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Conceito de Ferida

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Conceito de Ferida
Ferida é qualquer interrupção na continuidade da pele, que afeta sua integridade. Também é definida como uma deformidade ou lesão que pode ser superficial ou profunda, fechada ou aberta, simples ou complexa, aguda ou crônica.
As feridas são superficiais quando limitadas à epiderme, derme e hipoderme, e profundas, quando outras estruturas são atingidas (fáscias, músculos, aponeuroses, articulações, cartilagens, tendões, ligamentos, ossos, vasos e órgãos cavitários).
Nos ferimentos fechados, a continuidade da pele e dos tecidos não é violada ou danificada e eles podem ser tanto superficiais quanto profundos. Nas feridas abertas, ocorre a descontinuidade e o rompimento da barreira de proteção da pele, acentuando os riscos de infecção.
As feridas simples evoluem rapidamente para a cicatrização.
As complexas têm evolução lenta e progressiva, tendendo para a cronicidade. Podem estar contaminadas, colonizadas ou infectadas, quando mostram evidências de processo infeccioso, com tecidos desvitalizados, exsudação e odor característico.
Causas das Feridas
As agudas são causadas por fatores externos ao organismo humano, como as lesões acidentais, que ocorrem por traumas físicos, químicos ou biológicos e, ainda, aquelas que são produzidas por incisão cirúrgica. 
As crônicas são produzidas por fatores internos, como doenças vasculares e metabólicas, infecções e neoplasias. As úlceras por pressão são resultantes de longa permanência sobre proeminências ósseas.
Quando se pensa em feridas a maioria das pessoas têm conhecimentos rasos, acreditando que basta utilizar uma simples gaze com soro fisiológico e aguardar a cicatrização. No entanto, o tratamento deste tipo de complicação pode ser muito mais específico e demandar uma atenção especial para cada caso.
Existem diversos fatores que diferem uma ferida de outra, por exemplo, a causa da lesão, grau de contaminação, tempo de traumatismo e profundidade. Deste modo, é necessário tomar os cuidados corretos para que se obtenha êxito no tratamento e cura efetiva de cada tipo de ferida.
Antes de mais nada, vamos definir o conceito desta palavra. É considerada como ferida ou lesão, toda modificação na estrutura normal no segmento da derme, epiderme e tecido subcutâneo, ou seja da pele, podendo esta ser crônica ou aguda.
As feridas agudas são feridas recentes. Encontradas nas camadas mais próximas à superfície, normalmente causadas por fatores externos, como traumas físicos, químicos ou biológicos, e até mesmo as produzidas por cirurgias, que se não tratadas corretamente podem evoluir para crônicas.
As crônicas, por sua vez, são feridas em que o tempo de cicatrização é maior que o esperado, havendo atraso no restabelecimento normal do tecido. Em geral, são provenientes de fatores internos, como infecções, doenças metabólicas, vasculares ou por falta dos cuidados corretos, o que ocasiona exposição a organismos externos que resultam na complicação da cicatrização.
Os fatores que causam uma ferida também implicam na sua classificação. Eles são divididos em algumas características: traumáticas, cirúrgicas e patológicas.
Feridas traumáticas podem ser causadas por :
Corte ou Incisão: Originada por algum objeto cortante, como lâmina, faca, bisturi, entre outros. Sendo que as feridas incisas possuem a mesma profundidade de uma extremidade a outra e as feridas cortantes possuem a parte mediana mais profunda
Laceração: Esmagamento do tecido, causada por excesso de pressão.
Escoriação: Lesão na superfície da pele, retirada do tecido cutâneo (superfície da primeira camada da pele, a epiderme).
Perfuração : Se dá quando a ferida é causada por uma perfuração de um ou vários tecidos. Exemplo: arma de fogo.
Contusa: Feridas produzidas por objetos que causam choque ou trauma nos tecidos resultando em lesões como equimoses, fraturas e luxações.
E ainda as produzidas por agentes externos: Sendo queimaduras, úlceras por pressão, por agentes químicos e físicos como o frio, calor ou radiação, entre outras.
Feridas cirúrgicas:
Ocasionadas de forma premeditada, com objetivo de algum tratamento específico, sendo de forma asséptica, ou seja, livre de contaminação.
Feridas patológicas:
Onde os fatores sistêmicos, como a nutrição, deficiências proteicas e doenças pré-existentes influenciam no desenvolvimento da lesão. Como o pé diabético, por exemplo.
Já os graus de contaminação podem variar em:
Limpa: Produzidas em ambiente cirúrgico, esterilizado e sem o risco de contato com microrganismos. Cirurgias simples, superficiais, sem a abertura de órgãos ou cavidades.
Limpa-contaminada: Possui a probabilidade de serem contaminadas. Cirurgias que envolvem cavidades, traumas por acidentes ou feridas abertas em um tempo inferior a seis horas até o atendimento.
Contaminada: Reação inflamatória. Teve contato com matérias contaminadas como terra, fezes, etc. Feridas que ficaram expostas a mais de seis horas após o ato que resultou a ferida.
Infectada: Sinais nítidos de infecção como dor, vermelhidão, edema, temperatura alterada, destruição de tecidos, presença de pus. Exemplo, feridas que não se cicatrizam, feridas crônicas, úlceras etc.
Tipos de feridas:
Quanto à profundidade:
Feridas superficiais: quando atingem apenas as camadas mais superficiais da pele (epiderme e derme superficial ou intermediária);
Feridas profundas: quando atingem níveis mais profundos da pele (derme profunda, tecido adiposo, fáscias, tendões, músculos, ossos, cartilagens, ligamentos).
Quanto à complexidade:
Feridas simples: são feridas que, em geral, se mostram superficiais e livres de sinais de infecção / contaminação / colonização por microorganismos, demandando cuidados com curativos e supervisão menos frequentes por parte de profissionais da saúde (médicos, enfermeiros etc) e tendendo a evolução benigna (isto é, à cicatrização espontânea);
Feridas complexas: são feridas que, em geral, acometem planos mais profundos ou maior número de tipos diferentes de tecidos (não apenas derme e epiderme, mas também ossos, cartilagens, tecido adiposo, fáscias musculares, tendões, ligamentos, vasos sanguíneos, tecido nervoso etc.), muitas vezes infectadas ou com grande risco de se tornarem infectas, com tendência a evolução desfavorável (isto é, perda progressiva de tecidos por necrose ou infecção, com possibilidade de amputação de segmentos, ou mesmo, em casos mais severos, de efeitos sistêmicos com risco de dano permanente ou óbito do indivíduo acometido pela ferida) e a grande prejuízo orgânico por parte do indivíduo acometido;
Quanto ao formato e agente causador de ferida traumática:
Ferida puntiforme: formato punctual e de bordas ligeiramente irregulares, geralmente causada por instrumento perfurante de pequena área de secção transversal (como espinhos, pregos, agulhas etc.);
Ferida incisa: formato linear e de bordas geralmente regulares, geralmente causado por lâminas (faca, lâmina de barbear etc.);
Ferida cortocontusa: formato irregular, geralmente com diversos segmentos ulcerados, perdas de tecidos e de bordas de segmentos de ferida irregulares e possibilidade de se observar áreas de equimoses e hematomas adjacentes às áreas de ulcerações, normalmente causado por objetos que produzem lesões simultaneamente por corte e impacto (machado, foice, aresta de um tijolo etc.);
Ferida perfurocontusa: formato quase regular, geralmente com bordas de ferida ligeiramente irregulares (a depender do tipo de elemento causador da lesão) e possibilidade de se observar áreas de equimoses e hematomas adjacentes às áreas de ulcerações, normalmente causado por objetos que penetram a pele mediante impacto (como um projetil de arma-de-fogo);
Ferida perfuroincisa: formato habitualmente regular, geralmente com bordas de ferida regulares (também a depender do tipo de elemento causador da lesão), normalmente causado por objetos que penetram a pele com pouco impacto mas com bom potencial de divulsão de tecidos (como uma lâmina comprida, por exemplo).
Quanto ao formato e agente causadorde ferida não traumática:
Ferida causada por queimadura: formato irregular dependente da área de pele exposta à radiação ionizante, fonte de calor, abrasão ou produto químico causador da queimadura. Não é esperado que haja ferida se queimadura é classificada como de primeiro grau (apenas "avermelhamento" local na área de pele afetada). Já em queimaduras de segundo (formação de bolhas que se ulceram e formam feridas geralmente superficiais), terceiro (necrose de porções intermediárias e profundas de derme e / ou de tecido adiposo) ou quarto graus (necrose de tecidos profundos como ossos, cartilagens e músculos) há formação imediata de alguma lesão ulcerada;
Ferida causada por geladura: formato irregular dependente da área de pele exposta ao frio. Mais frequente em extremidades corpóreas. Pode assumir as mesmas características iniciais de queimaduras (apenas "avermelhamento" local na área de pele afetada, como ocorreria em queimaduras de primeiro grau; formação de bolhas que se ulceram e formam feridas geralmente superficiais, como ocorreria em queimaduras de segundo grau; necrose de porções intermediárias e profundas de derme e / ou de tecido adiposo e outros tecidos mais profundos, como ocorreria em queimaduras de terceiro ou de quarto graus). Muitas vezes são reversíveis em estágios iniciais, contudo, a demora em iniciar-se algum tratamento pode implicar lesão irreversível com perda de tecidos corpóreos;
Ferida causada por fatores endógenos: formatos diversos, a depender da patologia causadora das lesões. Variam de "rachaduras" em determinadas áreas de pele até lesões evolutivas que surgem como pequenos pontos avermelhados ou escurecidos e se desenvolvem em feridas de dificílima cicatrização. Algumas patologias que podem evoliur para feridas, com origem endógena: pênfigo, vasculites de etiologias diversas, psoríase, xeroderma pigmentosa etc.
Classificação das feridas:
De acordo com a maneira como foram produzidas (cirúrgicas, contusas, laceradas, perfurantes);
De acordo com o grau de contaminação (limpas, limpas contaminadas, contaminadas, infectadas);
De acordo com o comprometimento tecidual (estágio I, II, III e IV);
De acordo com o tempo de evolução: agudas e crônicas;

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