indagação e do debate – do fi losofar; o 
religioso ou teológico, que é adquirido nos livros sagrados e 
aceito (racionalmente) pelos homens depois de ter passado 
pela crítica histórica mais exigente; e o científi co, que procura 
explicar de modo racional aquilo que está sendo observado.
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