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Alfabetização e letramento Slides de Aula

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Unidade I
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Profa. Eliana Delchiaro
Para começar a reflexão...
Qual a relação entre alfabetização e cidadania?
 Freire (2008, p.150) diz que a alfabetização só tem sentido 
quando é decorrente de uma reflexão do homem sobre 
sua capacidade de refletir no mundo e sobre o mundo. 
Objetivos da disciplina
 Elaborar, executar e avaliar os planos de ação pedagógica.
 Saber articular os resultados das investigações com a prática, 
visando ressignificá-la, assim como desenvolver metodologia 
e materiais pedagógicos adequados às diferentes 
práticas educativas.
 Analisar as recentes contribuições das teorias educacionais 
para a aquisição da língua escrita sob a perspectiva 
do alfabetizar letrando.
Conteúdo da disciplina
 A teoria construtivista: principais contribuições
e possibilidades de trabalho pedagógico. 
 Conceito de alfabetização: história e evolução. 
 Propostas para aquisição da língua escrita.
 Oralidade e comunicação. 
 O ensino da escrita. O trabalho com leitura e escrita. O papel 
do professor na construção da escrita.
 Alfabetização e Letramento e práticas de ensino na Educação 
Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental. 
Perspectiva histórica: as marcas do caminho
 O homem pré-histórico já lia os sinais da natureza e os 
tentava reproduzir em mensagens nas pedras e rochas. 
Isso deu origem aos primeiros pictogramas. Sua principal 
intenção era a de se comunicar. 
Disponível em: <http://vanessa-fase3.arteblog.com.br/134490/Arte-Primitiva>
Perspectiva histórica
 A escrita era usada para narrar fatos cotidianos, enviar cartas 
para outras pessoas, escrever contratos, editar leis, além 
do registro da própria história.
Disponível em: <http://blogdogutemberg.blogspot.com.br/2011/06/as-origens-dos-quadrinhos-1.html>
Perspectiva histórica
 A representação das palavras por desenhos numa certa 
ordem, criando um significado para cada desenho, foi a 
tentativa de representar o mundo por diferentes povos –
os sumérios, os chineses, os egípcios –, que chegaram 
a criar uma escrita com seiscentos pictogramas.
Disponível em: <http://blogdogutemberg.blogspot.com.br/2011/06/as-origens-dos-quadrinhos-1.html>
Perspectiva histórica
 Com o tempo as representações foram perdendo a analogia 
com o objeto que representavam e evoluíram. Assim, os 
sumérios chegaram à escrita cuneiforme, totalmente 
convencional, em que o significante não se assemelha 
à coisa representada.
Lista de deuses feita pelos sumérios a partir da escrita 
cuneiforme no século 24 a.C.
Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Suméria>
Perspectiva histórica
 Os sumérios conseguiram evoluir para o mesmo estágio que 
temos hoje na escrita da nossa língua: eles criaram a 
fonetização (o uso de signos representativos de uma 
palavra para representar outra palavra).
 Portanto, eles já tinham percebido que a fonetização fazia 
crescer a possibilidade de representação do mundo em volta 
deles, ou seja, com o uso de signos representativos de 
palavras no intuito de representar outras, inclusive ideias 
abstratas. Exemplos: o banco (de sentar) e o banco 
(de guardar dinheiro).
Perspectiva histórica
“O homem percorreu um caminho: do desenho das cavernas, 
passou pela sofisticação da combinação de gestos e sinais 
de pictogramas, até desenvolver os símbolos arbitrários, 
totalmente convencionais, que passaram de geração 
em geração como herança cultural.” 
(CÓCCO; HAILLER, 1996, p.17)
A criança, ao desenhar, escreve e representa o mundo
 A criança percorre, no seu desenvolvimento, dentro de seu 
ambiente cultural, o mesmo caminho percorrido pela 
humanidade na organização do conhecimento:
“O ser humano partiu do pictórico e construiu uma simbologia 
(alfabeto); de maneira similar a criança inicia a representação 
do mundo por meio do gesto e do desenho e chega ao símbolo 
e às regras sistemáticas reconstruindo o código linguístico
usado em sua comunidade.” 
(CÓCCO; HAILLER, 1996, p.19)
Será assim tão simples uma mera 
transcrição da fala para a escrita?
“A alfabetização é um longo processo circunscrito entre duas 
vertentes indissociáveis: a aquisição do sistema de escrita 
e a sua efetiva possibilidade de uso no contexto social. Mais 
do que conhecer as letras, as regras ortográficas, sintáticas ou 
gramaticais, o ensino da língua escrita requer a assimilação das 
práticas sociais de uso, contribuindo assim para a conquista 
de um novo status na sociedade.” 
(SOARES, 2008). 
Má interpretação das teorias
 Atualmente, não temos mais dúvidas de como escrever, 
apesar de sabermos que toda língua é viva e sofre 
modificações com o tempo. Nos últimos anos, as discussões 
sobre o conhecimento das crianças têm se multiplicado. 
 As críticas da sociedade em relação ao que é ensinado na 
alfabetização das crianças estão presentes, principalmente 
quando muitos jovens não conseguem se expressar por meio 
de um texto escrito ou entender uma escrita quando leem.
Ler e escrever – ser cidadão
Vamos entender o que isso significou e significa politicamente?
Alfabetização – letramento e cidadania
“A alfabetização é uma prática ideológica cujo valor e 
importância depende diretamente dos usos e funções 
atribuídas no contexto social.”
(SOARES, 2008, p.58)
Interatividade
O homem pré-histórico já lia os sinais da natureza e os 
interpretava, assim como tentava reproduzir mensagens 
nas pedras e rochas. Isso deu origem aos primeiros pictogramas 
com intenção de se comunicar. Esta colocação relaciona-se 
com o seguinte fato:
a) A criança percorre, no seu desenvolvimento, dentro de 
seu ambiente cultural, o mesmo caminho percorrido pela 
humanidade na organização dos símbolos, da linguagem 
e do conhecimento.
b) As crianças pré-históricas já tinham capacidade de desenhar, 
embora a escrita ainda não tivesse sido inventada.
c) O homem pré-histórico tinha a mesma capacidade linguística
das crianças de quatro anos.
d) A escrita é um processo natural na vida da criança.
e) A comunicação é uma necessidade do ser humano.
Atenção aos questionamentos
O que é uma pessoa alfabetizada?
Quando podemos dizer que uma pessoa está alfabetizada?
Quais seriam as melhores práticas escolares
para a alfabetização?
Alfabetizar é...
 Aprender a ler e a escrever significa adquirir uma tecnologia: 
a de codificar em língua escrita (escrever) e de 
decodificar a língua escrita (ler). 
 Porém, somente adquirir não é o suficiente, é necessário 
se apropriar dela, o que significa fazer uso das práticas 
sociais de leitura e de escrita, articulando-as ou 
dissociando-as das práticas de interação oral, 
dependendo de cada situação vivida. 
Em outras palavras...
 Não basta uma criança saber ler as palavras, ela precisa 
entender o contexto na qual elas estão escritas. Isso quer 
dizer que não basta uma criança ser alfabetizada, ela 
precisa se tornar letrada, precisa saber dar significado 
àquela palavra que lê.
Como se faz isso? Essa sempre foi a preocupação 
dos educadores?
Letramento
 Letramento: capacidade de fazer uso adequado da leitura 
e da escrita socialmente utilizadas, conjugando-as com
as práticas orais.
 A escola precisa considerar a língua como um processo 
de interação entre os sujeitos construtores de sentidos 
e significados. 
 Entender que os sentidos e significados se constituem 
segundo as relações que cada um mantém com a língua, 
com o tema sobre o qual fala ou escreve, ouve ou vê,
com seus conhecimentos prévios, atitudes e conceitos, 
segundo a situação específica em que interagem e o 
contexto social em que ocorre a tal comunicação.Leitura e escrita
 Conforme a declaração da Unesco, de 1958 (apud RIBEIRO, 
2006), uma pessoa sabe ler e escrever quando consegue 
ler ou escrever compreensivamente um pequeno 
texto relacionado à sua vida diária. 
 Tempos depois, a Unesco adotou outra definição, mais 
funcional: uma pessoa sabe ler e escrever quando o sabe 
o suficiente para inserir-se em seu meio e quando seu 
desempenho envolve tarefas de leitura, escrita e cálculo.
Por que se deu essa mudança conceitual?
O que muda nos conceitos entre diferentes países
“Enquanto em países como Estados Unidos e França o 
letramento é tratado de forma mais independente dos conceitos 
de alfabetização (aquisição e apropriação do sistema de escrita 
alfabética), no Brasil os conceitos de alfabetização e letramento 
se mesclam, se superpõem, frequentemente se confundem” 
SOARES, 2004).
 É importante compreender como se tornaram enraizados, 
misturados e, muitas vezes, confusos os conceitos 
de alfabetização e letramento.
Para Soares (2004)
Devemos compreender por que ocorreram esses movimentos:
 desinvenção da alfabetização;
 reinvenção da alfabetização;
 invenção do letramento.
Quais seriam suas causas? E as consequências para o aprendiz?
Velhos métodos
“Para quem acompanha o trabalho realizado nas salas de 
aula da grande maioria das escolas públicas brasileiras 
sabe que ainda continuamos a utilizar os velhos métodos 
ou, quando os professores se propõem a novas práticas 
de leituras de texto, verifica-se que há pouca atividade de 
produção de textos, sempre recaindo na apresentação das 
‘famílias silábicas’ ou no treino das ‘relações fonema-grafema’”.
(MORAIS, 2012) 
Velhos métodos
 Para entendermos o que acontece no processo de 
alfabetização nas escolas é necessário ter clareza 
dos pressupostos teóricos e propostas didáticas 
que caracterizam os diferentes métodos.
 Muito mais relevante do que a simples adoção de um método 
ou outro para alfabetizar são as concepções de aprendizagem, 
de sujeito a ser formado e de educação que estão implícitos 
em cada um deles, porque por trás de cada método existe 
uma teoria que o sustenta.
Velhos métodos ainda presentes
Os métodos tradicionais de alfabetização são utilizados 
desde o século XVIII e têm como embasamento teórico 
a visão associacionista empirista da aprendizagem 
(MORAIS, 2012). São eles: 
 Analíticos  a palavração, a sentenciação e o método
global. Eles conduzem o aluno a, no final, trabalhar com
as unidades menores.
 Sintéticos  os alfabéticos, os silábicos e os fônicos.
Todos têm como princípio que o aluno deve partir das 
unidades menores, ou seja, das letras, sílabas e fonemas,
e a aprendizagem é gradativa e cumulativa. 
O que os métodos tradicionais têm em comum
 Os textos repetitivos e descontextualizados da realidade 
do aluno. 
 Grande ênfase no domínio do código escrito. 
 Atividades pautadas na cópia e na memorização.
 Considera o aluno como uma tábula rasa.
 A aprendizagem era considerada como simples acúmulo de 
informações e o objeto de conhecimento.
 Caracterizam a escrita com um mero código de transcrição
da língua oral.
O que se espera hoje
 Pesquisa e estudo, fundamentação para que os educadores 
possam não só contestar as distorções encontradas na prática, 
que aos poucos vem sendo superadas, mas também construir 
um trabalho sob a perspectiva do alfabetizar letrando, 
no sentido de tornar a aprendizagem prazerosa para o 
alfabetizando e desafiadora para o professor ensinar.
Alfabetização e letramento – processos indissociáveis
 A alfabetização é um longo processo circunscrito entre duas 
vertentes indissociáveis: a aquisição do sistema de escrita 
e a sua efetiva possibilidade de uso no contexto social.
“Mais do que conhecer as letras, as regras ortográficas, 
sintáticas ou gramaticais, o ensino da língua escrita requer 
a assimilação das práticas sociais de uso, contribuindo 
assim para a conquista de um novo status na sociedade”
(SOARES, 2008). 
Alfabetização e letramento – processos indissociáveis
 Cabe-nos enquanto educadores buscar metodologias 
adequadas para alfabetizar letrando, pois o significado de 
aprender a escrever, nas palavras de Emilia Ferreiro (1979),
“a escrita é importante na escola, porque é importante 
fora dela e não o contrário”. 
Interatividade
Escolha a alternativa correta, considerando os pressupostos 
da alfabetização hoje:
a) Podemos considerar alfabetizados aqueles que sabem o 
suficiente para assinar o nome e tomar ônibus.
b) O desenvolvimento da competência de ler e escrever é 
um longo processo que vai além do domínio do 
sistema da escrita.
c) A atividade de sondagem tem por objetivo a atribuição de 
notas aos alfabetizandos.
d) Alfabetizado é o sujeito que sabe codificar e decodificar.
e) A alfabetização começa antes de a criança entrar na escola.
Um olhar para a alfabetização
 Alguns pesquisadores e estudiosos ajudaram a compreender 
não só como a criança pensa, mas como o seu pensamento 
se desenvolve com a aprendizagem da leitura e da escrita.
Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/85531>.
Contribuições indispensáveis
Alguns pesquisadores e estudiosos ajudaram a compreender 
como a criança pensa, e essa contribuição nos faz pensar em 
intervenções pedagógicas e no processo como um todo. 
Veremos alguns representantes:
 Jean Piaget;
 Lev Vygotsky;
 Emilia Ferreiro.
Jean Piaget
 Piaget estudou biologia, psicologia, filosofia, áreas que lhe 
deram o suporte necessário para a formulação de sua teoria: 
a epistemologia genética.
Disponível em: 
<http://en.wikipedia.org/wiki/Jean_Piaget>
Formulou uma teoria: o conhecimento 
evolui progressivamente por meio de 
estruturas de raciocínio que substituem 
umas às outras, estágios – quando uma 
criança passa de um estágio menor de 
conhecimento para um estágio maior 
de conhecimento, ou seja, quando ela 
avança no conhecimento.
Jean Piaget
Para buscar respostas, propôs uma perspectiva construtivista:
 o sujeito aprende por meio da ação. Tudo gira em torno 
da equilibração, aspecto-chave de sua teoria;
 assimilação = (aceitar a novidade); acomodação = 
(transformar a informação em conhecimento);
Assimilação e acomodação
Equilíbrio
Síntese do pensamento piagetiano
 A preocupação de Jean Piaget foi em tentar explicar como 
a criança pensava e interagia com o mundo e com as
pessoas para adquirir conhecimento.
 Ele definiu que o conhecimento é construído a partir 
da interação do sujeito com o objeto de aprendizagem.
 Ele ensinou a observar a maneira como a criança adquire
o conhecimento para que fosse possível entender o 
conhecimento humano. 
 Seus estudos em psicologia do desenvolvimento e 
epistemologia genética tinham o objetivo de entender
como o conhecimento evolui.
Telma Weisz e Ana Sanches
 As autoras reafirmam a contribuição de Piaget para a 
mudança de concepção e de olhar sobre a aprendizagem, 
existentes até a sua época. 
 Até o início do século XX, acreditava-se que as crianças
eram miniadultos e que somente depois de crescidas 
chegariam ao nível dos adultos, que eram considerados 
superiores mentalmente.
 Acreditava-se também que seus processos cognitivos 
eram iguais aos do adulto, mas em proporção menor 
por serem pequenas.
Lev S. Vygotsky
 Rússia, 1896, literatura.
 Professor. 
 Áreas de interesse: literatura, pedagogia e psicologia.
Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/Vygotsky>
Suas pesquisas apontaram para o papel 
da linguagem e da aprendizagem no 
desenvolvimento do indivíduo, cujo 
pensamento se constrói emum ambiente 
histórico-cultural.
Lev S. Vygotsky
 Investigou o desenvolvimento das capacidades intelectuais 
superiores do homem e identificou a linguagem como o 
principal fator do crescimento. 
 Definia a linguagem como um conjunto de símbolos que 
mantinha seu caráter histórico e social.
Lev S. Vygotsky
 A criança recebe informações socialmente construídas 
(experiências passadas) e transforma as situações do 
presente, ou adquire consciência.
 Concepção de escola.
 O sustentáculo da concepção de Vygotsky está no conceito 
de mediação, que é o processo de intervenção de um 
elemento intermediário em uma relação, que passa de direta 
(sujeito x objeto) para indireta (sujeito x mediador x objeto).
Relação adulto e criança
 Não envolve só professor e aluno.
 Não há domínio de um sobre o outro, pois as informações 
circulam nesse meio relacional.
 A socialização, troca de significados aprendidos e 
transformados, dialoga construindo saberes e dizeres.
 A simpatia, a subjetividade e a oposição geradas pelos 
conflitos se transformam em relações que mudam o 
paradigma da situação: professor-aluno.
Ainda sobre Vygotsky 
 Ele enfatizava o papel da formação escolar, quando a criança, 
segundo ele, recebe informações que foram socialmente 
construídas (experiências pessoais no contexto social) 
e transforma as situações do presente, ou adquire 
consciência a respeito da situação do presente.
 Seu ideal era que, se uma transformação social pode 
conseguir alterar o funcionamento cognitivo, ela pode 
reduzir o preconceito e os conflitos sociais. Os processos 
psicológicos são de natureza social e, portanto, precisam
ser analisados e trabalhados por meio de ações 
socialmente elaboradas.
Vygotsky e a socialização
 Defendida por Marta Koll de Oliveira (1993), a relação adulto 
x criança não é binária, não envolve somente aluno-professor. 
Também não existe domínio de um sobre o outro, pois muitas 
“coisas” (informações) circulam nesse espaço relacional. 
 A socialização, que é a troca de significados aprendidos 
e transformados, dialoga construindo saberes e dizeres. 
 A intersubjetividade, a simpatia e a oposição gerada pelos 
conflitos se transformam em relações que mudam o 
paradigma da situação professor-aluno.
Aprendizagem
 Um conhecimento só se solidifica quando resulta em um 
instrumento de pensamento. A criança avança na aquisição 
de conceitos quando domina o abstrato e combina-o com
um pensamento mais complexo. 
 Com o passar do tempo, os conceitos tornam-se concretos 
e somam-se às habilidades adquiridas socialmente. 
 Para ele, método é algo para ser praticado, e não aplicado 
como o fim que justifica os meios. Ou seja, não é ferramenta 
no alcance de resultados. Ferramenta e resultados se 
integram, ou se misturam e se somam, na aprendizagem.
A “zona de desenvolvimento proximal”
 Vygotsky elaborou o conceito de “zona de desenvolvimento 
proximal” (distância entre o nível real – solução independente 
de problema – e o nível de desenvolvimento potencial –
determinado por meio da solução de problema com a 
intervenção de alguém com mais experiência). 
Sua problemática era: quando o ser humano deixa de ser 
apenas biológico para se tornar sócio-histórico?
Criança real
 Hoje se fala muito em propostas pedagógicas que sejam 
capazes de entender a criança como ser integral, global. 
 Assim, não se pode negar que ambos trazem contribuições 
para a criança biopsicossocial, ou seja, a criança real.
Interatividade
Sobre Piaget, é correto afirmar:
a) Sua preocupação era com a postura do professor 
alfabetizador, que sempre interferia nas hipóteses
das crianças analfabetas.
b) Sua preocupação era entender os conhecimentos
prévios da criança.
c) Sua preocupação foi explicar como a criança
pensava e interagia com o mundo e com as
pessoas para adquirir conhecimentos.
d) Preocupava-se em estudar o comportamento
animal para entender a teoria evolucionista.
e) Preocupava-se em compreender como funciona
o código linguístico.
Emilia Ferreiro
 Desenvolveu teses sobre as hipóteses do pensamento da 
criança a respeito da linguagem escrita. 
 Não propõe um método, mas esclarece que o que faz com que 
a criança reconstrua o código linguístico não é o cumprimento 
de tarefas repetitivas ou o fato de conhecer as letras e os 
símbolos, mas sim a compreensão de como funciona o 
sistema notacional.
Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/
alfabetizacao-inicial/momento-atual-423395.shtml>
Emilia Ferreiro
 É psicóloga e pesquisadora. Nasceu na Argentina em 1942, 
e é radicada no México.
 Fez seu doutorado na Universidade de Genebra e recebeu 
orientação de Jean Piaget, seu grande mestre.
 Professora na Universidade de Buenos Aires, em 1974 
começou os trabalhos que mais tarde deram origem 
à sua tese: psicogênese da língua escrita, grande marco 
na transformação do conceito de aprendizagem da 
escrita pela criança.
Teoria da psicogênese da escrita
 A divulgação da teoria da psicogênese da escrita a partir 
da década de 1980 trouxe uma mudança significativa na 
alfabetização, revisando princípios, tais como o entendimento 
da escrita como um sistema notacional e o seu aprendizado 
como um processo evolutivo. 
“No Brasil, a teoria da psicogênese da língua escrita foi bastante 
divulgada, muitas vezes pelo rótulo de construtivismo, sendo 
que, inclusive, fundamentam teoricamente os Parâmetros 
Curriculares Nacionais (PCN) de Língua Portuguesa, 
instituídos em 1996” 
(MORAIS, 2012).
Emilia Ferreiro
 Tornou-se modelo no ensino brasileiro.
BRASIL
Antes e depois de Emília Ferreiro.
 Os processos de construção e aprendizagem das crianças 
levaram a conclusões que abalaram os métodos tradicionais 
de ensino da leitura e da escrita.
 É inegável o reconhecimento da teoria da psicogênese 
da escrita, ou teoria da psicogênese, uma vez que, entre 
outros avanços, conseguiu desbancar os velhos 
métodos tradicionais. 
Emilia Ferreiro
 As obras de Ferreiro (1985) causaram uma revolução 
na maneira de alfabetizar, demonstrando a evolução da 
psicogênese da escrita infantil, ou seja, ela construiu um 
pensamento para ajudar na interpretação da evolução 
da escrita infantil. 
 Tal pensamento não é uma metodologia, como muitos 
acreditaram, e sim um olhar para o erro construtivo da criança, 
que começa a entender que uma porção de marcas no papel 
é chamada no mundo adulto de escrita e que isso é parte 
de um código: “língua escrita”. 
SEA
 Com relação ao alfabeto, seguiremos as orientações da
teoria da psicogênese que concebe o alfabeto como um 
sistema notacional e nunca um código, conforme 
lembra Morais (2012). 
 Assim como o autor, ao nos referirmos ao alfabeto, este 
será tratado como SEA de forma abreviada, ou seja, Sistema de 
Escrita Alfabética, ou ainda de “sistema de notação alfabética”, 
sistema alfabético ou escrita alfabética, sem diferenças.
Para Morais (2012)
 O autor faz uma observação importante quanto ao não uso
do termo construtivismo à teoria da psicogênese da escrita. 
 Isto porque, no senso comum ou jargão pedagógico, o 
construtivismo se tornou uma palavra onde cabe tudo. 
 O autor também nos alerta que os estudiosos, pesquisadores 
e educadores que praticam alfabetização com um viés 
construtivista dizem não existir um consenso de 
como alfabetizar melhor. 
Para Morais (2012)
A teoria da psicogênese da escrita nos esclarece dois pontos 
fundamentais que devem ser levados em consideração para 
que a criança, jovem ou adulto alfabetizando aprenda a
partir do conceito notacional: 
a) é precisoreconhecer que, para qualquer desses 
alfabetizandos, essa não é uma tarefa fácil, pois as 
regras de funcionamento ou as propriedades não 
estão dadas ou prontas na sua cabeça;
b) que o processo de internalização das regras e convenções 
do alfabeto não é algo rápido que se dá por acumulação 
de informações.
Para Morais (2012)
 Para compreender todo o sistema notacional, o aprendiz 
precisa entender o que as letras notam ou representam
e como as letras criam essas representações. 
 As respostas para essas dúvidas variam por etapa ou fase, 
dependendo de qual momento o aprendiz se encontra. 
 O fato é que para Ferreiro (1979), no processo evolutivo será 
preciso entender dois aspectos do sistema alfabético, um 
de natureza conceitual e outro convencional, que criam um 
conjunto de propriedades para que o aprendiz reconstrua 
e compreenda o sistema alfabético.
São cinco os níveis 
conceituais linguísticos
 Nível 1: pré-silábico: fase pictórica, gráfica primitiva
e pré-silábica.
 Nível 2: intermediário I.
 Nível 3: silábico.
 Nível 4: intermediário II ou silábico-alfabético.
 Nível 5: alfabético.
Nível 1: pré-silábico
Fase pictórica: é o registro feito pela criança com garatujas.
 Inicia-se aos dois anos de idade.
 Fase gráfica primitiva: a criança mistura símbolos, 
pseudoletras com letras e números com letras em 
seus desenhos.
Fonte: 
http://professoratat
ianealmeida.blogs
pot.com.br/2013/06
/alfabetizacao-e-
letramento.html
Nível 1: pré-silábico
Fase primitiva: a criança começa a diferenciar as letras dos 
números, os desenhos dos símbolos e reconhece o papel 
da letra na escrita. Sabe que as letras servem para escrever, 
mas não sabe como ocorre, ainda. Não associa o fonema 
com o grafema.
 A criança acredita que a ordem das letras e das vogais não
tem importância.
Fonte: 
http://professoratatianeal
meida.blogspot.com.br/2
013/06/alfabetizacao-e-
letramento.html
Nível 2: intermediário I
 Fase de conflitos, em que a criança não tem resposta para 
questionamentos e diz que “não sabe escrever”.
 Apresenta e usa valores sonoros convencionais, diz que o 
seu nome começa com determinada letra e a conhece 
pelo som, mas não sabe onde fica na palavra.
Fonte: 
http://professoramaria.c
om.br/blog/?m=201710
Nível 3: silábico
 Conta os “pedaços sonoros” (sílabas) e os associa com 
um símbolo (letra). 
 Aceita palavras monossílabas, palavras com uma ou duas 
letras com certa hesitação. 
 Escreve uma frase utilizando uma letra para cada palavra.
Fonte: 
http://professorama
ria.com.br/blog/?m=
201710
Nível 4: intermediário II
ou silábico-alfabético
 É mais um momento de conflito entre uma fase e outra, em 
que a criança precisa desconsiderar o nível silábico para 
pensar segundo o nível alfabético. 
 Nessa fase o professor deve instigar a criança no sentido de 
reflexão sobre o sistema linguístico pela observação da 
escrita alfabética.
 Quando a criança chega nessa fase já reconstrói o sistema 
linguístico e compreende como ele funciona; consegue 
ler e expressar seus pensamentos e falas. 
 Forma sílabas e palavras juntando as letras e consegue 
distinguir letra, sílaba, palavra e frase.
Nível 5: alfabético
Fonte: http://professoramaria.com.br/blog/?m=201710
Importância da reflexão
 A alfabetização exige conhecimento, habilidade e 
competência para dar condições à criança de construir seus 
conhecimentos. O professor não pode fazer a transmissão do 
alfabeto, da junção de letras e palavras. Ele deve preocupar-se 
com a função da escrita, possibilitando o uso da linguagem 
escrita pela criança. 
 Não podemos ignorar o papel do professor em ser o 
mediador e o organizador da ação educativa, da construção 
e reconstrução dos conhecimentos de seus alunos 
em sala de aula.
Importância da reflexão
 As teorias pedagógicas, as investigações e as pesquisas 
científicas dão suporte ao professor no planejamento e 
na atuação em sala de aula quando o ajudam a conhecer 
as crianças, como pensam e suas hipóteses na tentativa 
de resolver seus conflitos. 
 Com esse conhecimento o professor realiza sondagens, 
propõe intervenções e ajuda a criança a refletir sobre o
sistema notacional, entendendo suas convenções. Isso
não acontece naturalmente, o alfabetizando precisa da 
mediação do professor. 
Interatividade 
Como o professor alfabetizador pode intervir na reconstrução 
da escrita da criança?
a) Partindo de dois eixos básicos de trabalho: textual e 
análise linguística.
b) Corrigindo prontamente todas as hipóteses de escrita
da criança.
c) Fornecendo cópias para que a criança treine os seus acertos.
d) Usando a técnica do ditado para que a criança escreva as 
palavras ditas pelo professor. 
e) Simplesmente acompanhando a escrita, sem
nenhuma intervenção.
Não podemos esquecer!
“A leitura do mundo precede a leitura da palavra.”
(Paulo Freire)
Disponível em: <http://www.onordeste.com/onordeste/enciclopediaNordeste/
index.php?Titulo=Paulo+Freire&ltr=p&id_perso=265>
ATÉ A PRÓXIMA!

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