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Direito Civil – 2º Semestre (Aula IV) Dos Bens Bens divisíveis e indivisíveis Bens divisíveis Conforme determina o art. 87 do Código Civil, são todos os bens que podem ser fracionados, sem prejuízo da sua essência, utilidade ou deterioração econômica. Bens indivisíveis - Bens indivisíveis por natureza: Bens indivisíveis por natureza são os bens que não podem ser fracionados sem que ocorra a alteração na sua substância, diminuição considerável do seu valor econômico ou prejuízo do fim a que se destinam; - Bens indivisíveis por determinação legal: A indivisibilidade, nessa hipótese, é jurídica e não de fato. São bens que a lei não admite divisão, como por exemplo, a hipoteca, a herança; OBS.: Herança é o patrimônio antes da homologação da partilha. Após a partilha entre os herdeiros, denomina-se patrimônio e podem se tornar divisíveis, conforme o caso. - Bens indivisíveis por vontade das partes: São os bens transformados em indivisíveis por convenção das partes. Nesse caso, a indivisibilidade é convencional. Bens singulares e coletivos Bens singulares Art. 89. Código Civil “São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, independentemente dos demais.”, ou seja, é caracterizado como bem singular aquele que é unitário; um único bem. Podem dividir-se entre bens singulares simples e bens singulares compostos, conforme correntes conservadoras ou conforme consta na lei e na maioria das doutrinas. - Correntes conservadoras: As correntes conservadoras entendem como bem singular simples, o bem considerado como um único bem (uma coisa única), sem qualquer parte distinta. Bens singulares compostos seriam bens também únicos (no sentido de uma coisa só), porém que contenha partes distintas, como por exemplo, uma caneta com tampa, sendo a tampa uma parte distinta do bem; - Segundo a lei e a maioria das doutrinas: Consideram-se como bens singulares simples para a maioria das correntes, bens que são de criação natural (árvore, animal, etc.). Bens singulares compostos, aqueles que são criados artificialmente (carro, computador, etc.). Bens coletivos Bens coletivos são os resultantes da união de diferentes objetos, em um só todo, sem que desapareça a condição particular de cada um. E podem ser: - Bens coletivos de universalidade de fato: “Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária”; - Bens coletivos de universalidade de direito: “Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico.”, como por exemplo, o patrimônio de uma empresa que consiste na pluralidade de bens singulares, mas que possuem um valor econômico. OBS.: Enunciado 288 do Conselho da Justiça Federal (CJF): Orientação acerca dos artigos 90 e 91 do Código Civil: “A pertinência subjetiva não constitui requisito imprescindível para a configuração das universalidades de fato e de direito.”, ou seja, para a configuração das universalidades, não é requisito que os bens sejam do mesmo proprietário, porém deverá haver um vínculo entre as partes. Bens principais e acessórios Bens principais Todo aquele bem que existe por si só, abstrata (através de contratos) ou concretamente (fisicamente). Bens acessórios Todo aquele bem que só existe acompanhado de um bem principal, ou seja, um complemento/acessório de um bem principal. (Ex.: um aparelho de som para automóveis). Em regra, os bens acessórios devem seguir os bens principais na sua venda. Porém em alguns casos, os bens acessórios apenas computarão aos principais havendo contrato, na falta deste, segue-se o costume da região. São bens acessórios: - As benfeitorias necessárias, úteis ou voluptuárias: Melhorias realizadas no bem principal; - As pertenças: Bens que não constituem as partes integrantes, mas que se destinam, de modo duradouro, ao serviço ou ao aformoseamento de outro (Art. 93 do Código Civil). “Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso.”, ou seja, a venda do bem principal, não obriga a venda das pertenças, salvo nas circunstâncias especificadas no artigo supracitado.
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