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F i s i o l o g i a do e x e r c í c i o F i s i o l o g i a do e x e r c í c i o F i s i o l o g i a do e x e r c í c i o F i s i o l o g i a do e x e r c í c i o F i s i o l o g i a do e x e r c í c i o F i s i o l o g i a do e x e r c í c i o F i s i o l o g i a do e x e r c í c i o F i s i o l o g i a do e x e r c í c i o F i s i o l o g i a do e x e r c í c i o F i s i o l o g i a do e x e r c í c i o F i s i o l o g i a do e x e r c í c i o F i s i o l o g i a do e x e r c í c i o F i s i o l o g i a do e x e r c í c i o F i s i o l o g i a do e x e r c í c i o F i s i o l o g i a do e x e r c í c i o F i s i o l o g i a do e x e r c í c i o F i s i o l o g i a do e x e r c í c i o F i s i o l o g i a do e x e r c í c i o F i s i o l o g i a do e x e r c í c i o F i s i o l o g i a do e x e r c í c i o F i s i o l o g i a do e x e r c í c i o F i s i o l o g i a do e x e r c í c i o F i s i o l o g i a do e x e r c í c i o F i s i o l o g i a do e x e r c í c i o F i s i o l o g i a do e x e r c í c i o F i s i o l o g i a do e x e r c í c i o F i s i o l o g i a do e x e r c í c i o F i s i o l o g i a do e x e r c í c i o volume 08 - número 01 • Jan/Mar 2009 www.at lant icaedi tora.com.br R e v i s t a B r a s i l e i r a d e F i s i o l o g i a do e x e r c í c i o Órgão Oficial da Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício B r a z i l i a n J o u r n a l o f E x e r c i s e P h y s i o l o g y ISSN 16778510 NUTRIÇÃO • Avaliação nutricional de fisioculturistas CARDIOLOGIA • Teste de caminhada de seis minutos em cardiopatas • Marcadores inflamatórios e exercícios físicos ESPORTE • Atividade física durante a gestação • Prevalência de lesões no judô de alto rendimento • Análise do salto vertical em jogadores de basquete • Lesões osteomioarticulares em jogadores de futsal ESTÉTICA • Tratamento da gordura localizada R e v i s t a B r a s i l e i r a d e F i s i o l o g i a d o e x e r c í c i o vo lu m e 0 8 - n ú m e ro 0 1 • Ja n / A b r 2 0 0 9 de Atividades Físicas do Rio de Janeiro - IPCFEx 2009 Rua Almirante Silvio de Noronha, s/nº Castelo - Rio de Janeiro - RJ ESTACIONAMENTO GRATUITO NO LOCAL Transporte do aeroporto até o local do evento Auditório da Escola Naval (atrás do Aeroporto Santos Dumont) Realização LocalInformações E-mail: siafisrj@gmail.com Telefone: 2543-3323 Ramal: 2044 06, 07 e 08 de novembro de 2009 Simpósio Internacional de At iv idades Fís icas do Rio de Janeiro - IPCFEX Conferencistas Internacionais e Nacionais Palestras e Mesas-redondas Apresentações de Temas Livres Envie seu trabalho Período para submissão de resumos: De 3 de agosto a 18 de setembro de 2009 Home Page: www.ipcfex.ensino.eb.br EDITORIAL Atividade física e aplicações clínicas, Paulo Tarso Veras Farinatti ................................................................................ 3 ARTIGOS ORIGINAIS Marcadores inflamatórios em pacientes com doença arterial coronariana submetidos a um programa regular de exercícios físicos, Sonia Aparecida de Morais, Antonio Carlos da Silva Martins, Edison Sandoval Peixoto, Sebastião David Santos-Filho............................................. 4 Avaliação nutricional de fisiculturistas de academias da cidade de São Paulo, Amanda Cristina Lugarezze, Ana Lucia Girasoli, Cinthya Correia Bezerra, Karen Rejane Tanii Farinho, Neide Kaoru Hoshina, Patrícia Lima Araújo, Marcia Nacif ............................................... 9 Prevalência de lesões no judô de alto rendimento, Paloma Angel de Carvalho, Samira Jirges Hanna, Marcelo Massayoshi Ohira, Henrique Koch, Luis Ricardo Revite, Ricardo Xavier Pinto, Daiane Cardoso, Rafael Cusatis Neto ........................................................................................ 14 Análise do salto vertical em jogadores de basquete utilizando o alongamento como preparação da flexibilidade, Juliano Angeli Romani, Cristiane Mariana Rodrigues da Silva, Carlos Fornazzari ............................................................................................. 20 Relação entre alterações posturais e lesões osteomioarticulares em jogadores de futsal, Alisson Guimbala dos Santos Araujo, Cintia Seefeld, Juliana Cardoso Alves ................................................ 24 Influência da atividade física, pressão arterial e variáveis antropométricas da gestante sobre o peso do feto ao nascer, Janyny Galdino Onofre Spolador, Marcos Doederlein Polito ............................................................................................................................................ 30 REVISÕES Uso da fosfatidilcolina no tratamento de depósitos localizados de gordura, José Diego Botezelli, José Alexandre Curiacos de Almeida Leme, Maria Alice Rostom de Mello ...................................................................................................................................... 34 A importância do teste de caminhada de seis minutos em pacientes com insuficiência cardíaca, Nivia Schmidt de Souza, Kellen Marcela Santos, Letícia Alckmin Morgado, Elaine Cristina Martinez Teodoro ..................................................................................... 38 NORMAS DE PUBLICAÇÃO .................................................................................................................................. 45 EVENTOS ................................................................................................................................................................. 47 Índice volume 8 número 1 - janeiro/março 2009 R e v i s t a B r a s i l e i r a d e F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O Órgão Oficial da Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício B r a z i l i a n J o u r n a l o f E x e r c i s e P h y s i o l o g y Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 8 Número 1 - janeiro/março 20092 © ATMC - Atlântica Multimídia e Comunicações Ltda - Nenhuma parte dessa publicação pode ser reproduzida, arquivada ou distribuída por qualquer meio, eletrônico, mecânico, fotocópia ou outro, sem a permissão escrita do proprietário do copyri- ght, Atlântica Editora. O editor não assume qualquer responsabilidade por eventual prejuízo a pessoas ou propriedades ligado à confiabilidade dos produtos, métodos, instruções ou idéias expostos no material publicado. Apesar de todo o material publicitário estar em conformidade com os padrões de ética da saúde, sua inserção na revista não é uma garantia ou endosso da qualidade ou do valor do produto ou das asserções de seu fabricante. Atlântica Editora edita as revistas Fisioterapia Brasil, Enfermagem Brasil, Neurociências, Nutrição Brasil e MN-Metabólica. I.P. (Informação publicitária): As informações são de responsabilidade dos anunciantes. R e v i s t a B r a s i l e i r a d e F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O Órgão Oficial da Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício B r a z i l i a n J o u r n a l o f E x e r c i s e P h y s i o l o g y Administração e vendas Antonio Carlos Mello Assistente de vendas – Atendimento Márcia P. Nascimento melloassinaturas@uol.com.br Atlântica Editora e Shalon Representações Praça Ramos de Azevedo, 206/1910 Centro 01037-010 São Paulo SP Atendimento (11) 3361 5595 /3361 9932 E-mail: melloassinaturas@uol.com.br Assinatura 1 ano (6 edições ao ano): R$ 180,00 www.eventoserevistas.com.br Editor executivo Dr. Jean-Louis Peytavin jeanlouis@atlanticaeditora.com.br Editor assistente – Publicidade Guillermina Ariasguillermina@atlanticaeditora.com.br Direção de arte Cristiana Ribas cristiana@atlanticaeditora.com.br Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício Corpo Diretivo: Paulo Sérgio C. Gomes (Presidente), Vilmar Baldissera, Patrícia Brum, Pedro Paulo da Silva Soares, Paulo Farinatti, Marta Pereira, Fernando Augusto Pompeu Editor Chefe Paulo de Tarso Veras Farinatti Editor Associado Pedro Paulo da Silva Soares Conselho Editorial Amandio Rihan Geraldes (AL) Antonio Carlos Gomes (PR) Antonio Cláudio Lucas da Nóbrega (RJ) Benedito Sérgio Denadai (SP) Dartagnan Pinto Guedes (PR) Douglas S. Brooks (EUA) Emerson Silami Garcia (MG) Francisco Martins (PB) Francisco Navarro (SP) Luiz Fernando Kruel (RS) Martim Bottaro (DF) Patrícia Chakour Brum (SP) Paulo Sérgio Gomes (RJ) Robert Robergs (USA) Rosane Rosendo (SC) Sebastião Gobbi (SP) Steven Fleck (USA) Yagesh N. Bhambhani (CAN) Vilmar Baldissera (SP) Todo o material a ser publicado deve ser enviado para o seguinte endereço de e-mail: artigos@atlanticaeditora.com.br 3Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 8 Número 1 - janeiro/março 2009 Editorial Atividade física e aplicações clínicas Prof. Dr. Paulo Tarso Veras Farinatti Editor-Chefe da RBFEx Tenho o prazer de apresentar o primeiro número do volume deste oitavo volume da Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício (RBFEx). Continuando o proces- so de consolidação da revista, iniciamos o ano com um Conselho Editorial renovado. Além disso, implanta-se paulatinamente um sistema de submissão on-line que, no decorrer do ano, deve começar a funcionar. A quantidade de artigos submetidos vem aumentando a cada ano, per- mitindo com que a periodicidade da revista se mantenha sem os percalços do passado. Faz parte dos nossos planos aumentar o número de artigos por revista, visando, em prazo médio, uma periodicidade trimestral. O presente número da RBFEx traz oito artigos, seis deles originais e duas revisões, cuja variedade de assuntos refl ete a riqueza da própria temática da revista. Inicialmen- te, a equipe da Universidade Federal Fluminense analisa marcadores infl amatórios em cardiopatas praticantes de exercício. Em seguida, temos um levantamento do perfi l nutricional e do conhecimento sobre nutrição em pratican- tes de fi siculturismo da cidade de São Paulo. O desporto de rendimento é o assunto dos três artigos subseqüentes, um deles dedicado ao salto vertical no basquete e dois com foco nas lesões associadas à prática do judô e do futsal. Fechando os artigos originais, chega-nos da Universidade Estadual de Londrina interessante estudo sobre as relações entre a prática de atividades físicas por parte da gestante e características do feto no nascimento. Enfi m, as revisões da literatura apresentadas tratam de assuntos tão diversos quanto a combinação do exercício físico com técnica não- ortodoxa de perda de gordura e a aplicação de teste de caminhada em pacientes cardiopatas. Bom proveito! Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 8 Número 1 - janeiro/março 20094 Artigo original Marcadores inflamatórios em pacientes com doença arterial coronariana submetidos a um programa regular de exercícios físicos Inflammatory markers in patients with coronary artery disease submitted to a regular program of physical exercises Sonia Aparecida de Morais, Ft.*, Antonio Carlos da Silva Martins, M.Sc.**, Edison Sandoval Peixoto, D.Sc.***, Sebastião David Santos-Filho, Ft., D.Sc.**** Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Cardiologia da UFF, Professora de Fisioterapia Aplicada a Cardiologia do Centro Universitário de Volta Redonda RJ, Responsável Técnica da Reabilitação Cardíaca do Centro de Cardiodiagnóstico do Méier, **Mé- dico, Professor de Fisioterapia Aplicada à Cardiologia do Centro Universitário de Volta Redonda RJ, Responsável administrativo do Centro de Cardiodiagnóstico do Méier, ***Médico, Professor Titular de Cardiologia da UFF, Niterói RJ, ****Professor Adjunto de Biofísica e Fisiologia da Universidade Severino Sombra, Vassouras RJ Resumo As doenças coronarianas, entre elas a aterosclerose, tornaram-se a principal causa de morte. Esse problema é decorrente de aspectos do estilo de vida moderno, entre eles alimentação irregular, tabagis- mo, ingestão de bebidas alcoólicas, estresse e o sedentarismo. Nosso estudo tem por objetivo avaliar a importância do exercício físico como recurso terapêutico no tratamento de pacientes com doença arterial coronariana, correlacionando os benefícios do mesmo na diminuição dos marcadores infl amatórios assim como no controle dos fatores de risco e na morbidade cardiovascular. Os dados deste estudo demonstram a importância dos marcadores infl amatórios como preditores de risco para doença cardiovascular. A efetividade do exercício físico no controle dos fatores de risco de doença car- diovascular, tendo como parâmetro os marcadores infl amatórios, atinge múltiplos benefícios, que podem ser alcançados com alto grau de segurança. Palavras-chave: aterosclerose, marcadores inflamatórios, exercício físico, reabilitação. Abstract Th e coronary diseases, among them the atherosclerosis, are the main cause of death. Th is problem is due to aspects of modern life style, such as irregular dietary, tobacco, alcohol ingestion, stress, and sedentarism. Our study aims at evaluating the importance of physical exercise as a therapeutic tool to treat patients with coronary artery disease, correlating benefi ts on infl ammatory markers decrease as well as risk factors control and cardiovascular morbidity. Data showed the importance of infl ammatory markers as predictors of cardiovascular disease risk. Th e eff ectiveness of physical exercise on prevention and control of cardiovascular disease risk factors, and the infl ammatory markers as a parameter, achieve multiple benefi ts that can be reached with high security level. Key-words: atherosclerosis, inflammatory markers, physical exercise, rehabilitation. Autor para correspondência: Sonia Aparecida de Morais, Rua São Francisco Xavier, Bloco E, 681/202, 20550-011 Rio de Janeiro, RJ, Tel: (21) 2568-1371, E-mail: soniamorais@oi.com.br 5Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 8 Número 1 - janeiro/março 2009 Introdução As doenças coronarianas, entre elas a aterosclerose, tor- naram-se a principal causa de morte na civilização moderna. Esse problema é decorrente de muitos aspectos do estilo de vida moderno, entre eles alimentação irregular, tabagismo, ingestão de bebidas alcoólicas, estresse cotidiano e o seden- tarismo [1]. Esses hábitos causam o desenvolvimento de fatores de risco relacionados à aterosclerose. A formação de placas ateroscleróticas ou ateromas está diretamente relacionada a acidentes coronarianos, como o infarto, a doença isquêmica do coração e a apoplexia [2]. As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte entre homens e mulheres, nos países desenvolvidos [3]. No inicio do século XX, a doença cardiovascular foi res- ponsável por menos de 10% das mortes em todo o mundo e, ao fi nal deste século, responde por 50% de todas as mortes em países desenvolvidos e 25% nos países em desenvolvimento [4,5]. Os mediadores infl amatórios mais estudados como prová- veis fatores prognósticos de risco de doenças cardiovasculares são a proteína C-reativa (PCR), ICAMs, IL6, TNF alfa e a P-selectina [6]. Desses, o que tem recebido maior atenção dos pesquisadores é a PCR, a qual, quando elevada, está associada a um risco aumentado para infarto agudo do miocárdico, acidente vascular cerebral e morte cardiovascular [7,8]. Vários estudos têm evidenciado uma associação entre a atividade física regular e a redução nos níveis dos diferentes marcadores infl amatórios. Um dos prováveis mecanismos de diminuiçãono risco cardiovascular relacionado com a prática do exercício se relaciona com o impacto deste sobre os diferentes marcadores infl amatórios [9,10]. Nosso estudo tem por objetivo avaliar a importância do exercício físico como recurso terapêutico no tratamento de pacientes com doença arterial coronariana correlacionando os benefícios do mesmo na diminuição dos marcadores in- fl amatórios arteriais assim como no controle dos fatores de risco e na morbidade cardiovascular. Material e métodos O estudo foi realizado com pacientes do Setor de Reabi- litação Cardíaca no Centro de Cardiodiagnóstico do Méier, Rio de Janeiro, RJ. Em nosso estudo foram incluídos 14 pacientes com diag- nóstico de doença arterial coronariana. Todos os pacientes incluídos apresentavam eventos anteriores, como angioplas- tia, revascularização do miocárdio, ou infarto e todos eram sedentários. Dez pacientes do sexo masculino (71%) e quatro pacientes do sexo feminino (29%) com idades que variaram de 60 a 80 anos. Todos os pacientes assinaram um termo de consentimento esclarecido e receberam informações a respeito dos procedimentos e objetivos da pesquisa. Os pacientes foram submetidos a uma avaliação médica e físico-funcional, além de exame bioquímico específi co – lipidograma, glicemia, proteína C reativa, cardiolepina, homocisteína, imunoglobulina e fibrinogênio. Todos os exames foram realizados em um mesmo laboratório sugerido pelos pesquisadores para evitar erros de metodologia. Os mesmos realizaram teste ergométrico para avaliação clínica e funcional. Todos os pacientes participaram de um programa de reabilitação cardíaca. O programa proposto foi de 60 minutos de exercício físico aeróbico, três vezes na semana, durante doze semanas. Os pacientes iniciavam com 30 minutos de caminhada na esteira e a seguir, 30 minutos de pedalada na bicicleta, seguidos de alongamento global. Todos os pacientes foram acompanhados e supervisio- nados durante a realização do programa de exercícios. Após 12 semanas de realização do programa, os pacientes foram reavaliados individualmente. Resultados Na Tabela I mostramos os fatores de risco apresentados pelos pacientes na primeira avaliação. Todos os pacientes eram sedentários. Observa-se que 78% dos pacientes apresentaram histórico de hipertensão arterial enquanto que outros 28% eram tabagistas, 48% diabéticos, 42% acima do peso e todos apresentaram dislipidemia. Tabela I - Fatores de risco associados à doença arterial coronariana. Pacien- te ID HA DB OB/ SP HD TB DP SD RCV 66 Sim Não SP Sim Não Sim Sim JJB 72 Sim Não Não Sim Não Sim Sim AAB 78 Não Não Não NS Não Sim Sim HPG 69 Sim Sim Sim Sim Não Sim Sim OPC 70 Sim Sim SP Sim Não Sim Sim FG 79 Sim Não Não Não Não Sim Sim RFY 74 Sim Sim Não Sim Sim Sim Sim MGP 81 Sim Não Não NS Não Sim Sim ACA 64 Sim Não Não Sim Não Sim Sim JAS 74 Sim Sim SP Não Não Sim Sim CVR 66 Sim Sim SP Não Sim Sim Sim JBJ 77 Não Sim Não Sim Sim Sim Sim ABS 75 Não Não SP Não Não Sim Sim AAC 80 Sim Sim Não Sim Não Sim Sim ID – idade; HA – hipertensão arterial; DB – diabetes; OB – obesidade; SP – sobrepeso; HD – hereditariedade; TB – tabagismo; DP – dislipide- mia; SD – sedentarismo; NS – não sabe informar. Na Tabela II, apresentamos os parâmetros da avaliação físico-funcional dos pacientes após inclusão no programa. Aproximadamente 42% apresentaram índice de massa cor- poral (IMC) acima de 25, o que caracteriza sobrepeso. 50% apresentaram circunferência abdominal fora das metas. Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 8 Número 1 - janeiro/março 20096 Tabela II - Avaliação físico-funcional dos pacientes. Paciente Peso (kg) Altura (cm) IMC CA* (cm) RCV 78 169 27 104 JJB 72 169 25 96 AAB 57 164 21 82 HPG 89 162 34 116 OPC 89 172 30 109 FG 68 168 24 86 RFY 73 172 24 104 MGP 70 170 24 99 ACA 72 170 25 87 JAS 84 166 30 121 CVR 80 164 30 118 JBJ 71 169 25 87 ABS 82 171 28 114 AAC 74 172 25 88 *Circunferência abdominal Após o programa de reabilitação proposto, observamos que aproximadamente 71% dos pacientes atingiram valores de normalidade na maioria dos marcadores infl amatórios estudados (Tabela III). Os marcadores infl amatórios de maior expressão verifi ca- dos em nosso estudo foram a PCR ultra-sensível, homocis- teína e fi brinogênio. Tabela III - Marcadores infl amatórios. Paciente PCR (mg/dL) HC (μmol/L) IgG* (GPL/ mL) IgM* (MPL/ mL) FG (mg/ dL) RCV 0,06 11,3 8,9 7,8 318 JJB 0,07 17,0 3,8 0,7 295 AAB 1,41 12,7 9,3 0,2 440 HPG 0,14 13,0 2,0 4,0 540 OPC 0,15 14.0 2,6 4,5 600 FG 7,42 17,4 9,1 8,9 459 RFY 0,70 6,5 1,0 2,0 320 MGP 0,08 5,8 1,2 0,7 323 ACA 7,20 17,2 9,2 0,8 515 JAS 0,08 7,0 9,3 0,7 287 CVR 0,08 10,4 9,8 8,3 321 JBJ 7,10 16,9 1,3 0,8 395 ABS 2,43 7,1 9,3 0,5 540 AAC 7,42 9,4 8,9 0,8 451 *Tipos de Anti-cardiolepina; Proteína C reativa (PCR); Homocisteína (HC); Lipoproteína de baixa densidade (LDL); Lipoproteína de alta densidade (HDL); Imunoglobulina G (IgG); Imunoglobulina M (IgM); Fibrinogênio (FG) Na Tabela IV podemos observar que apesar de 48% dos pacientes apresentarem diagnóstico de diabetes, 93% alcançaram as metas de normalidade da glicemia de jejum. Observamos ainda que 85,7% alcançaram valores sa- tisfatórios de perfi l lipídico e a maioria atingiu as metas de normalidade. Tabela IV - Glicemia e perfi l lipídico. Paciente GCM TGC LDL (mg/dL) HDL (mg/dL) VLDL CT RCV 74 88 60 40 7 110 JJB 107 35 43 63 7 113 AAB 104 52 47 44 10 101 HPG 97 112 80 60 22 164 OPC 94 193 82 38 39 159 FG 84 138 64 39 28 131 RFY 98 101 73 47 18 121 MGP 87 46 53 72 9 134 ACA 101 247 147 35 20 202 JAS 114 46 50 62 20 121 CVR 80 120 62 38 15 103 JBJ 74 115 53 73 9 115 ABS 78 80 77 44 7 105 AAC 86 82 74 45 11 110 Glicemia (GCM); Triglicerídeos (TGC); Lipoproteína de baixa densida- de molecular (LDL); Lipoproteína de alta densidade molecular (HDL); Colesterol total (CT); Colesterol (VLDL). Discussão Existem várias revisões da associação entre inatividade física e risco de doenças cardiovasculares. As meta-análises têm indicado o dobro de risco de doenças cardiovasculares em indivíduos inativos quando comparados com os ativos [11,12]. Nos estudos que têm avaliado a atividade física ocupacio- nal, a inatividade (ou sedentarismo) está associada a 90% de aumento de risco relativo de morte por doenças cardiovascula- res [13,14]. Em nosso estudo, todos os pacientes apresentaram estilo de vida sedentário na primeira avaliação. Para Abramson et al. [10] alguns dos mecanismos envol- vidos no controle das doenças cardiovasculares utilizando a atividade física, que foram apresentados em trabalhos científi cos, incluem efeitos de diminuição da progressão da arteriosclerose e da trombose, diminuição da pressão arterial e isquemia, através de melhora da hemodinâmica local, e também diminuição do perfi l lipídico e melhora do quadro de arritmia. Os mecanismos pelos quais o exercício a longo prazo tem efeito protetor na arteriosclerose incluem o incre- mento signifi cante da proporção de células T circulantes que têm propriedades ateroprotetivas . Para Ford [9] o exercício estimula um efeito protetor nas células endoteliais e nas células T em pessoas com aterosclerose. Existem também evidências de que o desen- volvimento da placa de aterosclerose está associado com o processo infl amatório e que o exercício está associado por sua vez com uma redução de marcadores infl amatórios – 7Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 8 Número 1 - janeiro/março 2009 proteína C-reativa, células sangüíneas brancas, fi brinogênio, fator VIII–, sugerindo que o exercício está relacionado com uma redução da infl amação. A melhor compreensão da fi siopatologia e o desenvolvimento de tecnologias sensíveis e específi cas tornaramcada vez mais evidentes as possibi- lidades de detecção precoce e monitoração das doenças cardiovasculares. Assim, o conceito dos marcadores foi introduzido nos últimos anos. Um marcador pode refl etir a fi siopatologia da doença, predizer eventos futuros, bem como indicar a presença da afecção ou danos a um órgão. Um marcador pode também ser medido para avaliar o progresso do tratamento [15]. Nossos resultados mostraram que 71% dos pacientes atin- giram valores de normalidade dos marcadores infl amatórios, além de alcançarem níveis satisfatórios de glicemia de jejum e no lipidograma, com um programa de reabilitação com exercício físico aeróbico. Segundo Sigal et al. [13], o programa de exercícios para pacientes com doença arterial coronariana é baseado na pres- crição tradicional para o desenvolvimento do efeito do treino em pessoas saudáveis. Porém, é modifi cado como indicado pela condição cardiovascular e estado clínico geral do paciente. Isso envolve um adequado programa individual de exercícios com respeito ao modo, freqüência, duração, intensidade e progressão do exercício. O programa de exercício proposto em nosso estudo foi individualizado e adaptado ao paciente respeitando as suas limitações. Para Pescatello et al. [15] o exercício contínuo como andar, correr, pedalar, nadar, aeróbica em grupo e remar são apro- priados para o condicionamento de resistência cardiovascular. A freqüência mínima é de 3 dias não consecutivos na semana. Períodos de aquecimento e resfriamento de pelo menos 10 minutos, incluindo alongamento e exercícios de fl exibilidade, devem preceder e seguir o exercício de 20-40 minutos realiza- dos tanto continuamente ou em intervalos [15,16]. Exercício em programas supervisionados é realizado em intensidade moderada, de maneira confortável, geralmente 40-85% da capacidade funcional máxima (VO2máx), que correlaciona com 40-85% da reserva de freqüência cardíaca máxima ([freqüência cardíaca máxima – freqüência cardíaca de repouso] x 40-85% + freqüência cardíaca de repouso), ou 55-90% da freqüência cardíaca máxima [17,18]. O grau de esforço percebido pode também ser usado para monitorar a intensidade do exercício, com o objetivo de man- ter a intensidade em nível moderado. Qualquer programa de exercício deve envolver uma progressão inicial lenta e gradual da duração e intensidade do exercício [19,20]. Com o objetivo de encontrar a melhor terapêutica para esta entidade em particular, a investigação clínica, por meio do exercício físico, tem sido utilizada como um método de intervenção promissor e que parece ser custo-efetivo. São inúmeras as evidências sugerindo que o exercício físico re- gular não somente melhora a capacidade funcional, expressa pelo aumento do VO2máx, como também reduz a morbidade e, possivelmente, a mortalidade, justifi cando assim a sua utilização terapêutica. Conclusão Os dados do nosso estudo demonstram a importância dos marcadores infl amatórios como preditores de risco para doença cardiovascular. No entanto, comparando com os dados relatados na literatura notamos que sua plena utili- zação é limitada pelo alto custo e difi culdade de realização técnica. A efetividade do exercício físico no controle dos fatores de risco de doença cardiovascular, tendo como parâmetro os mar- cadores infl amatórios arteriais, atinge múltiplos efeitos, que podem ser alcançados com alto grau de segurança. Embora em nosso estudo não tenhamos observado respostas signifi - cativas na redução de peso e da circunferência abdominal dos pacientes, inúmeros estudos apontam para os benefícios de um programa regular de exercícios. Estes benefícios incluem capacidade funcional aumentada, diminuição dos fatores de risco, redução dos sintomas de isquemia do miocárdio e sub- seqüente morbidade da doença coronária, melhora no perfi l lipídico sanguíneo, controle do peso e da hipertensão, e, em pacientes diabéticos, tolerância à glicose. Além de melhoras na perfusão do miocárdio, abandono do hábito de fumar e bem estar psicossocial. Referências Ross R, Glomset JA. Th e pathogenesis of atherosclerosis I. New 1. Engl J Med 1976;295:369-77. Roberts WC. 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JAMA 2001;286:1218-27. 9Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 8 Número 1 - janeiro/março 2009 Artigo original Avaliação nutricional de fisiculturistas de academias da cidade de SãoPaulo Nutritional assessment of bodybuilders of academies of São Paulo City Amanda Cristina Lugarezze*, Ana Lucia Girasoli*, Cinthya Corrêa Bezerra*, Karen Rejane Tanii Farinho*, Neide Kaoru Hoshina*, Patrícia Lima Araújo*, Marcia Nacif, D.Sc.** *Alunas do Centro Universitário São Camilo, **Nutricionista, Docente do Centro Universitário São Camilo e da Universidade Presbiteriana Mackenzie Resumo Objetivo: Verifi car o perfi l nutricional e o conhecimento sobre alimentação e nutrição de fi siculturistas de academias da cidade de São Paulo. Material e métodos: Trata-se de um estudo transversal, no qual participaram 13 fi siculturistas entre 21 e 40 anos de idade. Aplicou-se um questionário de conhecimento sobre alimentação e nutrição e foram avaliadas as variáveis antropométricas de peso, estatura, dobras cutâneas e circunferências corporais. Resultados: Verifi cou-se um IMC médio de 28,20 kg/m2 (DP ± 2,73) e dentre os atletas estudados, 100% dos indivíduos do gênero feminino e 55% do masculino apresentaram porcentagem de gordura dentro dos parâmetros normais para culturistas. Quanto ao conhecimento nutricional, 71% dos indivíduos não souberam qual deve ser a proporção correta dos macronutrientes presentes na alimentação, estes consideraram ser a proteína o macronutriente que mais deve contribuir com as necessidades calóricas diárias. As vitaminas foram consideradas por 57% dos indivíduos como fornecedoras de calorias e 71% deles referiram o uso de suplementos alimentares. Conclusão: É necessário o acompanhamento nutricional desta população visto que a porcentagem de gordura da maioria encontra-se por volta do limite mínimo recomendado para fi siculturistas. Também é indispensável um trabalho de educação nutricional para manter a performance, rendimento esportivo e saúde adequada destes indivíduos. Palavras-chave: avaliação nutricional, composição corporal, necessidades nutricionais, educação alimentar e nutricional. Abstract Aim: To describe the nutritional profi le and knowledge about food and nutrition of bodybuilding practitioners in academies of São Paulo City. Method: Th is was a cross-sectional study made with 13 bodybuilders between 21 and 40 years of age. A questionnaire of knowledge about food and nutrition was applied and the anthropo- metric variables were evaluated for weight, height, circumferences and body skin folds. Results: Th e mean BMI was 28.20 kg/m2 (DP ± 2.73). All the females and 55% of males showed percentage of fat within the normal parameters for bodybuilders. As for the nu- tritional knowledge, 71% of individuals did not know the correct proportion of nutrients in their diet. Mostly they considered that protein should be the macronutrient which the higher contribution for the daily caloric needs. Vitamins were considered by 57% of individuals as supply calories and 71% admitted to use food supple- ments. Conclusion: Th e anthropometric characteristics of the sample were within the expected for bodybuilders but the knowledge about nutrition was very poor. Medical and nutritional monitoring would be necessary because the percentage of fat was near the minimum recommended for bodybuilders and to improve their knowledge about the specifi c needs of this competition modality. Key-words: nutritional assessment, corporal composition, nutritional needs, food and nutrition education. Endereço para correspondência: Amanda Cristina Lugarezze, Rua Pereira de Avelar, 101, Vila Alpina, 03211-040 São Paulo SP, Tel: (11) 7625-7012, E-mail: amandac_lu@yahoo.com.br. Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 8 Número 1 - janeiro/março 200910 Introdução O fi siculturista é o indivíduo que pratica exercícios físicos com peso, objetivando a modelagem corporal por meio do desenvolvimento da massa muscular. Estes atletas enfatizam principalmente a aparência física, a defi nição muscular e a simetria do corpo. Essa modalidade esportiva é chamada culturismo e seus praticantes geralmente combinam uma dieta altamente seletiva e treinamento de força para alcançar a melhor performance estética, evitando a mínima retenção de fl uido e gordura [1,2]. A dieta destes indivíduos deve ser individualizada e estabelecida conforme a freqüência, a intensidade e a dura- ção do treinamento realizado. Deve-se considerar diversos fatores como a adequação energética, distribuição dos ma- cronutrientes e o balanceamento adequado de vitaminas e minerais [3]. Além disso, a maioria dos fi siculturistas associa o treinamento à suplementação nutricional, ou seja, ingerem uma alimentação geralmente hiperprotéica devido a grande preocupação estética que se resume ao aumento da força e massa muscular [4]. Na prática deste esporte, que é categorizado pelo peso corporal, muitos atletas também costumam reduzir seu consumo energético a fi m de diminuir sua massa corporal para, assim, incluírem-se em uma categoria de peso inferior, com objetivo de obter vantagem sobre os outros competi- dores [3]. Os métodos de perda de peso incluem a restrição de alimentos e bebidas, uso de laxantes e de diuréticos e sessões em saunas [5]. Estes atletas chegam a perder dez quilos de peso antes de começar uma competição e para adquirir novamente o seu peso anterior chegam a dobrar seu consumo calórico diário. Seu desempenho é levado mais em consideração do que a sua própria saúde no momento de decidir qual é o melhor método para a modifi cação de sua composição corporal [4,5]. Devido ao fato de os hábitos alimentares de fi siculturis- tas na maioria das vezes serem errôneos, assim como o uso indiscriminado de suplementos por um longo tempo e a prática de exercícios intensos serem potencialmente dano- sos à saúde, é interessante que se avaliem as características corporais destes indivíduos, pois estes dados podem servir como o primeiro passo de uma avaliação completa do estado de saúde do atleta. Material e métodos Trata-se de um estudo transversal, no qual participaram 13 fi siculturistas, voluntários, de ambos os gêneros, de academias da cidade de São Paulo, com idade entre 21 e 40 anos. Foi aplicada uma fi cha de anamnese contendo dados sobre idade, gênero, presença de enfermidades, consumo alimentar e ingestão de suplementos. Também foi aplicado um questioná- rio de conhecimento sobre alimentação e nutrição “Avaliação do conhecimento nutricional do desportista” contendo 8 questões de múltipla escolha em que foram atribuídos valores para as questões respondidas corretamente, somando 10 como pontuação máxima. Foram coletadas as variáveis antropométricas de peso, estatura, dobras cutâneas e circunferências corporais. Utilizou-se uma balança digital da marca Plenna® (modelo MEA-03184) com precisão de 100 gramas e capacidade de 150 quilos para avaliar a massa corporal; fi ta métrica com escala em milímetros para aferir a estatura, e para medir as circunferências de braço, de abdômen, de quadril, de punho, de coxa e de panturrilha. As dobras cutâneas biceptal, triceptal, subescapular, suprailíaca, peitoral, abdominal, coxa e pan- turrilha foram aferidas com o uso de um adipômetro clínico da marca Sanny®. Cada dobra cutânea foi medida três vezes em forma de circuito, sendo considerada como valor fi nal a média entre os três registros. A partir de dados de peso e estatura calculou-se o índice de massa corporal (IMC) que foi classifi cado segundo a Or- ganização Mundial da Saúde [6]. A porcentagem de gordura foi calculada por Jackson e Pollock [7] para os indivíduos do gênero masculino e por Jackson, Pollock e Ward [8] para os indivíduos do gênero feminino e classifi cada de acordo com a referência proposta por Wilmore e Costill [9]. Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário São Camilo por meio do documento 047/05 e todos os participantesassinaram um termo de consentimento livre e esclarecido. Resultados Foram avaliados 13 fisiculturistas com idade média de 28,23 anos (± 5,15), sendo 84,6% (n = 11) do gênero masculino e 15,4% (n = 2) do gênero feminino. Os dados antropométricos podem ser visualizados detalhadamente na Tabela I. As Tabelas II e III apresentam, respectivamente, resultados para o IMC e percentual de gordura para a amostra observada. Tabela I - Idade e dados antropométricos de fi siculturistas. São Paulo, 2008. Variáveis Média DP Mín. Máx. Idade (anos) 28,23 5,15 21,00 40,00 Peso (Kg) 84,30 14,20 61,50 113,60 Gordura Abs. (Kg) 5,27 1,84 2,09 9,15 Massa Magra (Kg) 79,00 13,31 55,58 105,29 Estatura (cm) 172,00 0,08 154,00 184,00 IMC (Kg/m2) 28,20 2,73 24,51 33,55 CB (cm) 37,60 3,25 29,00 42,00 CMB (cm) 36,10 3,37 26,80 40,30 DCT (mm) 4,90 1,53 2,70 7,70 % Gordura (fem) 8,50 1,60 7,36 9,62 % Gordura (masc) 5,90 1,75 2,89 9,15 11Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 8 Número 1 - janeiro/março 2009 Os indivíduos apresentaram grande variação quanto ao peso corporal (84,30 ± 14,20kg) e idade (28,23 ± 5,15 anos). Não houve grande variação em relação à estatura. Esses dados são semelhantes aos encontrados em estudos anteriores como o de Silva [2], no qual a variação de peso corporal foi de 57,4 kg a 105,8 kg e a idade de 20 a 56 anos. Tabela II - Índice de Massa Corporal de fi siculturistas. São Paulo, 2008. IMC (kg/m2) Classificação N % 18,5 – 24,99 Eutrófico 1 7,7 25 – 29,99 Sobrepeso 9 69,2 30 – 34,99 Obesidade I 3 23,1 Tabela III - Porcentagem de gordura (%G) corporal de fi sicultu- ristas. São Paulo, 2008. Homens Mulheres % G N % % G N % < 5% 4 36,4 < 6% - - 5 – 8% 6 54,5 6 – 12% 2 100,0 > 8% 1 9,1 > 12% - - Discussão Em relação ao Índice de Massa Corpórea (IMC) [10] a maioria dos culturistas apresentou-se dentro da classifi cação de sobrepeso, porém esse não é o método mais adequado para se avaliar a massa corpórea destes indivíduos, pois sabe-se que atletas geralmente são classifi cados como obesos, segundo o IMC, devido a grande proporção de tecido muscular em relação ao tecido adiposo [11,12]. Segundo Wilmore e Costill [9], sugere-se que a porcen- tagem de gordura corporal para culturistas esteja entre os valores de 5 a 8% para homens e de 6 a 12% para mulheres. Esses valores são semelhantes aos sugeridos também por outros autores, como Pollock e Jackson [13] e Petrosky [14], que são de 4 a 9% para homens e de 8 a 12% para mulheres. Portanto, no presente estudo, os valores de porcentagem de gordura encontrados (Tabela III), em 55% dos homens e 100% das mulheres, são considerados normais; 36% dos homens estão abaixo da média e somente 9% estão acima da média de acordo com Wilmore e Costill [9]. Os resultados médios de porcentagem de gordura para mulheres (8,5% ± 1,60), encontrados no presente estudo, mostraram-se adequados para a modalidade e os encontrados nos homens (5,9% ± 1,75) mostraram-se discretamente inferiores aos encontrados por Silva [2] e outros estudos em culturistas brasileiros, que apresentaram porcentagem média de gordura de 6,9%. Já em estudos internacionais encontram-se variação de 6,8 a 9,9% para homens. A diferença nos métodos de cálculo usados pelos autores constitui um fator de dificuldade para compara- ções [2,15]. Quanto ao conhecimento nutricional da população estu- dada, pode-se dizer que é de nível intermediário mediante o resultado obtido com a aplicação da “Avaliação de conheci- mento nutricional do desportista” que apresentou média de acertos de 52%. Este é um dado importante para ser levado em consideração, visto que a idéia do que é uma alimentação adequada pode infl uenciar diretamente os hábitos alimentares dos indivíduos. Conforme observado nesta avaliação, verifi cou-se que a maioria dos culturistas (86%) considerava o carboidrato mais energético do que os lipídeos. Segundo Sabino, que teve como objetivo compreender a visão de mundo e a organização social dos fi siculturistas das academias do Rio de Janeiro, alimentos muito ricos em carboidratos são considerados indispensáveis para os fi siculturistas, pois como dizem as proteínas associa- das aos carboidratos “são fundamentais para fazer crescer o músculo” [16]. Um fato muito importante a ser comentado se refere ao conhecimento dos culturistas quanto à distribuição correta dos macronutrientes, ou seja, carboidratos, proteínas e lipídeos, pois apenas 14% dos indivíduos responderam a questão corretamente e 71% escolheram a alternativa que considera que 15% das calorias ingeridas diariamente devem ser de origem glicídica, 60% de origem protéica e 25% de origem lipídica. Este resultado condiz com o perfi l de hábitos alimentares observados em culturistas, no qual a quantidade de proteínas ingeridas diariamente é elevadíssima, chegando até a 64% do valor energético total, conforme citado na literatura [5]. Em estudo realizado por Cabral et al. [3], com a Equipe Olímpica Permanente de Levantamento de Peso do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), observou-se que a ingestão de proteínas atendia às necessidades diárias, sendo de 14,53 ± 3,4% nos indivíduos do gênero masculino e 13,72 ± 2,48 nos indivíduos do gênero feminino [3]. Estes resultados se mos- tram diferentes dos observados em culturistas talvez devido aos diferentes objetivos de cada modalidade esportiva, na qual os culturistas preocupam-se mais com a forma física enquanto que levantadores de peso treinam unicamente objetivando o aumento da força física. É recomendado que praticantes de atividade física au- mentem o consumo de proteínas para atender ao aumento da quantidade de proteína utilizada como fonte de energia pelo organismo durante os exercícios e reparar as lesões nas fi bras musculares. Exercícios de força requerem até 1,8 gramas de proteína por quilo de peso corporal, segundo a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (SBME). Em contrapartida, segundo comentado por Cabral [3], esta quantidade está entre 1,5 a 2,5 g/kg de peso. É necessário consumir adequadamen- te energia e proteínas, pois o excesso de proteínas poderá, em longo prazo, causar danos à saúde como hipercalciúria, desidratação, aumento de trabalho hepático e renal, entre outros [3,17]. Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 8 Número 1 - janeiro/março 200912 De acordo com Cabral [3], a redução do consumo de lipídeos ocorre em modalidades nas quais há controle rígido do peso como os fi siculturistas. A SBME orienta que não se deve ingerir dietas restritas em gorduras por muito tempo, sendo as recomendações de lipídeos para atletas as mesmas dos adultos sedentários, ou seja, 30% do valor calórico total da dieta, com as mesmas proporções de ácidos graxos essenciais, que são 10% de saturados, 10% de poliinsaturados e 10% de monoinsaturados [12]. As vitaminas foram consideradas como fornecedoras de calorias por 57% dos participantes do presente estu- do, demonstrando o pouco conhecimento em relação aos micronutrientes e, conseqüentemente, em relação à sua importância. A inadequação do consumo de vitaminas pode levar a defi ciências nutricionais resultando em diminuição da performance [18]. Quanto à ingestão de água, os participantes do estudo referiram ingerir de 2 a 5 litros por dia, porém, o turnover de água no organismo varia bastante conforme o clima, a prática de exercício e o gênero do indivíduo, desta forma, para verifi car a adequação de hidratação seria preciso uma avaliação mais aprofundada [19]. O uso de suplementos nutricionais foi referido por 71% dos fi siculturistas, sendo a maioria dos suplementos, hiperprotéicos. Segundo a SBME, estudos recomendam que suplementos protéicos devem estar de acordo com a ingestão protéica, pois seu consumo excessivo não promove ganhode massa muscular adicional, nem aumento do desempenho. A suplementação de aminoácidos apresenta um baixo grau de recomendação e, em geral, não deve ser usada a não ser em algumas situações especiais [17]. Conclusão O fi siculturismo apresenta controle dietético muito rígi- do. Isso, somado ao fato de que o estado nutricional pode estar comprometido em virtude da porcentagem de gordura corporal situar-se no limite inferior recomendado para esses atletas, faz-se necessário um acompanhamento médico e nu- tricional para evitar agravos à saúde. A nutricionista deve fazer valer seu papel de educadora nutricional sempre que possível, conscientizando não só a população em geral, mas também atletas, que têm necessidades nutricionais diferenciadas. Se o conhecimento nutricional por parte de atletas e praticantes de atividade física for aprimorado, parte dos mitos nos quais acreditam, poderão ser eliminados e a aceitação destes indiví- duos às mudanças visando melhorar seus hábitos alimentares será facilitada. Com estas intervenções é possível manter tanto a performance e rendimento esportivo como a saúde. Referências Iriar1. t JAB, Andrade TM. 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Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 8 Número 1 - janeiro/março 200914 Artigo original Prevalência de lesões no judô de alto rendimento Prevalence of injuries in high performance judo Paloma Angel de Carvalho*, Samira Jirges Hanna*, Marcelo Massayoshi Ohira*, Henrique Koch*, Luis Ricardo Revite*, Ricardo Xavier Pinto*, Daiane Cardoso*, Rafael Cusatis Neto** *Acadêmicos do curso de fi sioterapia do Centro Universitário Sant’anna, **Doutorado pela PUC-Campinas, Prof. de Delineamento de Pesquisa da Uni Sant’anna, FCNM e UNAERP-Guarujá Resumo Este estudo teve como objetivo verifi car a prevalência de lesões no judô de alto rendimento do Programa de Treinamento Olímpico. Participaram deste estudo 39 atletas com idade entre 15 e 24 anos, idade média de 17,5 anos. Foi aplicado um questionário elaborado pelos autores, com 12 questões, sendo 8 fechadas, 2 mistas e 2 escalas. Os resultados demonstraram que 28,9% do total de lesões foram em ombro, 23,7% em tornozelo e 22,7% em joelho (χ2o = 22,02, χ2c = 9,49). Também foi observado que no ombro houve prevalência de 71,4% das luxações (χ2o = 22,0, χ2c = 9,49), seguido por tornozelo com 47,8% das entorses (χ2o = 45,06, χ2c = 7,82) e joelho com 42,9% das rupturas ligamentares (χ2o = 22,45, χ2c = 7,82). Concluiu-se que a região do corpo mais acometida por lesão foi o ombro, sendo que a luxação foi a lesão mais comum para essa região e a contusão foi a lesão mais freqüente nos atletas estudados. Palavras-chave: artes marciais, traumatismo em atletas, fisioterapia esportiva, lesões no esporte. Abstract Th is study aimed to verify the prevalence of injuries in high performance judo along the Olympic Training Program. A group of 39 athletes participated of the study, 15 to 24 years-old, mean 17.5 yrs. A questionnaire was applied to collect data, including 12 questions: 8 closed, 2 mixed and 2 scales. Th e results showed that 28.9% of the total of injuries were in the shoulder, 23.7% in the ankle, and 22.7% in the knee (χ2o = 22.02, χ2c = 9.49). It was also observed that in the shoulder there was a prevalence of 71.4% of the dislocations (χ2o = 22.0, χ2c = 9.49), followed by the ankle with 47.8% of sprains (χ2o = 45.06, χ2c = 7.82) and the knee with 42.9% of ligament ruptures (χ2o = 22.45, χ2c = 7.82). In conclusion, the shoulders were the regions more aff ected by injuries, mostly by dislocation. Moreover the injury by impact trauma (bruise) was the most frequent lesion in the studied athletes. Key-words: martial arts, traumatism in athletes, sporting physical therapy, lesions in the sport. Endereço para correspondência: Rafael Cusatis Neto, Rua Cruzeiro do Sul, 660, 08770-590 Mogi das Cruzes SP, Tel: (11) 9936- 8624, E-mail: rafaelcusatis@yahoo.com.br 15Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 8 Número 1 - janeiro/março 2009 Introdução O judô como vários outros esportes competitivos, requer destreza de força, velocidade, resistência, habilidade e agilida- de, logo as lesões traumáticas físicas acabam sendo inevitáveis para todos que praticam esses esportes. Essas lesões podem ser intrínsecas, com origem na atividadefísica do próprio atleta, sendo ocasionadas normalmente pela “síndrome do uso exces- sivo”. Já as lesões traumáticas extrínsecas ocorrem por quedas ou pancadas de origem no meio externo, sendo que ambas podem ser, de certo modo, evitadas com condicionamento e treinamento apropriados [1]. Ide & Padilha [2] apresentam um tipo de lesão que não está associada a nenhuma técnica especifi ca, e sim as caracte- rísticas do esporte que exigem muito contato corporal, essa lesão é chamada hematoma auricular. Segundo os autores, essa lesão está presente em 40% dos lutadores. Fontel [3] encontrou como principais lesões: escoriações de face; rupturas musculares; entorses; luxação nas articula- ções acrômio-claviculares, interfalangianas, escápulo-umeral e cotovelo; fraturas de falanges, metatarso, metacarpo, tíbia, fíbula, rádio, ulna, clavícula e costelas. Torres [4] realizou um estudo epidemiológico pela análise do prontuário de 220 lesões, em 19 modalidades esportivas, dentre elas o judô. No geral, a lesão que mais acometeu os atletas foi a muscular, com 54,09% de todas as lesões, as lesões articulares fi caram com 23,63% e ligamentares com 22,27%. Os cinco esportes com mais casos de lesão em ordem decrescente foram: basquetebol, com 55 atendimentos, ou seja, 29,25%, em seguida o futebol com 43 atendimentos, 22,91% do total, o handball com 25 atendimentos, 13,29% do total, o atletismo com 14 atendimentos, 7,49% do total e o judô com 7 atendimentos e 3,72% do total. As lesões mais freqüentes no judô não foram citadas, pois esse esporte não se classifi cou entre os três com maior acometimento de lesão. Carazzato J, Campos, Carazzato S [5] realizaram um estudo de incidência de lesões traumáticas. Foram analisados questionários de 6.955 atendimentos feitos na área de trauma- tologia esportiva, e nesse estudo o judô foi responsável pelo menor número de atendimentos, sendo que a região mais afetada foi o joelho principalmente com lesões meniscais e ligamentares. Castropil [6] encontrou a entorse de joelho como o mais freqüente em esportes de contato, sendo que as maiores complicações foram às lesões de ligamento colateral medial, menisco medial e ligamento cruzado anterior. Baff a & Barros Júnior [7] verifi caram a predominância de lesões no joelho, com 27 lesões (37,5%), seguida do cotovelo, dedos e mão com 12 lesões cada um (16,6%), o ombro apresentou 11 lesões (15,3%), dedos do pé, com 5 lesões (7%), punho e tornozelo, com 2 lesões cada (2,8%) e coluna com 1 lesão (1,4%). A lesão mais comum foi a entorse, com 36 ocorrências (45%), tendinites, com 13 ocorrências (17%), fraturas e luxações obtiveram o mesmo valor, com 9 ocorrências cada (12%), contusões, com 8 ocorrências (10%) lesões musculares, com 3 ocorrências (4%). Santos, Duarte, Galli [8] realizaram um estudo analisando algumas variáveis físicas como fator relevante para a ocorrência de lesões em 42 judocas. As lesões encontradas foram: 16 judocas (38,1%) com entorses/torsões (joelho, tornozelo e dedos); 12 judocas (28,6%) com luxações (ombro e joelho); 8 judocas (19%) com pancadas (choque com joelho, perna e cabeça) e 6 judocas (14,3%) com distensões. Carazzato et al. [9] realizaram um estudo de incidência de lesões e atendimentos nos jogos Pan-Americanos de Mar Del Plata, observaram que, entre as 425 lesões em atletas das 24 modalidades esportivas relacionadas, o judô foi o quarto com maior número de lesões. No atletismo foram 42 lesões, na natação 39, no voleibol 38 e no judô 34, sendo que 27 eram lesões exclusivas da área de traumatologia. Carazzato, Cabrita, Castropil [10] encontraram o maior número de lesões nas categorias superiores do judô, podendo ser conseqüência do maior esforço realizado para alcançar resultados melhores. A região mais acometida foi o ombro, com 72,13%; seguida pelo joelho, com 63,59%; a mão, com 62,02%; o pé, com 53,49%; tornezelo, com 49,62%; lesões auriculares, com 46,51% (as mais comuns) e cotovelo, com 41,87%. As lesões articulares foram as mais freqüentes. Ejnisman et al. [11] encontraram oito casos de ruptura do músculo peitoral maior em atletas do sexo masculino, todos de nível competitivo. Dos oito atletas, dois eram praticantes de judô e se lesionaram na competição. Cortez [12] cita a articulação acrômio-clavicular como sede de lesões em atletas de judô, ocorrendo nos mecanismos traumáticos diretos ou indiretos, ou seja, ocasionada pelo choque direto sobre o ombro ou pelo choque indireto que atinge o braço e abala os ligamentos do ombro. Tão importante como a lesão propriamente dita é a base científi ca para o reconhecimento das lesões mais incidentes nas modalidades esportivas, para que sejam corretamente aplica- das as medidas de controle, tratamento e prevenção [13]. Diante do exposto e levando-se em conta o alto índice de trauma nos esportes de contato, este estudo se propôs verifi car a prevalência de lesões no judô de alto rendimento, identifi cando a lesão mais comum, bem como o local mais acometido por lesão. Além disso, os resultados obtidos po- derão contribuir com trabalhos preventivos já focados nas necessidades reais deste tipo de atleta. Material e métodos Participaram deste estudo 39 voluntários, todos atletas praticantes de judô de alto rendimento do Programa Olím- pico Projeto Futuro do Estado de São Paulo. Dos atletas selecionados 33,33% eram do gênero feminino e 66,66% do gênero masculino, com idade média de 17,5 anos, variando entre 15 e 24 anos, com amplitude de 9 anos, média igual a 16 anos e mediana de 17 anos. Todos os sujeitos da pesquisa Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 8 Número 1 - janeiro/março 200916 e os responsáveis por esses foram esclarecidos quanto à fi na- lidade da pesquisa e assinaram um termo de consentimento informado, conforme resolução CNS 196/96. Foi aplicado um questionário formulado pelos autores com o intuito de verifi car a prevalência de lesões em atletas de judô de alto rendimento, o mesmo contendo 12 questões, sendo 8 fechadas, 2 mistas e 2 escalas. Esses foram respondidos e recolhidos no mesmo dia e pela mesma pessoa, após a leitura e explicações de cada questão. Os dados foram processados quantitativamente e quali- tativamente por meio de freqüência e porcentagem, sendo apoiado em teste interferêncial não paramétrico, face à na- tureza dos dados. Foi aplicado o teste do qui-quadrado para verifi car a ho- mogeneidade entre as respostas dos judocas, sempre partindo Ho de que não existia diferença signifi cante entre as variáveis em estudo com Ha de que poderiam ser diferentes. Para garan- tir a confi abilidade e o saber geral, o nível de signifi cância ou margem de erro foi estipulado em p < 0,05, aceito na área. Resultados Os resultados obtidos nos questionários demonstraram que 15,4% dos judocas praticavam judô há menos de 5 anos; 43,6% praticavam judô de 5 a 10 anos e 41,0% praticavam judô há mais de 10 anos. O teste do qui-quadrado resultou em χ2o de 5,69, com χ2c de 5,99, ngl igual a 2 e p ≤ 0,05, portanto não houve diferença signifi cante na concentração de 5 a 10 anos. Para o tempo de treino semanal, encontrou-se que 2,6% dos atletas treinam 4 vezes por semana e 97,4% treinam 5 ou mais vezes por semana, portanto houve signifi cância na concentração de treinos em 5 ou mais vezes por semana. Quanto à carga horária diária de treino, observou-se que 71,8% dos judocas treinavam de 3 a 4 horas por dia e 23,1% dos judocas treinavam mais de 4 horas por dia. O teste do qui-quadrado resultou em χ2o de 5,68, com χ2c de 5,99, ngl igual a 1 e p ≤ 0,05, portanto houve diferença signifi cante na concentração de 3 a 4 horas de treino diário. Com referência ao nível de competição, 35,9% dos judo- cas eram de nível estadual, 35,9% de nível nacional e 28,2% de nível internacional.O teste do qui-quadrado resultou em χ2o de 0,44, com χ2c de 5,99, ngl igual a 2 e p ≤ 0,05, portanto não houve diferença signifi cante entre o nível de competição dos atletas. Os resultados evidenciaram que 79,9% dos atletas reali- zavam aquecimento/ alongamento antes dos treinos, 5,1% realizavam aquecimento/ alongamento depois dos treinos, 7,7% realizavam antes e depois dos treinos e 10,3 nunca rea- lizavam alongamento/ aquecimento. O teste do qui-quadrado resultou em χ2o 144,31 , com o χ2c de 7,82, ngl igual a 3 e p ≤ 0,05, portanto houve diferença signifi cante na concentração de atletas que realizavam aquecimento e/ou alongamento antes dos treinos e competições. Quanto à freqüência de lesões em treinamento, observou- se que 7,7% dos judocas já se lesionaram pelo menos uma vez, 30,8% dos judocas se lesionaram 2 vezes, 20,5% se lesionaram 3 vezes, 15,4% se lesionaram 4 vezes e 25,6% se lesionaram em treinamento mais de 4 vezes. O teste do qui-quadrado resultou em χ2o de 16,04, com χ2c de 9,49, ngl igual a 4 e p ≤ 0,05, portanto houve diferença signifi cante na concentração de judocas que se lesionaram pelo menos 2 vezes em treinamento. Quanto à freqüência de lesões em competição, observou-se que 38,5% dos judocas se lesionaram pelo menos uma vez em competição, 20,5% se lesionaram 2 vezes, 7,7% se lesiona- ram 3 vezes, 7,7% se lesionaram 4 vezes, 5,1% se lesionaram mais de 4 vezes e 20,5% dos judocas nunca se lesionaram em competição. O teste do qui-quadrado resultou em χ2o de 47,93, com χ2c de 11,07, ngl igual a 5 e p ≤ 0,05, portanto houve diferença signifi cante na concentração de judocas que se lesionaram uma vez em competição. Tabela I - Prevalência de contusão. F % Ombro 7 28,0 Joelho 9 36,0 Cotovelo 3 12,0 Tornozelo 3 12,0 Virilha 2 8,0 Coxa 1 4,0* Total 25 100 * Foi excluído do tratamento estatístico devido à baixa ocorrência. Tabela II - Prevalência de distensão. F % Ombro 1 8,3 Joelho 2 16,7 Cotovelo 2 16,7 Tornozelo 2 16,7 Virilha 3 25,0 Coxa 2 16,7 Total 12 100 Na Tabela I, quanto à prevalência de contusões nos judo- cas, podemos observar que 28,0% das contusões encontradas foram em ombro, 36,0% em joelho, 12,0% em cotovelo, 12,0% em tornozelo e 8,0% em quadril. O teste do qui- quadrado resultou em χ2o de 30,67, com χ2c de 9,49, ngl igual a 4 para p ≤ 0,05, portanto houve diferença signifi cante na concentração de contusões em joelho. Quanto à prevalência de distensões nos judocas, os resul- tados apresentados na tabela II demonstram que 8,3% das distensões foram em ombro, 16,7% em joelho, 16,7% em cotovelo, 16,7% em tornozelo, 25,0% em virilha e 16,7% em coxa. O teste do qui-quadrado resultou em χ2o de 8,33, com χ2c de 11,07, ngl igual a 5 e p ≤ 0,05, portanto não houve diferença signifi cante na concentração de distensão em virilha. 17Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 8 Número 1 - janeiro/março 2009 Tabela III - Prevalência de fratura. F % Ombro 3 33,3 Cotovelo 2 22,2 Tornozelo 1 11,1 Dedos (mão) 2 22,2 Clavícula 1 11,1 Total 9 100 Tabela IV - Prevalência de luxação. F % Ombro 15 71,4 Joelho 1 4,8* Tornozelo 4 19,0 Dedos (pé) 1 4,8* Total 21 100 * Foi excluído do tratamento estatístico devido à baixa ocorrência. A Tabela III, quanto à prevalência de fraturas em judocas, demonstra que 33,3% das fraturas ocorreram em ombro, 22,2% em cotovelo, 11,1% em tornozelo, 22,2% nos dedos da mão e 11,1% na clavícula. O teste do qui-quadrado re- sultou em χ2o de 17,28, com χ2c de 9,49, ngl igual a 4 e p ≤ 0,05, portanto houve diferença signifi cante na concentração de fraturas em ombro. Observa-se, na tabela IV, quanto à prevalência de luxa- ções em judocas, que 71,4% das luxações foram em ombro e 19,0% em tornozelo. O teste do qui-quadrado resultou em χ2o de 413,30, com χ2c de 3,84, ngl igual a 1 e p ≤ 0,05, portanto houve diferença signifi cante na concentração de luxação em ombro. Tabela V - Prevalência de entorse. F % Ombro 2 8,7 Joelho 7 30,4 Cotovelo 1 4,3* Tornozelo 11 47,8 Dedos (mão) 2 8,7 Total 23 100 * Foi excluído do tratamento estatístico devido à baixa ocorrência. Tabela VI - Prevalência de luxação. F % Joelho 3 42,9 Tornozelo 2 28,6 Dedos (mão) 1 14,3 Coxa 1 14,3 Total 7 100,0 Na Tabela V, quanto à prevalência de entorse em judocas, podemos observar que 8,7% das entorses foram em ombro, 30,4% em joelho, 47,8% em tornozelo e 8,7% nos dedos da mão. O teste do qui-quadrado resultou em χ2o de 45,06, com χ2c de 7,82, ngl igual a 3 e p ≤ 0,05, portanto houve diferença signifi cante na concentração de entorse em tornozelo. Na Tabela VI, quanto à prevalência de rupturas em judo- cas, nota-se que 42,9% das rupturas foram em joelho, 28,6% em tornozelo, 14,3% nos dedos da mão e 14,3% na coxa. O teste do qui-quadrado resultou em χ2o de 22,45, com χ2c de 7,82, ngl igual a 3 e p ≤ 0,05, portanto houve diferença signifi cante na concentração de rupturas em joelho. Quanto ao tipo de tratamento mais utilizado, os resul- tados demonstraram que 52,3% dos judocas utilizaram a fi sioterapia, 38,5% utilizaram medicamentos e 7,7% foram submetidos à cirurgia. O teste do qui-quadrado resultou em χ2o de 20,66, com χ2c de 5,99, ngl igual a 2 e p ≤ 0,05, portanto houve diferença signifi cativa na concentração de judocas que utilizaram fi sioterapia. Em relação ao tempo de afastamento decorrente de lesão, 64,1% dos judocas permaneceram afastados por até 2 meses, 17,9% permaneceram afastados de 2 a 4 meses, 10,3% perma- neceram afastados de 4 a 6 meses e 7,7% por mais de 6 meses. O teste do Qui-quadrado resultou em χ2o de 83,83, com χ2c de 7,82, ngl igual a 3 e p ≤ 0,05, portanto houve diferença signifi cante na concentração de judocas que permaneceram afastados por até 2 meses. Para a região do corpo mais acometida por lesão, 28,9% das lesões foram em ombro, 22,7% em joelho, 8,2% em cotovelo, 23,7% em tornozelo e 6,2% nos dedos da mão. O teste do qui-quadrado resultou em χ2o de 22,02, com χ2c de 9,49, ngl igual a 4 e p ≤ 0,05, portanto houve diferença signifi cante na concentração de lesões em ombro. Em relação à média das respostas obtidas quanto à importância do tratamento fi sioterapêutico na reabilitação dos judocas, esta foi de 8,77, sendo que 0 representa nada importante e 10 signifi ca extremamente importante. Quanto ao rendimento dos mesmos na volta aos treinos, depois do processo de reabilitação, a média obtida foi de 6,08, sendo que 0 signifi ca um rendimento péssimo comparado ao período anterior à lesão, 5 signifi ca um rendimento igual ao anterior e 10 signifi ca um rendimento excelente. Discussão O judô, assim como outros esportes de contato, apre- sentam um elevado número de lesões entre praticantes de vários níveis, como foi observado por Carazzato et al. [9], durante atendimentos nos Jogos Pan-Americanos, relacionando o número de atletas com o número de aten- dimentos o judô foi o esporte que mais provocou lesão. A literatura relata um fenômeno caracterizado pelo excesso de treinamento chamado de overtraining, esse apresenta entre seus vários sintomas o aumento da incidência de lesões [14]. Além disso, o overtraining é responsável pela diminuição do desempenho levando a erros de execução nas técnicas de ataque e defesa, facilitando a ocorrência de lesões durante a luta [15]. Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 8 Número 1 - janeiro/março 200918 O presente estudo não relacionou a lesão mais freqüente nos judocas baseado no nível de competição, porém Baff a [7] e Carazzato, Cabrita, Castropil [10] fi zeram essa relação em seus estudos e verifi caram que quanto maior o nível de competição, maior é o número de lesões. Essa relação pode ocorrer devido a maior intensidade de treinamentos para manter o nível [10]. Amatuzzi & Carazzato [16] verificaram que as lesões causadas pelo judô foram mais comuns em membros infe- riores, representando 70,5% do total das lesões encontradas, sendo que 54,9% foram somente em joelho, seguido por 5,8% na coxa, 5,8% no tornozelo, 2,0% no pé e 2,0% na perna. Já Pieter [17] e Yard et al. [18] em seus artigos sobre os ferimentos mais comuns em artes marciais verifi caram a prevalência de lesões em membros superiores. Nesse trabalho, se considerarmos o total de lesões somente em membros inferiores teremos equivalência quanto à sua distribuição em membro superior com 44,33% das lesões, membro inferior com 50,52% e tronco com 5,15% das lesões, assim como no trabalho de Carazzato, Cabrita, Catropil [10] que encontra- ram equivalência na distribuição das lesões. A prevalência de lesões no judô foi estudada por Carazzato, Campos, Carazzato [5] onde as lesões somente em joelho re- presentaram 54,91% do total das lesões, seguido por 21,57% em coluna. Outra pesquisa realizada, dessa vez na população de atletas de jiu-jitsu, demonstrou que a articulação mais acometida por lesões foi a do joelho com 37,7% das lesões, seguida por cotovelo e dedos da mão com 16,6% e ombro com 15,3% das lesões. Esses trabalhos vão de encontro com os resultados obtidos, visto que foram observados 28,9% de lesões em ombro, seguida por 23,7% em tornozelo, 22,7% em joelho, seguido por porcentagens menores respectivamente em cotovelo, dedos da mão, virilha, coxa, quadril, dedos do pé e clavícula. Considerando o tipo de lesão mais freqüente encontramos 25 contusões, 23 entorses, 21 luxações, 12 distensões, 9 fra- turas e 7 rupturas (tendões e ligamentos) em um total de 97 lesões relatadas pelos 39 atletas que fi zeram parte da pesquisa. Quando relacionamos a lesão mais freqüente de acordo com a região corpórea encontramos no ombro a prevalência de luxação (71,4%), no joelho prevalência de rupturas (42,9%), no cotovelo prevalência de fraturas (22,2%), no tornozelo prevalência de entorse (47,8%), nos dedos da mão preva- lência de fraturas (22,2%), na coxa prevalência de distensão (16,7%), em outras regiões só foi relatado um tipo de lesão, sendo virilha distensões, no quadril contusões, nos dedos do pé luxações e na clavícula fraturas. O judô como esporte de contato direto usa movimentos em cadeia fechada. Segundo Carazzato, Cabrita, Castropil [10] acaba ocorrendo a preser- vação do aparelho motor principal e da alavanca principal que são respectivamente músculos e ossos, e sobrecarga dos locais onde ocorre o movimento, que são as articulações. O retorno ao esporte após o tratamento obteve a média de 6,08, sendo que 5,00 representa um retorno com rendimen- to igual ao anterior à lesão, logo podemos considerar que o rendimento foi bem próximo do considerado anteriormente. Este resultado concorda com Baff a & Barros Júnior [7] que verifi caram um rendimento igual ao anterior à lesão em 51,0% dos atletas pesquisados. O conhecimento preciso das principais lesões que acome- tem judocas de vários níveis é fundamental para estimular o desenvolvimento do trabalho preventivo e suas vantagens, não só para evitar lesões, o que nem sempre é possível, mais para melhorar o rendimento do atleta no seu aspecto geral [19]. Conclusão Em relação à prevalência de lesões, os resultados de- monstraram que a região mais acometida por lesão foi o ombro com maior índice de luxação, sendo que de todas as lesões a mais comum foi a contusão. Concluiu-se também que os judocas sofreram mais lesões em treinamento do que em competição, mantendo-se afastados dos treinos por até 2 meses, sendo o tratamento mais utilizado a fi sioterapia. Por meio desse levantamento confi rma-se a necessidade de trabalhos voltados à prevenção das lesões mais comuns para esse tipo de esporte, visando à melhora do rendimento desses atletas. Referências Salter RB. Lesões músculoesqueléticas. Distúrbios e lesões do 1. sistema músculo-esquelético. 3a ed. Rio de Janeiro: Medsi; 2001. p.662-65. Ide BN, Padilha DA. Possíveis lesões decorrentes da aplicação 2. das técnicas do jiu-jitsu desportivo [online]. [citado 2006 Set 07]. Disponível em: URL: http://www.efdeportes.com. Fontel E. As lesões mais comuns em competições de judô [on-3. line]; 1998; [citado 2006 Set 11]. Disponível em URL: http:// judoesporte.com/arquivos/lesoesmaiscomuns.html. Torres SF. Perfi l epidemiológico de lesões no esporte [tese]. 4. Florianópolis: UFSC; 2004. 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Foram avaliados 10 atletas do sexo masculino que atuam na categoria mini, com média de idade entre 10 e 11 anos. O teste realizado para medir a impulsão dos jogadores foi o Salto Vertical Máximo (SVM). A avaliação consistiu-se de 4 etapas: 1) Aquecimento geral inespecífi co (corrida do tipo “trote”) por 5 minutos; 2) Realização do SVM para o cálculo da média; 3) Realização do protocolo de alongamento do tipo estático dos seguintes grupos
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