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Dermatopatias: Revisão Morfofuncional

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DERMATOPATIAS
-Revisão morfofuncional
-Padrões das lesões morfológicas
Não raramente o clinico necessita da ajuda de um patologista, encaminhar o material com formol para o patologista (biópsia). A manifestação da doença é a lesão macroscópica, por isso o clinico deve estar apto a descrever e sugerir uma doença...
Odor, prurido, aparência incomodam o proprietário de pequenos animais, além de que há muitas dermatopatias que são zoonoses – maior procura na clínica de pequenos. 
Nas doenças de pele, as lesões clinicas representam as lesões macroscópicas. 
1) Revisão:
Pele é o maior órgão do corpo; barreira protetora contra perda de fluidos, contra agentes infecciosos, e substancias químicas, traumas; ajuda a regular temperatura corporal junto ao panículo adiposo; manutenção da pressão sanguínea (vasodilatação e constricção periférica); ativação da vitamina D (fotólise do dehidrocolesterol ocorre na pele sobre ação da radiação ultravioleta); órgão sensorial; armazenamento de nutrientes (água, proteína, carboidratos, vitaminas, lipídios); papel na imunidade inata e adaptativa.
HISTOLOGIA: epiderme, derme, hipoderme (subcutâneo).
Epiderme – mais externa e estratificada. O mais externo é o córneo, seguido pelo granuloso, espinhoso e camada basal. Estrato lúcido só na pele glabra.
Derme – Não há linha de demarcação precisa, mas se divide em superficial e profunda.
Hipoderme – tecido subcutâneo. 
Anexos: glândulas apócrinas – sudoríparas, sebáceas, folículos pilosos, tudo isso se encontra na derme.
Dependendo da região que é realizada a biopsia, o aspecto histológico varia: dorso/membros são mais espesso, principalmente estrato espinhoso. Região ventral e posterior é mais delgada. É importante colocar o local da biópsia, pois é necessário saber se houve atrofia da epiderme (hiperadrenocorticismo), ou acantose (hiperplasia da epiderme).
Pele glabra (parte da pele que não tem pelo – palmar e plantar) é mais espessa, estrato espinhoso é muito desenvolvido. Pele hirsuta (parte da pele que tem pelos) é menos. Animais de grande porte tem pele mais espessa. Há diferenças histológicas de acordo com a região do animal. 
A membrana basal da pele hirsuta é regular, a glabra tem projeções. 
Epiderme:
Estrato córneo – constituído de corneócitos – são células achatadas, alongada eosinofilica e elas descamam. (Queratinócitos que sofreram queratinizarão) Muito desenvolvido é hiperseratose ortoqueratotica quando não tem núcleo e paraqueratose quando tem núcleo (def. de Zn causa isso)
Estrato lúcido – pele glabra
Estrato granuloso – queratinócito possui grânulos de ceratohialina no citoplasma (basofílicos que formam a queratina)
Estrato espinhoso – camada mais espessa. Queratinócitos são a principal célula da pele, elas são poligonais, com citoplasma abundante. Nesse estrato o queratinocito tem uma adesão muito grande, através de desmossomos, que podem ser vistos no corte histológicos parecendo espinhos. Espinhos deriva de acantus, por isso o nome acantose, que é quando ocorre hiperplasia da epiderme, pois o que fica mais espesso é o estrato espinhoso. 
Essa diferenciação é um ciclo, que leva aproximadamente um mês para que ocorra essa diferenciação e a descamação da pele. 
Várias doenças cursam com o aumento da descamação, por exemplo as doenças seborreicas – ocorre por que o processo esta ocorrendo de forma acelerada – a descamação é exagerada. 
Em meio ao extrato basal, estão os melanócitos, que produz a melanina que se localiza sobre o núcleo, confere as células proteção contra radiação. 
Algumas lesões de pele causam lesão característica em determinados pontos: exemplo pênfigo gera fendas, a depender do local há a classificação. 
A melanina fica sobre as células para proteger da radiação solar, o CCE é gerada por falta dessa melanina.
*a pele glabra é irregular: projeções formando interdigitações dérmicas, papel de ancoramento, aumenta a superfície de contato. A lúpus causa lesão nessa parte. 
A diferença da pele glabra para pele hirsuta é que na glabra tem uma camada a mais que é o extrato lucido. 
Derme:
Superficial engloba a parte superior do folículo piloso e glândulas sebáceas. Profunda engloba parte inferior do folículo e glândulas sudoríparas. Constituição: rica em fibras colágenas, elásticas, e substância fundamental (glicosaminoglicanos). Papel de sustentação. A imunomediada o diagnóstico é sempre na histopatológia. 
*Unidade apopilosebácea – glândulas apocrinas, pelo e glândulas sebáceas. 
Tecido Subcutâneo (hipoderme, sub-cútis, panículo): 
Função de ligar derme ao musculo ou osso subjacente; rico em tecido adiposo, fibras elásticas e colágenas. Função de isolante térmico, absorção de choque. 
Anexos da pele: Apopilosebaceas 
Folículo piloso – crescimento obedece a ciclos:
-Anágeno – pelo cresce, intensa atividade mitótica;
-Catágeno – fase de transição, há pausa da proliferação e começa o período de repouso;
-Telógeno – fase de descanso;
-Exógena – queda do pelo. 
Esse ciclo é regulado de forma complexa e não completamente elucidada. Hipóteses: genética, temperatura e fotoperíodo (via eixo hipotálamo-pineal que estimula a melatonina), nutrição (pelo é composto por proteína – queratina - se o animal tem a nutrição prejudicada e a produção de pelos sadios é prejudicada, pelagem também fica sem brilho, pois a cutícula tem formação prejudicada), hormônios tireoidianos e do crescimento, estrógenos e glicocorticoides (hipotireoidismo causa alopecia simétrica bilateral – estrogênio suprime crescimento do pelo. Hipercortisolinimo também, cão com Sertolioma – que um cão criptoquismo).
TERMOS CLÍNICOS
Saber fazer correlação entre as lesões histológicas e macroscópicas, para poder elaborar os diagnósticos diferenciais. 
-Mácula < 1cm; e mancha > 1 cm – aspecto morfológico idêntico, só muda o tamanho. Cor variável. Área achatada, plana, afeta epiderme, pode ser circunscrita ou irregular e é diferenciada da pele pela cor.
Ex: pele de diamante dos suínos (erisipela)
-Hemorragia: petéquias, sufusão, equimose;
-Pápula – elevação sólida, saliente e menor que 1cm. Normalmente circunscrita, afeta epiderme e derme.
Ex: picada de inseto, neoplasia em fase inicial, inflamação, foliculite furunculosa – libera queratina que é irritante e trás exsudato.
-Placa – formada pela confluência de pápulas, lesão maior e mais evidente. Menos elevada e mais larga e firme. Ela é mais comprida que alta.
Ex: neoplasias (carcinoma inflamatório – tumor de mama), vergões, calcinose cutânea (hiperadrenocorticismo), 
-Pústula – microabscesso, acúmulo superficial de piócitos. Membrana frágil, por isso nem sempre você vê a pústula e sim o colarinho epidérmico. Abaixo do estrato córneo (superficial). 
Ex: impetigo (staphylococcus), pênfigo foliáceo, secundaria a uma reação alérgica.
 -Vesícula/ bolha – líquido seroso, bolha é uma vesícula grande. Lesão elevada circunscrita contendo líquido translucido. 
Ex: queimadura de pele, febre aftosa, estomatite vesicular dos suínos, febre catarral maligna, DVB, exantema vesicular – vírus epiteliotropicos. 
-Vergão – Reação vascular transitória, área elevada com formato irregular, formado por edema cutâneo. Transitório. Ocorre em erupções cutâneas alérgicas.
Ex: teste da tuberculinização (teste da tuberculose- inoculação do antígeno). Urticária. Pode ter hiperemia. 
-Nódulo – Pode ser qualquer coisa. Lesão elevada sólida, circunscrita. Maior que 1 cm (menor é a pápula).
Ex: hiperplasia, granuloma, abscesso, neoplasia. Microbacteriose atípica – nódulos nas orelhas dos animais. 
-Comedão – acúmulo de queratina dentro do folículo piloso, tampão de estrato córneo, ás vezes com sebo dentro. Folículo dilatado devido à obstrução. 
Ex: ocorre muito em casos de hiperestrogenismo. Síndrome do comedão do shnauzer. Acne do queixo do gato. 
-Colarinho epidérmico – anel chato minimamente elevado. Escamas com aspecto circular que aumentam perifericamente. Vesículas, bolhas ou pústulas rompem e originam o colarinho epidérmico. Anel de descamaçãoque ocorre após ruptura dessas vesículas. 
-Crosta – aglutinação de sangue, exsudato purulento, soro, que ocorre na superfície da pele. Casca da ferida.
Ex: otite... Dermatite actinica na ponta da orelha de gato branco.
-Escoriação – lesão linear em que há perda linear da epiderme. Muitas vezes lesões auto-induzidas. Arranhão.
-Erosão – Superficial; há perda da parte superior da epiderme. Lesão úmida, pois tem perda de fluido. 
-Úlcera – Profunda. 
-Fissura – fenda profunda que começa na epiderme até a derme. 
Ex: animal com hiperqueratose nasodigital possui essas fendas.
-Cisto – cavidade repleta de fluido envolta por uma membrana, localizada na derme ou subcutâneo. 
Ex: cisto epidermal em cães.
-Calo – área espessada e elevada da epiderme, com hiperqueratose (aumento do estrato córneo) e acantose (hiperplasia da epiderme). Ocorre muito nas protuberâncias ósseas.
Ex: pioderma caloso – quando há inflamação do calo.
-Liquenificação – pele espessada, irregular, cursa com hiperpigmentação e hiperqueratosa, aspecto de pele de elefante. 
Ex: Ocorre em várias doenças crônicas da pele. Malasseziose.
-Escara – 2 definições. Necrose isquêmica com perda de epitélio superficial por decúbito prolongado. Ou por tecido cicatricial, de anterior necrose. 
 -Escama – células fragmentadas queratinizadas, como se fossem flocos irregulares.
Ex: seborreia – seca e oleosa. Cocker spaniel tem seborreia primária. 
-Úlcera – ultrapassa epiderme, ocorre perda de tecido. Formato côncavo, perda de epiderme e ultrapassa a membrana basal. Lesão úmida. 
Ex: carcinoma epidermoide pode ser ulcerativo. 
-Neoplasias – Massa anormal de tecido cujo crescimento é excessivo e descontrolado, permanece mesmo após o estimulo que o causou. 
Pode ser infiltrativo ou não.
Ex: gato branco com lesão no nariz/ orelha – carcinoma epidermóide. Diagnósticos diferenciais: esporotricose, criptococose (nariz de palhaço).
*Sarcoide equino – causado por papilomavirus bovino.
PARTE 2
-DERMATOSES – não relacionadas a um agente infeccioso específico.
Exemplo – alopecia, hipotricose, liquenificação, hiperqueratotica -> comum em doenças crônicas da pele! Como resposta crônica a agressão a pele fica mais espessa e hiperpigmentada. Também no caso há eritema. Animal tinha Demodicose e piodermite secundária. – Fazer antibioticoterapia para depois uma biópsia. 
*acantose = hiperplasia do estrato espinhoso. 
*hiperqueratose = aumento do estrato córneo. Quando há o núcleo retido na queratina, dá ideia de diferenciação exagerada e a doença típica que tem isso é a Paraqueratose (hiperqueratose paraqueratótica – com núcleo nos queratinocitos do estrato córneo). Quando não tem núcleo é hiperqueratose ortoqueratótica.
Hiperpigmentação = muita melanina na camada basal. 
*congênito X hereditário = congênito é observado ao nascimento, e ocorreu lesão durante o desenvolvimento do feto. Hereditário nem sempre ao nascimento é manifestado a doença, pode ser mais tardiamente. 
1) Doenças congênitas/ hereditárias:
-Epiteliogênese imperfeita = falha no desenvolvimento completo normal da epiderme. Há exposição do tecido subjacente. Afeta também mucosa oral. 
Porta de entrada para infecções secundárias; dependendo do grau de extensão da lesão pode ser fatal, por perder muito fluido, desidratar ou ter septicemia. 
Nos bovinos é muito comum nos membros e na face. 
-Deficiência hereditária de Zinco = descrita em bovinos e em cães.
Bovinos: linhagem letal A46 – doença hereditária genética autossômica recessiva, mutação do gene da linhagem a46. Essa alteração é letal em homozigose. Também chamada de doença de ADEMA ou paraqueratose hereditária (a lesão histológica tem aumento de estrato córneo com presença de núcleo). Também chamada aplasia tímica hereditária – animais afetados também apresentam o timo aplásico ou hipoplásico, inclusive é o que causa a morte do animal. Animais apresentam incapacidade intestinal na absorção do zinco; esse zinco é importante para a maturação do linfócito T; devido a essa deficiência, não há desenvolvimento adequado dos órgãos linfoides; Como consequência, todos os órgãos linfoides secundários (baço, linfonodos, MALT) não desenvolvem adequadamente. Animal morre por infecções graves. BOVINOS SUPLEMENTADOS COM ALTO TEOR DE ZINCO SE RECUPERAM. Doença não é observada exatamente ao nascimento. Animais morrem muito com broncopneumonia secundária.
Macro = alopecia, erosões, eritema, ulceras, ao redor do plano nasal e periocular. Lesões crostosas. Afeta muito membros... 
Caninos: forma semelhante da doença – Acrodermatite letal do Bull Terrier. Acro = extremidade. Lesão na pele, que afeta as extremidades dos membros. Também doença genética. Exclusiva do bull terrier branco. SUPLEMENTAÇÃO COM ZINCO POR VIA ORAL NÃO RECUPERA O ANIMAL. Mas também há incapacidade na absorção intestinal do zinco. 
-Ictiose = humano, cães, bovinos e suínos. Aderência maior dos queratinocitos com isso há descamação retardada. Formam-se placas que se assemelham a escamas de peixe.
-Dermatoparaxe = cútis hiperelástica ou astenia cutânea. Displasia do colágeno derma e a pele fica frouxa, hiperextensível. Perde resistência e é facilmente rasgável.
-Epidermólise bolhosa = doença mecano-bolhosa – há formação de bolhas na pele em resposta ao mínimo trauma mecânico. Afeta cães. Defeito no ancoramento da epiderme à derme; falta proteína, queratina, hemidesmossomos, defeito estrutural. Epiderme se deprende e forma-se bolhas. 
Nos búfalos se chama dermatose mecanobolhosa acantolitica suprabasilar hereditária dos búfalos – os queratinócitos que se desprendem, eles se chamam queratinócitos acatolítico, por isso o nome. Suprabasilar, pois é acima da membrana basal.
HIPERTRICOSE 
-afeta bovinos com febre aftosa quando a infecção é intrauterina. 
-equinos com neoplasia congênita da hipófise;
HIPOTRICOSE = menor densidade pilosa por unidade de área
-lembrar que nos animais isso é geralmente genético hereditário devido a mutações espontâneas em genes relacionados ao controle do desenvolvimento do pelo no folículo piloso.
Em algumas raças de cães e suínos, essa alopecia é reconhecida como padrão da raça. 
*Deficiência de iodo materno pode gerar nascimento de individuo com hipotricose. 
*Bovinos infectados com DVB intrauterino pode apresentar hipotricose.
2)Desordens Seborreicas
Seborreia X Queratose: ambos estão relacionados à maior descamação. Seborreia há hiperqueratose generalizada. A queratose é localizada. Diferenciar pela extensão da lesão.
Seborreia = fluxo aumentado de sebo. Descamação excessiva, presença de crostas e aumento da oleosidade (ou não). 
-Seborreia idiopática primária: Rara. Muito frequente nos cães da raça Cocker Spaniel. Nessa doença ocorre hiperproliferação epidérmica. Descamação excessiva no pelo do animal. 
-Secundária é mais comum: pode estar associado a infestação por ectoparasitos, fungos, hipotireoidismo. Lembrar que clinicamente a lesão NA PELE é a mesma. 
A importância em diferenciar é que o tratamento pode ser paliativo ou curativo.
-Dermatose responsiva a deficiência de Vitamina A: Animais tratados com vitamina A respondem bem. Porem não é a causa. Vitamina A estimula a diferenciação epidérmica. Afeta predominantemente Cocker Spaniel – Diferenciação: faixa etária. 2º animais adultos. 1º surge no primeiro ano de vida e se agrava com a idade.
-Dermatite seborreica: cursa com queratinização. Seborreia oleosa focal. Tem placas eritematosas, bem delimitadas, circunscritas. Sabe-se que há malasseziose e Piodermite bacteriana. *pelos aglutinados e odor fétido. 
-Hiperqueratose nasodigital do cão: doenças infecciosas (cinomose, papilomatose, leishmaniose), doenças imunomediadas (LES, pênfigo foliáceo), doenças herdadas (ictiose, deficiência de zinco), hipotireoidismo. 
Plano nasal aumenta a quantidade de queratina. 
-Corno cutâneo: Lesão relativamente rara. Massa cilíndrica, cônica, composta por queratina acelular, na qual a altura é maior do que o diâmetro. Associada a certas enfermidades – papilomas,queratoacantomas, CCE, em áreas de ceratose actinica. 
-Queratose actinica: lesão na pele causada por radiação solar, ultravioleta. Afeta principalmente animais de pelagem clara, sobretudo gatos, principalmente nas pinas, plano nasal e pálpebra - são mais sensíveis a lesão. -> LESÃO PRÉ-NEOPLÁSICA, tem potencial de malignizar. 
Crostas, erosão, ulceração, eritema. Descama e afeta área branca. Preserva áreas pigmentadas e afeta áreas despigmentadas.
2) Pigmentação
Hiperpigmentação = quantidade maior de pigmento melânico na pele.
-Acromelanismo – gatos da raça siamês. Enzima termosensível que ativada causa crescimento de pelos mais escuros em áreas quentes. Enzimas estimulam a melanização. NÃO É PATOLOGICO.
-Hiperpigmentação secundária – a doenças infecciosas. No homem, um exemplo é a melanodermia (bronzeado); resposta a uma agressão dos raios ultravioletas. 
-Acantose Nigricans – hiperplasia da epiderme que fica hiperpigmentado. Doença idiopática primaria rara do Dashchund. Genodermatose: doença dermatológica de origem genética. 
O clínico extrapola o termo para outras raças e outras lesões. É errado. Pelo menos a primária é de Dashschund.
Se origina nas axilias do membro anterior, região cervical, esterno. Extremamente fétida, por acumulo de queratina e sebo e predispõe o animal a infecções secundárias. 
Hipopigmentação = 
-Leucotriquia/ Leucodermia
-vitiligo – hipomelanose melanocitopênica (tem melanócito). Considerado uma doença imunomediada, na qual produz anticorpo contra os melanócitos que sofrem destruição. Máculas e manchas brancas. A doença pode se estabilizar, pode progredir ou regredir, não se sabe. Predisposição pelo Rotweiller. Ao redor dos olhos, narinhas... 
-albinismo – hipomelanose melanopênica (não tem melanócito) – Doença metabólica. Não tem a enzima tirosinase, por isso a falta do pigmento melânico; os animais já nascem albinos. 
-Deficiência de Cobre – Hipocuprose. a lesão é semelhante: Acromotriquia. Despigmentação dos pelos, ocorre em bovinos na região periocular “bovino de óculos”. Afeta também ovinos. Essa deficiência pode ser primária (não ingestão) ou secundária (pela competição por excesso de molibdênio). 
Em Nelore, há rarefação do pelo e deixa aparecer a pele preta.
3) Agressões químicas
-Dermatite irritante por contato – na alérgica esta relacionada a resposta imune. Aqui é causada por substâncias irritantes que causam lesão direta na pele. Sabões, ácidos, bases fortes, detergentes, plantas irritantes. Região afetada e a que tem mais contato com o irritante: patas, ventre. Hiperemia, erosão, prurido, trauma auto infringido (escoriações). 
-Reações em local de injeção – ocorrem em cães e gatos devido a inoculação em vacinas. Quando inoculados no tec subcutâneo incitam estimulo antigênico persistente, e inflamação crônica granulomatosa, no local da injeção. Nos gatos, podem desenvolver também neoplasias malignas: fibrossarcoma, condrossarcoma, rabdomiossarcoma, osteossarcoma (sarcoma vacinal). Antigamente era comum no pescoço, por isso hoje as vacinas são feitas na perna.
-Intoxicação por Selenio (álcali disease) – crônica. Aguda é rara pq plantas c muito selênio não são palatáveis.
Ocorre queda de pelos da crina, da cauda, lesões no casco (estrias transversais). Diagnostico diferencial -> Cogumelo (ramaria flavo-brunnescens... em bosque de eucaliptos).
-Mimosina (Leucena leucocephala) – Efeito depilatório. Relacionada a alteração na síntese proteica do pelo. 
4) Deficiências
-Def de Zinco – nem sempre é hereditária, Sendo nutricional com o quadro clinico igual, mas nesse caso não ocorre alteração no Timo, por que afeta principalmente animais adultos porque o sistema imunológico já teve seu desenvolvimento pleno. Também chamado: Paraqueratose nutricional (distúrbio básico é uma hiperqueratose paraqueratótica). Placas hiperpigmentadas, hiperqueratoticas, principalmente periocular, plano nasal, orelha, membro. 
2 formas nos cães: nas raças nórdicas, há deficiência na absorção intestinal; ou cães jovenss em rápido crescimento com dieta pobre em zinco.
*Nos suínos, ocorria quando alimentados com dietas ricas em cálcio e acido fítico, que competem com a absorção do zinco. Era mais comum antigamente, pq hoje em dia os alimentos são mais bem balanceados.
-Deficiência calórico–proteica – pelo opaco, quebradiço, má qualidade da pelagem. Pelo composto por proteínas, então se o animal tem deficiência, a produção do pelo vai ser prejudicada.
6)Doenças endócrinas
-Hipotireoidismo – a mais comum no cão. Causada por: atrofia e necrose idiopática da tireoide; ou tireoidite linfocitica ou linfoplasmocitaria. Afeta principalmente animais adultos.
Sinais clínicos: Obesidade, letargia, relutância ao exercício; hipercolesterolemia; termofilia; fáscies trágicas, devido a mixedema (edema da pele por acumulo de mucina - na histo pode ver o tec mixóide); alopecia da cauda “cauda de rato” – alopecia simétrica bilateral. 
Deficiência de Iodo. Diagnóstico recomendado é a dosagem de hormônios tireoidianos, ou pode fazer biopsia de pele e achar hipertrofia do musculo eretor do pelo. “Folículo em chama” ou folículo em fase telogênica – fase de descanso. Queratinização tricolemal. 
-Hiperadrenocorticismo – 2ª desordem endócrina mais comum no cão. Hipercortisolinismo termo mais indicado. 
Neoplasia funcional da hipófise (produz acth) causa hiperplasia bilateral da região cortical da adrenal; neoplasias da adrenal. Normalmente, uma adrenal esta aumentada e a outra diminuída. Se as duas estiverem diminuídas, pode ser hiperadreno iatrogênico.
Clínica: polidipsia, polifagia, poliúria; “barril sobre quatro patas” Abdome pendular por conta de atrofia muscular do abdome; hepatomegalia; calcinose cutânea; atrofia do colágeno, tecido conjuntivo, pele fina, atrofia epidérmica. “Pele em papiro”. Alopecia simétrica bilateral, pode ter comedão. 
-Hiperestrogenismo – ocorre mais em fêmea. Relacionado a ovário policístico, neoplasias funcionais do ovário (raro), iatrogênico devido a tratamento da incontinência urinaria. Em machos, casos de tumores funcionais do testículo (ex: sertolioma – síndrome feminilizante).
*Femea: alopecia simétrica bilateral, comedões; hiperplasia mamaria; estro prolongado; pseudociese.
*Macho: rejeita femea, atração peculiar por animais do mesmo sexo; ginecomastia; galactorreia; prepúcio pendular. 
*testículo criptorquida é mais propenso a ter neoplasias.

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