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Fisiologia do Exercicio jan março 2009

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F i s i o l o g i a
do e x e r c í c i o
volume 08 - número 01 • Jan/Mar 2009 www.at lant icaedi tora.com.br
R e v i s t a B r a s i l e i r a d e
F i s i o l o g i a
do e x e r c í c i o
Órgão Oficial da Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício
B r a z i l i a n J o u r n a l o f E x e r c i s e P h y s i o l o g y
ISSN 16778510
NUTRIÇÃO
•	 Avaliação	nutricional	de	fisioculturistas
CARDIOLOGIA
•	 Teste	de	caminhada	de	seis	minutos		
em	cardiopatas
•	 Marcadores	inflamatórios	e	exercícios	físicos
ESPORTE
•	 Atividade	física	durante	a	gestação
•	 Prevalência	de	lesões	no	judô		
de	alto	rendimento
•	 Análise	do	salto	vertical	em	jogadores		
de	basquete
•	 Lesões	osteomioarticulares	em	jogadores		
de	futsal
ESTÉTICA
•	 Tratamento	da	gordura	localizada
R
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0
9
de Atividades Físicas
do Rio de Janeiro - IPCFEx
2009
Rua Almirante Silvio de Noronha, s/nº
Castelo - Rio de Janeiro - RJ
ESTACIONAMENTO GRATUITO NO LOCAL
Transporte do aeroporto até o local do evento 
Auditório da Escola Naval
(atrás do Aeroporto Santos Dumont)
Realização
LocalInformações
E-mail: siafisrj@gmail.com
Telefone: 2543-3323
Ramal: 2044
06, 07 e 08 de novembro de 2009
Simpósio Internacional de 
At iv idades Fís icas do 
Rio de Janeiro - IPCFEX
 Conferencistas Internacionais e Nacionais
 Palestras e Mesas-redondas
 Apresentações de Temas Livres
Envie seu trabalho
Período para submissão de resumos:
De 3 de agosto a 18 de setembro de 2009
Home Page: www.ipcfex.ensino.eb.br
EDITORIAL
Atividade física e aplicações clínicas, Paulo Tarso Veras Farinatti ................................................................................ 3
ARTIGOS ORIGINAIS
Marcadores inflamatórios em pacientes com doença arterial coronariana 
submetidos a um programa regular de exercícios físicos, Sonia Aparecida de Morais, 
Antonio Carlos da Silva Martins, Edison Sandoval Peixoto, Sebastião David Santos-Filho............................................. 4
Avaliação nutricional de fisiculturistas de academias da cidade de São Paulo, 
Amanda Cristina Lugarezze, Ana Lucia Girasoli, Cinthya Correia Bezerra, 
Karen Rejane Tanii Farinho, Neide Kaoru Hoshina, Patrícia Lima Araújo, Marcia Nacif ............................................... 9
Prevalência de lesões no judô de alto rendimento, Paloma Angel de Carvalho, 
Samira Jirges Hanna, Marcelo Massayoshi Ohira, Henrique Koch, Luis Ricardo Revite, 
Ricardo Xavier Pinto, Daiane Cardoso, Rafael Cusatis Neto ........................................................................................ 14
Análise do salto vertical em jogadores de basquete utilizando o alongamento 
como preparação da flexibilidade, Juliano Angeli Romani, 
Cristiane Mariana Rodrigues da Silva, Carlos Fornazzari ............................................................................................. 20
Relação entre alterações posturais e lesões osteomioarticulares em jogadores 
de futsal, Alisson Guimbala dos Santos Araujo, Cintia Seefeld, Juliana Cardoso Alves ................................................ 24
Influência da atividade física, pressão arterial e variáveis antropométricas 
da gestante sobre o peso do feto ao nascer, Janyny Galdino Onofre Spolador, 
Marcos Doederlein Polito ............................................................................................................................................ 30
REVISÕES
Uso da fosfatidilcolina no tratamento de depósitos localizados de gordura, 
José Diego Botezelli, José Alexandre Curiacos de Almeida Leme, 
Maria Alice Rostom de Mello ...................................................................................................................................... 34
A importância do teste de caminhada de seis minutos em pacientes 
com insuficiência cardíaca, Nivia Schmidt de Souza, Kellen Marcela Santos, 
Letícia Alckmin Morgado, Elaine Cristina Martinez Teodoro ..................................................................................... 38
NORMAS DE PUBLICAÇÃO .................................................................................................................................. 45
EVENTOS ................................................................................................................................................................. 47
Índice
volume 8 número 1 - janeiro/março 2009
R e v i s t a B r a s i l e i r a d e
F I S I O L O G I A
DO E X E R C Í C I O
Órgão Oficial da Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício
B r a z i l i a n J o u r n a l o f E x e r c i s e P h y s i o l o g y
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 8 Número 1 - janeiro/março 20092
© ATMC - Atlântica Multimídia e Comunicações Ltda - Nenhuma parte dessa publicação pode ser reproduzida, arquivada 
ou distribuída por qualquer meio, eletrônico, mecânico, fotocópia ou outro, sem a permissão escrita do proprietário do copyri-
ght, Atlântica Editora. O editor não assume qualquer responsabilidade por eventual prejuízo a pessoas ou propriedades ligado à 
confiabilidade dos produtos, métodos, instruções ou idéias expostos no material publicado. Apesar de todo o material publicitário 
estar em conformidade com os padrões de ética da saúde, sua inserção na revista não é uma garantia ou endosso da qualidade ou 
do valor do produto ou das asserções de seu fabricante.
Atlântica Editora edita as revistas Fisioterapia Brasil, Enfermagem Brasil, Neurociências, Nutrição Brasil e MN-Metabólica.
I.P. (Informação publicitária): As informações são de responsabilidade dos anunciantes.
R e v i s t a B r a s i l e i r a d e
F I S I O L O G I A
DO E X E R C Í C I O
Órgão Oficial da Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício
B r a z i l i a n J o u r n a l o f E x e r c i s e P h y s i o l o g y
Administração e vendas
Antonio Carlos Mello
Assistente de vendas – Atendimento
Márcia P. Nascimento
melloassinaturas@uol.com.br
Atlântica Editora e Shalon Representações
Praça Ramos de Azevedo, 206/1910
Centro 01037-010 São Paulo SP
Atendimento
(11) 3361 5595 /3361 9932
E-mail: melloassinaturas@uol.com.br
Assinatura
1 ano (6 edições ao ano): R$ 180,00
www.eventoserevistas.com.br
Editor executivo
Dr. Jean-Louis Peytavin
jeanlouis@atlanticaeditora.com.br
Editor assistente – Publicidade
Guillermina Ariasguillermina@atlanticaeditora.com.br
Direção de arte
Cristiana Ribas
cristiana@atlanticaeditora.com.br
Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício
Corpo Diretivo: Paulo Sérgio C. Gomes (Presidente), Vilmar Baldissera, Patrícia Brum, Pedro Paulo da Silva Soares, 
Paulo Farinatti, Marta Pereira, Fernando Augusto Pompeu
Editor Chefe
Paulo de Tarso Veras Farinatti
Editor Associado
Pedro Paulo da Silva Soares
Conselho Editorial
Amandio Rihan Geraldes (AL)
Antonio Carlos Gomes (PR)
Antonio Cláudio Lucas da Nóbrega (RJ)
Benedito Sérgio Denadai (SP)
Dartagnan Pinto Guedes (PR)
Douglas S. Brooks (EUA)
Emerson Silami Garcia (MG)
Francisco Martins (PB)
Francisco Navarro (SP)
Luiz Fernando Kruel (RS)
Martim Bottaro (DF)
Patrícia Chakour Brum (SP)
Paulo Sérgio Gomes (RJ)
Robert Robergs (USA)
Rosane Rosendo (SC)
Sebastião Gobbi (SP)
Steven Fleck (USA)
Yagesh N. Bhambhani (CAN)
Vilmar Baldissera (SP)
Todo o material a ser publicado deve ser enviado para o seguinte endereço de e-mail: artigos@atlanticaeditora.com.br
3Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 8 Número 1 - janeiro/março 2009
Editorial
Atividade física e aplicações clínicas
Prof. Dr. Paulo Tarso Veras Farinatti
Editor-Chefe da RBFEx
Tenho o prazer de apresentar o primeiro número 
do volume deste oitavo volume da Revista Brasileira de 
Fisiologia do Exercício (RBFEx). Continuando o proces-
so de consolidação da revista, iniciamos o ano com um 
Conselho Editorial renovado. Além disso, implanta-se 
paulatinamente um sistema de submissão on-line que, no 
decorrer do ano, deve começar a funcionar. A quantidade 
de artigos submetidos vem aumentando a cada ano, per-
mitindo com que a periodicidade da revista se mantenha 
sem os percalços do passado. Faz parte dos nossos planos 
aumentar o número de artigos por revista, visando, em 
prazo médio, uma periodicidade trimestral.
O presente número da RBFEx traz oito artigos, seis 
deles originais e duas revisões, cuja variedade de assuntos 
refl ete a riqueza da própria temática da revista. Inicialmen-
te, a equipe da Universidade Federal Fluminense analisa 
marcadores infl amatórios em cardiopatas praticantes de 
exercício. Em seguida, temos um levantamento do perfi l 
nutricional e do conhecimento sobre nutrição em pratican-
tes de fi siculturismo da cidade de São Paulo. O desporto 
de rendimento é o assunto dos três artigos subseqüentes, 
um deles dedicado ao salto vertical no basquete e dois com 
foco nas lesões associadas à prática do judô e do futsal. 
Fechando os artigos originais, chega-nos da Universidade 
Estadual de Londrina interessante estudo sobre as relações 
entre a prática de atividades físicas por parte da gestante 
e características do feto no nascimento. Enfi m, as revisões 
da literatura apresentadas tratam de assuntos tão diversos 
quanto a combinação do exercício físico com técnica não-
ortodoxa de perda de gordura e a aplicação de teste de 
caminhada em pacientes cardiopatas.
Bom proveito!
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 8 Número 1 - janeiro/março 20094
Artigo original
Marcadores inflamatórios em pacientes com doença 
arterial coronariana submetidos a um programa 
regular de exercícios físicos
Inflammatory markers in patients with coronary artery disease submitted 
to a regular program of physical exercises
Sonia Aparecida de Morais, Ft.*, Antonio Carlos da Silva Martins, M.Sc.**, Edison Sandoval Peixoto, D.Sc.***, Sebastião 
David Santos-Filho, Ft., D.Sc.****
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Cardiologia da UFF, Professora de Fisioterapia Aplicada a Cardiologia do Centro 
Universitário de Volta Redonda RJ, Responsável Técnica da Reabilitação Cardíaca do Centro de Cardiodiagnóstico do Méier, **Mé-
dico, Professor de Fisioterapia Aplicada à Cardiologia do Centro Universitário de Volta Redonda RJ, Responsável administrativo do 
Centro de Cardiodiagnóstico do Méier, ***Médico, Professor Titular de Cardiologia da UFF, Niterói RJ, ****Professor Adjunto de 
Biofísica e Fisiologia da Universidade Severino Sombra, Vassouras RJ
Resumo
As doenças coronarianas, entre elas a aterosclerose, tornaram-se 
a principal causa de morte. Esse problema é decorrente de aspectos 
do estilo de vida moderno, entre eles alimentação irregular, tabagis-
mo, ingestão de bebidas alcoólicas, estresse e o sedentarismo. Nosso 
estudo tem por objetivo avaliar a importância do exercício físico 
como recurso terapêutico no tratamento de pacientes com doença 
arterial coronariana, correlacionando os benefícios do mesmo na 
diminuição dos marcadores infl amatórios assim como no controle 
dos fatores de risco e na morbidade cardiovascular. Os dados deste 
estudo demonstram a importância dos marcadores infl amatórios 
como preditores de risco para doença cardiovascular. A efetividade 
do exercício físico no controle dos fatores de risco de doença car-
diovascular, tendo como parâmetro os marcadores infl amatórios, 
atinge múltiplos benefícios, que podem ser alcançados com alto 
grau de segurança.
Palavras-chave: aterosclerose, marcadores inflamatórios, 
exercício físico, reabilitação.
Abstract
Th e coronary diseases, among them the atherosclerosis, are the 
main cause of death. Th is problem is due to aspects of modern life 
style, such as irregular dietary, tobacco, alcohol ingestion, stress, 
and sedentarism. Our study aims at evaluating the importance of 
physical exercise as a therapeutic tool to treat patients with coronary 
artery disease, correlating benefi ts on infl ammatory markers decrease 
as well as risk factors control and cardiovascular morbidity. Data 
showed the importance of infl ammatory markers as predictors of 
cardiovascular disease risk. Th e eff ectiveness of physical exercise on 
prevention and control of cardiovascular disease risk factors, and 
the infl ammatory markers as a parameter, achieve multiple benefi ts 
that can be reached with high security level. 
Key-words: atherosclerosis, inflammatory markers, physical 
exercise, rehabilitation.
Autor para correspondência: Sonia Aparecida de Morais, Rua São Francisco Xavier, Bloco E, 681/202, 20550-011 Rio de Janeiro, RJ, 
Tel: (21) 2568-1371, E-mail: soniamorais@oi.com.br
5Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 8 Número 1 - janeiro/março 2009
Introdução
As doenças coronarianas, entre elas a aterosclerose, tor-
naram-se a principal causa de morte na civilização moderna. 
Esse problema é decorrente de muitos aspectos do estilo de 
vida moderno, entre eles alimentação irregular, tabagismo, 
ingestão de bebidas alcoólicas, estresse cotidiano e o seden-
tarismo [1].
Esses hábitos causam o desenvolvimento de fatores de 
risco relacionados à aterosclerose. A formação de placas 
ateroscleróticas ou ateromas está diretamente relacionada a 
acidentes coronarianos, como o infarto, a doença isquêmica 
do coração e a apoplexia [2].
As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte 
entre homens e mulheres, nos países desenvolvidos [3]. 
No inicio do século XX, a doença cardiovascular foi res-
ponsável por menos de 10% das mortes em todo o mundo e, 
ao fi nal deste século, responde por 50% de todas as mortes em 
países desenvolvidos e 25% nos países em desenvolvimento 
[4,5].
Os mediadores infl amatórios mais estudados como prová-
veis fatores prognósticos de risco de doenças cardiovasculares 
são a proteína C-reativa (PCR), ICAMs, IL6, TNF alfa e a 
P-selectina [6]. Desses, o que tem recebido maior atenção dos 
pesquisadores é a PCR, a qual, quando elevada, está associada 
a um risco aumentado para infarto agudo do miocárdico, 
acidente vascular cerebral e morte cardiovascular [7,8].
Vários estudos têm evidenciado uma associação entre a 
atividade física regular e a redução nos níveis dos diferentes 
marcadores infl amatórios. Um dos prováveis mecanismos 
de diminuiçãono risco cardiovascular relacionado com a 
prática do exercício se relaciona com o impacto deste sobre 
os diferentes marcadores infl amatórios [9,10].
Nosso estudo tem por objetivo avaliar a importância do 
exercício físico como recurso terapêutico no tratamento de 
pacientes com doença arterial coronariana correlacionando 
os benefícios do mesmo na diminuição dos marcadores in-
fl amatórios arteriais assim como no controle dos fatores de 
risco e na morbidade cardiovascular. 
Material e métodos
O estudo foi realizado com pacientes do Setor de Reabi-
litação Cardíaca no Centro de Cardiodiagnóstico do Méier, 
Rio de Janeiro, RJ.
Em nosso estudo foram incluídos 14 pacientes com diag-
nóstico de doença arterial coronariana. Todos os pacientes 
incluídos apresentavam eventos anteriores, como angioplas-
tia, revascularização do miocárdio, ou infarto e todos eram 
sedentários. Dez pacientes do sexo masculino (71%) e quatro 
pacientes do sexo feminino (29%) com idades que variaram 
de 60 a 80 anos. Todos os pacientes assinaram um termo de 
consentimento esclarecido e receberam informações a respeito 
dos procedimentos e objetivos da pesquisa.
Os pacientes foram submetidos a uma avaliação médica 
e físico-funcional, além de exame bioquímico específi co 
– lipidograma, glicemia, proteína C reativa, cardiolepina, 
homocisteína, imunoglobulina e fibrinogênio. Todos os 
exames foram realizados em um mesmo laboratório sugerido 
pelos pesquisadores para evitar erros de metodologia. Os 
mesmos realizaram teste ergométrico para avaliação clínica e 
funcional. Todos os pacientes participaram de um programa 
de reabilitação cardíaca. 
O programa proposto foi de 60 minutos de exercício físico 
aeróbico, três vezes na semana, durante doze semanas. Os 
pacientes iniciavam com 30 minutos de caminhada na esteira 
e a seguir, 30 minutos de pedalada na bicicleta, seguidos de 
alongamento global.
Todos os pacientes foram acompanhados e supervisio-
nados durante a realização do programa de exercícios. Após 
12 semanas de realização do programa, os pacientes foram 
reavaliados individualmente.
Resultados
Na Tabela I mostramos os fatores de risco apresentados 
pelos pacientes na primeira avaliação. Todos os pacientes eram 
sedentários. Observa-se que 78% dos pacientes apresentaram 
histórico de hipertensão arterial enquanto que outros 28% 
eram tabagistas, 48% diabéticos, 42% acima do peso e todos 
apresentaram dislipidemia.
Tabela I - Fatores de risco associados à doença arterial coronariana.
Pacien-
te
ID HA DB OB/
SP
HD TB DP SD
RCV 66 Sim Não SP Sim Não Sim Sim
JJB 72 Sim Não Não Sim Não Sim Sim
AAB 78 Não Não Não NS Não Sim Sim
HPG 69 Sim Sim Sim Sim Não Sim Sim
OPC 70 Sim Sim SP Sim Não Sim Sim
FG 79 Sim Não Não Não Não Sim Sim
RFY 74 Sim Sim Não Sim Sim Sim Sim
MGP 81 Sim Não Não NS Não Sim Sim
ACA 64 Sim Não Não Sim Não Sim Sim
JAS 74 Sim Sim SP Não Não Sim Sim
CVR 66 Sim Sim SP Não Sim Sim Sim
JBJ 77 Não Sim Não Sim Sim Sim Sim
ABS 75 Não Não SP Não Não Sim Sim
AAC 80 Sim Sim Não Sim Não Sim Sim
ID – idade; HA – hipertensão arterial; DB – diabetes; OB – obesidade; 
SP – sobrepeso; HD – hereditariedade; TB – tabagismo; DP – dislipide-
mia; SD – sedentarismo; NS – não sabe informar.
Na Tabela II, apresentamos os parâmetros da avaliação 
físico-funcional dos pacientes após inclusão no programa. 
Aproximadamente 42% apresentaram índice de massa cor-
poral (IMC) acima de 25, o que caracteriza sobrepeso. 50% 
apresentaram circunferência abdominal fora das metas. 
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 8 Número 1 - janeiro/março 20096
Tabela II - Avaliação físico-funcional dos pacientes. 
Paciente
Peso
(kg)
Altura
(cm)
IMC CA*
(cm)
RCV 78 169 27 104
JJB 72 169 25 96
AAB 57 164 21 82
HPG 89 162 34 116
OPC 89 172 30 109
FG 68 168 24 86
RFY 73 172 24 104
MGP 70 170 24 99
ACA 72 170 25 87
JAS 84 166 30 121
CVR 80 164 30 118
JBJ 71 169 25 87
ABS 82 171 28 114
AAC 74 172 25 88
*Circunferência abdominal
Após o programa de reabilitação proposto, observamos 
que aproximadamente 71% dos pacientes atingiram valores 
de normalidade na maioria dos marcadores infl amatórios 
estudados (Tabela III).
Os marcadores infl amatórios de maior expressão verifi ca-
dos em nosso estudo foram a PCR ultra-sensível, homocis-
teína e fi brinogênio.
Tabela III - Marcadores infl amatórios. 
Paciente PCR
(mg/dL)
HC
(μmol/L)
IgG*
(GPL/
mL)
IgM*
(MPL/
mL)
FG
(mg/
dL)
RCV 0,06 11,3 8,9 7,8 318
JJB 0,07 17,0 3,8 0,7 295
AAB 1,41 12,7 9,3 0,2 440
HPG 0,14 13,0 2,0 4,0 540
OPC 0,15 14.0 2,6 4,5 600
FG 7,42 17,4 9,1 8,9 459
RFY 0,70 6,5 1,0 2,0 320
MGP 0,08 5,8 1,2 0,7 323
ACA 7,20 17,2 9,2 0,8 515
JAS 0,08 7,0 9,3 0,7 287
CVR 0,08 10,4 9,8 8,3 321
JBJ 7,10 16,9 1,3 0,8 395
ABS 2,43 7,1 9,3 0,5 540
AAC 7,42 9,4 8,9 0,8 451
*Tipos de Anti-cardiolepina; Proteína C reativa (PCR); Homocisteína 
(HC); Lipoproteína de baixa densidade (LDL); Lipoproteína de alta 
densidade (HDL); Imunoglobulina G (IgG); Imunoglobulina M (IgM); 
Fibrinogênio (FG)
Na Tabela IV podemos observar que apesar de 48% 
dos pacientes apresentarem diagnóstico de diabetes, 
93% alcançaram as metas de normalidade da glicemia 
de jejum.
Observamos ainda que 85,7% alcançaram valores sa-
tisfatórios de perfi l lipídico e a maioria atingiu as metas de 
normalidade.
Tabela IV - Glicemia e perfi l lipídico.
Paciente
GCM TGC LDL
(mg/dL)
HDL
(mg/dL)
VLDL CT
RCV 74 88 60 40 7 110
JJB 107 35 43 63 7 113
AAB 104 52 47 44 10 101
HPG 97 112 80 60 22 164
OPC 94 193 82 38 39 159
FG 84 138 64 39 28 131
RFY 98 101 73 47 18 121
MGP 87 46 53 72 9 134
ACA 101 247 147 35 20 202
JAS 114 46 50 62 20 121
CVR 80 120 62 38 15 103
JBJ 74 115 53 73 9 115
ABS 78 80 77 44 7 105
AAC 86 82 74 45 11 110
Glicemia (GCM); Triglicerídeos (TGC); Lipoproteína de baixa densida-
de molecular (LDL); Lipoproteína de alta densidade molecular (HDL); 
Colesterol total (CT); Colesterol (VLDL).
Discussão
Existem várias revisões da associação entre inatividade 
física e risco de doenças cardiovasculares. As meta-análises 
têm indicado o dobro de risco de doenças cardiovasculares 
em indivíduos inativos quando comparados com os ativos 
[11,12]. 
Nos estudos que têm avaliado a atividade física ocupacio-
nal, a inatividade (ou sedentarismo) está associada a 90% de 
aumento de risco relativo de morte por doenças cardiovascula-
res [13,14]. Em nosso estudo, todos os pacientes apresentaram 
estilo de vida sedentário na primeira avaliação.
Para Abramson et al. [10] alguns dos mecanismos envol-
vidos no controle das doenças cardiovasculares utilizando 
a atividade física, que foram apresentados em trabalhos 
científi cos, incluem efeitos de diminuição da progressão da 
arteriosclerose e da trombose, diminuição da pressão arterial 
e isquemia, através de melhora da hemodinâmica local, e 
também diminuição do perfi l lipídico e melhora do quadro 
de arritmia. Os mecanismos pelos quais o exercício a longo 
prazo tem efeito protetor na arteriosclerose incluem o incre-
mento signifi cante da proporção de células T circulantes que 
têm propriedades ateroprotetivas . 
Para Ford [9] o exercício estimula um efeito protetor 
nas células endoteliais e nas células T em pessoas com 
aterosclerose. Existem também evidências de que o desen-
volvimento da placa de aterosclerose está associado com o 
processo infl amatório e que o exercício está associado por 
sua vez com uma redução de marcadores infl amatórios – 
7Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 8 Número 1 - janeiro/março 2009
proteína C-reativa, células sangüíneas brancas, fi brinogênio, 
fator VIII–, sugerindo que o exercício está relacionado com 
uma redução da infl amação. A melhor compreensão da 
fi siopatologia e o desenvolvimento de tecnologias sensíveis 
e específi cas tornaramcada vez mais evidentes as possibi-
lidades de detecção precoce e monitoração das doenças 
cardiovasculares. Assim, o conceito dos marcadores foi 
introduzido nos últimos anos. Um marcador pode refl etir 
a fi siopatologia da doença, predizer eventos futuros, bem 
como indicar a presença da afecção ou danos a um órgão. 
Um marcador pode também ser medido para avaliar o 
progresso do tratamento [15]. 
Nossos resultados mostraram que 71% dos pacientes atin-
giram valores de normalidade dos marcadores infl amatórios, 
além de alcançarem níveis satisfatórios de glicemia de jejum 
e no lipidograma, com um programa de reabilitação com 
exercício físico aeróbico. 
Segundo Sigal et al. [13], o programa de exercícios para 
pacientes com doença arterial coronariana é baseado na pres-
crição tradicional para o desenvolvimento do efeito do treino 
em pessoas saudáveis. Porém, é modifi cado como indicado 
pela condição cardiovascular e estado clínico geral do paciente. 
Isso envolve um adequado programa individual de exercícios 
com respeito ao modo, freqüência, duração, intensidade e 
progressão do exercício. O programa de exercício proposto 
em nosso estudo foi individualizado e adaptado ao paciente 
respeitando as suas limitações.
Para Pescatello et al. [15] o exercício contínuo como andar, 
correr, pedalar, nadar, aeróbica em grupo e remar são apro-
priados para o condicionamento de resistência cardiovascular. 
A freqüência mínima é de 3 dias não consecutivos na semana. 
Períodos de aquecimento e resfriamento de pelo menos 10 
minutos, incluindo alongamento e exercícios de fl exibilidade, 
devem preceder e seguir o exercício de 20-40 minutos realiza-
dos tanto continuamente ou em intervalos [15,16].
Exercício em programas supervisionados é realizado em 
intensidade moderada, de maneira confortável, geralmente 
40-85% da capacidade funcional máxima (VO2máx), que 
correlaciona com 40-85% da reserva de freqüência cardíaca 
máxima ([freqüência cardíaca máxima – freqüência cardíaca 
de repouso] x 40-85% + freqüência cardíaca de repouso), ou 
55-90% da freqüência cardíaca máxima [17,18]. 
O grau de esforço percebido pode também ser usado para 
monitorar a intensidade do exercício, com o objetivo de man-
ter a intensidade em nível moderado. Qualquer programa de 
exercício deve envolver uma progressão inicial lenta e gradual 
da duração e intensidade do exercício [19,20].
Com o objetivo de encontrar a melhor terapêutica para 
esta entidade em particular, a investigação clínica, por meio 
do exercício físico, tem sido utilizada como um método de 
intervenção promissor e que parece ser custo-efetivo. São 
inúmeras as evidências sugerindo que o exercício físico re-
gular não somente melhora a capacidade funcional, expressa 
pelo aumento do VO2máx, como também reduz a morbidade 
e, possivelmente, a mortalidade, justifi cando assim a sua 
utilização terapêutica. 
Conclusão
Os dados do nosso estudo demonstram a importância 
dos marcadores infl amatórios como preditores de risco para 
doença cardiovascular. No entanto, comparando com os 
dados relatados na literatura notamos que sua plena utili-
zação é limitada pelo alto custo e difi culdade de realização 
técnica. 
A efetividade do exercício físico no controle dos fatores de 
risco de doença cardiovascular, tendo como parâmetro os mar-
cadores infl amatórios arteriais, atinge múltiplos efeitos, que 
podem ser alcançados com alto grau de segurança. Embora 
em nosso estudo não tenhamos observado respostas signifi -
cativas na redução de peso e da circunferência abdominal dos 
pacientes, inúmeros estudos apontam para os benefícios de 
um programa regular de exercícios. Estes benefícios incluem 
capacidade funcional aumentada, diminuição dos fatores de 
risco, redução dos sintomas de isquemia do miocárdio e sub-
seqüente morbidade da doença coronária, melhora no perfi l 
lipídico sanguíneo, controle do peso e da hipertensão, e, em 
pacientes diabéticos, tolerância à glicose. Além de melhoras 
na perfusão do miocárdio, abandono do hábito de fumar e 
bem estar psicossocial.
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9Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 8 Número 1 - janeiro/março 2009
Artigo original
Avaliação nutricional de fisiculturistas 
de academias da cidade de SãoPaulo
Nutritional assessment of bodybuilders of academies of São Paulo City
Amanda Cristina Lugarezze*, Ana Lucia Girasoli*, Cinthya Corrêa Bezerra*, Karen Rejane Tanii Farinho*, Neide Kaoru 
Hoshina*, Patrícia Lima Araújo*, Marcia Nacif, D.Sc.**
*Alunas do Centro Universitário São Camilo, **Nutricionista, Docente do Centro Universitário São Camilo e da Universidade 
Presbiteriana Mackenzie
Resumo 
Objetivo: Verifi car o perfi l nutricional e o conhecimento sobre 
alimentação e nutrição de fi siculturistas de academias da cidade de 
São Paulo. Material e métodos: Trata-se de um estudo transversal, 
no qual participaram 13 fi siculturistas entre 21 e 40 anos de idade. 
Aplicou-se um questionário de conhecimento sobre alimentação 
e nutrição e foram avaliadas as variáveis antropométricas de peso, 
estatura, dobras cutâneas e circunferências corporais. Resultados: 
Verifi cou-se um IMC médio de 28,20 kg/m2 (DP ± 2,73) e dentre 
os atletas estudados, 100% dos indivíduos do gênero feminino e 
55% do masculino apresentaram porcentagem de gordura dentro 
dos parâmetros normais para culturistas. Quanto ao conhecimento 
nutricional, 71% dos indivíduos não souberam qual deve ser a 
proporção correta dos macronutrientes presentes na alimentação, 
estes consideraram ser a proteína o macronutriente que mais deve 
contribuir com as necessidades calóricas diárias. As vitaminas foram 
consideradas por 57% dos indivíduos como fornecedoras de calorias 
e 71% deles referiram o uso de suplementos alimentares. Conclusão: 
É necessário o acompanhamento nutricional desta população visto 
que a porcentagem de gordura da maioria encontra-se por volta 
do limite mínimo recomendado para fi siculturistas. Também é 
indispensável um trabalho de educação nutricional para manter 
a performance, rendimento esportivo e saúde adequada destes 
indivíduos.
Palavras-chave: avaliação nutricional, composição corporal, 
necessidades nutricionais, educação alimentar e nutricional.
Abstract
Aim: To describe the nutritional profi le and knowledge about 
food and nutrition of bodybuilding practitioners in academies of 
São Paulo City. Method: Th is was a cross-sectional study made with 
13 bodybuilders between 21 and 40 years of age. A questionnaire of 
knowledge about food and nutrition was applied and the anthropo-
metric variables were evaluated for weight, height, circumferences 
and body skin folds. Results: Th e mean BMI was 28.20 kg/m2 (DP 
± 2.73). All the females and 55% of males showed percentage of 
fat within the normal parameters for bodybuilders. As for the nu-
tritional knowledge, 71% of individuals did not know the correct 
proportion of nutrients in their diet. Mostly they considered that 
protein should be the macronutrient which the higher contribution 
for the daily caloric needs. Vitamins were considered by 57% of 
individuals as supply calories and 71% admitted to use food supple-
ments. Conclusion: Th e anthropometric characteristics of the sample 
were within the expected for bodybuilders but the knowledge about 
nutrition was very poor. Medical and nutritional monitoring would 
be necessary because the percentage of fat was near the minimum 
recommended for bodybuilders and to improve their knowledge 
about the specifi c needs of this competition modality.
Key-words: nutritional assessment, corporal composition, 
nutritional needs, food and nutrition education.
Endereço para correspondência: Amanda Cristina Lugarezze, Rua Pereira de Avelar, 101, Vila Alpina, 03211-040 São Paulo SP, Tel: 
(11) 7625-7012, E-mail: amandac_lu@yahoo.com.br. 
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 8 Número 1 - janeiro/março 200910
Introdução
O fi siculturista é o indivíduo que pratica exercícios físicos 
com peso, objetivando a modelagem corporal por meio do 
desenvolvimento da massa muscular. Estes atletas enfatizam 
principalmente a aparência física, a defi nição muscular e a 
simetria do corpo. Essa modalidade esportiva é chamada 
culturismo e seus praticantes geralmente combinam uma 
dieta altamente seletiva e treinamento de força para alcançar 
a melhor performance estética, evitando a mínima retenção 
de fl uido e gordura [1,2]. 
A dieta destes indivíduos deve ser individualizada e 
estabelecida conforme a freqüência, a intensidade e a dura-
ção do treinamento realizado. Deve-se considerar diversos 
fatores como a adequação energética, distribuição dos ma-
cronutrientes e o balanceamento adequado de vitaminas e 
minerais [3]. Além disso, a maioria dos fi siculturistas associa 
o treinamento à suplementação nutricional, ou seja, ingerem 
uma alimentação geralmente hiperprotéica devido a grande 
preocupação estética que se resume ao aumento da força e 
massa muscular [4]. 
Na prática deste esporte, que é categorizado pelo peso 
corporal, muitos atletas também costumam reduzir seu 
consumo energético a fi m de diminuir sua massa corporal 
para, assim, incluírem-se em uma categoria de peso inferior, 
com objetivo de obter vantagem sobre os outros competi-
dores [3]. Os métodos de perda de peso incluem a restrição 
de alimentos e bebidas, uso de laxantes e de diuréticos e 
sessões em saunas [5]. Estes atletas chegam a perder dez 
quilos de peso antes de começar uma competição e para 
adquirir novamente o seu peso anterior chegam a dobrar 
seu consumo calórico diário. Seu desempenho é levado mais 
em consideração do que a sua própria saúde no momento 
de decidir qual é o melhor método para a modifi cação de 
sua composição corporal [4,5].
Devido ao fato de os hábitos alimentares de fi siculturis-
tas na maioria das vezes serem errôneos, assim como o uso 
indiscriminado de suplementos por um longo tempo e a 
prática de exercícios intensos serem potencialmente dano-
sos à saúde, é interessante que se avaliem as características 
corporais destes indivíduos, pois estes dados podem servir 
como o primeiro passo de uma avaliação completa do estado 
de saúde do atleta.
Material e métodos
Trata-se de um estudo transversal, no qual participaram 13 
fi siculturistas, voluntários, de ambos os gêneros, de academias 
da cidade de São Paulo, com idade entre 21 e 40 anos.
Foi aplicada uma fi cha de anamnese contendo dados sobre 
idade, gênero, presença de enfermidades, consumo alimentar e 
ingestão de suplementos. Também foi aplicado um questioná-
rio de conhecimento sobre alimentação e nutrição “Avaliação 
do conhecimento nutricional do desportista” contendo 8 
questões de múltipla escolha em que foram atribuídos valores 
para as questões respondidas corretamente, somando 10 como 
pontuação máxima. 
Foram coletadas as variáveis antropométricas de peso, 
estatura, dobras cutâneas e circunferências corporais.
Utilizou-se uma balança digital da marca Plenna® (modelo 
MEA-03184) com precisão de 100 gramas e capacidade de 
150 quilos para avaliar a massa corporal; fi ta métrica com 
escala em milímetros para aferir a estatura, e para medir as 
circunferências de braço, de abdômen, de quadril, de punho, 
de coxa e de panturrilha. As dobras cutâneas biceptal, triceptal, 
subescapular, suprailíaca, peitoral, abdominal, coxa e pan-
turrilha foram aferidas com o uso de um adipômetro clínico 
da marca Sanny®. Cada dobra cutânea foi medida três vezes 
em forma de circuito, sendo considerada como valor fi nal a 
média entre os três registros. 
A partir de dados de peso e estatura calculou-se o índice 
de massa corporal (IMC) que foi classifi cado segundo a Or-
ganização Mundial da Saúde [6].
A porcentagem de gordura foi calculada por Jackson e 
Pollock [7] para os indivíduos do gênero masculino e por 
Jackson, Pollock e Ward [8] para os indivíduos do gênero 
feminino e classifi cada de acordo com a referência proposta 
por Wilmore e Costill [9].
Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em 
Pesquisa do Centro Universitário São Camilo por meio do 
documento 047/05 e todos os participantesassinaram um 
termo de consentimento livre e esclarecido.
Resultados
Foram avaliados 13 fisiculturistas com idade média 
de 28,23 anos (± 5,15), sendo 84,6% (n = 11) do gênero 
masculino e 15,4% (n = 2) do gênero feminino. Os dados 
antropométricos podem ser visualizados detalhadamente na 
Tabela I. As Tabelas II e III apresentam, respectivamente, 
resultados para o IMC e percentual de gordura para a amostra 
observada.
Tabela I - Idade e dados antropométricos de fi siculturistas. São 
Paulo, 2008.
Variáveis Média DP Mín. Máx.
Idade (anos) 28,23 5,15 21,00 40,00
Peso (Kg) 84,30 14,20 61,50 113,60
Gordura Abs. (Kg) 5,27 1,84 2,09 9,15
Massa Magra (Kg) 79,00 13,31 55,58 105,29
Estatura (cm) 172,00 0,08 154,00 184,00
IMC (Kg/m2) 28,20 2,73 24,51 33,55
CB (cm) 37,60 3,25 29,00 42,00
CMB (cm) 36,10 3,37 26,80 40,30
DCT (mm) 4,90 1,53 2,70 7,70
% Gordura (fem) 8,50 1,60 7,36 9,62
% Gordura (masc) 5,90 1,75 2,89 9,15
11Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 8 Número 1 - janeiro/março 2009
Os indivíduos apresentaram grande variação quanto 
ao peso corporal (84,30 ± 14,20kg) e idade (28,23 ± 5,15 
anos). Não houve grande variação em relação à estatura. 
Esses dados são semelhantes aos encontrados em estudos 
anteriores como o de Silva [2], no qual a variação de peso 
corporal foi de 57,4 kg a 105,8 kg e a idade de 20 a 56 
anos. 
Tabela II - Índice de Massa Corporal de fi siculturistas. São Paulo, 
2008.
IMC (kg/m2) Classificação N %
18,5 – 24,99 Eutrófico 1 7,7
25 – 29,99 Sobrepeso 9 69,2
30 – 34,99 Obesidade I 3 23,1
Tabela III - Porcentagem de gordura (%G) corporal de fi sicultu-
ristas. São Paulo, 2008.
Homens Mulheres
% G N % % G N %
< 5% 4 36,4 < 6% - -
5 – 8% 6 54,5 6 – 12% 2 100,0
> 8% 1 9,1 > 12% - -
Discussão 
Em relação ao Índice de Massa Corpórea (IMC) [10] a 
maioria dos culturistas apresentou-se dentro da classifi cação 
de sobrepeso, porém esse não é o método mais adequado para 
se avaliar a massa corpórea destes indivíduos, pois sabe-se que 
atletas geralmente são classifi cados como obesos, segundo 
o IMC, devido a grande proporção de tecido muscular em 
relação ao tecido adiposo [11,12].
Segundo Wilmore e Costill [9], sugere-se que a porcen-
tagem de gordura corporal para culturistas esteja entre os 
valores de 5 a 8% para homens e de 6 a 12% para mulheres. 
Esses valores são semelhantes aos sugeridos também por 
outros autores, como Pollock e Jackson [13] e Petrosky [14], 
que são de 4 a 9% para homens e de 8 a 12% para mulheres. 
Portanto, no presente estudo, os valores de porcentagem de 
gordura encontrados (Tabela III), em 55% dos homens e 
100% das mulheres, são considerados normais; 36% dos 
homens estão abaixo da média e somente 9% estão acima 
da média de acordo com Wilmore e Costill [9]. 
Os resultados médios de porcentagem de gordura 
para mulheres (8,5% ± 1,60), encontrados no presente 
estudo, mostraram-se adequados para a modalidade e os 
encontrados nos homens (5,9% ± 1,75) mostraram-se 
discretamente inferiores aos encontrados por Silva [2] e 
outros estudos em culturistas brasileiros, que apresentaram 
porcentagem média de gordura de 6,9%. Já em estudos 
internacionais encontram-se variação de 6,8 a 9,9% para 
homens. A diferença nos métodos de cálculo usados pelos 
autores constitui um fator de dificuldade para compara-
ções [2,15]. 
Quanto ao conhecimento nutricional da população estu-
dada, pode-se dizer que é de nível intermediário mediante o 
resultado obtido com a aplicação da “Avaliação de conheci-
mento nutricional do desportista” que apresentou média de 
acertos de 52%. Este é um dado importante para ser levado 
em consideração, visto que a idéia do que é uma alimentação 
adequada pode infl uenciar diretamente os hábitos alimentares 
dos indivíduos.
Conforme observado nesta avaliação, verifi cou-se que a 
maioria dos culturistas (86%) considerava o carboidrato mais 
energético do que os lipídeos. Segundo Sabino, que teve como 
objetivo compreender a visão de mundo e a organização social 
dos fi siculturistas das academias do Rio de Janeiro, alimentos 
muito ricos em carboidratos são considerados indispensáveis 
para os fi siculturistas, pois como dizem as proteínas associa-
das aos carboidratos “são fundamentais para fazer crescer o 
músculo” [16]. 
Um fato muito importante a ser comentado se refere ao 
conhecimento dos culturistas quanto à distribuição correta 
dos macronutrientes, ou seja, carboidratos, proteínas e 
lipídeos, pois apenas 14% dos indivíduos responderam a 
questão corretamente e 71% escolheram a alternativa que 
considera que 15% das calorias ingeridas diariamente devem 
ser de origem glicídica, 60% de origem protéica e 25% de 
origem lipídica. Este resultado condiz com o perfi l de hábitos 
alimentares observados em culturistas, no qual a quantidade 
de proteínas ingeridas diariamente é elevadíssima, chegando 
até a 64% do valor energético total, conforme citado na 
literatura [5].
Em estudo realizado por Cabral et al. [3], com a Equipe 
Olímpica Permanente de Levantamento de Peso do Comitê 
Olímpico Brasileiro (COB), observou-se que a ingestão de 
proteínas atendia às necessidades diárias, sendo de 14,53 ± 
3,4% nos indivíduos do gênero masculino e 13,72 ± 2,48 nos 
indivíduos do gênero feminino [3]. Estes resultados se mos-
tram diferentes dos observados em culturistas talvez devido 
aos diferentes objetivos de cada modalidade esportiva, na qual 
os culturistas preocupam-se mais com a forma física enquanto 
que levantadores de peso treinam unicamente objetivando o 
aumento da força física.
É recomendado que praticantes de atividade física au-
mentem o consumo de proteínas para atender ao aumento 
da quantidade de proteína utilizada como fonte de energia 
pelo organismo durante os exercícios e reparar as lesões nas 
fi bras musculares. Exercícios de força requerem até 1,8 gramas 
de proteína por quilo de peso corporal, segundo a Sociedade 
Brasileira de Medicina do Esporte (SBME). Em contrapartida, 
segundo comentado por Cabral [3], esta quantidade está entre 
1,5 a 2,5 g/kg de peso. É necessário consumir adequadamen-
te energia e proteínas, pois o excesso de proteínas poderá, 
em longo prazo, causar danos à saúde como hipercalciúria, 
desidratação, aumento de trabalho hepático e renal, entre 
outros [3,17].
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 8 Número 1 - janeiro/março 200912
De acordo com Cabral [3], a redução do consumo de 
lipídeos ocorre em modalidades nas quais há controle rígido 
do peso como os fi siculturistas. A SBME orienta que não se 
deve ingerir dietas restritas em gorduras por muito tempo, 
sendo as recomendações de lipídeos para atletas as mesmas dos 
adultos sedentários, ou seja, 30% do valor calórico total da 
dieta, com as mesmas proporções de ácidos graxos essenciais, 
que são 10% de saturados, 10% de poliinsaturados e 10% de 
monoinsaturados [12].
As vitaminas foram consideradas como fornecedoras 
de calorias por 57% dos participantes do presente estu-
do, demonstrando o pouco conhecimento em relação aos 
micronutrientes e, conseqüentemente, em relação à sua 
importância. A inadequação do consumo de vitaminas pode 
levar a defi ciências nutricionais resultando em diminuição 
da performance [18]. 
Quanto à ingestão de água, os participantes do estudo 
referiram ingerir de 2 a 5 litros por dia, porém, o turnover 
de água no organismo varia bastante conforme o clima, a 
prática de exercício e o gênero do indivíduo, desta forma, 
para verifi car a adequação de hidratação seria preciso uma 
avaliação mais aprofundada [19].
O uso de suplementos nutricionais foi referido por 
71% dos fi siculturistas, sendo a maioria dos suplementos, 
hiperprotéicos. Segundo a SBME, estudos recomendam que 
suplementos protéicos devem estar de acordo com a ingestão 
protéica, pois seu consumo excessivo não promove ganhode 
massa muscular adicional, nem aumento do desempenho. A 
suplementação de aminoácidos apresenta um baixo grau de 
recomendação e, em geral, não deve ser usada a não ser em 
algumas situações especiais [17].
Conclusão
O fi siculturismo apresenta controle dietético muito rígi-
do. Isso, somado ao fato de que o estado nutricional pode 
estar comprometido em virtude da porcentagem de gordura 
corporal situar-se no limite inferior recomendado para esses 
atletas, faz-se necessário um acompanhamento médico e nu-
tricional para evitar agravos à saúde. A nutricionista deve fazer 
valer seu papel de educadora nutricional sempre que possível, 
conscientizando não só a população em geral, mas também 
atletas, que têm necessidades nutricionais diferenciadas. Se o 
conhecimento nutricional por parte de atletas e praticantes 
de atividade física for aprimorado, parte dos mitos nos quais 
acreditam, poderão ser eliminados e a aceitação destes indiví-
duos às mudanças visando melhorar seus hábitos alimentares 
será facilitada. Com estas intervenções é possível manter tanto 
a performance e rendimento esportivo como a saúde.
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Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 8 Número 1 - janeiro/março 200914
Artigo original
Prevalência de lesões no judô de alto rendimento
Prevalence of injuries in high performance judo
Paloma Angel de Carvalho*, Samira Jirges Hanna*, Marcelo Massayoshi Ohira*, Henrique Koch*, Luis Ricardo Revite*, 
Ricardo Xavier Pinto*, Daiane Cardoso*, Rafael Cusatis Neto**
*Acadêmicos do curso de fi sioterapia do Centro Universitário Sant’anna, **Doutorado pela PUC-Campinas, Prof. de Delineamento 
de Pesquisa da Uni Sant’anna, FCNM e UNAERP-Guarujá
Resumo
Este estudo teve como objetivo verifi car a prevalência de lesões 
no judô de alto rendimento do Programa de Treinamento Olímpico. 
Participaram deste estudo 39 atletas com idade entre 15 e 24 anos, 
idade média de 17,5 anos. Foi aplicado um questionário elaborado 
pelos autores, com 12 questões, sendo 8 fechadas, 2 mistas e 2 escalas. 
Os resultados demonstraram que 28,9% do total de lesões foram em 
ombro, 23,7% em tornozelo e 22,7% em joelho (χ2o = 22,02, χ2c = 
9,49). Também foi observado que no ombro houve prevalência de 
71,4% das luxações (χ2o = 22,0, χ2c = 9,49), seguido por tornozelo 
com 47,8% das entorses (χ2o = 45,06, χ2c = 7,82) e joelho com 42,9% 
das rupturas ligamentares (χ2o = 22,45, χ2c = 7,82). Concluiu-se que 
a região do corpo mais acometida por lesão foi o ombro, sendo que 
a luxação foi a lesão mais comum para essa região e a contusão foi 
a lesão mais freqüente nos atletas estudados. 
Palavras-chave: artes marciais, traumatismo em atletas, 
fisioterapia esportiva, lesões no esporte.
Abstract
Th is study aimed to verify the prevalence of injuries in high 
performance judo along the Olympic Training Program. A group 
of 39 athletes participated of the study, 15 to 24 years-old, mean 
17.5 yrs. A questionnaire was applied to collect data, including 12 
questions: 8 closed, 2 mixed and 2 scales. Th e results showed that 
28.9% of the total of injuries were in the shoulder, 23.7% in the 
ankle, and 22.7% in the knee (χ2o = 22.02, χ2c = 9.49). It was also 
observed that in the shoulder there was a prevalence of 71.4% of 
the dislocations (χ2o = 22.0, χ2c = 9.49), followed by the ankle with 
47.8% of sprains (χ2o = 45.06, χ2c = 7.82) and the knee with 42.9% 
of ligament ruptures (χ2o = 22.45, χ2c = 7.82). In conclusion, the 
shoulders were the regions more aff ected by injuries, mostly by 
dislocation. Moreover the injury by impact trauma (bruise) was the 
most frequent lesion in the studied athletes. 
Key-words: martial arts, traumatism in athletes, sporting physical 
therapy, lesions in the sport.
Endereço para correspondência: Rafael Cusatis Neto, Rua Cruzeiro do Sul, 660, 08770-590 Mogi das Cruzes SP, Tel: (11) 9936-
8624, E-mail: rafaelcusatis@yahoo.com.br
15Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 8 Número 1 - janeiro/março 2009
Introdução
O judô como vários outros esportes competitivos, requer 
destreza de força, velocidade, resistência, habilidade e agilida-
de, logo as lesões traumáticas físicas acabam sendo inevitáveis 
para todos que praticam esses esportes. Essas lesões podem ser 
intrínsecas, com origem na atividadefísica do próprio atleta, 
sendo ocasionadas normalmente pela “síndrome do uso exces-
sivo”. Já as lesões traumáticas extrínsecas ocorrem por quedas 
ou pancadas de origem no meio externo, sendo que ambas 
podem ser, de certo modo, evitadas com condicionamento e 
treinamento apropriados [1].
Ide & Padilha [2] apresentam um tipo de lesão que não 
está associada a nenhuma técnica especifi ca, e sim as caracte-
rísticas do esporte que exigem muito contato corporal, essa 
lesão é chamada hematoma auricular. Segundo os autores, 
essa lesão está presente em 40% dos lutadores.
Fontel [3] encontrou como principais lesões: escoriações 
de face; rupturas musculares; entorses; luxação nas articula-
ções acrômio-claviculares, interfalangianas, escápulo-umeral 
e cotovelo; fraturas de falanges, metatarso, metacarpo, tíbia, 
fíbula, rádio, ulna, clavícula e costelas. 
Torres [4] realizou um estudo epidemiológico pela análise 
do prontuário de 220 lesões, em 19 modalidades esportivas, 
dentre elas o judô. No geral, a lesão que mais acometeu os 
atletas foi a muscular, com 54,09% de todas as lesões, as 
lesões articulares fi caram com 23,63% e ligamentares com 
22,27%. Os cinco esportes com mais casos de lesão em ordem 
decrescente foram: basquetebol, com 55 atendimentos, ou 
seja, 29,25%, em seguida o futebol com 43 atendimentos, 
22,91% do total, o handball com 25 atendimentos, 13,29% 
do total, o atletismo com 14 atendimentos, 7,49% do total e 
o judô com 7 atendimentos e 3,72% do total. As lesões mais 
freqüentes no judô não foram citadas, pois esse esporte não se 
classifi cou entre os três com maior acometimento de lesão.
Carazzato J, Campos, Carazzato S [5] realizaram um 
estudo de incidência de lesões traumáticas. Foram analisados 
questionários de 6.955 atendimentos feitos na área de trauma-
tologia esportiva, e nesse estudo o judô foi responsável pelo 
menor número de atendimentos, sendo que a região mais 
afetada foi o joelho principalmente com lesões meniscais e 
ligamentares.
Castropil [6] encontrou a entorse de joelho como o mais 
freqüente em esportes de contato, sendo que as maiores 
complicações foram às lesões de ligamento colateral medial, 
menisco medial e ligamento cruzado anterior. 
Baff a & Barros Júnior [7] verifi caram a predominância 
de lesões no joelho, com 27 lesões (37,5%), seguida do 
cotovelo, dedos e mão com 12 lesões cada um (16,6%), o 
ombro apresentou 11 lesões (15,3%), dedos do pé, com 5 
lesões (7%), punho e tornozelo, com 2 lesões cada (2,8%) e 
coluna com 1 lesão (1,4%). A lesão mais comum foi a entorse, 
com 36 ocorrências (45%), tendinites, com 13 ocorrências 
(17%), fraturas e luxações obtiveram o mesmo valor, com 9 
ocorrências cada (12%), contusões, com 8 ocorrências (10%) 
lesões musculares, com 3 ocorrências (4%). 
Santos, Duarte, Galli [8] realizaram um estudo analisando 
algumas variáveis físicas como fator relevante para a ocorrência 
de lesões em 42 judocas. As lesões encontradas foram: 16 
judocas (38,1%) com entorses/torsões (joelho, tornozelo e 
dedos); 12 judocas (28,6%) com luxações (ombro e joelho); 
8 judocas (19%) com pancadas (choque com joelho, perna e 
cabeça) e 6 judocas (14,3%) com distensões.
Carazzato et al. [9] realizaram um estudo de incidência 
de lesões e atendimentos nos jogos Pan-Americanos de Mar 
Del Plata, observaram que, entre as 425 lesões em atletas das 
24 modalidades esportivas relacionadas, o judô foi o quarto 
com maior número de lesões. No atletismo foram 42 lesões, 
na natação 39, no voleibol 38 e no judô 34, sendo que 27 
eram lesões exclusivas da área de traumatologia.
Carazzato, Cabrita, Castropil [10] encontraram o maior 
número de lesões nas categorias superiores do judô, podendo 
ser conseqüência do maior esforço realizado para alcançar 
resultados melhores. A região mais acometida foi o ombro, 
com 72,13%; seguida pelo joelho, com 63,59%; a mão, com 
62,02%; o pé, com 53,49%; tornezelo, com 49,62%; lesões 
auriculares, com 46,51% (as mais comuns) e cotovelo, com 
41,87%. As lesões articulares foram as mais freqüentes.
Ejnisman et al. [11] encontraram oito casos de ruptura do 
músculo peitoral maior em atletas do sexo masculino, todos 
de nível competitivo. Dos oito atletas, dois eram praticantes 
de judô e se lesionaram na competição.
Cortez [12] cita a articulação acrômio-clavicular como 
sede de lesões em atletas de judô, ocorrendo nos mecanismos 
traumáticos diretos ou indiretos, ou seja, ocasionada pelo 
choque direto sobre o ombro ou pelo choque indireto que 
atinge o braço e abala os ligamentos do ombro.
Tão importante como a lesão propriamente dita é a base 
científi ca para o reconhecimento das lesões mais incidentes nas 
modalidades esportivas, para que sejam corretamente aplica-
das as medidas de controle, tratamento e prevenção [13].
Diante do exposto e levando-se em conta o alto índice 
de trauma nos esportes de contato, este estudo se propôs 
verifi car a prevalência de lesões no judô de alto rendimento, 
identifi cando a lesão mais comum, bem como o local mais 
acometido por lesão. Além disso, os resultados obtidos po-
derão contribuir com trabalhos preventivos já focados nas 
necessidades reais deste tipo de atleta.
Material e métodos
Participaram deste estudo 39 voluntários, todos atletas 
praticantes de judô de alto rendimento do Programa Olím-
pico Projeto Futuro do Estado de São Paulo. Dos atletas 
selecionados 33,33% eram do gênero feminino e 66,66% do 
gênero masculino, com idade média de 17,5 anos, variando 
entre 15 e 24 anos, com amplitude de 9 anos, média igual a 
16 anos e mediana de 17 anos. Todos os sujeitos da pesquisa 
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 8 Número 1 - janeiro/março 200916
e os responsáveis por esses foram esclarecidos quanto à fi na-
lidade da pesquisa e assinaram um termo de consentimento 
informado, conforme resolução CNS 196/96.
Foi aplicado um questionário formulado pelos autores 
com o intuito de verifi car a prevalência de lesões em atletas 
de judô de alto rendimento, o mesmo contendo 12 questões, 
sendo 8 fechadas, 2 mistas e 2 escalas. Esses foram respondidos 
e recolhidos no mesmo dia e pela mesma pessoa, após a leitura 
e explicações de cada questão.
Os dados foram processados quantitativamente e quali-
tativamente por meio de freqüência e porcentagem, sendo 
apoiado em teste interferêncial não paramétrico, face à na-
tureza dos dados.
Foi aplicado o teste do qui-quadrado para verifi car a ho-
mogeneidade entre as respostas dos judocas, sempre partindo 
Ho de que não existia diferença signifi cante entre as variáveis 
em estudo com Ha de que poderiam ser diferentes. Para garan-
tir a confi abilidade e o saber geral, o nível de signifi cância ou 
margem de erro foi estipulado em p < 0,05, aceito na área.
Resultados
Os resultados obtidos nos questionários demonstraram 
que 15,4% dos judocas praticavam judô há menos de 5 anos; 
43,6% praticavam judô de 5 a 10 anos e 41,0% praticavam 
judô há mais de 10 anos. O teste do qui-quadrado resultou 
em χ2o de 5,69, com χ2c de 5,99, ngl igual a 2 e p ≤ 0,05, 
portanto não houve diferença signifi cante na concentração de 
5 a 10 anos. Para o tempo de treino semanal, encontrou-se que 
2,6% dos atletas treinam 4 vezes por semana e 97,4% treinam 
5 ou mais vezes por semana, portanto houve signifi cância na 
concentração de treinos em 5 ou mais vezes por semana.
Quanto à carga horária diária de treino, observou-se que 
71,8% dos judocas treinavam de 3 a 4 horas por dia e 23,1% 
dos judocas treinavam mais de 4 horas por dia. O teste do 
qui-quadrado resultou em χ2o de 5,68, com χ2c de 5,99, ngl 
igual a 1 e p ≤ 0,05, portanto houve diferença signifi cante na 
concentração de 3 a 4 horas de treino diário.
Com referência ao nível de competição, 35,9% dos judo-
cas eram de nível estadual, 35,9% de nível nacional e 28,2% 
de nível internacional.O teste do qui-quadrado resultou em 
χ2o de 0,44, com χ2c de 5,99, ngl igual a 2 e p ≤ 0,05, portanto 
não houve diferença signifi cante entre o nível de competição 
dos atletas.
Os resultados evidenciaram que 79,9% dos atletas reali-
zavam aquecimento/ alongamento antes dos treinos, 5,1% 
realizavam aquecimento/ alongamento depois dos treinos, 
7,7% realizavam antes e depois dos treinos e 10,3 nunca rea-
lizavam alongamento/ aquecimento. O teste do qui-quadrado 
resultou em χ2o 144,31 , com o χ2c de 7,82, ngl igual a 3 e p ≤ 
0,05, portanto houve diferença signifi cante na concentração 
de atletas que realizavam aquecimento e/ou alongamento 
antes dos treinos e competições.
Quanto à freqüência de lesões em treinamento, observou-
se que 7,7% dos judocas já se lesionaram pelo menos uma 
vez, 30,8% dos judocas se lesionaram 2 vezes, 20,5% se 
lesionaram 3 vezes, 15,4% se lesionaram 4 vezes e 25,6% 
se lesionaram em treinamento mais de 4 vezes. O teste do 
qui-quadrado resultou em χ2o de 16,04, com χ2c de 9,49, ngl 
igual a 4 e p ≤ 0,05, portanto houve diferença signifi cante 
na concentração de judocas que se lesionaram pelo menos 2 
vezes em treinamento.
Quanto à freqüência de lesões em competição, observou-se 
que 38,5% dos judocas se lesionaram pelo menos uma vez em 
competição, 20,5% se lesionaram 2 vezes, 7,7% se lesiona-
ram 3 vezes, 7,7% se lesionaram 4 vezes, 5,1% se lesionaram 
mais de 4 vezes e 20,5% dos judocas nunca se lesionaram 
em competição. O teste do qui-quadrado resultou em χ2o de 
47,93, com χ2c de 11,07, ngl igual a 5 e p ≤ 0,05, portanto 
houve diferença signifi cante na concentração de judocas que 
se lesionaram uma vez em competição.
Tabela I - Prevalência de contusão.
F %
Ombro 7 28,0
Joelho 9 36,0
Cotovelo 3 12,0
Tornozelo 3 12,0
Virilha 2 8,0
Coxa 1 4,0*
Total 25 100
* Foi excluído do tratamento estatístico devido à baixa ocorrência.
Tabela II - Prevalência de distensão.
F %
Ombro 1 8,3
Joelho 2 16,7
Cotovelo 2 16,7
Tornozelo 2 16,7
Virilha 3 25,0
Coxa 2 16,7
Total 12 100
Na Tabela I, quanto à prevalência de contusões nos judo-
cas, podemos observar que 28,0% das contusões encontradas 
foram em ombro, 36,0% em joelho, 12,0% em cotovelo, 
12,0% em tornozelo e 8,0% em quadril. O teste do qui-
quadrado resultou em χ2o de 30,67, com χ2c de 9,49, ngl 
igual a 4 para p ≤ 0,05, portanto houve diferença signifi cante 
na concentração de contusões em joelho.
Quanto à prevalência de distensões nos judocas, os resul-
tados apresentados na tabela II demonstram que 8,3% das 
distensões foram em ombro, 16,7% em joelho, 16,7% em 
cotovelo, 16,7% em tornozelo, 25,0% em virilha e 16,7% 
em coxa. O teste do qui-quadrado resultou em χ2o de 8,33, 
com χ2c de 11,07, ngl igual a 5 e p ≤ 0,05, portanto não 
houve diferença signifi cante na concentração de distensão 
em virilha.
17Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 8 Número 1 - janeiro/março 2009
Tabela III - Prevalência de fratura.
F %
Ombro 3 33,3
Cotovelo 2 22,2
Tornozelo 1 11,1
Dedos (mão) 2 22,2
Clavícula 1 11,1
Total 9 100
Tabela IV - Prevalência de luxação.
F %
Ombro 15 71,4
Joelho 1 4,8*
Tornozelo 4 19,0
Dedos (pé) 1 4,8*
Total 21 100
* Foi excluído do tratamento estatístico devido à baixa ocorrência.
A Tabela III, quanto à prevalência de fraturas em judocas, 
demonstra que 33,3% das fraturas ocorreram em ombro, 
22,2% em cotovelo, 11,1% em tornozelo, 22,2% nos dedos 
da mão e 11,1% na clavícula. O teste do qui-quadrado re-
sultou em χ2o de 17,28, com χ2c de 9,49, ngl igual a 4 e p ≤ 
0,05, portanto houve diferença signifi cante na concentração 
de fraturas em ombro.
Observa-se, na tabela IV, quanto à prevalência de luxa-
ções em judocas, que 71,4% das luxações foram em ombro 
e 19,0% em tornozelo. O teste do qui-quadrado resultou 
em χ2o de 413,30, com χ2c de 3,84, ngl igual a 1 e p ≤ 0,05, 
portanto houve diferença signifi cante na concentração de 
luxação em ombro.
Tabela V - Prevalência de entorse.
F %
Ombro 2 8,7
Joelho 7 30,4
Cotovelo 1 4,3*
Tornozelo 11 47,8
Dedos (mão) 2 8,7
Total 23 100
* Foi excluído do tratamento estatístico devido à baixa ocorrência.
Tabela VI - Prevalência de luxação.
F %
Joelho 3 42,9
Tornozelo 2 28,6
Dedos (mão) 1 14,3
Coxa 1 14,3
Total 7 100,0
Na Tabela V, quanto à prevalência de entorse em judocas, 
podemos observar que 8,7% das entorses foram em ombro, 
30,4% em joelho, 47,8% em tornozelo e 8,7% nos dedos da 
mão. O teste do qui-quadrado resultou em χ2o de 45,06, com 
χ2c de 7,82, ngl igual a 3 e p ≤ 0,05, portanto houve diferença 
signifi cante na concentração de entorse em tornozelo.
Na Tabela VI, quanto à prevalência de rupturas em judo-
cas, nota-se que 42,9% das rupturas foram em joelho, 28,6% 
em tornozelo, 14,3% nos dedos da mão e 14,3% na coxa. 
O teste do qui-quadrado resultou em χ2o de 22,45, com χ2c 
de 7,82, ngl igual a 3 e p ≤ 0,05, portanto houve diferença 
signifi cante na concentração de rupturas em joelho.
Quanto ao tipo de tratamento mais utilizado, os resul-
tados demonstraram que 52,3% dos judocas utilizaram a 
fi sioterapia, 38,5% utilizaram medicamentos e 7,7% foram 
submetidos à cirurgia. O teste do qui-quadrado resultou 
em χ2o de 20,66, com χ2c de 5,99, ngl igual a 2 e p ≤ 0,05, 
portanto houve diferença signifi cativa na concentração de 
judocas que utilizaram fi sioterapia.
Em relação ao tempo de afastamento decorrente de lesão, 
64,1% dos judocas permaneceram afastados por até 2 meses, 
17,9% permaneceram afastados de 2 a 4 meses, 10,3% perma-
neceram afastados de 4 a 6 meses e 7,7% por mais de 6 meses. 
O teste do Qui-quadrado resultou em χ2o de 83,83, com χ2c 
de 7,82, ngl igual a 3 e p ≤ 0,05, portanto houve diferença 
signifi cante na concentração de judocas que permaneceram 
afastados por até 2 meses.
Para a região do corpo mais acometida por lesão, 28,9% 
das lesões foram em ombro, 22,7% em joelho, 8,2% em 
cotovelo, 23,7% em tornozelo e 6,2% nos dedos da mão. 
O teste do qui-quadrado resultou em χ2o de 22,02, com χ2c 
de 9,49, ngl igual a 4 e p ≤ 0,05, portanto houve diferença 
signifi cante na concentração de lesões em ombro.
Em relação à média das respostas obtidas quanto à 
importância do tratamento fi sioterapêutico na reabilitação 
dos judocas, esta foi de 8,77, sendo que 0 representa nada 
importante e 10 signifi ca extremamente importante. Quanto 
ao rendimento dos mesmos na volta aos treinos, depois do 
processo de reabilitação, a média obtida foi de 6,08, sendo 
que 0 signifi ca um rendimento péssimo comparado ao período 
anterior à lesão, 5 signifi ca um rendimento igual ao anterior 
e 10 signifi ca um rendimento excelente. 
Discussão
O judô, assim como outros esportes de contato, apre-
sentam um elevado número de lesões entre praticantes 
de vários níveis, como foi observado por Carazzato et al. 
[9], durante atendimentos nos Jogos Pan-Americanos, 
relacionando o número de atletas com o número de aten-
dimentos o judô foi o esporte que mais provocou lesão. A 
literatura relata um fenômeno caracterizado pelo excesso 
de treinamento chamado de overtraining, esse apresenta 
entre seus vários sintomas o aumento da incidência de 
lesões [14]. Além disso, o overtraining é responsável pela 
diminuição do desempenho levando a erros de execução 
nas técnicas de ataque e defesa, facilitando a ocorrência de 
lesões durante a luta [15].
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 8 Número 1 - janeiro/março 200918
O presente estudo não relacionou a lesão mais freqüente 
nos judocas baseado no nível de competição, porém Baff a 
[7] e Carazzato, Cabrita, Castropil [10] fi zeram essa relação 
em seus estudos e verifi caram que quanto maior o nível de 
competição, maior é o número de lesões. Essa relação pode 
ocorrer devido a maior intensidade de treinamentos para 
manter o nível [10].
Amatuzzi & Carazzato [16] verificaram que as lesões 
causadas pelo judô foram mais comuns em membros infe-
riores, representando 70,5% do total das lesões encontradas, 
sendo que 54,9% foram somente em joelho, seguido por 
5,8% na coxa, 5,8% no tornozelo, 2,0% no pé e 2,0% na 
perna. Já Pieter [17] e Yard et al. [18] em seus artigos sobre 
os ferimentos mais comuns em artes marciais verifi caram a 
prevalência de lesões em membros superiores. Nesse trabalho, 
se considerarmos o total de lesões somente em membros 
inferiores teremos equivalência quanto à sua distribuição em 
membro superior com 44,33% das lesões, membro inferior 
com 50,52% e tronco com 5,15% das lesões, assim como no 
trabalho de Carazzato, Cabrita, Catropil [10] que encontra-
ram equivalência na distribuição das lesões.
A prevalência de lesões no judô foi estudada por Carazzato, 
Campos, Carazzato [5] onde as lesões somente em joelho re-
presentaram 54,91% do total das lesões, seguido por 21,57% 
em coluna. Outra pesquisa realizada, dessa vez na população 
de atletas de jiu-jitsu, demonstrou que a articulação mais 
acometida por lesões foi a do joelho com 37,7% das lesões, 
seguida por cotovelo e dedos da mão com 16,6% e ombro 
com 15,3% das lesões. Esses trabalhos vão de encontro com 
os resultados obtidos, visto que foram observados 28,9% de 
lesões em ombro, seguida por 23,7% em tornozelo, 22,7% 
em joelho, seguido por porcentagens menores respectivamente 
em cotovelo, dedos da mão, virilha, coxa, quadril, dedos do 
pé e clavícula. 
Considerando o tipo de lesão mais freqüente encontramos 
25 contusões, 23 entorses, 21 luxações, 12 distensões, 9 fra-
turas e 7 rupturas (tendões e ligamentos) em um total de 97 
lesões relatadas pelos 39 atletas que fi zeram parte da pesquisa. 
Quando relacionamos a lesão mais freqüente de acordo com 
a região corpórea encontramos no ombro a prevalência de 
luxação (71,4%), no joelho prevalência de rupturas (42,9%), 
no cotovelo prevalência de fraturas (22,2%), no tornozelo 
prevalência de entorse (47,8%), nos dedos da mão preva-
lência de fraturas (22,2%), na coxa prevalência de distensão 
(16,7%), em outras regiões só foi relatado um tipo de lesão, 
sendo virilha distensões, no quadril contusões, nos dedos do 
pé luxações e na clavícula fraturas. O judô como esporte de 
contato direto usa movimentos em cadeia fechada. Segundo 
Carazzato, Cabrita, Castropil [10] acaba ocorrendo a preser-
vação do aparelho motor principal e da alavanca principal que 
são respectivamente músculos e ossos, e sobrecarga dos locais 
onde ocorre o movimento, que são as articulações.
O retorno ao esporte após o tratamento obteve a média de 
6,08, sendo que 5,00 representa um retorno com rendimen-
to igual ao anterior à lesão, logo podemos considerar que o 
rendimento foi bem próximo do considerado anteriormente. 
Este resultado concorda com Baff a & Barros Júnior [7] que 
verifi caram um rendimento igual ao anterior à lesão em 51,0% 
dos atletas pesquisados.
O conhecimento preciso das principais lesões que acome-
tem judocas de vários níveis é fundamental para estimular o 
desenvolvimento do trabalho preventivo e suas vantagens, não 
só para evitar lesões, o que nem sempre é possível, mais para 
melhorar o rendimento do atleta no seu aspecto geral [19].
Conclusão
Em relação à prevalência de lesões, os resultados de-
monstraram que a região mais acometida por lesão foi o 
ombro com maior índice de luxação, sendo que de todas as 
lesões a mais comum foi a contusão. Concluiu-se também 
que os judocas sofreram mais lesões em treinamento do que 
em competição, mantendo-se afastados dos treinos por até 
2 meses, sendo o tratamento mais utilizado a fi sioterapia. 
Por meio desse levantamento confi rma-se a necessidade 
de trabalhos voltados à prevenção das lesões mais comuns 
para esse tipo de esporte, visando à melhora do rendimento 
desses atletas.
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Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 8 Número 1 - janeiro/março 200920
Artigo original
Análise do salto vertical em jogadores 
de basquete utilizando o alongamento 
como preparação da flexibilidade
Vertical jump analysis of basketball players using stretching 
to improve flexibility 
Juliano Angeli Romani*, Cristiane Mariana Rodrigues da Silva*, Carlos Fornazzari*
Faculdade Anhanguera de Piracicaba*, Universidade Metodista de Piracicaba**
Resumo
Este estudo tem como objetivo analisar a impulsão vertical 
em jogadores de basquetebol após a aplicação de um protocolo de 
alongamento do “tipo estático”. Foram avaliados 10 atletas do sexo 
masculino que atuam na categoria mini, com média de idade entre 
10 e 11 anos. O teste realizado para medir a impulsão dos jogadores 
foi o Salto Vertical Máximo (SVM). A avaliação consistiu-se de 4 
etapas: 1) Aquecimento geral inespecífi co (corrida do tipo “trote”) 
por 5 minutos; 2) Realização do SVM para o cálculo da média; 
3) Realização do protocolo de alongamento do tipo estático dos 
seguintes grupos

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