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Apostila SAE- parte 1[1].pdf

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Universidade de Brasília 
Faculdade de Ceilândia 
Curso de Enfermagem 
 
 
A ENFERMAGEM E A 
SISTEMATIZAÇÃO DA 
ASSISTÊNCIA 
Cuidar: um conceito central para a enfermagem, porque diz respeito a um aspecto 
fundamental da prática profissional. Em alguns sentidos o autor do cuidado e o usuário 
do cuidado se confundem. A pessoa que cuida é, ao mesmo tempo, o agente e o 
receptor do cuidado em outros sentidos o agente e o receptor do cuidado se diferenciam 
A sistematização da assistência de Enfermagem organiza o trabalho profissional 
quanto ao método, pessoal e instrumentos, tornando possível a operacionalização do 
Processo de enfermagem 
Evolução histórica do Planejamento da 
 Assistência de Enfermagem 
• Florence Nightingale diferencia as ações da enfermeira das atividades do 
médico 
• Surgimento de estudos de caso percursores dos planos de cuidado- Student's 
Handbook on Nursing Case Studies, em 1929, por Deborah Maclurg 
Jensen 
• 1937- Henderson - Plano de Cuidado Individualizado. 
• 1939-Princípios e Prática de Enfermagem, de Berta Harmer, em 1939, cujo 
capítulo 4 foi dedicado ao tópico e um plano escrito foi apresentado . 
• 1948-Enfermagem para o Futuro, a equipe de enfermagem foi descrita e os 
planos de cuidados foram discutidos em encontros locais, estaduais e 
nacionais 
Outros artigos Teixeira (1958); Fernandes (1959) e McGregor (1959) abordam a 
questão das atribuições do enfermeiro e propõem a inclusão da elaboração do plano de 
cuidados como uma atividade a ser desenvolvida por esse profissional. (DALRI 2009). 
No Brasil em 1934- a utilização de estudos de caso no ensino foi descrita por Zaira 
Cintra Vidal , em uma publicação intitulada O caso de estudo, na revista Annaes de 
Enfermagem. Compreensão da história, sintomas subjetivos e objetivos, exames, 
diagnóstico social e médico, tratamentos médico e de enfermagem, complicações e alta. Em 
1948- Estudos contendo a história da doença, evolução da moléstia e tratamento médico e 
cuidados de enfermagem.No ano de 1950- tradução de um artigo de Behnken & Merril 
(1949) na Revista Brasileira de Enfermagem (1950)- cuidados de enf. após lobotomia. Em 
1958 Lambertsen publicou uma pequena obra intitulada Equipe de Enfermagem, 
Organização e Funcionamento, a qual apresentava toda a filosofia do plano de cuidados e 
que foi amplamente divulgada, influenciando os líderes de enfermagem brasileiros.No 
ano de 1966- Bittencourt, Santos e Marques,publicam na REBEn artigo contendo a 
definição de plano de cuidados suas características seu conteúdo e sua aplicabilidade. E em 
1970- essa metodologia invadiu as escolas de enfermagem, tendo por base a Contribuição 
para uma Teoria de Enfermagem, de Wanda de Aguiar Horta 
Para Garcia e Nóbrega(2000) o processo de enfermagem é o instrumento metodológico 
que nos possibilita identificar, compreender, descrever, explicar e/ou predizer como nossa 
clientela responde aos problemas de saúde ou aos processos vitais, e determinar quais 
aspectos dessas respostas exigem uma intervenção profissional.É um instrumento 
tecnológico de que lançamos mão: favorecer o cuidado; organizar as condições necessárias 
à realização do cuidado e documentar a prática profissional . (GARCIA; NÓBREGA, 
(2000); GARCIA TR; ANTUNES, MJM(2008); GAIDZINSKI E COLS(2008); 
JESUS(2009)) 
Evolução histórica do processo de enfermagem 
Três gerações de Processo de enfermagem 
� Problemas e processos (1950 a 1970) 
• Descrito em quatro fases (avaliação inicial, planejamento, 
intervenção e avaliação), foi marcada pela ênfase na identificação de 
problemas dos pacientes. 
• Ênfase na identificação de problemas dos pacientes 
• Organizar o pensamento, no sentido de que os problemas dos 
pacientes fossem identificados e solucionados pelos enfermeiros. 
• Decisões baseadas nos diagnósticos médicos 
• Intensificação das discussões “precisava-se compreender os 
problemas de enfermagem” 
• Inclusão da fase do Diagnóstico - raciocínio clínico, pois o 
estabelecimento de um diagnóstico requeria que os problemas 
identificados fossem interpretados em conjuntos (GARCIA TR; 
ANTUNES,( 2008)MJM(2008);PESUT; HERMAN, (1999)). 
Desde a década de 50, encontra-se referência na literatura sobre o termo diagnóstico 
de enfermagem, utilizado pela primeira vez por Vera Fry (KELLY, 1985). Como uma fase 
do processo de enfermagem, o diagnóstico foi introduzido na década de 70 por Bloch 
(1970), Roy (1975), Mundger e Jauron (1975), e Aspinall (1976), o que segundo IYER et 
al. (1986), resultou num processo de enfermagem constituído por cinco fases. Diferentes 
terminologias são utilizadas para designar a fase de diagnóstico, como: problemas de 
enfermagem; problemas do paciente; necessidades do paciente e diagnóstico de 
enfermagem (MAcFARLAND & MAcFARLENE, (1989,DALRI(2009)). 
Em 1955 – Lydia Hall formalmente afirmou: “a enfermagem é um processo e 
que a enfermeira atua com o paciente, para o paciente” 
No ínício dos anos 1960 – Ida Jean Orlando introduz a expressão PROCESSO 
DE ENFERMAGEM na literatura- comportamento do paciente; a reação do enfermeiro; 
e as ações da enfermagem que são destinadas ao benefício do paciente. 
Em 1967 – Helen Yura e Mary Walsh publicam livro-texto sobre o PROCESSO DE 
ENFERMAGEM, descrevendo-o em quatro fases (histórico, planejamento, implementação 
e avaliação) e reforçando a importância das habilidades técnicas, intelectuais e 
interpessoais na prática profissionalJohnson, em 1967, reforçou a importância da coleta 
sistemática, com análise rigorosa dos dados .O foco primário era a doença o que dava a 
impressão de um “esqueleto sem roupa( Gordon, 2002).” 
Segunda Fase -Diagnóstico e Raciocínio: 1970-1990 
� Ênfase começou a ser dada aos processos de pensamento para lidar 
com as informações dos pacientes e para tomar decisões clínicas 
� Vantagens 
� Estrutura o conteúdo e o processo do pensamento 
� Provê estrutura para o ensino aprendizagem 
� Desvantagens 
� Não valoriza o pensamento criativo 
� Transforma-se em rotina 
� Vários processos de pensamento que não são refletidos 
Os modelos ou sistemas conceituais e as teorias de enfermagem, que estão sendo 
desenvolvidos desde os anos 1950, fornecem a “roupagem” que faltava ao Processo de 
enfermagem e modificaram sua orientação: a ênfase dos problemas e diagnósticos para 
os resultados dos cuidados de enfermagem. 
� Terceira Fase: Especificação e teste de resultados (1990 ...) 
� Novo modelo de processo de enfermagem (The OPT Model –The Outcome-
Present State-Test Model) 
� Esse modelo é uma forma de representação que acomoda melhor do que as 
representações clássicas o caráter dinâmico, a participação do cliente, e os 
processos de pensamento do processo de enfermagem, tendo como foco os 
resultados.Novas formas de raciocínio na enfermagem, e isso faz com que o 
próprio processo de enfermagem sofra transformações 
Alfaro (2005) compreende o processo de enfermagem como um método sistemático e 
organizado de prestar cuidados de enfermagem individualizados enfocando as respostas 
humanas, de uma pessoa ou grupos, a problemas de saúde atuais ou potenciais. Como essa 
autora, outros teóricos como Rines & Montag (1976), Field (1987) e Doenges & 
Moorhouse (1991) compreendem o processo de enfermagem como uma abordagem de 
solução de problemas( DALRI,2009). 
Para Kenney (1990), o processo de enf. é uma atividade deliberada, lógica e racional, 
através da qual a prática de enfermagem é desempenhada sistematicamente. A autora 
propõe cinco componentes interrelacionados para o seu desenvolvimento: coleta de dados, 
diagnóstico, planejamento, implementação e avaliação. 
Em meados dos anos 80, autores como Alfaro (2005), Kenney (1990), Doenges & 
Moorhouse (1991), Iyer et al. (1993),entre outros, apresentam a implementação dessa 
metodologia, utilizando na fase de diagnóstico a taxionomia de diagnósticos proposta pela 
NANDA( DALRI,2009). 
Sistemas de Classificação 
Sistemas de classificação ou taxonomias são conhecimentos estruturados em que os 
elementos ou conceitos substantivos de uma disciplina ou de especialidades de uma 
disciplina são organizados em grupos ou classes, com base em suas similaridades 
(BLEGEN E TRIPP-REIMER, 1997). 
Histórico dos Sistemas de Classificação 
A classificação dos 21 problemas de Faye Abdellah, considerados como problemas 
terapêuticos descreve os objetivos terapêuticos da Enfermagem e seu desenvolvimento, e 
teve como focos principais às necessidades do cliente (terapêutica das necessidades) e os 
problemas de enfermagem (terapêutica de problemas), que eram os modelos vigentes na 
década de 1950 (Gordon, 1994). 
A lista das 14 necessidades humanas básicas de Virginia Henderson que 
compreende os componentes ou funções da Enfermagem, e tem como objetivo “descrever 
os cuidados de que qualquer pessoa necessita, independente do diagnóstico e do 
tratamento prescrito pelo médico” (Henderson, 1969). Essa classificação teve como 
suporte teórico à abordagem funcional das necessidades. Ela não representa os problemas 
de saúde do cliente, mas as áreas nas quais os problemas podem ocorrer, e aplicam-se a 
qualquer ambiente, podendo tanto servir de guia na promoção da saúde, como na prestação 
de cuidados de enfermagem ao paciente. 
Os componentes incluídos nessas três tentativas de classificação dos elementos da 
prática descrevem áreas de problemas e, desta forma, os três exemplos podem ser 
considerados como classificações conceituais a partir das quais, utilizando-se a 
abordagem dedutiva, podem ser classificados entidades ou fenômenos empíricos. 
Nome do 
Grupo 
Foco Observações 
North American 
Nursing Diagnoses 
Association – NANDA 
Diagnóstico Finalidade de identificar, nomear, 
validar e classificar tratados pelos 
enfermeiros(NANDA, 2002) 
Nursing 
Intervention Classification 
– NIC; 
Intervenção Finalidade de identificar, nomear, 
validar e classificar ações(Bulechek e 
McCloskey, 200). 
Nursing Outcomes 
Classification – NOC 
Resultado Finalidade de identificar, nomear, 
validar e classificar resultados do 
pacientes sensíveis(Johnson, Maas e 
Morhead, 2000) 
Classificação de 
Omaha – Community 
Health System 
Diagnósticos, 
Intervenções e Resultados 
Organizar, identificar e denominar 
o que é de interesse da Enfermagem na 
prática e compreende três esquemas de 
classificação: Esquema de Classificação de 
Problemas, Esquema de Intervenções e a 
Escala de Resultados (Martin e Scheet, 
1992). 
Periperative 
Nursing Data Set(PNDS) 
Diagnósticos, 
Intervenções e Resultados 
Desenvolver, refinar e validar um 
vocabulário relacionado ao perioperatório 
dos pacientes(Beyea, 2000) 
Classificação dos 
Cuidados Domiciliares de 
Saúde – Home Health Care 
Classification – HHCC 
Diagnósticos, 
Intervenções e Resultados 
Para codificação e categorização 
dos cuidados domiciliares de saúde 
prestados aos pacientes(SABA) 
 
Classificação 
Internacional da Prática de 
Enfermagem - CIPE 
Diagnósticos, 
Intervenções e Resultados 
Abarca as contribuições da 
enfermagem a saúde e oferece uma 
estrutura onde é possível cruzar as 
classificações e os vocabulários 
 
SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO DE 
DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM DA 
NANDA 
Iniciou em 1973, quando a primeira conferência para classificação de diagnósticos 
de enfermagem foi realizada nos Estados Unidos.Objetivo: Iniciar um diálogo entre 
enfermeiras docentes e assistenciais sobre a possibilidade de padronização de uma 
nomenclatura que pudesse descrever as situações ou condições que eram diagnosticadas e 
tratadas na prática profissional de Enfermagem. 
Em 1982, a NANDA (North American Nursing Diagnosis Association) foi 
formalmente constituída e, nesse mesmo ano, foram apresentados os resultados do trabalho 
de construção do sistema conceitual - uma taxonomia que refletia os Padrões do Ser 
Humano Unitário, denominação essa que evoluiu, em 1984, para os nove Padrões de 
Respostas Humanas:Trocar, Comunicar, Relacionar, Valorizar, Escolher, Mover, 
Perceber, Conhecer e Sentir. 
Essa Taxonomia “oferece às enfermeiras novo conhecimento de definições, 
características definidoras, fatores relacionados e fatores de risco para cada diagnóstico, 
o que proporciona o uso de uma linguagem que pode ser compartilhada por toda a 
comunidade de enfermagem” (Carlson-Catalano, 1993). 
� Razões para a mudança da Taxonomia I para Taxonomia II 
� Transformação em uma estrutura multiaxial; 
� Desenvolver uma linguagem clinicamente expressiva para 
os diagnósticos de enfermagem; 
� Desenvolver uma estrutura mais eficiente para inclusão 
em bases de dados informatizadas. 
� Atualmente se caracteriza por ser multiaxial e por 
organizar, a partir de 13 domínios e 46 classes, os 93 
cconceitos diagnósticos e os 155 diagnósticos de 
enfermagem aprovados até o momento 
Sistema de Classificação de Intervenções de Enfermagem-NIC 
Iniciou em 1987 da Universidade de Iowa,EUA Nomeia e descreve intervenções 
que os profissionais de enfermagem executam na prática clínica em resposta a um 
diagnóstico de enfermagem que foi estabelecido. Nessa classificação a intervenção de 
enfermagem é definida como sendo qualquer procedimento ou tratamento de cuidado 
direto, baseado no julgamento clínico e no conhecimento que a enfermeira executa em 
benefício de um cliente, objetivando alcançar os resultados esperados, que incluem 
aspectos psicossociais e fisiológicos (BULECHEK E MCCLOSKEY, 1992). 
Vantagens: 
� Documentação clínica; 
� Comunicação acerca do cuidado realizado, quer entre profissionais, quer 
entre os diversos setores que o cliente percorre durante a atenção à saúde; 
� Agregação de informações em pesquisas e em bases de dados relacionados; 
� Avaliar a produtividade em termos da relação custo-benefício da intervenção 
de enfermagem; 
� Inclusão nos currículos de formação de profissionais de enfermagem. 
 
 
Classificação de resultados de enfermagem (NOC) 
Os resultados do paciente servem como o critério com base no qual é julgado o 
sucesso de uma intervenção de enfermagem. Um resultado é definido como “ um estado, 
comportamento ou percepção de um indivíduo, família ou comunidade, medido ao longo 
de um continuum, em resposta a uma intervenção(ções) de enfermagem” (MOORHEAD, 
JOHNSON E MAAS, 2004, P. XIX). Essa classificação representa uma lista de 190 
resultados, com definições, indicadores e escala de mensuração utilizados tanto para 
pacientes individuais como para os elementos de uma família Os seus autores afirmam que 
é preciso lembrar que esse é um processo em desenvolvimento, o que significa que a lista 
atual de resultados não inclui todos os resultados que possam ser importantes para a 
Enfermagem. 
A linguagem usada nessa classificação reflete a linguagem usada pelas enfermeiras 
na literatura da Enfermagem. Ela provê uma estrutura de trabalho para avaliar a prática de 
enfermagem, tanto na área clínica, como na pesquisa (JOHNSON E MAAS, 1997). 
Considerações Finais 
Os diagnósticos correspondem à decisão sobre quais são as necessidades de 
atendimento da pessoa sob cuidados de enfermagem. Já as intervenções correspondem à 
decisão sobre quais são as melhores intervenções para atender àquelas necessidades; e os 
resultados correspondem à decisão sobre quais são os resultados que se deseja obter com 
as intervenções ou quais são os resultados que foram obtidos com as intervenções 
selecionadas e realizadas.Diagnósticos,intervenções e resultados são os elementos de que 
tratam o movimento de classificações na enfermagem. 
Processo e classificações de enfermagem são instrumentos importantes para a 
disciplina, mas não se atribuem a eles expectativas que só podem ser atendidas pelo 
genuíno e simultâneo exercício de saberes empírico, ético, pessoal e estético (Chin; 
Kramer, 2003). Esses saberes envolvem contínua reflexão sobre questões como: Eu sei o 
que estou fazendo? Eu faço o que eu sei que devo fazer? O que é isso? Como isso 
funciona? Isso é certo? Isso é responsável? O que isso significa? Quão significativo isso é? 
(CHIN; KRAMER, 2003). 
 
PROCESSO DE ENFERMAGEM 
O processo de enfermagem – que consiste em cinco etapas inter-relacionadas 
,Investigação, Diagnóstico, Planejamento, Implementação e Avaliação – é uma forma 
sistemática e dinâmica de prestar os cuidados de enfermagem. 
 
 
1. INVESTIGAÇÃO 
 Processo deliberado, sistemático e contínuo, realizado através de métodos e técnicas 
variadas, que tem por finalidade a obtenção de informações sobre o cliente e sobre suas 
respostas a uma situação específica 
2. DIAGNÓSTICO 
Julgamento e deliberação acerca das respostas do cliente (indivíduo, família ou 
comunidade) a processos vitais ou a problemas de saúde, sejam reais ou potenciais. 
3. PLANEJAMENTO 
Determinação de como ajudar o cliente a resolver problemas relacionados à 
restauração, manutenção ou promoção da saúde.São realizadas 4 etapas: Determinação 
de prioridades imediatas, Estabelecimento de resultados esperados (metas), 
Determinação das intervenções e Registro ou individualização do plano de cuidados. 
4.IMPLEMENTAÇÃO 
A realização do plano de cuidado pelo cliente e enfermeira, e a observação das 
respostas iniciais. Pensar sobre o plano e refletir sobre o que você está fazendo:Investigar a 
situação atual da pessoa antes de agir. Realizar as intervenções e reinvestigar para 
determinar as respostas iniciais.Comunicar e registrar. 
5. AVALIAÇÃO 
Processo sistemático e contínuo de comparação das respostas do cliente com as metas e 
objetivos estabelecidos, para determinar se o plano funcionou e para fazer as mudanças 
necessárias. 
 
 
 
� Exemplo 
– Investigação: O Sr. Martin tem 80 anos e mora sozinho. Deseja ser 
independente e manter a casa muito limpa. Hoje, entretanto, ele está 
resfriado e fraco, e diz sentir-se muito cansado. A não ser por isso sua saúde 
está igual. 
– Diagnóstico: Você analisa os dados da Investigação e percebe que a fadiga 
coloca o Sr. Martin em risco para quedas. Você reconhece de que seu desejo 
de independência constitui um ponto forte, embora você saiba que pode 
constituir uma fraqueza, uma vez que o paciente pode não pedir ajuda. Você 
conversa com Mr. Martin e diz a ele que gostaria que ele obtivesse uma 
ajuda extra enquanto estivesse doente, uma vez que está preocupada com o 
fato de a fraqueza vir a colocá-lo em risco para quedas simples, que podem 
causar lesões sérias. 
– Planejamento: Junto com Mr. Martin, você concorda quanto ao seguinte 
resultado: O Sr. Martin estará livre de lesões, com redução de fatores de 
risco para quedas. Você, então, elabora um plano para prevenir quedas (p. 
ex., os móveis são retirados do caminho, ocorrendo mudanças ainda para 
facilitar que o paciente tenha onde apoiar-se, se desequilibrado; você 
acentua a importância de uma nutrição e hidratação adequadas durante um 
resfriado, e investiga sobre alguma pessoa que possa vire ajudar o paciente 
durante alguns dias). Você decide monitorar sua pressão sangüínea, porque 
sabe que pressão baixa é fator de risco para quedas. 
– Implementação: Ele é monitorado com cuidado, com verificação de sinais 
vitais e da ingestão de alimentos e líquidos, além de investigação quanto à 
presença diária de ajuda. Sabedora do seu desejo de independência, você 
acentua a importância de aceitar ajuda de outras pessoas. Você o encoraja a 
manter as forças, evitando que permaneça na cama durante o dia inteiro. 
– Avaliação: Você investiga o Sr. Martin e determina se está livre de lesão e 
se os fatores de risco de fraqueza e fadiga ainda estão presentes. Se ele 
recuperou as forças, é encorajado a manter seu estilo de vida independente. 
Em caso negativo,você reinvestiga o estado de saúde e decide se faz 
modificações no plano. 
� QUAIS SÃO OS BENEFÍCIOS DO USO DO PROCESSO DE 
ENFERMAGEM? 
– Dados do Médico (enfoque da doença): “A Sra. Garcia tem dor e edema em 
todas as articulações. Os estudos diagnósticos indicam artrite reumatóide. 
Será iniciada a administração de antiinflamatórios para o tratamento da 
artrite reumatóide.” (Enfoque no tratamento da artrite.) 
– Dados da Enfermeira (enfoque holístico, considerando tanto os problemas 
quanto seus efeitos sobre a capacidade de funcionamento independente da 
pessoa): “A Sra. Garcia tem dor e edema em todas as articulações, o que 
dificulta a alimentação e o vestir-se. Ela mencionou a dificuldade de sentir-
se valorizada, quando nem mesmo consegue alimentar-se.Relata estar 
deprimida, pela falta que sente dos dois netos menores. Necessitamos 
desenvolver um plano para ajudá-la em sua dor, auxiliá-la a alimentar-se e a 
vestir-se, a elaborar seus sentimentos de baixa auto-estima e para 
providenciar visitas dos netos.” (Enfoque na Sra. Garcia.) 
� Outros benefícios 
– Agiliza o diagnóstico e o tratamento de problemas de saúde reais e 
potenciais, reduzindo a incidência (e a duração) das estadias hospitalares. 
– Cria um plano com eficácia de custos. 
– Tem exigências precisas quanto à documentação 
– Humanização 
– Promove a flexibilidade e o pensamento independente. 
– Elabora intervenções para o indivíduo (não apenas para a doença). 
– Auxilia:–Os pacientes e as pessoas significativas a perceberem que sua 
participação é importante e que os pontos fortes são vantagens.–As 
enfermeiras a terem satisfação com a obtenção de resultados. 
Pensamento crítico 
Diferente do pensamento despretensioso utilizado no nosso dia a dia, o 
pensamento crítico é: 
– cuidadoso, 
– deliberado, 
– focalizado nos resultados 
Qualificação 
dos 
cuidados 
 
� PENSAMENTO CRÍTICO E O JULGAMENTO DE ENFERMAGEM 
– Enfermeiro é responsável por assistir pessoas na manutenção, recuperação 
ou melhoria de sua saúde; 
– Enfermeiro deve raciocinar criticamente para solucionar o problema e 
encontrar a melhor solução para as necessidades do cliente. 
� O que é Pensamento Crítico em enfermagem? 
– Requer um pensamento com um propósito. 
– É motivado pelas necessidades do paciente, da família e da comunidade. 
– Exige conhecimentos, habilidades e experiência. 
– É orientado por padrões profissionais e código de ética. 
– Está sempre reavaliando, autocorringido e fazendo máximo para melhorar. 
� Como tornar-se um pensador crítico? 
Pensadores críticos são: 
� Conscientes de seus pontos fortes e de suas capacidades: confiam que 
podem raciocinar para encontrar respostas e tomar boas decisões. 
� Sensíveis às próprias limitações e predisposições: conhecem suas fraquezas, 
valores e crenças e reconhecem quando esses elementos podem prejudicar 
sua capacidade de investigar uma situação e resolver um problema. 
� Mentalmente abertos: ouvem as novas ideias e pontos de vista e analisam a 
situação a partir de várias perspectivas. 
� Humildes: ultrapassam a própria tendência de sentir que tem todas as 
respostas. 
� Criativos: buscam constantemente formas melhores de fazer as coisas. 
Seguem os procedimentos recomendados; contudo, examinam se são há 
melhor forma de obter metas e objetivos. 
� Conhecedores do fato de que não vivemos num mundo perfeito: muitas 
vezes a melhor resposta talvez não seja a resposta perfeita. 
� Introspectivos: avaliam e corrigemo próprio pensamento. 
� Mantêm uma atitude questionadora 
� Pedem esclarecimentos quando não entendem 
� Aplicam conhecimentos prévios a novas situações 
� Encaram a situação a partir de várias perspectivas 
� Pensam os riscos e os benefícios (vantagens e desvantagens) antes de tomar 
uma decisão 
� Buscam ajudar quando necessário 
� Colocam o mais importante em primeiro lugar 
� As pessoas que pensam criticamente... 
• Testam as primeiras impressões para garantir que são o que 
aparentam. 
• Distinguem fatos de falácias 
• Distinguem o fato da inferência (o que acreditam que o fato 
signifique) 
• Sustentam pontos de vista com evidências 
• Determinam o que é relevante ou irrelevante 
• Aplicam o conceito de causa e efeito 
• Suspendem seu julgamento, até que possuam todos os fatos 
necessários. 
� Habilidade técnicas 
– Constitui elemento importante no desenvolvimento da capacidade de pensar 
criticamente, na área clínica. 
– Uma vez familiarizada com os princípios e as habilidades manuais 
envolvidos no uso de novos equipamentos, está liberada para direcionar seu 
raciocínio para o que está fazendo com o paciente, mais do que para com o 
equipamento. 
� Praticar uso de equipamentos e o domínio de procedimentos de enfermagem antes de 
cuidar dos pacientes melhora a capacidade de raciocinar clinicamente. 
� Habilidade interpessoais 
– Estas são desenvolvidas tanto por nosso comportamento, quanto por nossa 
forma de comunicação: os atos falam mais alto do que as palavras. 
– Para que sejam estabelecidas relações interpessoais positivas, há necessidade 
de desenvolvimento de comportamentos que enviem mensagens do tipo: 
– Sou confiável... 
– Respeito você... 
– Pode confiar em mim... 
– Quero fazer um bom trabalho. 
CONHECIMENTO DE ENFERMAGEM:AMPLO E VARIADO 
 
� Essas habilidades e capacidades ajudam a determinar : 
– o que deve ser feito, 
– porque deve ser feito, por quem deve ser feito; 
– como deve ser feito, 
– com que deve ser feito e 
– que resultados são esperados com a execução da ação/intervenção de 
 enfermagem (para que deve ser feito). 
 
 
 
� Desejo e Capacidade de Cuidar 
• Desejar cuidar significa optar por fazer o que for preciso para ajudar os 
outros. Essa opção inclui: 
• Enfocar o que for melhor para o consumidor (paciente, família, 
comunidade). 
• Respeitar os valores e as crenças dos outros. 
• Permanecer envolvida, mesmo quando os problemas se tornam crônicos ou 
mais graves. 
• Manter um estilo de vida saudável, para que você possa ajudar. 
• Padrões de desempenho profissional, ou comportamentos profissionais, que 
favorecem o uso do processo de enfermagem. 
• Ter o desejo de cuidar envolve querer trabalhar para transformar tais 
comportamentos em hábitos de desempenho. 
 
 
PROCESSO DE ENFERMAGEM: FOCO NA INVESTIGAÇÃO 
 
A fase inicial do processo de enfermagem, comumente conhecida como coleta de 
dados ou levantamento de dados do paciente, foi denominada como: história de 
enfermagem (modelo de Horta, 1979) ou avaliação inicial (modelo de Gordon, 1994) e 
corresponde ao levantamento de dados do método científico. Essa etapa do processo diz 
respeito, basicamente, a três atividades: coleta de dados objetivos e subjetivos, organização 
dos dados coletados e documentação metódica. 
Seu propósito é identificar e obter informações pertinentes sobre o paciente 
(Carpenito,1997; Christensen; Griffith-Kenney, 1990). Tal como ocorre com o método 
científico, a coleta de dados é fundamental para todo o desenvolvimento do processo de 
enfermagem, constituindo o alicerce no qual se baseiam as etapas seguintes (Pimenta et al., 
1993). Todas as decisões quanto a diagnósticos e intervenções de enfermagem, além da 
avaliação dos resultados, são baseadas nas informações obtidas nesse momento, que diz 
respeito não só à coleta dos dados, mas também à sua validação e organização, à 
identificação de padrões e teste de impressões iniciais e ao relato e registro desses dados 
(ALFARO-LEFEVRE, 2005). 
A percepção dessa importância tem suscitado inúmeras propostas de instrumentos 
de coleta, com variações de forma e de conteúdo, visando a obtenção de dados, os mais 
completos possíveis, tanto do ponto de vista da quantidade como da qualidade. Vários 
autores relatam que a enfermagem não conta com instrumentos de coleta de dados 
universalmente aceitos, os quais podem ser desenvolvidos com base em qualquer uma das 
abordagens teóricas ou conceituais de enfermagem, devendo descrever as características do 
indivíduo e suas respostas ao estado de saúde (CARNEIRO, 1998). 
 Há instrumentos de coleta de dados baseados, por exemplo, na Teoria das 
Necessidades Humanas Básicas de Horta (1979), nos Padrões Funcionais de Saúde 
propostos por Gordon (1994), na proposta de autocuidado de Orem (1995) ou, ainda, nos 
Padrões de Resposta Humana da NANDA (North American Nursing Diagnosis 
Association, 2000).A construção de um instrumento de coleta de dados deve refletir, de 
certa forma, um pouco da cultura da instituição em que ele será utilizado, demonstrando a 
filosofia de trabalho adotada e as crenças dos enfermeiros com relação ao cuidado dos 
pacientes/clientes (Barros, 1998). O instrumento também pode ser composto de diversas 
partes, com diferentes referenciais teóricos. Cada uma dessas partes pode revelar os 
conceitos interligados desses referenciais teóricos em sua concepção (Michel, 1999). 
Quais são os recursos utilizados: 
 Paciente, família ou comunidade 
 Pessoas significativas 
 Registros de enfermagem e médicos 
 Consultas verbais e escritas 
 Estudos diagnósticos e laboratoriais 
 Base de dados 
Cada examinador precisa coletar 4 tipos diferentes de base dados dependendo da 
situação: 
Base de dados completa:anamenese abrangente e exame físico completo.Descreve a 
história e patológica atual e pregressa, de modo a fornecer uma linha de base para 
informações futuras .Utilizada em Centro de Saúde 
Base de dados episódica ou centrada no problema: aplica-se a problemas de curto 
prazo ou limitados. Utilizada em todos locais. CS, hospitais e ambulatórios entre 
outros.Enfoca principalmente o sistema respiratório e cardiovascular.A anamenese e o 
exame físico voltam-se para a queixa do indivíduo, tal como o aparecimento dos sintomas. 
Base de dados do acompanhamento: o estado de qualquer problema precisa ser 
avaliado a intervalos regulares e apropriados. É empregada e todos os contextos, de modo a 
acompanhar os problemas de saúde de curto prazo ou crônicos. 
Base de dados de emergência: coleta de dados com freqüência compilada 
juntamente com as manobras de urgência. 
Processo de investigação 
 Para coletar dados exatos, o enfermeiro deve ser capaz de: 
 Comunicar-se efetivamente 
 Ouvir atentamente 
 Observar sistematicamente 
 Realizar exame físico 
 Interpretar dados 
 Validar dados 
� Comunicar-se efetivamente 
Técnicas comunicação: verbais e não verbais 
� Verbais : 
• Questões com final aberto- iniciam com “como” ou “o quê” . 
• Questões com final fechado- útil para obtenção dos dados. 
• Questões de múltipla escolha- proporciona opções de resposta 
• Reformular – encoraja o indivíduo a compartilhar mais informações. 
• Inferir – ajuda esclarecer informações compartilhadas 
• Proporcionar informações - oportunidade de proporcionar informações 
relacionadas a discussão 
 
� Ouvir atentamente 
� Ficar em silêncio consigo mesmo. 
� Reduzir ou eliminar barreiras de ruídos. 
� Manter o contato visual. 
� Posicionar seu corpo 
� Evitar interrupções 
� Pausas para reflexão acerca do assunto. 
� Ouvir os sentimentos 
� Observar sistematicamente 
A medida que progride você aumenta seus conhecimentos: aoexaminar um 
paciente com HAS deveremos aferir sua PA. 
� Investigação física 
Em diferentes momentos do curso você irá desenvolver algumas habilidades para 
realização do exame físico. 
 
 
� Interpretação dos dados 
� Quais dados são significativos? 
• Ex: sapato por R$ 20,00 
• Cor amarela 
• É o seu número 
• Desliza ao caminhar 
Quando estiver interpretando os dados do paciente, todas as alternativas devem ser 
feitas para reconhecer quando se está sendo negativamente parcial. 
 Sugestões versus inferências 
Sugestões – parte dos dados que o enfermeiro obtém vendo, tocando, provando, 
ouvindo ou cheirando. 
Ver pele escura 
Tocar mãos frias 
Provar bebida amarga 
Ouvir eu estou com frio 
Cheirar secreção vaginal com odor forte 
Inferências – são julgamentos ou interpretação de sugestões ou dados. A 
interpretação baseia-se no conhecimento, nos valores e nas experiências. 
89 anos de idade 
Secreção vaginal com odor ruim 
Altura 1,54m e peso 100 kg 
Consome de 4 a 6 copos de cerveja por dia 
Não é possível fazer inferências válidas sem saber o significado dos dados. 
o Diabete melito 
o Sede excessiva 
o Micção excessiva 
o Visão turva 
o Perda de peso 
Paciente queixa-se de sentir sede o tempo todo 
o Possível diabete melito 
o Possível desidratação 
o Possível ingesta excessiva de sal 
 
Lembre-se!!!!!!!! 
Os indicadores são dados que o enfermeiro coleta por meio de 
entrevistas,observação, exame e revisão dos registros do cliente (p. ex., sinais vitais, 
sentimentos,resultados laboratoriais). Já as inferências são julgamentos que o enfermeiro 
faz a respeito dos indícios. 
� Validação dos dados 
A capacidade de reconhecer dados anormais está diretamente relacionada ao seu 
conhecimento. 
A validação ajuda evitar: 
 Pressuposições 
 Ausência de informações relevantes 
 Compreensão errônea das situações 
 Conclusões apressadas 
 Erros na identificação dos problemas 
� Avaliação dos dados 
� A avaliação dos dados envolve: 
 Diferenciar indicadores de inferências 
 Garantir a validação 
 Determinar a quantidade de dados necessária 
� Identificação dos dados 
Dados subjetivos- aqueles que a pessoa declara verbalmente ou por escrito. 
Dados objetivos- aqueles que você observa 
Ex: DS- Afirma sinto que meu coração está acelerado 
DO- pulso 150 bpm 
� Organização (agrupamento) de dados 
Princípio do pensamento crítico que favorece você ter visão clara da situação de 
saúde. 
Ajuda a ter uma noção dos vários aspectos da situação de saúde 
Se o instrumento investigativo é bem elaborado, boa parte da organização já é feita. 
p. ex. Agrupar as informação relativas a nutrição, exercícios... 
� Agrupamento dos dados 
 
Se você agrupar os dados somente de acordo com os sistemas do organismo, há 
possibilidade de deixar de obter informações essenciais que auxiliem a identificar os 
problemas de enfermagem. 
Se você agrupar somente de acordo com um modelo de enfermagem você poderá 
agrupá-los de forma que os problemas de médicos não fiquem tão aparentes. 
Exercício 
1-Mulher de 35 anos de idade 
2-Casada dois filhos pequenos 
3-Profissão: decoradora e dona-de-casa 
4-altura:1,63m, peso:66Kg 
5-Temperatura: 36,6, pulso:60, respiração:16 
6-PA:110/60 
7-afirma estar preocupada com os filhos em casa 
8- tosse e expele secreção amarelada e espessa 
9-apetite insatisfatório, aceita metade da dieta oferecida, recusa-se a tomar líquidos 
10- afirma não poder descansar pois não para de tossir 
11- antes fumava um maço de cigarros/dia 
12- afirma boa saúde e que nunca ficou internada 
13- informa que os testes realizados deixaram-na nervosa, está preocupada com a 
possibilidade de contrair AIDS em decorrência de picadas de agulhas 
 Resposta do Exercício 
Padrões funcionais de saúde (Gordon) 
� Percepção da saúde/controle da saúde, 
� Nutricionais/metabólicos: 4, 5, 6, 9, 11, 12 
� Eliminação 
� Atividade/exercício: 5, 8 
� Cognitivo/perceptivo 
� Sono/repouso: 10, 
� Autopercepção/autoconceito 
� Papel/relacionamento: 1, 3, 7 
� Sexualidade/reprodução: 1, 2, 
� Enfrentamento/tolerância ao estresse: 11, 13 
� Valor/crença 
� Pensar como obter as informações que faltam. 
 
 
� Identificação de padrões/teste das primeiras impressões 
� Testar impressões e decidir se os padrões são realmente o que parecem ser. 
� Decidir o que é relevante 
� Tomar decisões experimentais sobre o que os dados podem sugerir. 
� Focalizar a investigação para que sejam obtidas mais informações para uma 
compreensão total. 
� Reunião das peças 
É comum que as últimas peças surpreendam com detalhes essenciais que podem 
mudar o quadro 
1. Determinar o que é relevante e o que não é. 
Pergunta a si mesma quais seriam as informações relevantes que podem estar 
faltando. 
2. Lembrar-se de causa e efeito. 
Descubra como ou por que o padrão se criou 
Busque fatores contribuintes 
� Exercício 
� Homem 68 anos 
� Cego 
� Refere que está sempre batendo em tudo 
� Informa se movimentar com auxílio da bengala 
� Apresenta escoriações e hematomas visíveis nos braços e cabeça. 
� Comunicação e registro dos dados 
A comunicação dos dados anormais no momento oportuno agiliza o diagnóstico e o 
tratamento de problemas urgentes. 
O registro promove: 
� Continuidade: ninguém pode ler suas orientações se estiver no bolso. 
� Exatidão: maior probabilidade de suas informações serem precisas e 
completas, quando em sua memória recente. 
� Pensamento crítico: escrever as anotações e depois avaliá-las de forma a 
interpretar seu significado e o que pode estar faltando favorece o 
pensamento crítico. 
� Decidir o que comunicar 
� Tudo com suspeita de anormalidade 
� Decidir o que é anormal 
� Pergunta a pessoa 
� Pergunte a si mesma 
� Registrar tudo que você comunicar 
� Obedecer políticas e procedimentos institucionais 
 
 
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM 
 “Diagnóstico de enfermagem é um julgamento clínico sobre as respostas do 
indivíduo, família ou comunidade aos problemas de saúde reais ou potenciais ou aos 
processos vitais. O diagnóstico de enfermagem fornece a base para a seleção das 
intervenções para alcançar os resultados pelos quais a enfermeira é responsável” 
(NANDA, 2010). 
Categoria Estrutural: 
Refere-se aos componentes dos Diagnósticos de Enfermagem - TÍTULO, 
DEFINIÇÃO, CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS e FATORES 
RELACIONADOS (ou FATORES DE RISCO para os diagnósticos de Risco). 
Usualmente, esses componentes são referenciados pela sigla PES, onde: 
P = problema de saúde (título do diagnóstico) 
E = fator relacionado (ou etiologia): qualquer elemento, interno ou externo, que 
exerce influência sobre a pessoa, e que contribui para a existência ou manutenção do 
problema de saúde. 
S = características definidoras: dados subjetivos e objetivos que evidenciam 
(comprovam) a presença de um determinado diagnóstico de enfermagem. 
Componentes do diagnóstico de enfermagem 
TÍTULO - termo ou frase concisa que representa um padrão de aspectos 
relacionados. Pode incluir qualificadores. 
DEFINIÇÃO - fornece uma descrição clara e precisa do conceito diagnóstico; 
delineia seu significado e ajuda a diferenciá-lo de diagnósticos similares. 
CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS - sinais observáveis (dados objetivos), 
inferências ou sintomas (dados subjetivos) que se agrupam como manifestações de um 
diagnóstico de enfermagem. 
FATORES RELACIONADOS - condições ou circunstâncias que contribuem para o 
desenvolvimento ou manutenção de um diagnóstico de enfermagem. 
FATORES DE RISCO - fatores sócio-ambientais e elementos fisiológicos,psicológicos, genéticos ou químicos que aumentam a vulnerabilidade de um indivíduo, 
família ou comunidade para a ocorrência de um evento não saudável. 
Exemplo de um Diagnóstico de Enfermagem da NANDA 
Ansiedade 
Definição: Um vago e incômodo sentimento de desconforto ou temor, 
acompanhado por uma resposta autonômica; a fonte é freqüentemente não específica ou 
desconhecida para o indivíduo; um sentimento de apreensão causado pela antecipação 
de perigo. É um sinal de alerta que avisa para um perigo iminente e permite ao 
indivíduo tomar medidas para lidar com a ameaça. 
Características definidoras: 
Comportamentais – produtividade diminuída; observação atenta e vigilância; 
pouco contato olho-a-olho; agitação; olhar em torno; movimentos estranhos (por 
exemplo, arrastar os pés, movimentos das mãos, braços); preocupações expressas 
devido a mudanças em eventos da vida; insônia; inquietação. 
Afetivas – pesaroso; irritabilidade; angústia; assustado; nervoso; excessivamente 
excitado; desamparo aumentado doloroso e persistente; incerteza; cautela aumentada; 
foco em si mesmo; sentimentos de inadequação; receoso; aflito; apreensão; ansioso. 
Fisiológicas – voz trêmula; tremores das mãos; insônia; respiração aumentada; 
urgência urinária; pulso aumentado; dilatação pupilar; reflexos aumentados; dor 
abdominal; distúrbio do sono; formigamento nas extremidades; tensão aumentada; 
excitação cardiovascular; perspiração aumentada; tensão facial; palpitação; diarréia; 
hesitação urinária; fadiga; boca seca; fraqueza; pulso diminuído; rubor facial; 
vasoconstrição superficial; contração muscular; pressão sangüínea diminuída; náusea; 
freqüência urinária; tontura; dificuldades respiratórias; pressão sangüínea aumentada. 
Cognitivas – bloqueio de pensamento; confusão; preocupação; esquecimento; 
ruminação; atenção prejudicada; campo de percepção diminuído; medo de 
conseqüências inespecíficas; tendência a culpar os outros; dificuldade para concentra-
se; capacidade diminuída de solucionar problemas; capacidade de aprendizado 
diminuída; consciência dos sintomas fisiológicos. 
 Fatores Relacionados: 
Exposição a toxinas; ameaça de mudança no status do papel; relacionado a conflito 
inconsciente quanto a objetivos e valores essenciais da vida; associação 
familiar/hereditariedade; necessidades não-satisfeitas; transmissão/contágio 
interpessoal; crises situacionais/maturacionais; ameaça de morte; ameaça ou mudança 
no estado de saúde; ameaça ou mudança nos padrões de interação; ameaça ou mudança 
na função do papel; ameaça ao autoconceito; ameaça ou mudança no ambiente; 
estresse; ameaça de mudança no status econômico; abuso de substância. 
ENUNCIADO DIAGNÓSTICO: 
O enunciado do diagnóstico de enfermagem descreve o estado de saúde de um 
indivíduo ou grupo e os fatores que contribuíram para esse estado. 
 
1. DIAGNÓSTICO REAL 
Descreve as respostas humanas às condições de saúde ou aos processos vitais, 
presentes no indivíduo, família ou comunidade. 
 
EXEMPLO: Comunicação verbal prejudicada relacionada a barreira de linguagem, 
evidenciada por incapacidade de falar ou compreender chinês. 
 
2. DIAGNÓSTICO DE RISCO 
Descreve respostas humanas às condições de saúde ou aos processos vitais, que 
podem se desenvolver em um indivíduo, família ou comunidade vulnerável (exposição 
a fatores de risco). 
 
EXEMPLO: Risco para integridade da pele prejudicada relacionada a obesidade, 
diaforese excessiva e confinamento no leito. 
 
3. DIAGNÓSTICO DE BEM-ESTAR OU SAÚDE 
Descreve respostas humanas, de um indivíduo, família ou comunidade, que revelam 
um potencial para elevar-se a um nível superior de bem-estar comparado ao atual. 
 
EXEMPLO: Disposição para melhoria do bem-estar espiritual, evidenciado por desejo 
de aumentar uma filosofia de vida satisfatória. 
4. DIAGNÓSTICO DE PROMOÇÃO DA SAÚDE 
Comportamento motivado pelo desejo de aumentar o bem estar e concretizar o 
potencial de saúde humana conforme manifestado em sua disposição para melhorar 
comportamentos específicos. 
 
EXEMPLO:Disposição para o estado de imunização melhorado relacionada ao uso 
regular da vacina antigripal evidenciada por desejo de reforçar a condição de 
imunização 
 
5. DIAGNÓSTICO DE SÍNDROME 
Um agrupamento de diagnósticos de enfermagem atuais ou de alto risco, que se 
prevê em decorrência de um determinado evento ou situação. 
 
EXEMPLO: Síndrome do trauma de estupro relacionada a estupro evidenciada por 
culpar a si mesmo, ansiedade e negação. 
5. DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM POSSÍVEIS 
São declarações que descrevem um problema suspeitado que exige a coleta de mais 
dados. Eles são uma opção de quem diagnostica, indicando que alguns dados estão 
presentes para confirmar diagnóstico, mas não são suficientes até aquele momento. 
 
EXEMPLO: Possível imagem do corpo perturbada relacionada a comportamento de 
isolamento pós cirurgia 
 ETAPAS DO PROCESSO DIAGNÓSTICO 
GORDON (1994): 
� Coleta de informações 
� Interpretação das informações 
� Agrupamento da informações 
� Denominação do agrupamento 
RISNER (1986): 
� Categorização dos dados coletados 
� Identificação de lacunas e de dados divergentes 
� Agrupamento dos dados em padrões 
� Comparação dos agrupamentos a padrões, normas, conceitos 
� Inferência ou proposição de hipóteses diagnósticas 
� Proposição de relações etiológicas 
RISNER (1990) enfoca o processo de enfermagem dividindo-o em duas etapas: 
� 1ª etapa: composta pelas fases de análise dos dados e síntese: 
� Análise dos dados: nessa fase examina-se os dados coletados quanto 
à congruência ou lacunas; 
� Identificação de lacunas e de dados divergentes 
� Síntese: Agrupam-se os dados em padrões, comparando-se estes a 
conceitos, literatura; faz-se inferências ou geração de hipóteses e 
elabora-se causas relacionadas a inferências. 
� Agrupamento dos dados em padrões 
� Comparação dos agrupamentos a padrões, normas, conceitos 
� Inferência ou proposição de hipóteses diagnósticas 
� Proposição de relações etiológicas 
� 2ª etapa: diz respeito à construção redacional de diagnósticos, a partir de 
uma taxonomia. No caso se utilizará a taxonomia da NANDA, em que os 
diagnósticos constituem-se de: 
Título + fatores relacionados + características 
definidoras. 
ORIENTAÇÕES GERAIS PARA A FORMULAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS DE 
ENFERMAGEM 
1. O DE é usualmente composto por dois componentes: o título e o fator relacionado. 
EXEMPLO: Deglutição prejudicada relacionada a edema da cavidade orofaríngea. 
2. O DE é uma afirmativa clara e concisa. 
EXEMPLO: Alteração na nutrição: menos do que o corpo necessita relacionada a 
apetite diminuído. 
3. Evitar julgamentos de valor ao escrever o DE. 
EXEMPLO: Angústia espiritual relacionada a ateísmo, evidenciada por relato 
verbal de que nunca acreditou em Deus. 
4. Não incluir sinais e sintomas na primeira parte da afirmativa diagnóstica. 
EXEMPLO: Cianose e palidez relacionada a circulação prejudicada. 
5. Não incluir diagnóstico médico no DE. 
EXEMPLO: Mastectomia relacionada a câncer. 
6. Escrever o DE em termos legalmente corretos. 
EXEMPLO - Incorreto: Risco para integridade da pele prejudicada relacionada a 
excesso de tempo no leito em uma mesma posição. 
Correto: Risco para integridade da pele prejudicada relacionado a imobilização física e a 
alteração no turgor e na elasticidade da pele. 
7. Não incluir dois problemas ao mesmo tempo. 
EXEMPLO: Dor e medo relacionados a procedimento diagnóstico. 
8. Assegurar-se de que as duas partes do DE não significam a mesma coisa. 
EXEMPLO: Comunicação verbal prejudicada relacionada a interação inefetiva. 
 
COMO FAZER UM DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEMPRECISO 
 
Para fazer um diagnóstico de enfermagem correto, o enfermeiro deve ser capaz de: 
1. Coletar dados válidos e pertinentes 
2. Agrupar os dados 
3. Diferenciar os diagnósticos de enfermagem de problemas colaborativos 
4. Formular corretamente os diagnósticos de enfermagem 
5. Selecionar os diagnósticos prioritários 
 
COLETA DE DADOS VÁLIDOS E PERTINENTES 
 
Conceitos-chave 
Investigação focalizada na enfermagem 
Coleta ampla versus investigação focalizada 
Importância dos dados 
Avaliação dos dados 
 
Investigação focalizada na enfermagem 
A enfermagem é definida como o diagnóstico e o tratamento das respostas humanas 
a problemas reais ou potenciais e a situações de vida (Nursing: A Social Policy Statement, 
1985; NANDA, 1990). O formato de investigação empregado pelo enfermeiro deve ser 
capaz de direcionar a coleta de dados para as respostas humanas, que variam da condição 
da pele, passando pela função urinária e chegando à saúde espiritual e à capacidade de 
autocuidado. Em outras palavras, o conhecimento que o enfermeiro possui dos sinais e dos 
sintomas para os diagnósticos vigentes, dos fatores de risco para os diagnósticos de risco ou 
das possíveis complicações fisiológicas orienta a coleta de dados. Os enfermeiros também 
utilizam esse conhecimento para validar a precisão do 
diagnóstico.
 
 
 
Coleta ampla versus investigação focalizada 
Existem dois tipos de investigação: 
1. Coleta ampla: coleta de dados predeterminados, geralmente durante o contato inicial. 
2. Focalizada: coleta de dados específicos conforme determinado pelo cliente, pela família 
ou pela situação. 
Freqüentemente, durante os primeiros encontros com o cliente, o enfermeiro enfoca 
questões investigativas para uma coleta ampla de dados, a fim de determinar como está o 
funcionamento da pessoa nas mais diversas áreas. 
Por exemplo: 
• Você tem problemas para dormir? 
• Você tem problemas alimentares? 
• Qual a freqüência de sua evacuação? 
• Têm ocorrido situações difíceis de enfrentar em sua vida? 
Se a pessoa tem uma queixa sobre determinado problema ou uma preocupação específica, o 
enfermeiro deve limitar a investigação. Uma investigação focalizada limitada pode incluir 
as seguintes perguntas: 
• Você poderia me falar sobre a sua dor (surgimento, localização, intensidade, 
duração, o que a ameniza, o que a agrava)? 
• Que outros sintomas você tem? 
• Como essa dor afeta o sono, a alimentação, o trabalho e o lazer? 
Em outra situação, o enfermeiro pode estar atendendo uma mulher submetida, 
recentemente, a uma cirurgia, completando a investigação focalizada dos sinais vitais, da 
aparência da incisão, da ingesta, da eliminação e do nível de conforto. Em muitos casos, o 
enfermeiro não estará investigando os problemas diagnosticados pela enfermagem, mas 
estilos de vida saudáveis e de bem-estar. Por exemplo, uma mulher saudável de 42 anos 
pode ser investigada quanto ao conteúdo de fibras de sua dieta. 
Importância dos dados 
Os estudantes iniciantes deverão aprender a determinar se os dados são significativos ou 
não nos padrões ou nas necessidades funcionais básicas, como nutrição, segurança, 
eliminação, mobilidade e autocuidado. Para reconhecer a importância dos dados, o 
enfermeiro deve saber, primeiramente, o que é esperado ou normal. Por exemplo, para 
determinar se a pessoa tem um problema nutricional, deve-se conhecer, em primeiro lugar, 
a pirâmide dos cinco grupos de alimentos, o peso normal para a altura e o preparo dos 
alimentos. Além disso, 
deve-se saber que determinados fatores, como a náusea, os dentes em mau estado, a boca 
inflamada ou o dinheiro insuficiente podem interferir na busca dos alimentos, na sua 
preparação, na ingesta e no metabolismo. 
De forma simplificada, para que a investigação seja objetiva, o enfermeiro precisa saber o 
seguinte: 
• Qual a variação da normalidade? 
• Qual a variação da anormalidade? 
• Quais os fatores de risco? 
 
Avaliação dos dados 
A avaliação dos dados envolve: 
• Diferenciar indicadores de inferências 
• Garantir a validação 
• Determinar a quantidade de dados necessária 
Os indicadores são dados que o enfermeiro coleta por meio de entrevistas, observação, 
exame e revisão dos registros do cliente (p. ex., sinais vitais, sentimentos, resultados 
laboratoriais). Já as inferências são julgamentos que o enfermeiro faz a respeito dos 
indícios. Por exemplo: 
 
 
 
A validação é o alcance da credibilidade dos dados como fatuais e verdadeiros 
(Alfaro-Lefevre, 2002). Alguns dados, como a diminuição da pressão sangüínea, são 
corretos porque existem padrões aceitos. Para as situações nas quais não existem critérios 
claramente estabelecidos, como as respostas psicossociais, o enfermeiro pode aumentar a 
validade dos dados ou do diagnóstico acrescentando mais evidências para apoiar a 
inferência. Os julgamentos feitos pelos enfermeiros são válidos somente quanto aos dados 
usados. A validação ou a exatidão dos dados pode ser aumentada se o enfermeiro verificar a 
informação. 
Alfaro-Lefevre (2002) recomenda vários procedimentos para a comprovação dos dados: 
• Verificar novamente seus próprios dados 
• Pedir que alguém verifique os dados 
• Comparar os dados subjetivos com os objetivos 
• Pedir que o cliente verifique os dados 
 
AGRUPAMENTO DOS DADOS 
Conceitos-chave 
Conhecimento das categorias diagnósticas 
Número suficiente de indicadores 
Diferenciação entre um diagnóstico e outro 
Tentativa de diagnóstico (hipótese) 
 
Conhecimento das categorias diagnósticas 
A análise de dados não é possível a não ser que você saiba quais indicadores se 
Agrupam para a descrição de um diagnóstico. Em outras palavras, você deve saber quais 
são os indicadores que descrevem Sentimento de Impotência antes de poder reconhecer o 
agrupamento. Alguns diagnósticos são muito fáceis de confirmar, como Constipação ou 
Integridade da Pele Prejudicada. Freqüentemente uma única pista, como “Tenho dor na 
perna”, pode confirmar um diagnóstico de dor. 
Outros diagnósticos, principalmente os psicossociais mais complexos, como 
Distúrbio da Imagem Corporal, podem necessitar de várias interações enfermeiro- cliente 
antes de serem confirmados ou não. A Tabela 1, no final da introdução,lista diagnósticos de 
enfermagem sob padrões funcionais de saúde. 
 
Número suficiente de indicadores 
Um dos aspectos mais difíceis para a elaboração de diagnósticos exatos é a 
determinação da presença ou não de um número suficiente de indícios para a confirmação 
de um diagnóstico de enfermagem vigente. O Enfermeiro deve consultar a lista de 
características definidoras do diagnóstico suspeitado. Quantas características definidoras 
maiores estão presentes? Quantas menores estão presentes? O cliente confirma a sua 
suspeita de diagnóstico? Se ainda não estiver confiante, rotule o diagnóstico como possível 
e colete mais dados. 
 
Diferenciação entre um diagnóstico e outro 
Alguns diagnósticos possuem as mesmas características definidoras, como 
Intolerância à Atividade, Fadiga e Padrão de Sono Perturbado. Revise as definições e as 
notas do autor para ajudar. Determine qual seria o foco das intervenções para o problema, 
por exemplo, técnicas de conservação de energia (Fadiga), promoção do sono (Padrão de 
Sono Perturbado) ou aumento da resistência (Intolerância à Atividade). Algumas vezes, 
essa técnica ajuda a esclarecer o diagnóstico. 
 
Tentativa de diagnóstico (hipótese) 
A última atividade cognitiva na análise dos dados é a proposição de uma ou mais 
explicações diagnósticas prováveis para o conjunto de dados. Às vezes,apenas um 
diagnóstico é proposto porque o agrupamento de dados apóia claramente a sua presença. 
Quando mais de um diagnóstico é provável, o enfermeiro deve revisar as característicasdefinidoras (para o vigente) ou os fatores de risco (para o de risco) para uma tentativa de 
diagnóstico. Sistematicamente, ele deve comparar esses sinais, sintomas ou fatores de risco 
com os dados investigados. 
Se for necessária maior coleta de dados, o enfermeiro pode prosseguir com a 
investigação focalizada. Outra opção seria rotular a tentativa de diagnóstico como possível 
se a coleta adicional de dados não for realizável ou cabível nessa ocasião. Por exemplo, 
alguns diagnósticos de enfrentamento exigem interações repetidas para a confirmação do 
diagnóstico. 
DIFERENCIAÇÃO DOS DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM DE PROBLEMAS 
COLABORATIVOS 
Conceitos-chave 
Diagnósticos de enfermagem versus problemas colaborativos 
Seleção de problemas colaborativos 
Diagnósticos de enfermagem versus problemas colaborativos 
Em 1983, Carpenito publicou o Modelo Bifocal de Prática Clínica. Nesse modelo, 
os enfermeiros são responsáveis pelo tratamento de dois tipos de julgamentos ou 
diagnósticos clínicos: os diagnósticos de enfermagem e os problemas colaborativos. 
Os diagnósticos de enfermagem são julgamentos clínicos sobre as respostas do 
indivíduo, da família ou da comunidade aos problemas de saúde/processos de vida vigentes 
ou potenciais. Os diagnósticos de Enfermagem proporcionam a base para a escolha de 
intervenções de enfermagem que visam à obtenção de resultados pelos quais o enfermeiro é 
responsável (NANDA, 1990). 
Os problemas colaborativos são determinadas complicações fisiológicas que o 
enfermeiro monitora para detectar o surgimento ou as modificações no estado. O 
enfermeiro controla os problemas colaborativos usando intervenções prescritas pelos 
médicos e pela enfermagem, na tentativa de minimizar as complicações dos eventos 
(Carpenito-Moyet, 2004). 
As intervenções de enfermagem são classificadas como prescritas pelo enfermeiro 
ou pelo médico. As prescritas pelo enfermeiro são aquelas que ele pode ordenar, 
legalmente, para serem implementadas pela equipe de enfermagem. 
Essas intervenções tratam, previnem e monitoram os diagnósticos de enfermagem. 
Elas controlam e monitoram problemas colaborativos. As prescritas pelo médico 
representam os tratamentos para problemas colaborativos que os enfermeiros iniciam e 
controlam. Os problemas colaborativos requerem tanto intervenções prescritas pelo médico 
quanto pelo enfermeiro. A seguir, a ilustração dos tipos de intervenções associadas às 
complicações potenciais dos problemas colaborativos: Hipoxemia: 
PE: 1. Monitorar os sinais de desequilíbrio ácido-básico. 
PM: 2. Administrar o fluxo baixo de oxigênio conforme necessário. 
PE: 3. Assegurar a hidratação adequada. 
PE: 4. Avaliar os efeitos do posicionamento sobre a oxigenação. 
PE/PM: 5. Administrar a medicação conforme necessária. 
(PE: Prescrita pelo enfermeiro PM: Prescrita pelo médico). 
 
Seleção de problemas colaborativos 
Como mencionado anteriormente, os problemas colaborativos são diferentes dos 
diagnósticos de enfermagem. O enfermeiro toma decisões independentes em relação aos 
problemas colaborativos e aos diagnósticos de enfermagem. As decisões diferem no 
seguinte: para os diagnósticos de enfermagem, o enfermeiro prescreve o tratamento 
definitivo para a situação e é responsável pela obtenção de resultados; para os problemas 
colaborativos, ele monitora as condições do cliente para detectar o surgimento ou o estado 
das complicações fisiológicas, além de controlar os eventos com intervenções prescritas por 
si e pelo médico. Os problemas colaborativos são rotulados como “Complicações 
Potenciais” (especificar). Exemplos: 
Complicação Potencial: Hemorragia 
Complicação Potencial: Insuficiência renal 
As complicações fisiológicas que os enfermeiros monitoram costumam estar 
relacionadas com a doença, o traumatismo, os tratamentos e os estudos diagnósticos. Os 
seguintes exemplos ilustram alguns problemas colaborativos: 
Situação Problema Colaborativo 
Terapia anticoagulante Complicação Potencial: Hemorragia 
Pneumonia Complicação Potencial: Hipoxemia 
Os resultados esperados ou as metas do cliente são usados para medir a eficiência do 
cuidado de enfermagem. Quando um cliente não está progredindo na obtenção de metas ou 
está piorando, o enfermeiro deve reavaliar a situação. O quadro abaixo representa as 
questões a serem consideradas. Se nenhuma dessas opções for apropriada, a situação pode 
não ser um diagnóstico de enfermagem. Por exemplo: 
Risco para Desequilíbrio do Volume de Líquidos relacionado aos efeitos de TTP 
prolongado secundário à terapia anticoagulante. 
Meta: O cliente terá hemoglobina > 13. 
 
 
Os problemas colaborativos têm metas de enfermagem que representam a 
responsabilidade do enfermeiro – detectar o quanto antes as mudanças e controlá-las 
juntamente com os médicos. Os diagnósticos de enfermagem têm metas do cliente que 
representam a responsabilidade do enfermeiro – obter ou manter um estado favorável após 
o cuidado de enfermagem. Algumas complicações fisiológicas, como as úlceras de pressão 
e a infecção por vias invasivas, são problemas que os enfermeiros podem prevenir. A 
prevenção é diferente da detecção. Os enfermeiros não previnem o íleo paralítico,mas 
detectam a sua presença precocemente, impedindo o agravamento da doença ou mesmo a 
morte. Os médicos não podem tratar os problemas colaborativos sem o conhecimento, a 
vigilância e o julgamento da enfermagem. 
Referências 
Alfaro-LeFevre, R. (2002). Applying nursing diagnosis and nursing process: A step-by-step 
guide (5th ed.) Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins. 
American Nurse’s Association (1985). A nursing social policy statement. Washington DC: 
ANA. 
Carpenito, L. J. (1983). Nursing diagnosis: Application to clinical practice. Philadelphia: J. 
B. Lippincott. 
Carpenito-Moyet, L. J. (2004). Nursing diagnosis: Application to clinical practice (10th 
ed.) Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins. 
North American Nursing Diagnosis Association (1998-1999). Taxonomy I (rev. ed.). 
Philadelphia:NANDA. 
 
 
 
 
 
Estrutura do 
levantamento de dados do 
padrão de saúde funcional 
Diretrizes 
1. As categorias à esquerda constituem orientações ao tipo de informação incluída 
na descrição do padrão. O padrão do cliente deve ser escrito à direita. A descrição deve ser 
compreensível aos outros. Por exemplo: Forma correta: sem história de problemas físicos e 
psicológicos relacionados. Forma incorreta: nada 
2. Usar técnicas de entrevista descritas nos livros, por exemplo, incluir silêncios e 
declarações e não somente perguntas. 
3. Como todos os dados representam dados subjetivos, não devem ser usadas 
aspas.Todas as frases devem representar as palavras do indivíduo e dos familiares, ou as 
palavras devem ser parafraseadas. 
4. Uma vez que o sujeito de todas as frases é “Eu” ou “Nós”, não deve ser repetido 
em demasia. As respostas da pessoa podem ser escritas em frases incompletas, como vou à 
igreja todos os dias às 9 horas (pressupõe-se que o sujeito seja “Eu”). 
5. Quando as pessoas têm histórias longas para contar em relação a uma categoria 
investigada, os dados podem ser encurtados por paráfrase, mas deve-se ter cuidado para 
manter a essência de suas descrições. 
6. Sempre que possível, registrar os dados na forma de indicadores ou indícios e não 
de inferências. Indícios são unidades de dados sensoriais. Inferências são significados 
subjetivos que as pessoas aplicam aos indícios. 
7. Evitar inserir diagnósticos na base de dados, por exemplo, ansioso (um 
diagnóstico de enfermagem), sobre sua relação com a família. Esse enunciado somente 
deverá ser parte da base de dados se for algo dito pelo paciente. 
8. Considerar as categorias da investigação deste formulário como incompletas em 
relaçãoa todos os clientes. Utilizar os indícios surgidos na investigação. Por exemplo, se 
Mary diz que fuma três carteiras de cigarro por dia, identificar se conhece os perigos do 
cigarro, como se sente quanto ao uso do cigarro, qual é sua motivação para parar de fumar, 
se o ato de fumar afeta outros aspectos de sua vida e se possui outros fatores de risco de 
doença cardíaca e pulmonar. 
 
 
 
 
 
 
 
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM EM EDUCAÇÃO 
Martha Craft-Rosenberg, PhD, RN, FAAN, 
e Kelly Smith, MSN, RN 
O uso de diagnósticos de enfermagem é fundamental à educação dos enfermeiros. A 
investigação e o diagnóstico de indivíduos, famílias e comunidades ensinamo raciocínio e o 
pensamento críticos hipotéticos. Além disso, os que procuram os enfermeiros em busca de 
auxílio esperam conseguir resultados de uma saúde melhor,pelo que os enfermeiros são 
cada vez mais responsáveis. Resultados e escolhas de intervenções fundamentam-se em 
diagnósticos de enfermagem exatos e válidos.Ensinar os estudantes de enfermagem a usar 
os diagnósticos de enfermagem começa com a investigação ou o levantamento de dados e a 
obtenção da história. À medida que os estudantes investigam e coletam os dados 
(informações) sobre indivíduos, famílias e comunidades, identificam os “sinais e sintomas” 
ou as características definidoras dos conceitos dos diagnósticos de enfermagem. Os fatores 
ou variáveis que influenciam os diagnósticos são integrados à história, a tabelas e a outras 
evidências. 
Essas variáveis oferecem o contexto, os “fatores relacionados”, que são combinados 
com as características definidoras para compor os diagnósticos de enfermagem. Quando 
possível, os enfermeiros tratam os fatores relacionados com intervenções, para a prevenção 
ou a redução de seu impacto. Quando eles não conseguem tratar um fator relacionado, 
tratam as características definidoras com as intervenções escolhidas. 
Levantamento de dados e identificação de características definidoras 
As características definidoras são as características dos indivíduos, das famílias e 
das comunidades passíveis de observação e verificação. Funcionam como indícios ou 
inferências que se agrupam como manifestações de uma doença real ou estado de saúde de 
bem-estar, ou um diagnóstico de enfermagem. Suponhamos, por exemplo, que uma pessoa 
(Sarah) diz a um aluno de enfermagem que está “enjoada” e pede uma bacia de êmese. O 
estudante a observa um pouco mais e constata que ela está deglutindo demais e com reflexo 
de vômito. Essas características definidoras sugerem o diagnóstico de enfermagem de 
Náusea. 
História e identificação de fatores relacionados 
Os fatores relacionados oferecem o contexto para as características definidoras. São 
fatores que mostram algum tipo de relação padronizada com o diagnóstico de enfermagem. 
Podem ser descritos como antecedentes de, associados a, relacionados a, contribuindo para 
ou apoiando o diagnóstico. São identificados como características ou história de indivíduos, 
famílias e comunidades. No caso de Sarah, ela pode informar estar tomando doses grandes 
de aspirina a conselho médico e que faz isso com o estômago vazio. Assim, os alunos 
podem estabelecer um resultado de “livrar-se da náusea” e usar a intervenção de 
enfermagem da NIC: Controle da Náusea (Dochterman e Bulechek, 2004), em especial a 
atividade de “Reduzir ou eliminar fatores pessoais que precipitem ou aumentem a náusea 
(tomar aspirina com o estômago vazio)”. 
Como escolher o enunciado do diagnóstico de enfermagem 
O enunciado do diagnóstico de enfermagem é escolhido com base em duas 
características. Primeiro, a definição do enunciado diagnóstico deve transmitir uma 
combinação de características definidoras e fatores relacionados. Segundo, o diagnóstico 
escolhido é o termo com as características definidoras e os fatores relacionados que se 
adapta aos dados que os estudantes coletaram na investigação e na obtenção da história. 
Nesse caso, a definição de Náusea é “Uma sensação subjetiva desagradável, semelhante a 
uma onda, na parte de trás da garganta, do epigástrio ou no abdome, que pode levar ao 
impulso ou necessidade de vomitar”. No exemplo, Sarah disse estar “enjoada” e mostrou 
outras características definidoras. Sua história apontou um antecedente da náusea – a 
ingestão de grandes doses de aspirina com o estômago vazio. 
Diagnósticos de risco 
Os enfermeiros sempre foram responsáveis pela identificação de indivíduos, 
famílias e comunidades em situações de risco, protegendo-os contra esses riscos. Um 
diagnóstico de risco “descreve as respostas humanas a condições de saúde/processos vitais 
que podem desenvolver-se em indivíduo, família ou comunidade vulnerável. Está apoiado 
em fatores de risco que contribuem para o aumento da vulnerabilidade” (p. 436). Por 
exemplo, o diagnóstico de Risco de Integridade da Pele Prejudicada inclui fatores internos 
e externos que influenciam a vulnerabilidade. As intervenções que um enfermeiro escolhe 
para alcançar esses resultados baseiam-se nesses fatores de influência. 
Diagnósticos de promoção da saúde 
Um diagnóstico de promoção da saúde é um julgamento clínico da motivação e do 
desejo de uma pessoa, família ou comunidade de aumentar o bem-estar e concretizar o 
potencial de saúde humana, conforme manifestado por uma disposição para melhorar 
comportamentos específicos de saúde, como nutrição e exercício. Diagnósticos de 
promoção da saúde podem ser usados em qualquer estado de saúde e não exigem níveis 
atuais de bem-estar. Essa disposição tem o apoio das características definidoras. As 
intervenções são escolhidas junto com o indivíduo/família/comunidade, para melhor 
garantir a capacidade de alcance dos resultados enunciados. 
Diagnósticos de bem-estar 
Um diagnóstico de bem-estar descreve as respostas humanas a níveis de bem- -estar 
em um indivíduo, família ou comunidade com disposição para melhorar. Essa disposição é 
apoiada por características definidoras. Tal como ocorre nos diagnósticos, resultados 
sensíveis à enfermagem (sensíveis às intervenções de enfermagem) são identificados, e as 
intervenções são escolhidas de modo a proporcionar uma elevada probabilidade de alcance 
dos resultados. 
Como priorizar diagnósticos 
A priorização de diagnósticos é um tipo de raciocínio crítico que a maioria dos 
educadores de enfermagem espera dos estudantes. Professores universitários costumam 
solicitar uma lista de diagnósticos de enfermagem dos alunos. Eles compilam a lista ao 
lerem a história de indivíduos, famílias e comunidades. Após a investigação, precisam 
tomar decisões quanto à priorização dos diagnósticos. As prioridades são estabelecidas com 
base nas necessidades de indivíduos, famílias e comunidades. Quando alunos de 
enfermagem recebem tarefas relativas a experiências clínicas para serem realizadas em um 
breve período de tempo, seus professores podem pedir que escolham os diagnósticos de 
enfermagem que possam administrar durante esse tempo. 
Ligação dos diagnósticos de enfermagem a resultados e intervenções 
Diagnósticos de enfermagem precisos e válidos determinam os resultados sensíveis 
à enfermagem. Esses resultados orientam a escolha das intervenções com possibilidade de 
produzir os efeitos de tratamento desejados. Uma vez mais, as intervenções irão tratar os 
fatores relacionados (ou fatores de risco) ou as características definidoras. Professores e 
alunos podem usar o livro das ligações (Johnson et al., 2006) ou as ligações com os 
diagnósticos de enfermagem que estão no final dos livros da NIC (Dochterman e Bulechek, 
2004) e da NOC (Moorhead et al., 2004). Essas ligações com os diagnósticos trazem 
exemplos claros de como relacionar diagnósticos, intervenções e resultados de 
enfermagem. Alguns professores, porém, podem solicitar aos alunos que identifiquemresultados e escolham intervenções de enfermagem, de modo independente, para aplicarem 
as habilidades de raciocínio crítico. Aqueles que utilizam diagnósticos de enfermagem irão 
detectar um aumento no raciocínio crítico e analítico de seus alunos, o que terá um foco 
claro na priorização de necessidades individuais, familiares e comunitárias. Professores 
ainda não familiarizados com esse processo, no começo, aprenderão com seus alunos, mas 
ambos ficarão maravilhados com a velocidade com que é aplicado esse processo “natural”. 
Referências 
Dochterman, J.M. & Bulechek, G. (eds) (2004). Nursing interventions classification (NIC). 
St Louis, MO: Mosby. 
Johnson, J., Bulechek, G., Butcher, H., et al. (2006). NANDA, NOC, and NIC Linkages: 
Nursing diagnoses, outcomes,& interventios, 2nd edn. St. Louis, MO: Mosby. 
 
 
O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO 
DE UM DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM 
APROVADO PELA NANDA-I 
Leann M. Scroggins, MS, RN, CRRN-A, APRN, BC 
Clinical Nurse Specialist 
Mayo Clinic, Rochester, MN 
Chair, Diagnosis Development Committee 
NANDA International 
Este artigo foi elaborado para auxiliar no desenvolvimento de um diagnóstico de 
enfermagem que atenda aos critérios de inclusão para aceitação no sistema de classificação 
da NANDA. Recomenda-se que quem o remeteu para análise siga os passos a seguir para 
avançar no processo. Em caso de dúvidas, contatar a Presidente do Diagnosis Development 
Committee para assistência e orientação: info@nanda.org. Outro recurso que irá facilitar a 
conclusão do processo inclui:n O site da NANDA-I: 
www.nanda.org/html/nursing_diagnosis_devmt.html Revisar as informações a seguir dará 
uma boa base para iniciar essa importante tarefa.Para aceitação para publicação e inclusão 
na Taxonomia II da NANDA-I, a submissão do diagnóstico de enfermagem precisa, no 
mínimo, ter enunciado, definição, características definidoras ou fatores de risco, fatores 
relacionados (se for um diagnóstico real), apoiados por bibliografia e exemplos de 
intervenções e resultados apropriados. A definição oficial de um diagnóstico de 
enfermagem é “um julgamento clínico sobre as respostas de um indivíduo, família ou 
comunidade a problemas de saúde/processos de vida reais ou potenciais. Um diagnóstico de 
enfermagem constitui a base para a escolha de intervenções de enfermagem para o alcance 
de resultados que são responsabilidade do enfermeiro” (NANDA-I, 2007-2008, p. 332).A 
Taxonomia II é uma estrutura multiaxial. Seus sete eixos da taxonomia são dimensões da 
reação humana. Para criar um diagnóstico, é essencial levar em consideração todos os sete 
eixos (Figura 1.1) 
 
Eixo 1: O conceito diagnóstico 
O conceito diagnóstico é o componente central do diagnóstico. Pode consistir em 
um ou mais substantivos. Quando usado mais de um (p. ex., tolerância à atividade), cada 
um deles contribui com um sentido único ao conceito, como se os dois constituíssem um 
único substantivo. O significado da combinação é, no entanto, diferente dos substantivos 
considerados separadamente. Com frequência, um adjetivo (p. ex., espiritual) pode ser 
usado com um substantivo (p. ex., sofrimento) para denotar o conceito diagnóstico 
(Sofrimento Espiritual).Em certos casos, o conceito diagnóstico e o diagnóstico não são a 
mesma coisa (p. ex., Dor). Isso se dá quando o diagnóstico de enfermagem é enunciado no 
nível clinicamente mais útil, e separar o conceito diagnóstico não acrescenta um nível 
mínimo de abstração. Seguem exemplos de conceitos diagnósticos. Para uma lista 
completa, consultar Diagnósticos de Enfermagem da NANDA: Definições e Classificação 
2009-2011, p. 403-404. 
Exemplos de conceitos diagnósticos na Taxonomia II: 
• Intolerância à Atividade 
• Desobstrução de Vias Aéreas 
• Mobilidade 
• Esperança 
• Dor 
• Paternidade ou Maternidade 
• Pesar 
Eixo 2: Sujeito do diagnóstico 
O sujeito do diagnóstico refere-se ao indivíduo ou aos indivíduos para quem é 
determinado o diagnóstico de enfermagem. A NANDA-I identifica os seguintes sujeitos 
para os quais podem ser determinados diagnósticos de enfermagem: Indivíduo, Família (p. 
ex., Processos Familiares Interrompidos) e Grupo (atualmente, não foi identificado 
nenhum diagnóstico de grupo), comunidade (p. ex., Enfrentamento Comunitário Ineficaz). 
Eixo 3: Julgamento 
Um julgamento é um descritor ou modificador (Tabela 1.1) que limita ou especifica 
o sentido do conceito diagnóstico. Seguem exemplos de descritores ou modificadores. Para 
uma lista completa desses elementos, consultar a página 405.Alguns diagnósticos, 
dependendo do nível de especificação, não necessitam de modificadorou descritor. 
Exemplos desse tipo de diagnóstico incluem “Náusea” e “Fadiga”. 
 
Eixo 4: Localização 
A localização descreve as partes/regiões do corpo e/ou as funções relacionadas – 
todos os tecidos, órgãos, locais ou estruturas anatômicas. A seguir, alguns exemplos de 
locais. Para uma lista completa, consultar as páginas 405-406. 
� Cinestésico 
� Oral 
� Renal 
� Tátil 
A localização não pertence a todos os diagnósticos. 
Eixo 5: Idade 
Refere-se à idade da pessoa que é o sujeito do diagnóstico. As idades específicas, 
identificadas pela NANDA-I, estão na Tabela 1.2. 
 
 
Eixo 6: Tempo 
O tempo descreve a duração do conceito diagnóstico. Os parâmetros de tempo 
identificados pela NANDA-I incluem: 
� Agudo 
� Crônico 
� Intermitente 
� Contínuo 
Eixo 7: Situação do diagnóstico 
Refere-se à realidade ou à potencialidade do diagnóstico ou a sua categorização.A 
NANDA-I identificou o seguinte: 
� Real: existe de fato ou realmente, existente no tempo atual. Um 
diagnóstico é entendido como “Real” sempre, a menos que especificado de forma 
diversa. Um diagnóstico real descreve as respostas humanas a condições de 
saúde/processos de vida existentes em um indivíduo, família ou comunidade. Tem o 
apoio de características definidoras (manifestações, sinais e sintomas) que se 
agrupam em padrões de indícios ou inferências relacionados. Um exemplo de um 
diagnóstico real é “Náusea”. 
� Promoção da Saúde: comportamento motivado pelo desejo de 
aumentar o bem-estar e concretizar o potencial de saúde humana (Pender, 
Murduagh e Parsons, 2006). Diagnósticos de promoção da saúde são julgamentos 
clínicos da motivação e do desejo de um indivíduo, família ou comunidade de 
aumentar o bem-estar, concretizar o potencial de saúde e intensificar 
comportamentos específicos de saúde,como nutrição e exercício. Os diagnósticos de 
promoção da saúde podem ser usados em qualquer estado de saúde, sem 
necessidade de níveis atuais de bem-estar. Essa disposição tem o apoio das 
características definidoras. Um exemplo de diagnóstico de promoção da saúde é 
Disposição para Aumento da Esperança”. Todos os enunciados de diagnósticos de 
promoção da saúde possuema expressão “Disposição para (...) 
aumentado/melhorado”. 
� Risco: vulnerabilidade, em especial, como consequência da 
exposição a fatores que aumentam a possibilidade de lesão ou perda. Um 
diagnóstico de Risco descreve respostas humanas a condições de saúde/processos de 
vida que podem se desenvolver em um indivíduo, família ou comunidade 
vulnerável. Tem o apoio de fatores de risco que contribuem para aumento da 
vulnerabilidade. Um exemplo de diagnóstico de risco é “Risco de Integridade da 
Pele Prejudicada”. Todo enunciado de um diagnóstico de risco começa com a 
expressão “Risco de”. 
� Bem-estar: qualidade ou estado de estar saudável. Um diagnóstico 
de Bem-estar descreve respostas humanas a níveis de bem-estar em um indivíduo, 
família ou comunidade que tenha uma disposição para intensificação. Essa 
disposição tem o apoio das características definidoras. Um exemplo de diagnóstico 
de bem-estar é “Disposição para Enfrentamento Familiar

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