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Planejamento em Prótese fixa Os sucessos dos trabalhos de prótese fixa na clínica diária está diretamente associado a um correto e criterioso planejamento, que deve ser individualizado e executado de modo a atender às necessidades de cada um dos pacientes. As informações serão fornecidas pelo próprio paciente. Aspectos psicológicos, necessidades estéticas ou funcionais, presença de hábitos parafuncionais, dente outras característica, deverão ser pesquisadas durante a anamnese. Outros dados deverão ser obtidos a partir de um cuidado exame físico intra e extra-oral. Anamnese Nesta primeira fase do exame clínico deve-se pesquisar o estado de saúde geral do paciente. Este desempenha um papel importante e deve sempre ser considerado antes do início do tratamento, uma vez que permite tomar os cuidados exigidos para cada paciente. Em determinadas situações, deve-se descartar algumas modalidades de tratamento que a princípios seriam ideais, devido às condições física e emocionais ou à idade do paciente. Características que devem ser analisadas: a. Alergia à medicamentos b. Diabetes c. Anemia d. Problemas cardiovasculares e. História prévia de hemorragia f. Apertamento e bruxismo Exame extra-oral Este exame inicia-se durante a anamnese. Enquanto o paciente relata a sua história, observa-se o seu aspecto facial, procurando verificar características tais como dimensão vertical, suporte de lábio e linha do sorriso. A dimensão vertical pode estar diminuída como resultado de atrição severa ou perda de contenção posterior, e pode estar aumentada como consequência de um inadequado tratamento restaurador. O suporte de lábio também deve ser observado. Em alguns casos de prótese fixa pode-se encontrar situações clínicas onde houve grande perda de estrutura do rebordo alveolar na região anterior. Nestes casos o paciente deve ser alertado sobre a possibilidade de necessidade de enxerto ósseo ou de tecido conjuntivo. Caso o paciente não possa ser submetido à intervenção cirúrgica, pode-se contornar essa situação por meio da gengiva artificial. A linha do sorriso é outro aspecto a ser observado e assume extrema importância nos casos estéticos. No caso em que o paciente apresenta a linha do sorriso alta, normalmente, é necessário um posicionamento da margem da restauração dentro do sulco, a fim de esconder a cinta metálica das coroas metalocerâmicas. Desta forma, esta é uma situação clínica onde todos os cuidados com o tecido gengival deverão ser tomados, uma vez que uma pequena recessão decorrente de injúria durante o preparo ou moldagem pode ser determinante para o insucesso do trabalho. Após esta conversa inicial com o paciente, realiza-se o exame físico extra-oral, iniciando pela observação da pela e palpando os tecidos de suporte. Descartada a presença de alguma lesão, faz- se a avaliação da musculatura e da articulação temporo-mandibular. Logo, para a execução de um trabalho de prótese, é necessário que o paciente encontre-se livre de sinais e sintomas de disfunção craniomandibular. Exame intra-oral Nesta fase inspeciona-se tecidos moles, músculos, dentes, periodonto e as relações oclusais. Esta avaliação deve-se iniciar pela avaliação dos tecidos moles: mucosas, língua e demais tecidos devem ser apalpados e inspecionados. Finalizada a inspeção inicial da cavidade bucal, examina-se dentes e periodonto. A. Dentes Em relação ao exame dos dentes remanescentes, é de fundamental importância a análise criteriosa de determinados fatores decisivos do planejamento, como presença de cáries, manchamento, número, presença de restaurações, estética, oclusão, vitalidade pulpar, tamanho da coroa clínica. B. Periodonto Observar regiões de placa, sangramentos, hiperplasias, cálculo, invasão do espaço biológico e retração. Observar as características do periodonto, festonado ou espesso. Lembrar que o periodonto festonado está, normalmente, associado a dentes de coroa triangular e com papilas mais longas, enquanto, o periodonto espesso está relacionado à dentes de coroa quadrangular. C. Exame radiográfico Pesquisa de lesões ósseas, raízes teciduais e corpos estranhos, quantidade e qualidade óssea, anatomia radicular e qualidade de tratamento endodôntico , são algumas das muitas informações que podem ser obtidas através do exame radiográfico. D. Modelos de estudo Observar os contatos prematuros que conduzem a mandíbula da Relação Cêntrica para a Máxima Intercuspidação Habitual, observar o movimento que a mandíbula executa de RC para MIH, observação facilitada das relações intermaxilares, observação dos efeitos de um possível ajuste oclusal, observação facilitada das inclinações das unidades dentais, enceramento diagnóstico e confecção de coroas provisórias. Princípios de tratamento A tendência é focar na função. Sequelas da perda dentária • Migração (inclinação, rotação e extrusão) • Abertura dos contatos proximais • Perda óssea alveolar • Interferências oclusais • Perda de dimensão vertical de oclusão • Sobrecarga na região anterior • Função mastigatória unilateral ou anterior • Atividades parafuncionais • DTM • Estética e fisionomia alteradas • Problemas fonéticos • Baixa auto-estima Princípios do planejamento a. Fase sistêmica Consiste na anamnese. b. Fase preparatória Consiste na terapia periodontal básica, remoção de fatores retentores de placa, remoção de dentes condenados e, posteriormente, reconstruções provisórias. c. Fase corretiva Consiste na execução, se necessária, de cirurgias periodontais, terapia endodôntica e ortodôntica, estabelecimento da oclusão, reconstrução protética e implantes ósseos. d. Manutenção É necessário fazer o controle da placa, verificar a oclusão, fonética e suporte moral do paciente. Indicações clássicas de uma Prótese fixa "Dois dentes de suporte nas extremidades do espaço edêntulo em uma união rígida" • Substituição de dois ou até três dentes posteriores • Substituição de até quatro incisivos • Prótese Parcial Fixa: mínimo de duas colunas (dentes de suporte/pilares) para suportar a carga da viga (peça protética) e um alicerce sólido (ligamento e estrutura de suporte) Seleção de componentes de uma Prótese fixa A. Necessidade de retenção e estabilidade Os preparos dos pilares devem apresentar qualidade retentivas suficientes para suportar a prótese. B. Necessidade de restauração individual dos dentes de suporte Antecede as necessidades mecânicas. Consiste em restaurações, perdas de estrutura coronária. C. Necessidade estética A expectativa estética a ser alcançada é a do paciente. D. Necessidade de rigidez estrutural da prótese A medida que o nível do osso alveolar vai diminuindo apicalmente, aumenta o braço da alavanca de porção que fica externa ao osso, aumentando a probabilidade de danos por forças laterais. Princípio das vigas: a qual estabelece que a altura do conector interproximal deve ser maior ou igual à largura. " A deflexão gera forças de torsão sobre os dentes de suporte (necessidade de maior retenção e estabilidade)." Lei das Barras: d= 4.P.c³ E.L.h³ Próteses com vão suspenso: quanto menor a extensão do vão suspenso, menor o esforço a que serão submetidas a viga e as colunas. Raízes longas, coroas longas Boa proporção coroa-raiz Periodonto sadio Área oclusal nunca maior que a de pré-molar Mais favorável para mesial Mínimo 2 pilares E. Necessidade de paralelismo Alinhamento inicial dos dentes de suporte. Avaliar necessidade de via única de inserção: desgastes compensatórios e procedimentos ortodônticos. Conectoressemirrígidos: são suficientes para permitir a divisão de forças União mecânica do tipo rompe-forças. Em alguns casos, onde precisamos preservar os poucos remanescentes dentários e estes encontram-se em condição precária de suporte ósseo, podemos utilizar os conectores semirrígidos. Tensão de cisalhamento transferida para o osso. F. Necessidade de readequação do plano oclusal Ortodontia, meia coroa-proximal, coroa telescópica (preparo para Coroa Total com grande redução), conector semirrígido sobre face distal do pré-mola. G. Capacidade dos dentes de suporte de suportar cargas O equilíbrio entre as tensões desenvolvidas é essencial. Lei de Ante: O somatório da área de inserção dos dentes suporte deve ser maior ou igual ao da área de inserção dos elementos ausentes. Pode-se calcular o número de pilares necessários em relação ao espaço protético. A PPF após cimentação deve encontrar-se em equilíbrio, as forças (F) da mastigação que atuam sobre a prótese devem ser menores do que as de reação (R) (resistência do dente) Quanto maior a diferença entre as 2 forças, em favor da resistência, maior será a durabilidade devido a menor carga dos elementos suporte. Polígono de Roy: O envolvimento de pilares em 2 ou mais planos reduz o efeito da mobilidade individual de cada dente através da estabilização da prótese proporcionada por estes. A união destes planos forma um polígono de estabilização e sustentação também conhecido como polígono de Roy. Entenda que o arco dentário é um polígono e se fizermos o uso de dentes de diferentes áreas e em cada falha do polígono pudermos unir esses elementos, estaremos neutralizando as forças Observações • Canino superior: tem tendência a ser levado para lateral, a desoclusão ideal em um paciente dentado é a guia canina, por ser um dente com grande volume de raiz, por estar mais longe do fulcro, é um dente que suporta bem as forças. Imagine substituir um pré-molar, um incisivo lateral e um canino funcionando como guia canina, irá ocorrer erro. Nesses casos optamos por uma PPR ou um implante, ou usar o incisivo central e o segundo pré-molar como pilares e esses últimos diante da preservação tecidual não será a primeira escolha. • Canino inferior: tem a tendência de assentar e tende a forçar os dentes a irem para o sentido mais axial. Quando se faz desoclusão de canino, o maxilar é jogado pra fora e o mandibular para dentro. Será mais favorável para ser um pilar. • Pônticos suspensos (Cantilever): Pode ser feito um vão suspenso com um canino para um incisivo lateral, mas deve-se retirar o contato lateral, de forma que seja o menor possível, para permitir o máximo de excursão da mandíbula. Logo, para um pôntico em Cantilever deve-se tomar cuidado com as alavancas. Usam-se como dentes de suporte dentes de raízes longas ou com grandes áreas de suporte, como o canino. Esses pilares devem possuir coroas clínicas longas para que não ocorra a perda de estabilidade (rotação lateral) e nem de retenção. Deve-se ter boa proporção coroa raiz, o canino também é uma boa indicação. E ter periodonto sadio. Planejamento em Prótese fixa
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