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MONOGRAFIA CORRIGIDA

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� PAGE \* MERGEFORMAT �42�
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS – CAMPUS IX - BARREIRAS
CURSO DE PEDAGOGIA – DOCÊNCIA E GESTÃO DOS PROCESSOS EDUCATIVOS
A CONTRIBUIÇÃO DA LITERATURA INFANTIL NA FORMAÇÃO DE LEITORES NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL EM UMA ESCOLA MUNICIPAL DE BARREIRAS-BA
BARREIRAS-BAHIA
2013
ILCIANE DE OLIVEIRA SALES MAIA
ROSILENE DOS ANJOS SALES
A CONTRIBUIÇÃO DA LITERATURA INFANTIL NA FORMAÇÃO DE LEITORES NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL EM UMA ESCOLA MUNICIPAL DE BARREIRAS-BA
Monografia apresentada ao curso de graduação em Pedagogia – Docência e Gestão dos Processos Educativos, da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), como requisito parcial para obtenção do Título de Licenciatura em Pedagogia. 
Orientadora: Professora Ms Claudenice Souza
BARREIRAS-BAHIA
2013
FOLHA DE APROVAÇÃO
ILCIANE DE OLIVEIRA SALES MAIA
ROSILENE DOS ANJOS SALES
A CONTRIBUIÇÃO DA LITERATURA INFANTIL NA FORMAÇÃO DE LEITORES NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL EM UMA ESCOLA MUNICIPAL DE BARREIRAS-BA
Monografia apresentada ao curso de graduação em Pedagogia – Docência e Gestão dos Processos Educativos, da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), como requisito parcial para obtenção do Título de Licenciatura em Pedagogia. 
Orientadora: Professora Ms Claudenice Souza
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________________________
Professora Ms. Claudenice Costa de Souza
Professora Orientadora
___________________________________________________________________
 Professora Ms Neiva Maria
Professora Examinadora
Dedicamos este trabalho especialmente à nossa família, amigos e todos aqueles que direto ou indiretamente contribuíram para que este curso fosse concluído com sucesso.
Agradecemos a Deus, aos nossos pais que nos ofertaram amor imenso e nos permitiram chegar até aqui. A Universidade do Estado da Bahia (UNEB) por contribuir para o nosso crescimento acadêmico e em especial a Professora Ms e orientadora Claudenice Costa pelo exemplo de profissionalismo, respeito, amizade e que intensamente, com carinho e atenção se dedicou para efetivação deste trabalho.
[...] Literatura é linguagem carregada de significado. Grande literatura é simplesmente linguagem carregada de significado até o máximo grau possível. Enfim, literatura é novidade que PERMANECE novidade. [...] (Ezra Pound)
SALES, Maia Oliveira Ilciane, SALES, Anjos Rosilene. A Contribuição da Literatura Infantil na Formação de Leitores nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental em uma Escola Municipal de Barreiras - BA. Universidade do Estado da Bahia- UNEB, Barreiras-Ba, Ano 2013.
RESUMO
O presente trabalho monográfico versa sobre a “Contribuição da Literatura Infantil na formação de leitores nos anos iniciais do ensino fundamental” e teve como objetivo geral discutir a contribuição da literatura infantil na formação de leitores nos anos iniciais do ensino fundamental. Nesse sentido, buscou responder os objetivos específicos que se constituíram em: Identificar as contribuições da literatura infantil no Processo de letramento dos educandos dos anos iniciais do ensino fundamental da escola pesquisada; analisar como a literatura Infantil é trabalhada na escola pesquisada, destacando as metodologias e os recursos utilizados; verificar os principais avanços e dificuldades enfrentadas pelos docentes no trabalho com a literatura Infantil. Buscou-se com essa pesquisa responder a seguinte problemática: Quais as contribuições da literatura infantil na formação de leitores dos anos iniciais do ensino fundamental? Para a construção da fundamentação teórica, o trabalho teve como suporte as ideias dos principais teóricos: Cadermatori (2006), Cândido (1972), Coelho (2000), Cereja (2005), Cosson (2006), Kleiman (2004), Lajolo (1981), Maruny (2000), Parreiras (2009), Pietri 2009). Para o desenvolvimento deste trabalho optou-se pela abordagem qualitativa do tipo estudo de campo. Para a coleta de dados, utilizou-se como instrumento a observação in-lócus e o questionário. O local da pesquisa foi a Escola Municipal do Parque, situada no Parque de Exposição Engenheiro Geraldo Rocha, localizada na cidade de Barreiras-Bahia. Participaram desta pesquisa: alunos do segundo ano do ensino fundamental, professores e coordenadora.
	
Palavras-chave: Literatura Infantil. Ensino fundamental. Formação de Leitores.
SALES, Maia Oliveira Ilciane, SALES, Anjos Rosilene. A Contribuição da Literatura Infantil na Formação de Leitores nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental em uma Escola Municipal de Barreiras - BA. Universidade do Estado da Bahia- UNEB, Barreiras-Ba, Ano 2013.
ABSTRACT
This monograph deals with the "Contribution of Children's Literature in educating readers in the early elementary school years” and had as main objective to discuss the contribution of children's literature in the formation of readers in the early elementary school years . In this way, we tried to answer the specific objectives that formed : Identify the contributions of children's literature in the literacy of students in the early years of elementary school teaching researched process , to analyze how the Children's literature is crafted in the school studied , highlighting the methodologies and resources used , check the main achievements and difficulties faced by teachers in working with Children's literature . We sought to answer with this study the following problem: What are the contributions of children's literature in the formation of readers in the early years of elementary school? To build the theoretical foundation work was supported by the ideas of the main theorists : Cadermatori (2006 ) , Candide (1972 ) , Rabbit (2000 ) , Cherry (2005 ) , Cosson (2006 ) , Kleiman (2004 ) , Lajolo (1981 ) Maruny (2000) , Parreiras (2009) , Pietri 2009) . To develop this work, we opted for a qualitative approach to the study of field type. To collect data , was used as a tool in the observation and questionnaire - locus . The research site was the Escola Municipal Park, located at Exhibition Park Engineer Geraldo Rocha , located in Bahia - barriers . Participated in this study: Second year students of an elementary school teacher and coordinator.
Keyword: Children's literature. Elementary School. Educating Readers.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 	 09
CAPÍTULO l: CONCEPÇÃO HISTÓRICA DA LITERATURA INFANTO JUVENIL 	 11
1.1 A Literatura Infantil no Brasil 	 14
1.2 Concepção de Criança e de Infância da Formação de Leitores 	 19
1.3 A Literatura Infantil no Processo de Letramento dos Educandos 	 23
1.4 A Concepção de Letramento e a Literatura 	 25
1.5 O Trabalho Pedagógico Docente no Processo de Literatura Infantil 	 28
1.6 A Literatura e o Processo de Ensino e Aprendizagem 	 31
CAPÍTULO ll: METODOLOGIA DA PESQUISA 	 34
2.1 Conceito de Pesquisa 	 34
2.2 Tipo de Pesquisa 	 35
2.3 Instrumentos e Procedimentos da Pesquisa 	 36
2.4 Contexto da Instituição da Pesquisa 	 38
2.5 Sujeitos da Pesquisa 	 40
2.6 Análise dos Dados 	 40
CAPÍTULO III: ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES 	 42
3.1 Momento da Análise da Pesquisa 	 42
CONSIDERAÇÕES FINAIS 	 60
REFERÊNCIAS
APÊNDICES
ANEXOS
INTRODUÇÃO
A literatura infantil é de fundamental importância na formação da criança, pois faz parte da vida da mesma desde as séries iniciais, não importando a classe social.
Diante disso, o trabalho com a literatura infantil deve ser significativo e estar constantemente presente na vida da criança, poisé parte integrante do processo educativo, devendo ser incentivado, garantido e enriquecido.
A literatura infantil influencia de forma positiva na formação de leitores, nesse sentido, a importância da literatura na vida da criança é indiscutível, por ser capaz de desenvolver na criança sua imaginação, criatividade e por fazê-la aprender de forma alegre e prazerosa.
Dessa forma, o tema escolhido reflete a afinidade com a temática, adquirida durante os anos de estudo, pela necessidade de saber mais sobre o que os docentes pesquisados pensam sobre o trabalho com a literatura infantil e por acreditar que a pesquisa em torno desse tema é relevante para as pesquisas dos futuros acadêmicos, bem como, para um melhor desenvolvimento do trabalho dos pedagogos para com a educação infantil. 
Investigou-se sobre literatura infantil com o intuito de destacar que através da mesma, é possível aprender, ensinar, conhecer outras histórias, outros povos, outras culturas. As histórias contadas através de textos literários podem ser compreendidas como uma leitura que permita a criança viajar pelo mundo da imaginação, fato tão presente na infância.
Autores enfatizam em seus estudos, que a literatura infantil contribui de forma significativa para a formação dos leitores e que esta influencia de forma positiva no processo de compreensão do mundo que nos cerca. 
Pretende-se então com este trabalho, esclarecer através de estudos teóricos, quais são as reais contribuições do estudo da literatura infantil. Assim, surge o problema em questão: Qual a contribuição da literatura infantil na formação de leitores nos anos iniciais do ensino fundamental. O objetivo geral do mesmo é discutir a contribuição da literatura infantil na formação de leitores nos anos iniciais do ensino fundamental e como objetivos específicos foram traçados: identificar as contribuições da literatura infantil no processo de letramento dos educandos dos anos iniciais do ensino fundamental da escola pesquisada; analisar como a literatura infantil é trabalhada na escola pesquisada, destacando metodologias e recursos utilizados; e, verificar os principais avanços e dificuldades enfrentados pelos docentes nos trabalhos com a literatura infantil. 
A pesquisa teve como principais autores: Cadermatori (2006), Cândido (1972), Coelho (2000), Cereja (2005), Cosson (2006), Kleiman (2004), Lajolo (1981), Maruny (2000), Parreiras (2009), Pietri (2009). Este trabalho monográfico está organizado em três capítulos relacionados entre si. 
No primeiro capítulo do referido trabalho, faz-se um levantamento histórico sobre o nascimento da literatura infantil, como surgiu, quem são seus percussores, há um destaque para a literatura infantil brasileira, do início aos dias atuais. Há ainda uma abordagem quanto à formação de leitores, em que a literatura infantil torna-se um importante instrumento educativo para o desenvolvimento da criança no que diz respeito ao seu crescimento intelectual, cognitivo, social, moral, ético e cultural, porque trabalha com a linguagem simbólica, possibilitando que mais de uma significação cultural se ligue às contingências do mundo real e a criação de sua representação pela criança. 
Com o intuito de aprimorar as ideias descobertas com a presente pesquisa, o segundo capítulo traz os passos que norteiam a realização da pesquisa de campo que são: conceito de pesquisa, tipos de pesquisa, instrumentos e procedimentos da pesquisa, contexto da pesquisa, sujeitos da pesquisa e análise de dados, com uma breve explicação sobre o tipo de pesquisa que foi desenvolvida, estruturada e fundamentada nos aportes teóricos sobre literatura infantil. A presente pesquisa foi realizada na Escola Municipal do Parque, situada no Parque de Exposições Engenheiro Geraldo Rocha, na cidade de Barreiras - Bahia.
O terceiro capítulo trata das análises e interpretação dos dados que envolveram dois professores e um coordenador pedagógico, bem como questões referentes ao estudo da temática e objeto da investigação. Por fim, seguem as considerações finais, valendo-se dos apontamentos das contribuições dos sujeitos pesquisados e da importância do desenvolvimento da temática que direciona este trabalho, assim como possíveis sugestões para novas abordagens em trabalhos posteriores. Finalizando, seguem as referências utilizadas para fundamentar esta pesquisa, bem como os anexos e apêndices com o questionário e o roteiro de observação.
CAPÍTULO l
CONCEPÇÃO HISTÓRICA DA LITERATURA INFANTO JUVENIL
A literatura infantil mesmo sendo antiga, continua a ser um produto cultural da sociedade contemporânea, que permite à criança vivenciar um mundo novo, repleto de novas experiências. Além de aguçar a imaginação das crianças, esta pode ser utilizada como um instrumento educativo que instiga o interesse e a participação das mesmas tanto nas histórias contadas em casa pela família, quanto na escola, durante as atividades propostas pelos docentes.
Conforme Zilberman, (1987, p. 47) “a literatura infantil surgiu através da burguesia no século XVIII, época em que as mudanças na estrutura da sociedade desencadearam grandes repercussões no âmbito artístico que persistem até os dias atuais”. 
Verifica-se que, com o surgimento da literatura infantil a sociedade burguesa passa por transformações, o que faz com que haja uma mudança no status da criança perante a sociedade e também no âmbito doméstico, já que anteriormente, segundo Ziberman (1987), a sociedade não reconhecia o conceito de infância.
Para Zilberman, (1987, p. 53) “o avanço das técnicas de industrialização atingiu a arte literária, e isso gerou produções em série de fácil distribuição e consumo, o que foi posteriormente designado como cultura de massa, da ascensão da família burguesa, do novo status concedido à infância na sociedade e da reorganização da escola”. 
De fato, a industrialização tornou-se uma das maiores responsáveis pela explosão literária. Assim, beneficiando também os diferentes setores (econômico, social, político e ideológico) da época. Contudo, a infância tornou-se reconhecida em meio a essas mudanças, surgindo assim várias atividades voltadas a atendê-la, tanto no setor industrial e cultural, como no ramo das ciências.
Devido aos grandes avanços tecnológicos e industriais ocorridos na sociedade da época, a literatura infantil se torna uma fonte de renda para alimentar o comércio. 
Para Lajolo e Zilberman (1988, p. 53):
No século XVIII a tipografia é aperfeiçoada e acontece a expansão da produção de livros, facultando a proliferação dos gêneros literários e a ligação da literatura com a escola, a necessidade de a criança estar habilitada para a consumação das obras impressas, faz com que a literatura sirva de intermediaria entre a criança e a sociedade de consumo que aos poucos, vai se impondo.
É visível que as mudanças sociais, ocorridas ao longo da História foram determinantes no que diz respeito às alterações ocorridas na literatura infantil. As crianças eram induzidas a seguir o mesmo ritmo de vida dos pais, ou seja, desde cedo, os pequenos aprendiam o que os pais achavam necessário.
Assim, as crianças eram educadas para servir ao Estado ou à sociedade; e na maioria das vezes, os meninos tornavam-se grandes guerreiros, não recebiam qualquer atenção particular, nem gozavam de um status diferenciado, trabalhavam e viviam junto com os adultos, testemunhavam os processos naturais da existência como: nascimento, doença e morte, na maioria das vezes eram mortos e hostilizados, participavam da vida pública, política, audiências etc.
Conforme Zilberman e Cademartori (1987, p. 12) “no período medieval, enquanto as crianças nobres liam os autores consagrados pela tradição, orientados por seus preceptores, as classes desfavorecidas, em geral, liam ou ouviam as histórias de cavalaria, de aventuras e as narrativas picarescas de heróis espertos”. 
Vale salientar que, desde a antiguidade até os dias atuais, é visível o poder que a literatura exerce na vida das crianças, pois, independente da classesocial em que se encontram, elas se sentem atraídas pela magia e encanto das histórias. 
Para Zilberman (1987, p. 67) “a organização era fortemente patriarcal e recebia grande influência e estímulo dos protestantes, já que os pastores viam a criança como um indivíduo que somente podia ser domado pela educação religiosa e rígida, cabendo aos pais este papel de sujeição da vontade infantil”. Os pequenos e as mulheres gozam de maior liberdade, de modo que a família exibe a imagem de uma parceria interna, dominada pelo liberalismo e calor afetivo, e não pelo poder paterno e a obediência hierárquica. 
Conforme Zilberman e Cadermatori (1987, p. 15) “as mulheres foram asseguradas um reforço na educação das crianças, mas, na classe operária, não ocorria à mesma coisa, as mulheres eram obrigadas a trabalhar cedo, eram tratadas com violência, negligenciadas, alguns abandonavam as crianças aos cuidados de instituições do poder político e religioso”. 
Desta forma, percebe-se que a criança da classe do proletariado era para a preservação e conservação do continente obreiro, trabalho e, as da classe média só eram pra assumir a função de dirigentes. É neste contexto que entra a literatura infantil para tratar mais do grupo, status social, distintos dos adultos.
Segundo Zilberman (1987, p. 12):
A “literatura infantil é primeiramente um problema pedagógico, e não literário” por tal razão, se decorre de uma situação histórica particular, vinculada à ordem da família burguesa e da infância como “classe” especial, participa dessa circunstancia não apenas porque provê textos a esta nova faixa, mas porque colabora na sua dominação, ao aliar-se ao ensino e transformar-se em seu instrumento, estabelecendo um fundamento antropológico para o livro infantil o que pode se dar somente se estiver centrado na criança, caracteriza o mundo interior desta como um ‘espaço vazio’; e explica: o ‘espaço vazio’ não é vazio, porque as crianças ainda não viveram, mas porque não podem ordenar as vivencias, ou seja, o conhecimento prévio.
Vê-se que é neste lugar que a literatura infantil preenche de modo particular, porque ao contrário da pedagogia ou dos ensinamentos escolares, lida com dois elementos que são especialmente adequados para a conquista desta compreensão do real.
Nesse sentido, a literatura infantil é importante, pois a criança precisa do lúdico. Para Zilberman e Cademartori, (1987, p. 27), 
é na linguagem, a grande mediadora entre a criança e o mundo, que propicia, através da leitura, um alargamento do domínio lingüístico, a literatura infantil preenche uma função de conhecimento: o ler relaciona-se com o desenvolvimento linguístico da criança, com a formação da compreensão do fictício, com a função especifica da fantasia infantil, com a credulidade na história e a aquisição de saber.
Na realidade, o próprio homem é o responsável pelo surgimento da literatura infantil, pois, à medida que transmite às crianças suas ideias e acontecimentos do dia a dia, busca na ficção uma maneira de transmitir sua herança cultural, acumulada ao longo do tempo pela humanidade. 
Segundo Coelho, (2000, p. 20) “as principais fontes da literatura estão no folclore, com as lendas, mitos e narrativas, que a principio eram repassadas as crianças com intuito disciplinador e punitivo”. Até então a criança era vista como um “adulto em miniatura” e, a infância deveria ser encurtada o mais rápido possível. Assim, faziam com que os pequenos leitores assumissem precocemente atitudes consideradas adultas.
Dessa forma, é possível perceber que, os cidadãos daquela época utilizavam a literatura apenas como forma de punir os pequenos, e estes na realidade não gozavam de uma infância como deveria ser, eram tidos como adultos e a única coisa que os diferenciava dos demais era o tamanho.
Como a criança era vista como um “adulto em miniatura” os primeiros textos infantis resultaram da adaptação (ou da minimização) de textos escritos para adultos. Expurgadas as dificuldades de linguagem, as digressões ou reflexões que estariam acima da compreensão infantil; retiradas as situações ou os conflitos não exemplares e realçando principalmente as ações ou peripécias de caráter aventuresco ou exemplar [...] (COELHO, 2000 p. 29)
Para Coelho (2000, p. 29) “os livros que tratavam do tema literatura infantil eram reduzidos em seu valor intrínseco no intuito de atrair o publico infantil e incentivá-los a participar das diferentes experiências que a vida lhes proporcionava tanto na vida real como nas historias literárias”. 
A redescoberta da literatura infantil, no século XX é de responsabilidade da psicologia experimental que ao revelar a inteligência como o elemento estruturador do universo que cada indivíduo constrói dentro de si, destaca os diferentes estágios de seu desenvolvimento, da infância até a adolescência e sua importância fundamental para a evolução e formação da personalidade do futuro adulto. (Coelho, 2000, p. 35)
Neste sentido, percebe-se que a valorização da literatura infantil, como fenômeno significativo e de amplo alcance na formação das mentes infantis e juvenis, bem como na vida cultural das sociedades, é uma conquista recente. Porém, apesar dessa recente valorização, a literatura infantil é a responsável pelo encantamento de milhares de crianças do mundo todo, sendo utilizada em sala de aula como conteúdo pedagógico por professores que acreditam no uso da literatura, como mais um recurso na luta pela alfabetização e formação de milhares de crianças.
 
 A Literatura Infantil no Brasil 
No Brasil, assim como na Europa, o surgimento da literatura infantil trouxe oportunidades de desenvolvimento para o país e um universo fascinante de conhecimento para os leitores.
Conforme os ensinamentos de Coelho (1991, p. 25) “a história da literatura brasileira para a infância iniciou-se a passos lentos, nos arredores da proclamação da república, época em que o país passava por grandes transformações”. No século XIX as obras infantis foram conquistando seu espaço, ainda com certa timidez, mas se concretizaram no século XX com as obras de Monteiro Lobato, que foi o percursor da literatura infantil brasileira.
Segundo Coelho (1991, p. 28), os personagens de Monteiro Lobato
seus personagens seguem uma moral de situação na qual a liberdade é o grande valor, a exemplo de “Narizinho arrebitado”, história das peripécias de Narizinho e sua boneca de pano Emília, a obra foi publicada em 1921, apresentando assim, um apelo à imaginação, movimentação dos diálogos, enredo, linguagem visual, humor e a graça na expressão linguística, renovando desta forma o conceito de literatura infantil no Brasil. 
O desafio era acabar com o tradicionalismo e assim valorizar a inteligência, a liberdade, a criatividade, a esperteza e a habilidade. O mal reside na ignorância, no subdesenvolvimento, no pensamento encarcerado em valores absolutos.
Estava dado o início para a criação de uma série de aventuras no Sítio do Pica-Pau Amarelo, obra que da inicio à etapa mais fértil da ficção brasileira, com personagens “reais” e personagens “inventadas”, “todas elas existem com a mesma verdade, dentro do universo faz-de-conta, que Lobato criou”. (COELHO, 1991, p. 228) 
Dessa forma, verifica-se a importância que Lobato exerce na literatura infantil, o crescimento quantitativo da produção para crianças e a atração que ela exerce sobre escritores comprometidos com a renovação da arte nacional, demonstra que o mercado estava sendo favorável aos livros. Essa situação se relacionava aos fatores sociais: a consolidação da classe média, em decorrência do avanço da industrialização e da modernização econômica e administrativa do país, o aumento da escolarização de grupos urbanos e a nova posição da literatura e da arte após a revolução modernista. 
De acordo com Cadermatori (2006, p. 28), “as mudanças ocorridas no setor econômico, político e cultural, fizeram com que o sistema escolar nacional passasse por reformas, sendo necessário agregar à educação,a produção literária para crianças e jovens”. Desta forma, firma-se no Brasil o aumento da procura por traduções e adaptações de livros, nascendo a ideia de que uma literatura própria se fazia necessária e urgente para crianças e para a juventude brasileira, valorizando assim os historiadores nacionais. 
Neste sentido, percebe-se a importância da escola na valorização da literatura, sendo que em decorrência da falta de material adequado para trabalhar com leitura nas escolas brasileiras, intelectuais, jornalistas e professores da época, produziram livros infantis para sanar as dificuldades enfrentadas pelas crianças, livros estes reivindicados como necessários à consolidação do projeto Brasil Moderno, consoante é explicitado: 
Tratava-se é claro, de uma tarefa patriótica, a que, por sua vez, não faltavam também os atavios da recompensa financeira: via de regra, escritores e intelectuais dessa época eram extremamente bem relacionados nas esferas governamentais o que lhes garantia a adoção maciça do que escrevessem. (LAJOLO E ZILBERMAN, 1988, p. 28-29).
Assim, percebe-se que o início da literatura infantil brasileira é marcado pela apropriação e consolidação de um projeto educativo ideológico, que provinha da Europa e objetivava tornar o Brasil um país moderno no que se refere à literatura infantil.
Conforme Cadermatori, (2006, p. 30), “na década de 60 o Brasil passava por um momento muito crítico que era o regime militar, a cultura brasileira sofreu os efeitos da repressão: artistas e intelectuais deixaram o país e os que ficaram tornaram-se malabaristas da alegoria e da alusão para dizer o que não podia ser dito”. 
O ensino superior apresentou um crescimento muito significativo, especialmente no setor privado, surgindo novas faculdades. O crescimento não era qualitativo, mais quantitativo, sendo que a educação era massificada, sem democratizá-la.
Cadermatori (2006, p. 38) destaca que “na década de 70 o Brasil vivia em altos índices de analfabetismo, impedindo seu desenvolvimento”. O governo Médici pretendeu debelar o mal através da educação para os adultos, recorrendo ao Mobral, Movimento Brasileiro de alfabetização, criado em 1967, no governo Costa e Silva, mas que só consegue se expandir no governo seguinte.
Na mesma década, período do “Milagre Econômico”, houve pouca preocupação com o ensino básico. De 1960 a 1973 o desenvolvimento do ensino primário foi três vezes inferior ao do ginasial e quatro vezes menor que o colegial, etapas de ensinos anteriores à universidade. Surgem programas culturais e incentivos à leitura, tanto de iniciativa privada quanto do Estado, bem como as histórias em quadrinhos. Desse modo, pretendendo erradicar a situação, as televisões educativas do governo resolveram trazer a cena, programas televisivos como telecursos, uma alternativa moderna.
Em decorrência disso, a literatura para crianças oferece um largo espectro de autores envolvidos com ela e contempla os leitores formados pela assiduidade às obras a eles destinadas.
Segundo Cadermartori (2006, p. 42), nos anos 80 a literatura infantil vive seu momento de moda, manifestada através de uma venda sem precedentes de livros para criança, na proliferação de associações voltadas ao incentivo de leitura infantil, surtos de encontros, seminários e congressos a respeito do assunto e a inclusão do curso de literatura na programação das universidades. 
Com a implantação do Mobral, o governo queria erradicar em curto prazo o analfabetismo que atingia metade da população, mas fracassou.
O Movimento Nacional Criança Constituinte, por sua vez, consegue mostrar uma visão da criança como cidadã e despertar os constituintes para a missão de executar seus direitos. 
Devido ao crescimento da literatura infantil no Brasil e no mundo, as mudanças da estrutura familiar e a inserção da mulher no mercado de trabalho, a sociedade civil e órgãos governamentais passaram a implantar leis que favorecessem as crianças, como na Constituição Federal de 1988, que consagrou os direitos da criança e do adolescente atribuindo à família, à sociedade e ao Estado o dever de garantir com absoluta prioridade.
É dever da família, da sociedade e do estado assegurar a criança e ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, á saúde á alimentação, á educação, ao lazer, á profissionalização, á cultura, á dignidade, ao respeito, á liberdade e á convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência crueldade e opressão. (Brasil, 1988, p. 64/EC n° 65/2010).
Vale lembrar que a criança passa a ser considerada como cidadã, capaz de pensar, agir, construir seus conhecimentos, é um sujeito social em processo de aprendizagem e desenvolvimento e que tem seus próprios pensamentos, sua maneira de ver, pensar e sentir o mundo.
Neste sentido, a criança deixa de ser passiva de sua cultura e história, e passa a ser vista como sujeito ativo dotado de inteligências e experiências culturais que lhe são próprias, advindas de suas interações e vivências culturais na sociedade na qual interage.
No entanto, nota-se que o contexto no qual está inserida, a oferta da educação para as crianças de certa forma precisa ser valorizado, pois as mesmas necessitam dos cuidados dos adultos: englobando os aspectos físicos, psicológicos afetivos enfim, precisam especialmente de ser zeladas, guardadas e educadas tanto integralmente como sistematicamente.
A função social da educação infantil, também prescrita na Lei 9394/96, Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional, reconhece a criança como sujeito de direitos em condições específicas de aprender e desenvolver-se.
Nessa visão, a educação infantil se constitui como um espaço-tempo de experiências vivenciadas e compartilhadas de conhecimentos, de cultura, assim como, devem estar presentes fatores como a atenção, o cuidado, o afetos e valores, objetivando assegurar atividades diversificadas e significativas, havendo interação para que assim, possam ampliar e evoluir seus conhecimentos espontâneos, assegurando acima de tudo o direito da brincadeira, da criatividade e aprendizagem.
Nesse patamar, é importante que toda comunidade escolar, juntamente com a ação da família, construa uma proposta participativa e compromissada em dinamizar o ambiente pedagógico e social, como um currículo interdisciplinar para que as crianças possam ser bem atendidas em suas necessidades básicas requeridas no processo de aprendizagem e desenvolvimento.
Fica então definido, segundo a LDB 9394/96 no seu artigo 29, que
a educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando ação da família e da comunidade.
Assim, como sujeito de direitos a lei assegura a titularidade do direito a uma educação de qualidade, garantindo as crianças bom desempenho em todas as atividades propostas.
Portanto, é de responsabilidade destes, oferecer educação, atenção, carinho, cuidado, para que de fato, a criança possa aprender e desenvolver-se em todos seus aspectos.
1.2 Concepção de Criança e de Infância da Formação de Leitores
A história da criança e da infância passa por transformações no decorrer dos anos. Como se sabe, o conceito de infância não era reconhecido em nossa sociedade. A criança vivia juntamente com os adultos sem nenhuma distinção, assim não podia gozar de um status diferenciado, compatível com a sua idade. 
Esse paradigma foi quebrado, a criança passou a exercer um novo papel perante a sociedade, e com isso surgiram várias atividades destinadas à ela, como brinquedos, livros infantis entre outros. A partir de então, a sociedade em geral passou a se mobilizar na defesa dos direitos da criança.
Neste sentido, a criança tornou-se um sujeito social, que tem sua história, sua cultura, sendo assim profundamente marcada pela sociedade da qual faz parte. 
Segundo oReferencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI, 1998. v.1 p. 21), “a criança tem suas próprias maneiras de ver, de pensar, de agir, de se comportar de acordo com suas vivências em meio à sociedade”. A criança é um ser humano inteligente, com pensamentos próprios, enxerga o mundo da sua maneira possui conhecimentos que lhes são adquiridos na sua interação com diferentes culturas, se relacionando com outras pessoas, outros povos. No entanto, a criança, assim como o adulto, deve ter os mesmos direitos por serem sujeitos que possuem vontades próprias.
Nessa perspectiva, a criança nas suas relações com o meio social tenta compreender o mundo, fazendo uso das diferentes linguagens para suprir suas necessidades. Dessa maneira, as crianças constroem o conhecimento a partir das interações que estabelecem com as outras pessoas e com o meio em que vivem. (RCNEI, 1998, v.1, p. 21-22).
As crianças são seres dotados de inteligência e, mesmo pequenas, elas possuem características próprias para seu crescimento e desenvolvimento físico, mental e psicológico. Os Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil (PNQEI), dizem que elas são vistas muitas vezes como um ser imaturo, ou um adulto em miniatura. A criança é um ser humano, em crescimento e desenvolvimento (PNQEI, 2008, p. 14).
De acordo com a abordagem feita pelos PNQEI, a criança é um ser pensante, que constrói seus próprios conhecimentos, que interage e convive em sociedade com as diversas formas de cultura existentes, dependendo de outras pessoas do próprio meio para se relacionar. 
Conforme os PNQEI, (2008, p. 14) “embora seja um ser dependente, a criança possui estímulos, tem a capacidade de conviver em sociedade desde o seu nascimento”. A partir de então, o bebê reage ao entorno, ao mesmo tempo em que provoca reações naqueles que se encontram por perto, marcando a historia daquela família.
As crianças que convivem em um ambiente repleto de estímulos podem se relacionar com toda diversidade que as rodeiam e expressam tais relações através do desenvolvimento de suas competências e habilidades, desprendido de sua origem social, política e religiosa.
Partindo de tais pressupostos, as crianças que se relacionam em meio a uma vasta gama de possibilidades interativas, expandem seus conhecimentos estando em contato com contextos coletivos de qualidade. Essa afirmativa é considerada válida para todas as crianças, independente de sua origem social, pertinência étnico-racial, credo, político ou religioso desde que nascem segundo salienta os PNQEI, (2008).
Sabe-se que toda criança possui inteligência, independente da real condição social em que se encontra. Mas, para que a mesma possa aprender e desenvolver-se, é preciso estar inserida em um ambiente favorável à sua aprendizagem.
A intenção de aliar uma concepção de criança à qualidade dos serviços educacionais a ela oferecidos implica atribuir um papel específico à pedagogia desenvolvida nas instituições pelos profissionais de educação infantil, ainda em conformidade com os PNQEI (2008).
Os Parâmetros afirmam ainda que, para que as crianças possam desenvolver suas habilidades e competências, é preciso que as instituições de educação infantil possam ofertar uma proposta pedagógica de capacitação para seus docentes, para se adequarem às reais necessidades de cada criança, subsidiando na escolha dos materiais, das atividades, do tempo e da formação de grupos dos docentes.
Para tanto, vale salientar que as crianças têm a capacidade de interagir em meio à sociedade, antes mesmo de se expressar por meio da linguagem verbal, utilizando outras linguagens como corporal, gestual, musical, plástica, faz-de-conta etc. De acordo com esses pressupostos, as crianças são sujeitos sociais e históricos, marcados, portanto, pelas contradições da sociedade da qual faz parte.
A infância é considerada como uma etapa de preparação do pensamento do sujeito para a vida adulta. É preciso entender que a criança é também cheia de conflitos, medos, dúvidas e contradições, não por desconhecer a realidade, mas por trazer em si a imagem projetada do adulto.
De acordo com o documento do ensino fundamental de nove anos (Lei 11.274/2006, p.13), entende-se por infância o período de vida de cada ser humano, do nascimento até aproximadamente os 10 anos de idade. Assim, a partir dessa fase as crianças constroem conceitos que serão a base para estruturar na vida adulta. 
Conforme Angotti (2006, p. 19),
aceitar e entender a criança em seu estado de ser e de vir a ser, exige um significado absolutamente novo para o conceito de infância, bem como em relação às praticas didáticas, pedagógicas até então oferecidas, redimensionando-as até mesmo enquanto condições de defesa e preservação da natureza infantil.
É importante destacar que a infância refere-se a um período de transformações, descobertas, aprendizagens, e é também um momento mágico e único devendo ser planejado e estruturado de tal maneira que possa ser vivida em toda sua plenitude.
Nota-se que a concepção de criança vem passando por transformações ao longo da história. Se antes a criança era percebida apenas a partir de uma visão de preparação para vir a ser alguém no futuro, hoje a criança passa a ser entendida como um sujeito de direitos: um indivíduo com conhecimentos e necessidades próprias, que pensa criativamente, que tem desejos, que sofre e que sonha (LOPES, 2005, p. 11).
Atualmente com a implantação das leis, as crianças vêm sendo amparadas, entre elas, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), disponibilizando artigos que destacam os principais direitos dos quais beneficiam a criança como: convivência familiar, educação, saúde, respeito, liberdade, esporte e lazer, cultura e proteção, proporcionando à criança uma vida digna de ser vivida, de ser aceito em sociedade, de se realizar como pessoa, como ser humano.
No entanto, as crianças são sujeitos sabedores de conhecimentos, que tem seus próprios pensamentos, e suas maneiras de compreender a realidade que as rodeiam. O ambiente de aprendizagem deve ser propício ao desenvolvimento dos educandos, de tal sorte que possa ampliar seus conhecimentos, favorecendo sua aprendizagem.
Os professores devem estimular o aluno nas diversas atividades que favoreçam seu desenvolvimento, principalmente o ensino da literatura infantil. Dessa forma, é de grande importância que se trabalhe literatura em sala de aula. Pois, sabe-se que a mesma tem sua parcela de contribuição na formação de leitores, facilitando o aprendizado das crianças e dos jovens, estimulando a imaginação, a criatividade, o prazer, o encanto, a magia. Por esta razão, é preciso levar em consideração as experiências de leituras, as escolhas e preferências das obras a serem lidas.
O educador deve dinamizar e diversificar seu trabalho com a literatura em sala de aula, para que assim possa enriquecer cada vez mais nas crianças e jovens, o gosto por obras literárias. Os mesmos precisam ser despertados pela leitura dessas obras, pois estas aguçam o imaginário, o encantamento, o sonho a fantasia por fazer parte das vivências e experiências de cada um deles. 
Cosson (2010, p. 91), nos diz que 
 
esse cuidado é importante se, de fato, quisermos constituir leitores. Oferecer diferentes obras, estimular leituras diversificadas, desenvolver atividades em sala de aula com determinados gêneros é, de fato, imprescindível. 
É perceptível que, para que se formem bons leitores, é necessário que jovens e crianças estejam rodeados de diversas obras literárias, ou seja, que os mesmos se sintam mergulhados no mundo da literatura. De fato, a vivência com esse tipo de leitura, traz bons resultados no desenvolvimento da mesma, principalmente quando é trabalhada de forma adequada, atendendo as exigências e experiências dos leitores em formação.
Parreiras (2009, p. 23), aponta que a “criança deveria ter acesso a uma gama de obras de leitura, principalmente à leitura literária, que lhe abre um campo de questões e não um saber pronto”.Nota-se que a criança ou jovem que convive em meio a uma diversidade de obras de leitura literária, amplia seus horizontes, desenvolvem suas capacidades, seus anseios, suas dúvidas, suas preocupações seus medos, em fim, faz o indivíduo pensar, questionar tudo a sua volta viajar pra lugares distantes, sem sair do lugar.
1.3 A Literatura Infantil no Processo de Letramento dos Educandos
A literatura infanto-juvenil é de fundamental importância tanto no âmbito educacional como no social, uma vez que a mesma contribui de forma significativa na formação dos educandos, considerando aspectos como a criação, a imaginação e a produção. Ao explicitar o ensino da literatura infanto-juvenil no processo de letramento, destaca-se um ensino contextualizado, onde o lúdico predomina e torna a ação prazerosa.
Disponibilizar o livro de literatura infanto-juvenil no processo de letramento significa utilizar este instrumento pedagógico de forma descontraída, desvinculando-o das atividades cotidianas. É importante destacar que é de suma importância que na escola haja um espaço preparado e adequado para que aconteça a leitura descontraída, além de ser trabalhada em sala de aula pelos docentes, a intenção deste trabalho pedagógico é oferecer conhecimentos de leitura, compreensão e interpretação de textos trabalhados. Sergio Leite (2008, p. 69) destaca que
o processo de alfabetização, numa perspectiva do letramento, implica atividades como ouvir e ler livros de historias, pesquisar sobre assuntos de interesse das crianças, buscando informações em enciclopédias, jornais ou revistas, frequentar bibliotecas, abrir espaços para desenvolver a criatividade com a escrita, como elaborar outdoors ou propagandas, brincar de caça ao tesouro.
O trabalho pedagógico não se limita a utilizar o livro, simplesmente para produzir as atividades didáticas. É preciso que o professor proporcione a seus alunos momentos divertidos de leitura e de escrita, pois no momento da leitura de um livro, muito se pode aproveitar tanto pelo professor quanto pelo aluno.
Segundo Leite (2008, p. 62):
Quando um educador percebe a riqueza e estrutura de um livro de literatura infanto-juvenil, pode ser uma saída para que a literatura não seja reduzida a uma simples abordagem pedagógica. Fazer uso do livro infantil, das suas historias, ilustrações, significados, requer criatividade e responsabilidade por parte do professor, é exatamente por isso que é imprescindível que o docente seja um leitor assíduo e estejam preparados para formar leitores. 
É preciso que o docente interaja com o aluno, faça leituras diárias sobre o tema em questão, estimule a interpretação das histórias de forma coletiva, instruindo os alunos a fazerem as anotações referentes ao texto estudado, para que posteriormente compreendam as velhas histórias e se interessem pela criação de novas.
Quando o professor trabalha a literatura infanto-juvenil, abordando a interpretação de textos e a exploração de livros, faz com que a criança fique curiosa com relação ao livro e deseja dialogar no intuito de saber mais informações sobre o mesmo.
Cabe aos professores monitorar a apropriação do conhecimento e a socialização para preservar a cultura. Cabe a eles também o movimento da linguagem que ocorre em diferentes situações de interação pela palavra escrita, considerando-se as variações lingüísticas. (LEITE, apud MATÊNCIO, 1994, p. 67) 
Ou seja, é importante resgatar a relação ensino-aprendizagem, que embora sejam processos distintos, podem ser articulados em sala de aula: a criança constrói e aprende a partir do que é ensinado, através de atividades práticas e contextualizadas, baseadas na realidade cotidiana, cabendo ao professor, proporcionar aos seus alunos tais situações. É preciso haver um monitoramento por parte dos docentes com relação à apropriação do conhecimento e a socialização, para que a cultura dos discentes seja preservada. Cabe ao educador reconhecer o movimento da linguagem que ocorre em diferentes situações de interação pela palavra escrita considerando as variações linguísticas.
1.4 A Concepção de Letramento e a Literatura
O letramento é palavra recém-chegada ao vocabulário da educação e das ciências linguísticas: é na segunda metade dos anos 80, há cerca de apenas dez anos, portanto, que ela surge no discurso dos especialistas.
Conforme Soares (2006, p. 15 - 35):
na verdade, a palavra letramento é uma tradução para o português da palavra inglesa literacy, os dicionários definem assim essa palavra: litera + cy. Litera=palavra latina=letras. Cy=sufixo=indica=qualidade, condição, estado. Traduzindo a definição acima, literacy é “a condição de ser letrado” dando a palavra “letrada” sentido diferente daquele que vem tendo em português. Literate é, pois, um adjetivo que caracteriza a pessoa que domina a leitura e escrita e literacy designa o estado ou condição daquele que é literate, daquele que não sabe ler e escrever, ser letrado, fazer uso competente e frequente da leitura e da escrita.
O letramento é referência na nossa sociedade contemporânea atribuindo a escrita valores cognitivos essenciais no uso da língua escrita, acontece no sistema escolar, depende do bom ou do mau uso em contextos escolares. Portanto, é relacionado com estrutura e qualidade da educação fundamental formal.
Nesse sentido, envolve as mais diversas práticas da escrita (nas suas variadas formas) na sociedade e pode ser desde uma apropriação mínima da escrita, tal como indivíduo que é analfabeto, mas letrado na medida em que identifica o ônibus que deve tomar, consegue fazer cálculos completos, saber distinguir as mercadorias pelas marcas etc.
Durante muito tempo, para a maioria das pessoas, a aprendizagem da língua era apenas consequência da imitação dos adultos pelas crianças, acreditava-se que era em casa, com a família, que a criança aprendia naturalmente a língua materna.
Segundo Leite, (2008, p. 62),
recentemente, pesquisas têm sugerido que a criança aprende a partir da interação com a língua, a partir da necessidade de se comunicar, e isso acontece em um primeiro momento no seio familiar, e à medida que a criança vai expandindo o nível de interação e de conhecimento essa comunicação só tende a aumentar. 
A descoberta da escrita pela criança em uma sociedade instruída como a nossa, atualmente acontece antes mesmo de a criança ir para a escola. A partir do momento que os pais estimulam essa criança com desenhos, figuras, contação de histórias, músicas etc., a criança desenvolve noções de letramento da mesma maneira que desenvolve aprendizagens significativas.
À medida que a criança interage com eventos de letramento de sua cultura, ela elabora hipóteses sobre a função da escrita a partir do conhecimento que tem da língua oral.
Tanto nas situações cotidianas como em casa com a família, a criança compreende a variação da escrita, e torna-se usuária desta. Para Leite, (2008, p. 63), “o letramento ocorre naturalmente na rotina cotidiana da família, por meio de diferentes eventos, como o uso de desenhos ou de escritos para trocar idéias, fazer listas de compras, localizar endereços, ler revistas ou jornais etc”.
Nesse sentido, para que a criança aprenda a ler e a escrever, é importante observar, agir sobre os objetos, organizar o pensamento e situar-se no mundo, uma vez que o pensamento advém da própria atividade da criança. O indivíduo alfabetizado deve ser capaz de compreender o que lê e de expressar-se oralmente e por meio da escrita.
É preciso levar em consideração as interações cotidianas dessa criança, a oralidade e a interação com o adulto, pois estes parecem ser os fatores mais influentes na construção da escrita pela criança. É fundamental que se considere a história de letramento da criança, os aspectos culturais e políticos envolvidos e também estabelecer uma relação entre família e escola.
De acordo com Leite (2008 p. 61): 
O letramento escolar pode ser entendido como uma ocorrência de eventos no contexto escolar, construídosna interação entre educador e aluno, para que o aluno identifique a relação entre situações de letramento durante as aulas de alfabetização e as necessidades do uso da escrita no cotidiano. 
Dessa forma, para tornar um indivíduo letrado, não basta apenas o convívio no ambiente familiar. Nos dias atuais, somente a família não atende às demandas sociais do uso da escrita, é preciso que a escola contextualize o uso da escrita a partir do cotidiano da criança.
Sabe-se que é papel da escola tornar o aluno alfabetizado, o que inclue o domínio do código; mas o principal desafio é tornar o aluno um individuo letrado, habilitando-o a usar a escrita em atividades comunicativas e culturais. (LEITE apud TFOUNI, 1995, p. 66)
Assim, cabe à escola e aos docentes o incentivo e estímulo aos alunos, para que estes se tornem indivíduos letrados, preservando a sua cultura e os conhecimentos adquiridos no seio familiar.
De acordo com Terzi (1995, p. 65), 
crianças com bom desempenho, atendem às expectativas da escola, pois convivem com eventos e práticas de letramento compatível com a orientação escolar, outras apresentam dificuldades no desempenho escolar em virtude de práticas de letramento incompatíveis com a orientação escolar ou pelo fato da escola não considerar o letramento familiar na alfabetização.
Segundo Leite, (2008, p. 70) “o letramento vem tendo destaque nas discussões de linguístas e educadores quanto à valorização do uso e função da escrita a partir do cotidiano”. É um tema bastante complexo que envolve a valorização do indivíduo como cidadão, e que está inserido na sociedade letrada, que busca desmistificar a ideia de que alfabetização é condição para o desenvolvimento cognitivo, social, cultural e econômico. A alfabetização é apenas uma forma de letramento que ocorre no contexto escolar.
De um modo geral, a escola é a principal agência de letramento numa sociedade complexa como a nossa, a única possibilidade para determinadas comunidades de terem acesso aos bens sociais e culturais mais valorizados socialmente numa sociedade letrada, aqueles cuja produção se fundamenta na escrita.
Pensar no ensino da leitura na escola significa pensar nas relações sociais envolvidas com a possibilidade de acesso à escrita, que se mostra muito mais complexa quando pensamos que nossa sociedade não se divide em sociedades letradas e não letradas, mas se constitui de grupos sociais com diversos níveis de letramento, em razão da quantidade e das características do material escrito disponível, e das funções que o escrito possui nas práticas cotidianas.
De acordo com Leite (2008, p. 70), 
o aluno que chega à escola com alto nível de letramento é aquele que sabe manusear o material escrito com que desenvolverão suas atividades em sala de aula, já os que vêm de uma comunidade não letrada encontram muita dificuldades, pois cujas práticas sociais só se baseiam na oralidade, o contato com o material escrito é na maioria das vezes um caos.Pensar no ensino da leitura é pensar em instituição escolar e comunidade, o contexto do aluno, como também significa pensar na distribuição social do escrito, considerar que os materiais escritos circulam na sociedade de modo desigual, da mesma forma, é pensar como o que ocorre na circulação de determinados produtos, a que nem todos têm acesso, apenas uma minoria tem acesso aos produtos escritos mais valorizados socialmente. 
1.5 O Trabalho Pedagógico Docente no Processo de Literatura Infantil
É imprescindível que os professores que trabalham na área da educação infantil possuam uma formação adequada e significativa e, para tanto, precisam criar métodos que estimulem e despertem a leitura na criança, para que a mesma se torne prazerosa e indispensável na vida dos educandos.
Para que isso aconteça, o docente precisa ser um bom leitor, e assim poder transmitir aos seus alunos uma leitura de qualidade, e que prenda a atenção dos mesmos. As crianças precisam ser despertadas para a leitura, e para que o aprendizado aconteça, o professor deve favorecer um ambiente propício ao desenvolvimento da mesma, assim como estratégias de ensino que estimulem esse aprendizado.
Na concepção de Jolibert (1994, p. 14),
fazer com que a vida da aula proporcione às crianças situações de leitura simultaneamente efetiva e diversificada; ajudar as crianças a “interrogarem o escrito”: procura de sentido, hipóteses a partir de indícios e verificação; ajudá-las a utilizar os instrumentos (os fichários, entre outros) progressivamente elaborados pela turma; ajudá-las a elucidar suas próprias estratégias de leitura.
No entanto, os professores devem ser qualificados e dispor de um conhecimento amplo sobre a leitura, para que assim possam ensinar seus alunos a desenvolver uma boa leitura, ir além, buscar estudar como se dá o processo de aprendizagem da mesma, e ler muita literatura infantil, dessa forma tornar-se um conhecedor de boas obras literárias, com a finalidade de transmitir a seus alunos.
Quanto a isso, diz Cosson (2010 p. 12),
o professor há de prover seus alunos com dramatização, contar histórias e resumir filmes baseados em narrativas literárias, recorrer a fantoches, ler com entusiasmo passagens de romances, contos e poemas enfim, possibilitar que a criança se envolva na miniatura de mundo que é cada livro. Deduz-se daí que a ação do professor torna-se efetiva e afetiva. 
O professor deve então, dinamizar e diversificar seu trabalho com a literatura em sala de aula, para que assim possa enriquecer cada vez mais nas crianças o gosto pela leitura de obras literárias.
 As crianças precisam ser despertadas para esse tipo de leitura, pois sabe-se que a mesma é de fundamental importância para o aprendizado do aluno, por estimular o imaginário, o encantamento, a magia, o sonho a fantasia, enfim, por fazer parte das vivências da criança.
Para Soares (2004, p. 16) “este fato no caso a leitura, repercute no comportamento do professor e, portanto, no espaço por onde começa a trajetória do indivíduo na situação de leitor: a sala de aula”. Porque, por mais que o pesquisador, o professor está distanciado do volume de conhecimentos a respeito das concepções diferenciadas da leitura, dependendo, de um lado da formação obtida-que é antes metodológica que teórica – e, de outro, das vivências acumuladas. 
Por esta razão, seguidamente desiste em definitivo da teoria e hipervaloriza a experiência, afastando-se cada vez mais dos fundamentos que lhe ajudariam a entender e provavelmente alterar sua prática. (Soares, 2004)
É importante destacar que muitos educadores ainda deixam passar despercebidos a respeito da complexidade da leitura, transmitindo aos seus alunos saberes prontos, atividades massificadas que nada condizem com suas realidades. Dessa forma, desmotivando a criança e o jovem a mergulhar no universo de aprendizagens, conhecimentos, sabedorias e descobertas. 
Isso mostra os reflexos da falta de preparação do docente, sendo que é papel da escola oferecer cursos de formação continuada para seus professores, para que haja de certa forma, cumplicidade entre ambos (professor e aluno), e assim garantir uma leitura de qualidade.
Como observa Silva, (1998, p. 70),
poucos cursos de formação de professores trabalham a leitura em seus currículos e ,quando o professor precisa ensinar os seus alunos a ler, falta o embasamento teórico, restando-lhe a reprodução da prática de seus antigos professores.”Se o quadro geral de formação de professores nesses últimos tempos pode ser qualificado de fraco, a sua preparação prévia para o encaminhamento da leitura na escola pode ser considerada fraquíssima ou simplesmente nula.
Por esta razão, esses professores, não sabem como lidar com a questão da leitura, ou seja, não sabem como tornar a leitura prazerosa e estimulante para seus alunos e não reconhecem a importância que a mesma oferece na vida dos educandos.
Para Maruny (2000, p. 93): “o professor deve saber muito e estar em dia quanto aos temas do seu ofício:o que é aprender, o que é ensinar, o que é a linguagem escrita, o que é escrever e ler”.
Conforme o autor, os docentes devem possuir uma formação qualificada, estar inteirado na sua profissão, ter compromisso em sua jornada de trabalho, transmitir aos seus alunos um ensino de qualidade. Portanto, os professores devem ser sabedores de um conhecimento amplo e diversificado, sobre as várias estratégias de ensino, principalmente quanto ao aprendizado da leitura literária, e mostrar para os educandos, que a leitura faz parte de suas vidas, que está em toda parte no seu cotidiano.
Reforçando a concepção de que o professor deve ter uma formação qualificada para o ensino da leitura, Kleiman (2004, p. 15) ressalta que,
 
referimo-nos, por exemplo, ao lugar cada vez menor que a leitura tem no cotidiano do brasileiro, á pobreza no seu ambiente de letramento (o material escrito com o qual ele entra em contato, tanto dentro como fora da escola), ou ainda, á própria formação precária de um grande número de profissionais da escrita que não são leitores, tendo, no entanto, que ensinar a ler e a gostar de ler. 
Nessa perspectiva, para que possa fluir o aprendizado da leitura, a criança precisa ter contato com ambientes e materiais que estimulem a sua aprendizagem, assim como estar rodeada de livros, de atividades que favoreçam seu predomínio, que possam despertá-las e incentivá-las para o mundo da leitura, e para que isso ocorra, é preciso que as instituições de ensino e a própria sociedade trabalhem em prol do seu desenvolvimento, dispondo de uma boa formação de profissionais qualificados de materiais e equipamentos necessários para que de fato a leitura possa florescer.
O professor não deve apenas ser mediador de leitura, deve ser leitor, deve ser visto lendo, o que motivará seus alunos. Sendo usuário assíduo de seu objeto de trabalho, o livro, o professor torna-se responsável pela interação entre a criança e o livro. (RILDO COSSON, 2010, p.12). 
Concordando com o autor, é perceptível que a leitura é muito importante na vida das pessoas, ela está em toda parte, enfim na vivência do dia-a-dia, no entanto, sabe-se que ler não é só decifrar ou decodificar sons e palavras, é quando a criança compreende o sentido da leitura, e a mesma se torna indispensável em suas vidas por fazer parte de sua realidade e suprindo suas necessidades. Sendo assim, o professor deve analisar suas práticas em sala de aula, pois como diz Kleiman (2004 p. 16) “as práticas desmotivadoras, perversas até, pelas consequências nefastas que trazem, provêm, basicamente, de concepções erradas sobre a natureza do texto e da leitura, e, portanto, da linguagem”. 
Por esta razão, é importante que o professor tenha uma formação que se adeque às exigências da leitura e dos leitores, com práticas inovadoras, que possam mudar essa realidade, e assim a leitura deixa de ser vista como enfadonha e maçante, e passa a ser uma prática valorosa, enriquecedora de conhecimento, onde os alunos possam encontrar sentido, buscando compreensão nas várias formas de leitura.
Esse também é o entendimento de Maruny, (2000, p. 93), conforme se depreende a seguir.
Além dos conhecimentos das crianças da sala de aula, é importante conhecer como cada uma delas se movimenta em seu papel ou ofício de aluno, de aprendiz. Que ideias tem, quais deve mudar, que procedimentos e estratégias utiliza para aprender, para escrever, para ler e quais deve aprender para avançar.
Contudo, fica evidenciado que o professor deve levar em consideração as ideias de cada aluno, além de observar qual o modo de estudo que cada um se adequa melhor, pois desta maneira saberá qual procedimento utilizar para aquele educando aprender e avançar mais. 
1.6 A Literatura e o Processo de Ensino e Aprendizagem
Desde a história até os dias atuais, o vínculo entre escola e literatura infantil a cada dia passa por transformações. Dessa vivência, surge a relação entre professor e aluno, pois sabe-se que esses dois sujeitos estão envolvidos no processo ensino e aprendizagem.
Dessa forma, é correto afirmar que a aprendizagem surge da relação entre professor e criança, através do convívio entre ambos, das suas relações no ambiente escolar, dos estímulos, dos cuidados em fim, o professor torna-se mediador da aprendizagem.
A literatura infantil faz a criança viajar para um mundo encantado, cheio de sonhos e fantasias, como também de realidades. As histórias fazem com que a criança vivencie essas experiências em diferentes momentos, fazendo parte delas, enquanto personagens.
No entanto, ao ser trabalhada em sala de aula, a literatura infantil estimula o comportamento da criança, aguçando a criatividade, emoções, expressão de sentimentos. Abrindo caminhos para novas descobertas, novos desafios, fazendo a criança pensar, fluir suas idéias, deixando se levar pelo encantamento e a magia de cada história lida.
Com o auxílio dos livros, e por meio da leitura, é de suma importância que o professor faça com que a criança perceba que o leitor da história esteja completamente envolvido, e que cada criança tenha em mente uma história diferente pra contar. 
 Lajolo (2002, p. 106-107) salienta que
cada leitor, na individualidade de sua vida, vai entrelaçando o significado pessoal de suas leituras com os vários significados que, ao longo da história de um texto, este foi acumulando. Cada leitor tem a história de suas leituras, cada texto, a história das suas. Leitor maduro é aquele que, em contato com o texto, faz convergir para o significado de todos os textos que leu.
Nas instituições educacionais, as histórias precisam ser bem contadas e recontadas por intermédio do educador, para que assim, as crianças possam relatá-las e, transformar-se em leitores assíduos, participativos, interessados e compromissados em desenvolver uma boa leitura.
E com o passar do tempo, as crianças transformam-se em “leitoras”, visualizando as letras e "lendo" as figuras para os colegas de classe.
Nota-se que o papel das histórias infantis é desenvolver o aprendizado da criança e abrir novas perspectivas, novos rumos, alargando seus horizontes. Dessa forma, facilitando sua compreensão sobre a leitura, criando situações e abrindo possibilidades para enxergarem mais além.
O papel do professor é o de facilitador da aprendizagem, promovendo atividades que realmente prenda a atenção das crianças. Nessas relações de vivências e experiências entre educador e educando, cresce o desejo da criança de ir para um ambiente escolar, onde ela tem o direito de expressar-se, onde suas ideias são levadas em consideração onde se aprende a ler e a escrever e fazer o que mais gosta: misturar sonhos com fantasias. 
Cosson (2010, p. 25) salienta que, “em contato com os clássicos, o leitor tem a possibilidade de conhecer e compartilhar das diferentes dimensões da experiência humana, dos imaginários de outros povos e de outras épocas, mesmo sem nunca tê-los vivenciado”.
De tal modo, a leitura dos clássicos oferece aos seus leitores a possibilidade de enxergar a realidade de forma grandiosa, para além de seu restrito meio social, definindo assim como experiência de leitura. A literatura infantil proporciona aos seus leitores momentos constantes de contato prazeroso com a leitura e a escrita.
Portanto, a literatura abre caminhos para novas aprendizagens, novos rumos, novos desafios, novas perspectivas, buscando interagir com outros povos, outras culturas, sensibilizando a criança, ampliando o domínio da linguagem e, consequentemente, a sua capacidade de construção e conhecimento do mundo.
CAPÍTULO ll
METODOLOGIA DA PESQUISA
2.1 Conceito de Pesquisa
 A metodologia da pesquisa é uma ferramenta importante e necessária na investigação de determinados problemas apresentados, o qual é traçado a partir de metas a serem alcançadas no estudo da investigação. É utilizada para se alcançar os objetivos e coletar os dados da pesquisa através dos instrumentos propostos, com ointuito de que o autor da pesquisa tenha capacidade de construir seu conhecimento a respeito da realidade social a ser investigada. Minayo e Deslandes (2007, p. 14) a respeito da metodologia afirmam que
entendemos por metodologia o caminho do pensamento e a prática exercitada na abordagem da realidade. Ou seja, a metodologia inclui simultaneamente a teoria da abordagem (o método), os instrumentos de operacionalização do conhecimento (as técnicas), e a criatividade do pesquisador (sua experiência, sua capacidade pessoal e sua sensibilidade). A metodologia ocupa um lugar central no interior das teorias e está referida a elas.
A pesquisa é um relato de um caminho a ser percorrido de forma sistematizada por um indivíduo que busca intensamente o desejo de investigar espaços muitas vezes já explorados, mas com o intuito de inovar, de estar buscando algo novo, diferente para o propósito que deseja alcançar, a partir de seus conhecimentos, experiências e vivências adquiridas ao longo de sua vida.
Nesse sentido, Barros (1990, p. 30) afirma que “a pesquisa é definida como uma forma de estudo de um objeto”. Esse estudo é sistemático e realizado com a finalidade de incorporar os resultados obtidos em expressões comunicáveis e comprovadas aos níveis do conhecimento obtido.
A pesquisa é realizada com o propósito de buscar informações suficientes para responder o problema em questão, no entanto, se as informações obtidas não forem suficientes para resolver o problema proposto, é viável que o trabalho científico deve conciliar procedimentos, tanto no sentido da elaboração de teorias e de métodos científicos, como também, em relação à natureza do objeto/sujeito investigado.
“A pesquisa científica pode ser considerada como o produto de uma investigação, cujo objetivo é resolver problemas e solucionar dúvidas, mediante a utilização de procedimentos científicos” (BARROS, 1990, p. 30-31).
Portanto, é notório que a pesquisa é de fundamental importância no meio acadêmico, pois incentiva a descoberta de novas teorias científicas, a busca de soluções de problemas, o desejo de conhecer, de obter resultados imediatos sobre algo, colaborando assim tanto para o desenvolvimento intelectual quanto social daquele que pesquisa. A escolha desse tipo de pesquisa se deu pelo fato da proximidade da interação com os sujeitos e por existirem muitos elementos a respeito da literatura infanto juvenil a serem analisados.
2.2 Tipo de Pesquisa
A montagem do instrumento da pesquisa é correspondente à abordagem qualitativa do tipo pesquisa de campo, pelo fato de estar voltada para questões objetivas e subjetivas com base em um trabalho de compreensão em nível de realidade que trabalha com valores, hábitos, atitudes, representações e opiniões.
A pesquisa qualitativa é relevante no que diz respeito a uma modalidade de pesquisa a ser investigada cientificamente. A mesma tem se mostrado uma alternativa muito importante e eficaz nas investigações realizadas, e de grande valia para firmar conceitos e objetivos que se deseja alcançar e dar sugestões sobre variáveis a serem estudadas minuciosamente que trabalha com valores, hábitos, atitudes, representações e opiniões. 
Nessa perspectiva, a pesquisa qualitativa preocupa-se com a obtenção de conhecimento na busca de interpretações em situações em que o objeto de estudo deve ser observado ou que se deseja conhecer um processo, determinado aspecto psicológico complexo ou um problema complexo, sem muitos dados de partida. Alguns problemas de pesquisa requerem uma abordagem mais flexível.
Desse modo, as pesquisas qualitativas são exploratórias, ou seja, estimulam os sujeitos a pensarem livremente sobre algum tema ou objeto. Elas fazem emergir aspectos subjetivos e atingem motivações não explícitas, ou mesmo consciente, de maneira espontânea. Assim, são usadas quando se busca percepções e entendimentos sobre a natureza geral de uma questão, abrindo espaço para a interpretação.
É importante enfatizar que a abordagem qualitativa é aquela que leva em consideração a realidade dos fatos a partir de uma relação ativa entre o contexto estudado e o sujeito, coletando dados que sejam verdadeiros, sendo o processo de investigação o destaque de uma pesquisa.
Diante destas afirmativas e buscando uma maior sustentabilidade da pesquisa, é válido ressaltar que o estudo de campo possibilita ao pesquisador um contato maior com o ambiente e com o sujeito da pesquisa a ser estudado, tendo como vantagem a eficácia dos resultados e a confiança em analisá-los e transmiti-los.
Sobre o estudo de campo Gil (2011, p. 57) afirma que o mesmo
estuda um único grupo ou comunidade em termos de sua estrutura social, ressaltando a interação de seus componentes. Assim, o estudo de campo tende a utilizar muito mais técnicas de observação do que de interrogação, ao planejar apresenta maior flexibilidade ao longo da pesquisa em que seus objetivos possam ser reformulados.
Nessa perspectiva, a pesquisa de campo, traz mais benefícios ao pesquisador do que em outros tipos de pesquisa, por estar em contato com os pesquisados, vivenciarem sua cultura, seus hábitos, seus modos de pensar, de agir, de ser e de se comportar.
Por isso, os resultados são verdadeiros, uma vez que o pesquisador por passar mais tempo na comunidade pesquisada transmite mais confiança e segurança aos sujeitos pesquisados.
2.3 Instrumentos e Procedimentos da Pesquisa
Como instrumentos desta pesquisa foram utilizados a observação in lócus e o questionário.
A observação é um instrumento rico para uma pesquisa, pois permite detectar os fatos diretamente, sem nenhuma subjetividade.
Segundo Gil, (1990, p. 110),
a observação constitui elemento fundamental para a pesquisa. Desde a formulação de hipótese, coleta, analise e interpretação dos dados, a observação desempenha papel imprescritível no processo de pesquisa. É, todavia, na fase de coletas de dados que seu papel se torna mais evidente.
Nesse contexto, percebe-se que a observação in lócus apresenta como principal vantagem a revelação dos fatos, embora, vale ressaltar que na grande maioria das vezes, a presença do pesquisador pode influenciar na alteração do comportamento dos sujeitos observados.
O outro instrumento utilizado é o questionário, com perguntas abertas e fechadas, no qual os sujeitos pesquisados respondem a uma série de perguntas em um papel, sem que o pesquisador esteja presente.
A linguagem do questionário deve ser simples, para que o sujeito que estiver respondendo, entenda com clareza e não sinta dificuldade no que esta sendo perguntado. “Os estudos de campo requerem a utilização de variados instrumentos de pesquisa tais como formulários, questionários, entrevistas e escalas de observação”. (GIL, 2006, p. 132)
Os dados obtidos dos contatos entre pesquisadores e sujeitos da pesquisa configuraram-se como parte integrante do material de observação, como também de registro de modo como são estabelecidas essas interações, a maneira como foi recebido pelos sujeitos, à disposição para o consentimento da aplicação de questionários, o local a ser realizado, ou seja, tudo favoreceu a busca de elementos significativos para as possíveis interpretações, bem como para a compreensão do universo investigado, que serão postas no capítulo III.
Tabela 01- Instrumento de Pesquisa 
	OBJETIVOS
	INSTRUMENTO DA PESQUISA
	CRITÉRIOS
	PARTICIPANTES
	Identificar as contribuições da literatura infanto-juvenil no processo de letramento dos educandos dos anos iniciais do ensino fundamental da escola pesquisada;
	Questionário
	Analisar:
Formação
Escolaridade
Interesse pela leitura
	02 professores e 01 coordenador.
	Analisar como a literatura infantil é trabalhada na escola pesquisada, destacando metodologias e recursos utilizados;
	Observação
	Interação
Interesse pelo Conteúdo aplicado
Recursos utilizados
	Sala com 15 alunos
	Verificar os principais avanços e dificuldades enfrentadas pelos docentes nos trabalhos com a literatura infanto-juvenil e oprocesso de letramento dos educandos.
	Questionário
	Recursos utilizados, resultados obtidos.
	02 professores e 01 coordenador
Fonte: Carlos Gil, (2006). 
2.4 Contexto da Instituição da Pesquisa
A pesquisa realizou-se na Escola Municipal do Parque, localizada no Parque de Exposição Engenheiro Geraldo Rocha, no Bairro de Barreirinhas nesta cidade. Foi fundada no dia 19 de julho de 1996 na gestão do prefeito Saulo Pedrosa de Almeida, através do Decreto de número 009 de março de 1994, com registro na Secretaria Municipal de Educação, sob o número 335 em 27 de setembro de 1994.
Desde sua fundação a Escola funciona nos turnos matutino e vespertino, com as modalidades de pré-escola e ensino fundamental I. A partir de 1997 foram incluídas duas turmas de 5ª série, que com o passar do tempo e a necessidade local, estendeu-se até o 9º ano do ensino fundamental II, como nos dias atuais.
É importante destacar que a Escola Municipal do Parque é a pioneira na modalidade de Educação Especial, realizando atendimentos de alunos com necessidades educacionais especiais, incluindo também projetos relacionados à diversidade ético-racial. 
Atualmente, a escola tem 359 alunos e conta com quatro modalidades de ensino, sendo elas: Educação Infantil, Ensino Fundamental I e II, Educação de Jovens e Adultos e Educação Especial que perpassa todas as modalidades citadas, além de oferecer educação de tempo Integral do Programa Mais Educação. A maioria dos alunos que frequentam essa instituição é de crianças carentes de baixa renda, filhos de domésticas e trabalhadores rurais e braçais, a grande maioria passa por dificuldades financeiras e enxerga a escola, não só como um ambiente para educar seus filhos como também para alimentá-los, uma vez que muitos alunos saem de suas casas sem tomar café ou almoçar e vão para a escola na certeza de que serão alimentados.
A unidade escolar é mantida pela Prefeitura Municipal que arca com as despesas da estrutura física, setor pedagógico e pagamento da folha financeira dos professores e funcionários.
Também é contemplada com o recurso do Programa PDDE-PDE e Programa Mais Educação, que é aplicado na manutenção de despesas conforme as necessidades da escola. Diante do exposto, é possível perceber que a escola encontra-se em bom estado de conservação, com todos os ambientes funcionando em perfeito estado, o que faz com que os discentes desta instituição tenham um ensino de qualidade, visto que, os recursos didáticos e tecnológicos são utilizados para um melhor desenvolvimento do trabalho em sala de aula.
Tabela 02: Organização Estrutural da Escola
	ESTRUTURA
	QUANTIDADE
	Sala de Aula
	10
	Sala de Direção
	01
	Sala de Coordenação
	01
	Secretaria
	01
	Laboratório de Informática
	01
	Biblioteca
	01
	Cantina
	01
	Refeitório
	01
	Depósito de Merenda
	01
	Almoxarifado
	01
	Sala dos Professores
	01
	Sala Multifuncional
	01
	Pátio para recreação
	01
Fonte: Escola Municipal do Parque/2013
2.5 Sujeitos da Pesquisa
Ao se realizar uma abordagem de base qualitativa, o número de sujeitos que compõem o quadro dos pesquisadores determinaram tanto a quantidade quanto a qualidade das informações obtidas em cada dado.
Nesse sentido, quando colhemos os dados, levantamos as informações relativas ao objetivo da investigação. Assim, segundo Gonçalves (2005), está cada vez mais evidente que, num processo de pesquisa, o investigador interage com o sujeito e é dessa interação que os dados são produzidos.
A escolha dos participantes surgiu a partir do interesse de investigar como acontece o processo ensino aprendizagem na sala de aula, como é trabalhado o tema literatura infanto juvenil e como este é utilizado no decorrer das aulas.
Os sujeitos participantes desta pesquisa foram:
Duas professoras:
1ª Professora - Formada em nível superior no curso de Pedagogia, atua na área de educação infantil há aproximadamente quatro anos. Trabalha na escola pesquisada há três anos.
2ª Professora - Formada em nível superior em Pedagogia, trabalha nesta instituição há dois anos, mas há cinco anos trabalha com educação infantil.
 Uma Coordenadora Pedagógica, graduada em pedagogia e pós-graduada em história. Cursa Psicopedagogia na Coordenação Pedagógica da Escola há dois anos.
O trabalho com os profissionais da educação nos possibilitou a coleta de informações que favoreceram a análise das principais questões apresentadas nessa investigação no intuito de chegar à elaboração mais segura e próxima do contexto investigado.
2.6 Análise dos Dados
A análise dos dados é feita a partir dos objetivos propostos, buscando refletir sobre as informações coletadas e evidenciadas no decorrer do trabalho de investigação. A partir dos dados obtidos no processo investigativo, as informações foram organizadas em forma de blocos temáticos que pretenderam evidenciar a análise interpretativa dos dados coletados à luz de estudos bibliográficos apresentados na fundamentação teórica desse estudo.
Em seguida realizou-se a análise das respostas dos sujeitos participantes da pesquisa, o que permitiu uma compreensão maior a respeito das questões abordadas. Desse modo, no capítulo III desta pesquisa, serão apresentados os seus resultados, através da análise e interpretação dos dados obtidos a partir das respostas dos sujeitos envolvidos.
CAPÍTULO III
ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES
Primeiramente nesse capítulo abordaremos sobre o que é análise de dados e sua importância para a pesquisa realizada. A seguir faremos uma breve introdução e por fim analisaremos as respostas deste trabalho.
Análise de dados é um processo de investigação científica muito importante, uma vez que identifica as especificidades e melhores condições para o desenvolvimento de novos estudos, baseado no maior entendimento conceitual do processo investigativo, adequando aos respectivos paradigmas.
3.1 Momento da Análise da Pesquisa
Com nos autores apresentados na fundamentação teórica desse estudo, mostrou-se na análise dos dados como foi feita a partir dos objetivos propostos os dados obtidos no processo investigativo.
As informações foram organizadas em forma de blocos temáticos que pretendem evidenciar a análise interpretativa dos dados coletados.
Desta forma, realizou-se a análise das respostas dos sujeitos participantes da pesquisa, o que permitiu compreensão maior a respeito das questões abordadas. Os questionamentos foram feitos a duas professoras e uma coordenadora da Escola Municipal do Parque.
.
 Tabela 03: Qual a sua compreensão sobre literatura infanto-juvenil?
	SUJEITOS
	RESPOSTAS
	PROFESSOR 01
	Incentivar a formação do hábito de leitura, na idade em que todos os hábitos se formam, isto é, na infância.
	PROFESSOR 02
	Motivar a leitura, levar o lúdico para o chão da sala de aula.
	COORDENADOR 01
	Vejo a literatura infanto-juvenil, como os primeiros passos de viagem à leitura da criança, e essa deve ser algo prazeroso e significante na vida da criança. Pois é nesses primeiros passos que a criança desenvolverá o seu gosto pela leitura.
Fonte: Escola Municipal do Parque/2013
Como se sabe, a literatura permite recriar e reconstruir a realidade de forma livre, sem amarras e compromisso em atestar de fato o real, pois a literatura é fruição imaginária. Da mesma forma que o autor reinventa a realidade livremente, o leitor a lê de forma livre, isenta de convenções, uma vez que, um dos propósitos e desígnio da literatura é a arte.
Nesse sentido, compreende-se a literatura como uma forma de transpor o real.
A arte, e, portanto a literatura, é uma transposição do real para o ilusório por meio de uma estilização formal da linguagem, que propõe um tipo arbitrário de ordem para as coisas, os seres, os sentimentos. Nela se combinam um elemento de vinculação à realidade natural ou social, e um elemento de manipulação técnica, indispensável à sua configuração, e implicando em uma atitude de

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