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Módulo I - Analise de Balanços

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INSTITUTO ESCOLA SUPERIOR DE CONTAS E GESTÃO PÚBLICA 
MINISTRO PLÁCIDO CASTELO 
Curso Análise de Balanço do Setor Público 
Instrutor: José Wesmey da Silva 
Agosto de 2017 
 
Proibida a reprodução total ou parcial sem citar a fonte. 
 
1 
Módulo I 
1. Introdução 
 
Segundo a nova Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de 
Informação Contábil de Propósito Geral pelas Entidades do Setor Público (NBC 
TSP - Estrutura Conceitual), o objetivo da Contabilidade Aplicada ao Setor 
Público (CASP) é fornecer informações aos seus usuários para subsidiar os 
processos decisórios e a prestação de contas e responsabilização 
(accountability). Essas informações são evidenciadas através dos Relatórios 
Contábeis de Propósito Geral das Entidades do Setor Público (RCPGs), dentre 
estes estão as Demonstrações Contábeis Aplicadas ao Setor Público (DCASP). 
A estrutura das DCASP são padronizadas pela Secretaria do Tesouro Nacional 
(STN) por meio do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP). 
As DCASP fornecem uma gama de informações sobre os aspectos 
orçamentários, financeiros e patrimoniais das entidades públicas. Contudo, de 
acordo com a NBC TSP - Estrutura Conceitual, o desempenho das entidades 
públicas pode ser apenas parcialmente avaliado por meio da análise da situação 
patrimonial, do desempenho e dos fluxos de caixa. De fato, existem outros 
fatores, de ordem política por exemplo, que devem ser levados em 
consideração na avaliação das gestão pública. Assim, as Contabilidade Pública, 
através de suas demonstrações limita-se apenas a evidenciar os aspectos 
orçamentários, financeiros, econômicos e patrimoniais dos órgãos e entidades 
públicas. 
As DCASP são um técnica contábil utilizadas para evidenciar, em período 
determinado, informações sobre os resultados alcançados e os aspectos de 
natureza orçamentária, econômica, financeira e física do patrimônio de 
entidades do setor público e suas mutações1. 
 
1 NBC T 16.6 (R1) – Demonstrações Contábeis 
INSTITUTO ESCOLA SUPERIOR DE CONTAS E GESTÃO PÚBLICA 
MINISTRO PLÁCIDO CASTELO 
Curso Análise de Balanço do Setor Público 
Instrutor: José Wesmey da Silva 
Agosto de 2017 
 
Proibida a reprodução total ou parcial sem citar a fonte. 
 
2 
Segundo Lino Martins da Silva (2011, p. 334), “encerrado o exercício financeiro, 
o setor de Contabilidade deve proceder ao levantamento das demonstrações 
contábeis que fazem parte da prestação de contas a ser apresentada não só aos 
órgãos institucionais do Poder Legislativo e Tribunal de Contas, como também 
aos diversos usuários”. O saudoso e ilustre professor nos ensina que as 
demonstrações contábeis compõem a prestação de contas dos gestores e que 
deve ser dada ampla divulgação dos resultados alcançados não apenas para as 
instituições que fazem o controle externo da administração pública, mas 
também a toda sociedade. 
A Lei nº 4.320/64 estabelece que “Os resultados gerais do exercício serão 
demonstrados no Balanço Orçamentário, no Balanço Financeiro, no Balanço 
Patrimonial, na Demonstração das Variações Patrimoniais, segundo 
os Anexos números 12, 13, 14 e 15 e os quadros demonstrativos constantes dos 
Anexos números 1, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 16 e 17”. 
A Norma Brasileira de Contabilidade Aplicada ao Setor Público NBC T 16.6 
estabelece que as demonstrações contábeis obrigatórias para as entidades 
governamentais são: 
 Balanço Orçamentário; 
 Balanço Financeiro; 
 Balanço Patrimonial; 
 Demonstração das Variações Patrimoniais; 
 Demonstração dos Fluxos de Caixa; 
 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido2; e 
 Notas Explicativas. 
 
2 De acordo com o MCASP 7ª Edição a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido é obrigatória apenas para ad 
empresas estatais dependentes constituídas sob a forma de sociedades anônimas, sendo facultada para os demais órgãos e 
entidades dos entes da Federação. Por este motivo não será abordada neste curso. 
INSTITUTO ESCOLA SUPERIOR DE CONTAS E GESTÃO PÚBLICA 
MINISTRO PLÁCIDO CASTELO 
Curso Análise de Balanço do Setor Público 
Instrutor: José Wesmey da Silva 
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3 
2. Divulgação das Demonstrações Contábeis 
Segundo a Lei de Responsabilidade Fiscal, a prestação de contas é um dos 
instrumentos de transparência da Gestão Fiscal. Sabe-se que as Demonstrações 
Contábeis são um dos principais componentes das prestações de conta. Sendo 
assim, a essas devem ser dada a devida divulgação inclusive em meios 
eletrônicos de acesso público. 
Além disso a Norma Brasileira de Contabilidade3 que trata das demonstrações 
contábeis do setor público determina que estas deve ser: 
 Publicadas na imprensa oficial; 
 Remetidas ao Poder Legislativo, aos tribunais de contas, às 
controladorias, as associações e aos conselhos representativos; 
 Disponibilizadas no órgão técnico responsável pela sua elaboração, 
para consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade; 
e 
 Na internet. 
3. Considerações sobre as DCASP 
De acordo com o Prof. Valmir Leôncio4, algumas considerações devem ser feitas 
sobre as DCASP, dentre elas estão: 
 Elas devem ser acompanhadas por anexos, por outros demonstrativos 
exigidos por lei e pelas notas explicativas. 
 Devem apresentar informações extraídas dos documentos que 
integram o sistema contábil da entidade. 
 Devem conter a identificação da entidade do setor público, da 
autoridade responsável e do contabilista. 
 
3 NBC T 16.6 (R1) – Demonstrações Contábeis 
4 Silva, Valmir Leôncio da. A nova contabilidade aplicada ao setor público: uma abordagem prática/Valmir Leôncio da Silva. – 
São Paulo: Atlas, 2012 
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4 
 Devem ser apresentadas com valores correspondentes ao exercício 
anterior. 
 As contas semelhantes podem ser agrupadas; os pequenos saldos 
podem ser agrupados, desde que indicada a sua natureza e não 
ultrapassem 10% (dez por cento) do valor do respectivo grupo de 
contas, sendo vedada a compensação de saldos e a utilização das de 
designações genéricas. 
 Para fins de publicação, elas podem apresentar os valores monetários 
em unidades de milhares ou em unidade de milhão, devendo indicar a 
unidade utilizada. 
 Saldos devedores ou credores das contas retificadoras devem ser 
apresentados como valores redutores das contas ou do grupo de 
contas que lhe deram origem. 
4. Balanço Orçamentário 
De acordo com a Lei nº 4.320/64 o balanço orçamentário demonstrará as 
receitas e despesas previstas em confronto com as realizadas. Assim, esta 
demonstração contábil tem como principal função permitir o comparativo 
entre as receitas e despesas planejadas e suas respectivas execuções. Outra 
função importante é evidenciar o resultado orçamentário do exercício 
decorrente do confronto entre as receitas arrecadadas e as despesas 
empenhadas. 
A Norma Brasileira de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, NBC T 16.6, 
estabelece que o balanço orçamentário evidencia as receitas e despesas 
orçamentárias, detalhadas em níveis relevantes de análise, confrontando o 
orçamento inicial e suas alterações com a execução, demonstrando o resultado 
orçamentário. 
Em relação à estrutura o Balanço Orçamentário é compostopor três quadros: 
 Quadro Principal, onde são evidenciadas previsão e execução das 
receitas e despesas orçamentárias e o resultado orçamentário do 
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5 
exercício financeiro. Neste quadro, as receitas e despesas são 
apresentada as receitas por categoria econômica (corrente e de capital) 
e origem da receita. As despesas são apresentadas também pela 
categorias econômicas e detalhadas por grupos da despesas. 
 Quadro da Execução dos Restos a Pagar Não Processados, onde são 
evidenciadas a execução (liquidação, pagamento e cancelamento) dos 
restos a pagar inscritos em exercícios anteriores ao que se refere o 
Balanço Orçamentário. 
 Quadro da Execução dos Restos a Pagar Processados e Não 
Processados Liquidados, onde são evidenciadas a execução 
(pagamento e cancelamento) dos restos a pagar inscritos em exercícios 
anteriores ao que se refere o Balanço Orçamentário. 
Na sequência abordaremos detalhadamente cada quando que compõe o 
Balanço Orçamentário. 
1.1. Estrutura e Análise do Quadro Principal 
A seguir você verá a estrutura do balanço orçamentário contendo valores 
hipotéticos para facilitar a nossa análise. 
 
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6 
Figura 1. 
 
 
 
 
Valores em $ 1 .000
 RECE I TA S ORÇAMENTÁR I A S 
Prev isão I n ic ial 
(a)
Prev isão 
A tu aliz ad a (b )
Rec eita 
Realiz ad a (c )
S ald o (d )=(c -b )
 RECE I TA S CORRENTES ( I ) 35 .000 36 .000 36 .400 400
 RECEITA TRIBUTÁRIA 15.000 16.000 16.000 0
 RECEITA DE CONTRIBUIÇÕES 3.000 3.000 2.000 -1.000
 RECEITA PATRIMONIAL 2.000 2.000 2.000 0
 RECEITA AGROPECUÁRIA 500 500 400 -100
 RECEITA INDUSTRIAL 200 200 200 0
 RECEITA DE SERVIÇOS 300 300 300 0
 TRANSFERÊNCIAS CORRENTES 11.000 11.000 13.000 2.000
 OUTRAS RECEITAS CORRENTES 3.000 3.000 2.500 -500
 RECE I TA S DE CAP I TA L ( I I ) 15 .000 15 .000 12 .500 -2 .500
 OPERAÇÕES DE CRÉDITO 5.000 5.000 4.000 -1.000
 ALIENAÇÃO DE BENS 1.000 1.000 1.000 0
 AMORTIZAÇÕES DE EMPRÉSTIMOS 3.000 3.000 2.500 -500
 TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL 2.000 2.000 3.000 1.000
 OUTRAS RECEITAS DE CAPITAL 4.000 4.000 2.000 -2.000
 SUBTO TA L DA S RECE I TA S ( I I I ) = (I + I I ) 50 .000 51 .000 48 .900 -2 .100
 OPERA ÇÕES DE CRÉDI TO / REFI NANCI AMENTO ( I V) 15.000 15.000 15.000 0
 Operações de Crédito Internas 9.000 9.000 9.000 0
 Mobiliária 6.000 6.000 6.000 0
 Contratual 3.000 3.000 3.000 0
 Operações de Crédito Externas 6.000 6.000 6.000 0
 Mobiliária 4.000 4.000 4.000 0
 Contratual 2.000 2.000 2.000 0
 SUBTO TA L COM REFI NANCI AMENTO (V) = (I I I+ I V) 65 .000 66 .000 63 .900 -2 .100
 DÉFI CI T (VI I ) 0 0
 TO TA L (VI I ) = (V + VI ) 65 .000 66 .000 63 .900 -2 .100
S A LDO S DE EXERCÍ CI O S ANTER I O RES (UTI LI ZADO S PARA CRÉDI TO S
ADI CI ONA I S ) 
0 0 0
 Recursos Arrecadados em Exercícios Anteriores 
 Superávit Financeiro 
 Reabertura de Créditos Adicionais 
NOME DO ENTE DA FEDERA ÇÃO
BA LANÇO ORÇAMENTÁR I O
ORÇAMENTO S FI S CA L E DA S EGUR I DADE SO CI A L
Exerc íc io d e 2017
Categoria 
Econômica da 
Receita 
Origens da 
Receita 
Orçamentária 
Receita 
Efetivamente 
Arrecadada 
Insuficiência ou 
Excesso de 
Arrecadação. 
Previsão de 
Acordo com a Lei 
Orçamentária 
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7 
 
 
 
 
 
 
1.2. Análise das Informações do Balanço orçamentário 
Chegou o momento de explorarmos a estrutura e conhecermos mais a fundo 
as informações contidas no Balanço Orçamentário. 
O exemplo acima foi elaborado com base no MCASP 7ª edição e preenchido 
com valores fictícios para facilitar o nosso estudo. 
O Quadro Principal do Balanço Orçamentário é subdividido em duas partes: A 
primeira apresenta as Receita Orçamentária e a segunda as Despesas 
Orçamentárias. 
 DESPES A S ORÇAMENTÁR I A S 
DO TA ÇÃO 
I NI CI A L
DO TA ÇÃO 
A TUA LI ZADA (e)
DESPES A S 
EMPENHADA S ( f)
DE SPES A S 
LI QUI DADA S (g)
DESPES A S 
PAGA S (h )
S A LDO DA 
DO TA ÇÃO 
( i)=(e-f)
 DESPES A S CORRENTES ( I X ) 35 .000 36 .000 34 .800 34 .300 33 .300 1 .200
 Pessoal e Encargos Sociais 20.000 20.000 19.500 19.500 19.500 500
 Juros e Encargos da Dívida 5.000 5.000 4.800 4.800 4.800 200
 Outras Despesas Correntes 10.000 11.000 10.500 10.000 9.000 500
 DESPES A S DE CAP I TA L (X ) 14 .500 15 .000 10 .600 10 .000 9 .300 4 .400
 Investimentos 8.500 8.000 4.000 3.600 3.000 4.000
 Inversões Financeiras 4.000 4.500 4.200 4.000 3.900 300
 Amortização da Dívida 2.000 2.500 2.400 2.400 2.400 100
 RESERVA DE CONTI NGÊNCI A (X I ) 500 0 0 0 0 0
 RESERVA DO RPPS (X I I ) 0 0 0 0 0 0
 SUBTO TA L DA S DESPES A S (X I I I ) = (I X + X + X I + X I I ) 50 .000 51 .000 45 .400 44 .300 42 .600 5 .600
 AMORTI ZA ÇÃO DA DÍ VI DA / REFI NANCI AMENTO (X I V) 15 .000 15 .000 15 .000 15 .000 15 .000 0
 Amortização da Dívida Interna 9.000 9.000 9.000 9.000 9.000 0
 Dívida Mobiliária 6.000 6.000 6.000 6.000 6.000 0
 Outras Dívidas 3.000 3.000 3.000 3.000 3.000 0
 Amortização da Dívida Externa 6.000 6.000 6.000 6.000 6.000 0
 Dívida Mobiliária 4.000 4.000 4.000 4.000 4.000 0
 Outras Dívidas 2.000 2.000 2.000 2.000 2.000 0
 SUBTO TA L COM REFI NANCI AMENTO (X V) = (X I I I + X I V) 65 .000 66 .000 60 .400 59 .300 57 .600 5 .600
 SUPERÁ VI T (X VI ) 3 .500
 TO TA L (X VI I ) = (X V + XVI ) 65 .000 66 .000 63 .900 59 .300 57 .600 5 .600
Categoria 
Econômica da 
Receita 
Grupos de 
Natureza da 
Despesa 
Previsão de 
Acordo com a Lei 
Orçamentária 
Dotação após os 
Créditos 
Adicionais. 
Diferença entre 
Receita Arrecadada e 
Despesa Empenhada 
Despesa 
Empenhada 
no Exercício 
Despesa 
Liquidada no 
Exercício 
Despesa 
Liquidada no 
Exercício 
Economia 
Orçamentária 
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Instrutor: José Wesmey da Silva 
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8 
Para facilitar o entendimento sobre o balanço orçamentário vamos abordar as 
colunas e linhas relativas as receitas e em seguida as despesas utilizando os 
valores hipotéticos da figura 1. 
1.3. Receitas Orçamentárias (Colunas do Balanço Orçamentário) 
A coluna Previsão Inicial (a) evidencia os valores das receitas previstas na Lei 
Orçamentária Anual (LOA). 
Análise: Esta coluna indica que na LOA fora prevista uma arrecadação 
total de $65.000 (cruzamento com a linha SUBTOTAL COM 
REFINANCIAMENTO), composta por $35.000 de Receitas Correntes, 
$15.000 de Receitas de Capital e $15.000 relativo a receitas de 
operações de crédito destinadas ao refinanciamento da dívida pública. 
A coluna Previsão Atualizada (b) indica os valores da reestimativada receita 
prevista na LOA nos seguintes caso: 
 abertura de créditos adicionais mediante excesso de arrecadação ou 
contratação de operações de crédito; 
 criação de novas naturezas de receita não previstas na LOA (uma 
receita mesmo que não prevista na lia deverá contabilizada como 
receita orçamentária); 
 remanejamento entre naturezas de receita (diminuição de uma origem 
de receita para aumentar outra); ou 
 atualizações monetárias autorizadas por lei, efetuadas após a data da 
publicação da LOA. 
Caso a coluna Previsão Atualizada apresente os mesmos valores da coluna 
Previsão Inicial é porque não ocorreram nenhum dos casos acima. 
Observe no exemplo que apenas a Receita Tributária foi atualizada. Contudo, 
não se sabe o motivo desta atualização, sendo fundamental a inclusão em nota 
explicativas dos motivos que levaram a esta atualização. 
A coluna Receita Realizada (c) demonstra o valor das receitas arrecadadas no 
exercício. 
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Análise: Segundo a Lei nº 4.320/64, pertencem ao exercício as receitas 
nele arrecadadas (regime de caixa). No exemplo, o total das receitas 
arrecadadas alcançou o montante de $63.900. 
A coluna Saldo (d)=(c-b) representa a diferença entre as receitas arrecadadas e 
a previsão atualizada, indicando se houve excesso ou insuficiência na 
arrecadação (valores positivos indicam excesso de arrecadação e valores 
negativos indicam insuficiência na arrecadação). 
Análise: Apresentaram excesso de arrecadação as receitas decorrentes 
de Transferências Correntes ($2.000) e Transferências de Capital 
($1.000). As demais fontes de receita apresentaram insuficiência na 
arrecadação ou valores nulos. Considerando o volume total da receita 
houve insuficiência na arrecadação no montante de $2.100. 
1.4. Receitas Orçamentárias (Linhas) 
Receitas Correntes (I) - Segundo o §1º do art. 11 da Lei nº 4.320, de 1964, 
classificam-se como Correntes as receitas provenientes de tributos; de 
contribuições; da exploração do patrimônio estatal (Patrimonial); da exploração 
de atividades econômicas (Agropecuária, Industrial e de Serviços); de recursos 
financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando 
destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes 
(Transferências Correntes); por fim, demais receitas que não se enquadram nos 
itens anteriores (Outras Receitas Correntes). 
Análise: A soma das receitas correntes inicialmente prevista na Lei 
Orçamentária foi R$35.000, a previsão atualizada R$36.000, a receita 
realizada R$36.400, indicando um excesso de arrecadação no valor de 
$400 no que se refere a esta categoria econômica da receita. 
São origens das Receitas Correntes: 
Receita Tributária – São ingressos de recursos nos cofres públicos decorrentes 
da arrecadação de impostos, taxas e contribuições de melhoria. Cada esfera de 
governo (União, Estados, Distrito Federal e os Municípios) institui seus próprios 
tributos. Exemplos: Imposto sobre a Exportação (Federal), Imposto sobre a 
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Propriedade Territorial Rural (Municipal) e Imposto sobre a Propriedade de 
Veículos Automotores (Estadual). 
Análise: No exemplo dado o valor previsto para a receita tributária foi 
$15.000, a previsão atualizada foi $16.000 indicando que a esta origem 
da receita foi atualizada em $1.000. Este montante foi arrecadado 
integralmente, por este motivo a coluna Saldo apresenta valor igual a 
zero. 
Receita de Contribuições – São as receitas provenientes de contribuições 
sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias 
profissionais ou econômicas, como instrumento de intervenção nas respectivas 
áreas. Exemplos: Contribuições Previdenciárias para o Regime Geral de 
Previdência Social, Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico e 
Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública. 
Análise: No exemplo dado o valor previsto para a receita de 
contribuições foi $3.000. Não houve atualização desta receita 
permanecendo o valor de $3.000 na coluna da Previsão Atualizada. 
Houve insuficiência na arrecadação desta receita, indicando que o valor 
arrecadado foi inferior em $1.000 ao que se esperava arrecadar. 
Receita Patrimonial – São receitas provenientes da arrecadação de rendimentos 
sobre investimentos do ativo permanente, de aplicações de disponibilidades 
em operações de mercado e outros rendimentos oriundos de renda de ativos 
permanentes. Exemplos: Receitas Imobiliárias, Remuneração de Depósitos 
Bancários, e Receita de Concessões e Permissões. 
Análise: No exemplo dado o valor previsto para a receita patrimonial 
foi $2.000. Não houve atualização permanecendo o valor de $2.000 na 
coluna Previsão Atualizada. Os valores previstos foram integralmente 
arrecadados o que faz a coluna Saldo apresentar valor igual a zero. 
Receita Agropecuária – São receitas provenientes da atividade ou da exploração 
agropecuária de origem vegetal ou animal. Incluem-se nessa classificação as 
receitas advindas da exploração da agricultura (cultivo do solo), da pecuária 
(criação, recriação ou engorda de gado e de animais de pequeno porte). 
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Análise: No exemplo dado o valor previsto para a receita agropecuária 
foi $500. Não houve atualização desta receita permanecendo o valor 
de $500 na coluna Previsão Atualizada. O valor efetivamente 
arrecadado foi igual a $400, indicando que houve uma insuficiência de 
arrecadação nesta origem de receita no valor de $100, conforma se 
evidencia na coluna Saldo. 
Receita Industrial – São receitas provenientes da atividade industrial de 
extração mineral, de transformação, de construção e outras, provenientes das 
atividades industriais definidas pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia 
e Estatística – IBGE. Exemplos: Receita da indústria extrativa mineral e receita 
da indústria de transformação. 
Análise: No exemplo dado o valor previsto para a receita industrial foi 
$200. Não houve atualização desta receita permanecendo o valor de 
$200 na coluna Previsão Atualizada. Todo valor previsto foi 
efetivamente arrecadado, conforme se observa na coluna Receita 
Realizada. 
Receita de Serviços – São receitas provenientes da prestação de serviços, tais 
como: serviços hospitalares, serviços de processamento de dados e serviços 
administrativos. 
Análise: No exemplo dado o valor previsto para a receita de serviços 
foi $300. Não houve atualização desta receita permanecendo o valor 
de $300 na coluna Previsão Atualizada. Todo valor previsto foi 
efetivamente arrecadado, conforme se observa na coluna Receita 
Realizada. 
Transferências Correntes – São receitas provenientes de outros entes públicos 
ou privados, efetivado mediantes transferências previstas na constituição, em 
lei, ou simplesmente através de acordos desde que o objetivo seja a aplicação 
em despesas correntes. São exemplos: cota-parte do fundo de participação dos 
estados e do distrito federal, cota-parte do fundo de participação dos 
municípios, transferência de recursos do sistema únicode saúde – SUS, 
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transferências de recursos do FUNDEB, transferências correntes de convênios, 
etc. 
Análise: No exemplo dado o valor previsto para a transferências 
correntes foi $11.000. Não houve atualização desta receita 
permanecendo o valor de $11.000 na coluna da previsão atualizada. A 
coluna Receita Arrecadada evidencia o valor de $13.000, indicando que 
houve um excesso de arrecadação no montante de $2.000, o qual é 
destacado na coluna Saldo. 
Outras Receitas Correntes - São os ingressos provenientes de outras origens não 
classificáveis nas anteriores. São exemplo: multas previstas na legislação de 
trânsito, indenizações, restituições, ressarcimentos, etc. 
Análise: No exemplo dado o valor previsto para a outras receitas 
correntes foi $3.000. Não houve atualização desta receita 
permanecendo o valor de $3.000 na coluna Previsão Atualizada. A 
coluna Receita Arrecadada evidencia o valor de $2.500 indicando que 
houve insuficiência na arrecadação no montante de $500, sendo este 
valor evidenciado na coluna Saldo. 
 
Receitas de Capital - De acordo com a Lei no 4.320/64, receitas de capital são as 
provenientes tanto da realização de recursos financeiros oriundos da 
constituição de dívidas (empréstimos) e da conversão, em espécie, de bens e 
direitos (alienação de bens), quanto de recursos recebidos de outras pessoas 
de direito público ou privado e destinados a atender despesas classificáveis em 
Despesas de Capital (transferências de capital). 
O superávit do orçamento corrente resultante da diferença entre os totais das 
receitas e despesas correntes também é considerado como receita de capital, 
ou seja, poderá ser aplicado em despesas de capital, no entanto a Lei nº 
4.320/64 escabece que este superávit não constituirá item de receita 
orçamentária, a fim de evitar dupla contagem. 
Análise: A soma das receitas de capital inicialmente prevista na Lei 
Orçamentária foi R$15.000, a previsão atualizada R$15.000 e a receita 
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realizada R$12.500 indicando que houve insuficiência na arrecadação 
desta categoria econômica no valor de $2.500, conforme se evidencia 
na coluna Saldo. 
São origens das Receitas de Capital: 
Operações de Crédito - São recursos financeiros provenientes da contratação 
de empréstimos e financiamentos obtidos junto a instituições financeiras 
estatais ou privadas nacionais (operação de crédito interna) ou internacionais 
(operação de crédito externa). 
Análise: No exemplo dado o valor previsto para as operações de crédito 
foi $5.000. Não houve atualização desta receita permanecendo o valor 
de $5.000 na coluna Previsão Atualizada. A coluna Receita Arrecadada 
evidencia o valor de $4.000 indicando que houve insuficiência na 
arrecadação no montante de $1.000, sendo este valor evidenciado na 
coluna Saldo. 
Alienação de Bens - São recursos financeiros provenientes da alienação de 
componentes do ativo permanente. A Lei de Responsabilidade Fiscal veda a 
aplicação de receitas decorrentes da alienação de bens em despesas correntes, 
salvo quando salvo se destinada por lei aos regimes de previdência social, geral 
e próprio dos servidores públicos. São exemplos: alienação de bens móveis e 
alienação de bens imóveis. 
Análise: No exemplo dado o valor previsto para as receitas de alienação 
de bens foi $1.000. Não houve atualização desta receita permanecendo 
o valor de $1.000 na coluna Previsão Atualizada. Este valor foi 
integralmente arrecadado, por este motivo a coluna Saldo apresenta 
valor igual a zero. 
Amortização de Empréstimos - São recursos financeiros provenientes do 
recebimento de parcelas de empréstimos ou financiamentos concedidos pela 
Administração Pública em títulos ou contratos. São exemplos: amortização de 
empréstimos decorrente do refinanciamento de dívida de médio e longo prazo 
e recebidos como amortização de empréstimos em títulos. 
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Análise: No exemplo dado o valor previsto para as receitas de 
amortização de empréstimos foi $3.000. Não houve atualização desta 
receita permanecendo o valor de $3.000 na coluna Previsão Atualizada. 
A coluna Receita Arrecadada apresenta o valor de $2.500 indicando 
que houve insuficiência de arrecadação no valor de $500, conforme se 
destaca na coluna Saldo. 
Transferências de Capital – São ingressos financeiros provenientes de outros 
entes ou entidades, referente a recursos pertencentes ao ente ou entidade 
recebedora ou ao ente ou entidade transferidora, efetivado mediante 
condições restabelecidas ou mesmo sem qualquer exigência, desde que o 
objetivo seja a aplicação em despesas de capital. São exemplos: transferências 
de convênio da união destinadas a programas de educação, transferências de 
convênios da união destinadas a programas de saneamento básico, 
transferências de convênios da união destinadas a programas de infraestrutura 
em transporte, etc. 
Análise: No exemplo dado o valor previsto para as transferências de 
capital foi $2.000. Não houve atualização desta receita permanecendo 
o valor de $2.000 na coluna Previsão Atualizada. A coluna Receita 
Arrecadada apresenta o valor de $3.000 indicando que houve excesso 
de arrecadação no valor de $1.000, conforme se destaca na coluna 
Saldo. 
Outras Receitas de Capital - São os ingressos financeiros provenientes de outras 
origens não classificáveis nas anteriores. 
Análise: No exemplo dado o valor previsto para outras receitas de 
capital foi $4.000. Não houve atualização desta receita permanecendo 
o valor de $4.000 na coluna Previsão Atualizada. A coluna Receita 
Arrecadada apresenta o valor de $2.000 indicando que houve 
insuficiência na arrecadação no valor de $2.000, conforme se destaca 
na coluna Saldo. 
Em uma análise acurada quando a diferença entre os valores previstos e 
arrecadados forem significativas, especialmente no que se refere à arrecadação 
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menor do que a prevista (insuficiência na arrecadação), é importante se buscar 
os reais motivos e destaca-los em notas explicativas. 
Operações de Crédito / Refinanciamento – Compreende o valor das receitas 
auferidas com base na emissão de títulos públicos e ainda da obtenção de 
empréstimos destinados ao refinanciamento da dívida pública. Como exemplo 
de títulos públicos temos o Tesouro Prefixado (LTN), Tesouro Selic (LFT), dentre 
outros. 
A Resolução nº 29/2009 do Senado Federal proíbe, até 31 de dezembro de 
2020, veda a emissão de títulos da dívida pública pelos Estados, pelo Distrito 
Federal e pelos Municípios, salvo nos montantes necessários ao 
refinanciamento do principal da dívida. 
Análise: No exemplo dado o valor previsto para operações de crédito 
para refinanciamento da dívida pública foi 15.000, sendo $9.000 
relativos à operações de crédito interna e $6.000 decorrentes de 
operaçõesde crédito externa. Os valores previstos foram 
integralmente arrecadados. 
Subtotal com Refinanciamento – Esta linha compreende a soma das receitas 
orçamentárias com as operações de crédito. 
Déficit – O Balanço Orçamentário apresentará déficit quando o valor total das 
receitas arrecadadas for menor que o valor da despesa empenhada. 
Análise: O resultado orçamentário é apurado pela diferença entre os 
totais as receita arrecadada e da despesa empenhada podendo 
apresentar déficit (receita < despesa) ou superávit (receita > despesa). 
No exemplo dado a linha déficit está vazia indicando o que houve 
superávit no exercício, sobre o qual falaremos mais a diante. 
Saldos de Exercícios Anteriores (Utilizados para Créditos Adicionais) - Representa 
o valor de recursos provenientes de superávit financeiro apurado no Balanço 
Patrimonial do exercício anterior que foram utilizados como recursos para 
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abertura de créditos adicionais5. Contempla também os valores referentes 
saldo dos créditos adicionais especiais e extraordinários abertos nos últimos 
quatro meses do exercício anterior ao reaberto durante o exercício corrente6. 
Recursos Arrecadados em Exercícios Anteriores - Compreende os recursos 
arrecadados em exercícios anteriores que não foram utilizados no mesmo 
exercício, gerando um acúmulo de caixa. 
No exercício vigente a “sobra de caixa do exercício anterior” não poderá ser 
contabilizada novamente como receita, uma vez que esta decorre de receita 
contabilizada no ano em que fora arrecadada. Esta contabilização encontra 
fundamento no art. 35 da Lei nº 4.320/64 o qual estabelece que pertence ao 
exercício a receita nele arrecadada. 
De acordo com o MCASP, somente para suprir a excepcionalidade dos Regimes 
Próprios de Previdência Social (RPPS), o Balanço Orçamentário destes entes 
poderá incluir recursos arrecadados em exercícios anteriores para fins de 
equilíbrio orçamentário. 
Isso ocorre pois em um determinado momento o RPPS foi superavitário (a 
chamada fase de capitalização), em um outro momento geralmente após anos 
as receitas arrecadadas no exercício são menores do que as despesas 
empenhadas, o que gera um déficit de execução orçamentária no exercício 
financeiro. Esse déficit deverá ser coberto com o superávit gerado na fase de 
capitalização. 
1.5. Despesas Orçamentárias (Colunas do Balanço Orçamentário) 
A coluna Dotação Inicial identifica o valor dos créditos orçamentário fixados na 
LOA. Assim, os valores apresentados nesta coluna deve refletir exatamente 
aqueles fixados inicialmente na lei do orçamento. 
Análise: No exemplo dado o valor da Dotação Inicial é igual a $65.000. 
Observe que a reserva de contingência e a reserva para o regime 
 
5 Lei nº 4.320/64, art. 43, § 1º, I. 
6 Constituição Federal, art. 167, § 2º. 
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próprio de previdência, bem como a amortização da dívida com 
refinanciamento compõem compreendem o valor total desta coluna. 
A coluna Dotação Atualizada evidencia o valor da dotação inicial acrescida dos 
créditos adicionais (especiais, suplementares ou extraordinários) abertos 
durante o exercício e deduzida das anulações totais ou parciais de dotação que 
serviram de fonte para abertura dos créditos adicionais. 
Análise: No nosso exemplo o total da dotação atualizada foi de $66.000, 
indicando que houve um incremento de $1.000 em relação a dotação 
inicial. Observa-se também incremento em Outras Despesas Correntes 
($1.000), na Inversões Financeiras ($500) e na Amortização da Dívida 
($500). Houve redução nas dotações dos Investimentos ($500) e na 
Reserva de Contingência ($500). À primeira vista não se sabe ao certo 
o motivo destes acréscimos e decréscimos, por isso é importante 
destaca-los em notas explicativas. 
As colunas da Despesa Empenhada, Despesas Liquidadas e Despesas Pagas 
destacam as três etapas da execução orçamentárias da despesa. Em cada linha 
é possível identificar quais despesas tiveram um nível satisfatório ou não de 
execução. É possível ainda encontrar o valor dos restos a pagar processados 
(liquidação menos pagamento) e não processados (empenhos menos 
liquidação). 
A coluna Saldo da Dotação indica se houve sobra de orçamento (a chamada 
economia orçamentária). 
1.6. Despesas Orçamentárias (Linhas do Balanço Orçamentário) 
 
Despesas Correntes são todas as despesas que não contribuem, diretamente, 
para a formação ou aquisição de um bem de capital. 
As despesas correntes são compostas pelos seguintes grupos de despesa: 
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Pessoal e Encargos Sociais - Esta linha compreende o valor das despesas 
orçamentárias com pessoal ativo e inativo e pensionistas, relativas a mandatos 
eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, 
com quaisquer espécies remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, 
fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e pensões, 
inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais de 
qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo 
ente às entidades de previdência, conforme estabelece a Lei de 
Responsabilidade Fiscal. 
Análise: No exemplo a dotação inicial para a despesas com pessoal e 
encargos sociais prevista na lei orçamentária foi $20.000 e este total 
permaneceu inalterado conforme se observa na coluna Dotação 
Atualizada. Deste total foram empenhados $19.500, foram liquidados 
e pagos o mesmo valor não havendo inscrição em restos a pagar neste 
grupo de despesas. O saldo da dotação no valor de $500 indica que a 
dotação disponível não foi utilizada (empenhada) integralmente 
indicando que houve economia orçamentária. 
Juros e Encargos da Dívida – A administração pública ao contratar operações de 
crédito assume o compromisso de quitar o montante contratado e além disso 
o pagamento de juros e encargos. Esta linha compreende o valor das despesas 
orçamentárias com o pagamento de juros, comissões e outros encargos de 
operações de crédito internas e externas contratadas, bem como da dívida 
pública mobiliária. 
Análise: No exemplo a dotação inicial para a despesas com juros e 
encargos prevista na lei orçamentária foi $5.000 e este total 
permaneceu inalterado conforme se observa na coluna Dotação 
Atualizada. Deste total foram empenhados $4.800, foram liquidados e 
pagos o mesmo valor não havendo inscrição em restos a pagar neste 
grupo de despesas. O saldo da dotação no valor de $200 indica que a 
dotação disponível não foi utilizada (empenhada) integralmente 
indicando que houve economia orçamentária. 
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Outras Despesas Correntes – Esta linha compreende o valor das despesas 
orçamentárias com aquisiçãode material de consumo, pagamento de diárias, 
contribuições, subvenções, auxílio-alimentação, auxílio-transporte, além de 
outras despesas da categoria econômica “Despesas Correntes” não 
classificáveis nos demais grupos das despesas correntes descritos 
anteriormente. 
Análise: No exemplo a dotação inicial para outras despesas correntes 
prevista na lei orçamentária foi $10.000 sendo acrescido $1.000 
passando a dotação para $11.000 conforme se observa na coluna 
Dotação Atualizada. Deste total foram empenhados $10.500, 
liquidados $10.000 e pagos $9.000. Desta forma no exercício em 
analise foram inscritos $500 em restos a pagar não processados 
(despesas empenhadas menos as liquidadas) e $1.000 em restos a 
pagar processados (despesas liquidadas menos as pagas). O saldo da 
dotação no valor de $200 indica que a dotação disponível não foi 
utilizada (empenhada) integralmente indicando que houve economia 
orçamentária. 
Despesas de Capital são todas as despesas que contribuem, diretamente, para 
a formação ou aquisição de um bem de capital. 
As despesas de capital são compostas pelos seguintes grupos de despesa: 
Investimentos - Esta linha compreende o valor das despesas orçamentárias com 
softwares e com o planejamento e a execução de obras, inclusive com a 
aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas, e 
com a aquisição de instalações, equipamentos e material permanente. 
Análise: No exemplo a dotação inicial para a despesas com 
investimentos prevista na lei orçamentária foi $8.500 sendo reduzida 
para $8.000 conforme se observa na coluna Dotação Atualizada. Deste 
total foram empenhados $4.000, liquidados $3.600 e pagos $3.000. 
Desta forma no exercício em analise foram inscritos $400 em restos a 
pagar não processados (despesas empenhadas menos as liquidadas) e 
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$600 em restos a pagar processados (despesas liquidadas menos as 
pagas). O saldo da dotação no valor de $4.000 indica que a dotação 
disponível não foi utilizada (empenhada) integralmente indicando que 
houve economia orçamentária. 
Inversões Financeiras - Esta linha compreende o valor das despesas 
orçamentárias com a aquisição de imóveis ou bens de capital já em utilização; 
aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de 
qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do 
capital; e com a constituição ou aumento do capital de empresas, além de 
outras despesas classificáveis neste grupo. 
Análise: No exemplo a dotação inicial para a despesas com inversões 
financeiras prevista na lei orçamentária foi $4.000 sendo aumentada 
para $4.500 conforme se observa na coluna Dotação Atualizada. Deste 
total foram empenhados $4.200, liquidados $4.000 e pagos $3.900. 
Desta forma no exercício em analise foram inscritos $200 em restos a 
pagar não processados (despesas empenhadas menos as liquidadas) e 
$100 em restos a pagar processados (despesas liquidadas menos as 
pagas). O saldo da dotação no valor de $300 indica que a dotação 
disponível não foi utilizada (empenhada) integralmente indicando que 
houve economia orçamentária. 
Amortização da Dívida - Esta linha compreende o valor das despesas 
orçamentárias com o pagamento do principal dívida pública interna e externa 
decorrente de operações de crédito. 
Análise: No exemplo a dotação inicial para a despesas com amortização 
da dívida prevista na lei orçamentária foi $2.000 sendo aumentada para 
$2.500 conforme se observa na coluna Dotação Atualizada. Deste total 
foram empenhados $2.400, foram liquidados e pagos o mesmo valor 
não havendo inscrição em restos a pagar neste grupo de despesas. O 
saldo da dotação no valor de $100 indica que a dotação disponível não 
foi utilizada (empenhada) integralmente indicando que houve 
economia orçamentária. 
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A Reserva de Contingência é utilizada para abertura de créditos adicionais 
destinada ao atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos 
fiscais imprevistos. O valor da reserva de contingência deve ser definido na Lei 
de Diretrizes orçamentária e tem como base de cálculo a receita corrente 
líquida. 
Análise: No exemplo a dotação inicial da reserva de contingência foi 
$500. Pode-se observar que esta foi utilizada. No entanto para que 
possa verificar a sua aplicabilidade se faz necessário a evidenciação em 
notas explicativas. 
A linha Subtotal das Despesas indica o somatório das despesas correntes e de 
capital não incluindo as despesas com amortização do refinanciamento da 
dívida. 
Análise: No exemplo a dotação inicial para a despesas orçamentárias 
(exceto com amortização do refinanciamento da dívida) prevista na lei 
orçamentária foi $50.000 sendo aumentada para $51.000 conforme se 
observa na coluna Dotação Atualizada. Deste total foram empenhados 
$45.400, liquidados $44.300 e pagos $42.600, sendo inscritos restos a 
pagar não processados (despesas empenhadas menos as liquidadas) o 
valor de $1.100 e em restos a pagar processados (despesas liquidadas 
menos as pagas) o valor de $1.700. O saldo da dotação no valor de 
$5.600 indica que a dotação disponível não foi utilizada (empenhada) 
integralmente indicando que houve economia orçamentária. 
A linha Subtotal com Refinanciamento corresponde a soma da das despesas 
orçamentárias com principal da dívida decorrente das operações de crédito 
anteriormente contratadas. 
Análise: No exemplo valor da dotação inicial foi integralmente 
empenhado liquidado e pago. 
Superávit –o Balanço Orçamentário apresentará superávit quando o valor total 
das receitas arrecadadas for maior que o valor da despesa empenhada. 
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Análise: O resultado orçamentário é apurado pela diferença entre os 
totais as receita arrecadada e da despesa empenhada podendo 
apresentar déficit (receita < despesa) ou superávit (receita > despesa). 
No exemplo dado a linha o superávit foi um valor de $3.500. 
Particularidades das Unidades Contábeis Descentralizadas: Segundo o 
MCASP, os balanços orçamentários não consolidados (por exemplo, das 
secretarias, fundações e autarquias) poderão apresentar desequilíbrio 
e déficit orçamentário, pois, em sua grande maioria, muitos deles não 
são agentes arrecadadores e executam despesas orçamentárias, como, 
por exemplo, despesas com pessoal e com investimentos. 
O balanço orçamentário destes órgãos e entidades apresenta déficit 
orçamentário, pois o valor total das receitas orçamentárias é inferior 
ao valor total da despesa empenhada, já que estes dependem de 
recursos do Tesouro que repassados pelos órgãos arrecadadores. Este 
fato não representa necessariamente uma irregularidade, pois é 
preciso avaliar o volume de recursos repassados pelos órgãos 
arrecadadores. Isso deve ser evidenciado complementarmente por 
nota explicativa que demonstre o montante da movimentação 
financeira (transferências financeiras recebidas) relacionada à 
execução do orçamento do exercício e das despesasextraorçamentária. 
 
1.7. Quadro da Execução dos Restos a Pagar 
Conforme visto anteriormente, através do Balanço Orçamentário é possível 
confrontar valores previstos com a execução (receitas e despesas 
orçamentárias). Contudo, a execução dos restos a pagar inscritos em exercícios 
anteriores não são evidenciadas neste demonstrativo. 
O pagamento desses passivos consome recursos financeiros, por este motivo o 
MCASP trouxe dois novos quadros cuja finalidade é demonstrar a execução dos 
restos a pagar durante o exercício em análise. São eles: Quadro da Execução 
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dos Restos a Pagar Não Processados e o Quadro da Execução de Restos a Pagar 
Processados e Restos a Pagar Não Processados Liquidados. 
Estes quadros apresentam a movimentação dos restos a pagar, a partir do saldo 
no início do exercício. Também são destacados os valores liquidados no 
exercício (no caso, dos restos a pagar não processados de exercícios anteriores), 
os valores pagos e cancelados e, por fim, do saldo dos restos a pagar inscritos 
em exercícios anteriores ao ano de elaboração do Balanço Orçamentário. 
1.7.1. Quadro da Execução de Restos a Pagar não Processados 
Os restos a pagar não processados englobam as despesas orçamentárias que 
não atingiram o estágio de liquidação (recebimento da mercadoria ou 
prestação do serviço pela Administração Pública). O Quadro da Execução dos 
Restos a Pagar não Processados evidencia a movimentação desses passivos 
durante o exercício de referência do Balanço Orçamentário. 
Figura 2. 
 
Obs.: Supõe-se que o ano de levantamento (ano de referência) do Balanço 
Orçamentário seja 2017. 
No exemplo acima, o demonstrativo evidencia as seguintes informações: 
Em Exerc íc io s
Anterio res
Em 31 de 
Dezembro
do Exerc íc io 
Anterio r
Liqu idado s Pago s Cancelado s Saldo
(a) (b ) ( c ) (d ) (e) ( f) = (a+b-d-
 DESPESAS CORRENTES ( IX ) 5.000 11.000 9.000 9.000 3.000 4.000
 Pessoal e Encargos Sociais 0 1.000 1.000 1.000 0 0
 Juros e Encargos da Dívida 0 0 0 0 0 0
 Outras Despesas Correntes 5.000 10.000 8.000 8.000 3.000 4.000
 DESPESAS DE CAPITAL (X ) 3.500 6.000 9.200 8.700 0 800
 Investimentos 3.000 5.000 8.000 8.000 0 0
 Inversões Financeiras 500 1.000 1.200 700 0 800
 Amortização da Dívida 0 0 0 0 0 0
SUBTOTAL DAS DESPESAS (X III) = ( IX + X + XI 8.500 17.000 18.200 17.700 3.000 4.800
QUADRO DA EXECUÇÃO DOS RESTOS A PAGAR NÃO PROCES SADOS (Exerc íc io : 2017)
INSCRITOS
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Análise: A coluna (a) apresenta o saldo de $8.500 referente as restos a 
pagar não processados inscritos em exercícios anteriores (no exemplo 
inclui o sado dos restos a pagar inscritos entre 2012 e 2015). 
Ressalte-se que o Decreto-Lei nº 20.910/1932 estabelece que a dívida 
passiva as União, Estados e Municípios prescreve em 5 anos. Em alguns 
casos, como ocorre na união, há regramento próprio para 
cancelamento dos restos a pagar não processados não sendo 
necessário que este permaneça inscrito durante 5 anos. No caso dos 
restos a pagar não processados isso é plenamente possível pois estes 
não são considerados como dívida passiva sob a ótica patrimonial, 
tendo em vista que não houve a liquidação da despesa, logo não há o 
que se falar em direito adquirido pelo credor. 
A coluna (b) apresenta o saldo de restos a pagar não processados que 
foram inscritos em 31 de dezembro do exercício anterior (no caso, 31 
de dezembro de 2016), cujo total é $17.000. 
A coluna (c) apresenta o valor dos restos a pagar não processados que 
foram liquidados durante o exercício de 2017, cujo total é $18.200. 
A coluna (d) apresenta o valor dos restos a pagar não processados que 
foram pagos durante o exercício de 2017 cujo total é $17.700. 
A coluna (e) apresenta o valor dos restos a pagar não processados que 
foram cancelados durante o exercício de 2017, cujo total é $3.000. 
A coluna (f) apresenta o saldo dos restos a pagar não processados 
inscritos em exercícios anteriores a 2016. 
Os restos a pagar não processados inscritos no exercício de 2017 não 
compõem este demonstrativo, pois estes só serão inscritos ao final do 
exercício. 
Os restos a pagar não processados inscritos em 2017 constarão no 
Quando de Da execução dos Restos a Pagar não Processados do 
INSTITUTO ESCOLA SUPERIOR DE CONTAS E GESTÃO PÚBLICA 
MINISTRO PLÁCIDO CASTELO 
Curso Análise de Balanço do Setor Público 
Instrutor: José Wesmey da Silva 
Agosto de 2017 
 
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exercício de 2018 na coluna Inscritos em 31 de dezembro do exercício 
anterior. 
1.7.2. Quadro da Execução de Restos a Pagar Processados e não 
Processados Liquidados 
Os restos a pagar processados compreendem às despesas que atingiram o 
estágio de liquidação, ou seja, a Administração Pública reconheceu o 
recebimento da mercadoria ou da prestação do serviço, no entanto não 
realizou o pagamento até o final do exercício. 
Este quadro inclui os valores dos restos a pagar “não processados liquidados”, 
vejamos o que isso significa através de um exemplo prático. 
Digamos que no exercício de 2015 uma determinada despesa tenha sido 
empenhada, mas que não tenha sido liquidada naquele ano. Esta despesa será 
inscrita como restos a pagar não processado. Digamos que durante o exercício 
de 2016 a referida despesa (restos a pagar não processado) tenha sido liquidada 
mas ainda não tenha sido paga neste exercício. Logo o saldo deste restos a 
pagar não processado liquidado constará no demonstrativo de 2017. Em suma 
temos um resto a pagar não processado (em 2015) liquidado (em 2016). 
Agora vamos analisar o Quadro da Execução de Restos a Pagar Processados e 
não Processados Liquidados. 
Figura 3. 
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Obs.: Supõe-se que o ano de levantamento do Balanço Orçamentário seja 2017. 
No exemplo acima, o demonstrativo evidencia as seguintes informações: 
Análise: A coluna (a) apresenta o saldo de $17.000 referente aos restos 
a pagar processados e não processados liquidados inscritos em 
exercícios anteriores (no exemplo inclui o sado dos restos a pagar 
inscritos entre 2012 e 2015). 
A coluna (b) apresenta o saldo de restos a pagar processados e não 
processados liquidados que foram inscritos em 31 de dezembro do 
exercício anterior (no caso, 31 de dezembro de 2016) cujo total é 
$19.000. 
A coluna (c) apresenta o valor dos restos a pagar processados e não 
processados liquidados que foram pagos durante o exercício de 2017, 
cujo total é $29.000. 
A Coluna (d) apresenta o valor dos restos a pagar processados e não 
processados liquidados que foram cancelados durante o exercício de 
2017, cujo total é $5.000. 
A Coluna (e) apresenta o saldo dos restos a pagar inscritos em 
exercícios anteriores a 2017, no valor de $2.000. 
Em Exerc íc io s
Anterio res
Em 31 de 
Dezembro
do Exerc íc io 
Anterio r
Pago s Cancelado s Saldo
(a) (b ) ( c ) (d ) (e)=(a+b-c -d )DESPESAS CORRENTES ( IX ) 10.000 16.000 21.000 3.000 2.000
 Pessoal e Encargos Sociais 0 0 0 0 0
 Juros e Encargos da Dívida 0 1.000 1.000 0 0
 Outras Despesas Correntes 10.000 15.000 20.000 3.000 2.000
 DESPESAS DE CAPITAL (X ) 7.000 3.000 8.000 2.000 0
 Investimentos 5.000 1.000 6.000 0 0
 Inversões Financeiras 2.000 0 0 2.000 0
 Amortização da Dívida 0 2.000 2.000 0
SUBTOTAL DAS DESPESAS (X III) = ( IX + X + XI + XII) 17.000 19.000 29.000 5.000 2.000
QUADRO DA EXECUÇÃO DOS RESTOS A PAGAR PROCES SADOS E NÃO PROCES SADOS LIQU IDADOS (Exerc íc io : 2017)
INSCRITOS
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Os restos a pagar processados inscritos em 2017 constarão no Quando 
de Da execução dos Restos a Pagar não Processados do exercício da 
2018 na coluna Inscritos em 31 de dezembro do exercício anterior. 
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Referências. 
 CFC. Norma Brasileira de Contabilidade Aplicada ao Setor Público NBC T 16.6 (R1) – 
Demonstrações Contábeis. 
 CFC. NBC TSP ESTRUTURA CONCEITUAL – Estrutura Conceitual para Elaboração e 
Divulgação de Informação Contábil de Propósito Geral pelas Entidades do Setor 
Público. 
 KOHAMA, Heilio. Balanços públicos: teoria e prática. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2015. 
 Lei Complementar n° 101, de 4 de maio de 2000. Estabelece normas de finanças 
públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providencias. 
 Lei n° 4.320, de 17 de março de 1964. Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para 
elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos 
Municípios e do Distrito Federal. 
 SILVA, Valmir Leôncio da. A nova contabilidade aplicada ao setor público: uma 
abordagem prática/Valmir Leôncio da Silva. – São Paulo: Atlas, 2012 
 SILVA, Lino Martins. Contabilidade governamental: um enfoque administrativo / Lino 
Martins da Silva. -9. Ed. São Paulo: Atlas, 2011 
 STN. Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público – MCASP. 7. ed. Brasília, 2016.

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