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FACULDADE REGIONAL DA BAHIA PROGRAMA DE GRADUAÇÃO EM DIREITO JOÃO PAULO MONTEIRO DE JESUS SENTENÇA Salvador 2014 JOÃO PAULO MONTEIRO DE JESUS SENTENÇA Salvador 2014 Trabalho apresentado como requisito avaliativo da disciplina Introdução ao Estudo de Direito, no curso de Direito, na Faculdade Regional da Bahia. Prof. Msc. Marcel Engracio Trabalho Elaborado com base no conteúdo do livro de LON L. FULLER, O Caso dos Exploradores de Cavernas, traduzido pelo Drº Ivo de Paula, LL.M., Introdução e Apêndice Por João Paulo Rossi Júlio, Advogado. Após ler o livro trarei argumentos plausíveis para obra, podendo argumentar sobre o mesmo e dando minha opinião a respeito, um livro onde o enredo, trata da Estória de 4 amigos Exploradores de cavernas que ao ficarem presos em uma caverna após uma avalanche de pedras onde bloqueou a entrada e única saída, si viam na luta pela sobrevivência, enquanto a sociedade e as autoridades competentes lutam de fora da mesma para salva-los do infortúnio da morte, estes homens viveram momentos difíceis para suportar dias presos e ate a ausência de comida, quando um deles o sr. Roger Whetmore, resolveu dar a ideia de um dos 4 amigos se sacrificar para salvar a vida dos outros, se permitindo ser morto para alimentar os demais amigos ate que a caverna fosse desobstruída e assim os demais fossem salvos, só que o mesmo, desistiu de tal acordo e os demais não desistindo resolveram tirar a sorte nos dados para que o que perdesse fosse morto para que o acordo não fosse quebrado, o Sr. Whetmore, mesmo tendo desistido do acordo, foi posto pelos amigos a participar jogada de sorte ou azar impelido pelo fato de mesmo não querendo participar, um dos seus amigos jogando o dado em seu lugar para decidir sua sorte, a qual não foi bem sorte, pois ele perdeu e teve sua vida ceifada pelos “amigos” para que o acordo fosse cumprido, após abertura da caverna e tendo sido salvos os demais, a justiça e a população viveram momentos de indagação. Os três senhores causadores da morte do Sr. Whetmore são sobreviventes de uma tragédia de decurso da vida e da natureza, ou são assassinos frios ao ceifar a vida de um amigo o qual desistiu de participar e obrigado a não ter escolha teve sua vida usurpada por um ato que digamos de passagem podemos chamar de “Selvagem ou de Sobrevivência”. Esta História nos remete a pensar e responder nos dias atuais o que seriamos, de qual lado estaríamos? Do lado do Assassinato pela Sobrevivência ou do lado da Brutalidade do Assassinato pela Crueldade. Com base nos argumentos impostos por todos os Juízes no decorrer do livro, percebemos as diversas faces desse problema, varias, diversas interrogações nos remeteríamos a pensar onde iriamos parar se a decisão fosse falha, nossos embate e questionamento começou com as ideias e o pensamento do Juiz Foster, J. que se dedicou a defender os 3 homens com o apelo de que os mesmos agiram em legitima defesa da Vida, indo de encontro ao Estatuto (código Criminal) onde o mesmo por Juramentos disse defender e aceitar sendo sempre imparcial no que fosse tido como crime, mais o mesmo, não se abstendo de seus pensamentos de que o ato tinha sido de natureza de sobrevivência e pelo ato da legitima defesa contra vida, buscou defender e inocentava os 3 homens como heróis resistentes a tão “brutal luta pela sobrevivência” os demais. O senhor juiz Tatting, J. Totalmente contra ao pensamento do senhor Foster, contra pôs e argumentou ao declarar que segundo sua visão o senhor Foster a todo tempo caiu em contradições e falácias, por que em tal situação o Juiz Tatting, ressalva que nunca em toda sua carreira na Magistratura havia passado, e retificou dizendo que estaria sem possibilidade de defender ou acusar os réus por não haver perante a lei daquela cidade nada que pudesse resolver o caso, ferido pela falta de consenso em seus pensamentos que o remetia a dois caminhos, se exauriu em palavras e pensamentos que comprovavam a não resolução da causa, tardando em falar e não se abster em um caminho concreto que pudesse expressar sua opinião, que levasse-o a resolução do caso sem que houvesse erro contundente de sua posição, o Juiz Tatting, se coloca incapacitado para proferir uma decisão sobre o caso. O terceiro Juiz o Sr. Kenn, J. sendo na minha opinião o Juiz mais coerente com o caso, me fez de fato visualizar a situação e a ideia central do caso, possibilitando a visualização interna e externa do problema e remetendo aos demais ouvintes, a capacidade de suprir seus pensamentos com argumentos convincentes e objetivos com base na resolução do caso, no primeiro ato o Juiz Kenn, Expressa sua indignação ao ver que o Juiz Presidente do Tribunal se deixa levar por pensamentos familiares e emotivos ao tentar defender e proferir uma solução rápida e inquestionável colocando nas mãos do poder Executivo a possibilidade de clemencia dos réus acusados, para que haja uma possibilidade de perdão da sentença proferida condenando-os a pagar pelo crime cometido, já se abstendo-se do dever de cumprir seu papel e proferindo em salva guarda a decisão final para as mãos de outrem, argumentando que a absolvição seria em amparo a um sofrimento “pago” ao ter passado por tragédia, esquecendo –se da injuria cometida pelos mesmo ao tragar a vida do Sr. Whetmore, sem o direito da escolha. Mas o Juiz Kenn, controlado apenas pelos mandamentos da Lei vigente naquele país não deixou de argumentar e defender sua tese, que, diga-se de passagem, muito bem defendida, ressaltando sempre o seu dever como Juiz e sua base acadêmica da escola do direito em estar sempre ao lado da Lei e não se deixar levar por sentimentos e fantasias criadas por outrem. Não se pode deixar levar em conta o ato pelo qual foi cometido o crime, houve um crime, podemos trazer ate como crime premeditado, crime hediondo. Não se pode esquecer nesse contexto que mesmo tendo salvado a vida de três pessoas, uma teve sua vida ceifada se forma brutal e possivelmente dolorosa quando nos remetemos ao sentimento de “como foi morto o senhor Whetmore?”, pois ate então foi trazido o pensamento somente de quem um homem foi morto para que 3 outros fossem salvos, mais o contexto nos traz a intolerância dos demais ao ouvir a desistência do Sr. Whetmore ao proferir que não queria mais participar de tal ato, talvez levado pelo sentimento de arrependimento ou culpa de imaginar que poderia ter que matar e comer um deles e lembrar da amizade que existe? Talvez tomado pelo sentimento de compaixão a vida dos outros três ao imaginar que após tudo isso se sobrevivessem um não estaria lá por que por uma ideia esdruxula teve sua vida ceifada por não haver compaixão e esperança?. O que sabemos é que três homens escaparam e um morreu, foi assassinado pelos “supostos amigos”. E por que querer tentar achar argumentos plausíveis para defender a vida de outros três o Sr. Juiz Foster tenha se esquecido que a Lei é que deve ser seguida, não havendo contradição nela, e nem condição de muda-la para obter resultado favorável em sentença já proferida dentro da caverna “assassinato”, será mesmo que a lei criada pelo Juiz Foster, trazida com a ideia de achar buracos na lei o qual não se cabe nem procurar, buracos imaginários e criados apenas para deturpar a mesma, no meu haver se a lei pode ser mudada não há lei, podemos sim com base nalei encontrar caminhos que ela mesmo nos deixa em função do caso não resolvido e assim achar solução para certos casos, agora, criar espaços, criar falhas para então somente defender o ato criminoso, e inegável da selvageria e truculência em tirar a vida de outro para sua própria sobrevivência, a ideia de Legitima defesa e totalmente contraditória a essa situação pois o Sr. Whetmore em momento algum ameaçou a vida de algum deles para ter a sua tirada, não há indícios de legitima defesa como foi proferido, há sim o crime premeditado, o assassinato a sangue frio para deleito próprio, há o desrespeito a vida do outro que sim teve seu direito usurpado pelas mãos daqueles que diziam ser seus “amigos”. Neste momento possivelmente uma viúva chora, um filho chora, se é pra se sentir no direito de se deixar levar pelo sentimento e assim construir argumentos para absolvição dos réus, trago argumentos sentimentais para a condenação dos mesmos, que poderão voltar para seus lares e encontrar seus familiares que daqui a alguns dias vão esquecer que seu amado parente hora a beira da morte, consumiu carne humana “de um dos amigos e companheiros de trabalho” em quanto a família da vitima, estará lembrando que seu amado parente (Pai, Filho, marido) teve sua vida Destruída e que hoje o mesmo não passa de dejetos fecais de seus “supostos amigos”, se vamos nos ater a sentimentalismo por que não nos referir a esses sentimentos de dor sofrido pelos parentes das vitimas?. mas a questão aqui também não é esta, pois o que devemos discutir é o que esta na Lei e a Lei determina a execução dos réus por terem assassinado um homem para não morrerem, a lei determina que tal ato seja punido independente de contrariedade dos fatos, independente do pensamento humano. Contra fatos não há argumentos, os réus dessa acusação devem pagar pelo crime que cometeram pela justificativa simplificada do crime premeditado de assassinato, com o agravante de crime imparcial com características de canibalismo. Mesmo com todas as justificativas a favor e contra, não há mais o que se discutir nesse caso, todas as possibilidades foram esgotadas, impreterivelmente a ponto de estarmos perdendo o foco do que a lei nos determina, este caso deve ser encerrado, condenando os réus a pena de execução a forca, sem contrariar os dispositivos legais os quais pelos mesmos todos um dia já se contemplaram, devendo hoje aceitar o que o ato “talvez” imprensado no momento de desespero, não lhes tira da condenação a qual todos tinham conhecimento. Nessa situação Eu, Paulo Monteiro os declararia culpados do crime de assassinato. Esta leitura me remeteu a um mundo novo, me fez criar novos conceitos visualizar a vida de outra forma, pude me colocar diante da Lei da Natureza humana, diante das possibilidades e impossibilidades, e por ultimo do que é licito ou do que é ilícito. Vale lembrar que não se pode esquecer que nossa Lei, Prezará sempre pela vida.
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