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Cidades Invisiveis - Cloé - Valdrada - Olivia - Sofrônia

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As cidades e as trocas 
CLOÉ 
Em Cloé, cidade grande, os encontros entre pessoas são rápidos e talvez nunca 
mais voltem a se repetir. Mostra as relações passageiras que se criam nas grandes 
cidades, a fragilidade e solidão que se gera no meio da multidão. A vontade de 
estabelecer contato e de dividir é essencial ao ser humano, mas no meio da multidão 
de uma grande cidade essa necessidade é extinta. Em Cloé os locais de paragem, como 
praças, tendas, despertam nas pessoas a fantasia, mas os encontros acontecem 
somente em sonhos. 
As cidades e os olhos 
VALDRADA 
Em Valdrada, as duas cidades gêmeas, reflexo uma da outra, que refletem tudo 
que acontece. O reflexo parece ser uma metáfora utilizada para contar a diferença 
entre o que existe, e como é visto. A água reflete a cidade, destaca a consciência que 
os habitantes têm de estarem a ser observados e aponta o apropriado valor dos fatos. 
O reflexo no lago denuncia tudo o que é sobrevalorizado, a imagem que surge na água 
mostra a cidade que se esconde por trás das aparências. As cidades gêmeas não são 
iguais, refletem formas distintas de ver a mesma cidade, a primeira se satisfaz com a 
impressão do primeiro olhar e a segunda, espelhada, vê a essência do que acontece na 
cidade. 
As cidades e os símbolos 
OLIVIA 
Em Olívia, somos levados a pensar de que o discurso nem sempre corresponde 
ao elemento que descreve. A narrativa sobre a ostentação da cidade, que é rica, 
também nos fala que o progresso provoca poluição e reduz a qualidade de vida dos 
seus habitantes. O discurso tem dois pontos de vista, um negativo e outro positivo, e 
mesmo quando descrevemos apenas um dos lados, o visitante pode deduzir o outro. 
Mas também, o discurso cria o modo como o indivíduo vê a cidade, apesar de 
sabermos que "nunca se deve confundir a cidade com o discurso que a descreve", é 
impossível falar de Olívia sem fazer esse discurso. 
 
 
As cidades delgadas 
SOFRÔNIA 
Sofrônia é duas meias cidades, uma permanente, feita de materiais nobres, e 
erguida para durar. A outra meia cidade, é apresentada como uma cidade itinerante, 
como um circo ou parque de diversões. Podemos chama-la de uma arquitetura de 
eventos ou feiras que passa a existir com um objetivo temporário. O confronto entre 
as duas meias cidades, coloca pontos relacionados com a fugacidade da arquitetura, 
com a consciência do seu tempo de duração, e estimula a pensar sobre o que se torna 
antiquado na arquitetura. Mas quem é desmontada é a cidade de mármore, enquanto 
que a cidade ‘’fantasia’’ permanece, sem uso.

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