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Seminário TERAPIA NUTRICIONAL PARA DISTÚRBIOS NEUROLÓGICOS

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Universidade Federal do Maranhão–UFMA
Disciplina: Nutrição Básica
Docente: Karuanne Saturnino
Discentes: Edwallas Lima Sousa;
Lucas Abreu Rodrigues;
Sabrina C. de A. Ramalho;
Sandra de Souza Silva.
 Terapia Nutricional para Distúrbios 
Neurológicos.
O que é doença neurológica?
Patologias do SNC ou SNP, incluindo desordens do cérebro, medula espinhal, nervos periféricos e junção neuromuscular;
Há cerca de 1 bi de pessoas acometidas em todo o mundo;
O histórico médico é a parte mais importante na avaliação e diagnóstico.
Etiologia nutricional;
AVC
Etiologia não nutricional.
Autismo
	
Lesões do Sistema Nervoso
A localização do defeito para o músculo, nervo, medula espinhal ou cérebro é parte do diagnóstico;
Os tratos nervosos cruzam-se em lados opostos do SNC
Os sinais de fraqueza são clínicos no diagnóstico de lesão cerebral;
Deduzidas por observações de anormalidades estereotípicas dos neurônios
O declínio da função neurológica afeta a capacidade de indepedência;
Incidência direta na capacidade de se nutrir 
PROBLEMAS COM OBTENÇÃO DE ALIMENTOS
Confusão, demência, visão debilitada ou deambulação precária podem contribuir para a dificuldade no preparo das refeições; 
Impedir a ingestão oral de alimentos e bebidas; 
Normalmente se faz necessário obter assistência de outras pessoas no planejamento das refeições e nas compras. 
QUESTÕES DE ALIMENTAÇÃO: LEVAR O ALIMENTO À BOCA
O paciente com doenças neurológicas pode estar incapacitado de se alimentar em função da fraqueza de um membro, posicionamento precário do corpo, hemianopsia, apraxia, confusão ou negligência.
 Tremores da doença de Parkinson, movimentos espásticos ou manifestações motoras involuntárias, como as que ocorrem na paralisia cerebral, doença de Huntington ou discinesia tardia, podem futuramente restringir a ingestão dietética. 
Figura: Deficiências Comuns com Doenças Neurológicas. Fonte: MAHAM; ESCOTT-STUMP, 2012.
Fases da Deglutição
A deglutição ocorre em três fases:
1. Fase oral ou voluntária: a língua pressiona o alimento contra o palato duro, forçando-o em direção à faringe.
2. Fase faríngea ou involuntária: 
Inicial: onda de peristalse força o bolo alimentar entre os pilares tonsilares. Intermediária: o palato mole é puxado para cima perto das narinas posteriores e a respiração cessa momentaneamente. 
Tardia: as cordas vocais se aproximam e a laringe é empurrada para cima, cobrindo a via respiratória e esticando a abertura do esôfago.
3. Fase esofágica ou involuntária: relaxamento do esfíncter esofágico superior (hipofaríngeo) possibilita que a onda peristáltica movimente o bolo alimentar para baixo até o esôfago.
Figura: Fases da Deglutição (ato de engolir). Fonte: MAHAM; ESCOTT-STUMP, 2012.
DOENÇAS NEUROLÓGICAS QUE SURGEM DE DEFICIÊNCIA OU EXCESSOS NUTRICIONAIS
Beriberi
Doença resultante da deficiência vitamina B1 – Tiamina
Apesar de facilmente tratável, pode levar ao óbito;
A carência dessa vitamina pode levar de dois a três meses para manifestar os sinais e sintomas.
Faz parte do conjunto de vitaminas pertencentes ao complexo B. Ela possui várias funções no nosso organismo, como regular os gastos de energia, estimular o apetite e também auxiliar o metabolismo dos carboidratos.
Inicialmente leves:
Insônia;
Nervosismo;
Irritação;
Fadiga;
Perda de apetite e energia.
Depois para quadros mais graves: 
Parestesia;
Edema de membros inferiores;
Dificuldade respiratória;
Cardiopatia.
Tratamento Nutricional
Suplementos dessa vitamina, por um período de 6 meses no mínimo além das alterações na dieta;
Eliminação do consumo de álcool;
E aumentar o consumo de alimentos ricos nesta vitamina, como flocos de aveia, sementes de girassol ou levedura de cerveja, dando preferência a alimentos integrais ao invés de refinados, como arroz, farinha e macarrão integral.
Pelagra
A pelagra é causada pela deficiência da vitamina B3 (Niacina). 
Podem ser encontradas, com certa frequência, principalmente entre idosos, desnutridos e alcoólatras. 
A niacina, também conhecida como vitamina B3, desempenha funções no organismo como melhorar a circulação sanguínea, aliviar a enxaqueca, baixar o colesterol e melhorar o controle da diabetes.
Tratamento Nutricional
Instauração de dieta correta com suplementação proteica e vitamínica, principalmente niacina (carnes, frango, peixes, etc.), tripofano (frutos do mar, aves, etc.) e vitaminas B1, B2 e B6;
 Extinção de bebidas alcoólicas;
Anemia perniciosa
É o tipo mais comum de carência de vitamina B12;
É uma forma de anemia caracterizada pela redução no número de glóbulos vermelhos no sangue devido à incapacidade de o trato gastrointestinal de absorver adequadamente a vitamina B12.
A vitamina B12, também conhecida como cobalamina, causa sintomas como anemia, fraqueza, constipação e falta de apetite quando está em níveis deficientes no organismo.
Tratamento Nutricional
O tratamento para anemia perniciosa geralmente é feito através da suplementação de vitamina B12;
 Enriquecimento da dieta com alimentos ricos nessa vitamina como: bife de fígado, mariscos no vapor, leite e queijo, salmão, ovo, leite de soja.
Em casos graves, o tratamento pode ser iniciado com injeções de vitamina B12 no músculo, antes de fazer a suplementação. Estas injeções devem ser feitas todos os dias (50 a 100 mcg/dia) até que os níveis de vitamina B12 estejam normais (geralmente de 1 a 2 semanas) 
Síndrome de 
wernicke-korsakoff
Diversos sinais e sintomas neuropsiquiátricos que resultam de uma deficiência nutricional em tiamina (vitamina B1).
SWK que consiste em duas fases distintas:
Inicialmente surge a Encefalopatia de Wernicke (EW), fase aguda da síndrome, que é caracterizada pelo:
Estado confusional agudo: perturbação aguda e flutuante da atenção e do correto processamento dos estímulos originados do meio externo;
Oftalmoparesia: paresia de um ou mais músculos extraoculares;
Ataxia perda da coordenação motora.
Tratamento Nutricional
Consiste na ingestão de tiamina ou vitamina B1, na dose de na dose de 50-100 mg, por injeção nas veias, no hospital.
 É importante, nos meses a seguir à crise, o paciente continuar a tomar, por via oral, suplementos de vitamina B1;
Em alguns casos, pode ser necessária a suplementação com outras substâncias, como magnésio e potássio, principalmente em indivíduos alcoólatras.
DOENÇAS NEUROLÓGICAS COM ETIOLOGIAS NÃO NUTRICIONAIS
Principais Doenças Neurológicas
ALD
Doença de Alzheimer
Doença de Parkinson
Enxaqueca(Cefaléia)
Esclerose Múltipla
Esclerose Lateral Amiotrófica
Epilepsia
ADRENOLEUCODISTROFIA - (ALD)
Deficiência enzimática congênita rara;
Primeiras manifestações clínicas: meninos de 4 a 8 anos;
Alteração no metabolismo de AG: acúmulo de Acidos Graxos de cadeia muito longa no cérebro e adrenais;
Sintomas: hiperpigmentação da pele, mielopatia, neuropatia periférica, desmielinação progressiva do SNC, cegueira e morte;
Reposição fisiológica de esteróides: podem melhorar os sintomas neurológicos e prolongar a vida;
Transplante de Medula Óssea: terapia atual.
TERAPIA NUTRICIONAL:
Restrição de ácidos graxos de cadeia longa 
Óleo de Lorenzo para ofertar energia e inibir síntese de AG de cadeia longa: ácido oléico e ácido erúcico:
ADRENOLEUCODISTROFIA - (ALD)
TERAPIA NUTRICIONAL
Neuroprotetores: fontes dietéticas de vitamina E, A, C, ômega-3 e gorduras polisaturadas. Evitar trans e saturadas;
Suplementos e sonda enteral em alguns casos > aporte calórico;
Fontes de colina: soja e ovos;
Inclusão de antioxidantes: proteção contra declínio adicional na função mental folato, Vit. C e Beta-caroteno (frutas e vegetais).
DOENÇA DE ALZHEIMER
Degeneração neural de causas desconhecidas;
Sintomas refletem depleção de dopamina (neurotransmissor) do sangue para o cérebro;
Uso de um precursor – levodopa;
Ação involuntária de tremores;
Depressão, vagarosidade, movimentos voluntários
diminuídos, tremor de repouso.
DOENÇA DE PARKINSON
Terapia Nutricionais:
Dificuldade com auto-alimentação;
Levodopa nas refeições - uso de piridoxina pode limitar ação de levodopa;
Recomenda-se evitar alimentos que contenham L-dopa natural, como a fava. 
DOENÇA DE PARKINSON
ESCLEROSE LATERAL
AMIOTRÓFICA (ELA)
é a doença mais comum do sistema motor.
Privação progressiva do nervo; atrofia e fraqueza muscular. 
os homens são mais afetados do que as mulheres.
geralmente é observada em um grupo de indivíduos entre 40 e 70 anos de idade.
TERAPIA NUTRICIONAL
Prevenir desnutrição e desidratação;
Monitorar disfagia;
Constipação: líquidos adicionais, fibras dietéticas e suplementadas, ameixa e laxantes;
Aumentar ingestão protéica (1 – 1,5g/kg/dia)
Antioxidantes podem ser benéficos, assim como suplementação de vitamina E
ESCLEROSE AMIOTRÓFICA LATERAL
(ELA)
Fase incial: cuidados com deglutição (língua, bochechas, palato e mandíbulas enfraquecem):
Postura correta e concentração na ingestão;
Fase Tardia: refeições pequenas, frequentes e mais líquidas (fadiga);
suplementação vitaminas e minerais;
alimentação enteral (nasogástrica – curto prazo; gastrostomia –longo prazo): impacto físico e emocional;
Acúmulo de saliva (mesma produção, menos deglutição) – uso de aspiradores ou medicamentos.
ESCLEROSE MÚLTIPLA
é uma doença crônica que afeta o SNC e é caracterizada pela destruição da bainha de mielina, cuja função é a transmissão de impulsos elétricos.
TERAPIA NUTRICIONAL:
implicações com auto-alimentação e cuidado pessoal; disfagia; bexiga neurogênica (líquidos limitados a noite); intestino neurogênico (constipação ou diarreia);
Manutenção do peso corporal (evitar ganho);
Suplementação dietética de ác. linoleico e PUFAs ômega-6(diminui progressão); Dietas especiais ineficazes (menos açúcar, com complexos vitamínicos e minerais, sem glúten);
EPILEPSIA
Desarranjo intermitente do sistema nervoso - descarga elétrica desordenadamente súbita e excessiva dos neurônios cerebrais: convulsões, perda de consciência ou ambos;
Interação nutrientes-drogas (anticonvulsivantes): Fenobarbitol, fenitoína e primidona – aumentam metabolismo de vitamina D e interferem com absorção intestinal de Ca (osteomalácia ou raquitismo): 5 mg vitamina D/dia.
TERAPIA NUTRICIONAL:
A quantidade de proteína é calculada para fornecer a ingestão adequada para o crescimento
(aproximadamente 1 g/kg/dia).
 Os carboidratos são adicionados para constituir a parte restante das calorias.
Grande parte da dieta é composta por carnes frescas, ovos, queijos, peixes,
creme de leite fresco, manteiga, óleo, nozes e sementes.
 Legumes, verduras e frutas são acrescentados em pequenas quantidades, dentro da prescrição de dieta atual.
EPILEPSIA – Dieta cetogênica
Alimentos mais utilizados:
Óleos, maionese, margarina, molho para saladas e patês a base de
Creme de leite, creme a base de queijos; Coração de galinha, frango com pele;
Carne de boi gorda, fígado, carne suína, peixes gordurosos, atum, sardinha, Linguiça, salsicha, bacon;
Ovo, queijos, gelatina dietética;
chantilly spray, sorvete light;
Módulo de proteína, suco dietético, Linguiça, salsicha, bacon;
Ovo, queijos, gelatina dietética; chantilly spray, sorvete light; 
Módulo de proteína, suco dietético.
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ENXAQUECA / CEFALÉIA
Dor causada, em geral, por tensão de origem vascular-muscular:
Localizada em um lado da cabeça;
é definida clinicamente como uma dor episódica, intensa e forte na cabeça, que dura de 4 a 72 horas.
Pode ser acompanhada de náusea e 
As enxaquecas são mais comuns entre 15 e 55 anos de idade e afetam mulheres com mais frequência do que homens.
Alimentos mais “suspeitos” de serem iniciadores de cefaléia:
Queijos (mais curados);
Chocolate; 
Glutamato monosódico;
Edulcorantes artificiais;
Salsichas;
Sucos cítricos;
Vinho
 
ENXAQUECA / CEFALÉIA
REFERÊNCIAS
COSTA, Isabella; CUSTÓDIO, Milena; COUTINHO, Vanessa; LIBERALI, Rafaela. Terapia Nutricional em Doenças Neurológicas - Revisão de Literatura. Revista Neurocienc [online], Brasília, 22 jan. 2010. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/282133648_Terapia_Nutricional_em_Doencas_Neurologicas_-_Revisao_de_Literatura Acesso em: 11 Nov 2017;
MAHAN, L. K.; STUMP-SCOTT, S. Krause’s food, nutrition & diet therapy, 11. ed. New York: USA, 2005. 1033 p.

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