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Profa. Dra. Karina Oliveira Drumond UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CAMPUS DE PARNAÍBA CURSO: BIOMEDICINA DISCIPLINA: PATOLOGIA GERAL LESÕES CELULARES IRREVERSÍVEIS NECROSE E APOPTOSE LESÕES CELULARES AGENTES AGRESSORES LESÕES CELULARES REVERSÍVEIS IRREVERSÍVEIS duração intensidade natureza NECROSE Morte celular – organismo vivo – autólise = NECROSE Autólise = degradação enzimática – componentes celulares Enzimas = própria célula → lisossomos Lisossomos – perdem = conter hidrolases Fosfolipases Proteases Lipases Glicosidases Ribonucleases Desoxirribonucleases Ativadas por Ca++Agressão NECROSE Liberação de quimiocinas e citocinas pró-inflamatórias e fagocitose Resposta inflamatória Alarminas ou moléculas sinalizadoras de agressão – DAMP NECROSE Causas ↓ energia → obstrução vascular (isquemia, hipóxia, anóxia) → Inibição dos processos respiratórios da célula Produção de radicais livres Ação direta sobre enzimas – inibindo processos vitais da células (agentes químicos e toxinas) Agressão direta à membrana citoplasmática NECROSE Alterações microscópicas Nucleares NECROSE Alterações microscópicas Nucleares Picnose Cariorrexe Cariólise NECROSE Alterações microscópicas Nucleares Picnose Contração e condensação da cromatina Núcleo basófilo Aspecto homogêneo Dimunuído de tamanho NECROSE Alterações microscópicas Nucleares Cariorrexe Fragmentação nuclear NECROSE Alterações microscópicas Nucleares Cariorrexe NECROSE Alterações microscópicas Nucleares Cariólise Digestão da cromatina nuclear Perda de atividade tintorial Ausência de núcleo “Fantasma” da célula NECROSE Alterações microscópicas Nucleares NECROSE Tipos De coagulação ou isquêmica Hemorrágica Por liquefação Caseosa Gordurosa ou esteatonecrose Gangrenosa NECROSE DE COAGULAÇÃO OU ISQUÊMICA Área necrótica sólida = infarto branco Etiologia Tromboembolismo (obstrução vascular) – mais comum Queimaduras e lesões por ácidos e bases fortes Rins, coração, baço e tumores de crescimento rápido 99% – ramo arterial – órgãos de circulação terminal NECROSE DE COAGULAÇÃO OU ISQUÊMICA Macroscopia Área hemorrágica – coloração vermelho-azulada Área amarela pálida com halo hiperêmico Sem brilho NECROSE DE COAGULAÇÃO Achados Macroscópicos Rim Infarto renal NECROSE DE COAGULAÇÃO Achados Macroscópicos Rim Infarto renal NECROSE DE COAGULAÇÃO Achados Macroscópicos Rim Infarto renal NECROSE DE COAGULAÇÃO Achados Macroscópicos Rim Infarto esplênico NECROSE DE COAGULAÇÃO OU ISQUÊMICA Microscopia Desnaturação de proteínas = pH baixo Proteínas sofrem ação de enzimas lisossomais Enzimas lisossomais são desnaturadas – baixa atividade Coagulação = aspecto físico da célula morta Eosinofilia Preservação da arquitetura tecidual NECROSE DE COAGULAÇÃO Tecido necrosado (HE, 10x) NECROSE DE COAGULAÇÃO Achados Microscópicos • Área eosinofílica opaca • Perda do núcleo • Preservação dos contornos glomerulares e tubulares Tecido renal (HE, 40x) NECROSE DE COAGULAÇÃO Achados Microscópicos • Área acidofílica opaca • Perda do núcleo • Aglutinação do citoplasma • Preservação dos contornos glomerulares e tubulares Tecido renal NECROSE DE COAGULAÇÃO Alterações microscópicas Nucleares Adenohipófise Normal Adenohipófise – necrose NECROSE HEMORRÁGICA Hemorragia na área de necrose = infarto vermelho Denominação macroscópica Causas OBSTRUÇÃO ARTERIAL Órgãos com circulação dupla e rica circulação colateral = pulmões e intestino Áreas de necrose de coagulação após reperfusão sanguínea OCORRÊNCIA Infarto VERMELHO pulmonar NECROSE HEMORRÁGICA Causas OBSTRUÇÃO VENOSA Fígado – diminuição do retorno venoso – necrose na região centrolobular Vólvulo ou intussuscepção de alças intestinais NECROSE HEMORRÁGICA Achados Macroscópicos Necrose hemorrágica do fígado Noz moscada Áreas avermelhadas NECROSE HEMORRÁGICA Achados Macroscópicos Necrose hemorrágica do fígado Noz moscada Áreas avermelhadas NECROSE HEMORRÁGICA Achados Macroscópicos Intussuscepção NECROSE HEMORRÁGICA Achados Microscópicos Necrose hepática multifocal NECROSE POR LIQUEFAÇÃO Zona de consistência mole, semi-fluida ou liquefeita Ação de hidrolases – dissolução rápida e total do tecido morto Tecidos pobres em proteínas – tecido nervoso Pouca capacidade de coagulação amolecimento e liquefação NECROSE POR LIQUEFAÇÃO ETIOLOGIA Isquemia – Tecido cerebral Rico em lipídios, água e enzimas lisossomais Pobre em proteínas PSEUDOCISTOS Necrose liquefativa por autólise NECROSE POR LIQUEFAÇÃO Causas Inflamações purulentas – bactérias piogênicas = pus Enzimas bacterianas Enzimas de células mortas Enzimas de leucócitos mortos Digestão proteolítica liquefativa do tecido Necrose liquefativa por heterólise Líquido viscoso amarelado NECROSE POR LIQUEFAÇÃO Tecido nervoso Cavidades – pseudocistos com material liquefeito NECROSE POR LIQUEFAÇÃO Tecido nervoso Cavidades – pseudocistos com material liquefeito NECROSE POR LIQUEFAÇÃO NECROSE POR LIQUEFAÇÃO Tecido renal (HE, 40x) NECROSE POR LIQUEFAÇÃO NECROSE CASEOSA Denominação = macroscopicamente = massa grumosa de queijo branco fresco (caseum) Ação do bacilo Mycobacterium sp. – TUBERCULOSE Lesão = agressão indireta – macrófagos e linfócitos T = produtos citotóxicos NECROSE CASEOSA Macroscopia Massa amorfa Consistência pastosa Sem brilho Friável e seca Branco-acinzentada – queijo cremoso NECROSE CASEOSA NECROSE CASEOSA Achados Microscópicos • Massa homogênea eosinofílica • Restos nucleares fragmentados • Perda do contorno celular • Inflamação granulomatosa Tuberculose pulmonar NECROSE CASEOSA Achados Microscópicos Tuberculose Linfadenite Tuberculosa Necrose caseosa Granulomas epitelioides Cél. gigante NECROSE CASEOSA Achados Microscópicos Massa homogênea eosinofílica Tuberculose pulmonar NECROSE CASEOSA Achados Microscópicos • Células epitelioides rodeando a área de necrose • Calcificação Tuberculose pulmonar NECROSE GORDUROSA Esteatonecrose = necrose do tecido adiposo adipócitos Necrose gordurosa enzimática = ação lítica de enzimas Necrose gordurosa traumática = trauma no tecido adiposo TIPOS NECROSE GORDUROSA Necrose gordurosa enzimática Ação lítica de enzimas pancreáticas Pancreatite aguda Tumores do pâncreas Destruição dos ácinos pancreáticos – liberação de lipases e proteases → necrose dos tecidos gordurosos Peripancreáticos Cavidade abdominal Pâncreas NECROSE GORDUROSA Necrose gordurosa enzimática Depósitos esbranquiçados = pingos de vela Lipases Membrana celular adiposa Ácidos graxos livres Saponificação na presença de bases fortes (cálcio – Ca(OH)2) NECROSE GORDUROSA Necrose gordurosa traumática Após traumatismos sobre o tecido adiposo de pessoas obesas (mama) Triglicerídeos – hidrolisados – lipases do próprio adipócito lesado NECROSE GORDUROSA Achados Macroscópicos NECROSE GORDUROSA Achados Macroscópicos NECROSE GORDUROSA AchadosMacroscópicos NECROSE GORDUROSA Achados Microscópicos • Contornos celulares irregulares • Sem núcleo periférico • Células inflamatórias NECROSE GORDUROSA Achados Microscópicos NECROSE GANGRENOSA Gangrena Necrose isquêmica + ação de agentes externos sobre o tecido necrosado Bactérias anaeróbias – putrefação tecidual Necrose isquêmica de extremidades NECROSE GANGRENOSA Causas Isquemia de extremidades de membros inferiores Tromboses ou tromboembolias arteriais Aterosclerose Compressão excessiva de membro por bandagem Lesão penetrante de artéria – ferimentos NECROSE GANGRENOSA Tipos Gangrena seca – não infectada – contato com ar = seca e dura Gangrena úmida – infectada Gangrena gasosa – produção de gás pela bactéria (Clostridium) Ocorrência Extremidades Cordão umbilical Pulmão Intestino Apêndice cecal NECROSE GANGRENOSA Achados Macroscópicos Coloração castanho-avermelhado a enegrecido Desprendimento de tecido Gangrena gasosa Acúmulo de gás – bolhas gasosas Odor fétido – sulfeto de hidrogênio, amônia e mercaptanas NECROSE GANGRENOSA • Gangrena seca • Dura - perda de água • Enegrecida e delimitada do tecido viáveis NECROSE GANGRENOSA Coloração escura NECROSE GANGRENOSA Gangrena seca NECROSE EVOLUÇÃO Absorção Macrógafos – área pequena Fatores de crescimento – liberados – multiplicação celular Drenagem Vias neoformadas – fístulas Vias excretoras normais – árvore brônquica, intestino Cicatrização – infartos Substituição por cicatriz fibrosa NECROSE EVOLUÇÃO Calcificação – distrófica Encistamento Área necrosada – cavidade cheia de líquido – revestida por tecido vivo circunjacente Tecido nervoso – sem capacidade para absorver o tecido necrosado Órgãos e tecidos maciços – sem drenagem e absorção Profa. Dra. Karina Oliveira Drumond UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CAMPUS DE PARNAÍBA CURSO: BIOMEDICINA DISCIPLINA: PATOLOGIA GERAL LESÕES CELULARES IRREVERSÍVEIS NECROSE E APOPTOSE APOPTOSE Morte celular programada Aciona mecanismos que culminam com sua morte – sem autólise Fragmentação – endocitados – células vizinhas Sem ativação de células fagocíticas ou quimiotaxia Tipo de morte celular muito frequente Estados fisiológicos Estados patológicos APOPTOSE Estados fisiológicos Remodelação de órgãos Embriogênese e vida pós-natal Funções No embrião, os sulcos dos dedos das mãos são formados como conseqüência da morte das células das membranas interdigitais APOPTOSE Destruição programada de células durante a embriogênese APOPTOSE Estados fisiológicos Funções Controle da proliferação e diferenciação celular Célula estimulada a se diferenciar – eliminada – cumprida a função Glândulas mamárias – lactação Linfócitos – resposta imune = apoptose APOPTOSE Estados fisiológicos Manutenção do nº de células num tecido Controle dos mecanismos de proliferação (mitose) Apoptose Distúrbio da proliferação = câncer Proliferação descontrolada ↓ apoptose APOPTOSE Estados patológicos Desencadeada Agentes agressores Substâncias químicas Agressão imunitária Radiações ionizantes Vírus Hipóxia Radicais livres APOPTOSE Etiopatogênese Estímulos intrínsecos (mitocondriais) Aumento da permeabilidade da mitocôndria Estímulos extrínsecos (citoplasmáticos) Ativam receptores de membrana – possuem domínios de morte (pertencem a família do TNF = ligantes de morte – TNFR1 e Fas) Irradiações Estresse oxidativo Agressão química Hipóxia Linfócitos – processos inflamatórios e imunitários APOPTOSE Estímulos Ativação de proteases → modificações funcionais e morfológicas Diferentes rotas Ativação direta de caspases Alterações de mitocôndrias → ativação de caspases Interferência com proteínas citosólicas reguladoras de apoptose APOPTOSE Caspases Cysteine asparargil specific proteases Enzimas – cisteína – sítio ativo Clivam proteínas – em locais com resíduos de ácido aspártico Ativação = deslocamento da molécula inibidora CASPASES APOPTOSE Caspases Produzidas como pró-caspases = enzimas inativas 12 caspases Ativadoras = 8, 9 e 10 Efetuadoras = 3, 6 e 7 Envolvidas na apoptose Ativadoras Efetuadoras proteólise Outras proteases ativam APOPTOSE Caspases Ativadoras Efetuadoras proteólise Outras proteases ativam Degradação de diferentes substratos da célula DNA Outros componentes nucleares Proteínas do citoesqueleto Alterações morfológicas da célula APOPTOSE Via mitocondrial Membrana mitocondrial Proteínas da família BCL = 23 proteínas Antiapoptóticas – regulam proteínas pró-apoptóticas Pró-apoptóticas – conhecidas BAX Inibidoras = antiapoptóticas Ativadoras = pró-apoptóticas Formadoras de poros - ↑ permeabilidade BCL-2 e BCL-X BAX + proteínas antiapoptóticas = inibição APOPTOSE Perda dos fatores de crescimento e hormônios APOPTOSE Perda dos fatores de crescimento e hormônios Proteínas pró-apoptóticas da família BCL = BAX • Citocromo C • SMAC = second mitochodrial activador of caspases • AIF = apoptosis inducing factor APOPTOSE Moléculas pró-apoptóticas Citocromo C + APAF-1 (apoptosis protease activating factor) APOPTOSSOMA – recruta caspase 9 APOPTOSE APOPTOSE SMAC + IAP (inhibitor of apoptosis proteins) (inibidor das caspases 3 e 9) Inibe IAP – Ativando caspases 3 e 9 Moléculas pró-apoptóticas Moléculas pró-apoptóticas AIF (fator indutor de apoptose) Ativa caspase 9 Ativa caspase 3 e 7 → ativa endonucleases APOPTOSE APOPTOSE Perda dos fatores de crescimento e hormônios Inibe expressão de genes - IAP APOPTOSE Perda dos fatores de crescimento e hormônios Ativa genes – BAX BAX + Bcl-2 = poros Ação direta – mitocôndrias Agressão direta = membrana citoplasmática Degradação de lipídeos = ativação de fosfolipases e esfingomielinase Esfingolipídeos → ceramida = ativa rotas pró- apoptóticas Irradiações Toxinas Radicais livres APOPTOSE Ativa cinases e fosfatases = inativação de inibidores de C8 e C9 APOPTOSE Via extrínseca Receptores com domínios de morte – membrana citoplasmática TNFR1 Fas (First Apoptotic Signal) APOPTOSE = ativação do receptor pelo ligante LT – reconhecem autoantígenos = eliminação de LT autorreagentes LT CD8+ = reconhecem células neoplásicas e infectadas por vírus Fas FasL Apoptose por estímulos que atuam em receptores com domínio de morte APOPTOSE Fas FasL Alteração conformacional Proteína de adaptação Proteína DED = efetuadora do domínio de morte Caspase 8 Caspase 10 Via extrínseca ATIVAÇÃO DAS CASPASES 3,6 E 7 APOPTOSE ESTÍMULO APOPTOSE Subtração dos fatores de crescimento e hormônios Caspase 8 ativada – cliva BID (BAX) Fragmento de BID + BCL-2 e BCL-X Aciona mecanismo mitocondrial de indução de apoptose APOPTOSE Caspase 8 ativada – cliva BID (BAX) Fragmento de BID + BCL-2 e BCL-XL Aciona mecanismo mitocondrial de indução de apoptose APOPTOSE Proteínas antiapoptóticas APOPTOSE Subtração dos fatores de crescimento e hormônios APOPTOSE Subtração dos fatores de crescimento e hormôniosAPOPTOSE APOPTOSE Morfologia Atinge células individualmente Cromatina se condensa Disposta em grumos acoplados à membrana nuclear Condensação nuclear e citoplasmática Imunoperoxidase, 40x APOPTOSE Morfologia Cariorrexe – fragmentação nuclear Membrana citoplasmática emite projeções e forma brotamentos = corpos apoptóticos Endocitose – células vizinhas e fagócitos Células isoladas – retração Inflamação ausente APOPTOSE Microscopia APOPTOSE APOPTOSE APOPTOSE Microscopia NECROSE X APOPTOSE NECROSE Morte celular patológica ou acidental Injúrias e agressões celulares causadas por fatores ambientais, mecânicos ou por microrganismos e outros patógenos que levam à ruptura da membrana celular APOPTOSE Morte celular programada (fisiológica ou patológica) e controlada Controle e regulação de tecidos embrionários e adultos Remoção de células infectadas, danificadas ou transformadas, sem ruptura da membrana plasmática NECROSE X APOPTOSE NECROSE X APOPTOSE NECROSE APOPTOSE Perda de integridade da membrana Estrangulamento da membrana sem perda de integridade Contração e condensação da cromatina Agregação da cromatina à membrana celular Tumefação celular e lise Condensação celular Lise completa sem formações de vesículas Formação de vesículas com membrana Desintegração das organelas Sem desintegração das organelas Morte de grupos celulares por distúrbios não fisiológicos Morte de células individuais por estímulos fisiológicos Fagocitose por macrófagos Fagocitose por células adjacentes ou macrófagos Resposta inflamatória significante Resposta não inflamatória ATIVIDADE Muitos agentes agressores podem induzir tanto apoptose como necrose e, por isso, os dois processos coexistem no mesmo tecido, frequentemente. Mas esses eventos celulares são isolados, ou seja, ou a célula morre por apoptose ou por necrose. Explique o que ocorre na célula, uma vez agredida, que faz com que ela sofra apoptose ou necrose, já que os agentes agressores são comuns a ambos os tipos de morte celular. Descreva sobre os demais tipos de morte celular: morte por autofagia, paraptose, catástrofe mitótica, morte excitotóxica, degeneração walleriana, corneificação de ceratinócitos e entose. karinadrumond@gmail.com UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CAMPUS DE PARNAÍBA CURSO: BIOMEDICINA DISCIPLINA: PATOLOGIA GERAL LESÕES CELULARES IRREVERSÍVEIS NECROSE E APOPTOSE
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