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Resenha filme Tropa de Elite

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
Departamento de Ciências Humanas e Filosofia
Disciplina: CHF 246 – Sujeito e Sociedade
Docente: Acácia Batista Dias Semestre 2017.1
Curso: Psicologia
Equipe: Grabriele Rios, Marnyelle Paulino, Natalha Amor
Atividade referente ao filme Tropa de Elite
Max Weber define quatro tipos de ação social: racional com relação a fins; racional com relação a valores, tradicional e afetiva. Identifique no filme exemplos de cada uma das ações sociais, fundamentando conceitualmente;
Max Weber compreende a sociedade não olhando para o conjunto social, mas sim para o indivíduo, dessa forma depreende-se que o objeto de estudo da sociologia weberiana, é a ação humana; Assim, o sociólogo define ação como toda atitude humana atribuída de sentido e essa só se torna social quando o indivíduo entra em contato com outro, afetando o seu comportamento, ou seja, o indivíduo cria uma expectativa de que uma ação sua tenha determinada reação dos outros. Desta forma, Max Weber definiu quatro tipos de ação social, sendo elas: racional com relação a fins, racional com relação a valores, tradicional e afetiva.
No longa metragem, Tropa de Elite 2, pode-se observar a distribuição de cada ação social citada acima, embora exista a possibilidade da presença de todos os tipos de ação social, a classificação será feita a partir da predominância de apenas um. O BOPE - Batalhão de Operações Policiais Especiais do Rio de Janeiro, considerado uma equipe que possui policiais honestos, não corruptíveis pode ser enquadrado, em algumas situações, na ação social racional com relação a fins – ação que possui como finalidade um objetivo a partir de comportamentos estritamente racionais, utilizando todos os meios viáveis para se alcançar o resultado, mesmo que esses fujam dos valores morais e éticos. Uma das músicas que define a corporação e é cantada pelos guerrilheiros durante os treinamentos pode ser um bom exemplo dessa ideia, a partir de um trecho que diz “homens de preto qual é sua missão? Entrar na favela e deixar corpos no chão”. Na cena em que Coronel Nascimento narra às melhorias trazidas para o BOPE, após sua entrada na Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, e mostra as invasões feitas pelo “Caveira”, juntamente com diversas matanças, tendo como missão somente uma: “limpar” a população brasileira eliminando os traficantes e ladrões da favela, sem levar em consideração a população inocente próxima, traz com excelência a presença da ação social racional com relação a fins.
 Outra cena que se encaixa nessa ação, é quando o professor de historia, Fraga, representante dos Direitos Humanos, entra no meio de uma rebelião que está a ocorrer no presídio Bangu I e tenta de forma coerente e prudente negociar o fim do tumulto junto à liberação de dois agentes penitenciários que foram feitos reféns, apesar de a situação em si não ter terminado conforme o planejado, a atitude do professor de se interpor na conturbação entre os presidiários, e sem colete, foi um ato estritamente racional e estratégico, a fim de obter, sobretudo, a confiança dos presidiários, pois esse tinha noção e consentia com o principal propósito dos direitos humanos, que é a preservação a vida.
A ação social racional com relação a valores – caracterizada por não ser orientada pelo fim da ação e sim pelo valor, ou seja, o responsável da ação orienta-se através de suas convicções pessoais - aparecem explicitamente em diversas cenas do filme, mas uma que demanda mais atenção é no início da trama, em que Fraga, explicita uma ideia que dá a entender que o mesmo não é conivente com a forma e a situação do sistema carcerário brasileiro. Embora em meio a população se perpetue a ideia de que com mais prisões se haveria menos violência, o professor traz um cálculo para comprovar sua tese, orientando, assim, o sentido de sua ação de acordo com o que acredita ser correto. Além desse episódio, André Matias, capitão do BOPE, apresenta a ação social com relações a valores no momento em que desobedece a ordem do Tenente Coronel Nascimento e interrompe a negociação de Fraga com o detento Beirada, e encontrando um momento oportuno dispara um tiro “certeiro” que mata o presidiário, seguindo algo que foi instruído por sua corporação: “bandido bom é bandido morto”. 
A ação afetiva possui como bússola de seus atos as emoções e os sentimentos, sem dar à importância aos meios serão utilizados para alcançar os objetivos, e uma cena que pode representar bem essa ação, é quando o Major Rocha, um corrupto agente policial, manda um soldado dar um tiro nas costas do Capitão André Mathias, a partir do momento que esse o afronta e dar dois tapas em seu peito, dessa forma, nitidamente movido pela ira e vingança o major mata covardemente o capitão do Bope. A ação afetiva também é notada quando Coronel Nascimento, movido pela raiva e preocupação, devido ao fato de seu filho Rafael ter sido baleado durante uma tentativa de homicídio ao professor Fraga, organiza uma blitz em frente ao condomínio do politico Guaracy, batendo no mesmo e o ameaçando dizendo: “... se meu filho morrer, eu vou matar todo mundo”.
Por fim, a ação tradicional é caracterizada por ser pautada em hábitos e costumes alicerçados na vivência do sujeito. Na cena em que o Coronel Nascimento é convocado a comparecer a delegacia por Rafael ter sido pego com uma quantidade de maconha juntamente com a colega de trabalho explicita uma ação tradicional relacionada à família. A partir do momento que Nascimento entra na delegacia, esse não se aponta mais como “o Tenente Coronel” ou como “o Subsecretário de segurança pública” e sim como Roberto Nascimento o pai de Rafael, agindo em conformidade com essa função.
Analise cenas que demonstram tipos de dominação legítima, tradicional e carismática, contextualize a resposta;
O filme Tropa de Elite 2 é totalmente calcado em uma relação de poder e dominação, isso pode ser percebido no meio político, dentro das favelas e até mesmo nos presídios. Por exemplo, os traficantes dependem dos policiais da milícia “máfia”, os quais se submetem aos políticos corruptos, esses por sua vez dependem do voto do povo alienado que assim se subordinam muitas vezes aos traficantes, criando dessa maneira um círculo vicioso. 
Max Weber define dominação como: “Um estado de coisas pelo qual uma vontade manifesta (mandato) do dominador ou dos dominadores influi sobre os atos de outros (do dominado ou dos dominados), de tal modo que, em um grau socialmente relevante, estes atos têm lugar como se os dominados tivessem adotado por si mesmos e como máxima de sua ação o conteúdo do mandato (obediência), podendo essa ser classificada em carismática, legal e tradicional. Como dominação carismática, pode-se citar o episódio quando o Coronel Nascimento entra no restaurante para falar com os Deputados Formoso e Guaracy – os quais estavam anteriormente conversando sobre a exoneração do mesmo do Bope - a respeito do acontecimento em Bangu I, só que para sua surpresa todos que se encontravam no restaurante se colocaram de pé e começaram a aplaudi-lo, devido o comando do mesmo à rebelião dentro do presídio, e assim Coronel Nascimento cumprimenta-os.
Destarte, os candidatos a cargos políticos reúnem-se na favela e promovem uma festa para comunidade, o objetivo dessa reunião nada mais era que a promoção da autoimagem e, assim, o ganho do voto do eleitor. Durante esse período pode se observar aspectos do cenário – uma faixa banner com o dizer “4 anos de justiça e paz”- e das falas dos políticos – “tenha certeza que faz parte das nossas prioridades o apoio à comunidade”- que explicitam a dominação carismática por parte dos “representantes do povo”. Parafraseando Coronel Nascimento, “... no Brasil, eleição é negocio e o voto é a mercadoria mais valiosa da favela”.
Além da carismática, a dominação legal ou legítima também se faz presente na obra cinematográfica. Esse tipo de dominação se dá em virtude de um estatuto, ou seja, tem como baseas regras, estatutos e leis sancionadas pela Sociedade ou Organização. A autoridade, além de ser “legalmente” reconhecida, está no cargo em que a pessoa ocupa, divergindo da dominação carismática e tradicional, em que a obediência se dá em função do individuo. A impessoalidade, portanto, é uma marca desse tipo de dominação. Em Tropa de Elite 2, o governador exerce a dominação legítima em várias ocasiões, logo nos períodos iniciais do filme, em que há a rebelião no presídio, Capitão Nascimento não desejava liberar a entrada de Fraga para o recinto, entretanto o professor está nas dependências por autorização do governador, o qual é o “chefe” do Coronel e suas ordens devem ser respeitadas. Além disso, o próprio Coronel afirma que, por sua vontade, os detentos se “trucidavam” lá dentro, e vê a confusão em Bangu I como uma oportunidade à invasão da sua tropa, porém, para isso, era necessário o consentimento do governador, e esse não permite, alegando não querer um outro “Carandiru”, impossibilitando a intervenção da BOPE e reafirmando a sua dominação. O afastamento do capitão, indo contra o desejo de, aparentemente, uma grande parcela do povo, também pode ser um exemplo da prevalência da dominação legítima do governador. 
A terceira e última, a tradicional, é pontuada como a mais antiga forma de dominação, essa é baseada nos costumes, na admiração e respeito ao individuo que tem o poder. É também uma relação sólida, estável, em que há a presença de sentimentos, sendo o patriarcalismo o tipo mais puro. Na trama, Coronel Nascimento além de comandante da BOPE, é pai e, desse modo, exerce sobre Rafael a dominação tradicional. Nascimento é faixa preta de judô e desejoso que seu filho siga seu exemplo, o inscreve em uma competição, na passagem, os dois estão em um ginásio, então o capitão afirma gostar de guerra, que só vive em paz quem aprende a lutar e, por esse motivo, deseja ensinar isso ao filho. A ida de Rafa ao campeonato pode ser o efeito da dominação tradicional do pai, porém, no momento em que esse diz que não é igual ao pai, não quer lutar e não gosta de bater nas pessoas como ele, a expectativa e dominação de Nascimento, de certa forma, acaba sendo quebrada.
Na perspectiva weberiana, como se estabelece a relação sujeito-sociedade no filme, considerando aspectos como classe social, estamento e partido? Justifique.
No filme Tropa de Elite 2, há um maior enfoque em um grupo social composto por uma grade de pessoas carentes e oprimidas por aqueles que detêm o poder, a ação individual de cada componente da sociedade, como o voto por exemplo, é um dos agentes coadjuvantes a todo o sistema corrupto, o qual é o cerne de toda a obra cinematográfica. Pode-se depreender também que o autor do filme a fim de retratar situações do cotidiano dos brasileiros, principalmente do Rio de Janeiro, constrói verdadeiras caricaturas, ou como expressaria Max Weber, diversos tipos ideias de intérpretes sociais, ou seja, o autor realça algumas características para que a obra cinematográfica possua um impacto mais empolgante e dramático, entretanto tais idiossincrasias não retratam fielmente os cidadãos reais.
Para Weber, as categorizações que decorrem na sociedade são de certa maneira efeitos da distribuição de poder, pois para o sociólogo alemão tudo é influenciado pelo poder – possibilidade de um homem ou um conjunto de homens consumar sua vontade própria numa ação comunitária -, sendo assim, esse dividia a sociedade em três ordens – econômica, social e política - a partir dessas três ordens encontra-se sequencialmente o que Max Weber denomina de classe, estamento e partido. Dessa forma classe é uma possível ação comunal, em que, para um indivíduo se enquadrar em uma classe, esse deve está numa situação de classe comum a outras pessoas da classe, ou seja, mesmo tipo de posse de bens e renda. É ainda um conjunto que pessoas que possuem a mesma posição social diante do mercado e se diferenciam pela quantidade de bens e propriedades possuídos. As classes possuem uma ligação direta com o capo econômico da vida social. Esses conceitos são observados de forma recorrente no filme, como por exemplo, nas cenas em que os políticos e os policias corruptos que são os maiores detentores de bens e propriedades, muitos adquiridos através do dinheiro do trafico e de atos de corrupção, aparecem em suas lanchas ostentando dinheiro, mulheres e bebidas, em suas casas de luxo, academias equipadas em suas residências, almoços e reuniões em restaurantes luxuosos, enquanto quem detém menos posses vivem situações inferiores, tais como os moradores das favelas que ainda tem que pagar aos traficantes e miliciantes para terem acesso a coisas básicas tais como energia, agua, gás e etc. Os estamentos se diferenciam das classes, pois esses são comunidades e dessa forma definidos pela honra e não pela situação econômica, enquanto nas classes há uma estratificação determinada pela aquisição de bens, no estamento há de acordo aos princípios de seu consumo de bens. E por fim, os partidos, símbolo de poder se opõe a classe e estamento por possuir como objetivo aquisição de poder e pretensão de influencia do domínio existente. Objetivando conseguir com facilidade a posse de recursos que propiciem o poder tais como; autoridade, dinheiro, os políticos do filme transformam a função que foi confiada em um papel corrupto com a finalidade de obtenção de lucro utilizando ilegitimamente a violência, sendo completamente contrários a um sistema politico genuíno, integrando assim um sistema corrompido. Tudo isso pode ser observado no filme nas cenas em que os políticos se reúnem e decidem destruir a gravação da jornalista com o deputado Fraga na qual era feita uma denuncia de campanha politica corrupta, e mandam matar o deputado Fraga por o mesmo ter tido acesso a essas informações. No final do filme também As milícias paramilitares, traem a noção do Estado como o possuidor do monopólio da violência, segundo Max Weber. 
Os traficantes de drogas e armas tomavam e identificavam os territórios como seus criando espaços autônomos em que a autoridade do Estado não prevalecia.

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