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A3 14.03 O que sabemos da psicoterapia

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O que sabemos da psicoterapia - 
objetiva e subjetivamente
Livro: Tornar-se Pessoa – 
Segunda parte - capítulo 4
Carl Rogers
Conhecimento objetivo 
1. Congruência e Incongruência
O terapeuta congruente “ensina” seu cliente
 “Quanto mais autêntico e congruente o terapeuta for na relação, maior possibilidades haverá de que ocorram modificações na personalidade do cliente” pg 72
Conhecimento objetivo
2. “Consideração positiva incondicional”
“O terapeuta que estiver realmente pronto a aceitar o cliente, seja o que for que este esteja sentindo no momento – medo, confusão, desgosto, orgulho, cólera, ódio, amor, coragem, admiração.” pg 72
Conhecimento objetivo
3. Compreensão empática”
“Quando o terapeuta é sensível aos sentimentos e às significações pessoais que o cliente vivencia a cada momento, quando pode apreendê-los “de dentro” tal como o paciente os vê, e quando consegue comunicar com êxito alguma coisa dessa compreensão ao paciente”. Pg 72 
Estudos realizados com diversos clientes mostraram que quando essas três condições estão presentes no terapeuta e o cliente as percebe pelo menos parcialmente, o movimento terapêutico continua, o cliente nota que aprende e se desenvolve, dolorosa e definitivamente, e ambos consideram que o resultado é positivo. Pode-se concluir dos nossos estudos que são atitudes como as que descrevemos, mais do que o conhecimento e a capacidade técnica do terapeuta, as principais responsáveis pela modificação terapêutica. pg. 73
A Dinâmica da Mudança
Enquanto vai aprendendo a ouvir a si mesmo, começa igualmente a aceitar-se mais. Como exprime um número cada vez maior de aspectos ocultos e terríveis de si mesmo, percebe que o terapeuta tem para com ele e para com os seus sentimentos uma atitude congruente e uma consideração positiva incondicional. Vai lentamente tomando uma atitude idêntica em relação a si mesmo, aceitando-se como é, e acha-se portanto caminhando no processo de tomar-se o que é.
A Dinâmica da Mudança
	Finalmente, ao ouvir com maior atenção os sentimentos interiores, com menos espírito de avaliação e mais de aceitação de si, encaminha-se também para uma maior congruência. Descobre que é possível abandonar a fachada atrás da qual se escondia, que é possível por de lado os comportamentos de defesa e ser de uma maneira mais aberta o que realmente é. À medida que essas transformações vão se operando, torna-se mais consciente de si, aceita-se melhor, adota uma atitude menos defensiva e mais aberta, descobre que afinal é livre para se modificar e para crescer nas direções naturais do organismo humano.
Como poderei ajudar os outros?
Move-se para um fluxo no qual os sentimentos em permanente mudança são experimentados no momento, com conhecimentos e com aceitação, e que podem exprimir-se com rigor. O processo envolve uma alteração no seu modo de vivenciar. No início, o cliente está longe da sua vivência. Pode ser exemplo disso uma pessoa com tendência para intelectualização que fala sempre em termos abstratos de si e de seus sentimentos, deixando-nos curiosos sobre o que realmente se passa no seu íntimo. Partindo dessa distância dirige-se para um imediatismo da vivência, onde vive abertamente na sua vivência e sabe que pode se voltar para esta a fim de descobrir as significações correntes.
Esse processo implica uma certa maleabilidade na capacidade de apreensão dos mapas cognitivos da experiência. Partindo de um ponto em que a experiência é construída em quadros rígidos, captados como fatos exteriores, o cliente caminha para uma mudança no desenvolvimento em que as significações da experiência são construídas de forma maleável, construções estas modificáveis a cada nova experiência. 
A Alma em movimento – do “fixo” para o “fluido”
	De um modo geral, verifica-se que o processo se afasta da fixidez, do caráter remoto dos sentimentos e da experiência, de uma concepção rígida de si, de um afastamento das pessoas e da impessoalidade do funcionamento. Ele evolui para a fluidez, para a possibilidade de mudanças, para o imediatismo dos sentimentos e da experiência, para a aceitação desses sentimentos e dessa experiência, para tentativas de construção, para a descoberta de um eu que se transforma numa experiência mutável, para a realidade e proximidade das relações, para uma unidade e integração do funcionamento. Estamos continuamente aprendendo coisas novas sobre esse processo de transformação e não estou certo de que esse breve sumário represente inteiramente a riqueza das nossas descobertas. 
Os resultados da terapia
Há um estudo que mostra que no início da terapia as atitudes habituais para consigo mesmo são negativas na proporção de quatro para uma, mas que, no decurso da quinta fase do tratamento, estas mesmas atitudes são positivas muitas vezes na proporção de duas para uma. O cliente torna-se menos defensivo, e, por isso, mais aberto à sua própria experiência e à dos outros. Suas percepções tornam-se mais realistas e mais diferenciadas.
A Imagem Subjetiva
A EXPERIÊNCIA DO TERAPEUTA
Para o terapeuta, é uma nova aventura que começa. Ele sente: “Aqui está esta outra pessoa, meu cliente. Sinto um pouco de receio dele, medo de penetrar nos seus pensamentos, tal como tenho medo de mergulhar nos meus. No entanto, ao ouvi- lo, começo a sentir um certo respeito por ele, a sentir que somos próximos. Pressinto quão terrível lhe aparece o seu universo, com que tensão procura controlá-lo. Gostaria de apreender os seus sentimentos e que ele soubesse que eu os compreendo. Gostaria que ele soubesse que estou perto dele no seu pequeno mundo compacto e apertado, capaz de olhar para esse mundo sem excessivo temor. Talvez eu possa tomá-lo menos temível. Gostaria que os meus sentimentos nessa relação fossem para ele tão evidentes e claros quanto possível, a fim de que ele os captasse como uma realidade discernível a que pode regressar sempre. Gostaria de acompanhá-lo nessa temerosa viagem ao interior de si mesmo, ao medo nele escondido, ao ódio, ao amor que ele nunca foi capaz de deixar aflorar em si. 
A EXPERIÊNCIA DO TERAPEUTA
Reconheço que é uma viagem muito humana e imprevisível tanto para mim como para ele e que eu me arrisco, sem mesmo saber que tenho medo, a retrair-me em mim mesmo perante certos sentimentos que ele revela. Sei que isso impõe limites na minha capacidade de ajudar. Torno-me consciente de que os meus próprios temores podem levá-lo a encarar-me como um intruso, como alguém indiferente e que o rejeita, como alguém que não compreende. Procuro aceitar plenamente esses seus sentimentos, embora esperando também que os meus próprios se revelem de maneira tão clara na sua realidade que, com o tempo, ele não possa deixar de percebê-los. Mas, sobretudo, pretendo que veja em mim uma pessoa real. Não tenho necessidade de perguntar a mim mesmo com embaraço se os meus sentimentos são ‘terapêuticos’. O que eu sou e aquilo que sinto pode perfeitamente servir de base para a terapia, se eu pudesse ser transparentemente o que sou e o que sinto nas minhas relações com ele. Então talvez ele possa ser aquilo que é, abertamente e sem receio”.
A EXPERIÊNCIA DO CLIENTE
O cliente, por seu lado, atravessa uma série de estados de consciência muito mais complexos, que apenas podemos sugerir. Esquematicamente, talvez os seus sentimentos assumam uma das seguintes formas: 
“Tenho medo dele. Preciso de ajuda, mas não sei se posso confiar nele. Talvez ele veja em mim coisas de que não tenho consciência — elementos terríveis e maus. Ele não parece estar me julgando, mas tenho a certeza de que o faz. Não posso dizer-lhe o que realmente me preocupa, mas posso falar-lhe de algumas experiências passadas em relação com essas minhas preocupações. Ele parece que compreende essas experiências, logo, posso abrir-me um pouco mais com ele. 
A EXPERIÊNCIA DO CLIENTE
Mas agora que partilhei com ele um pouco desse meu lado mau, despreza-me. Tenho certeza disso, mas é estranho que tal coisa não seja evidente. Será que por acaso o que lhe contei nãoé assim tão mau? Será possível que eu não precise me envergonhar de uma parte de mim mesmo? Já não tenho a impressão de que ele me despreze. Isto me dá vontade de ir mais longe, na exploração de mim, de falar um pouco mais sobre mim. Encontro nele uma espécie de companheiro — parece realmente compreender-me. “Estou novamente cheio de medo, mas agora mais profundo. Não percebia que, ao explorar os recantos incógnitos de mim mesmo, iria sentir impressões que nunca havia experienciado antes. Isso é muito estranho porque, num certo sentido, não são sentimentos novos. Pressinto que sempre estiveram ali. Mas parecem tão maus e inquietantes que eu nunca os havia deixado fluir em mim. 
A EXPERIÊNCIA DO CLIENTE
E agora, quando vivo esses sentimentos durante o tempo que passo junto dele, sinto vertigens, como se o meu universo se desmoronasse em torno de mim. Antes, ele estava seguro e firme. Agora está abalado, permeável e vulnerável. Não é agradável sentir coisas de que até agora sempre se teve medo. A culpa é dele. É, no entanto, curioso que tenha desejo de voltar a vê-lo e que me sinta em maior segurança com ele.
A EXPERIÊNCIA DO CLIENTE
“Já não sei quem sou, mas, por vezes, quando sinto realmente determinadas coisas, tenho a impressão, durante um momento, da minha solidez e da minha realidade. Sinto-me perturbado pelas contradições que descubro em mim — atuo de uma maneira e sinto de outra. É realmente desconcertante. Mas, outras vezes, é uma aventura exultante tentar descobrir quem sou. Às vezes me surpreendo pensando que talvez eu seja uma boa pessoa; se é que isso significa alguma coisa. “Começo a sentir muita satisfação, embora isso me seja muitas vezes penoso, em partilhar precisamente o que sinto em determinado momento. Sabem, ajuda realmente tentar ouvir-se a si mesmo, ouvir o que se passa no seu íntimo. Já não tenho medo do que está se passando em mim. Sinto-me mais confiante. 
A EXPERIÊNCIA DO CLIENTE
Durante as poucas horas que passo com ele, mergulho em mim mesmo para saber o que estou sentindo. É um trabalho árduo, mas quero saber. Durante a maior parte do tempo, tenho confiança nele e isso me ajuda. Sinto-me vulnerável e inexperiente, mas sei que ele não me quer mal e creio mesmo que se interessa por mim. Ocorre-me que. ao tentar mergulhar cada vez mais profundamente em mim mesmo, se eu pudesse captar o que se passa em mim e compreender o que isso significa, talvez soubesse quem sou e soubesse igualmente o que fazer. Pelb menos isso me acontece algumas vezes quando estou com ele.”
“Posso até dizer-lhe exatamente o que sinto em relação a ele num dado momento e, em vez de isso matar a relação, como eu antigamente receava, isso parece reforçá-la. Poder-se-á supor que serei capaz de viver igualmente os meus sentimentos com os outros? Talvez isso também não seja muito perigoso. “Sinto-me flutuando na corrente da vida, muito perigosamente, sendo eu. Às vezes sou derrotado, outras vezes sou ferido, mas vou aprendendo que essas experiências não são fatais. Não sei exatamente quem sou, mas penso sentir minhas reações em cada momento determinado e elas parecem constituir uma base para meu comportamento, de momento a momento, muito aceitável. Talvez seja isso o que quer dizer ser eu. Mas, evidentemente isso só é possível porque me sinto em segurança nas minhas relações com o terapeuta. Ou talvez seja capaz de ser eu mesmo também fora dessas relações? Talvez! Talvez possa.”

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