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CICATRIZAÇÃO - Tec. Operatória

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CICATRIZAÇÃO
Fases da cicatrização de feridas: 
- inflamação, proliferação e maturação.
- úlcera de pressão, escara ou exsudato fibrinoso fase inflamatória.
- tecido de granulação fase proliferativa
- margem de contração ou de avanço fase maturacional.
- Todas as 3 fases podem ocorrer simultaneamente, e podem se sobrepor.
Hemostasia (3-5 min) e Fase inflamatória (3-4 d):
- Durante reação imediata do tecido a lesão, ocorrem hemostasia e inflamação.
- Representa a tentativa de limitar o dano mediante parada do sangramento, selamento da superfície da ferida e remoção de qualquer tecido necrótico, resíduos estranhos ou bacterias.
- Caracteriza-se por maior permeabilidade vascular, migração de células para a ferida por quimiotaxia, secreção de citocinas e fatores de crescimento na ferida e ativação das células migrantes.
- Hemostasia: precede a inflamação e tem inicia pela exposição do subendotelio dos vasos lesados, de forma que o colágeno ative a agregação plaquetaria e a via intrínseca da cascata de coagulação.
- Contato das proteínas plasmáticas com a matriz extracelular, ativa a cascata de coagulação que provoca polimerização da protrombina em trombina e a formação de rede de fibrina (coagulo), que auxilia na agregação plaquetaria.
Plaqueta + fibrina trombo
Trombo + contração do vaso lesado interrupção do sangramento (hemostasia).
- Plaquetas são as primeiras células a entrar na ferida e liberam citocinas, que estimulam a proliferação e a chegada de outras células.
- Quando estabelece-se a hemostasia, fatores de crescimento locais fazem vasodilatação, aumento da permeabilidade capilar e extravasamento de conteúdo plasmático eritema e edema.
- Migração celular para a ferida (fase inflamatória): neutrófilos, macrófagos e linfócitos.
- Neutrófilos: 1ª células a entrar na ferida (pico de infiltração ocorre nas primeiras 24h).
Funções: amplificam resposta inflamatória; auxiliam no controle da infecção por meio da fagocitose de bact. e produção de subst. Bactericidas e auxiliam no debridamento dos tecidos desvitalizados por meio da produção de elastases e colagenases.
- Macrófagos: reparo tecidual, libera fatores de crescimento, essenciais a iniciação do TC neoformado. 
Fase proliferativa (2-3 d):
- Reparo da ferida por meio da angiogenese, fibroplasia e epitelializaçao. 
- Caracteriza-se pela formação de tecido de granulação, que consiste em um leito capilar, fibroblastos, macrófagos e um frouxo arranjo de colageno, fibronectina e acido hialuronico.
- Deposição de matriz extracelular/formação de tec de granulação: quando fibroblastos chegam ao ferimento, começam a depositar matriz formada por fibronectina. 5 dias após a lesão, a matriz provisória já estará povoada por tec vascular em proliferação, fibroblastos e cel inflamatórias tecido de granulação.
- Contração da ferida: após 2 semanas, tec de granulação já esta formado e ocorre redução da ferida. 
- Reepitelizaçao: zona marginal uniforme com tecido mais delicado, nas bordas do ferimento, correspondendo ao novo epitélio, que se prolifera e avança em direção ao centro da ferida.
Maturação e Remodelamento: 
- Uma vez que a ferida encontra-se epitelizada, o colageno produzido durante a fase de deposição de matriz extracelular continua se remodelando. Nos casos em que houve formação de cicatriz visível, diz-se que corresponde a fase de amadurecimento, em que o fenômeno se da por processo dinâmico e continuo de produção e degradação de colageno.
- Na remodelação, população de fibrosblastos diminui e a densa rede capilar regride. Resistencia da ferida aumenta rapidamente.
Tipos de cicatrização:
1ª intenção: 
- bordas da lesão com coaptadas logo após o seu surgimento, ex por meio de sutura.
- Produção de colageno pelos fibroblastos gera uma cicatriz resistente, e a sua posterior remodelação por meio de metaloproteinases geralmente culmina com uma cicatriz de linhas finas.
- é o tipo de cicatrização que ocorre quando as bordas são apostas ou aproximadas, havendo perda mínima de tecido, ausência de infecção e mínimo edema. A formação de tecido de granulação não é visível. Exemplo: ferimento suturado cirurgicamente
2ª intenção:
- Quando a ferida é deixada fechar-se sem coaptaçao das bordas.
- cicatriz se da por contração e deposição de colageno.
- neste tipo de cicatrização ocorre perda excessiva de tecido com a presença ou não de infecção. A aproximação primária das bordas não é possível. As feridas são deixadas abertas e se fecharão por meio de contração e epitelização
3ª intenção:
- Quando uma lesão é deixada aberta e após um período de tratamento é suturada.
- Ocorre debridamento (por fagocitose e intervenção cirúrgica), após 3 a 4d inicia neoangiogenese, momento em que pode-se suturar.
- designa a aproximação das margens da ferida (pele e subcutâneo) após o tratamento aberto inicial. Isto ocorre principalmente quando há presença de infecção na ferida, que deve ser tratada primeiramente, para então ser suturada posteriormente.
Classificação das feridas:
Agente causal:
Incisas ou cirúrgicas:
- produzidas por um instrumento cortante.
Contusas:
- produzidas por objeto rombo e caracterizadas por traumatismo das partes moles, hemorragia e edema.
Lacerantes:
- ferimentos com margens irregulares e com mais de um ângulo. 
- O mecanismo da lesão é por tração: rasgo ou arrancamento tecidual. 
- Um exemplo clássico é a mordedura de cão.
Perfurantes:
- caracterizadas por pequenas aberturas na pele. 
- Há um predomínio da profundidade sobre o comprimento. 
- Exemplos: bala ou ponta de faca.
Grau de contaminação:
Limpas:
- são as que não apresentam sinais de infecção e em que não são atingidos os tratos respiratório, digestivo, genital ou urinário. 
- Probabilidade de infecção é baixa, em torno de 1 a 5 %. 
- Exemplo: feridas produzidas em ambiente cirúrgico.
Limpa-contaminada:
- são os ferimentos que apresentam contaminação grosseira, em acidente doméstico por exemplo ou em situações cirúrgicas em que houve contato com os tratos respiratório, digestivo, urinário e genital, porém em situações controladas.
- O risco de infecção é cerca de 10%.
Contaminada:
- são consideradas contaminadas as feridas acidentais, com mais de seis horas de trauma ou que tiveram contato com terra e fezes, por exemplo. 
- No ambiente cirúrgico são consideradas contaminadas as em que a técnica asséptica não foi devidamente respeitada. 
- Os níveis de infecção podem atingir 20 a 30% (cirurgia dos cólons).
Infectadas:
- são aquelas que apresentam sinais nítidos de infecção.
Comprometimento tecidual:
Estagio I:
- comprometimento da epiderme apenas, sem perda tecidual.
Estagio II:
- ocorre perda tecidual e comprometimento da epiderme, derme ou ambas.
Estagio III:
- há comprometimento total da pele e necrose de tecido subcutâneo, entretanto não atinge a fáscia muscular.
Estagio IV:
- há extensa destruição de tecido, chegando a ocorrer lesão óssea ou muscular ou necrose tissular.
Fatores que influenciam a cicatrização:
Fatores locais:
Vascularização das bordas da ferida:
- boa irrigação das bordas da ferida é essencial para a cicatrização, pois permite aporte adequado de nutrientes e O2.
- Entretanto, a boa vascularização depende das condições gerais e co-morbidades do paciente, bem como do tratamento dado a esta ferida.
Grau de contaminação da ferida:
- uma incisão cirúrgica realizada com boa técnica e em condições de assepsia tem melhor condição de cicatrização do que um ferimento traumático ocorrido fora do ambiente hospitalar. 
- O cuidado mais elementar e eficiente é a limpeza mecânica, remoção de corpos estranhos, detritos e tecidos desvitalizados.
Tratamento das feridas:
- assepsia e antissepsia, técnica cirúrgica correta (diérese, hemostasia e síntese), escolha de fio cirúrgico (que cause mínima reação tecidual), cuidados pós-operatórios adequados (curativos e retirada dos pontos), são alguns dos aspectos importantes a serem observados em relação ao tratamento das feridas.
Fatores gerais:
Infecção:- provavelmente a causa mais comum de atraso na cicatrização. 
- Se a contagem bacteriana na ferida exceder 105 microorganismos/g de tecido ou se qualquer estreptococo B-hemolítico estiver presente, a ferida não cicatriza por qualquer meio, como suturas primárias, enxertos ou retalhos.
Idade:
- quanto mais idoso o paciente menos flexíveis são os tecidos. Há uma diminuição progressiva de colágeno.
Hiperatividade do paciente:
- hiperatividade dificulta a aproximação das bordas da ferida. O repouso favorece a cicatrização.
Oxigenação e perfusão dos tecidos: 
- doenças que alteram o fluxo sanguíneo normal podem afetar a distribuição dos nutrientes das células, assim como a dos componentes do sistema imune do corpo. 
- Essas condições afetam a capacidade do organismo de transportar células de defesa e antibióticos, o que dificulta o processo de cicatrização. 
- O fumo reduz a hemoglobina funcional e leva à disfunção pulmonar, o que reduz o aporte de oxigênio para as células e dificulta a cura da ferida.
- Ferida infectada tem fase inflamatória prolongada, impedindo reepitelizaçao, contração e deposição de colágenos.
Nutrição: 
- uma deficiência nutricional pode dificultar a cicatrização, pois deprime o sistema imune e diminui a qualidade e a síntese de tecido de reparação. 
- As carências de proteínas e de vitamina C são as mais importantes, pois afetam diretamente a síntese de colágeno. A vitamina A contrabalança os efeitos dos corticóides que inibem a contração da ferida e a proliferação de fibroblastos. A vitamina B aumenta o número de fibroblastos. A vitamina D facilita a absorção de cálcio e a E é um cofator na síntese do colágeno, melhora a resistência da cicatriz e destrói radicais livres. O zinco é um cofator de mais de 200 metaloenzimas envolvidas no crescimento celular e na síntese protéica, sendo, portanto, indispensável para a reparação dos tecidos.
- Hipoalbuminemia gera redução do processo de angiogenese e proliferação de fibroblastos, reduzindo a síntese e remodelação do colageno.
Diabetes:
- prejudica a cicatrização de ferida em todos os estágios do processo. 
- O paciente diabético com neuropatia associada e aterosclerose é propenso à isquemia tecidual, ao traumatismo repetitivo e à infecção.
- Hiperglicemia crônica é responsável por alt no mec cicatricial. Tec de granulação é pobre em macrófagos, com menor crescimento de fibroblastos, menos deposição de matriz e alt da angiogenese.
Medicamentos:
- Os corticosteróides, os quimioterápicos e os radioterápicos podem reduzir a cicatrização de feridas, pois interferem na resposta imunológica normal à lesão. Eles interferem na síntese proteica ou divisão celular agindo diretamente na produção de colágeno. Além do mais, aumentam a atividade da colagenase, tornando a cicatriz mais frágil.
Estado imunológico:
- nas doenças imunossupressoras, a fase inflamatória está comprometida pela redução de leucócitos, com consequente retardo da fagocitose e da lise de restos celulares. 
- Pela ausência de monócitos a formação de fibroblastos é deficitária.
Retirada dos pontos:
- De modo geral a retirada dos pontos deve ser feita entre o 6º e 7º dias de pós-operatório, para suturas simples com pontos separados. 
- Nas incisões que seguem as linhas de força da pele e os pontos foram dados sem tensão, os pontos podem ser retirados mais precocemente, em torno do 4º dia de pós-operatório. 
- Em suturas intradérmicas contínuas com fios não absorvíveis, os pontos devem permanecer por até 12 dias.
- Em condições adversas (infecção, desnutrição, neoplasias, diabetes, déficits de vitaminas e oligoelementos, etc) os pontos devem ser removidos mais tardiamente, isto é, entre o 10º e 12º dias de pós operatório.

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